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Epidemiologia unidade 2

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Epidemiologia- unidade 2 
Fonte de dados para o estudo descritivo 
Inicialmente é preciso entender as atribuições do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA): 
 
Gerenciar esse sistema exige vários requisitos. Conheça cada um deles: 
 
O MAPA realiza o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Informação em Saúde Animal por meio 
do desenvolvimento de soluções informatizadas relacionadas à área da saúde animal, com 
destaque para: 
 
Esses sistemas têm por objetivo: 
• fornecer os instrumentos adequados para o gerenciamento de atividades conduzidas na 
área da defesa sanitária animal; 
• apoiar os SVEs no fortalecimento dos sistemas locais de vigilância; 
• promover a prevenção e o controle de doenças animais. 
Sistema de informação em saúde animal 
O Sistema Nacional de Informação Zoossanitária (SIZ) engloba o Sistema Brasileiro de Vigilância 
e Emergências Veterinárias (SISBRAVET). 
O SIZ é administrado pela Coordenação de Informação e Epidemiologia (CIEP), que faz parte do 
Departamento de Saúde Animal, que gerencia os dados sobre ocorrência de doenças animais no 
Brasil e outros de interesse para a saúde animal. 
 
 
Dando continuidade, conheça os desdobramentos dos objetivos apresentados. 
• Alimentação do banco de dados: A alimentação do banco de dados é realizada por 
registros sobre ocorrência de doenças animais oriundos de serviço veterinário oficial, setores 
ligados à saúde pública, ao meio ambiente, ao ensino, a pesquisa, a laboratórios e à iniciativa 
privada. 
• Atividades de fiscalização e vigilância: Esses dados referem-se às atividades de 
fiscalização e vigilância conduzidas pelo serviço veterinário oficial (SVO), em atendimentos 
a notificações de casos suspeitos ou confirmados de doenças animais e em matadouros. 
• Atividades do SVO: O SVO avalia, registra e consolida os dados oriundos de atendimentos 
realizados pelos profissionais da iniciativa privada ligados à área da saúde animal, a 
instituições de ensino e pesquisa, e ocorrências de doenças provenientes de outras 
instituições públicas. 
• Responsabilidade dos estados, DF e municípios: O SIZ é subordinado ao MAPA, 
cabendo aos estados, Distrito Federal e municípios a responsabilidade do fornecimento de 
dados primários e informações locais. 
• Atividades do DAS: No MAPA, o Departamento de Saúde Animal (DSA), por meio da 
Divisão de Epidemiologia (DEP), gerencia o Sistema de Informações Zoossanitárias e 
promove a coleta, a organização, a consolidação, a análise epidemiológica e a divulgação 
de dados sobre saúde animal. 
• Atividades da CGCD e do DAS: O acompanhamento e o gerenciamento de ações de 
vigilância, prevenção, controle e erradicação de doenças de animais relacionadas aos 
programas zoossanitários nacionais são promovidos pelas unidades organizacionais da 
Coordenação Geral de Combate a Doenças (CGCD), do Departamento de Saúde Animal 
(DSA). 
• Banco de dados do SIZ: O banco de dados do SIZ contém uma lista de doenças de 
notificação obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial por aqueles que tenham conhecimento 
de casos confirmados ou até mesmo de suspeitas. 
• Notificação de doenças: As doenças devem ser notificadas aos Serviços Veterinários 
Oficiais dos Estados (SVEs), às Unidades Veterinárias Locais (UVLs) ou aos escritórios de 
atendimento à comunidade, com sede nos SVEs ou nas Superintendências Federais de 
Agricultura (SFAs). 
• Formulário de notificação de suspeita ou ocorrência de doenças animais: Todos 
aqueles que identificarem as doenças da lista obrigatória (médicos-veterinários, 
pesquisadores ou professores) devem usar o Formulário de notificação de suspeita ou 
ocorrência de doenças animais (Form Notifica), para doenças das categorias 1, 2 ou 3 da 
lista de notificação obrigatória e doenças exóticas ou emergentes. 
Epidemiologia: definição e objetivos 
Epidemiologia é definida como: 
A disciplina que estuda a distribuição e os fatores determinantes dos diferentes tipos de doenças 
(infecciosas ou não infecciosas) ou condições relacionadas à saúde em populações específicas. 
Recentemente foi incorporada à definição de epidemiologia a aplicação desses estudos para o 
controle de problemas de saúde humana e animal. 
Em epidemiologia, os termos estudo, distribuição, fatores determinantes, condições 
relacionadas à saúde, em populações específicas, são considerados fundamentais para a 
compreensão da dinâmica de doenças nas populações humana e animal. 
Esses termos em destaque serão conceituados a seguir. 
• ESTUDO: O estudo em epidemiologia inclui vigilância, observação, pesquisa analítica e 
experimentação da doença em população, região e período de tempo determinados. 
• DISTRIBUIÇÃO: A distribuição corresponde à análise por tempo, local e características de 
indivíduos em períodos determinados. 
• DETERMINANTES: Os determinantes são todos os fatores físicos, biológicos, sociais, 
culturais e comportamentais que influenciam a saúde de uma população em uma região e 
em um período de tempo determinados. 
• CONDIÇÕES: As condições relacionadas à saúde incluem doenças infecciosas e não 
infecciosas, causas de mortalidade, hábitos de vida, provisão e uso de serviços de saúde e 
acesso a profissionais de saúde e medicamentos. 
• POPULAÇÕES: As populações especificadas são aquelas com características identificadas, 
como, por exemplo, determinada faixa etária em uma dada população, sexo e espécie. 
A epidemiologia descritiva realiza o estudo da distribuição da frequência de doenças e agravos à 
saúde coletiva em função de variáveis ligadas ao indivíduo, ao espaço e ao tempo. 
 
