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via sacra meditada

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Prévia do material em texto

CONTEÚDO
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������������������������������ 5
Pré-História da Via Sacra................................................................ 7
O Papel das Indulgências .................................................................8
Começos da moderna Via Sacra.....................................................9
Primeiras Construções ...................................................................10
Por que Catorze Estações? ............................................................12
A Via Sacra em Jerusalém ...............................................................14
Definição das Cenas e sua Ordem .............................................. 15
Fixação e Oficialização.................................................................. 17
Regulamentos Modernos ...............................................................20
Conclusão .............................................................................................23
BREVE INSTRUÇÃO DE 
S� LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO ��������������������25
EXERCÍCIO DA VIA SACRA ������������������������������������������31
Oração diante do altar-mor ........................................................ 31
1ª Estação: Jesus é condenado à morte por Pôncio Pilatos ........34
2ª Estação: Jesus recebe a pesada Cruz ..........................................37
3ª Estação: Jesus cai sob o peso da Cruz .......................................39
4ª Estação: Jesus encontra sua Mãe ...............................................41
5ª Estação: Simão, o cireneu, ajuda Jesus a carregar a Cruz ... 43
6ª Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus ...............................45
7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez ............................................47
8ª Estação: Jesus consola as santas mulheres ...............................49
9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez .............................................51
10ª Estação: Jesus é despojado de suas vestes ...............................53
11ª Estação: Jesus é pregado à Cruz ...............................................55
12ª Estação: Jesus morre sobre a Cruz ...........................................57
13ª Estação: Jesus é retirado da Cruz .............................................59
14ª Estação: Jesus é deposto no túmulo ..........................................61
Oração Final Solene .......................................................................62
STABAT MATER, TRADUÇÃO ��������������������������������������66
SALMOS PENITENCIAIS �������������������������������������������������69
Salmo 6: A alma penitente implora a misericórdia divina ......... 69
Salmo 31: Felicidade daquele que obteve o perdão ........................70
Salmo 37: Apelo do pecador para a misericórdia divina .............72
Salmo 50: David penitente .................................................................73
Salmo 101: Oração e esperanças de Israel infeliz .........................76
Salmo 129: Esperança e oração do pecador ....................................78
Salmo 142: Outra súplica no meio duma angústia ......................79
• 5 •
INTRODUÇÃO
A Via-Sacra, também chamada de Estações da Cruz, Via Crucis ou Via Dolorosa, é uma série de figu-ras ou encenações que representam determina-
das cenas da Paixão de Cristo, cada uma correspondendo a 
um incidente particular, ou uma forma especial de devoção 
conectada com essas representações.
No primeiro sentido, as vias-sacras podem ser de 
pedra, madeira, esculpidas, entalhadas ou podem ser sim-
plesmente pinturas ou impressos. Algumas vias-sacras 
são valiosas obras de arte, como, por exemplo, aquelas na 
Catedral de Antuérpia, que já foram bastante copiadas. As 
diferentes estações são geralmente colocadas em interva-
los entre as janelas de uma igreja, mas também podem ser 
encontradas ao ar livre, especialmente em caminhos que 
levam a uma igreja ou santuário. Em monastérios são fre-
quentemente colocadas nos claustros.
A construção e uso das Estações da Cruz não se 
tornou geral até o fim do séc. xvii, mas hoje são encon-
tradas em quase qualquer igreja. Antigamente, seu número 
variava bastante de lugar para lugar, mas hoje está definido 
pela Igreja o número de catorze:
• 6 •
VIA SACRA
i. Cristo é condenado à morte;
ii. Cristo toma a Cruz;
iii. Primeira queda;
iv. Encontra sua Mãe;
v. Simão de Cirene o ajuda a carregar a Cruz;
vi. Seu rosto é enxugado por Verônica;
vii. Segunda queda;
viii. Encontra as mulheres de Jerusalém;
ix. Terceira queda;
x. É despojado de suas vestes;
xi. É crucificado;
xii. Morre na Cruz;
xiii. Seu corpo é descido da Cruz e
xiv. É colocado no túmulo.
O objetivo das vias-sacras é ajudar os fiéis a fazer em 
espírito, por assim dizer, uma peregrinação às principais 
cenas dos sofrimentos e morte de Cristo, o que veio a se 
tornar uma devoção das mais populares. Esse exercício de 
piedade é feito passando de estação em estação, com certas 
orações e uma meditação em cada uma.
Quando é feito em público, é comum que se cante 
uma estrofe da Sequência Stabat Mater ao se passar de uma 
estação para outra. [Nesta edição incluímos também o hino 
A morrer crucificado, muito popular no Brasil.]
• 7 •
VIA SACRA
PRÉ-HISTÓRIA DA VIA-SACRA
V isto que a Via-Sacra, realizada dessa forma, constitui uma peregrinação em miniatura aos locais sagrados 
em Jerusalém, a origem remota dessa devoção pode ser tra-
çada até a Terra Santa. A Via Dolorosa em Jerusalém (apesar 
de não ser chamada assim antes do séc. xvi) foi reverente-
mente sinalizada desde os tempos mais antigos e foi destino 
de numerosos peregrinos desde os tempos de Constantino. 
A tradição nos informa que a Santíssima Virgem visitava 
diariamente as cenas da Paixão de Cristo1 e S. Jerônimo 
fala de multidões de peregrinos de todos os países que visi-
tavam diariamente os locais sagrados no seu tempo.
Não há, entretanto, evidência direta da existência 
de qualquer forma estabelecida da devoção em data tão 
remota. É digno de nota que S. Sílvia (c. 380) não diz nada 
a respeito na sua obra Peregrinatio ad loca sancta (Peregrina-
ção aos lugares santos), apesar de descrever em detalhes 
muitos outros exercícios de piedade que presenciara em 
Jerusalém.
1. Adricômio, também chamado Christianus Crucius Adrichomius 
(1533 - 1585), na Descrição de Jerusalém, n. 118, atribui o princípio da Via-Sacra 
à Santíssima Virgem, nestas palavras: "A piedosa tradição dos grandes afirma 
que a Santíssima Virgem, que seguiu com seus passos os atormentados passos 
de seu Filho até a Cruz, depois de te-lo sepultado, voltou ao caminho do Cal-
vário, sendo a primeira, que por devoção, percorreu a Via Crucis." Vide também 
as revelações a Santa Brígida, Livro 6. Revel. c. 6.
• 8 •
VIA SACRA
Um desejo de reproduzir os lugares santos em outras 
terras para satisfazer a devoção daqueles que não podiam 
fazer a verdadeira peregrinação, parece ter se manifestado 
bastante cedo. No monastério de S. Stefano, em Bolonha, 
Itália, um grupo de capelas conectadas foram construídas, 
pelo menos em parte, ainda no séc. v por S. Petrônio, bispo 
de Bolonha, com o intuito de reproduzir os santuários mais 
importantes de Jerusalém. Por isso, o monastério ficou 
conhecido como Hierusalem.
Essas capelas podem ser consideradas o germe a 
partir do qual as Estações da Cruz mais tarde se desenvol-
veram, apesar de ser bastante certo que nada do que conhe-
cemos que seja anterior ao séc. xv possa ser chamado de 
Via-Sacra no sentido moderno. É verdade que muitos via-
jantes que visitaram a Terra Santa durante os séculos xii, 
xiii e xiv mencionaram uma Via-Sacra, isto é, uma rota fixa 
ao longo da qual os peregrinos eram conduzidos. Mas não 
há nada nos seus relatos que possa ser identificado com a 
Via-Sacra como nós a entendemos hoje, incluindo lugares 
específicos de parada com indulgências atreladas.
O PAPEL DAS INDULGÊNCIAS
N a verdade, são justamente essas estações com indul-gências atreladas que devem ser consideradascomo 
a verdadeira origem da devoção que praticamos hoje. Não 
• 9 •
VIA SACRA
é possível afirmar com certeza quando essas indulgências 
começaram a ser concedidas, mas o mais provável é que se 
devam aos franciscanos, aos quais a custódia dos lugares 
santos foi confiada, em 1342. Lucius Ferraris, um canonista 
italiano do séc. xviii, menciona as seguintes estações com 
indulgências atreladas:
• o lugar onde Cristo encontrou sua Mãe,
• onde Ele falou com as mulheres de Jerusalém,
• onde Ele encontrou Simão de Cirene,
• onde os soldados sortearam suas vestes,
• onde Ele foi pregado à Cruz,
• a casa de Pilatos e
• o Santo Sepulcro.
Analogamente pode-se mencionar que em 1520 o 
papa Leão X concedeu indulgência de cem anos para cada 
uma das estações de um conjunto de esculturas represen-
tando as sete dores de Nossa Senhora, no cemitério de um 
mosteiro franciscano em Antuérpia, Flandres. A devoção 
atrelada a ele se tornou muito popular.
COMEÇOS DA MODERNA VIA-SACRA
O uso mais antigo da expressão estações, aplicado aos locais de parada costumeiros de Jerusalém, ocorre na 
narrativa de um peregrino inglês, William Wey, que visitou 
• 10 •
VIA SACRA
a Terra Santa em 1458, e novamente em 1462. Ele descreve 
como era habitual à época seguir as pegadas de Cristo na 
sua dolorosa jornada. Parece que, até aquele tempo, a prá-
tica geral tinha sido começar no monte Calvário, prosse-
guindo, assim, na direção contrária da de Cristo, até a casa 
de Pilatos. Pelo começo do séc. xvi, no entanto, a forma 
razoável de percorrer o trajeto, começando na casa de Pila-
tos e terminando no Calvário, passou a ser considerada a 
mais correta, e passou a ser considerada um exercício de 
devoção completo em si mesmo.
