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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CAMPUS CRATEÚS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DIMENSIONAMENTOS DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO ALICIA CARDOSO DE OLIVEIRA - 476177 CRATEÚS – CE FEVEREIRO DE 2024 1. INTRODUÇÃO As lagoas de estabilização são sistemas de tratamento biológico em que a estabilização da matéria orgânica é realizada pela oxidação bacteriológica (oxidação aeróbia ou fermentação anaeróbia) e/ou redução fotossintética das algas. Os seguintes sistemas que serão abordados no projeto: uma lagoa facultativa, uma lagoa anaeróbia seguida da lagoa facultativa, uma lagoa aerada facultativa e um sistema de lagoa aerada de mistura completa seguidas por 2 lagoas de decantação. Com base nos seguintes dados, população de 20.000 habitantes, uma vazão afluente igual a 3.000 m³/d, DBO afluente de 350 mg/l, e temperatura de 23ºC (líquido no mês mais frio). 2. LAGOA FACULTATIVA O seu processo ocorre através da retenção dos esgotos por um período de tempo suficiente para que os processos de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam. 2.1. CÁLCULO DA CARGA AFLUENTE DE DBO Carga = concentração x vazão = 350g/m³ x 3.000m³/d / 1000 g/kg = 1.050 kg/d. 2.2. ADOÇÃO DA TAXA DE APLICAÇÃO SUPERFICIAL Ls = 220 kgDBO/ha.d 2.3. CÁLCULO DA ÁREA REQUERIDA A = L/Ls = 1.050 kg/d / 220 kg/ha.d = 4,8 ha = 48.000m2 2.4. ADOÇÃO DE UM VALOR PARA PROFUNDIDADE H= 1,80 m (adotado) 2.5. CÁLCULO DO VOLUME RESTANTE V = A x H = 48.000 m2 x 1,80 m = 86.400m³ 2.6. CÁLCULO DO TEMPO DE DETENÇÃO RESULTANTE t = V/Q = 86.400m³/3.000m³/d = 28,8d 2.7. ADOÇÃO DE UM VALOR PARA O COEFICIENTE DE REMOÇÃO DE DBO ● Regime de mistura completa, a 20°C: K= 0,35d-1 ● Correção para temperatura de 23°C: Adotando um valor para o coeficiente de temperatura θ = 1,05. Kr = K20 x θ (T-20)=0.35 x 1,05(23-20)= 0,41 d-1 2.8. ESTIMATIVA DA DBO SOLÚVEL EFLUENTE Utilizando-se o modelo de mistura completa (admitindo-se uma célula não predominantemente longitudinal), tem-se: S= So/1+ K x t = 350/ 1 + 0,41 x 28,8 = 27 mg/l 2.9. ESTIMATIVA DA DBO PARTICULADA EFLUENTE Admitindo-se uma concentração de S efluente igual a 80 mg/l, e considerando-se que cada 1 mgSS/I implica numa DBOs em torno de 0,35 mg/l, tem-se: DBOs particulada = 0,35 mgDBO/mgSS x 80mgSS/l = 28mgDBO/l Deve-se lembrar que a DBO particulada é detectada no teste da DBO, mas poderá não ser exercida no corpo receptor, dependendo das condições de sobrevivência das algas. 