Isso possibilita o detalhamento do perfil epidemiológico, com vistas à promoção da saúde individual 
e coletiva. 
Na medicina veterinária, o objetivo da epidemiologia descritiva é estudar a distribuição da 
frequência de eventos relacionados à saúde animal com relação a população, espaço e tempo. 
Quem tem a doença? 
Determinam-se: 
• características gerais dos animais, como espécie, raça, idade, sexo e outros fatores 
associados; se vivem isoladamente ou em aglomeração (rebanho de corte, rebanho de leite, 
animais confinados para engorda, reprodução ou abate); 
• indicadores socioeconômicos locais que possam contribuir direta ou indiretamente com a 
instalação e propagação da doença (nível socioeconômico, de escolaridade e cultural de 
proprietários, renda familiar, condições higiênico-sanitárias). 
Onde está ocorrendo o problema? 
É utilizado para determinar o lugar/espaço da ocorrência: 
• divisões geopolíticas (país, região, estado, município); 
• setor censitário, bairros; 
• locais específicos dentro de uma propriedade; 
• ambiente físico e biológico (regiões alagadiças, regiões secas, regiões áridas, regiões de 
mata). 
Como muda com o tempo? 
A evolução da doença caracteriza-se, conforme determinado período de tempo, por: 
• séries históricas que avaliam a ocorrência da doença ao longo de uma determinada escala 
de tempo (dias, semanas, meses, anos); 
• padrões de ocorrência temporal (sazonalidade; seculares). 
 
Na epidemiologia descritiva, este tipo de estudo é utilizado para: 
• avaliação do comportamento de doenças; 
• comparação de indicadores em diferentes regiões; 
• identificação de grupos de risco; 
• formação de bases para o planejamento de um programa de saúde animal; 
• geração de hipóteses sobre supostos fatores de risco a serem investigados em estudos 
analíticos. 
Principais medidas de ocorrência (indicadores) em epidemiologia 
As medidas de ocorrência em epidemiologia são utilizadas para: 
• descrever a distribuição das diferentes doenças na população; 
• quantificar seu desfecho, fato fundamental para o estudo de um determinado problema; 
• descrever outras características da população em estudo como, por exemplo, o uso de 
carrapaticidas em animais com erlichiose ou babesiose em um rebanho. 
As medidas de ocorrência são muito importantes para identificar gruposde risco, além de servirem 
como provável explicação para diferentes variações observadas em suas frequências. 
Saber como quantificar ou mensurar a ocorrência de um fenômeno consiste na habilidade de 
estudar um problema, agravo ou condição de saúde. 
Esse conhecimento possibilita a promoção de medidas de tratamento, profilaxia de prevenção e o 
planejamento em saúde. 
A ocorrência ou condição de uma doença pode ser avaliada de duas formas: 
• examinando-se um grupo de animais em determinado tempo para identificar os que foram 
acometidos por característica ou doença em particular; 
• acompanhando um grupo de animais por um determinado período para verificar o 
surgimento de novos casos 
Para o entendimento da medida de ocorrência de uma doença ou condição em uma população 
animal, é preciso conhecer os conceitos matemáticos básicos: 
• Razão: O termo razão corresponde à divisão de um número por outro. Este número varia de 
zero a mais infinito (+∞). 
• Proporção: O termo proporção compreende toda razão em que o numerador está contido 
no denominador. Varia de zero a um, quando expresso em termos absolutos, ou percentuais 
ou relativos, que variam de 0 a 100%. 
• Odds: A palavra Odds é inglesa, sem tradução para a língua portuguesa, e corresponde à 
divisão do número ou probabilidade de que um evento ocorra pelo número ou probabilidade 
de que um evento não ocorra. 
• Taxa: O termo taxa corresponde à velocidade imediata de uma mudança por unidade de 
tempo. A taxa pode variar de zero a mais infinito (+∞). Ela não mensura a proporção da 
população afetada, mas a razão do número de casos pelo tempo em risco de se apresentar 
a doença. 
As principais medidas de ocorrência utilizadas em epidemiologia são: 
• medidas estáticas (prevalência); 
• medidas dinâmicas (incidência). 
Medidas de ocorrência estáticas 
Conheça os três tipos de ocorrências estáticas: instantânea, em períodos e Odds. 
Prevalência 
Corresponde a um determinado estado em um período ou à quantidade de ocorrências de uma 
doença em uma população conhecida ao longo de um período ou em um dado instante. 
Uma série de prevalências pode ser combinada para se obter uma sequência da ocorrência da 
doença ao longo de um período, como, por exemplo, o auxílio para a tomada de decisões. 
A prevalência não distingue casos novos de casos antigos, ela fornece uma informação estática 
sobre a frequência da doença, e não sua evolução. 
 
 
 
 
 
tipos de prevalência 
 
Há mais de 50 anos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em parceria 
com a iniciativa privada, vem criando e desenvolvendo programas com o objetivo de erradicar a 
febre aftosa de rebanhos brasileiros. Os resultados são extremamente satisfatórios, uma vez que 
o último caso registrado no Brasil foi em 2006. 
Medidas de ocorrência dinâmicas 
 
Assim, o numerador refere-se ao número de casos novos, e o denominador pode variar, na 
dependência do tipo de medida de incidência que é adotada, conhecida como: 
incidência cumulativa ou risco e densidade de incidência. 
INCIDÊNCIA CUMULATIVA OU RISCO 
É uma proporção que estima o risco de desenvolvimento de uma doença ou problema de saúde 
em uma população animal durante um período de tempo. 
 
Ela estima o risco médio de adoecimento em um grupo de animais em uma população e trabalha 
com populações fixas, nas quais não ocorre a entrada ou saída de novos animais após a definição 
da população em estudo e do início do acompanhamento. 
 
A interpretação da incidência cumulativa é fácil de ser realizada. 
DENSIDADE DE INCIDÊNCIA 
É aplicada a populações dinâmicas, e seu cálculo possibilita a entrada ou saída de novos animais 
após o início do acompanhamento ou estudo. 
 