PRIMEIRAS CONSTRUÇÕES
D urante os séculos xv e xvi muitas reproduções dos lugares santos foram montadas em diversas partes 
da Europa. O Beato Alvarez (†1420), ao retornar da Terra 
Santa, construiu uma série de pequenas capelas no mosteiro 
dominicano de Córdoba, Andaluzia, em que foram pintadas 
as principais cenas da Paixão, seguindo o padrão das esta-
ções separadas. 
Na mesma época, a beata Eustáquia, uma pobre cla-
rissa, construiu um conjunto de estações no seu convento 
em Messina, Sicília. Outros exemplos que podem ser 
citados são os de Görlitz, na Saxônia, construído por G. 
Emmerich, em cerca de 1465, e em Nuremberg, na Baviera, 
por Ketzel, em 1468. Imitações destes foram feitas em 
• 11 •
VIA SACRA
Lovaina, Bélgica, em 1505, por Peter Sterckx; na igreja de 
S. Getreu [Santa Fé] em Bamberg, Saxônia, em 1507; em 
Friburgo, Suíça, e Rodes, Grécia, em torno da mesma data 
- estas duas últimas sendo encomendas dos Cavaleiros de 
Rodes [a Ordem de Malta].
As de Nuremberg, que foram esculpidas por Adam 
Krafft, assim como algumas das outras, consistiam em 
sete estações, popularmente chamadas de as Sete Quedas, 
porque em cada uma delas Cristo era representado pros-
trando-se ou caindo sob o peso da Cruz.
Um conjunto famoso de estações foi erigido em 
1515 pelo comerciante de tecidos Romanet Bofin na atual 
Romans-sur-Isère, França, imitando os que vira em Fri-
burgo. Um conjunto similar foi erigido em 1491, em Varallo 
Sesia, Piemonte2, por iniciativa do franciscano beato Ber-
nardino Caimi, que havia sido guardião dos lugares santos 
em Jerusalém.
Em muitos destes exemplos mais antigos um esforço 
foi feito para não meramente duplicar os pontos mais 
famosos da Via Dolorosa de Jerusalém, mas também repro-
duzir os exatos intervalos entre eles, medidos em passos, 
de forma a permitir que os devotos cobrissem exatamente 
2. O monumental complexo de capelas e jardins Sacro Monte di 
Varallo, junto com outros oito complexos similares (Sacri Monti) no Pie-
monte e na Lombardia, foram inscritos como Patrimônio da Humanidade pela 
UNESCO (http://whc.unesco.org/en/list/1068). Site oficial: https://sacro-
montedivarallo.com/.
http://whc.unesco.org/en/list/1068
https://sacromontedivarallo.com/ 
https://sacromontedivarallo.com/ 
• 12 •
VIA SACRA
as mesmas distâncias que cobririam se estivessem em Jeru-
salém. Boffin e alguns dos demais visitaram Jerusalém com 
o intuito expresso de obter medidas precisas, mas, infeliz-
mente, apesar de todos afirmarem estar corretos, há uma 
enorme divergência entre eles.
POR QUE CATORZE ESTAÇÕES?
C om relação ao número de estações, não é simples deter-minar como vieram a ser fixadas em catorze, pois esse 
número parece ter variado consideravelmente em diferentes 
tempos e lugares. E, naturalmente, com números diferentes, 
as cenas da Paixão também variavam grandemente.
O relato de Wey, escrito em meados do séc. xv, traz 
catorze estações, mas das quais somente cinco correspon-
dem às atuais, e, das demais, apenas sete se conectam de 
alguma forma com a nossa Via-Sacra:
• a casa do homem rico,
• o portão da cidade pelo qual Cristo passou,
• a piscina de Siloé [cf. Jo 9],
• o arco do Ecce homo [Eis o homem],
• a casa de Nossa Senhora,
• a casa de Herodes e
• a casa de Simão, o fariseu.
• 13 •
VIA SACRA
Quando Romanet Boffin visitou Jerusalém em 1515 
com o fim de obter detalhes para o seu conjunto de esta-
ções em Romans, dois frades lhe disseram que deveriam 
haver trinta e uma estações no total. Mas, nos manuais 
de devoção publicados mais tarde para uso dos visitantes 
apresentam ora dezenove, vinte e cinco ou trinta e sete 
estações - o que leva a crer que mesmo em um mesmo local 
o número de estações não era muito bem determinado.
Um livro chamado Jerusalem sicut Christi tempore flo-
ruit [Jerusalém nos tempos de Cristo], escrito pelo cientista 
holandês Andricômio e publicado em 1584, apresenta 12 
estações que correspondem exatamente às primeiras doze 
da nossa Via-Sacra. Essa evidência parece apontar decisi-
vamente para a origem da seleção de estações mais tarde 
autorizada pela Igreja, especialmente por esse livro ter tido 
grande circulação e ter sido traduzido em diversas línguas 
europeias.
Se essa hipótese procede ou não, é difícil afirmar com 
certeza. Em todo caso, durante o séc. xvi muitos manuais 
de devoção foram publicados nos Países Baixos apresen-
tando orações para cada uma das estações, e algumas das 
nossas catorze estações aparecem pela primeira vez.
• 14 •
VIA SACRA
A VIA-SACRA EM JERUSALÉM
E nquanto isso era feito na Europa para benefício daque-les que não podiam visitar a Terra Santa, mas podiam ir 
a Lovaina, Nuremberg ou Romans, ou algumas das outras 
reproduções da Via Dolorosa, parece duvidoso que houvesse 
qualquer forma fixa da devoção realizada publicamente em 
Jerusalém, mesmo no fim do séc. xvi.
Giovanni Zuallardo, um cavaleiro do Santo Sepul-
cro que escreveu um livro a respeito3, publicado em Roma 
em 1587, apesar de apresentar por completo uma série de 
orações, etc., para os santuários dentro do Santo Sepul-
cro, que estavam sob a guarda dos franciscanos, não apre-
senta nenhuma para a estações da Via-Sacra. Ele explica 
o motivo: não é permitido fazer qualquer parada, nem fazer 
qualquer reverência às estações com a cabeça descoberta, nem 
fazer qualquer outra demonstração. Disso se infere que após 
Jerusalém passar para o domínio dos turcos otomanos, em 
1517, os piedosos exercícios da Via-Sacra podiam ser feitos 
muito mais devotamente em Nuremberg ou Lovaina do 
que na própria Jerusalém.
Pode ser conjecturado, com muita probabilidade, 
que a nossa atual lista de estações, juntamente com as suas 
costumeiras orações, chegou até nós não vinda de Jerusa-
lém, mas de alguma imitação da Via Dolorosa em alguma 
3. Il devotissimo Viaggio di Gierusalemme, fatto e descritto in sei libri.
• 15 •
VIA SACRA
parte da Europa. E também, que devemos a propagação 
dessa devoção, assim como o número e seleção das esta-
ções, muito mais ao engenho de alguns devotos escritores 
do séc. xvi do que à prática real dos peregrinos na Terra 
Santa.
DEFINIÇÃO DAS CENAS E SUA ORDEM
C om relação às cenas em particular que foram retidas na nossa série de estações, pode ser notado que quasenenhum relato medieval faz menção da segunda estação 
(Cristo recebe a Cruz) ou da décima (Cristo é despojado de 
suas vestes), enquanto outras cenas que aparecem em quase 
todas as listas acabaram por ficar de fora. Uma das mais fre-
quentes desse grupo é a estação nos arcos do Ecce homo, a 
varanda da qual essas palavras foram pronunciadas. Adi-
ções e omissões como essas confirmam a suposição de que 
as nossas estações são derivadas dos manuais de devoção 
e não de Jerusalém.
Três quedas de Cristo (terceira, sétima e nona 
estações) são aparentemente tudo o que restou das Sete 
Quedas, conforme representadas em Nuremberg por Krafft 
e seus imitadores4, nas quais Cristo é sempre representado 
caindo ou tendo já de fato caído. Uma explicação para isso 
4. Veja fotos em https://de.wikipedia.org/wiki/Nürnberger_Kreu-
zweg (em alemão).
https://de.wikipedia.org/wiki/Nürnberger_Kreuzweg
https://de.wikipedia.org/wiki/Nürnberger_Kreuzweg
• 16 •
VIA SACRA
é que as outras quatro quedas coincidem com os encontros 
de Cristo com sua Mãe, Simão de Cirene, Verônica e as 
mulheres de Jerusalém, e que nessas estações a menção das 
quedas acabou ficando de fora, enquanto que nas outras 
três sobreviveram por não haver mais nenhum fato para 
distingui-las.
Alguns escritores medievais apresentam como 
simultâneos o encontro com Simão e com as mulheres de 
Jerusalém, mas a maioria os apresenta como eventos sepa-
rados. O incidente com Verônica não aparece em muitos 
dos relatos mais antigos, enquanto que na maioria dos que 
o mencionam, o colocam imediatamente antes da chegada 
ao monte Calvário, em vez de mais cedo na jornada, como 
no nosso arranjo atual. Uma variação interessante é encon-
trada em um conjunto especial de onze estações encomen-
das em 1799 para uso na diocese de Viena:
• a agonia no Jardim
• a traição por Judas
• a flagelação
• a coroação de espinhos;
• a condenação à morte;
• o encontro com Simão de Cirene;
• as mulheres de Jerusalém;
• prova o fel;
• é pregado à Cruz;
• morte na Cruz e
• Seu corpo é descido da Cruz.
