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TERAPIA-OCUPACIONAL-E-REABILITAÇÃO

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1 
 
SUMÁRIO 
 HISTÓRIA CRÍTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL E REABILITAÇÃO .... 2 
 ABORDAGENS TERRITORIAIS/COMUNITÁRIAS .................................... 6 
 ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL ............................................... 12 
 Terapia Ocupacional em Acupuntura ................................................. 13 
 Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares .............................. 16 
 Terapia Ocupacional em Contextos Sociais ....................................... 21 
 Terapia Ocupacional em Gerontologia ............................................... 29 
 Terapia Ocupacional em Saúde da Família ....................................... 35 
 Terapia Ocupacional em Saúde Mental ............................................. 40 
 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 45 
 
 
 
2 
 
 HISTÓRIA CRÍTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL E REABILITAÇÃO 
A Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que, 
tradicionalmente, atua no campo da reabilitação. No processo de reabilitação, o 
terapeuta ocupacional faz uso da ação humana, através das atividades da vida prática 
e cotidiana da população atendida. Em sua história, segundo Soares (1991, p.139), a 
Terapia Ocupacional surgiu, basicamente, de dois processos: da ocupação de 
doentes crônicos em hospitais de longa permanência e da restauração da capacidade 
funcional dos incapacitados físicos. Nos hospitais de longa permanência, os 
programas terapêuticos adotavam atividades recreativas ocupacionais e 
laborterápicas inseridas no contexto da dinâmica institucional. Nos programas de 
reabilitação aos incapacitados físicos, as atividades de autocuidado, lazer ou 
produtivas visavam à restauração da capacidade funcional e ao desempenho 
ocupacional na vida cotidiana. Sob essa perspectiva, a história da Terapia 
Ocupacional é estreitamente vinculada às diferentes concepções de ação humana, 
incorporadas às estratégias de reabilitação, na atenção asilar aos doentes mentais ou 
psiquiátricos e nas instituições de reabilitação aos incapacitados físicos. 
 
 
Fonte: www.isaudebahia.com.br 
 
 
3 
 
A Terapia Ocupacional como profissão da área de saúde surgiu nos Estados 
Unidos e sua primeira escola foi fundada em Chicago, em 1915. Neste país, com 
intento de minimizar os efeitos da primeira Guerra Mundial, propunha-se o 
atendimento em reabilitação aos incapacitados físicos e mentais que retornavam dos 
campos de batalha. Este período foi chamado de “reconstrução” ou da restauração 
(do latim, reabilitare) dos potenciais físicos e mentais dos sequelados de guerra. No 
Brasil, formalmente, a história da profissão remonta ao período pós II Guerra Mundial 
e às estratégias de implantação de programas de reabilitação na América Latina, 
preconizadas por organismos internacionais (ONU, OIT, Unesco). Com efeito, embora 
já houvesse experiências de uso das “ocupações com objetivo terapêutico” em 
instituições asilares psiquiátricas no Brasil, devido à influência norte-americana, os 
cursos de formação em Terapia Ocupacional foram implantados, preferencialmente, 
na área da reabilitação física (BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.31). De modo 
gradativo, na formação dos terapeutas ocupacionais, foram incorporados estágios na 
atenção psiquiátrica. 
Em relação à implantação de programas de reabilitação física no Brasil, no 
início dos anos 50, uma comissão da ONU visita a América Latina e apresenta o 
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo como 
o local mais adequado para a implantação de um Centro de Reabilitação. Em 1956, 
foi implantado o Instituto Nacional de Reabilitação (INAR), na Clínica de Ortopedia e 
Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP. O Instituto de Reabilitação passou a 
ter dupla finalidade: realizar assistência aos “deficientes” acometidos por afecções do 
aparelho locomotor e promover cursos de formação técnica em áreas como 
fisioterapia e terapia ocupacional. 
Segundo referência de profissionais da área, a formação técnica em terapia 
ocupacional era “restrita e específica das profissões técnicas de reabilitação 
(eminentemente clínica, referente à sintomatologia, à intervenção médica específica, 
aos princípios de indicação terapêutica etc.), sendo a Terapia Ocupacional 
responsável somente por membros superiores e pelas técnicas em atividades de vida 
diária” (BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.34). Os programas terapêuticos 
ocupacionais seguiam indicações médicas e centravam-se na patologia ou na afecção 
orgânica do paciente. A Terapia Ocupacional “dividia” o paciente com a Fisioterapia, 
sendo que a reabilitação dos membros superiores ficava sob responsabilidade dos 
 
4 
 
terapeutas ocupacionais. As atividades terapêuticas eram analisadas 
sistematicamente em suas possibilidades de ação, relativas ao diagnóstico médico e 
às funções lesadas. Elas eram selecionadas, graduadas e estruturadas em etapas de 
complexidade crescente e seu exercício repetitivo promovia a completa recuperação 
funcional ou a minimização das sequelas motoras. Na ocorrência de sequelas, os 
pacientes eram treinados para readaptação nas atividades da vida diária 
(alimentação, vestuário, higiene pessoal...) e, quando possível, preparados para o 
retorno ao trabalho produtivo. Esgotadas as possibilidades funcionais do paciente, o 
médico (não o terapeuta ocupacional ou outro profissional) prescrevia a “alta” ou o 
desligamento do programa de reabilitação. 
 
 
Fonte: www.crefito10.org.br 
Somente em 1969, a profissão foi reconhecida como de nível superior. No ano 
de 2001, somavam-se 29 escolas de formação em Terapia Ocupacional no Brasil. Não 
obstante, o processo de aprovação da formação superior em Terapia Ocupacional não 
ocorreu sem o desagrado da classe médica, “que não desejava esse tipo de 
emancipação” (BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.34). Entrementes, a Terapia 
Ocupacional já havia incorporado em seus pressupostos teórico-metodológicos o 
modelo biomédico. Deste modo, o terapeuta ocupacional, para vencer a condição de 
“subalternidade” em relação à classe médica buscou tornar-se um profissional “high 
tech” e incorporar “conhecimentos científicos de anatomia, fisiologia, técnica de 
 
5 
 
reparos, acompanhando os avanços da cirurgia e dos cuidados emergenciais (...) 
demonstrando competência clínica e tecnológica em relação à abordagem de seus 
pacientes” (GOLLEGÃ; LUZO; DE CARLO In: BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, 
p.139). O entendimento da ação humana consolidou-se a partir de referenciais teórico-
práticos “importados” dos modelos médicos, sobretudo o cinesiológico, o biomecânico 
e o neurológico. 
No final dos anos 70, devido a um refluxo na economia mundial e a 
consequente redução de custos na assistência em saúde, os terapeutas ocupacionais, 
que já se deparavam com a necessidade de provar a “cientificidade” de suas práticas, 
tiveram que incorporar sua profissão no mercado competitivo de trabalho; o que “levou 
a um movimento de crescente pressão para que os terapeutas ocupacionais se 
tornassem mais pragmáticos, desenvolvendo práticas ‘comprovadamente eficazes’ 
(enfatizando os aspectos mensuráveis do seu trabalho) e ‘competentes’ (em relação 
a promoção de melhoria da independência funcional e inserção dos pacientes), para 
serem mais competitivos no mercado de trabalho” (BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, 
p.37). Cresce, portanto, a necessidade de intervenções cada vez mais “técnicas” em 
Terapia Ocupacional, com resultados motores e funcionais eficazes e 
quantitativamente mensuráveis. Com efeito, paulatinamente, o terapeuta ocupacional 
foi incorporado ao quadro profissional de instituições especializadas de grande porte, 
compostas de equipes multidisciplinares (fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, 
fonoaudiólogos, assistentes sociais, médicos, psicólogos entre outros), sediadas em 
grandes centros urbanose tributárias dos avanços tecnológicos em reabilitação. 
Mas é, também, a partir dos anos 70 e 80, que os terapeutas ocupacionais 
passaram a analisar criticamente as intervenções oferecidas de forma hegemônica 
em espaços de “exclusão” social (manicômios, centros de reabilitação, asilos, escolas 
especiais, instituições de internação permanente a pessoas com deficiências físicas, 
mentais entre outros) e a questionar a possibilidade de ações realmente terapêuticas 
em espaços com este caráter. Os profissionais depararam-se com o fato de que pelo 
viés da ação como “ocupação” dentro do espaço institucional mantinha-se o status 
quo ou a condição de exclusão da população atendida, pois “práticas que, muitas 
vezes, são vivenciadas como naturais pelos próprios pacientes: no cotidiano de 
regras, disciplina e violência das instituições asilares, o trabalho/ocupação se 
apresenta muitas vezes para o internado como única saída da situação em que se 
 
