Elaboração de Projetos em Ambientes não Escolares

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Elaboração de Projetos em Ambientes não Escolares
Profª. Lais Rafaella Martins Serra Silva
Descrição
O desenvolvimento de projetos e experiências educativas como
proposta para a atuação de pedagogos em espaços não escolares.
Propósito
Como profissional que atua em todas as instâncias nas quais a prática
educativa acontece, é essencial que o pedagogo compreenda a
importância de sua atuação nos espaços não escolares e que, no
âmbito do estágio, seja capaz de desenvolver um projeto de ensino.
Objetivos
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Módulo 1
Pedagogia e Educação
Reconhecer a atuação do pedagogo em todos os contextos nos quais
a prática educativa acontece.
Módulo 2
Pedagogia e Sociedade
Identificar as áreas de atuação do pedagogo em espaços não
escolares.
Módulo 3
Projetos Pedagógicos
Elaborar um projeto de ensino voltado para instituições não
escolares.
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Introdução
O estágio é uma fase muito importante na formação de um
profissional da educação, pois permite que o estudante tenha
contato direto com a área na qual ele irá atuar futuramente. No
curso de Pedagogia, o estágio é regulado pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). No entanto,
quando se trata da atuação do pedagogo em instituições não
escolares, é a Resolução CNE/CP nº 1/2006 que nos dá as
diretrizes de como realizar esse estágio. De acordo com essa
resolução:
Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem
participação na organização e gestão de sistemas e instituições
de ensino, englobando:
I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e
avaliação de tarefas próprias do setor da Educação;
II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e
avaliação de projetos e experiências educativas não escolares;
III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico
do campo educacional, em contextos escolares e não escolares.
(Resolução CNE/CP nº 1/2006).
Como você pode observar nessa resolução, uma atuação
possível para o pedagogo é o desenvolvimento de projetos e
experiências educativas em instituições não escolares. Por isso,
neste tema abordaremos a prática de ensino nesses espaços e,
para isso, primeiro compreenderemos alguns aspectos referentes
à pedagogia, à educação e à atuação do pedagogo. Isso é
importante para que possamos compreender o motivo pelo qual
esse profissional é requisitado em contextos não escolares.
Em seguida, conheceremos algumas das áreas nas quais o
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Em seguida, conheceremos algumas das áreas nas quais o
pedagogo poderá atuar, como as empresas, os hospitais, as
instituições que prestam apoio social e as mídias digitais. Por
fim, entenderemos o que é um projeto de ensino, quais os tipos e
como elaborá-lo. Espero que você esteja animado para conhecer
essas áreas tão interessantes e de grande potencial para o seu
desenvolvimento profissional.
1 - Pedagogia e Educação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a atuação do pedagogo em todos os
contextos nos quais a prática educativa acontece.
Ligando os pontos
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A educação não se limita a espaços formais porque a prática educativa
pode ocorrer em diferentes situações no dia a dia. O caso que será
apresentado foi baseado em eventos reais e ocorreu no Memorial da
Resistência, localizado na cidade de São Paulo.
Joana, estudante do 6º período do curso de Pedagogia, participou de
uma seleção de estágio em que foi contratada para atuar nesse
memorial. As experiências anteriores da estagiária sempre foram em
sala de aula, com crianças da educação infantil. Suas práticas estavam
voltadas para o cuidar, o educar e o brincar. Ela sentiu muito interesse
perante os novos desafios, oriundos do estágio, apesar de se sentir
insegura. 
A equipe gestora frequentemente oferecia treinamentos aos
colaboradores e estagiários acerca das exposições do memorial. Além
disso, havia capacitações sobre a maneira de se comunicar com os
frequentadores do espaço. 
Houve uma situação na qual duas visitantes foram a uma exposição
sobre a Ditadura Militar e solicitaram à estagiária orientações a respeito
do tema exibido. A estagiária as acompanhou durante o percurso,
explicando os detalhes das obras expostas.
Uma das visitantes, ao se deparar com a cela onde os presos da
Ditadura Militar ficavam, relatou que sua avó foi casada com um ativista
político que foi preso em outro país. Assim como no Brasil, os presos de
lá escreviam seus nomes na parede das celas como forma de deixar
marcado na história a barbárie ocorrida no regime ditatorial. A estagiária
ouviu com atenção e demonstrou surpresa ao saber que em outros
países esse costume também ocorria.
Ao término da visita, a estagiária contou para sua gestora sobre o caso
e juntas foram pesquisar na internet relatos semelhantes aos que foram
registrados no Memorial da Resistência.
Após leitura e reflexão do caso apresentado, é hora de aplicar seus
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conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
Questão 1
Quando a estagiária e a gestora fizeram uma pesquisa na internet
para procurar casos semelhantes ao relatado pela visitante, que
tipo de educação está envolvida no processo?
Parabéns! A alternativa E está correta.
Sendo o estágio parte da educação formal e entendendo que
algumas das atividades do estágio são a pesquisa e a orientação, a
ação de pesquisar na internet junto com a gestora está no contexto
do desenvolvimento do estágio; portanto, educação formal: Joana
fez descobertas no contexto do seu estágio. Embora saibamos que
a educação informal é não estruturada e acontece naturalmente no
meio social, muitas vezes acontece também na interação com
colegas de trabalho e de estudo. Nessa situação, ocorreu a
educação informal porque Joana pôde fazer novas descobertas a
partir de uma experiência do seu cotidiano. As interações do
processo educacional e sua compreensão da educação como um
A Educação formal
B Educação informal
C Educação não formal
D Educação Institucional
E Educação formal e informal
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processo educacional e sua compreensão da educação como um
todo estruturado é primordial.
Questão 2
Nos últimos tempos, a sociedade vem se reinventando por meio
das novas tecnologias. Esse fenômeno tem afetado diversas áreas
de conhecimento, ampliando o trabalho do pedagogo em diferentes
lugares. Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de
atuação desse profissional em ambientes não escolares.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A
Discutir sobre o clima brasileiro na aula de
Geografia.
B
Adotar plataformas virtuais para atender alunos em
condição de hospitalização, desenvolvendo aulas de
música.
C
Ensinar subtração mediante um jogo na aula de
Matemática.
D Aprender sobre parede celular na aula de Ciências.
E
Realizar roda de leitura dialógica com os estudantes
na biblioteca da escola.
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As atividades desenvolvidas em um ambiente hospitalar se
configuram como uma prática educativa fora do espaço escolar.
Nesse sentido, a criança não deixa de aprender pelo fato de não
estar em sala de aula.Momentos como a pandemia da covid-19
acabaram por potencializar usos de novas tecnologias e suas
possibilidades.
Questão 3
Ainda sobre o caso apresentado, em que uma visitante relatou a prisão
de um ativista político, outro visitante falou que seu avô era militar e era
seu herói. Um patriota, cheio de valores morais, e disse que aqueles
presos queriam acabar com o Brasil. O clima pesou e a psicopedagoga
veio intervir. A partir do relato, discorra sobre a atitude da
psicopedagoga, considerando os aspectos históricos, políticos,
científicos e metodológicos que englobam a educação.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Assim é a sociedade, posicionamentos, negações, visões, paixões.
Ainda que posições não negociáveis, como a negação da Ditadura,
a violência e a prisão arbitrária, não devam ser defendidas, será
que o jovem neto do militarismo deve ser esquecido, negado? Não,
mediar conflitos é abrir a voz, organizar o debate. O mediador não
deve negar, mas dar possibilidade de todos crescerem.
Veja essa situação retratada e pense sobre como você poderia
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atuar.
Pedagogo, para quê?
Para iniciarmos a nossa conversa sobre a prática de ensino em
organizações não escolares, primeiro precisamos refletir sobre o que é a
educação e por que o pedagogo é tão importante nos diferentes
contextos em que ela ocorre. Vamos começar, então, conhecendo o que
diz Vianna sobre educação:
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A Educação, em sentido amplo,
representa tudo aquilo que pode ser
feito para desenvolver o ser humano
e, no sentido estrito, representa a
instrução e o desenvolvimento de
competências e habilidades.
(VIANNA, 2006, p. 130)
Outra afirmação muito interessante é a que Planchard (1975) faz sobre
educação, quando ele afirma que educar é conduzir o indivíduo de um
estado para outro.
O que podemos extrair dessas de�nições?
Primeiro que a educação é um processo, é um desenvolvimento que
auxilia o homem a alcançar estágios maiores e mudar formas de
pensamentos e ações. Em segundo lugar, a educação não está restrita à
escola, afinal, a aprendizagem ocorre em diferentes contextos.