• 17 •
VIA SACRA
Percebe-se que apenas cinco destas correspondem 
exatamente às nossas estações. As outras, apesar de englo-
barem eventos importantes da Paixão, não são incidentes 
da Via Dolorosa propriamente.
Outra variação que ocorre em diferentes igrejas se 
relaciona ao lado da igreja em que começam as estações. 
O lado do Evangelho é talvez o mais usual. Em resposta 
a uma pergunta, a Sagrada Congregação das Indulgências 
disse, em 1837, que apesar de nada ter sido definido nesse 
ponto, começar do lado do Evangelho [o lado direito dos 
fiéis] parecia mais apropriado.
Ao decidir a questão, no entanto, o arranjo e formato 
da igreja poderiam fazer com que fosse mais conveniente 
começar do lado oposto. A posição das figuras nos qua-
dros, também, poderiam por vezes determinar a direção 
da rota, pois parece mais conforme o espírito da devoção 
que a procissão, ao passar de estação a estação, deva seguir 
Cristo, e não encontrar-se com Ele.
FIXAÇÃO E OFICIALIZAÇÃO
A construção de Estações da Cruz nas igrejas não se tornou comum até o final do séc. xvii, e a populari-
dade da prática parece ter se dado principalmente por causa 
das indulgências atreladas. O costume originou-se com os 
• 18 •
VIA SACRA
franciscanos, mas a sua conexão especial com essa ordem 
agora já desapareceu.
Já foi dito que numerosas indulgências foram atre-
ladas aos lugares santos em Jerusalém. Percebendo que 
poucas pessoas, comparativamente, podiam ganhar essas 
indulgências através de uma peregrinação pessoal à Terra 
Santa, o papa Inocêncio xi, em 1686, concedeu aos fran-
ciscanos, em resposta a um pedido, o direito de erigir as 
estações em todas as suas igrejas.
Declarou ainda que todas as indulgências que foram 
alguma vez concedidas para quem visitasse com devoção 
as cenas da Paixão de Cristo, poderiam ser ganhas pelos 
franciscanos e todos os ligados a essa ordem se fizessem a 
Via-Sacra nas suas próprias igrejas da maneira costumeira. 
O papa Inocêncio xii confirmou esse privilégio em 1694 e 
Bento xiii o estendeu a todos os fiéis em 1726.
Em 1731, o Papa Clemente xii fixa definitivamente 
o número de estações em catorze, e permite a sua colo-
cação em todas as igrejas. Bento xvi, em 1742, exortou 
todos os padres a enriquecerem as suas igrejas com "tão 
grande tesouro", de forma que hoje há poucas igrejas que 
não tenham a Via-Sacra. Em 1857 os bispos da Inglaterra 
receberam da Santa Sé a faculdade de erigirem as estações 
eles próprios, com as indulgências atreladas, onde quer 
que não houvesse franciscanos disponíveis. Em 1862 essa 
última restrição foi removida e os bispos passaram a poder 
• 19 •
VIA SACRA
erigir as estações, seja pessoalmente, seja por delegados, 
em qualquer lugar dentro da sua jurisdição, independente 
da presença ou não de franciscanos na diocese. Essas 
faculdades são quinquenais.
Há alguma incerteza sobre quais seriam precisamente 
as indulgências atreladas às estações. Ninguém discorda 
de que todas as indulgências já concedidas aos fiéis que 
visitassem pessoalmente os lugares santos podem agora ser 
ganhas fazendo a Via-Sacra em qualquer igreja em que as 
estações tenham sido erigidas legalmente. Mas a Instrução 
da Sagrada Congregação, aprovada por Clemente xii, em 
1731, proíbe padres e qualquer um de especificar quais ou 
quantas indulgências podem ser ganhas5.
Em 1773, Clemente xiv atrelou a mesma indulgência, 
sob certas condições, a crucifixos devidamente bentos para 
o propósito, para uso dos doentes, daqueles no mar ou na 
prisão, e outros legalmente impedidos de percorrerem as 
estações numa igreja. As condições são que, enquanto se 
segura o crucifixo nas mãos, deve-se dizer o Pai nosso e a 
5. Sobre isso comenta S. Leonardo de Porto Maurício na sua Via 
Crucis Explicada: "E com razão e suma prudência fez essa disposição, porque 
tendo ocorrido um incêndio no Santo Sepulcro no tempo de S. Pio v, fica-
ram reduzidas a cinzas as tabuinhas que davam a notícia certa e autêntica das 
indulgências. Assim, sem prejuízo da verdade, não se pode assegurar o número 
certo e determinado das indulgências. Basta saber que são muitas e grandes. 
E ainda que para ti mesmo não possas ganhar mais que uma indulgência ple-
nária ao dia, é certíssimo que, aplicando as demais pelas benditas almas do 
Purgatório todas as vezes que praticares esse santo exercício, podes esperar 
que sejam retiradas muitas almas daquelas chamas." Traduzido da edição espa-
nhola. Madrid, 1758. 
• 20 •
VIA SACRA
Ave Maria catorze vezes, e então Pai nosso, Ave Maria e 
Glória cinco vezes, e então uma última vez pelas intenções 
do Papa. Se uma pessoa segurar o crucifixo, os demais 
presentes também podem ganhar as indulgências desde 
que também cumpram as demais condições. Tais crucifixos 
não podem ser vendidos, emprestados, ou doados, sem que 
se percam as indulgências.
REGULAMENTOS MODERNOS
S eguem os principais regulamentos atualmente em vigor [em 1912] para a Igreja universal com relação às Estações:
• Se um pároco ou superior de convento, hospi-
tal, etc., gostaria de ter as estações erigidas nos 
seus locais, deve pedir permissão ao bispo. Se 
houver padres franciscanos na mesma cidade, o 
seu superior deve ser solicitado para abençoar 
as estações ou delegar um padre de seu próprio 
mosteiro ou um padre secular. Caso não haja 
padres franciscanos, os bispos que receberam 
da Santa Sé a dispensa de empregar francisca-
nos podem delegar qualquer padre para erigir as 
estações, o que deve necessariamente ser feito 
por escrito. O pároco da igreja, ou superior do 
hospital, convento, etc., deve assinar o docu-
• 21 •
VIA SACRA
mento enviado pelo bispo ou superior francis-
cano, de forma a deixar expresso seu consen-
timento para a instauração das estações, pois o 
consentimento do bispo e do respectivo pároco 
ou superior deve ser obtido antes que as esta-
ções sejam abençoadas. Do contrário, a bênção 
será nula e ineficaz; 
• Figurase representações das várias estações 
não são necessárias. A indulgência é atrelada 
à cruz colocada sobre cada uma delas. Essas 
cruzes devem ser de madeira, [como a Cruz do 
Salvador]. Nenhum outro material é permitido. 
Se forem apenas pintadas na parede a instaura-
ção das estações é nula (Cong. Ind., 1837, 1838 
e 1845);
• Se as cruzes forem movidas para uma reforma, 
para colocar as estações numa posição mais con-
veniente, ou por qualquer outro motivo razoá-
vel, isso pode ser feito sem perda das indulgên-
cias (1845);
• 22 •
VIA SACRA
• Se qualquer uma das cruzes, por alguma razão, 
tiver que ser trocada, não é necessário ou nova 
bênção, a não ser que mais da metade delas seja 
trocada (1839);
• Deve haver, se possível, uma meditação sepa-
rada em cada uma das catorze estações da 
Via Crucis, e não uma meditação geral sobre a 
Paixão, nem sobre outros incidentes não incluí-
dos na Via-Sacra. Nenhuma oração em particu-
lar é obrigatória;
• Não se exige nenhuma distância específica entre 
as estações. Mesmo quando só o clero se move 
entre as estações, os fiéis ainda podem ganhar a 
indulgência sem se moverem;
• É necessário fazer todas as estações ininterrup-
tamente (sci, 22 de janeiro de 1858). Assistir 
missa, confessar-se ou comungar entre as esta-
ções não é considerado interrupção. É comum a 
opinião de que seria possível fazer a Via-Sacra 
mais de uma vez no mesmo dia, e a indulgên-
cia ganha mais de uma vez. Mas isso não é de 
forma alguma algo certo (sci, 10 de setembro de 
1883). Confissão e comunhão no mesmo dia de 
feita a Via-Sacra não são necessárias, desde que 
• 23 •
VIA SACRA
a pessoa esteja em estado de graça;
• De ordinário as estações devem ser erigidas 
dentro de uma igreja ou oratório público. Se 
a Via-Sacra se estende ao ar livre, como num 
cemitério ou claustro, deve, se possível, começar 
e terminar dentro de uma igreja.
CONCLUSÃO
P ode-se dizer que não há devoção mais ricamente agra-ciada com indulgências do que a Via-Sacra, e nenhuma 
que mais de perto nos permite seguir o convite de Cristo de 
tomarmos nossas cruzes e segui-Lo. Um exame das orações 
geralmente dadas para esta devoção em qualquer manual 
mostrará que, além das indulgências, abundantes graças 
espirituais podem ser obtidas através da sua prática correta. 
E o fato da Via-Sacra poder ser feita tanto publicamente 
como privadamente a torna conveniente para todos.