6 
 
encontra. Entretanto, elas não se constituem numa oposição a essa situação – pelo 
contrário, a evidenciam, conservando a lógica de controle, sujeição e exclusão da 
própria instituição” (MÂNGIA; NICÁCIO In: BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.74). 
No mais das vezes, a instituição prestava-se a segregar uma parcela da população 
vítima de um sistema excludente, através de práticas justificadas pelo “tratamento” em 
saúde e pelas “patologias” individuais. 
 ABORDAGENS TERRITORIAIS/COMUNITÁRIAS 
Em saúde mental, o modelo de atenção psiquiátrica estava pautado no 
asilamento ou internação, na “periculosidade social” do louco e na medicalização do 
sofrimento psíquico. Ademais, muitas das instituições psiquiátricas, administradas por 
grandes grupos coorporativos, eram mantidas pelo repasse de verbas públicas ao 
setor privado e “lucravam” com a ocupação maciça dos leitos psiquiátricos. Com a 
justificativa de “tratamento” em saúde mental, os pacientes ficavam sujeitos a 
internações compulsórias de longa permanência (na “dependência” de uma alta 
médica) e, em muitos dos casos, permaneciam confinados em condições precárias e 
subumanas. No caso da reabilitação funcional ou profissional, o processo de 
reabilitação visava o retorno do trabalhador acidentado às mesmas condições 
precárias que geraram o acidente ou, ainda, o trabalhador retornava como mão de 
obra barata, ao mercado informal de trabalho. A reabilitação centrada na lesão 
ocupacional sequer tangenciava as problemáticas econômicas, políticas e sociais aí 
colocadas (Cf. SOARES, 1991). 
Em última análise, o que se colocava em questão para os terapeutas 
ocupacionais era: se o campo profissional se constitui em espaços institucionais com 
esta lógica de funcionamento, o papel do terapeuta não ultrapassa o de manutenção 
do “controle social”. Por enquanto que o “alvo” das práticas em terapia ocupacional for 
“o deficiente”, “o incapacitado”, “o louco”, “o delinquente”, a lógica institucional de 
exclusão social não será desconstruída. Ou seja, questionava-se como é possível 
reabilitar em uma sociedade que mantém a exclusão da diferença e o mascaramento 
institucional das problemáticas sociais. E ainda, somado a essas críticas no interior 
do campo profissional, os movimentos por direitos e igualdade de oportunidades de 
pessoas com deficiência e as propostas de desinstitucionalização psiquiátrica 
 
7 
 
fortaleceram a necessidade de produção de novos sentidos para as atividades e 
práticas em Terapia Ocupacional. 
 
 
Fonte: neurosaber.com.br 
Os terapeutas ocupacionais se engajaram em lutas de trabalhadores, usuários 
e familiares dos serviços em saúde mental, acompanharam a trajetória política dos 
movimentos de pessoas com deficiência e a luta por representatividade e força 
políticas. Juntamente às propostas de desinstitucionalização, a luta por 
responsabilização do poder público pelo atendimento integral a essa parcela da 
população foi o mote deste período: “discutiu-se o modelo assistencial existente, 
apresentaram-se alternativas para o papel do Estado na organização e gestão dos 
serviços de saúde, para o uso e incorporação da tecnologia e para a participação da 
população e dos profissionais de saúde na distribuição de recursos e na definição de 
prioridades assistenciais. A ideia central foi a de efetivar a saúde como um direito de 
cidadania e serviço público voltado para a defesa da vida individual e coletiva” 
(ALMEIDA; OLIVER In: BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.86). Sob essa perspectiva, 
o terapeuta ocupacional buscou compor equipes em serviços de saúde pautados na 
universalização da assistência, nos quais todas as pessoas, independente da 
“patologia” eram atendidas. Preferencialmente, a atenção deveria ocorrer em locais 
próximos ao domicílio, em unidade extra-hospitalares, em uma perspectiva integral de 
prevenção, promoção em saúde e reabilitação. 
 
8 
 
Contemporaneamente, sabe-se que desconstrução dos processos de exclusão 
social e a construção da cidadania são uma tarefa gradativa que envolve profissionais, 
usuários dos serviços de saúde e comunidade como um todo. Nessa direção, a Terapia 
Ocupacional, em novas tendências profissionais, procura trazer para seu campo de 
reflexão teórico e para suas ações práticas o compromisso com as necessidades objetivas 
e subjetivas da população atendida, a partir de uma visão ampliada de saúde enredada a 
construção de direitos fundamentais (saúde, lazer, educação, liberdade de expressão, 
convívio social. etc.). Traz para sua identidade profissional novas interfaces com 
processos artísticos e criativos, processos sócio-educativos em espaços inclusivos, 
propostas de atenção comunitária e um redimensionamento das relações entre saúde, 
qualidade de vida e trabalho. A identidade profissional passa a ser dinâmica em 
consonância a diversidade dos processos terapêuticos experienciados e a multiplicidade 
dos espaços vividos. Novos saberes e novas formas de intervenção são construídos, 
novas relações são estabelecidas entre os terapeutas ocupacionais e as pessoas 
atendidas, a partir de necessidades cotidianas entrelaçadas a uma realidade sócio-
cultural coletiva. 
Destarte, a Terapia Ocupacional, na busca de uma pluralidade epistemológica 
e metodológica, incorporou os pressupostos da Reabilitação Baseada na Comunidade 
(RBC) e da Reabilitação Psicossocial. A considerar que a Reabilitação Baseada na 
Comunidade, em sua origem, está vinculada aos movimentos de luta contra a 
internação de pessoas com acometimentos físicos e mentais, nos anos 60 e 70 
(OLIVER et al., 1999, p.02), pode-se afirmar que ela tangencia a trajetória e 
compartilha os princípios da Reabilitação Psicossocial. Estas duas propostas de 
intervenção têm em comum a defesa da inclusão da reabilitação em políticas públicas 
e a responsabilização do Estado no atendimento integral em saúde, através de ações 
de prevenção, promoção e reabilitação. 
Em resposta aos processos de segregação e exclusão sociais das pessoas 
com acometimentos físicos e mentais, tais estratégias apresentam o território 
comunitário como o espaço privilegiado para a atenção em reabilitação. Nestas 
propostas, o território é compreendido como um espaço delimitado geograficamente, 
construído historicamente e com relações sócio-econômicas e culturais a desvendar 
e empermanente processo de construção de relações, poderes, práticas e sentidos 
entre os diversos atores sociais, expressando contradições e conflitos e modos 
distintos de vida coletivas e individuais (OLIVER, TISSI, VARGEM, 2000). No Brasil, 
 