Aprendemos e ensinamos uns com os outros, em espaços formais ou
informais. Terceiro, a educação é sempre intencional, uma vez que, ao
ocorrer, ela sempre traz consigo um objetivo de desenvolver
competências e habilidades.
Bom, agora que compreendeu o que é educação, convidamos você a
fazer um exercício de análise:
Re�exão
Pense na sociedade atual: a cada dia surgem novas tecnologias, novos
postos de trabalho, novas maneiras de se comunicar e se organizar
socialmente. Está claro para você que essas novas demandas afetam a
educação?
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educação?
Lembra que afirmamos acima que a educação não é restrita ao
ambiente escolar? Quando consideramos isso, percebemos que esse
novo contexto social apresenta novas demandas para a educação.
Libâneo (2010) já nos fala sobre isso quando afirma que esse é um novo
contexto que se apresenta à educação, que traz novas realidades ao
conhecimento e à formação do indivíduo.
Como, então, devemos pensar a educação para esse novo cenário social
tão diverso e complexo? Pensando na Pedagogia e nos pedagogos,
quais as possibilidades de atuação nesse novo contexto? É sobre isso
que falaremos a seguir.
A Pedagogia e a educação
Como já vimos aqui, em diversos contextos sociais a educação está
presente e surge a partir da necessidade tanto de se compartilhar
quanto de internalizar conhecimentos, habilidades e atitudes. Vemos as
práticas educativas acontecendo, seja no meio familiar, em grupos
religiosos, em espaços de entretenimento, mídias, empresas etc. Como
afirma Beillerot (1985), a nossa sociedade é genuinamente pedagógica.
É interessante perceber, também, que as mudanças sociais vêm
apresentando novos cenários educativos. Observe, por exemplo, os
meios digitais com suas variadas ferramentas que podem ser utilizadas
para fins educacionais, seja por meio de videoaulas, ambientes virtuais
de aprendizagem, sites educativos etc.
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Este tema, por exemplo, está sendo apresentado a você por meio de
diferentes meios digitais.
Bom, voltando para a nossa reflexão sobre a Pedagogia, vale refletir aqui
sobre como essa ciência deve pensar a educação diante dessa
sociedade permeada de práticas educativas que mudam cada vez mais
e a elas são acrescidos novos contextos. Para compreender esse
aspecto, primeiro precisamos retomar de que se ocupa a Pedagogia.
De que se ocupa a Pedagogia
Se eu perguntasse para você qual a ocupação da Pedagogia,
certamente você responderia que ela abrange os aspectos
metodológicos da prática de ensinar e aprender. Mas será que é só
isso?
Para entendermos melhor, vejamos o que Libâneo afirma sobre isso:
Ela é um campo de conhecimentos
sobre a problemática educativa na
sua totalidade e historicidade e, ao
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sua totalidade e historicidade e, ao
mesmo tempo, uma diretriz
orientadora da ação educativa. O
pedagógico refere-se a finalidades
da ação educativa, implicando
objetivos sociopolíticos a partir dos
quais se estabelecem formas
organizativas e metodológicas da
ação educativa.
(LIBÂNEO, 2010, p. 29-30)
Percebeu que a Pedagogia abrange os aspectos metodológicos da
Educação? Mas antes disso, ela se preocupa em perceber como essa
ação educativa está inserida em um contexto histórico e quais são as
suas finalidades para, a partir disso, definir os métodos dessa ação.
Como afirma Libâneo (2010): “a Pedagogia é o estudo sistemático da
educação”.
De maneira resumida, veja algumas das áreas que fazem parte dessa
esfera de conhecimento:
• Atividades do sistema educacional;
• Política educacional;
• Estrutura e gestão da educação e suas modalidades;
• Finalidades da educação e sua relação com o contexto social;
• Métodos e técnicas de ensino e aprendizagem;
• Relação entre os agentes que englobam a prática educativa.
É óbvio que a pessoa que se ocupa desse estudo é o pedagogo! Esse
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É óbvio que a pessoa que se ocupa desse estudo é o pedagogo! Esse
profissional vai atuar em todas as instâncias em que a prática educativa
acontece, seja de forma direta ou indireta, e vai se preocupar com todos
os processos que envolvem a organização, a transmissão e a
aprendizagem de novos conhecimentos.
Então, como reconhecer que determinada área é
campo de atuação da Pedagogia e que, por
consequência, faz parte das ações a serem
desenvolvidas por um pedagogo?
Quando em um contexto, seja ele profissional, familiar, religioso etc., as
atividades estiverem voltadas para o educacional e o educativo.
É preciso reconhecer que estamos diante de um vasto campo de
atuação do pedagogo. Isso é reflexo da sociedade complexa na qual
estamos inseridos e que vem ampliando cada vez mais as
possibilidades de inserção do pedagogo em diferentes contextos
profissionais.
No entanto, o que não se pode perder de vista nesses contextos que
muitas vezes divergem do ambiente escolar é a finalidade da ação
educacional, que deve estar voltada para o desenvolvimento e
construção de novos conhecimentos e habilidades. Para compreender
melhor toda essa complexidade, vamos retomar alguns conceitosque
tratam das modalidades da prática educativa.
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Pensar a educação dessa maneira nos ajuda a enxergá-la de forma
ampla e nos ajuda a compreender o quão importante é perceber a
manifestação dessas diversas práticas educativas para que, como
profissionais da educação, possamos desenhar ações que de fato
levem ao alcance dos objetivos educacionais.
A educação é um campo diverso e, consequentemente, a pedagogia é
também diversa. Consegue vislumbrar todas as possibilidades de
lugares nos quais você poderá atuar? Libâneo (2010), por exemplo, fala
que existe a pedagogia familiar, a sindical, dos meios de comunicação
etc. Temos um campo vasto, não é mesmo?
Mas antes de encerrarmos este módulo e conhecermos, no próximo,
alguns dos campos nos quais você poderá atuar, que tal retomarmos
alguns dos principais conceitos que vimos?
• A educação é um processo de desenvolvimento que auxilia o
homem a alcançar estágios maiores e mudar formas de
pensamentos e ações.
• A Pedagogia abrange todos os aspectos históricos, políticos,
científicos e metodológicos que englobam a educação.
• O pedagogo é o profissional que atua em todas as instâncias em
que a prática educativa acontece, seja de forma direta ou indireta, e
vai se preocupar com todos os processos que envolvem a
organização, a transmissão e a aprendizagem de novos
conhecimentos.
• A educação pode ser formal, não formal e informal e essas
modalidades interagem entre si.
Bom, agora que retomamos esses conceitos, podemos seguir em frente
e conhecer os locais onde o pedagogo pode atuar, enxergando além da
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escola. Vamos em frente!
As modalidades da prática educativa
Já compreendemos, aqui, que o campo de atuação da Pedagogia é
bastante amplo e que ele engloba todos os espaços em que a educação
intencional acontece. Sabendo disso, é importante definir, nesse
momento inicial, as modalidades da prática educativa, considerando
toda essa gama de possibilidades de atuação.
Atenção
Ter em mente o que são essas modalidades e o que as caracteriza vai
ajudá-lo a compreender o contexto do campo profissional que
escolherá, seja na sua prática de estágio, seja na sua vida profissional.
Sabendo que a prática educativa não é apenas escolar, existem alguns
conceitos que nomeiam e descrevem as características dessa educação
que acontece fora do ambiente da escola. Você já deve ter ouvido falar
nesses três conceitos: educação formal, educação informal e educação
não formal. Lembra-se deles?
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A educação formal é aquela que acontece em espaços de
formação, sejam eles escolares ou não, e que possuem objetivos
educacionais claros, com uma estrutura de gestão e organização
institucionalizada e sistematizada. Trata-se do ensino regular.
Marandino (2017, p. 812) define a educação formal como
“sistema de educação hierarquicamente estruturado e
cronologicamente graduado, da escola primária à universidade,
incluindo os estudos acadêmicos e as variedades de programas
especializados e de instituições de treinamento técnico e
profissional”.
A educação informal corresponde às ações e influências
exercidas pelo próprio meio social e cultural. Ela acontece nas
relações entre os indivíduos e os grupos sociais, a partir da troca
de experiências, conhecimentos e práticas. Essa troca não é
intencional, muito menos estruturada. De acordo com Marandino
(2017, p. 812), a educação informal é: “um verdadeiro processo
realizado ao longo da vida em que cada indivíduo adquire
atitudes, valores, procedimentos e conhecimentos da experiência
cotidiana e das influências educativas de seu meio – da família,
no trabalho, no lazer e nas diversas mídias de massa”.