Uma das vias-sacras mais popularem hoje em dia é 
aquela que é realizada todas as sextas feiras no Coliseu 
de Roma por uma padre franciscano. A Via-Sacra do Coli-
seu foi erigida pelo papa Bento xiv para o jubileu de 1750, 
a pedido de S. Leonardo de Porto Maurício (1676 - 1751), 
franciscano e um dos maiores defensores do exercício da 
Via-Sacra. 
• 24 •
VIA SACRA
Desde o grande terremoto de 1349, o lado ociden-
tal do Coliseu, que desabara, vinha sendo usado como 
pedreira pelos romanos. A crença de que muitos mártires 
cristãos teriam sido mortos naquela arena (é normalmente 
muito difícil precisar os locais de martírio), compartilhada 
por cardeais influentes e até S. Pio V (1504 - 1572), ajudou 
a motivar Bento xiv a proibir a prática.
A construção daquela via sacra foi um ponto de 
virada na tendência de degradação do Coliseu, inscreven-
do-o na lista dos lugares importantes da Igreja, chegando 
até a ser tido como santuário. Aquela primeira via-sacra 
de 1750 também foi o primeiro rito cristão celebrado no 
antigo Anfiteatro Flaviano. Apesar daquela via-sacra ter 
sido removida em 1874, desde aquele ano, essa piedosa tra-
dição se mantém ininterruptamente e toda a Sexta-Feira 
Santa o papa faz pessoalmente o rito penitencial.
Alston, G.C. (1912). Way of the Cross. In The Catho-
lic Encyclopedia. New York: Robert Appleton Company. Em New 
Advent: http://www.newadvent.org/cathen/15569a.htm, acessado em 
13 de março de 2021. Tradução nossa, com pequenos acréscimos.
Aprovação eclesiástica do original: Nihil Obstat. 1º de outubro 
de 1912. Remy Lafort, S.T.D., Censor. Imprimatur. † Cardeal John 
Farley, Arcebispo de Nova York.
http://www.newadvent.org/cathen/15569a.htm
• 25 •
BREVE INSTRUÇÃO 
DE S. LEONARDO DE 
PORTO MAURÍCIO
O Sacrossanto exercício da Via-Sacra, que na rea-lidade não é outra coisa que uma representação devota daquela viagem dolorosa que fez o amo-
roso Jesus, desde a casa de Pilatos até o Calvário, foi sempre 
venerado pela piedade cristã. Cabe chamá-lo, também, de 
Via Dolorosa, porque uma viagem tão penosa, na reflexão 
dos contemplativos, foi o martírio mais atroz que sofreu 
aquela Sacrossanta Humanidade, já destroçada com tantas 
penas anteriores. De forma que, praticar a Via-Sacra é o 
mesmo que contemplar com ternura de coração todas aque-
las violências e dores que, desde a casa de Pilatos até o Cal-
vário, sofreu debaixo da Cruz o nosso amantíssimo Jesus.
O fato de ter sido, segundo a opinião de muitos 
autores, a Santíssima Virgem a primeira a percorrer devo-
tamente a Via-Sacra, deveria ser por si só motivo sufi-
ciente para as almas devotas se aferrarem a esse exercício. 
Conforme a mesma Senhora revelou a Santa Brígida: “Em 
todo o tempo, depois da Ascenção de meu Filho, visitei os 
• 26 •
VIA SACRA
lugares nos quais padeceu e manifestou suas maravilhas” 
(Livro 6, revel. C.6).
Vê-se aqui o engano daqueles que se furtam desse 
santo exercício, e, colocando em dúvida o ganho das indul-
gências, se abstém de o praticar. Como se uma devoção 
tão bela (que é também a mais antiga, mais piedosa e mais 
excelente de todas) não contivesse em si mesma o mais 
nobre motivo para excitar o coração à dolorosa Paixão do 
Redentor. 
O motivo de ganhar as indulgências sem dúvida é 
santíssimo. Mas não é esse o motivo mais doce para mover 
as pessoas de maior talento, juízo, e que preferem um 
pouco mais de graça a muitas indulgências. O motivo mais 
sólido e santo deve ser o gosto que esse exercício dá ao 
Coração Dulcíssimo de Jesus. Conforme manifestou a um 
servo de Deus, que, desejando saber qual seria o exercício 
mais estimado de sua Majestade, apareceu-lhe o Redentor 
com a Cruz aos ombros dizendo: “Meu filho, não podes me 
fazer gentileza maior do que me ajudar a levar esta minha 
amada Cruz. Pratica muitas vezes a Via-Sacra e saiba que 
darás grande consolo ao meu Divino Coração.”
Eis porque tantos santos e doutores exaltam até as 
estrelas esse santo exercício. São Boaventura diz: “Não há 
exercício de piedade que ocasione efeitos mais nobres de 
santidade do que a devota memória da Paixão do Reden-
tor (que é o único fim do exercício da Via-Sacra), pois faz 
• 27 •
VIA SACRA
o homem não somente angélico, senão divino. Portanto, 
o que deseja retirar-se dos vícios, adquirir as santas vir-
tudes, e subir rapidamente à perfeição, agarre-se a este 
santo exercício, e logo experimentará maravilhosos efeitos 
em seu coração. O próprio beato Alberto Magno chegou 
a dizer “que se merece mais com um só pensamento na 
Paixão de Cristo, do que jejuar todas as sextas-feiras do 
ano a pão e água, que disciplinar-se muitas vezes até san-
grar, que rezar todo o Saltério e andar descalço até San-
tiago de Compostela.”
Esse é o principal motivo pelo qual quero que todos 
abracem este santo exercício. Não são as indulgências. 
Porque todas as indulgências do mundo, enquanto tais, 
não aumentam a graça ou a preferência aos olhos de Deus, 
nem preparam maior glória no Céu – somente abreviam 
as penas no Purgatório. O efeito mais precioso, que se 
deve preferir a qualquer outro, é o sumo gosto que se dá 
ao Altíssimo, o mérito incomparável que se adquire, e as 
grandes graças que por meio dele vêm a nossas almas.
Um pároco bondoso costumava dizer: “Desde que 
tenho na minha paróquia a Via-Sacra, vejo melhorados os 
costumes do meu povo”. E eu digo que, tendo ido à missão 
a uma localidade entre os alpes, encontrei um povoado 
santo. Porque aquela pobre gente praticava todos os dias a 
Via-Sacra. No inverno, pela manhã, antes de ir ao campo; 
no verão, pela tarde, assimque voltavam do campo. Iam 
• 28 •
VIA SACRA
visitar a Via-Sacra, e em cada cruz faziam promessa de não 
cometer culpa mortal, e mantinham, com admiração mara-
vilhosa, esse propósito tão santo. Bem aventurado, pois, 
o que se propõe a fazer em si mesmo a experiência, pois 
verá em pouco tempo seu coração mudado em outro bem 
diferente.
Não creias, tampouco, que esta devoção tão santa 
não seja de grande utilidade também temporal. Pois quanto 
a isso proponho em primeiro lugar aquilo que se lê na vida 
da Venerável Irmã Maria, a Antiga, livro 2, cap. 6. Eis que 
um dia nosso Senhor lhe falou assim: “Sabe, filha, que por 
uma só alma que pratique devotamente a Via-Sacra, Eu 
protegerei a todo aquele povoado que honra desta forma 
a memória da Minha Paixão Santíssima, e será livre de 
muitos e grandes perigos, tanto temporais como espiritu-
ais.” Como prova disso, escreve um pároco digno de grande 
fé que todas as vezes que precisou de água para a secura 
dos campos da sua paróquia, ao fazer com o povo o exer-
cício da Via-Sacra, sempre a conseguiu, como ocorreu no 
ano de 1745 em 15 de julho, e no ano seguinte, 1746. No 
mesmo ano aconteceu a outros povoados que experimen-
tavam a mesma dificuldade.
Agora veja se não é mais que verdadeiro que o exer-
cício da Via-Sacra é um mineral precioso, de onde saem 
muitos bens, ainda que temporais: experimente-o nas tuas 
enfermidade, desastres e semelhantes infortúnios. Procure 
• 29 •
VIA SACRA
também que outros o pratiquem por ti e encontrareis um 
grande alívio. Reflita cada um sobre tão grande utilidade, 
e resolva escolher este santo exercício como a sua mais 
amada devoção. E procure induzir também a outros a que 
sejam participantes de tão grande bem.
• • •
O exercício da Via Sacra que apresentamos a seguir foi extraído 
do Missal Quotidiano e Vesperal de D. Gaspar Lefebvre, edição de 
1940, páginas 1916 e seguintes.
• 31 •
EXERCÍCIO DA VIA-SACRA
O s Soberanos Pontífices ligaram a este exercício todas as indulgências concedidas aos que percor-rem a Via dolorosa, em Jerusalém. Para ganhá-las 
é necessário:
1. Percorrer realmente cada uma das estações1, a 
menos que a grande multidão não o permita.
2. Meditar, cada qual segundo a sua capacidade, a 
paixão do Salvador.
ORAÇÃO DIANTE DO ALTAR-MOR
E m união com Maria, a Mãe das dores, vamos, ó Jesus, percorrer o caminho doloroso por onde passastes para 
consumar a nossa redenção no Calvário. Oxalá esta medi-
tação dos principais mistérios de vossa paixão, nos encha 
o coração de compunção por nossos pecados e reconheci-
mento pelo vosso grande amor para conosco.