9 
 
apesar da carência e pobreza materiais de muitas regiões (como em recursos sociais 
de suporte e infraestrutura básica entre outros), o território pode configurar-se também 
como um espaço de solidariedade e potencialidades latentes. 
A Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC) foi apresentada como proposta 
a partir dos debates do Ano Internacional da Pessoa Portadorade Deficiência (1981) 
e da apresentação do Plano de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiências da 
ONU. Diante da estimativa de que, na América Latina, apenas 2 % da população com 
necessidades em reabilitação tem acesso a esse tipo de serviço, a RBC pode ser 
definida como “uma estratégia para ampliar a cobertura de atenção a pessoas 
portadoras de deficiência, a partir das necessidades identificadas na comunidade, 
com a participação do Governo, de organizações não-governamentais e profissionais” 
(BRASIL, 1995, p.11). As críticas às instituições especializadas de reabilitação 
(localizadas nos grandes centros urbanos, com longas filas de espera, de difícil 
acesso para as pessoas com deficiência, sem coordenação com setores educacionais 
e de promoção social e afastadas da realidade concreta dos usuários) em larga 
medida representaram uma “crise” no modelo biomédico, pautado unicamente nos 
aspectos clínicos da deficiência. 
No Brasil, no final da década de 70, o movimento de Reforma Psiquiátrica 
Brasileira, fortemente influenciado pelo movimento de desinstitucionalização 
psiquiátrica italiano, representou uma crítica às instituições asilares e a busca de 
transformação das propostas de atendimentos em saúde mental. Neste processo, 
lutou-se pela implementação de novas políticas públicas, pela garantia e construção 
de direitos as pessoas com transtornos mentais e por uma rede de atenção pública 
integral em saúde mental. Representando um forte avanço neste processo, em abril 
de 2001, foi sancionada a Lei Federal no 10.216 que “dispõe sobre a proteção e os 
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo 
assistencial em saúde mental” e orienta a atenção prioritária em serviços 
comunitários. 
Para Saraceno (1999), importante referência no processo de 
desinstitucionalização italiana, a Reabilitação Psicossocial é entendida como “um 
conjunto de estratégias orientadas a aumentar as oportunidades de troca de recursos e 
de afetos: é somente no interior de tal dinâmica de trocas que se cria um efeito habilitador 
(...) é um processo que implica a abertura de espaços de negociação para o paciente, sua 
família, para a comunidade circundante e para os serviços que se ocupam do paciente” 
 
10 
 
(SARACENO, 1999, p.112). A abertura de espaços de negociação implica morar/habitar 
novos espaços, realizar trocas sociais, materiais e de afeto. Isso significa romper com o 
isolamento da internação, restituir direitos como o de expressão, a possibilidade de 
aquisição de objetos pessoais e bens materiais, a participação efetiva no mercado de 
trabalho e a inserção em grupos na vida coletiva. A Reabilitação Psicossocial não significa 
apenas romper com os muros da instituição psiquiátrica, constitui uma “nova entrada 
social” para pessoas que até então se encontravam barradas física e socialmente de 
participação na vida familiar e coletiva. 
 
 
Fonte: observatorio3setor.org.br 
Na Terapia Ocupacional, a incorporação destas estratégias redimensionou as 
práticas dos profissionais, pois a reabilitação não se restringe mais à avaliação 
funcional e à recuperação das incapacidades. Ela é compreendida dentro de uma rede 
de significados construída pelo sujeito, no decorrer do processo de reabilitação, não 
antes (a partir de modelos de reabilitação pré-determinados) ou fora do processo (por 
decisão unicamente do profissional de saúde). Sobre a garantia de direitos no 
processo de reabilitação, profissionais da reabilitação comunitária apontam que a 
aquisição de direitos fundamentais (direito de ir e vir, à educação regular, moradia 
adequada, tecnologia de ajuda entre outros) não são questões a serem contempladas 
após o processo de reabilitação, ao contrário, passam a ser elementos constitutivos 
do próprio processo: “desta forma, são também problemas do serviço aqueles 
 
11 
 
normalmente considerados sob o rótulo de ‘sociais’ (como a falta de casa para morar, 
da pessoas institucionalizada, a falta de alimentos, a impossibilidade da criança ir a 
creche por falta de vagas ou por falta de documentos entre outros). Em outras 
palavras, os serviços públicos (....) devem impedir a redução da complexidade da 
existência humana à incapacidade ou ao diagnóstico do sujeito ou o grau de 
severidade de seu comprometimento motor ou mental” (OLIVER; GHIRARDI; 
ALMEIDA; TISSI; AOKI, 2001, p.16). Em outras palavras, a reabilitação limitada às 
incapacidades e às disfunções não abarca a complexidade das ações humanas, pois 
estas apenas ganham sentido nas interações reais do sujeito em seu cotidiano. 
Isso não significa dizer que os aspectos motores e funcionais ou o sofrimento 
psíquico serão desconsiderados ou colocados em segundo plano. Na reabilitação 
comunitária, eles não serão independentes do contexto em que está inserido o sujeito; “a 
facilitação do desempenho funcional é um ponto importante na intervenção, e sua 
avaliação será realizada, mas esta não se constitui um fim em si mesmo. A melhoria do 
desempenho funcional ou o uso de tecnologia de ajuda são meios a se utilizar para facilitar 
processos reais – e não só projetados – de participação social” (ALMEIDA; OLIVER In: 
BARTALOTTI; DE CARLO, 2001, p.92). Os recursos de avaliação são parte da estratégia 
de intervenção, mas a estratégia não se resume aos recursos e avaliações terapêutico-
ocupacionais. 
Desta forma, os terapeutas ocupacionais trouxeram para suas práticas as 
intervenções no domicílio, na escola, nas associações de bairros entre outros, de 
modo a aproximar ao processo de reabilitação interlocutores que habitam o mesmo 
espaço, familiares, amigos e comunidade. O contato constante do terapeuta com os 
diversos interlocutores (moradores, profissionais da saúde, educação, etc.) e o 
reconhecimento das condições objetivas do território (transporte coletivo, 
equipamentos sociais, condições de moradia, barreiras geográficas e arquitetônicas, 
áreas de lazer entre outros), passam a constituir novas formas de compreender e lidar 
com a questão da reabilitação em comunidades específicas. Nesse sentido, o 
reconhecimento da história local (formação dos bairros, criação de recursos 
comunitários), identificação dos distintos atores sociais e sua compreensão sobre as 
necessidades da população local e daquelas portadoras de deficiência ou com 
sofrimento mental, o conhecimento sobre a gênese das deficiências e enfermidades 
nas áreas de risco no território, serão elementos facilitadores para propor ações de 
 
12 
 
reabilitação que minimizem as condições de exclusão e maximizem as 
potencialidades de ação individuais e coletivas das pessoas atendidas. 
 ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL 
Vestir uma camisa, fazer uma caminhada, pentear o cabelo são tarefas fáceis 
quando não possuímos algo que nos limite a executá-las; entretanto para uma pessoa 
que se recupera de um trauma é diferente. É nessa hora que o profissional da terapia 
ocupacional exerce um papel fundamental: retornar função, orientando e treinando o 
paciente para a execução das atividades do cotidiano, lazer e trabalho, quais ele se 
encontra restrito e/ou limitado. 
 
 
Fonte: blog.livrariaflorence.com.br 
A terapia ocupacional de um modo geral, envolve a realização de exercícios e 
atividades para manutenção e execução das atividades básicas de vida diária, ganho 
de amplitude de movimento e força, orientação para reeducação sensorial, promoção 
e treino de motricidade, orientação postural e de ergonomia, adaptações, confecção 
de órteses, dentre outros. 
A terapia ocupacional avalia a funcionalidade e tudo que possa impactar no 
desempenho funcional do paciente. A ideia é estimular os pacientes de maneira mais 
precoce possível a participar ativamente de seu tratamento, considerando suas 
 
13 
 
condições e sobretudo orientando o paciente, seus cuidadores, familiares e a própria 
equipe. 
São diversas as especialidadesde atuação da Terapia Ocupacional e a 
finalidade é sempre o anseio pela reabilitação. A seguir apresentaremos tais 
especialidades. 
 Terapia Ocupacional em Acupuntura 
A Resolução N°. 405 de 03 de agosto de 2011, disciplina o exercício 
profissional do Terapeuta Ocupacional na Especialidade Profissional Terapia 
Ocupacional em Acupuntura e dá outras providências. Tal resolução está disposta a 
seguir. 
 