É uma medida de velocidade, expressa em taxas, e, ao contrário da incidência cumulativa, sua 
interpretação é mais complexa. 
 
O denominador para o cálculo da densidade de incidência é composto pelo número de animais 
livres da doença multiplicado pelo tempo em que os animais ficaram em risco no período observado. 
 
Às vezes, contabilizar o período em que cada animal permaneceu em risco de apresentar o 
desfecho ou doença pode ser trabalhoso e levar muito tempo. Por este motivo, pode-se utilizar uma 
aproximação chamada de população na metade do período de estudo. Neste caso, o denominador 
para cálculo da densidade de incidência é constituído pelo número de animais que não 
desenvolveram a doença em estudo no final do período observado, somado à metade de animais 
que adoeceram ou apresentaram o desfecho. 
Outras medidas 
Outras medidas de ocorrência em epidemiologia são utilizadas para descrever a distribuição de 
diferentes doenças na população. Incluem medidas de mortalidade, letalidade e taxa de ataque. 
Mortalidade: Entenda a mortalidade e suas variações. 
As medidas de mortalidade são calculadas de maneira semelhante às demais medidas de 
ocorrência, sendo diferenciadas pelo desfecho, que sempre será a morte do animal ou dos animais 
em estudo de uma determinada população. 
A taxa de mortalidade pode ser avaliada por coeficiente de mortalidade, mortalidade 
cumulativa e mortalidade proporcional, os quais serão detalhados agora. 
Coeficiente de mortalidade: Também chamado de taxa ou densidade de mortalidade. Equivale à 
densidade de incidência, ou seja: é calculado pelo número de mortes por determinada doença 
dividido pelo número de animais de uma população em determinado tempo em risco de morrer. 
Mortalidade cumulativa: É obtida pela divisão do número de óbitos de animais pela população em 
risco de morrer no início do período de estudo. 
Mortalidade proporcional: Medida de ocorrência muito utilizada onde os dados de informação 
sobre a saúde animal são escassos ou de qualidade duvidosa. Mesmo em locais onde a estatística 
sobre a saúde animal é precária, há informações sobre o número de animais e as causas do óbito, 
entretanto, não há denominadores populacionais. 
 
Para este cálculo, utiliza-se no numerador o número de óbitos por uma determinada causa e no 
denominador o número total de óbitos. 
Letalidade 
É uma medida de frequência em que todos os animais em estudo estiveram ou estão doentes. 
Como nas outras medidas de ocorrência, pode-se calcular a letalidade pela densidade de letalidade 
e a letalidade cumulativa. Essas medidas trazem informações sobre a gravidade de uma doença, 
como a velocidade com que os animais doentes morrem. 
• Densidade de letalidade: É calculada pela divisão do número de animais mortos pela 
população-tempo em risco de morrer, em que somente os animais acometidos pela doença 
em estudo contribuem para este cálculo. 
• Letalidade cumulativa: É calculada pela divisão do número de animais mortos pelo número 
de animais doentes no início do estudo. 
 
 
 
Taxa de ataque 
Quando o período de risco de surgimento de doença ou seu desfecho é breve, a taxa de ataque é 
utilizada para descrever a proporção de animais que desenvolvem a doença dividida pelo número 
total de animais expostos ao risco ou à doença. 
Por fim, atente para o conceito da brucelose bovina e os prejuízos causados por ela. 
A brucelose bovina é uma enfermidade infectocontagiosa crônica, considerada uma 
antropozoonose de distribuição mundial, causada pela bactéria Brucella abortus. Os prejuízos 
econômicos ocasionados por esta bactéria estão associados: 
• à diminuição da produção de carne entre 10 e 15%; 
• ao aumento do intervalo entre partos de 11,5 para 20 meses; 
• ao aumento de 30% na taxa de reposição dos animais; 
• à queda de 15% no nascimento de bezerros; 
• à queda de 10 a 24% da produção leiteira; 
• à esterilidade de 1 em cada 5 vacas que abortam. 
Levantamentos de 2006 apontaram uma prevalência de brucelose em rebanhos bovinos de 37,3%, 
e de animais isolados de 5,6%. 
Tipos de estudos epidemiológicos 
Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em: 
observacionais e experimentais. 
Demaneira geral, os estudos epidemiológicos observacionais podem ser subclassificados em 
descritivos e analíticos. 
Como os estudos experimentais fogem ao escopo deste trabalho, eles não serão comentados. 
 
Termos utilizados em estudos epidemiológicos 
Os principais termos utilizados nos estudos epidemiológicos são: 
• investigação: Corresponde a qualquer estudo realizado de epidemiologia. 
• Levantamento: Corresponde ao estudo feito com dados já existentes. 
• Inquérito: Corresponde ao estudo elaborado com dados produzidos pelo pesquisador. 
Estudos observacionais descritivos 
Os estudos observacionais descritivos têm por objetivo: 
 
Esses fatores estudados respondem às seguintes perguntas: 
 
A epidemiologia descritiva pode usar dados secundários e primários: 
Secundários 
Dados preexistentes de taxas de morbidade e mortalidade, número de hospitalizações e 
internações. 
Primários 
Dados coletados para o desenvolvimento do estudo. 
Observe a seguir que uma doença ou condição pode variar de acordo com determinadas 
características dos animais. 
A epidemiologia observacional examina como a incidência (casos novos) ou a prevalência (casos 
existentes) de uma doença ou condição, relacionada à saúde dos animais, varia de acordo com: 
• a espécie; 
• a raça; 
• o sexo 
• a idade. 
Quanto à ocorrência da doença/condição de agravo relacionada à saúde animal, ela difere 
conforme: 
• o tempo; 
• a região; 
• a espécie animal. 
Em função desses dados, o veterinário epidemiologista é capaz de identificar grupos de alto risco 
para fins de prevenção de doenças e propor hipóteses etiológicas para investigações futuras. 
Estudos observacionais analíticos 
Os estudos observacionais analíticos têm o objetivo de: 
 
Estes são os principais tipos de estudos analíticos: 
• estudo ecológico; 
• estudo seccional (transversal); 
• estudo de caso-controle (caso-referência); 
• estudo de coorte (prospectivo). 
 