Educação Formal 
Educação Informal 
Educação não Formal 
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A educação não formal é aquela que é realizada em instituições
educativas, mas que não possuem essa característica de
institucionalização. Apesar disso, ela é sistematizada e
estruturada de alguma maneira. De acordo com Marandino
(2017, p. 812), a educação não formal é: “Qualquer atividade
organizada fora do sistema formal de educação, operando
separadamente ou como parte de uma atividade mais ampla,
que pretende servir a clientes previamente identificados como
aprendizes e que possui objetivos de aprendizagem”.
Vamos fazer uma reflexão: você considera que essas
modalidades de educação acontecem separadamente?
Digamos que esteja cursando Pedagogia. A educação que você está
vivenciando é formal, pois é institucionalizada, organizada e possui
objetivos claros. No entanto, nas relações que você estabelece com os
seus colegas de turma e com os professores e funcionários da
instituição, também está acontecendo a educação informal, pois
certamente nessas relações você troca experiências e conhecimentos
com as pessoas com quem convive diariamente.
Percebeu que essas modalidades se relacionam sem que nos demos
conta disso? Libâneo (2010, p. 31), afirma que: “Há uma interpenetração
constante entre essas três modalidades que, embora distintas, não
podem ser consideradas isoladamente”.
No que essas informações me
ajudam na construção de meu
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ajudam na construção de meu
estágio?
Quando o aluno inicia sua busca pela prática, na maioria das vezes o
que vem à sua mente é um único espaço: a sala de aula. Acontece que
existe pedagogia para muito além desse primordial espaço, as
experiências e vivências desenvolvidas na escola e no campo científico
da pedagogia permitem fortalecer suas práticas no desenvolvimento
social de âmbitos diversos.
Comentário
O estágio pode ser articulado em ambientes diversos, assim como pode
abrir possibilidades que ampliam as perspectivas dos alunos em sua
entrada no campo de trabalho. Esse ponto, muitas vezes oblíquo, aqui
precisa ser tratado: empregabilidade. O estágio deve abrir portas. Então,
entender as práticas aqui desenhadas permite o fortalecimento de sua
formação.
Por exemplo: um projeto social como um Pré-ENEM comunitário é um
espaço que normalmente é carente de organização, de suporte e apoio
pedagógico − muitos pensam que conseguir “professores” para lecionar
é o bastante. Pense sobre isso, sobre como você poderia fortalecer um
projeto como esse.
Experienciando as práticas
Assista agora a um vídeo em que se relacionam as práticas e vivências
no contexto da educação. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Vimos, neste módulo, que a Pedagogia é a ciência da educação.
Baseado nisso, marque a alternativa que descreve corretamente os
aspectos dos quais essa área de conhecimento se ocupa:
A
A Pedagogia se ocupa de todos os aspectos
metodológicos que envolvem a prática educativa.
B
A Pedagogia se ocupa da totalidade da prática
educativa, considerando aspectos históricos,
sociopolíticos e metodológicos.
C
A Pedagogia se ocupa dos aspectos históricos e
metodológicos que englobam a prática educativa.
D
A Pedagogia se ocupa dos aspectos que envolvem
a estrutura e a organização da práticaeducativa.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Como vimos, a Pedagogia se preocupa com a problemática
educativa como um todo, englobando não apenas os aspectos
metodológicos, mas também históricos e sociopolíticos para definir
a organização e a metodologia da ação educativa.
Questão 2
Sabendo que a prática educativa engloba diferentes modalidades
de educação e que elas podem ser formal, informal e não formal,
marque a alternativa que descreve corretamente a relação existente
entre essas modalidades:
E
A Pedagogia se ocupa, apenas, dos aspectos
políticos e filosóficos da prática educativa.
A
As modalidades de educação formal, informal e não
formal não podem ser consideradas
separadamente, elas se relacionam entre si e se
manifestam nas diversas práticas educativas
vivenciadas em determinado contexto.
B
A educação formal, informal e não formal somente
acontece de maneira separada, não podendo
coexistir em um mesmo contexto. Dessa maneira,
ao desenvolver uma prática educativa, deve-se
selecionar a que melhor se adequa ao cenário no
qual será desenvolvida.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
As modalidades de educação, apesar de serem distintas,
relacionam-se entre si e podem ser observadas em uma mesma
prática educativa. Essa compreensão permite enxergar que a
educação é ampla e pode acontecer em contextos diversos, por
meio de diversas práticas educativas.
C
É possível que as modalidades de educação
informal e não formal coexistam em um mesmo
contexto. No entanto, não é possível que a
modalidade formal coexista com as demais por
possuir um caráter de institucionalização.
D
As modalidades de educação formal e não formal
são mais organizadas e, por isso, podem coexistir
em um mesmo contexto, diferentemente da
modalidade informal, que por não ser
institucionalizada, não poderá se relacionar com as
demais.
E
Apesar da educação ser um campo diverso,
somente as modalidades de educação formal e
informal se relacionam entre si, pois a primeira
carrega uma característica de institucionalidade e a
segunda carrega uma característica de
informalidade.
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2 - Pedagogia e Sociedade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as áreas de atuação do pedagogo em
espaços não escolares.
Ligando os pontos
Os princípios pedagógicos têm de ser promovidos em diversos
contextos da sociedade, propiciando reflexões e projetos educativos
que, de fato, contribuam para a construção de saberes e valores para a
vida dos cidadãos. O pré-vestibular comunitário, por exemplo, é um
mecanismo de intervenção social como a escola que potencializa a
conscientização do sujeito. O caso que será apresentado é real e
ocorreu em um pré-vestibular social de uma igreja na cidade do Rio de
Janeiro. Os nomes dos participantes envolvidos são fictícios.
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Janeiro. Os nomes dos participantes envolvidos são fictícios.
Um ex-aluno do pré-vestibular social retornou para o projeto em função
de seu estágio obrigatório da graduação em Pedagogia. Nesse estágio,
ele atuou auxiliando a coordenação, trabalhando com a organização do
espaço e da grade de horários, bem como com a compra de material
quando necessário.
Certo dia, o professor de Geografia informou à equipe pedagógica que
não iria dar aula pois não estava se sentindo bem. As aulas de Geografia
sempre ocorriam no primeiro tempo da quarta-feira e, como só foi
avisado em cima da hora, não conseguiram um substituto. 
Diante da situação, João ficou preocupado, pois era comum o não
comparecimento da turma no dia em que algum professor faltava. Ele
perguntou para a coordenadora se poderia ocupar aquele tempo de aula
que seria vago, tendo como proposta um debate sobre a história dos
movimentos sociais, dando destaque ao pré-vestibular comunitário e à
importância de sua existência. A coordenadora gostou da proposta e ele
compareceu à sala de aula.
No dia, ele verificou que apenas 11 alunos estavam presentes. Informou
para a turma que o professor Rafael não iria dar aula, mas que eles não
ficariam ociosos, pois havia uma proposta pedagógica para aquele
tempo de aula.
João começou com perguntas que levaram a turma a se questionar:
‘’Por que você está em um projeto social?’’, ‘’Por que a escola, sozinha,
não foi suficiente para você entrar na universidade?’’. A turma participou
e demonstrou interesse no debate. Os estudantes conseguiram entender
a importância de projetos sociais como uma forma de equilibrar as
desigualdades sociais em que estão inseridos. 
Naquela mesma semana, a coordenadora foi até a sala do pré-vestibular
para pegar os registros de chamada e se surpreendeu com os alunos
elogiando o debate que o João propôs. Ainda, eles perguntaram se não
poderiam ter outras discussões como aquela. A coordenadora levou as
sugestões dos alunos ao conhecimento do João, e, juntos, criaram a
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sugestões dos alunos ao conhecimento do João, e, juntos, criaram a
disciplina Cultura e Cidadania, trazendo propostas sobre identidade de
sujeito, políticas públicas e atualidades. 
Após leitura e reflexão do caso apresentado, é hora de aplicar seus
conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
Questão 1
Imagine você em uma situação semelhante à do estagiário João:
atuando em um projeto social, você precisa lidar com a falta de
estímulo dos estudantes quanto ao conteúdo, acarretando baixa
frequência nas aulas. O que fazer? Se negar a aceitar que os alunos
em um ambiente de apoio não entendam que estão recebendo algo
vital? Ou desistir, afinal eles não merecem? Nenhuma delas, é claro!