2.10. DBO TOTAL EFLUENTE DBO total efluente = DBO solúvel + DBO particulada DBO total efluente = 72 + 82 =55 mg/l 2.11. CÁLCULO DA EFICIÊNCIA NA REMOÇÃO DA DBO E = S0 - S / S0 x 100 = 350 - 55 / 350 x 100 E = 84% 2.12. DIMENSÕES DA LAGOA As dimensões da lagoa são função do terreno e da topografia locais. Para o efeito deste exemplo, serão adotados valores inespecíficos. Caso sejam adotadas 2 lagoas em paralelo e uma relação comprimento/largura (L/B) igual a 2,5 em cada lagoa, ter-se-a: Área de 1 lagoa = 48.000/2 = 24.000m2 A= L x B = (2,5 x B) x B = 2,5 x B2 24.000m2 = 2,5 x B2 → B = [(A/(L/B)]0,5 = (24.000/2,5)0,5 = 98,0 m L = (L/B) х В= 2,5 x B = 2,5 x 98,0 m= 245,0 m Comprimento: L = 245,0 m Largura: B = 98,0m 2.13. ÁREA TOTAL REQUERIDA PARA TODO O SISTEMA A área total requerida para a lagoa, incluindo os taludes, urbanização, vias internas, laboratório, estacionamento e outras áreas de influência, é cerca de 25% a 33% maior do que a área líquida. Atotal = 1,3 x Aliquida = 1,3 x 48.000m2 = 62.400 m2 (6,2 ha) Área per capita = 62.400m2 / 20.000 hab = 3,1 m2/hab 2.14. ACUMULAÇÃO DE LODO Acumulação anual = 0,05m3/hab x 20.000hab = 1.000 m3/ano. Espessura em 1 ano: Espessura = 1.000 m3/ano x 1 ano / 48.000m2 = 0,021m/ano = 2,1 cm/ano. Espessura em 20 anos de operação: Espessura: 2,1 cm/ano x 20 anos = 42 cm em 20 anos. Após 20 anos de operação, o lodo ocupa apenas 23% (= 0,42m / 1,80m) de profundidade útil das lagoas. 2.15. ARRANJO DO SISTEMA 3. UMA LAGOA ANAERÓBIA SEGUIDA DA LAGOA FACULTATIVA Este tipo de lagoa se caracteriza por não apresentar oxigênio dissolvido abaixo da superfície da água. Durante o processo anaeróbio, diversas bactérias se desenvolvem para transformar a poluição orgânica em metano. Basicamente ocorrem duas etapas, a liquefação e formação de ácidos através das bactérias acidogênicas; e a formação de metano através das bactérias metanogênicas 3.1. CARGA AFLUENTE DE DBO L= 1.050kgDBOs/d 3.2. ADOÇÃO DA TAXA DE APLICAÇÃO VOLUMÉTRICA L Lv= 0,15kgDBO/m³.d 3.3. CÁLCULO DO VOLUME REQUERIDO volume= carga/ Carga volumétrica = L/Lv = ((1.050kgDBO/d)/ (0,15kgDBO/m³.d))= 7000m³ 3.4. VERIFICAÇÃO DO TEMPO DE DETENÇÃO t= V/Q = 7000/3000 = 2,3d (OK!) 3.5. DETERMINAÇÃO DA ÁREA REQUERIDA E DIMENSÕES Profundidade H= 4,5 m (adotada) area= volume/profundidade = V/H = 7000m³/4,5m = 1.556m² adotar 2 lagoas área de cada lagoa: 1556m²/2= 788m² possíveis dimensões de cada lagoa: 34m x 23m 3.6. CONCENTRAÇÃO DE DBO EFLUENTE eficiência de remoção da DBO: E=60% DBOcb= (1-E/100).S0 = (1-60/100)X350= 0,4X350 = 140 mg/l efluente: anaeróbio afluente: facultativa 3.7. ACÚMULO DE LODO NA LAGOA ANAERÓBIA acumulo anual= 0,04m³/hab.ano x 20.000hab = 800m³/ano Espessura da camada de lado em 1 ano espessura= (acumulo anual x tempo) área da lagoa = (800m³/ano.1ano)/1556m² = 0,51m/ano = 51cm/ano tempo para se atingir ⅓ a altura útil