Agora os tipos de estudo apresentados serão detalhados. 
ESTUDO OBSERVACIONAL ECOLÓGICO 
No estudo observacional ecológico, compara-se a ocorrência da doença/condição relacionada à 
saúde e a exposição de interesse entre grupos de animais (rebanhos ou animais de determinados 
países, regiões ou municípios) para verificar a possível existência de associação entre elas. Em um 
estudo ecológico, as medidas de agregados expostos e da doença são comparadas. 
 
Neste estudo, não existem informações sobre a doença e a exposição do animal individualmente, 
mas da população animal. 
 
Uma das vantagens do estudo observacional ecológico é a possibilidade de examinar associações 
entre a exposição e a doença/condição relacionada à coletividade animal. Isso é importante ao se 
considerar que a coletividade de um fenômeno pode diferir da soma das partes do mesmo 
fenômeno. 
 
Embora uma associação ecológica possa refletir uma associação causal entre a exposição e a 
doença/condição relacionada à saúde, a possibilidade do viés ecológico é vista como uma limitação 
para o uso de correlações ecológicas. 
 
O viés ecológico, ou falácia ecológica, é possível, pois uma associação observada entre os grupos 
de animais não significa que a mesma associação ocorra em cada animal da população. 
ESTUDO OBSERVACIONAL SECCIONAL (TRANSVERSAL) 
Nos estudos observacionais seccionais, a exposição e a condição de saúde do animal são 
determinadas simultaneamente. Esse tipo de investigação tem início com um estudo para definir a 
prevalência de uma doença ou condição relacionada à saúde de uma população animal específica. 
As características dos animais doentes são comparadas às dos animais sadios. 
 
Um ponto fraco do estudo observacional seccional é não identificar se a exposição antecede a 
doença/condição relacionada à saúde ou se é consequência dela. 
 
Assim, esse tipo de estudo é considerado insuficiente para determinar associações do tipo causa-
efeito, mas é adequado para identificar animais e características passíveis de intervenção e gerar 
hipóteses plausíveis de diferentes causas de doenças. 
ESTUDO OBSERVACIONAL DE CASO-CONTROLE (CASO-REFERÊNCIA) 
Os estudos observacionais de caso-controle e de coorte podem ser utilizados para investigar a 
etiologia de doenças ou de condições relacionadas à saúde dos animais. Estes estudos também 
podem ser utilizados para investigar a história natural das doenças. 
 
Nos estudos observacionais de caso-controle, inicialmente identificam-se os animais com a doença 
(casos) e, para comparação, os animais sadios (controles). A seguir, determina-se a Odds da 
exposição entre casos e controles. Se existir uma associação entre a exposição e a doença, espera-
se que a Odds da exposição entre casos seja maior que a observada entre os controles, incluída 
também a da variação esperada do acaso. 
 
Os estudos observacionais de caso-controle, ao contrário dos estudos observacionais de coorte, 
partem do efeito ou da doença para a investigação da causa ou exposição, como se observa na 
figura apresentada no fim deste texto, que ilustra o estudo observacional de caso-controle. Ela 
foi extraída da seguinte fonte: 
http://www.epidemio.ufc.br/files/ConceitosBasicosemEpidemiologiaeBioestatistica.pdf 
Vantagens da utilização dos estudos observacionais de caso-controle: 
• tempo mais curto para o desenvolvimento do estudo, uma vez que a seleção dos animais é 
realizada após o surgimento da doença; 
• custo mais baixo da pesquisa; 
• maior eficiência para o estudo de doenças raras; 
• ausência de riscos para os participantes do estudo; 
• possibilidade de investigação simultânea de diferentes hipóteses etiológicas. Por outro lado, 
os estudos de caso-controle estão sujeitos a dois importantes tipos de erros sistemáticos 
(vieses): de seleção e de memória. 
O erro de seleção se refere a animais que fazem parte de grupos casos e controles que podem 
diferir sistematicamente devido a erro na seleção dos animais participantes do estudo. 
 
Já o erro de memória se refere a animais que fazem parte de grupos casos e controles que podem 
diferir sistematicamente pela falta de capacidade de os proprietários ou envolvidos no estudo 
lembrarem de forma correta a história da exposição. 
Estudo observacional de caso-controle 
 
ESTUDO OBSERVACIONAL DE COORTE (PROSPECTIVO) 
Nos estudos observacionais de coorte, inicialmente identifica-se a população de estudo, e os 
animais participantes são classificados em expostos e não expostos a determinado agente 
etiológico ou fator de interesse. 
 
Depois, os animais dos dois grupos são acompanhados para que se verifique a incidência da 
doença/condição relacionada à sua saúde. Se a exposição do animal estiver associada à doença, 
espera-se que a incidência entre animais expostos seja maior do que entre os animais não 
expostos, além da variação esperada do acaso. 
 
Neste tipo de estudo, a mensuração da exposição dos animais antecede o desenvolvimento da 
doença, não sendo sujeita ao viés de memória, como descrito no estudo observacional de caso-
controle. 
Os animais que desenvolveram a doença e os que não a desenvolveram não são selecionados, 
mas identificados em coortes de animais expostos e animais não expostos, não existindo o viés de 
seleção do estudo observacional de caso-controle, como descrito na figura apresentada no fim 
deste texto, que ilustra o estudo observacional de coorte. Ela foi extraída da seguinte 
fonte: http://www.epidemio.ufc.br/files/ConceitosBasicosemEpidemiologiaeBioestatistica.pdf 
Os estudos observacionais de coorte possibilitam determinar a incidência da doença entre animais 
expostos e animais não expostos e a história natural da doença. 
As limitações do desenvolvimento de um estudo observacional de coorte são o alto custo financeiro 
e a perda de animais participantes ao longo do acompanhamento. Os altos custos e as dificuldades 
de execução de um estudo observacional de coorte podem comprometer o desenvolvimentodo 
estudo, principalmente quando é necessária uma grande quantidade de animais participantes ou 
um longo período de tempo para se acumular um número significativo de animais doentes ou de 
eventos que possibilitem estabelecer associações entre exposição e doença animal. 
Assim, os principais objetivos destes estudos consistem em determinar a incidência das condições 
adversas à saúde animal e investigar seus fatores determinantes. 
 