Mas que atitude tomar?
A
Não modificar a apresentação do conteúdo, afinal
eles precisam aprender o que é abordado para o
ingresso em uma universidade.
B
Chamar a atenção dos alunos que chegam atrasado,
mas não se preocupam em saber, mostrar que estão
ali por eles e que é uma questão de respeito a
atenção e o foco que eles precisam ter.
C
Refletir sobre a própria prática e construir um
modelo mais fácil, que os alunos consigam
entender, já que são frágeis.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Em espaços com projetos sociais, são importantes as discussões
sobre a identidade do sujeito, de modo a explorar a autoestima e
refletir criticamente sobre o que está acontecendo com a nossa
sociedade.
Questão 2
“Mas isso não é assunto de aula!”. O aluno, seja funcionário da
empresa, de um projeto ou de uma escola, entende que, se está ali,
não é para perder tempo. O professor começou a falar de algo
diferente do que é previsto e sempre tem um que grita “aula” — seja
em um projeto, em educação corporativa, em um treinamento, é
impressionante. Se um professor tira uma dúvida de um aluno e um
outro colega entende que está atrapalhando a aula, faz uma “cara
feia”. Isso já aconteceu com você? Professores, atuando em
qualquer ambiente educacional, precisam ser preparados e estarem
atentos a isso, uma vez que
D
Considerar a realidade dos estudantes, mas não
relacionar com os conteúdos a serem abordados;
em outras palavras, ser compreensivo com sua
fragilidade, mas entender que precisam passar algo
novo.
E
Considerar a realidade dos estudantesao dar uma
aula, uma vez que muitos deles possuem trajetórias
escolares fragmentadas e desviantes.
ele precisa perder tempo com todos os alunos, faz
parte do cotidiano conhecer as vivências
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Parabéns! A alternativa E está correta.
A questão é fundamentalmente uma reflexão a todos os que atuam
na educação. Qual o papel da voz, do indivíduo e dos contextos
individuais em um ambiente educacional? Será que o que é formal
— no sentido de previamente proposto — é o limite?
Questão 3
No caso relatado acima, verificou-se a presença de uma dificuldade de
aprendizagem na leitura e na escrita. Pense, como psicopedagogo, em
A parte do cotidiano conhecer as vivências
individuais.
B
alunos com dificuldade de aprendizagem
demandam mais tempo, então, os outros devem ser
contidos e aqueles mais ouvidos.
C
alunos não têm maturidade e devem ser silenciados
enquanto o professor explica.
D
as demandas dos alunos têm que ser direcionadas
à proposição formal do que foi estabelecido.
E
as vozes e as trocas têm que ser ouvidas e
estimuladas, a adaptação e a adaptabilidade são
exercícios que todos os que atuam na educação
precisam ser preparados para vivenciar.
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aprendizagem na leitura e na escrita. Pense, como psicopedagogo, em
um possível diagnóstico e justifique.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Fundamentado nas bases das neurociências e tendo o papel de
psicopedagogo, é de essencial importância um olhar atento e
ações eficazes para que não haja na escola qualquer possibilidade
de um cenário como o relatado. Entre as possibilidades, podemos
citar:
• Propor uma constante atualização aos professores, entre elas
sobre conhecimentos da neurociência no campo da
aprendizagem diagnóstica e dos ambientes de aprendizagens
mais eficazes. Para isso, seriam promovidas reuniões e
cursos, além de indicados materiais de pesquisa.
• Colaborar para que os professores construam planejamentos
com diversas estratégias de apresentação do conteúdo,
valorizando as diferentes inteligências apresentadas pelos
sujeitos e a capacidade adaptativa dos alunos. Entre elas, a
valorização e a motivação da metacognição de
automonitoramento do ato de aprender, ou seja, um
planejamento que leve em conta o aluno como sujeito de sua
aprendizagem.
• Estabelecer, antes de mais nada, em regras de convivência da
escola, que assuntos relacionados às dificuldades dos alunos
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jamais fossem discutidos fora dos ambientes propícios para
tal. Essas regras de convivência seriam apresentadas a cada
um no início do ano letivo e sempre relembradas. Caso elas
não estivessem previstas em algum documento da escola,
seria criado um documento com a participação de todos os
envolvidos no cotidiano escolar.
• No aspecto mais direto da atuação como psicopedagogo
naquele momento do conselho de classe, realizar a leitura de
um pequeno texto introdutório sobre avaliação diagnóstica e
neuroplasticidade e, em seguida, abrir um diálogo para que as
questões fossem levantadas e caminhos fossem traçados
para acompanhamento dos alunos. Os nomes não seriam
colocados em público, mas os professores, antecipadamente,
já teriam recebido uma ficha para que fizessem o
encaminhamento do aluno para o atendimento. Também
buscaria subsidiar aos professores com sugestões de
atividades, bem como daria ciência, ao longo do ano letivo, do
acompanhamento dos alunos.
• Chamar os pais e responsáveis, mas sem a presença dos
alunos e individualmente, para que pudessem colaborar, de
forma mais específica, para que fossem acompanhados e
possivelmente outras ajudas fossem buscadas.
Para além da escola
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Depois que compreendemos que o pedagógico está inserido em
diferentes contextos, chegou a hora de conhecer algumas das principais
áreas nas quais você poderá atuar. Mas antes disso, um exercício
interessante a ser feito é identificar quais as principais características
que um pedagogo deve desenvolver nessas áreas de atuação.
Isso é importante, pois estamos diante de contextos
diferentes do ambiente escolar. Esses novos
contextos, com as crescentes mudanças do mundo
contemporâneo e, consequentemente, das relações de
trabalho, apresentam constantemente novas
demandas para o pedagogo.
Entender qual é o perfil desse profissional e quais as características que
você deve desenvolver vai ajudá-lo nessa caminhada pelos campos de
atuação não escolares do pedagogo.
Ceroni (2006) reuniu as principais características do pedagogo que são
descritas a seguir. Mas atenção: essas caraterísticas não são
definitivas, cada área pode demandar outras atribuições que não estão
descritas aqui, mas que farão um diferencial considerável para o
pedagogo que irá atuar nesses contextos específicos.
Vamos, então, às características. O pedagogo deve:
• ser flexível;
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• ter bom relacionamento interpessoal;
• ter boa comunicação;
• ser comprometido;
• saber administrar conflitos;
• ser criativo;
• prezar pela eficiência e organização;
• ser dinâmico;
• possuir capacidade de análise e definir soluções;
• saber trabalhar sob pressão;
• utilizar diferentes tecnologias;
• desenvolver projetos.
Sabendo disso, ao escolher uma das áreas que veremos a seguir para
iniciar um estágio, procure desenvolver essas características. Mas não
só isso, tente identificar outras tantas demandas que o pedagogo deve
construir na área específica que você escolheu.
A atuação do pedagogo nas
instituições sociais
A pedagogia social busca promover a educação nos locais onde as
instituições formais não atuam, priorizando pessoas cujas
necessidades básicas não são atendidas de maneira satisfatória. De
acordo com Caliman (2010), esse é um campo da Pedagogia que
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acordo com Caliman (2010), esse é um campo da Pedagogia que
caminha junto com a assistência social e, por isso, as instituições que
promovem a pedagogia social são chamadas de socioeducativas.
Em geral, as instituições que desenvolvem ações educativas sociais
são: igrejas, ONGs, associações comunitárias, hospitais, dentre outras.
Mas por que é importante que o pedagogo atue nesses locais?
Como o público-alvo das instituições socioeducativas em geral são
pessoas em vulnerabilidade, é necessário que sejam desenvolvidas
metodologias específicas que considerem o contexto dessas pessoas.
Nesse sentido, é importante que o pedagogo atue com base em alguns
princípios desenvolvidos por Barreto (2016). Veja:
Conscientizar os sujeitos sobre o seu
papel como cidadãos.
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papel como cidadãos.
Desenvolver conhecimentos e habilidades
que visem ao trabalho.
Promover aprendizagens que contribuam
para solucionar problemas do cotidiano.
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Promover a aprendizagem de conteúdos
escolares formais.
Desenvolver ações que façam uso de
diferentes mídias digitais.
Sabendo disso, quais são as principais áreas nas quais o pedagogo vai
atuar?
É interessanteressaltar que a ação do pedagogo, nesses contextos, não
se dá somente com foco nos alunos, mas engloba também uma
assistência às famílias que buscam nesses espaços a possibilidade de
melhoria da condição de vida dos seus filhos. Por isso é tão importante
que esse trabalho seja voltado para a comunidade como um todo.