 
Fonte: www.reumatomanaus.com.br 
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 
COFFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e cumprindo o 
deliberado em sua 213ª Reunião Plenária Ordinária, realizada no dia de 03 de agosto 
de 2011, em sua sede, situada na SRTVS, Quadra 701, Conj. L, Ed. Assis 
Chateaubriand, Bloco II, Sala 602, Brasília – DF, na conformidade com a competência 
prevista no inciso II do Art. 5º, da Lei nº. 6.316, de 17 de dezembro de 1975, 
CONSIDERANDO o disposto no Decreto-Lei 938, de 13 de outubro de 1969; 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
 
14 
 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 81, de 09 de maio de 
1987; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução do COFFITO n°. 221, de 23 de maio 
de 2001; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 370, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 371, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 378, de 11 de junho 
de 2010; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 382, de 03 de 
novembro de 2010; 
CONSIDERANDO a Ética Profissional do Terapeuta Ocupacional, que é 
disciplinada por meio do seu Código Deontológico Profissional; 
 
RESOLVE: 
Artigo 1°: Disciplinar a atividade do Terapeuta Ocupacional no exercício da 
Especialidade Profissional em Acupuntura. 
 Artigo 2°: Para efeito de registro, o título concedido ao profissional Terapeuta 
Ocupacional será de Especialista Profissional em Acupuntura. 
Artigo 3°: Para o exercício da Especialidade Profissional em Acupuntura é 
necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de Competência: 
I – Realizar consulta terapêutica ocupacional, anamnese, solicitar e realizar 
interconsulta e encaminhamento; 
II – Avaliar funções tegumentares, sensórias perceptivas e de dor, articulares e 
viscerais, neurovegetativas, constituição física e tipológica, qualidade de vida; 
III – Identificar alterações e distúrbios energéticos em meridianos e a ausência 
da homeostasia; 
IV – Realizar avaliação física do cliente/paciente/usuário; 
V – Solicitar, aplicar e interpretar escalas, questionários e testes próprios; 
VI – Solicitar, realizar e interpretar exames complementares; 
VII – Aplicar testes e exames em Acupuntura; 
VIII – Montar, testar, operar equipamentos e materiais; 
 
15 
 
XIX – Decidir, prescrever e executar a terapêutica apropriada em Acupuntura; 
X – Determinar diagnóstico e prognóstico terapêutico ocupacional; 
XI – Planejar e executar medidas de prevenção e redução de risco; 
XII – Prescrever e executar as Práticas Integrativas e Complementares em 
Saúde; 
XIII – Prescrever, confeccionar e gerenciar órteses, próteses e tecnologia 
assistiva; 
XIV – Aplicar medidas de biossegurança; 
XV – Determinar as condições de alta terapêutica ocupacional; 
XVI – Prescrever a alta terapêutica ocupacional; 
XVII – Registrar em prontuário consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico, 
tratamento, evolução, interconsulta, intercorrências e alta terapêutica ocupacional; 
XVIII – Emitir laudos, pareceres, relatórios e atestados terapêutico 
ocupacionais; 
XIX – Realizar atividades de educação em todos os níveis de atenção à saúde 
e na prevenção de riscos ambientais e ocupacionais. 
 Artigo 4°: O exercício profissional do Terapeuta Ocupacional Acupunturista é 
condicionado ao conhecimento e domínio das seguintes áreas e disciplinas, entre 
outras: O conhecimento, estudo e avaliação dos distúrbios e sistemas do corpo 
humano, amparado pelos mecanismos próprios, sistematizados pelos estudos da 
Física, Biologia, Fisiologia, das ciências morfológicas, bioquímicas, biomecânicas, 
biofísicas, da cinesiologia, e da patologia de órgãos e sistemas do corpo humano, 
utilizando-se dos conhecimentos filosóficos milenares da Medicina Tradicional 
Chinesa (MTC), como a dualidade do yin/yang, os cinco elementos (movimentos), 
etiopatogenia e fisiopatologia dos Órgãos e Vísceras (Zang/Fu), com bases filosóficas 
e científicas da Acupuntura. 
Artigo 5° O Terapeuta Ocupacional Especialista Profissional em Acupuntura 
pode exercer as seguintes atribuições, entre outras: 
I – Coordenação, supervisão e responsabilidade técnica; 
II – Gestão; 
III – Gerenciamento; 
IV – Direção; 
V – Chefia; 
 
16 
 
VI – Consultoria; 
VII – Auditoria; 
VIII – Perícia. 
Artigo 6° A atuação do Terapeuta Ocupacional Especialista Profissional em 
Acupuntura caracteriza-se pelo exercício profissional em todos os níveis de atenção 
à saúde, em todas as fases do desenvolvimento ontogênico, com ações de prevenção, 
promoção, proteção, educação, intervenção, recuperação e reabilitação do 
cliente/paciente/usuário, nos seguintes ambientes, entre outros: 
I – Hospitalar; 
II – Ambulatorial (clínicas, consultórios, centros de saúde); 
III – Domiciliar e Home Care; 
IV – Públicos; 
V – Filantrópicos; 
VI – Militares; 
VII – Privados; 
VIII – Terceiro Setor. 
 Artigo 7º – Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do COFFITO. 
 Artigo 8º – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Dra. Elineth da Conceição da Silva Braga 
Diretora-Secretária 
Dr. Roberto Mattar Cepeda 
Presidente 
 Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares 
A Resolução N°. 429 de 08 de julho de 2013, reconhece e disciplina o exercício 
profissional do Terapeuta Ocupacional em Contextos Hospitalares, define as áreas de 
atuação e as competências do terapeuta ocupacional especialista em Contextos 
Hospitalares e dá outras providências. Tal resolução está disposta a seguir. 
 
 
 
 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
 
17 
 
 
 
Fonte: terapiaocupacionalaltacomplexidade.blogspot.com 
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional – 
COFFITO, no exercício das atribuições que lhe confere o Inciso ll do Art. 5° da Lei n° 
6.316 de 17 de dezembro de 1975, em sua 232ª Reunião Plenária Ordinária, realizada 
no dia 08 de julho de 2013, na sede do COFFITO situada na SRTVS Quadra 701, 
Conjunto L, Edifício Assis Chateaubriand – Bloco ll – salas 602/614, em Brasília – DF: 
CONSIDERANDO o disposto no Decreto Lei n° 938, de 13 de outubro de 1969; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 81, de 09 de maio de 
1987; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 370, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 366 de 20 de maio 
de 2009, com as alterações promovidas pela Resolução COFFITO nº. 371, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 378, de 11 de junho 
de 2010; 
CONSIDERANDO o disposto na Resolução COFFITO n°. 382, de 03 de 
novembro de 2010; 
CONSIDERANDO o Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional, 
disposto na Resolução COFFITO nº 425, de 03 de maio de 2013. 
 