Estudo observacional de coorte 
 
 
contexto dos programas de controle de doenças. 
Atualmente, os médicos-veterinários trabalham em rebanhos (granjas) ou em regiões em que os 
animais apresentam infecções mesmo após terem sido submetidos a programas de controle de 
doenças. 
http://www.epidemio.ufc.br/files/ConceitosBasicosemEpidemiologiaeBioestatistica.pdf
É importante ressaltar a necessidade de considerarem os aspectos econômicos das medidas de 
controle, por meio da utilização de métodos que propiciam a análise do custo-benefício dos 
programas realizados. 
Todos esses problemas requerem identificação, quantificação e análise de múltiplos determinantes 
das doenças, direta ou indiretamente ligados. 
A epidemiologia veterinária, além de investigar doenças, também pesquisa fatores ligados à 
produtividade e ao bem-estar animal nas populações e auxilia na coordenação do uso de diferentes 
conhecimentos científicos na realização de investigações. 
Para isso, é necessária adequada coleta de dados, os quais são analisados por métodos quali e/ou 
quantitativos para se tornarem informações úteis na elaboração de medidas sanitárias, assim como 
no monitoramento da vigilância epidemiológica de uma enfermidade. 
Doenças infecciosas geradas por mais de um microrganismo infeccioso e fatores não infecciosos 
são comuns nas criações intensivas, doenças que servem de barreiras sanitárias e doenças 
emergentes de etiologia complexa. 
Vieses e variáveis de confusão 
Além dos aspectos gerais da pesquisa epidemiológica, os estudos observacionais requerem 
cuidados especiais nos seguintes contextos: 
 
Uma dificuldade dos estudos epidemiológicos é a definição da população-alvo. O viés de seleção 
deve ser lembrado em estudos observacionais caso-controle, pois ocorre quando casos e controles 
diferem entre si devido à forma de seleção. 
Também é importante considerar o efeito de variáveis de confusão nos estudos epidemiológicos. 
O fator de confusão está presente quando duas variáveis são associadas, mas parte da associação, 
ou toda ela, é decorrente de uma associação independente com uma terceira variável (de 
confusão). O efeito de confusão pode ser controlado mediante estratificação da análise de dados. 
Técnicas de amostragem 
As técnicas de amostragem fazem parte da teoria estatística aplicada à epidemiologia, que define 
os procedimentos que devem ser realizados para os planejamentos amostrais e as técnicas de 
estimação utilizadas para a interpretação de resultados. As técnicas de amostragem e o 
planejamento amostral são amplamente utilizados nas pesquisas científicas e de opinião para se 
conhecer alguma característica da população animal. 
 
Nos planejamentos amostrais, a coleta dos dados de cada animal deve ser realizada 
observando-se a metodologia adequada, para que os resultados possam ser extrapolados 
para a população animal. 
Em estatística, esse processo de extensão dos resultados para a população é denominado 
inferência. 
Principais conceitos utilizados para a técnica de amostragem 
• População e amostra: 
 População-objetivo: corresponde à população formada pelo conjunto de animais (ou 
elementos) que devem compor o estudo e para os quais devem ser realizadas as conclusões 
da pesquisa, e que têm, pelo menos, uma característica em comum. 
 
População amostral: corresponde ao conjunto de animais da população que estão 
acessíveis para serem amostrados. 
• Amostra: A amostra corresponde à parcela da população amostral efetivamente 
selecionada para a realização do estudo, conforme processo de seleção adequado. 
• Parâmetro: O parâmetro é uma característica fixa e desconhecida da população animal a 
qual se tem interesse em estudar. Os parâmetros representam quantidades numéricas que 
podem ser interpretadas pelo pesquisador, como, por exemplo, média, proporção, variação, 
taxa de crescimento e ganho de peso. 
• Estimativa: A estimativa corresponde ao valor calculado a partir dos dados obtidos pela 
amostra para se estimar o valor desconhecido do parâmetro. 
• Unidade amostral: A unidade amostral corresponde a cada animal (ou elemento) da 
população animal amostral sobre o qual a medida de interesse será observada. 
 
As unidades amostrais podem ser os próprios elementos da população amostral ou podem 
ser formadas por grupos de elementos, compondo o conglomerado. Os conglomerados 
podem ser formados por: municípios; bairros; quarteirões; ruas; departamentos; prateleiras; 
caixas; lotes de produtos. 
• Sistema de referência: O sistema de referência corresponde a uma lista completa de todas 
as unidades da população animal amostral (aptas a serem selecionadas na amostra). 
• Amostragem probabilística: A amostragem probabilística corresponde à pesquisa por 
amostragem realizada de acordo com critérios bem definidos da teoria estatística de 
probabilidades. Nela todas as unidades da população amostral devem ter a mesma 
probabilidade de serem selecionadas. 
Outro fator importante a ser considerado em um estudo epidemiológico é por que se faz 
amostragem em vez de censo, uma vez que a amostragem apresenta vantagens e 
desvantagens em relação ao censo. 
Ainda sobre a amostragem probabilística, é importante destacar as vantagens e 
desvantagens da pesquisa por amostragem em relação ao censo. 
 