Orientação pedagógica
Programas educacionais
Assessoria
Desenvolvimento de projetos educativos
Desenvolvimento de práticas educativas
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A atuação do pedagogo nos hospitais
A pedagogia hospitalar surge a partir de um direito que crianças e
adolescentes hospitalizados possuem que é a garantia da continuidade
da prática educativa. Essa prática, segundo Wolf (2007), deve estar
concentrada em ações humanizadas, com o objetivo de desenvolver a
aprendizagem mesmo em um contexto hospitalar, por meio de
metodologias diferenciadas e flexíveis, sempre considerando o estado
do paciente.
Comentário
De modo geral, a pedagogia hospitalar é promovida por meio de
parcerias entre universidades e hospitais. Conforme Wolf (2007), a
disponibilidade da pedagogia hospitalar é definida de acordo com os
espaços físicos que o hospital dispõe, o tipo de convênio firmado com
as universidades e as necessidades dos hospitais.
Mas por que eu preciso saber disso? Observe que a maneira como a
pedagogia hospitalar é exercida pode mudar de acordo com os fatores
citados acima. Mas, além desses, há um fator que podemos dizer que é
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o mais importante: o paciente que traz necessidades de aprendizagem,
tratamento físico e emocionais. Ter essa consciência ajudará você a
desenvolver as ações humanizadas que falamos logo no início deste
módulo. Sobre isso, vamos observar o que Silva afirma:
É preciso deixar claro que crianças e
adolescentes, mesmo em ambiente
hospitalar, não podem ter o prazer de brincar
e de aprender cerceados, em função da
reabilitação da saúde, e por ser um direito
que deve ser garantido. Na direção desses
propósitos, zelar para que a sensibilidade
marque as oportunidades de diálogo e
aprendizagem, que o sorriso venha à tona,
que a imaginação criadora tenha lugar cativo,
que a fantasia ganhe status de realidade, que
o sonho simbolize a vitalidade, que a
interação resulte no calor humano suficiente
para que o frio do hospital vá embora e dê
chance aos que lutam para continuar
construindo a própria história, são os
desafios a serem defendidos por todos os
profissionais que atuam na educação e na
saúde.
(SILVA, 2013, p. 19-20)
O que, então, a pedagogia hospitalar oferece aos pacientes? Wolf (2007)
elenca as ações que são desenvolvidas. Veja:
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Atua nas unidades de internação e nas
alas de recreação, oferecendo
estimulação para as crianças e
adolescentes que necessitarem.
Oferece classe hospitalar para a
continuidade da escolarização às
crianças e adolescentes internados.
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Presta apoio emocional e humanístico ao
paciente e aos familiares.
E como o pedagogo deve atuar nesse ambiente? De acordo com Silva
(2013), a atuação do pedagogo hospitalar se dá da seguinte maneira:
• Promove atividades prazerosas para as crianças e os adolescentes;
• Mantém contato com todos os profissionais que atuam na
recuperação do paciente;
• Utiliza diversos materiais didáticos para a realização das atividades;
• Promove atividades que desenvolvem o raciocínio lógico, a escrita e
a fala;
• Promove a produção de textos individuais e coletivos;
• Utiliza a música, a arte, a percepção, a memória, a inteligência e a
motricidade com o objetivo de estimular a criatividade.
Consegue perceber o quanto a presença do pedagogo no ambiente
hospitalar prestando esse apoio às crianças e adolescentes é
importante não apenas para a continuidade dos estudos, mas também
na luta pela restituição da saúde desses pacientes? Tenha em mente
que essa é uma função social que deve ser exercida com
responsabilidade.
A atuação do pedagogo nas empresas
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A atuação do pedagogo nas empresas surge a partir da necessidade
das corporações de desenvolverem os seus recursos humanos e está
alinhada com o propósito das empresas de promoverem uma cultura
organizacional que esteja de acordo com a sua missão, visão e valores.
De acordo com Almeida:
A atuação do profissional de
pedagogia nas organizações será
importante e positiva na medida em
que elas não estejam visualizando
apenas a manutenção de políticas
de RH clientelistas, mas sim
estejam preocupadas com o
desenvolvimento humano de forma
efetiva, voltado para a
potencialização da inteligência de
cada um individualmente e da
organização como um todo.
(ALMEIDA, 2006, p. 130)
Consegue perceber que o enfoque do pedagogo empresarial não deve
estar apenas na formação do colaborador para que este responda
satisfatoriamente aos objetivos da empresa? Aliado a isso, o pedagogo
deve considerar as individualidades de cada colaborador de modo a
potencializá-las e, dessa maneira, contribuir para o crescimento desse
profissional que, consequentemente, refletirá no crescimento da
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profissional que, consequentemente, refletirá no crescimento da
empresa. Mas como fazer isso?
Como já sabemos, toda ação pedagógica é intencional e, por isso, o
pedagogo empresarial deve atuar nas organizações de modo a
promover mudanças no comportamento das pessoas por meio de
ações educacionais que auxiliem na construção da aprendizagem no
ambiente corporativo. Sabendo disso, segundo Holtz (2006), as
responsabilidades desse profissional são?
Considerando essas responsabilidades, vamos agora conhecer em
quais áreas de uma empresa o pedagogo atua. De acordo com Quirino
(2005), o pedagogo desenvolve atividades nos seguintes campos:
Recursos humanos
Desenvolve treinamentos; trabalha em universidades corporativas e em
centros de desenvolvimento de competências; promove programas de
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centros de desenvolvimento de competências; promove programas de
formação e qualificação profissional e especialização de mão de obra,
dentre outras atividades.
Consultorias internas e externas
Atua na formação e na capacitação de profissionais; elabora projetos
educacionais que visam ao público interno e externo de uma empresa;
organiza cursos in company; elabora cursos de alfabetização de adultos,
educação continuada, educação para o trânsito, meio ambiente, dentre
outros.
Diante de todas essas possibilidades, o que é preciso que fique claro em
sua mente é a necessidade de o pedagogo atuar de forma a promover a
aprendizagem contínua no ambiente corporativo. Por isso é tão
importante que esse profissional atue alinhado com os objetivos da
empresa e busque identificar as necessidades de capacitação dos
colaboradores.
A atuação do pedagogo nas
tecnologias digitais
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A evolução da tecnologia abriu caminho para que o pedagogo pudesse
atuar em mais uma área: das tecnologias digitais. Veja bem, as
tecnologiasvêm impactando consideravelmente o nosso modo de vida
e, consequentemente, essa revolução atinge, também, a educação.
Como afirma Gabriel (2013, p. 3): “Essa aceleração tem causado efeitos
profundos na sociedade e na educação, e está nos levando para a Era
do crescimento exponencial”.
Claro que não! Um exemplo disso é o uso da televisão para
transmitir aulas sobre determinada área de conhecimento.
Lembra do Telecurso 2000? Se não for do seu tempo, vale a pena
pesquisar sobre esse projeto educacional desenvolvido pela
Fundação Roberto Marinho.
Mas o que diferencia esse contexto no qual vivemos dos demais? Aquilo
que Gabriel (2013) cita acima: o crescimento exponencial de novas
tecnologias. Observe ao seu redor: vivemos rodeados por tecnologias
que evoluem a cada dia e que alteram consideravelmente o nosso modo
de vida.
Comentário
Olhando para a educação, os recursos que hoje utilizamos para a
promoção da aprendizagem são muito diferentes da televisão que
transmitia uma aula ao vivo ou gravada. Atualmente, fazemos uso de
aplicativos digitais, ambientes virtuais de aprendizagem, nuvem,
serviços de streaming, redes sociais, sites, games, dentre tantos outros
recursos para compartilhar e construir novos conhecimentos.
Agora eu pergunto a você: o uso da tecnologia para fins
educacionais é algo novo? 
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recursos para compartilhar e construir novos conhecimentos.
E quem está por trás de tudo isso? O pedagogo! Basta lembrar que esse
profissional atua em todas as instâncias em que acontece uma prática
educativa intencional. Nas tecnologias digitais, não poderia ser
diferente. Atualmente, existem inúmeras empresas que desenvolvem
recursos para fins educacionais e que requisitam a presença de um
pedagogo para o desenvolvimento das melhores soluções de
aprendizagem.
Dentre essas empresas, podemos citar:
• consultorias;
• edtechs;
• instituições de educação superior e educação básica que fazem
uso de ambientes virtuais de aprendizagem;
• empresas que trabalham com educação a distância;
• empresas desenvolvedoras de aplicativos, sites, games etc.