das lagoas tempo= (H/3)/(0,51m/ano)= 2,9 anos O lodo deverá ser re,ovido aproximadamente a cada 3 anos ou anualmente ( remoção de 800m³) 3.8. CARGA AFLUENTE À LAGOA FACULTATIVA L=((100-E)*L0)/100 = ((100-60)*1050)/100= 420kg DBO/d 3.9. ADOÇÃO DA TAXA DE APLICAÇÃO SUPERFICIAL Ls=220kgDBO/HA.D 3.10. ÁREA REQUERIDA A= L/Ls = (420kgDBO/d)/(220 kgDBO/ha.d)= 1,9 ha (19.000m²) Adotar 2 lagoas Área de cada lagoa: 19.000m²/2 = 9500m² Possíveis dimensões de cada lagoa: L=155m e B=62m (relação L/B= 2,5) 3.11. ADOÇÃO DE UM VALOR PARA A PROFUNDIDADE H=1,80m (adotado) 3.12. CÁLCULO DO VOLUME RESULTANTE V= A.H = 19.000m² x 1,80m = 34.200 m³ 3.13. CÁLCULO DO TEMPO DE DETENÇÃO RESULTANTE t= V/Q = 342000m³/(3000m³/d) = 11,4d 3.14. ADOÇÃO DE UM VALOR PARA O COEFICIENTE DE REMOÇÃO DE DBO(K) Regime de mistura completa, a 20ºC: K=0,27d^(-1) Correção para a temperatura de 23ºC: Kr= k20- O^(t-20)= 0,27 x 1,05^(23-20) = 0,31d^(-1) 3.15. ESTIMATIVA DE DBO SOLÚVEL EFLUENTE S= S0/ (1+k.t)= 140/ (1+0,31 x 11,4) = 31mg/l 3.16. ESTIMATIVA DA DBO PARTICULAR EFLUENTE DBOs particular= 0,35mgDBOs/mgSS x 80 mgDBOs/l = 28mgDBOs/l 3.17. DBO TOTAL EFLUENTE DBO total efluente= DBO solúvel + DBO particular DBO efluente= 31 + 28 = 59 mg/l 3.18. CÁLCULO DA EFICIÊNCIA TOTAL DO SISTEMA DE LAGOA ANAERÓBIA-LAGOA FACULTATIVA NA REMOÇÃO DA DBO E= ((S0 - SBOefs)/ s0)*100 = ((350-59)/350)*100= 83% 3.19. ÁREA ÚTIL TOTAL Área útil total = 0,16 ha + 1,9 ha = 2,1 ha 3.20. ÁREA TOTAL REQUERIDA Área total= 1,3 x 2,1 = 2,7 ha Área per capita= 27000m²/ 20000hab = 1,4m²/hab 3.21. ARRANJO DO SISTEMA 4. UMA LAGOA AERADA FACULTATIVA Uma característica da lagoa aerada é a utilização de equipamentos de aeração, normalmente, aeradores superficiais, para “fornecer” oxigênio para o meio líquido. Os aeradores superficiais criam turbulências necessárias para o oxigênio contido na atmosfera adentre ao meio líquido, garantindo, assim, oxigenação para os microrganismos que estão na lagoa. 4.1. DBO SOLÚVEL EFLUENTE Adotando o tempo de detenção como t = 8 d, e o coeficiente K = 0,7 para 20°C e𝑑−1 corrigido para 0,8 a 23°C:𝑑−1 𝐷𝐵𝑂 𝑆 𝑠𝑜𝑙ú𝑣𝑒𝑙 = 3501+0,8*8 = 47𝑚𝑔/𝑙 4.2. DBO PARTICULADA EFLUENTE Assumindo que há 80mg/l de sólidos em suspensão no efluente, a concentração de DBOs particulada efluente será: 𝐷𝐵𝑂 𝑆 𝑝𝑎𝑟𝑡 = 0, 35𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂𝑠/𝑚𝑔𝑆𝑆 * 80 𝑚𝑔𝑆𝑆/𝑙 = 28 𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂𝑠/𝑙 4.3. DBO TOTAL EFLUENTE 𝐷𝐵𝑂 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 53 + 35 = 88𝑚𝑔/𝑙 4.4. EFICIÊNCIA DO SISTEMA NA REMOÇÃO DE DBO 𝐸 = 𝑆𝑜−𝑆𝑆𝑜 = 350−88 350 * 100 = 75% 4.5. VOLUME REQUERIDO 𝑉 = 𝑡𝑄 = 8 * 3000 = 24. 