Planos de amostragem 
Para a definição do plano amostral, os planos abaixo devem ser bem definidos em: 
 
Os principais fatores que interferem na escolha do plano amostral são: 
• tamanho da população (N); 
• custo operacional; 
• heterogeneidade da população animal. 
Assim, para que se diminua o erro pela interferência da escolha do plano amostral, os elementos 
da amostra da população animal devem ser selecionados por algum tipo de sorteio. 
Os planos de amostragem mais comuns são: 
amostragem aleatória e amostragem não aleatória 
Amostragem aleatória 
Existem quatro tipos de amostragem aleatória, explicados com detalhes a seguir: 
• AMOSTRAGEM ALEATÓRIA SIMPLES (AAS) 
 
No plano de amostragem aleatória simples (AAS), a amostra de tamanho (n) é selecionada 
ao acaso dentro do tamanho da população (N). Realiza-se por procedimento de sorteio em 
que: 
 um animal é selecionado ao acaso entre os possíveis tamanhos da população (N); 
 o segundo animal é selecionado ao acaso entre os possíveis tamanhos da população 
(N-1) restantes; 
 este processo continua até que todos os animais (n) sejam sorteados. 
Este procedimento tem a característica de não apresentar reposição, indicando que: cada 
animal aparece uma única vez na amostra. 
 
Quando o tamanho da população for muito grande, os dois procedimentos de sorteio 
(com reposição e sem reposição) serão equivalentes. 
Na AAS, a probabilidade de qualquer animal ou elemento da população fazer parte da 
amostra é igual a n/N. 
Os sorteios podem ser realizados por: 
 geração de números aleatórios por computador; 
 tabela de números aleatórios; 
 globos com bolinhas numeradas; 
 qualquer outra forma aleatória de escolha que preserve a propriedade de cada 
unidade amostral (animal) de ter a mesma chance de ser selecionada. 
AMOSTRAGEM ALEATÓRIA ESTRATIFICADA (AAE) 
A amostragem aleatória estratificada (AAE) é utilizada quando a população a ser estudada é muito 
heterogênea ou quando as características observadas variam muito de um animal para outro, 
sendo aconselhável subdividir a população animal em estratos homogêneos. 
A população é dividida em k estratos, em que uma AAS é aplicada em cada um deles. 
Ostamanhos dos estratos podem ser divididos em N1, N2, N3 até Nk. Como resultado, tem-se N1 
+ N2 + N3 + Nk = N. 
Os tamanhos das amostras nos estratos podem ser divididos em n1, n2, n3 até nk. Como resultado, 
tem-se n1 + n2 + n3 + nk = n. 
Dessa forma, a AAE produz resultados mais precisos quando comparada à AAS, mesmo utilizando-
se o mesmo tamanho de amostra. Porém, ela se torna mais cara, por promover a segmentação da 
população a ser avaliada. 
Considerando-se que o tamanho da amostra é n, para se determinar o número de animais a serem 
selecionados em cada um dos estratos, pode-se utilizar a alocação por igual, a alocação 
proporcional ao tamanho do estrato e a alocação ótima. 
 
AMOSTRAGEM ALEATÓRIA POR CONGLOMERADOS (AAC) 
Na amostragem aleatória por conglomerados (AAC), os elementos da população são agrupados 
em conglomerados ou grupos, que constituirão as unidades amostrais a serem selecionadas. A 
divisão da amostragem aleatória por conglomerados deve ser realizada de modo que os 
conglomerados ou grupos tenham as mesmas características da população animal em estudo. 
 
Na AAC, uma AAS é aplicada para a seleção aleatória de k conglomerados ou grupos. Uma vez 
selecionados os conglomerados ou grupos, todos os seus elementos devem ser observados. Este 
procedimento descrito corresponde a uma AAC em um estágio, quando se realiza uma única 
seleção de conglomerados ou grupos. 
 
A AAC também pode ser aplicada em dois ou mais estágios. Na AAC em dois estágios, logo após 
a escolha dos conglomerados ou grupos, aplica-se um segundo sorteio aleatório entre os seus 
elementos. 
 
Amostragem aleatória por conglomerados (AAC) em 1 estágio 
Neste tipo de amostragem, uma AAS é aplicada para a seleção de uma amostra aleatória 
(municípios, por exemplo), e o questionário é aplicado a todas as fazendas dos municípios 
selecionados. 
 
Amostragem aleatória por conglomerados (AAC) em 2 estágios 
Neste tipo de amostragem, no primeiro estágio, aplica-se uma AAS para selecionar uma amostra 
aleatória (municípios, por exemplo). 
No segundo estágio, entre os municípios selecionados no primeiro estágio, sorteia-se uma amostra 
aleatória de fazendas que efetivamente participarão da amostra a ser avaliada. 
A AAC produz resultados menos precisos que a AAS e a AAE quando utiliza o mesmo tamanho de 
amostra, porém é mais barata por agrupar elementos da população animal. Na AAC, o tamanho da 
amostra (n) é determinado depois, pelo número total de elementos observados nos conglomerados 
ou grupos no estágio final de amostragem. 
AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA (AS) 
A amostragem sistemática (AS) é aquela que possui um sistema de referência de fácil acesso. As 
informações a serem coletadas também apresentam fácil acesso, como, por exemplo, fichas de 
cadastro de membros ou produtores de cooperativas, de funcionários, de animais em rebanho e 
outros. 
Com o sistema de referência em mãos, deve-se: 
• determinar o intervalo de seleção, que é dado por R = N/n; 
• sortear um animal dentre os R primeiros da relação; 
• selecionar os animais sistematicamente a cada intervalo de tamanho R. 
Amostragem não aleatória 
Quando não se possui acesso a um sistema de referência para a realização do sorteio, a AAC pode 
resolver a maioria desses casos. Porém, quando isso não for possível, outra saída é a utilização 
de métodos de amostragem não aleatórios. 
Os métodos não aleatórios podem ser divididos em: 
 