Quais são as atividades que o pedagogo desenvolve nessas empresas?
É claro que isso irá depender do recurso a ser produzido, da tecnologia a
ser empregada e dos tipos de serviços oferecidos pelas empresas, mas
de modo geral o pedagogo atua:
No planejamento das soluções educacionais que serão
desenvolvidas.
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Na definição dos recursos educacionais que serão utilizados
de acordo com os objetivos educacionais.
Na adaptação dos conteúdos que serão aplicados nas
tecnologias e plataformas digitais.
Na construção de ambientes virtuais de aprendizagem.
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Na construção de objetos de aprendizagem.
Na construção de games, sites e aplicativos para fins
educacionais.
Na definição das melhores práticas educativas utilizando
diferentes tecnologias educacionais.
Atualmente, existe uma profissão que não é exclusiva de pedagogos,
mas é uma área na qual muitos desses profissionais atuam: o design
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mas é uma área na qual muitos desses profissionais atuam: o design
instrucional/educacional/pedagógico. Existem muitas terminologias
que nomeiam esse profissional, mas resumidamente ele faz o desenho
da prática educacional utilizando métodos, técnicas, ferramentas e
informações. Vamos falar um pouco mais sobre essa área a partir de
agora.
Behar (2009) descreve algumas variações desse profissional:
Designer Instrucional
É aquele que planeja os materiais didáticos e seus objetivos
pedagógicos.
Designer Educacional
É aquele que, considerando os fatores pedagógicos, atua na produção
de materiais educacionais com o objetivo de potencializar as situações
de aprendizagens especificas.
Designer de Sistemas
É aquele que faz o planejamento de um sistema considerando a
finalidade educacional.
Você deve estar se perguntando: o que eu preciso saber para
desenvolver essas atividades? Além de todo o conhecimento que você
vem construindo ao longo do curso, é importante que o designer
instrucional/educacional/pedagógico conheça esses diferentes
aspectos, de acordo com Behar (2009):
• Os diferentes tipos de imagens e saiba aplicá-las de modo a apoiar
a prática pedagógica, e não apenas como uma ilustração de alguma
informação;
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• Os tipos de navegação que podem ser utilizadas para apresentar
um conteúdo: linear, não linear, mista etc.;
• Os tipos de interação que as ferramentas digitais proporcionam ao
usuário;
• Como organizar um conteúdo de modo a possibilitar um diálogo
entre o usuário e o sistema que está sendo utilizado;
• Diferentes tipos de recursos, mídias e tecnologias digitais.
Design é uma área cuja demanda por profissionais capacitados vem
crescendo consideravelmente nos últimos anos. Por isso, vale a pena
conhecer e se aprofundar no estudo desse campo de atuação do
pedagogo, para que, caso essa seja a sua escolha profissional, você seja
capaz de construir materiais educacionais digitais de boa qualidade e
que contribuam para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos
que farão uso deles.
E então, gostou de conhecer algumas das possibilidades de atuação
profissional que você pode escolher para desenvolver o seu estágio?
Antes de seguirmos para o próximo módulo, vamos relembrar alguns
dos principais pontos que foram tratados aqui:
Objetiva promover o acesso à educação às pessoas
necessitadas e que por vezes são marginalizadas.
Busca desenvolver práticas educativas humanizadas em
Pedagogia Social 
Pedagogia Hospitalar 
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Busca desenvolver práticas educativas humanizadas em
hospitais com o objetivo de dar continuidade à aprendizagem a
crianças e adolescentes que, por estarem hospitalizados, não
podem frequentar a escola.
Tem como objetivo o desenvolvimento do conhecimento nas
empresas e, consequentemente, mudanças no comportamento
dos colaboradores, tornando-o alinhado com a missão, a visão e
os valores da empresa.
A atuação do pedagogo nos meios digitais tem como objetivo
promover a aprendizagem por meio de diferentes recursos,
tecnologias, mídias e plataformas digitais.
Agora sim podemos seguir para o próximo módulo. Fique esperto, pois,
a seguir, veremos o que você deve fazer depois que definir qual a sua
área de interesse.
Experienciando as práticas
Assista agora a um vídeo em que se relacionam as práticas e vivências
Pedagogia Empresarial 
Pedagogia nos meios digitais 

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Assista agora a um vídeo em que se relacionam as práticas e vivências
no contexto da educação. Vamos lá!
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Uma possível área de atuação em espaços não escolares do
pedagogo são os hospitais, onde esse profissional presta apoio às
crianças e aos adolescentes que estão internados em tratamento.
Marque a alternativa que apresenta as ações desenvolvidas pelopedagogo nos hospitais:
A
Oferece apoio psicológico aos pacientes e às
famílias; fornece atividades pedagógicas;
desenvolve atividades recreativas nas alas de
internação.
B
Oferece orientações sobre o cuidado com a saúde
em parceria com a equipe médica; desenvolve
atividades pedagógicas; realiza apoio humanístico
às famílias.
Oferece estimulação às crianças e aos
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Parabéns! A alternativa C está correta.
De acordo com Wolf (2007), a atuação do pedagogo nos hospitais
se dá pelas seguintes ações: apoio nas alas de recreação e nas
unidades de internação por meio da estimulação das crianças e dos
adolescentes; fornecimento de classe hospitalar para a
continuidade da escolarização; e apoio emocional e humanístico ao
paciente e à família. O pedagogo não presta apoio psicológico, esse
é um campo de atuação da Psicologia. Portanto, as letras A e E
estão erradas. O pedagogo também não oferece orientações sobre
cuidados com a saúde ou estratégias de cuidado com o paciente.
Portanto, as letras B e D também estão erradas.
Questão 2
C
adolescentes; contribui para a continuação da
escolarização por meio da classe hospitalar; presta
apoio emocional e humanístico ao paciente e às
famílias.
D
Oferece classe hospitalar para a continuidade da
escolarização; orienta as famílias sobre as melhores
estratégias de cuidado com o paciente; presta apoio
emocional.
E
Oferece apoio humanístico e psicológico aos
pacientes e à família; fornece orientações sobre as
melhores práticas pedagógicas a serem
desenvolvidas; realiza atividades recreativas.
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O design instrucional/educacional/pedagógico é uma área em que
o pedagogo é muito requisitado, pois ele é responsável por
desenhar a melhor solução educacional utilizando diferentes mídias
e tecnologias digitais. Marque a opção que apresenta corretamente
as variações desse profissional, com base em Behar (2009):
A
Designer instrucional: é aquele que planeja os
materiais didáticos; designer de imagens: é aquele
que desenha as imagens; designer de redes: é
aquele que desenha as estruturas de redes.
B
Designer institucional: é aquele que faz o modelo de
uma instituição educacional; designer de sistemas:
é aquele que faz o planejamento de um sistema
considerando a finalidade educacional; designer
educacional: é aquele que, considerando os fatores
pedagógicos, atua na produção de materiais
educacionais com o objetivo de potencializar as
situações de aprendizagem.
C
Designer instrucional: é aquele que planeja os
materiais didáticos; designer de imagens: é aquele
que desenha as imagens; designer educacional: é
aquele que, considerando os fatores pedagógicos,
atua na produção de materiais educacionais com o
objetivo de potencializar as situações de
aprendizagem.
Designer instrucional: é aquele que planeja os
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Parabéns! A alternativa D está correta.
De acordo com Behar (2009), o designer pode ser instrucional,
educacional ou de sistemas. O design de imagens, o design de
redes e o design institucional não são de responsabilidade do
designer instrucional/educacional/pedagógico, pois a finalidade
desse profissional é sempre a promoção da educação por meio da
construção do conhecimento utilizando diversos tipos de recursos
e tecnologias educacionais. Portanto, as alternativas A, B, C e E
estão erradas.
D
Designer instrucional: é aquele que planeja os
materiais didáticos; designer educacional: é aquele
que, considerando os fatores pedagógicos, atua na
produção de materiais educacionais com o objetivo
de potencializar as situações de aprendizagem;
designer de sistemas: é aquele que faz o
planejamento de um sistema considerando a
finalidade educacional.
E
Designer instrucional: é aquele que planeja os
materiais didáticos; designer institucional: é aquele
que faz o modelo de uma instituição educacional;
designer educacional: é aquele que, considerando os
fatores pedagógicos, atua na produção de materiais
educacionais com o objetivo de potencializar as
situações de aprendizagem.
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3 - Projetos Pedagógicos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de elaborar um projeto de ensino voltado para
instituições não escolares.