18 
 
RESOLVE: 
Art.1º – Disciplinar a Especialidade “Terapia Ocupacional em Contextos 
Hospitalares” e a denominação do profissional como “Terapeuta Ocupacional 
Especialista em Contextos Hospitalares”. 
Art. 2º – Reconhecer que o terapeuta ocupacional especialista em “Terapia 
Ocupacional em Contextos Hospitalares” é profissional competente e com formação 
específica para a atuação em contextos hospitalares, sejam hospitais secundários ou 
terciários, dentro da estrutura hierarquizada preconizada pelo SUS. 
Art. 3º – O registro de títulos de Terapeuta OcupacionalEspecialista em 
Contextos Hospitalares será provido pelo COFFITO após a outorga por Entidade 
Associativa de Caráter Nacional da Terapia Ocupacional, de acordo com as normas e 
procedimentos estabelecidos na Resolução COFFITO n° 378, de 11 de junho de 2010. 
Art. 4º A formação profissional dessa especialidade, enquadrada na área 
requerida – “Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares”, apresenta três áreas 
de atuação: “Atenção intra-hospitalar”, “Atenção extra-hospitalar oferecida pelo 
hospital” e “Atenção em Cuidados Paliativos”, como descrito a seguir: 
I. A área de atuação “Atenção intra-hospitalar” compreende: o planejamento e 
execução da intervenção terapêutico-ocupacional junto aos pacientes, familiares e 
acompanhantes e/ou cuidadores, em regime de internação e ambulatorial, assim 
como aos trabalhadores e gestores, em diferentes contextos: unidades de internação; 
ambulatórios de unidades hospitalares ou similares; unidades de urgência; centro 
cirúrgico; centros e unidades de terapia intensiva; unidades semi-intensivas; hospital-
dia; unidades especializadas; brinquedoteca; entre outros. 
II. A área de atuação “Atenção extra-hospitalar oferecida por hospital” 
compreende a atuação do terapeuta ocupacional em: visita domiciliar, 
assistência domiciliar, internação domiciliar e na rede assistencial de suporte em 
saúde, quando realizados por equipe hospitalar. 
III. A área de atuação de “Atenção em Cuidados Paliativos” compreende o 
oferecimento de cuidados terapêuticos ocupacionais junto a equipes 
multiprofissionais, a pacientes com condições crônico-degenerativas potencialmente 
fatais (oncológicas e não-oncológicas) e que estão em tratamento sem condições de 
modificação da doença; os Cuidados Paliativos podem ser realizados tanto em 
contextos intra-hospitalares, como através de ações em contextos extra-hospitalares 
 
19 
 
oferecidas por equipe hospitalar, não se restrigem à fase de terminalidade da vida e 
são considerados cuidados preventivos, pois previnem um grande sofrimento 
motivado por dores, sintomas e pelas múltiplas perdas físicas, psicossociais e 
espirituais e podem reduzir o risco de luto complicado. 
Art. 5º Serão consideradas áreas afins: Terapia Ocupacional em Saúde 
Funcional; Terapia Ocupacional em Saúde Mental; Terapia Ocupacional em Saúde 
Coletiva nas áreas de atuação Desempenho Ocupacional e Saúde do Idoso; 
Desempenho Ocupacional e Saúde da Mulher; Desempenho Ocupacional e Saúde do 
Trabalhador; Desempenho Ocupacional e Saúde do Escolar, considerando neonato, 
infância e adolescência; e Cuidados Paliativos e Tanatologia. 
Art. 6º – O exercício do Terapeuta Ocupacional Especialista em Contextos 
Hospitalares é condicionado ao conhecimento e domínio das seguintes áreas e 
disciplinas, no mínimo: 
I- Processo de saúde e doença e epidemiologia; 
II- Sistemas de Saúde; 
III- Políticas sociais de saúde, educação, trabalho e promoção social; 
IV- Fundamentos históricos e teóricos metodológicos da terapia 
ocupacional; 
V- Atuação em equipe inter, multi e transdisciplinar; 
VI- Ética, bioética, cuidados paliativos e tanatologia; 
VII- Próteses, órteses, dispositivos de tecnologia assistiva e comunicação 
e acessibilidade; 
VIII- Humanização hospitalar; 
IX- Procedimentos e intervenções terapêutico – ocupacionais; 
X- Ocupação, atividades e recursos terapêuticos; 
XI- Desenvolvimento ontogenético e psicossocial; 
XII- Ergonomia; 
XIII- Farmacologia aplicada; 
XIV- Suporte básico de vida; 
XV- Instrumentos de mensuração e avaliação relacionados ao paciente, 
familiares e cuidadores; 
XVI- Princípios do tratamento quimioterápico, radioterápico, de abordagens 
cirúrgicas e de controle da dor; 
 
20 
 
XVII- Gerenciamento de serviços e gestão em saúde; 
XVIII- Medidas de controle de infecção hospitalar e biossegurança. 
Art. 7º – Além da assistência terapêutico-ocupacional propriamente dita, a 
atuação no contexto hospitalar poderá abranger o gerenciamento de serviços, o 
ensino e pesquisa visando à formação e o aperfeiçoamento das competências e 
habilidades profissionais no campo de conhecimento e prática profissional em 
contextos hospitalares. 
Art. 8º – A Atuação do Terapeuta Ocupacional em Contextos Hospitalares visa 
à proteção, promoção, prevenção, recuperação, reabilitação e Cuidados Paliativos, 
do indivíduo e da coletividade, pautado na concepção de integralidade e humanização 
da atenção à saúde. Realiza-se por meio do diagnóstico terapêutico ocupacional, bem 
como com a eleição, execução e utilização de métodos, técnicas e recursos 
pertinentes e adequados aos contextos hospitalares, observando os seguintes 
aspectos: 
I – Realizar consulta, interconsulta e avaliação terapêutica ocupacional com 
paciente, cliente, usuário, família, cuidadores e grupos; 
II- Estabelecer diagnóstico Terapêutico Ocupacional e se necessário solicitar 
interconsulta, exames complementares e pareceres para definir a conduta e o 
prognóstico terapêutico-ocupacional; 
III. Realizar o planejamento do tratamento e intervenção – constituída por uma 
série de ações que envolvem tanto a seleção, como a indicação e aplicação de 
métodos, técnicas e procedimentos terapêuticos ocupacionais, adequados e 
pertinentes às necessidades e características do paciente/cliente/usuário dos 
familiares, cuidadores e grupos, monitorando seu desempenho nas diferentes áreas 
ocupacionais, particularmente nas AVDS, AIVDS, produtividade, lazer e participação 
social; 
IV. Determinar as condições de alta terapêutica ocupacional e possíveis 
encaminhamentos; 
V. Emitir laudos, atestados, pareceres e relatórios terapêuticos ocupacionais; 
VI. Participar de órgãos gestores, gerenciar áreas técnicas e administrativas; 
Art. 9º – O Terapeuta Ocupacional Especialista em Contextos Hospitalares 
pode exercer as seguintes atribuições, entre outras: 
I- Coordenação, supervisão e responsabilidade técnica; 
 
21 
 
II- Gestão; 
III- Direção; 
IV- Chefia; 
V- Consultoria; 
VI- Auditoria; 
VII- Pericia; 
VIII- Ensino e pesquisa. 
Art.10 Atuação do Terapeuta Ocupacional especialista em Contextos 
Hospitalares se caracteriza pelo exercício profissional em todos os níveis de atenção 
à saúde, em todas as fases do desenvolvimento ontogênico, com ações de prevenção, 
promoção, proteção, educação, intervenção, recuperação, reabilitação e cuidados 
paliativos oferecidos a cliente/paciente/usuário, familiares, cuidadores e grupos, nos 
seguintes ambientes, entre outros: 
I-Hospitalar; 
II- Ambulatorial (clínicas, consultórios, centros de saúde); 
III-Domiciliar e home care; 
IV-Públicos; 
V-Filantrópicos; 
VI-Militares; 
VII-Privados; 
VIII-Terceiro setor. 
Art. 11 Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do COFFITO. 
Art. 12 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Dr. CÁSSIO FERNANDO OLIVEIRA D SILVA 
DIRETOR-SECRETÁRIO 
Dr. ROBERTO MATTAR CEPEDA 
PRESIDENTE 
 Terapia Ocupacional em Contextos Sociais 
A Resolução N°. 406 de 07 de novembro de 2011, e disciplina a Especialidade 
Profissional Terapia Ocupacional nos Contextos Sociais e dá outras providências. Tal 
resolução está disposta a seguir. 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
 
22 
 
 
 