No estudo comparativo, certas características são comparadas em duas ou mais populações 
animais, por meio de amostras escolhidas por julgamento. Não são pesquisadas generalidades, 
mas as diferenças entre os grupos de animais em análise. 
Nesse contexto, as amostras devem ser extremamente similares, diferindo apenas no fator 
de comparação do estudo. 
Erro amostral 
 
A imagem abaixo ilustra como é obtido o erro amostral: 
 
O erro decorrente da coleta dos dados é denominado erro não amostral. Assim, o planejamento e 
a execução da pesquisa epidemiológica devem ser realizados com cuidado para evitar o 
surgimento de erros não amostrais. 
Os principais erros observados em amostragem incluem: 
• população acessível diferente da população alvo de estudo; 
• falta ou ausência de resposta; 
• erros de contagem. 
Determinação do tamanho da amostra 
A determinação do tamanho da amostra é um grande dilema, pois deve considerar um erro tolerável 
e a probabilidade de se cometer tal erro. 
O erro tolerável corresponde à margem de erro de estimativas obtidas em relação ao parâmetro θ, 
superior (+) ou inferior (-), como descrito na imagem abaixo, o qual o avaliador do estudo está 
convencido a aceitar. 
 
 
 
 
 
Análise estatística 
 
Existem dois principais tipos de análise estatística: 
• a análise estatística descritiva; 
• a análise estatística inferente ou de modelagem. 
Veja para que é utilizado cada tipo: 
 
As estatísticas descritivas relatam um grande número de dados mediante utilização de gráficos e 
tabelas de contingência, não sendo capazes de mostrar conclusões sobre a população animal da 
qual a amostra foi retirada. Apenas resumem os dados obtidos, apresentando-os em gráficos ou 
tabelas. 
As estatísticas inferenciais apresentam os dados mais detalhadamente, possibilitando o teste de 
hipóteses e de conclusões sobre eles. 
Nesse tipo de análise estatística, uma amostra de todos os dados é examinada, e os resultados 
aplicados ao grupo como um todo. 
As conclusões de uma inferência estatística são uma proposição estatística. 
Algumas formas comuns de proposição estatística podem incluir: 
 estimativas: Correspondem a um valor em particular que mais se aproxima de algum 
parâmetro de interesse. 
 Intervalo de confiança: Obtido por um conjunto de dados extraídos de uma população animal de 
modo que, em amostras repetidas de tal conjunto de dados, os intervalos contenham o valor do 
parâmetro verdadeiro com a probabilidade no nível de confiança declarado. 
 Intervalo de predição: Corresponde a um conjunto de valores contendo, por exemplo, 95% 
da confiança. 
Técnicas para análise estatística 
Existem 13 técnicas utilizadas para análise estatística, as quais serão compartilhadas a seguir. 
MÉDIA 
A média aritmética é a medida de tendência central mais utilizada, definida como a soma de valores 
teóricos de todas as observações (elementos de uma mesma amostra) dividida pelo número de 
observações, conforme apresentado no fim do texto. 
A média é útil para determinar a tendência geral de um conjunto de dados ou fornecer rapidamente 
uma informação. A grande vantagem da média é ser muito fácil e rápida de ser calculada. 
Em alguns conjuntos de dados, a média também está intimamente relacionada à moda e à mediana 
(duas outras medidas próximas da média). No entanto, em um conjunto de dados com alto número 
de valores aberrantes (outliers) ou em uma distribuição distorcida, a média não fornece a precisão 
necessária para se tomar uma decisão acertada 
 
MEDIANA 
A mediana é outra medida utilizada para indicar o centro de uma distribuição, cujo valor obtido 
encontra-se no meio da série de valores, quando os dados estão ordenados e o número de 
observações é ímpar. 
Ou quando a média aritmética de dois números do meio é proveniente de um número de 
observações par. Por exemplo: para a variável x = (1,3,0,2,4), a mediana é 2. 
MODA 
A moda corresponde ao valor que aparece com maior frequência em uma distribuição normal. Por 
exemplo: para a variável x = (0 1 0 2 3 4 4 0 3 2 5 6), a moda é 0. 
DESVIO PADRÃO E VARIÂNCIA 
O desvio padrão corresponde à medida de um conjunto de dados em torno da média. Um desvio 
padrão alto significa que os dados são mais dispersos da média, e um desvio padrão baixo indica 
que mais dados se alinham à média. 
O desvio padrão é importante para determinar a dispersão de pontos de dados. Se os dados obtidos 
apresentarem um padrão muito estranho, como uma curva não normal ouuma grande quantidade 
de valores aberrantes (outliers), o desvio padrão não mostrará todas as informações necessárias. 
As fórmulas para o cálculo da variância e do desvio padrão estão descritas abaixo, seguidas da 
fórmula da variância: 
 
DISTRIBUIÇÃO NORMAL 
A distribuição normal descreve a forma de distribuição de uma população animal, e, uma vez 
conhecidos a forma, a média e o desvio padrão, pode-se caracterizar uma determinada população 
animal. 
Um modo muito comum para representar a distribuição de populações de dados biológicos é a 
curva normal ou curva de Gauss, representada a seguir, em que: 
• µ corresponde à média da população; 
• σ corresponde ao desvio padrão; 
• x corresponde à variável estudada em função do tempo. 
 
REGRESSÃO 
A regressão modela as relações entre variáveis dependentes e explicativas, traçadas em um 
diagrama de dispersão, normalmente representado graficamente, como observado na figura 
abaixo. 
A linha de regressão designa se os relacionamentos são fortes ou fracos. A regressão é utilizada 
em cursos de estatística ou em faculdades com aplicações para determinação de tendências ao 
longo do tempo. 
Nos gráficos de regressão a seguir, estão representados a dispersão da altura versus o peso (a) e 
o perímetro do tórax versus o peso (b) dos ursos marrons. 
 