Ligando os pontos
Durante o estágio do curso de Pedagogia, Maria (nome fictício),
estudante do 4º período, verificou que havia muitos pais de alunos não
alfabetizados. Eles não sabiam escrever o próprio nome e tinham
dificuldades para compreender as informações dadas pela professora
nas reuniões de responsáveis. A professora Célia comentou que a maior
parte dos pais trabalhavam fora e quase não tinham tempo para
acompanhar a educação de seus filhos.
Assim, entendendo a necessidade de ajudar os responsáveis, a
estagiária perguntou para a professora e para a equipe pedagógica se
ela poderia desenvolver um projeto de alfabetização com os pais que
necessitassem de ajuda para ler e escrever, pois esse direito era
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necessitassem de ajuda para ler e escrever, pois esse direito era
assegurado para todos os cidadãos. A coordenadora gostou da ideia,
sobretudo porque há na escola a turma de educação de jovens e adultos
(EJA); contudo, ela ressaltou que havia uma baixa adesão dos adultos.
Diante dessa situação, a estagiária pensou em elaborar, junto com a
professora da turma da EJA, um plano de ação que engajasse os
responsáveis no projeto. O plano consistia em trazer uma linguagem
acessível para as aulas, de modo a favorecer a alfabetização desses
pais mediante questões experenciadas em seu cotidiano, levando-os a
uma aprendizagem mais significativa. O convite para a aula inaugural do
projeto foi feito na reunião com os responsáveis que ocorreu na semana
seguinte.
A aula inaugural contou com uma adesão considerável e a professora
conseguiu sensibilizá-los quanto à importância do protagonismo que
eles exerciam dentro da sociedade. Considerando as experiências dos
estudantes, a professora iniciou a aula com uma roda de conversa, com
objetivo de construir um espaço de diálogo, permitindo aos envolvidos a
possibilidade de se expressarem e aprenderem em conjunto.
Após leitura e reflexão do caso apresentado, é hora de aplicar seus
conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
Questão 1
A professora Célia, durante o projeto desenvolvido em parceria com
a estagiária, pediu que cada um dos estudantes falasse a respeito
das comidas que mais gostavam. ''Vocês gostam de cozinhar?'',
''Qual a comida preferida?'', ''Existe algum tempero que não pode
faltar na comida?'', e uma série de outras perguntas. A partir dessa
discussão, a professora organizou um dia da culinária na escola.
Essa proposta da professora
está de acordo com o currículo formal da escola, já
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Questão fácil? Talvez aqui no papel. Pare um momento e pense em
suas experiências estudantis. Quantas vezes você viu mera
exposição de conteúdo ser efetiva, ao passo que a culinária estaria
em uma grade curricular irreal, fora dos saberes “formais”? Pense
em como festas e feiras eram lidadas por professores como
“diversão” e “bagunça”, não aprendizagem. E os pais preocupados
que o filho ou a filha não estão tendo “aulas”?Controvérsias e
A
com o currículo formal da escola, já
que vai de encontro com os saberes adquiridos por
eles durante suas vidas.
B
está vinculada a uma concepção de escolaridade e,
por isso, não deve ser compreendida como uma
atividade pedagógica, mas sim como uma atividade
de sociabilização. 
C
valoriza as aprendizagens adquiridas pelo indivíduo,
afinal são os saberes que a vida demanda, e o que
era tradicional ficou para outro momento, medido e
pensado por formas e mecanismos avaliativos.
D
a atividade é controversa e vai ser questionada por
professores como o de Matemática, dizendo que se
fosse para saber medida tinha sentido, mas fazer
comida na escola é um equívoco.
E
está ligada a uma concepção de escolaridade que
valoriza a participação dos alunos em seu processo
de aprendizagem. 
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que o filho ou a filha não estão tendo “aulas”? Controvérsias e
críticas vão existir, mas a escolarização e os projetos integradores
têm uma função rica na aprendizagem e isso precisa ser
estimulado. As discussões em grupo são necessárias, pois
possibilitam que os indivíduos pensem coletivamente,
compartilhando suas ideias e experiências a fim de que novos
conhecimentos sejam construídos.
Questão 2
Um dos participantes do projeto comentou em uma aula que nunca
havia conhecido um museu por dentro, mas que achava bonita a
arquitetura. Ao ouvir aquilo, Maria propôs à turma um dia de visita
de campo, para que todos pudessem ter a oportunidade de
conhecer um museu. Maria foi até ao Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro e agendou o último horário disponível para visitação.
Eles aproveitaram ao máximo a experiência e disseram que
levariam seus filhos no final de semana para verem a exposição
“Terra em tempos: fotografias do Brasil”, da curadora Beatriz
Lemos. Essa proposta de Maria fez com que os estudantes
A
desenvolvessem a memorização e a repetição,
necessárias para refletir sobre os conhecimentos
presentes naquele espaço.
B
desenvolvessem diversas competências e
habilidades, além de experimentarem novas
aprendizagens por meio da alteridade.
C
desenvolvessem competências sociais, pois isso
ajuda na vida das pessoas, apesar de não se
relacionar com a aprendizagem formal.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A proposta de Maria possibilitou a descoberta de novas
aprendizagens, a ampliação do conhecimento sobre o tema
apresentado na exposição, além do fortalecimento das relações
entre os participantes do projeto. A lógica de que o ensino é o
centro do debate e o professor é quem leva, na escola ou no projeto,
é um erro. Aprendizagens são construídas, trocadas, fomentadas e
por isso precisam ser avaliadas. Não é prova, é desenvolvimento,
debate, crescimento, trazendo como centro as vivências e as
possibilidades de interpretar essas vivências e, a partir daí, lidar
com os saberes “científicos” ou escolarizados.
Questão 3
A abordagem de projetos tem como objetivo tornar o aluno protagonista
no processo de construção da aprendizagem. Os projetos são uma
proposta de intervenção pedagógica que pode ser aplicada para a
promoção da aprendizagem em diferentes contextos. O projeto é
sempre intencional; coloca o aluno no centro do processo; é autêntico,
pois parte de um contexto real; busca gerar soluções; e acontece em
várias etapas. Os projetos podem ser referentes à vida cotidiana, do tipo
empreendimentos, ou ainda projetos de aprendizagem. Então agora
imagine a seguinte situação, que pode ter acontecido com vários dos
alunos que você viu no caso acima: “Eu voltar a estudar? Trinta anos
longe da escola, e já sei que não aprendo”. Você conhece pessoas
D
fossem influenciados de modo negativo, pois aquela
realidade não faz parte da vida deles e a educação
deveria então romper.
E
não fossem influenciados de forma direta, afinal a
lógica é romper com aquela vida cotidiana.
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longe da escola, e já sei que não aprendo”. Você conhece pessoas
assim? Por isso a importância de elaboração de projetos. Um projeto
deve atender a uma função social, a uma resposta a ser dada e
organizada por alunos e professores. Como o caso mostrou, é um
desafio de manutenção, engajamento e vinculação.
Vamos a um exemplo do EJA. Várias escolas — ambientes formais —
ficam com vagas ociosas, mesmo sabendo que potencialmente a região
tem demanda. A organização de um projeto de retorno ao ambiente
educacional, fortalecendo sociabilização, oportunidade de se preparar
para enfim seguir para educação formal é algo recorrente e
fundamental.
Agora é com você! Se você se sentiu tocado pelo assunto, crie um
projeto, organizado, formal, observando todos os itens pertinentes.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
Seu objetivo é preparar e estimular o ingresso de alunos nas
escolas formais de EJA, em especial alunos de baixa ou sem
escolaridade. Comece por fazer um diagnóstico, pense no público
a ser atendido, os objetivos, a metodologia, a avaliação. Compare
o que você propôs inicalmente e o que está aqui indicado, se não
pensou em todas as possibilidades retome e detalhe.
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Projetos, uma possibilidade para o
estágio
Uma vez que você conheceu as possíveis áreas de atuação do
pedagogo em instituições não escolares, é a hora de pensar no projeto
que poderá desenvolver. Como vimos, a Resolução CNE/CP nº 1, de 15
de maio de 2006 prevê que na formação do pedagogo ele possa atuar
em espaços não escolares e, dessa maneira, possa também
desenvolver projetos que sejam contabilizados como estágio curricular.