000 𝑚3 4.6. ÁREA REQUERIDA Adotando uma profundidade H =3,5m, temos que: 𝐴 = 𝑉𝐻 = 24.000 3,5 = 6. 900 𝑚 2 4.7. REQUISITOS DE OXIGÊNIO 𝑅𝑂 = 𝑎𝑄(𝑆𝑜 − 𝑆) = 1,0*3000*(350−47)1000 = 909 𝑘𝑔𝑂2/𝑑 = 38 𝑘𝑔𝑂2/ℎ 4.8. REQUISITOS DE ENERGIA A eficiência de oxigenação nas condições padrão é adotada como: EO = 1,8 kg /kWh𝑂 2 A eficiência de oxigenação em campo pode ser adotada em torno de 60% da E.O. padrão, assim sendo: 𝐸𝑂 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 = 0, 60 * 1, 8𝑘𝑔𝑂 2 /𝑘𝑊ℎ = 1, 1𝑘𝑔𝑂 2 /𝑘𝑊ℎ Logo, a potência requerida é de: 𝑃𝑜𝑡 = 𝑅𝑂𝐸𝑂 = 37 1,1 = 34𝑘𝑊 = 45𝐶𝑉 4.9. AERADORES Logo, para a potência instalada de , seriam necessários 6 aeradores de34𝑘𝑊 = 45𝐶𝑉 7,5 CV cada: 6*7,5 = 45CV. 4.10. DIMENSÕES DA LAGOA Seria mais viável adotar 2 lagoas em paralelo, visando maior flexibilidade em períodos de retirada de lodo, por exemplo, uma funcionaria enquanto a outra estivesse em manutenção. Considerando uma área de influência quadrada para cada aerador e deixando as últimas células sem aerador, as lagoas teriam as seguintes dimensões: L = 116 m e B = 29 m A área de influência encontrada para cada aerador está dentro da zona de oxigenação desejada, mas sai da zona de mistura desejado para uma lagoa aerada facultativa. 4.11. VERIFICAÇÃO DA DENSIDADE DE POTÊNCIA ϕ = 𝑃𝑜𝑡𝑉 = 34000 24000 1, 4 𝑊/𝑚 3 Esta densidade deverá manter os sólidos em suspensão. 4.12. ACÚMULO DE LODO Acumulação anual = 0,05 /hab.ano * 20.000 hab = 1.000 /ano.𝑚3 𝑚3 Espessura em 1 ano = 0,14m/ano1.000*16900 = Espessura em 7 anos = 0,14m/ano * 7 = 1,0 m, que reduziria a altura útil da lagoa de 3,5 m para 2,5 m fazendo com que seja necessária a limpeza regular. 4.13. ÁREA TOTAL REQUERIDA A área requerida é de (0,69 ha), já a área total requerida para todos os6. 900 𝑚2 componentes da estação é de 30% superior a esse valor, logo a área total é: 1,30* 0,69 = 0,897 ha = 8.970 𝑚2 O requisito de área per capita é de: /habÁ𝑟𝑒𝑎 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 = 897020000 ≃ 0, 45 𝑚 2 O valor é maior que o requerido para lagoas facultativas primárias. 4.14. ARRANJO DO SISTEMA 5. UM SISTEMA DE LAGOA AERADA DE MISTURA COMPLETA SEGUIDAS POR 2 LAGOAS DE DECANTAÇÃO População = 20.000 hab Vazão afluente = 3.000 m3/d DBO afluente: S, = 350 mg/l Temperatura: T= 23 °C (líquido) LAGOA AERADA 5.1. Adoção do tempo de detenção t = 3d (adotado) 5.2. Volume requerido V = t*Q = 3d*3000m³/d = 9000 m³ 5.3. Área requerida Adotando-se uma profundidade H=3,5m: 𝐴 = 𝑉𝐻 = 9000𝑚³ 3,5𝑚 = 2570𝑚³ As dimensões da lagoa podem ser: 50m x 50m (0,25 ha) 5.4. ESTIMATIVA DA CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS EM SUSPENSÃO VOLÁTEIS (SSV) NA LAGOA AERADA COEFICIENTES CINÉTICOS: ● Y =0,6 (adotado) ● Kd=0.06 (adotado) Estimativa da concentração