1. As imagens dos 14 diferentes mistérios são muito úteis, mas não são 
absolutamente necessárias. Bastam cruzes de madeira marcando as 14 esta-
ções. Porém, essas, são absolutamente exigidas.
• 32 •
Dirigindo-se à 1ª estação, recita-se ou canta-se:
Ou
• 34 •
1ª ESTAÇÃO
Jesus é condenado à morte por Pôncio Pilatos
Antes de cada estação diz-se, de joelhos:
V/. Nós vos adoramos, ó Cristo, e Vos bendizemos.
R/. Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
S e livras a Jesus, clamam os judeus, "não és amigo de César: pois todo aquele que se faz rei, eleva-se contra 
César". Vendo Pilatos que não ganhava coisa alguma e que o 
tumulto ia crescendo, manda buscar água e, lavando as mãos 
diante do povo, diz: "Sou inocente do sangue deste justo. 
Vós respondereis por ele." Vocifera todo o povo: "Caia o seu 
sangue sobre nós e sobre nossos filhos!" Então, Pilatos lhes 
abandonou Jesus para ser crucificado.
Fazei-me, ó divino Salvador, detestar o pecado que 
vos condena em meu lugar.
Depois de cada estação se diz:
• 35 •
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Senhor, Tende piedade de nós. R/. Senhor, tende piedade.
As almas dos fieis, pela misericórdia de Deus, des-
cansem em paz. R/. Amém.
2. Com a cruz é carregado
E do peso acabrunhado
Vai morrer por teu amor (2x)
Pela Virgem dolorosa...
Ou
• 37 •
2ª ESTAÇÃO
Jesus recebe a pesada Cruz
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
D epois de haver ainda zombado de Jesus, os soldados o arrastam para fora da cidade, para crucificá-lo. Jesus, 
carregando a cruz, põe-se a caminho para o lugar chamado 
Calvário. É para me livrar que ele carrega a sua cruz. Prece-
de-o um lictor levando a inscrição indicadora da causa do 
suplício: Jesus Nazareno, rei dos judeus. “Regnavit a ligno 
Deus.” Por vossa morte na cruz, tornastes-vos, ó Jesus, o rei 
de nossas almas.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
3. Pela cruz tão oprimido
Cai Jesus desfalecido
Pela tua salvação (2x)
Pela Virgem dolorosa...
Ou
• 39 •
3ª ESTAÇÃO
Jesus cai sob o peso da Cruz
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
N o estado a que o reduziram a agonia no jardim das Oliveiras, os maus tratos da noite na casa dos sumos 
sacerdotes e, principalmente, a flagelação e a coroação de 
espinhos, Jesus se acha exausto. A própria cruz é um peso 
superior às suas energias físicas. Seu corpo verga sob o 
fardo, extenuado, a desfalecer. Jesus sucumbe mais pelo 
peso dos nossos pecados do que pelo da cruz. Em minhas 
fraquezas, reerguei-me, Senhor.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
4. De Maria lacrimosa
Sua mãe tão dolorosa
Vê a imensa compaixão (2x)
Pela Virgem dolorosa...
ou
• 41 •
4ª ESTAÇÃO
Jesus encontra sua Mãe
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
M aria, diz uma antiga tradição, achava-se à passagem do cortejo, presa de profundo sofrimento. Cons-
truiu-se nesse lugar uma igreja chamada do Espasmo, em 
lembrança da imensa dor sofrida pela mais amável das mães, 
ao ver em tal estado o mais amado dos filhos. Uma espada, 
diz a liturgia, traspassou a alma de Maria, que gemeu abis-
mada em pena e desolação. Que homem poderia conter as 
lágrimas, vendo a Mãe do Cristo em tal suplício? Nossos 
pecados são a causa dessa dor. Ó Maria, obtende-nos a 
graça de detestai-os.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
5. No caminho do Calvário,
Um auxílio necessário
Não lhe nega o cireneu (2x)
Pela Virgem dolorosa...
• 43 •
5ª ESTAÇÃO
Simão, o cireneu, ajuda Jesus a carregar a Cruz
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
A extrema fadiga de Jesus fazia recear que Ele não pudesse chegar ao lugar da execução. Ao sair da cidade 
os soldados encontraram um certo Simão de Cirene, pai de 
Alexandre e de Rufo, o qual voltava de sua granja. Requi-
sitaram-no brutalmente e lhe puseram a cruz aos ombros, 
constrangendo-o a levá-la atrás do Salvador. Designando-o 
como pai de dois cristãos, conhecidos dos primeiros fiéis, 
São Marcos faz compreender que Deus o abençoou em seus 
filhos. Para nós lambem virão graças da cruz de Jesus. Fazei-
-me, Senhor, levai-a, seguindo-vos, em expiação de minhas 
faltas.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
6. O seu rosto ensanguentado
Por Verônica enxugado
Eis no pano apareceu (2x)
Pela Virgem dolorosa...
• 45 •
6ª ESTAÇÃO
Verônica enxuga o rosto de Jesus
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
A o passar o cortejo, uma mulher, conta piedosa tradi-ção, rompe a multidão. Aproxima-se rapidamente do 
Salvador e, com o seu véu, enxuga-lhe caridosamente o 
rosto. Em reconhecimento por essa corajosa gentileza, Jesus 
deixa a sua Santa Face impressa no véu da Verônica, vene-
rada há tantos séculos, pela piedade cristã, como tipo das 
nobres e santas ousadias. Dai-me, Senhor, a coragem de 
vencer sempre o respeito humano e imprimir no íntimo de 
minha alma os traços do Homem das dores, a fim de asseme-
lhar-me a Ele por meus sofrimentos.
Pater noster... / Pai nosso... | Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...| Miserére... /Tende misericórdia...
7. Outra vez desfalecido
Pelo peso abatido
Cai por terra o Salvador (2x)
Pela Virgem dolorosa...
Ou
• 47 •
7ª ESTAÇÃO
Jesus cai pela segunda vez
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
D esde a 6ª Estação, o caminho sobe por um declive bas-tante íngreme. A marcha fora penosa nas ruas escor-
regadias e estreitas de Jerusalém. Na extrema fraqueza de 
Jesus, o calor do meio-dia, a subida, os embaraços do cami-
nho, as brutalidades dos soldados, as zombarias dos judeus 
e, sobretudo, o peso da cruz, explicam a segunda queda do 
Salvador. É ao peso esmagador dos pecados, sempre repe-
tidos por mim, que Jesus torna a cair. Oxalá me levante Ele 
sempre de novo.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
8. Das matronas piedosas,
De Sião, filhas chorosas
É Jesus consolador (2x)
Pela Virgem dolorosa...
• 49 •
VIA SACRA
8ª ESTAÇÃO
Jesus consola as santas mulheres
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
I mensa multidão seguia a Jesus, assim como mulheres a chorar e se lamentar. Jesus voltou-se para elas e lhes 
disse: “Filhas de Jerusalém, não chorai por mim, mas chorai 
por vós e por vossos filhos. Pois, se assim é tratada a madeira 
verde, que se fará do lenho seco?” Jesus predizia o castigo que 
ia, em breve, cair sobre a nação deicida, a qual foi dispersa, 
sendo o Templo, todo o seu orgulho, reduzido a cinzas. Se 
a vida da graça não anima a minha alma, qual lenho seco 
que se queima, a justiça divina, deverá entregar-me àquele 
que tem o poder de lançar na geena do fogo inextinguível. 
Quero, portanto, evitar o pecado.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
9. Cai terceira vez prostrado/ Pelo peso redobrado
Dos pecados e da cruz (2x)/ Pela virgem dolorosa...
8ª ESTAÇÃO
Jesus consola as santas mulheres
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
I mensa multidão seguia a Jesus, assim como mulheres a chorar e se lamentar. Jesus voltou-se para elas e lhes 
disse: “Filhas de Jerusalém, não chorai por mim, mas chorai 
por vós e por vossos filhos. Pois, se assim é tratada a madeira 
verde, que se fará do lenho seco?” Jesus predizia o castigo que 
ia, em breve, cair sobre a nação deicida, a qual foi dispersa, 
sendo o Templo, todo o seu orgulho, reduzido a cinzas. Se 
a vida da graça não anima a minha alma, qual lenho seco 
que se queima, a justiça divina, deverá entregar-me àquele 
que tem o poder de lançar na geena do fogo inextinguível. 
Quero, portanto, evitar o pecado.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
9. Cai terceira vez prostrado/ Pelo peso redobrado
Dos pecados e da cruz (2x)/ Pela virgem dolorosa...
• 51 •
9ª ESTAÇÃO
Jesus cai pela terceira vez
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
A o chegar Jesus ao pé do montículo do Gólgota, o pensamento do que lhe resta a sofrer renova-lhe no 
ser humano o desfalecimento de Getsêmani. Uma variante 
autorizada do Evangelho de S. Marcos parece mesmo indi-
car que, em dado momento, foi tal a fraqueza do divino 
Mestre, que os soldados tiveram de reerguê-lo e, talvez o 
sustentar até ao Calvário. O príncipe das trevas tem a sua 
hora, a hora da suprema iniquidade. Mas é também a hora 
do perdão completo e universal, graças à profunda humilha-
ção do Deus feito homem. Obrigado, ó meu Jesus, por vos 
terdes assim humilhado, a fim de me levantar novamente.