Inicialmente, é importante que você compreenda que a abordagem
de projetos tem como objetivo principal tornar o aluno protagonista
no processo de construção da aprendizagem. Para entender a
importância dos projetos, basta olhar para a necessidade do
desenvolvimento integral de um sujeito. Hernandez (1998) ressalta
que nesse desenvolvimento, é importante que o indivíduo seja capaz
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que nesse desenvolvimento, é importante que o indivíduo seja capaz
de compreender o mundo em que vive, analisando, interpretando e
tendo acesso a informações que irão auxiliá-lo nesses processos.
Mas como promover esse desenvolvimento integral? Os projetos são
uma excelente solução! Para Rué (2002), os projetos são estratégias de
ação que possuem três características: buscam a transformação do
contexto real; possuem uma noção de sentido, razão de ser da ação e é
isso que orienta o desenvolvimento da estratégia; e pautam as ações no
contexto no qual o projeto será desenvolvido.
Perceba que o projeto tem sempre um olhar para frente, projeta o futuro,
parte de uma realidade e define as ações necessárias para se alcançar
um objetivo proposto. Abrantes (1995) sinaliza algumas características
que são fundamentais em todo projeto:
• É sempre uma atividade intencional e, nesse sentido, o
envolvimento dos sujeitos públicos-alvo do projeto é essencial para
que se possa dar significado às atividades desenvolvidas.
• É necessário que o aluno seja autônomo e compreenda que é
responsável pelo trabalho e decisões tomadas ao longo do
trabalho. Além disso, os projetos possuem um forte senso de
corresponsabilidade, uma vez que, em geral, são realizados em
grupo.
• São autênticos, considerando que, geralmente, os problemas a
serem resolvidos partem de um contextoreal e nos projetos é
estimulado que o sujeito possa construir as suas próprias
respostas e soluções para os problemas apresentados.
• Utiliza problemas complexos e objetiva gerar soluções por meio de
atividades para a problemática definida.
• Possui várias etapas de execução.
Ainda sobre projetos, Girotto (2002, p. 92) afirma: “Podemos situar os
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Ainda sobre projetos, Girotto (2002, p. 92) afirma: “Podemos situar os
projetos como uma proposta de intervenção pedagógica que dá à
atividade de aprender um sentido novo, por meio dos quais as
necessidades de aprendizagem afloram nas tentativas de se resolver
situações problemáticas”.
Comentário
Observe que o projeto é uma excelente estratégia que pode ser aplicada
em contextos não escolares, com o objetivo de promover a
aprendizagem, afinal, essa é uma abordagem que possui uma relação
íntima com a realidade na qual os sujeitos estão inseridos, partindo
desse contexto para a projeção das ações a serem desenvolvidas. Por
isso, neste módulo, conheceremos os tipos de projetos e como eles
podem ser elaborados. Vamos em frente!
Tipos de projetos
Acredito que você já tenha compreendido que o projeto deve estar
intimamente relacionado com a vida do sujeito. Isso é importante nessa
estratégia, pois, à medida que esse indivíduo é colocado diante de
experiências educativas que tenham relação com o contexto no qual
está inserido, será possível potencializar a construção do conhecimento
de forma significativa. Além disso, nessa perspectiva, o sujeito sai da
posição de quem recebe o conhecimento e passa a ter uma atitude ativa
na elaboração de novos conceitos e soluções para os problemas
apresentados.
Agora vamos conhecer os tipos de projetos com base em Jolibert et al.
(1994). Mas atenção! Dependendo dos objetivos que você determinar, é
possível que esses tipos de projetos estejam presentes em uma mesma
abordagem. Os projetos podem ser:
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Abordam temas relacionados à vida cotidiana do público-alvo,
considerando aspectos relativos à existência e à vida em
comunidade. Podem ser trabalhados temas como: organização
do espaço, do tempo, das atividades, das responsabilidades, das
regras, dentre outros (JOLIBERT et al., 1994).
Agora, de forma mais prática, veja um exemplo de aplicação
desse tipo de projeto:
Uma empresa do setor de logística identificou que a
comunicação entre as áreas que compõem a sua estrutura não
tem sido eficaz. Em muitos casos, informações relevantes não
são repassadas para as áreas específicas gerando grandes
problemas na distribuição dos produtos. Devido à grande
demanda de trabalho, esses colaboradores não dispõem de
tempo para serem alocados em uma sala de aula para um curso
presencial. Diante disso, um projeto possível é o
desenvolvimento de um curso on-line abordando a importância
da comunicação efetiva no ambiente de trabalho. Esse curso
pode ser desenvolvido em um ambiente virtual de
aprendizagem no qual os colaboradores terão acesso a todo o
conteúdo em formato de vídeos, textos, sites e atividades.
Assim, eles poderão acessar de qualquer lugar e no tempo que
desejarem.
Nesse tipo de projeto são trabalhadas atividades complexas que
são definidas para se alcançar uma meta estabelecida
Referentes à vida cotidiana 
Do tipo empreendimentos 
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(JOLIBERT et al., 1994). Alguns temas que podem ser
trabalhados: organização de um espaço, instalação de um
serviço, realização de um evento.
Vejamos de maneira prática um exemplo desse tipo de projeto:
Imagine um hospital no qual já existem pedagogos
desenvolvendo atividades educativas com as crianças e
adolescentes em tratamento. Ele dispõe de um espaço de
leitura com diversos livros disponíveis que, no entanto, não são
utilizados pelos pacientes. Uma proposta de projeto,
considerando esse fator, é a criação de um evento voltado para
a promoção da leitura com o desenvolvimento de atividades
lúdicas.
Esse tipo de projeto busca desenvolver atividades que
promovam a aprendizagem de modo a alcançar objetivos
específicos, que podem se estender ao longo de um período
maior, como um ano (JOLIBERT et al., 1994). Um exemplo desse
tipo de projeto é o trabalho com os conteúdos de uma disciplina
específica.
Agora, veja na prática como esse tipo de projeto pode ser
aplicado:
Pense em uma instituição que presta auxílio a idosos por meio
de atividades físicas, educacionais e sociais e que tem como
objetivo proporcionar a esse público melhor qualidade de vida.
Essa instituição está localizada em uma região humilde e, ao
observar o público-alvo, identificou-se que a maioria dos idosos
não tiveram acesso à educação formal e, por consequência, não
sabem ler e escrever. Sabendo disso, é possível desenvolver um
Do tipo aprendizado 
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projeto de alfabetização desses idosos com o objetivo de
permitir que eles exerçam a sua cidadania com mais eficácia,
por meio do acesso à informação de maneira independente.
Percebeu que o projeto pode ser aplicado em diferentes contextos e de
forma variada? Por isso ele é tão flexível! Mas não menos importante é
o tempo de duração que um projeto pode ter e essa característica
reforça a flexibilidade dessa estratégia pedagógica, pois a depender do
contexto, um projeto pode ser desenvolvido em uma semana, um mês
ou até mesmo ao longo de um ano.
Agora que você já conheceu os tipos de projetos que podem ser
desenvolvidos, aprenderemos como construir um projeto para contextos
não escolares.
Como elaborar um projeto de estágio
Chegou a hora de você conhecer as etapas para a elaboração de um
projeto de estágio. Nessa fase, a primeira ação que você deve realizar é
a busca por instituições da sua área de interesse. Vasconcelos (2012)
traz algumas dicas para essa fase inicial:
 Procure instituições que tenham um pedagogo
exercendo a função na qual você tem interesse em
desenvolver um projeto.
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 Escolha uma instituição que seja próxima à sua
residência ou ao seu trabalho. Isso facilitará o seu
deslocamento.
 Uma vez selecionada a instituição, o próximo passo
é estabelecer contato com os dirigentes e
apresentar o seu interesse em desenvolver um
projeto de estágio. Essa conversa inicial abrirá
caminho para que você possa realizar a sondagem
da instituição, próxima ação dessa fase inicial.
 Na sondagem, busque informações sobre a
instituição, os trabalhos que desenvolve, a estrutura
física e de pessoal, os espaços disponíveis e
procure conhecer o contexto em torno do qual a
instituição está inserida. Faça, também, um
diagnóstico procurando identificar os principais
problemas da instituição. Você pode realizar esse
diagnóstico por meio de entrevistas, questionários,
reuniões com as pessoas envolvidas. Lembre-se de
que essa fase é muito importante, pois é a partir
dela que você poderá definir qual a temática do seu
projeto de estágio.
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Depois que você já definiu a área de interesse, escolheu a instituição,
conheceu o contexto e realizou o diagnóstico, é hora de elaborar o seu
projeto de estágio, que deve ter a estrutura que veremos a seguir:
 Em posse de todas essas informações, é hora de
organizar os dados