de DBO solúvel efluente (S): S = 50 mg/l (estimativa inicial) 𝑋 = 𝑌*(𝑆 ° −𝑆) 1+𝐾 𝑑 *𝑡 = 0,6*(350−50) 1+0,06*3 = 153 𝑚𝑔/𝑙 5.5. ESTIMATIVA DA DBO SOLÚVEL EFLUENTE Adotando-se K=0,017, temos: , solúvel:𝐷𝐵𝑂 𝑠 𝑆 = 𝑆 ° 1+𝐾*𝑋*𝑡 = 350 1+0,017*153*3 = 40 𝑚𝑔/𝑙 5.6. ESTIMATIVA DA DBO PARTICULADA EFLUENTE DBOs part= 0,6mgDBOs/mgSSV/l = 95mgDBOs/l SSV= ((100-E)/100)SSV= ((100-85)/100)153=23mg/l Desta forma, a DBO particulada no efluente final será: BOs part= 0,6mgDBOs/mgSSV . 23mgSSV/l= 14mgDBOs/l 5.7. DBO TOTAL EFLUENTE DBO total = DBO solúvel + DBO part = 40 + 14 = 54mg/l A eficiência do sistema na remoção de DBO é: E=(S0-S)/S0= ()350-54)/350)*100= 58% 5.8. REQUISITOS DE OXIGÊNIO EO= 1,2.Q.(S0-S)= (1,2x3000m³/d.(350-40)g/m³)/1000g/kg=116kgO2/d= 47kgO2/h 5.9. REQUISITOS DE ENERGIA EO= 1,8kgO2/kWh A eficiência da Oxigenação no campo pode ser adotada como em torno de 60% da EO padrão. assim: EOcampo= 0,6x1,8kgO2/kWh A potência requerida é: pot= RO/EO = (47kgO2/h)/1,1kgO2/Wh = 43kW= 58CV 5.10. AERADORES Adotar 4 aeradores de 15 CV cada A potência total é, portanto, de 4x15CV = 60 CV (44kW) Cada aerador será responsável por uma area de influencia de 25m x 25m 5.11. VERIFICAÇÃO DA DENSIDADE DE POTÊNCIA ϕ = 𝑃𝑜𝑡/𝑉 = 44000𝑊/9000𝑚³ = 4, 9 𝑊/𝑚³ LAGOA DE DECANTAÇÃO 5.12. DIMENSIONAMENTO DA LAGOA DE DECANTAÇÃO Zona de clarificação: Tempo de detenção= t=1,0d x 3000m³/d= 3000m³ Profundidade: Hclarif= 1,5m (adotado) Área requerida: A= V/H =3000/1,5m= 20000m² (0,20ha) Zona do lodo: Acrescentar uma profundidade adicional de 1,5m Dimensões e valores totais: Área total: 2000m² Profundidade: 1,5m + 1,5m = 3,0m Volume total: 2000m² x 3,0m = 6000m³ Número de lagoas: 2 Dimensão de cada lagoa: 40m x 25m x 3,0m Tempo de detenção com lagoa limpa: t=V/Q = 6000/3000= 2,0d 5.13. ACUMULAÇÃO DE LODO A carga de sólidos afluentes à lagoa de decantação é composta de sólidos em suspensão voláteis SSV e de sólidos em suspensão fixos SS. Admitir uma relação de 0,75 para SSV/SS. Desta forma, a relação SS/SSV será: SS/SSV = (1-0.75)/0.75 = 1/3 As cargas de sólidos afluentes à lagoa por ano são: SSV = 3.000 m³/d x 0,153 kgSSV/m³ x 365 d/ano = 167.535 kgSSV/ano SS =3.000 m³/d x (0,153/3) kgSS/m³ x 365 d/ano = 55.845 kgSS/ano Assumindo-se uma remoção de 85% dos sólidos na lagoa de decantação, tem-se as seguintes cargas de sólidos em suspensão voláteis e fixos a serem acrescentados à camada de lodo na lagoa: M = 0,85x167.535 = 142.405 kgSSV/ano M = 0,85x55.845 = 47.468 kgSSf/ano Para a estimativa do acúmulo de lodo após um período de t anos, e assumindo-se uma fração de sólidos secos no lodo de 8% (umidade = 92%). tem-se: 𝑉 = 𝑀 𝐾 *(𝑙−𝑒 −𝑘)+𝑡*𝑀 1000*(𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑠𝑜𝑙.