Fonte: www.fmabc.br 
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 
COFFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e cumprindo o 
deliberado em sua 215ª Reunião Plenária Ordinária, realizada no dia 07 de novembro 
de 2011, em sua sede, situada no SRTVS Quadra 701, Conj. L, Ed. Assis 
Chateaubriand, Bloco II, salas 602/614, Brasília – DF, na conformidade com a 
competência prevista nos incisos II do Art. 5° da Lei n°. 6316 de 17 de dezembro de 
1975, 
CONSIDERANDO o disposto no Decreto Lei 938, de 13 de outubro de 1969;CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 81, de 09 de maio 
de 1987; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 366, de 20 de maio 
de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 371, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 378, de 11 de junho 
de 2010; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 382, de 03 de 
novembro de 2010; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 383, de 22 de 
dezembro de 2010; 
CONSIDERANDO os termos da Lei nº 12.435, de 06 de julho de 2011; 
CONSIDERANDO a Ética Profissional do Terapeuta Ocupacional, que é 
disciplinada por meio do seu Código Deontológico Profissional; 
 
23 
 
 
 Resolve: 
Artigo 1° – Disciplinar a atividade do Terapeuta Ocupacional no exercício da 
Especialidade Profissional Terapia Ocupacional nos Contextos Sociais. 
Artigo 2° – Para efeito de registro, o título concedido ao profissional terapeuta 
ocupacional será de Especialista Profissional em Terapia Ocupacional nos Contextos 
Sociais. 
Artigo 3° – Para o exercício da Especialidade Profissional em Terapia 
Ocupacional nos Contextos Sociais é necessário o domínio das seguintes Grandes 
Áreas de Competência: 
 I – Realizar Avaliação, planejamento, coordenação, acompanhamento de 
atividades humanas como tecnologia complexa de mediação sócio-ocupacional para 
a emancipação social, desenvolvimento socioambiental, econômico, 
sócioeducacional e cultural em suas dimensões simbólicas, cidadã e econômica – de 
pessoas, famílias, grupos e comunidades urbanas, rurais e tradicionais; 
II – Avaliar, planejar, coordenar, desenvolver, acompanhar estratégias sócio-
ocupacionais, econômicas e cooperativas ou outras formas associativas e/ou 
individuais de geração de renda, de produção de bens, de serviços, de saberes, de 
pertencimento identitário, de compreensão e potencialização de saberes tradicionais 
e de valores sociais e culturais; 
III – Desenvolver atividades consideradas como tecnologia de mediação sócio-
ocupacional e cultural a fim de fortalecer e/ou de desenvolver redes de suporte e de 
trocas afetivas, culturais, econômicas e de informações, valorizando os saberes, os 
modos de vida, os laços familiares e de apoio já existentes, facilitando o acesso às 
experiências diversas de manifestações culturais, artísticas e expressivas, 
desportivas, ritualísticas e linguísticas; 
IV – Identificar os potenciais econômicos das comunidades e das alternativas 
de geração de renda, relações de trocas materiais e simbólicas e de formação de 
valores para favorecer as atividades grupais e comunitárias participativas em que haja 
interdependência no fazer; 
V – Realizar a reconstituição da memória e da história coletiva, da história das 
relações inter-geracionais e de valorização das formas socioculturais de expressão; 
 
24 
 
VI – Realizar histórias ocupacionais e condição de participação na comunidade 
em que habitam a fim de desenvolver estratégias de adaptações ambientais e 
urbanísticas, mobilidade, acessibilidade, pertencimento sociocultural e econômico e 
outras tecnologias de suporte para inclusão sociocomunitária para o 
acompanhamento de pessoas, grupos e famílias e comunidades urbanas, rurais e 
tradicionais; 
VII – Planejar e executar atividades orientadas para a participação e facilitação 
no desempenho sócio-ocupacional e expressivo de pessoas com deficiência e de 
crianças, jovens, adultos e idosos em processos de ruptura de redes, em situações 
de vulnerabilidade social, favorecendo a circulação no território e em diferentes 
espaços socialmente significativos e acessíveis; 
VIII – Desenvolver atividades sócio-ocupacionais para favorecer processos de 
participação e inclusão, a cidadania cultural e as interfaces entre cultura, saúde, 
assistência social e a diversidade cultural; 
IX – Desenvolver atividades voltadas para a participação social e econômica, 
expressivas e de geração de renda; 
X – Promover a articulação das ações de educação, saúde, trabalho e direitos 
humanos além da reabilitação/reinserção social, o fortalecimento de redes de 
relações; planejar, acompanhar e orientar as ações ligadas à oferta e à execução do 
trabalho; 
XI – Realizar atividades sócio-ocupacionais para promoção e na gestão de 
projetos de qualificação profissional, iniciação e aperfeiçoamento na população 
apenada processo avaliativo sócio-ocupacional e dos componentes do desempenho 
ocupacional; 
XII – Orientar e capacitar monitor de ofícios e oficineiros com a finalidade de 
facilitar o aprendizado do ofício pelos participantes das oficinas; 
XIII – Desenvolver atividades por meio de tecnologias de comunicação, 
informação, de tecnologia assistiva e de acessibilidade, além de favorecer o acesso à 
inclusão digital, no âmbito da comunidade, como ferramentas de empoderamento para 
pessoas, famílias, grupos e comunidades; 
XIV – Realizar ações e intervenções em diversas modalidades de moradia, 
habitação e abrigamento tais como residências inclusivas, repúblicas, albergues, 
casas-lar, casa de passagens entre outros dispositivos, facilitando por meio do 
 
25 
 
desempenho ocupacional individual e coletivo e de atividades significativas à 
construção de projetos de vida, de formas de gestão, de formação de redes territoriais 
e de apropriação dos recursos e dispositivos comunitários; 
XV – Planejar, orientar e realizar os atendimentos de pessoas no ambiente 
prisional e seus familiares; elaborar programas, projetos e ações individuais, grupais, 
familiares e coletivos com a finalidade de promover a reabilitação e reinserção social, 
afetiva e econômica; 
XVI – Atuar com a população em situação de rua tendo como tecnologia de 
mediação sócio-ocupacional as atividades culturais, econômicas, estéticas, 
expressivas, esportivas, corporais, lúdicas e de convivência que sejam significativas 
e constituídas dialogicamente com o objetivo de facilitar o contato inicial, observar 
formas de circulação na cidade e nas redes de serviços, a fim de realizar o estudo do 
cotidiano e auxiliar na organização da vida cotidiana, da vida prática e ocupacional 
para elaborar projetos de vida singulares, favorecer o pertencimento social e cultural 
além do acesso às trocas econômicas e ao mercado de trabalho; 
XVII – Atuar por meio de tecnologia complexa de mediação sócio-ocupacional 
em situações de calamidades e catástrofes, traumatismos vinculados à violência, 
conflitos e guerras, atuando na organização e reorganização da vida cotidiana, 
econômica, sociocultural, nas atividades de vida diária e de vida prática, na formação 
de redes sociais de suporte a pessoas, famílias, grupos e comunidades; 
XVIII – Atuar na área de educação por meio de ações de educação em saúde, 
facilitação do processo de inclusão escolar, avaliação, prescrição, confecção, treino e 
adaptação de recursos de tecnologia assistiva facilitadora do processo de 
aprendizagem; 
XIX – Atuar na área da cultura por meio da identificação de necessidades e de 
demandas e para o estudo, a avaliação e o acompanhamento de pessoas, famílias, 
grupos e comunidades urbanas, rurais e tradicionais para atenção individual, grupal 
e/ou comunitária com acompanhamento sistemático e monitorado em serviços, 
programas ou projetos para promover a inclusão e a participação cultural e a 
expressão estética das populações, grupos sociais e pessoas com as quais trabalha; 
XX – Acompanhar o desenvolvimento humano nos ciclos de vida a fim de 
contribuir para o compartilhamento do brincar e das atividades lúdicas; para o 
processo de inclusão escolar, de profissionalização, inclusão laboral e de 
 