Adorámus te.../Nós Vos adoramos
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
10. Dos vestidos despojado/ Por verdugos maltratado
Eu Vos vejo, meu Jesus (2x)/ Pela Virgem dolorosa...
• 53 •
10ª ESTAÇÃO
Jesus é despojado de suas vestes
Adorámus te.../Nós Vos adoramos...
Q uando os soldados arrancaram a Jesus as suas vestes todas as chagas por Ele recebidas na flagelação se rea-
briram. “Nós o vimos”, diz Isaías, “Ele não tem beleza nem 
esplendor. Parece-nos um objeto de desprezo, o último dos 
homens um homem de dores, votado ao sofrimento. Nós o 
considerávamos como um leproso, como um homem ferido 
por Deus e humilhado, mas por nossas iniquidades é que 
Ele foi coberto de chagas, por nossos crimes é que foi tor-
turado. O castigo que nos devia dar a paz caiu sobre Ele e 
nós fomos curados por suas cicatrizes.” Desse modo expiais 
minhas imodéstias, ó Jesus. Dai-me o espírito de pureza e 
penitencia.
Adorámus te.../Nós Vos adoramos
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
11. Sois na cruz por mim pregado/ Insultado e blasfemado
Com cegueira e com furor (2x)/ Pela Virgem dolorosa...
• 55 •
11ª ESTAÇÃO
Jesus é pregado à Cruz
Adorámus te.../Nós Vos adoramos
C hegados ao Jogar chamado Calvário, os solda dos cru-cificaram a Jesus e, com Ele, dois ladrões, um à sua 
direita, outro à esquerda. Cumpriu-se desse modo a pala-
vra da Sagrada Escritura: “Foi contado entre os celerados.” 
“Ó, meu povo”, dizem os impropérios da Sexta-feira Santa, 
“que te fiz eu? Em que te contristei? Responde-me. Será 
por te haver eu tirado da terra do Egito, que levantaste uma 
cruz para o teu Salvador? Será por ter eu sido, durante qua-
renta anos, teu guia no deserto, nutrindo-te com o maná, 
e por te haver, depois, introduzido numa terra excelente, 
que preparaste uma cruz para o teu Salvador? Eu te elevei, 
empregando a minha onipotência; tu, porém, me pregaste 
ao patíbulo da cruz. Ó, meu povo, que te fiz eu? Em que te 
afligi? Responde-me.” Jesus, convosco eu quero ser pregado 
à minha cruz de cada dia.
Pater noster... / Pai nosso... | Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai... | Miserére... /Tende misericórdia...
12. Por meus crimes padecestes/ Meu Jesus, por mim morrestes
Como é grande a minha dor (2x)/Pela Virgem dolorosa...
• 57 •
12ª ESTAÇÃO
Jesus morre sobre a Cruz
Adorámus te.../Nós Vos adoramos
J esus exclama na Cruz: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.” Depois, dirigindo-se ao bom ladrão: 
“Em verdade eu te declaro: hoje mesmo estarás comigo no 
Paraíso.” Vendo, em seguida, sua Mãe e, de pé junto dela, o 
discípulo a quem amava, disse á sua Mãe: “Mulher, eis aí 
teu filho!” E ao discípulo disse: “Eis aí tua Mãe.” Então obs-
cureceu-se o sol, e, do meio-dia até às três horas, as trevas 
envolveram o mundo. Aprende, ó minha alma, a morrer 
ao pecado, pois a sua gravidade é tanta que exige a morte 
do Homem-Deus para ser expiado. Oxalá nunca mais o 
cometa! Por vossa cruz, vossa paixão e vossa morte, livrai-
-me, Senhor.
Pater noster... / Pai nosso... | Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai... | Miserére... /Tende misericórdia...
13. Do madeiro Vos tiraram/ E à Mãe vos entregaram
Com que dor e compaixão (2x) / Pela Virgem dolorosa...
• 59 •
13ª ESTAÇÃO
Jesus é retirado da Cruz
Adorámus te.../Nós Vos adoramos
A proximando-se a noite, José, rico habitante de Arima-teia, dirigiu-se ao Calvário, depois de obter de Pilatos 
o corpo de Jesus. Nicodemos para ali se dirigiu também, 
levando uma mistura de mirra e de aloés. Eles, então, despre-
garam docemente Cristo dá cruz e o depuseram nos braços 
de sua mãe, em pranto. Em seguida, cobriram-no com uma 
mortalha de finíssimo pano e enterraram-no segundo o cos-
tume dos judeus. Oh! Mãe de dores, que chorais sobre os 
vossos filhos mortos pelo pecado, alcançai-me sincera dor 
de minhas faltas.
Pater noster... / Pai nosso...
Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai...
Miserére... /Tende misericórdia...
14. No sepulcro vos deixaram
Enterrado vos choraram
Magoado o coração (2x)
Pela Virgem dolorosa...
• 61 •
14ª ESTAÇÃO
Jesus é deposto no túmulo
Adorámus te.../Nós Vos adoramos
P erto do lugar onde tinha sido crucificado Jesus, havia um jardim e, nessejardim um sepulcro pertencente a 
José. O sepulcro, cavado na rocha, era novo. Como estava 
para começar a festa do grande Sabbat pascal, Nicodemos 
e José aí depuseram o corpo de Jesus e, tendo rolado uma 
grande pedra à entrada do monumento, afastaram-se, assim 
como as santas mulheres quando já a noite caía. Oxalá seja 
eu sepultado convosco, ó Jesus, e morto ao mundo, para 
convosco ressuscitar a uma vida nova, segundo a promessa 
feita, em meu nome, no batismo. “Por vosso sepulcro e santa 
ressurreição, livrai-me, Senhor.”
Pater noster... / Pai nosso... | Ave Maria... / Ave Maria...
Glória Patri... / Glória ao Pai... | Miserére... /Tende misericórdia...
15. Meu Jesus, por vossos passos
Recebei em vossos braços
A mim, pobre pecador (2x)
Pela Virgem dolorosa...
• 62 •
VIA SACRA
Pode-se terminar, recitando cinco Pater, Ave e Gloria Patri com 
os braços estendidos, em honra das cinco chagas de Nosso-Senhor.
Depois acrescenta-se a oração: Respice quaesumus, vide abaixo.
ORAÇÃO FINAL SOLENE
Quando o exercício da Via-Sacra é feito com solenidade, o sacer-
dote, tendo voltado ao altar-mor, diz:
V/. Adorámus te, Christe, et benedícimus tibi.
R/. Quia per sanctam crucem tuam redemísti 
mundum.
V/. Ora pro nobis, Virgo dolorosíssima,
R/. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi.
V/. Orémus pro pontífice nostro N.
R/. Dóminus consérvet eum, et vivíficet eum, et 
beátum fáciat eum in terra, et non tradat eum in ánimam 
inimicórum ejus.
V/. Orémus pro fidélibus defúnctis.
R/. Réquiem aetérnam dona eis, Dómine, et lux per-
pétua lúceat eis.
Orémus.
Réspice, quaésumus, Dómine, super hanc famíliam 
tuam, pro qua Dóminus noster Jesus Christus non dubi-
távit mánibus tradi nocéntium et crucis subíre torméntum.
Dómine Jesu Christe Fili Dei vivi, qui hora sexta, 
pro redemptióne mundi, crucis patíbulum ascendísti, et 
Sánguinem tuum pretiósum in remissiónem peccatórum 
• 63 •
nostrórum fudísti, te humíliter deprecámur ut, post óbitum 
nostrum, jánuam paradisi nos gaudéntes introíre concédas.
Intevéniat pro nobis, quaesumus, Dómine Jesu 
Christe, nunc et in hoa mortis nostrae, apud tuam clemén-
tiam, beáta Virgo María, mater tua, cujus sacratíssimam 
animam, in hora tuae Passiónis, dolóris gládios pertransívit.
Dómine Jesu Christe, qui frigescénte mundo, ad 
inflammándum corda mostra tui amóris igne, in carne bra-
tíssimi Francísci Passiónis tuae sacra stígmata renovásti: 
concede propítius, ut, ejus méritis et précibus crucem júgi-
ter ferámus, et dignos fructus poeniténtiae faciámus.
Omnipotens sempitérne Deus, miserere fámulo tuo 
pontífice nostro N., et dirige eum secúndum tuam clemén-
tiam in viam salútis aetérnae; ut, te donánte, tibi plácita 
cúpiat, et tota virtúte perfíciat.
Deus, véniae largítor et humánae salútis amátor, 
quaésumus cleméntiam tuam, ut nostrae congregatiónis 
fratres, propínquos et benefactóres, qui ex hoc saécuo 
transiérunt, beáta María sempre Vírgine intercedente, cum 
ómnibus Sanctis tuis, ad perpétuae beatitúdinis consor-
tium perveníre concedas. Per Dóminum nostrum.
Parce, Dómine, parece pópulo tuo; ne in aetérnum 
irascáris nobis. (ter)
Pie Jesu, Dómine, dona eis réquiem.
R/. Sempitérnam.
• 64 •
VIA SACRA
O leitor:
Jube, Dómine, benedícere.
Dá-se a Bênção com a cruz.
Benedícat nos Dóminus, Jesus Christus, qui pro 
nobis flagellátus est, crucem portávit, et fuit crucifíxus.
R/. Amen.
Tradução
Oremos:
Lançai o Vosso olhar, súplices vos pedimos, Senhor, 
sobre esta vossa família pela qual Nosso Senhor Jesus 
Cristo não hesitou entregar-se nas mãos dos perversos e 
suportar o tormento da Cruz.