𝑠𝑒𝑐𝑜𝑠) = 142.405 0,5 *(1−𝑒 −0,5)+𝑡*47.468 1000*0,08 5.14. ÁREA REQUERIDA TOTAL (LAGOA AERADA + LAGOA DE DECANTAÇÃO Área total= 0,25 + 0,20 = 0,45ha 5.15. ARRANJO DO SISTEMA 6. CONCLUSÃO As lagoas de estabilização desempenham um papel crucial no tratamento de águas residuais, oferecendo uma abordagem sustentável e eficiente para a depuração de efluentes. Entre os diversos tipos de lagoas, destacam-se a Lagoa Facultativa, a combinação de Lagoa Anaeróbia seguida da Lagoa Facultativa, a Lagoa Aerada Facultativa e o sistema de Lagoa Aerada de Mistura Completa seguido por duas Lagoas de Decantação. Cada uma dessas configurações apresenta características únicas e vantagens específicas. A Lagoa Facultativa é um componente fundamental no tratamento de águas residuais, sendo caracterizada pela presença de micro-organismos aeróbios e anaeróbios. Nesse ambiente, ocorrem processos biológicos que promovem a redução da carga orgânica através da atividade bacteriana. Já na combinação de uma Lagoa Anaeróbia seguida por uma Lagoa Facultativa proporciona uma abordagem sequencial no tratamento de águas residuais. Na Lagoa Anaeróbia, ocorre a decomposição anaeróbia de matéria orgânica, seguida pela Lagoa Facultativa, onde se desenvolvem processos aeróbios e anaeróbios complementares. Essa configuração visa otimizar a eficiência global do sistema. Na Lagoa Aerada Facultativa é incorporada aeração para estimular a atividade bacteriana aeróbia, além de permitir condições anaeróbias. Esse design híbrido maximiza a remoção de poluentes, proporcionando um ambiente propício para diferentes tipos de microorganismos. A aeração promove a oxigenação, acelerando os processos biológicos e melhorando a qualidade do efluente tratado. Esta configuração consiste em uma etapa inicial com uma Lagoa Aerada de Mistura Completa, onde a mistura intensiva e a aeração favorecem a atividade bacteriana aeróbia. Em seguida, o efluente é direcionado para duas Lagoas de Decantação, onde ocorre a separação sólido-líquido. Esse sistema busca uma eficiente remoção de sólidos suspensos e a redução adicional da carga orgânica antes da descarga final. Portanto,pode-se concluir que, a escolha entre essas diferentes lagoas de estabilização dependerá das características específicas da água a ser tratada, das metas de qualidade do efluente e das condições locais. Cada configuração apresenta vantagens particulares, contribuindo para a eficiência e sustentabilidade dos processos de tratamento de águas residuais. 7. REFERÊNCIA https://tratamentodeagua.com.br/artigo/lagoas-estabilizacao/https://tratamentodeagua.com.br/artigo/lagoas-estabilizacao/
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