26 
 
aposentadoria; para o convívio social e para o acesso a equipamentos de assistência, 
valorizando a apropriação dos espaços e do fazer coletivo; 
XXI – Atuar em contextos educativos, de ensino formal e não formal, para a 
elaboração de projetos de vida e programas que visam a participaçãoe a cidadania 
de crianças e jovens em meio urbano e rural; 
XXII – Atuar junto a comunidades tradicionais, respeitando os princípios éticos 
implicados na coabitação de diversidades, de perspectivas múltiplas e nas dinâmicas 
sociais e históricas implicadas; 
XXIII – Produzir instrumentos de avaliação, acompanhamento e gestão dos 
programas de capacitação e de produção dos recursos sócio-educativos; 
XXIV – Avaliar, acompanhar, classificar, gerenciar programas sócio-
ocupacionais, culturais, de inserção social e da vida econômica, de educação, de 
recuperação psicossocial e de promoção de direitos de pessoas submetidas ao 
sistema prisional; 
XXV – Propor, avaliar, monitorar, classificar, gerenciar programas sócio-
ocupacionais, culturais, expressivas, de inserção social e da vida econômica, de 
educação, de participação e acompanhamento de pessoas em cumprimento de 
programas de medidas sócio-educativas em meio aberto, PSC – Prestação de 
Serviços à Comunidade e LA – Liberdade Assistida; 
XXVI – Realizar estudos e pesquisas pertinentes e atuar na capacitação de 
pessoas, grupos e comunidades respondendo a necessidades do campo de ação; 
XXVII – Desenvolver estudos quantitativos e qualitativos necessários à 
elaboração, desenvolvimento e gestão de projetos no campo social, sendo igualmente 
capacitado para promover estudos e transferência de conhecimento e de tecnologia 
no campo social; 
XXVIII – Realizar análise crítica e situacional para propor, formular diagnose, 
planejamento, implementação e avaliação de medidas sócio educativas, protetivas, 
de desenvolvimento e de gestão social; 
XXIX – Registrar em prontuários, cadernos e diários de campo e outras formas 
de registro sistemático dos dados de pessoas, grupos, famílias e comunidades com 
os quais atua; elaborar os encaminhamentos de pessoas, grupos, famílias com os 
quais atua. 
 
27 
 
Artigo 4°: O exercício profissional do Terapeuta Ocupacional Especialista em 
Contextos Sociais é condicionado ao conhecimento e domínio das seguintes áreas e 
disciplinas, entre outras: 
I – Fundamentos em Terapia Ocupacional nos contextos sociais, antropologia, 
sociologia, ciências sociais, artes, assistência social, psicologia social, educação, 
políticas públicas no campo social e cultural, economia cultural, ecologia, meio 
ambiente, produção cultural, direitos humanos e cidadania, trabalho cultural, saberes 
tradicionais, desenvolvimento social e tecnologias de comunicação e informação; 
II – Desenvolvimento da capacidade de atuar enquanto agente facilitador, 
transformador e integrador junto às comunidades e agrupamentos sociais por meio de 
atitudes permeadas pela noção de complementaridade e inclusão; conhecimento das 
forças sociais do ambiente, dos movimentos da sociedade e seu impacto sobre os 
indivíduos; 
III – Conhecimento da influência das diferentes dinâmicas culturais nos processos de 
inclusão, exclusão e estigmatização; conhecimento e análise da estrutura conjuntural 
da sociedade brasileira em relação ao perfil de produção e da ocupação dos diferentes 
indivíduos que a compõem; 
IV – Conhecimento histórico e atual da formulação das políticas sociais (de saúde, 
educação, trabalho, promoção social, infância e adolescência) e a inserção do 
terapeuta ocupacional nesse processo. 
Artigo 5° – São áreas de atuação do Terapeuta Ocupacional Especialista 
Profissional em Terapia Ocupacional nos Contextos Sociais, entre outras: 
I – Assistência social; 
II – Cultura; 
III – Educação; 
IV – Cidadania e justiça; 
V – Desenvolvimento e meio ambiente; 
VI – Comunidades e saberes tradicionais; 
VII – População em situação de rua e nomadismo; 
VIII – Situações de calamidade e conflito seguidos de violência; 
XIX -Migração e deslocamentos. 
 
28 
 
Parágrafo único: Também são áreas de atuação do Terapeuta Ocupacional 
Especialista Profissional em Contextos Sociais, aquelas descritas na Resolução 
COFFITO n°. 366/2009. 
Artigo 6° – O Terapeuta Ocupacional Especialista Profissional em Terapia 
Ocupacional nos Contextos Sociais pode exercer as seguintes atribuições, entre 
outras: 
I – Coordenação; 
II – Gestão; 
III – Direção; 
IV – Chefia; 
V – Responsabilidade Técnica; 
VI – Planejamento; 
VII – Ensino/Extensão; 
VIII – Consultoria; 
IX – Auditoria; 
X – Perícia; 
XI – Assessoria; 
XII – Supervisão e orientação. 
Artigo 7° – O Terapeuta Ocupacional Especialista Profissional em Terapia 
Ocupacional nos Contextos Sociais pode exercer suas atividades profissionais em 
todos os níveis de atenção à saúde e nos seguintes locais, estabelecimentos ou 
ambientes, entre outras: 
I – Públicos; 
II – Militares; 
III – Privados; 
IV – Terceiro Setor; 
V – Instituições de Ensino Superior. 
Artigo 8° – Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação. 
 
Elineth da Conceição da Silva Braga 
Diretora-Secretária 
Roberto Mattar Cepeda 
Presidente do Conselho 
 
29 
 
 Terapia Ocupacional em Gerontologia 
A Resolução N°. 477 de 20 de dezembro de 2016, reconhece e disciplina a 
Especialidade Profissional de Terapia Ocupacional em Gerontologia e dá outras 
providências. Tal resolução está disposta a seguir. 
 
 
Fonte: interfisio.com.br 
O Plenário do CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA 
OCUPACIONAL – COFFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e 
cumprindo o deliberado em sua 272ª Reunião Plenária Ordinária, realizada no dia 20 
de dezembro de 2016, em sua subsede, situada na Rua Padre Anchieta, 2285, Edifício 
Delta Center, Salas 801/802, bairro: Bigorrilho, Curitiba/PR, e em conformidade com 
a competência prevista nos incisos II e XII do art. 5º da Lei nº 6.316, de 17 de 
dezembro de 1975; 
CONSIDERANDO o disposto no Decreto-Lei nº 938, de 13 de outubro de 1969; 
CONSIDERANDO o que dispõe a Resolução-COFFITO nº 81, de 9 de maio de 
1987; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução-COFFITO nº 378, de 11 de junho 
de 2010; 
CONSIDERANDO a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; 
 
RESOLVE: 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
 
30 
 
 
Art. 1º - Reconhecer e disciplinar a atividade do terapeuta ocupacional no exercício da 
Especialidade Profissional de Terapia Ocupacional em Gerontologia. 
Art. 2º - Para efeito de registro, o título concedido ao profissional Terapeuta 
Ocupacional será de Profissional Terapeuta Ocupacional Especialista em 
Gerontologia. 
Art. 3º Para o exercício da Especialidade Profissional de Terapia Ocupacional em 
Gerontologia, na concepção da integralidade e humanização na atenção à pessoa, é 
necessário o domínio nas seguintes grandes áreas de competência: 
I – Realizar consulta, avaliação, solicitar inter consulta, exames complementares e 
pareceres para definir o diagnóstico, a intervenção e o prognóstico terapêutico 
ocupacional, voltados para autonomia e independência das pessoas idosas; 
II – Realizar estratégias de promoção, prevenção, manutenção e/ou reabilitação das 
funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, orientação espacial 
e temporal), sensoriais e motoras no âmbito do desempenho ocupacional da pessoa 
idosa; 
III – Realizar atividades educativas em todos os níveis de atenção à pessoa idosa, 
familiares e cuidadores/acompanhantes, bem como aos profissionais, estudantes e 
população em geral; 
IV – Aplicar e interpretar as escalas, questionários e testes funcionais, uni e 
multidimensionais, validados para pessoas idosas; 
V – Solicitar, realizar e interpretar exames complementares necessários ao 
estabelecimento do diagnóstico e prognósticos terapêuticos ocupacionais e 
prescrição de condutas terapêuticas ocupacionais; 
VI – Determinar o diagnóstico e prognóstico terapêutico ocupacional; 
VII – Prescrever, confeccionar, testar, avaliar, adaptar, treinar, gerenciar e aplicar 
métodos, técnicas, recursos e procedimentos tecnológicos, assistivos, de realidade 
virtual e práticas integrativas e complementaresadequadas à pessoa idosa, 
familiares, cuidadores e comunidade para a execução das atividades humanas e 
participação social assim como para facilitação ambiental; 
VIII – Prescrever, gerenciar e treinar o uso de órtese e prótese necessárias a 
otimização do desempenho ocupacional e integração da pessoa idosa; 
IX – Promover a adequação e o gerenciamento de rotinas; 
 