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo, que à sexta 
hora do dia subistes ao patíbulos da Cruz, para a redenção 
do mundo, e derramastes o vosso precioso sangue para a 
remissão dos nossos pecados, humildemente vos suplica-
mos a graça de poder, depois da nossa morte transpor com 
alegria a porta do paraíso.
Interceda por nós, como vos pedimos, ó Senhor 
Jesus Cristo, agora e na hora de nossa morte junto à vossa 
clemência, a Virgem Maria vossa Mãe, cuja sacratíssima 
alma, na hora da Vossa Paixão, for transpassada pelo gládio 
de dor.
Senhor Jesus Cristo que ao arrefecer-se a caridade do 
mundo, renovastes os sagrados estigmas de Vossa Paixão 
• 65 •
na carne do bem-aventurado Francisco, a fim de abrasar os 
nossos corações com o fogo do Vosso amor, concedei-nos, 
em vossa bondade, que, por seus méritos e orações, carre-
guemos sempre de penitência.
Deus onipotente e eterno, tende piedade de vosso 
servo, o nosso santo Padre N., e o conduzi, segundo a 
vossa clemência, pelo caminho da salvação eterna, para 
que, mediante a vossa graça, execute sempre, com todo 
esforço, o que for mais de vosso agrado.
Ó Deus, que concedeis o perdão e amais a salvação 
dos homens, nós imploramos a vossa clemência para os 
irmãos, parentes e benfeitores de nossa congregação, que 
saíram deste mundo, a graça de chegar, por intercessão da 
sempre Virgem Maria e de todos os vossos santos, à par-
ticipação da bem-aventurança eterna. Por Nosso Senhor.
• 66 •
STABAT MATER, TRADUÇÃO
Estava a Mãe dolorosa
Ao pé da Cruz lacrimosa
E o Filho pendente dela
2. Dura espada lhe rasgava
A alma pura e lhe ensopava
Com dor, tristeza e gemidos
3. Ó, quão triste, quão aflita
Foi a Virgem bendita
Mãe do Unigênito
4. Dor e angústia a possuía
E toda trêmula via
As penas do ilustre Filho
5. Que homem ali não chorará
Se a Mãe do Cristo observará
Padecendo tal suplício
6. Que feito não se partira
Quando a Mãe piedosa vira
Com seu Filho suspirando
7. Porque o povo delinquiu
Jesus em tormentos viu
Sofrendo cruéis flagelos
• 67 •
VIA SACRA
8. Viu o Filho seu amado
Morrendo desamparado
Lançar o espírito extremo
9. Eia, Mãe, fonte de amores,
Fazei que estas fortes dores
Eu sinta, e convosco chores
10. Fazei que a alma se me inflame
Porque a Cristo Deus só ame
E só busque seu agrado
11. Santa Mãe, isto vos peço
Fique o peito bem impresso
Das chagas do Crucifixo
12. De vosso Filho chagado
O que por mim se há dignado
Sofrer, reparti comigo.
13. Fazei-me, enquanto eu viver
Com meu Jesus condoer
Convosco chorar deverás
14. Junto à cruz convosco estar
Vosso pranto acompanhar
Unicamente desejo
15. Quando a morte me levar
Fazei que a alma vá gozar
A Glória do Paraíso. Amém.
• 69 •
SALMOS PENITENCIAIS
Recitam-se de joelhos.
SALMO 6
A alma penitente implora a misericórdia divina
1. Para o fim: Cântico e salmo de David, para a oitava.
2. Não me argúas no teu furor, nem me castigues na 
tua ira.
3. Tem misericórdia de mim, Senhor, porque sou 
enfermo; sara-me, Senhor, porque (até) os meus 
ossos estremeceram,
4. E a minha alma turbou-se em extremo, mas tu, 
Senhor, até quando?6...
5. Volta-te, Senhor, e livra a minha alma; salva-me pela 
tua misericórdia.
6. Porque na morte não há quem se lembre de ti; e na 
habitação dos mortos quem te louvará?
7. Estou esgotado à força de tanto gemer; lavarei o meu 
leito com lágrimas todas as noites, regarei com elas o 
lugar do meu descanso.
8. Os meus olhos se turbaram por causa do furor, 
envelheci no meio de todos os meus inimigos.
6. Até quando farás durar a minha tribulação...
• 70 •
VIA SACRA
9. Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniqui-
dade, porque o Senhor ouviu a voz do meu pranto,
10. O Senhor ouviu a minha súplica, o Senhor recebeu 
a minha oração.
11. Sejam confundidos, e em extremo conturbados 
todos os meus inimigos; retirem-se, e sejam num 
momento cobertos de ignomínia.
SALMO 31
Felicidade daquele que obteve o perdão
dos seus pecados
Do mesmo David, instrução.
1. Bem-aventurados aqueles, cujas iniquidades foram 
perdoadas, e cujos pecados são apagados.
2. Bem-aventurado o homem, a quem o Senhor não 
arguiu de pecado, e cujo espírito é isento de fraude.
3. Porque calei, os meus ossos envelheceram, enquanto 
eu clamava todo o dia.7
4. Porque a tua mão tornou-se pesada sobre mim de dia 
e de noite; eu revolvia-me na minha dor, enquanto se 
cravava a espinha (do castigode Deus).
5. Eu te manifestei o meu pecado, e não ocultei a minha 
7. Porque calei, recusando, por orgulho, reconhecer os meus crimes 
diante de Deus, os meus ossos... isto é, as minhas forças físicas diminuíram, por 
causa da violência dos sofrimentos morais.
• 71 •
VIA SACRA
injustiça. Eu disse: Confessarei ao Senhor, contra 
mim mesmo, a minha injustiça; e tu perdoaste a malí-
cia do meu pecado.
6. Por isto orará a ti todo o (homem) santo no tempo 
oportuno. E, na inundação das muitas águas, estas 
não se aproximarão dele.8
7. Tu és o meu refúgio na tribulação que me cercou, ó 
alegria minha, livra-me dos que me cercam.
8. Inteligência te darei (disseste), e ensinar-te-ei o cami-
nho que deves seguir; fixarei sobre ti os meus olhos.
9. Não queirais ser como o cavalo e o mulo, que não 
têm entendimento. Com o cabresto e com o freio 
sujeita (o Senhor) as suas queixadas, quando não 
quiserem aproximar-se de ti.
10. Muitas dores esperam o pecador, mas o que espera 
no Senhor será cercado de misericórdia.
11. Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos, e 
gloriai-vos todos os que sois de coração reto.
8. Na inundação... Esta inundação representa os castigos de Deus, aos 
quais escapam os santos, por uma graça especial (estas não se aproximarão 
dele).
• 72 •
VIA SACRA
SALMO 37
Apelo do pecador para a misericórdia divina
1. Salmo de David para memória, no sábado.
2. Senhor, não me repreendas no teu furor, nem me 
castigues na tua ira;
3. porque as tuas setas se me cravaram, e assentaste 
sobre mim a tua mão.
4. Não há parte sã na minha carne por causa da tua 
ira; não há paz nos meus ossos à vista dos meus 
pecados.
5. Porque as minhas iniquidades se elevaram acima 
da minha cabeça, e, como uma carga pesada, me 
oprimiram.
6. Apodreceram e corromperam-se as minhas chagas, 
por causa da minha loucura.9
7. Tornei-me miserável, e continuamente todo encur-
vado; todo o dia andava oprimido de tristeza.
8. Porque as minhas entranhas estão cheias de ilusões, 
e não há parte alguma sã na minha carne.
9. Estou aflito e grandemente abatido; o gemido do 
meu coração arranca-me rugidos.
10. Ó Senhor, bem vês todos os meus desejos, e o meu 
gemido não te é oculto.
9. O pecado é uma loucura, porque, por um breve e doentio prazer, 
atrai tantos castigos da justiça divina.
• 73 •
VIA SACRA
11. O meu coração está conturbado, a minha força 
desamparou-me; e a própria luz dos meus olhos já 
não está comigo.10
12. Os meus amigos e os meus próximos avançaram e 
puseram-se contra mim. E os meus parentes puse-
ram-se ao longe.
13. E os que buscavam a minha vida, usavam de violên-
cia. E os que me procuravam males falaram coisas 
vãs, e todo o dia maquinavam enganos,
14. Mas eu, como um surdo, não ouvia; e, como um 
mudo, não abria a boca.
15. E tornei-me como um homem que não ouve, e que 
não tem na sua boca palavras com que replicar.
16. Porque em ti, Senhor, esperei; tu me ouvirás, 
Senhor Deus meu.
17. Porque disse: Nunca triunfem de mim os meus ini-
migos, eles que, tendo visto os meus pés vacilantes, 
falaram insolentemente de mim.
SALMO 50
David penitente
1. Para o fim: Salmo de David,
2. quando o profeta Natan foi ter com ele depois de 
10. Própria luz... Quase ceguei com tanto chorar.
• 74 •
VIA SACRA
haver pecado com Betsabeia.
3. Tem piedade de mim, ó Deus, segundo a tua grande 
misericórdia; e, segundo a multidão das tuas clemên-
cias, apaga a minha iniquidade.
4. Lava-me mais e mais da minha iniquidade, e purifica-
-me do meu pecado.
5. Porque eu conheço a minha maldade, e o meu pecado 
está sempre diante de mim.