TAMANHO DA AMOSTRA 
Ao medir um grande conjunto de dados ou uma determinada população animal, nem sempre é 
necessária a coleta de informações de cada animal dessa população. O ideal é determinar o 
tamanho certo para uma amostra ser precisa. Com a utilização da proporção e os métodos de 
desvio padrão, é possível determinar com precisão o tamanho da amostra necessária para a coleta 
de dados se tornar estatisticamente significativa. 
Ao estudar uma nova variável não testada em uma população, as equações de proporção precisam 
ser embasadas em determinados pressupostos, que podem ser imprecisos. Se isto ocorrer, este 
erro pode ser passado para a determinação do tamanho da amostra e para o resto da análise de 
dados estatísticos. 
TESTE DE HIPÓTESES 
O teste de hipóteses ou teste t de Student avalia se uma determinada premissa é verdadeira para 
o conjunto de dados ou população animal estudados. Na análise estatística de dados, considera-
se o resultado de um teste de hipóteses estatisticamente significativo se não ocorre por chance 
aleatória. O teste t é realizado pela aplicação da fórmula apresentada no fim desta explicação. 
Depois de descoberto o valor de t em tabela, com base no grau de liberdade da amostra (n1 + n2 
– 2) e no alfa desejados, este deve ser comparado com o t obtido. 
Os testes de hipóteses devem considerar erros comuns, como o efeito placebo que ocorre quando 
os participantes falsamente esperam um certo resultado e então percebem (ou alcançam) esse 
resultado. 
Outro erro comum é o efeito Hawthorne (efeito observador), que acontece quando os participantes 
diminuem os resultados uma vez que sabem que estão sendo avaliados. Se o valor de t calculado 
for menor que o tabelado, a hipótese é válida. 
 
TESTE DO CHI-QUADRADO DE INDEPENDÊNCIA ENTRE VARIÁVEIS 
O teste do chi-quadrado é utilizado para testar a independência entre duas variáveis. Ele compara 
os resultados esperados em uma tabela com os resultados encontrados na pesquisa. Caso o valor 
de chi-quadrado calculado seja maior que o valor tabelado (crítico), rejeita-se a hipótese nula. 
O chi-quadrado (x2) é calculado pela fórmula a seguir, válida para tabelas 2x2, como a ilustrada 
abaixo. 
 
TESTE DE FISCHER 
O teste de Fischer possui os mesmos princípios do teste chi-quadrado, porém é calculado conforme 
a fórmula a seguir, válida para tabelas 2x2, como a ilustrada abaixo. 
 
VALOR p (p VALUE) 
O valor de p corresponde ao alfa (α) mínimo em que ainda se rejeita a hipótese nula ou p = 0,05 = 
5%, que significa que este é o menor alfa que pode ser utilizado para que seja impossível o 
resultado obtido ser um produto da obra do acaso ou aleatório. 
INTERVALO DE CONFIANÇA 
O intervalo de confiança (IC) é utilizado para comparar diferentes proporções, utilizando-se a 
fórmula: IC = P1 + 1,96 (para IC de 95%) × SD, em que SD significa desvio padrão. 
Para o cálculo do intervalo de confiança para a diferença entre as proporções, utiliza-se a fórmula: 
IC = (P1 + P2) + 1,96 (para IC de 95%) × SE, em que SE significa erro padrão. 
Se o intervalo de confiança obtido contiver 0, não se deve rejeitar a hipótese nula do teste, e, para 
o cálculo do erro padrão no intervalo de confiança, utiliza-se a fórmula abaixo. Na sequência, é 
apresentada a fórmula para o cálculo de p. 
 
TABELAS DE FREQUÊNCIAS 
Geralmente, os dados científicos contabilizados para uso epidemiológico utilizam informações em 
forma de distribuição de frequência ou tabelas de frequência. Para a construção destas tabelas, a 
escala de observações deve ser inicialmente dividida em classes, e, na sequência, o número de 
observações em cada classe é contado. A tabela abaixo é um exemplo. 
Relação entre a frequência do surgimento de nódulos de Dermatobia hominis e a cor da pelagem 
do couro de bovinos. 
 
Dando continuidade às tabelas de frequências, veja o que é necessário para construir uma: 
• identificar as maiores e menores observações; 
• subtrair a observação menor da maior para obter a variação; 
• determinar o número de classes; 
• não sobrepor o número de classes; 
• manter o comprimento de classes iguais; 
• evitar a utilização de classes no início ou no fim da avaliação, uma vez que não comunicam 
a variação das observações com precisão; 
• contar o número de observações em cada classe. 
Agora vamos conhecer um caso na Paraíba em que foram analisados rebanhos bovinos. 
A caracterização da amostra de rebanhos bovinos do estado da Paraíba foi realizada com dados 
obtidos em questionário aplicado nas propriedades, sendo possível a identificação da ocorrência 
de possíveis semelhanças ou diferenças nos circuitos produtores de bovinos. 
 
No estado da Paraíba e nos circuitos produtores individualmente, destacou-se a exploração mista. 
Houve predominância da criação semiconfinada. 
Em relação às variáveis sobre tecnologia aplicada (tipo de ordenha, utilização de inseminação 
artificial e resfriamento do leite), constatou-se um nível baixo. 
Na Paraíba, o manejo reprodutivo é feito predominantemente por meio de monta natural, e a maioria 
dos produtores paraibanos não faz o resfriamento do leite. O menor rebanho era composto por um 
animal, e o maior, por 450 animais. 
Com relação ao número de vacas em lactação, foi observada a média de 4,6 e a mediana de 3 
vacas por exploração. A produtividade diária de leite foi de 4 litros por vaca/dia. 
Pelos resultados apresentados, concluiu-se que a maioria das explorações pecuárias paraibanas 
é do tipo familiar ou de subsistência, com predominância da exploração mista, da criação 
semiconfinada com ordenha manual e monta natural, do não emprego do resfriamento do leite 
produzido, do baixo número de vacas em lactação e da baixa produtividade diária de leite.

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