6. Pequei contra ti só, e fiz o mal diante dos teus olhos, 
para que (perdoando-me) sejas encontrado justo nas 
tuas palavras, e venças quando fores julgado.11
7. Eis que eu fui concebido em iniquidades, e minha 
mãe concebeu-me no pecado,
8. Eis que tu amaste a verdade, e me revelaste o segredo 
e o mistério da tua sabedoria.
9. Tu me borrifarás com o hissope, e serei purificado; 
lavar-me-ás, e me tornarei mais branco que a neve, 
10. Tu me farás ouvir uma palavra (do perdão que é) 
de gozo e de alegria e se regozijarão os meus ossos 
humilhados.
11. Aparta o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas 
as minhas iniquidades.
11. Pequei... Os pecados cometidos contra o próximo, como 
foram os de David, ofendem mais a Deus do que o homem, porque toda a lei 
moral e todo o direito do homem vem de Deus. Por isso o perdão dado por 
Deus, mesmo sem o perdão do homem ofendido, não pode ser considerado 
uma injustiça.
• 75 •
VIA SACRA
12. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova nas 
minhas entranhas um espírito reto,
13. Não me arremesses da tua presença, e não tires de 
mim o teu espírito santo,
14. Dá-me a alegria da tua salvação, e conforta-me com 
um espírito magnânimo,
15. Ensinarei aos iníquos os teus caminhos, e os ímpios 
se converterão a ti.
16. Livra-me do sangue, Deus, Deus da minha salvação, 
e a minha língua exaltará a tua justiça.12
17. Senhor, abrirás os meus lábios, e a minha boca anun-
ciará os teus louvores.
18. Porque, se quisesses um sacrifício, eu o teria ofere-
cido; mas tu não te comprazes (só) com holocaustos.
19. O sacrifício (mais) digno de Deus é um espírito com-
pungido; não desprezarás, ó Deus, um coração con-
trito e humilhado.
20. Senhor, sê benigno com Sião por tua boa-vontade, 
para que se edifiquem os muros de Jerusalém.
21. Então aceitarás os sacrifícios legítimos, as oferendas 
e os holocaustos; então serão colocados sobre o teu 
altar bezerros (para o sacrifício).
12. Livra-me do castigo que mereço por causa do sangue de 
Urias, que fiz derramar.
• 76 •
VIA SACRA
SALMO 101
Oração e esperanças de Israel infeliz
1. Oração de um aflito quando estiver na tributação, e 
derramar as suas preces na presença do Senhor.
2. Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu 
clamor.
3. Não apartes de mim o teu rosto; em qualquer dia 
em que me achar atribulado, inclina para mim o teu 
ouvido. Em qualquer dia que te invocar, ouve-me 
prontamente,
4. porque os meus dias dissiparam-se como fumo, e os 
meus ossos se secaram como gravetos.
5. Fui ferido como feno, e o meu coração secou-se, 
porque até me esqueci de comer o meu pão.
6. A força de soltar gemidos, fiquei somente com a pele 
pegada aos ossos.
7. Tornei-me semelhante ao pelicano do deserto; tor-
nei-me como a coruja no seu (triste) albergue.
8. Velei e tornei-me como o pássaro solitário no telhado.
9. Todo o dia me improperavam os meus inimigos, e os 
que me louvavam conjuravam-se contra mim.
10. Porque comia a cinza com o pão, e misturava a minha 
bebida com as minhas lágrimas,13 
13. Comia a cinza... Alusão à cinza que era costume espalhar 
sobre a cabeça em sinal de dor e de penitência, e da qual cairia alguma sobre o 
prato em que comiam.
• 77 •
VIA SACRA
11. à vista da tua ira e indignação, porque, depois de me 
teres elevado, me arrojaste.
12. Os meus dias passaram como a sombra, e eu sequei-
-me como feno.
13. Mas tu, Senhor, permaneces para sempre, e a memó-
ria de teu nome estende-se de geração em geração.
14. Tu, levantando-te, terás piedade de Sião, porque é 
tempo de teres piedade dela, e a hora já chegou.
15. Porque as suas próprias ruínas são amadas pelos 
teus servos e eles olham com ternura (até o pó de) 
aquela terra.
16. E as nações temerão o teu nome, Senhor, e todos os 
reis da terra respeitarão a tua glória.
17. Porque o Senhor edificou Sião, e será visto na sua 
glória.
18. Atendeu à oração dos humildes, e não desprezou a 
sua prece.
19. Sejam escritas estas coisas para a geração futura, e o 
povo, que há-de ser criado, louvará o Senhor,
20. porque olhou do alto do seu santuário; o Senhor 
olhou do céu sobre a terra,
21. para ouvir os gemidos dos encarcerados, para liber-
tar os filhos dos condenados à morte,14
22. a fim de que anunciem em Sião o nome do Senhor, e 
14. Encarcerados e como condenados à morte eram os Israelitas 
no cativeiro de Babilônia.
• 78 •VIA SACRA
o seu louvor em Jerusalém,
23. quando se juntarem os povos e os reis para servirem 
ao Senhor.
24. Disse-lhe (o justo) na expansão da sua força: Mani-
festa-me (Senhor) o curto número de meus dias.
25. Não me chames na metade de meus dias; os teus 
anos estendem-se de geração em geração.
26. No princípio, Senhor, fundaste a terra, e os céus são 
obra das tuas mãos.
27. Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles 
envelhecerão como um vestido. E como roupa os 
mudarás, e serão mudados;
28. tu porém és sempre o mesmo, e os teus anos não 
terão fim.15
29. Os filhos dos teus servos habitarão (tranquilos em 
Jerusalém), e a sua posteridade será estável para 
sempre.
SALMO 129
Esperança e oração do pecador
1. Cântico gradual. Desde o mais profundo clamei a ti, 
Senhor;
15. A eternidade de Deus, que excede infinitamente a dura-
ção da vida humana, é invocada como motivo para que Deus conceda vida mais 
longa.
• 79 •
VIA SACRA
2. Senhor, ouve a minha voz; estejam atentos os teus 
ouvidos à voz da minha súplica.
3. Se examinares, Senhor, as nossas maldades, quem, 
Senhor, poderá subsistir (em tua presença)?
4. Mas em ti se acha a clemência, e por causa da tua lei 
pus em ti, Senhor, a minha confiança. A minha alma 
está confiada na sua palavra;
5. a minha alma esperou no Senhor.
6. Desde a vigília da manhã ate à noite, espere Israel no 
Senhor;
7. Porque no Senhor está a misericórdia, e há nele 
copiosa redenção.
8. E ele mesmo redimirá Israel de todas as suas 
iniquidades.
SALMO 142
Outra súplica no meio duma angústia
Salmo de David.
1. quando seu filho Absalão o perseguia. Senhor, ouve 
a minha oração, presta ouvidos aos meus rogos, 
segundo a tua verdade; atende-me na tua justiça.
2. E não entres em juízo com o teu servo, porque 
nenhum vivente será encontrado justo na tua 
presença.
• 80 •
VIA SACRA
3. Porque o inimigo perseguiu a minha alma; humilhou 
a minha vida até ao chão. Colocou-me em lugares 
obscuros como a mortos de muito tempo.
4. O meu espírito angustiou-se sobre mim; dentro de 
mim se turbou o meu coração.
5. (Mas) lembrei-me (logo) dos dias antigos, meditei em 
todas as tuas obras; meditei nas obras das tuas mãos.
6. Estendi as minhas mãos para ti; a minha alma diante 
de ti é como terra sequiosa.
7. Atende-me, Senhor, com presteza; o meu espírito 
desfaleceu. Não apartes de mim a tua face para que 
não seja semelhante aos (mortos) que descem à cova.
8. Faze-me sentir desde manhã a tua misericórdia, 
porque em ti tenho esperado. Faze-me conhecer o 
caminho em que hei-de andar, porque a ti elevei a 
minha alma.
9. Livra-me dos meus inimigos, Senhor; junto de ti me 
refugio.
10. Ensina-me a fazer a tua vontade, porque tu és o meu 
Deus. O teu bom espírito me conduzirá à terra da 
retidão.16
11. Por causa do teu nome, Senhor, me darás a vida. 
Tirarás a minha alma da tribulação,
16. À terra da retidão, isto é, à santidade.
• 81 •
VIA SACRA
12. e, pela tua misericórdia, dissiparás os meus inimigos, 
e destruirás todos os que atribulam a minha alma, 
porque eu sou teu servo,
© Santa Cruz – Editora & Livraria, 2021.
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	Introdução
	Pré-História da Via-Sacra
	O Papel das Indulgências
	Começos da moderna Via-sacra
	Primeiras Construções
	Por que Catorze Estações?
	A Via-Sacra em Jerusalém
	Definição das Cenas e sua Ordem
	Fixação e Oficialização
	Regulamentos Modernos
	Conclusão
	Breve Instrução de s. leonardo de porto maurício
	ExercÍcio da Via-Sacra
	Oração diante do altar-mor
	1ª Estação
	2ª Estação
	3ª Estação
	4ª Estação
	5ª Estação
	6ª Estação
	7ª Estação
	8ª Estação
	9ª Estação
	10ª Estação
	11ª Estação
	12ª Estação
	13ª Estação
	14ª Estação
	Oração Final Solene
	Stabat Mater, tradução
	Salmos penitenciais
	Salmo 6
	Salmo 31
	Salmo 37
	Salmo 50
	Salmo 101
	Salmo 129
	Salmo 142
	Botão 1:

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