31 
 
X – Prescrever, analisar e intervir no desempenho ocupacional nas Atividades de Vida 
Diária (AVDs) básicas, intermediárias e avançadas; nas Atividades Instrumentais da 
Vida Diária (AIVDs); na produtividade envolvendo trabalho remunerado ou não; no 
manejo das atividades domésticas, educação, descanso, sono, lazer e participação 
social e, em seus padrões de desempenho (rotinas e hábitos, rituais e papéis 
ocupacionais), considerando os diferentes contextos culturais, pessoais, físicos, 
sociais, temporais e virtuais; 
XI – Realizar posicionamento no leito, transferências, sedestação, ortostatismo, 
deambulação e orientar e capacitar o idoso e seus cuidadores visando otimização, 
manutenção e recuperação do desempenho ocupacional; 
XII – Orientar, planejar, prescrever, elaborar, gerenciar e promover adequações 
ambientais, tendo como parâmetro a acessibilidade, funcionalidade, segurança e 
redes de apoio para as pessoas idosas, no seu domicílio e em outros contextos 
sociais; 
XIII – Participar de planos interdisciplinares e transdisciplinares, de convívio e 
integração inter geracional, por meios de recursos terapêuticos ocupacionais; 
XIV – Coordenar Grupos, Oficinas Terapêuticas e Educativas para as pessoas idosas 
e/ou seus familiares e cuidadores; 
XV – Avaliar e intervir no processo de reabilitação psicossocial da pessoa idosa; 
XVI – Determinar as condições de inter consultas e de alta terapêutica ocupacional, 
incluindo plano de cuidados domiciliares ou institucionais; 
XVII – Emitir laudos, atestados, pareceres e relatórios terapêuticos ocupacionais; 
XVIII – Estabelecer e executar plano de cuidados paliativos para as pessoas idosas, 
tanto no campo terapêutico ocupacional quanto no contexto da equipe interdisciplinar; 
XIX – Realizar consultoria gerontológica, elaborando plano de gestão de cuidados e 
rotina para família e idosos; 
XX – Participar de ações de gestão em serviços de referência ao atendimento da 
pessoa idosa e ações de controle social; 
XXI – Desenvolver, por mediação sócio ocupacional, atividades orientadas para a 
participação e facilitação no desempenho ocupacional e expressivo de idosos com 
deficiência, com processos de ruptura de rede, de risco, desvantagem e 
vulnerabilidade social para desenvolver redes de suporte e de trocas afetivas, 
econômicas e de informações; 
 
32 
 
XXII – Desenvolver estratégias de pertencimento sociocultural e econômico, 
adaptações ambientais, organização da vida cotidiana, construção de projetos de 
vida, acessibilidade e outras tecnologias de suporte para inclusão sócio comunitária e 
de favorecimento do diálogo intercultural. 
Art. 4º O exercício da especialidade profissional do terapeuta ocupacional em 
Gerontologia está condicionado ao conhecimento e domínio das seguintes áreas e 
disciplinas: 
I – Anatomia geral dos órgãos e sistemas e, em especial, as alterações celulares e 
morfológicas que ocorrem no processo de envelhecimento; 
II – Fisiologia dos órgãos e sistemas e, em especial, as alterações que ocorrem no 
processo de envelhecimento; 
III – Processos de envelhecimento, ciclos de vida, processos de saúde/doença; 
IV – Demografia e epidemiologia do envelhecimento; 
V – Aspectos multidimensionais do envelhecimento: social, psicológico, espiritual, 
cronológico, biológico, funcional e suas teorias; 
VI – Envelhecimento ativo e qualidade de vida da pessoa idosa; 
VII – Fisiopatologia do envelhecimento; 
VIII – Capacidade do desempenho ocupacional, independência e autonomia; 
IX – Ergonomia e biomecânica ocupacional; 
X – Neurociências, neuropsicologia; 
XI – Síndromes geriátricas; 
XII – Avaliação multidimensional do idoso; 
XIII – Farmacologia aplicada ao envelhecimento; 
XIV – Técnicas e recursos tecnológicos aplicados à Gerontologia de densidades 
tecnológicas leves, leves-duras e duras; 
XV – Indicadores de saúde para idosos; 
XVI – Planejamento e adaptação do ambiente para pessoas idosas; 
XVII – Desafios do envelhecimento nas diferentes regiões do país; 
XVIII – Políticas públicas de saúde, assistência social, educação, trabalho, cultura e 
lazer voltados para a população idosa e a intersetorialidade; 
XIX – Desenvolvimento ontogênico e psicossocial; 
XX – Ética, bioética, cuidados paliativos, tanatologia; 
 
33 
 
XXI – Gerenciamento de serviços e gestão em saúde, na assistência social, cultura, 
lazer e na educação; 
XXII – Atuação em equipes de atenção à pessoa idosa, familiares, cuidadores e 
comunidade; 
XXIII – Fundamentos técnico-científicos, históricos e metodológicos da Terapia 
Ocupacional na atenção à pessoa idosa; 
XXIV – Próteses, órteses e dispositivos de tecnologia assistiva, comunicação visando 
a participação social e acessibilidade para a pessoa idosa; 
XXV – Procedimentos e intervenções terapêuticos ocupacionais na atenção integral à 
pessoa idosa, nas modalidades individuais e grupais; 
XXVI – Análise da atividade e dos recursos terapêuticos e intervenção terapêutica 
ocupacional à pessoa idosa, grupos e comunidades; 
XXVII – Suporte básico de vida: procedimentos e recomendações; 
XXVIII – Humanização, ética e bioética. 
Art. 5° O Terapeuta Ocupacional Especialista em Gerontologia pode exercer as 
seguintes atribuições: 
I – Atenção, assistência e mediação terapêutica funcional; 
II – Coordenação, supervisão e responsabilidade técnica; 
III – Gestão e planejamento; 
IV – Empreendedorismo; 
V – Gerenciamento; 
VI – Direção; 
VII – Chefia; 
VIII – Consultoria; 
IX – Assessoria; 
X- Auditoria; 
XI – Perícia; 
XII – Preceptoria, ensino e pesquisa. 
Art. 6º A formação profissional dessa especialidade apresenta quatro grandes âmbitos 
de atuação: Atenção à saúde da pessoa idosa; Assistência social à pessoa idosa; 
Cultura e lazer para a pessoa idosa e Educação à pessoa idosa; como descrito a 
seguir: 
I – O âmbito de atuação na Atenção à Saúde da pessoa idosa compreende o 
 
34 
 
planejamento e execução da intervenção terapêutica ocupacional, visando a proteção, 
a otimização das habilidades de desempenho, a prevenção de agravos, a promoção 
e recuperação da saúde, a reabilitação e o gerenciamento de situações irreversíveis 
junto às pessoas idosas saudáveis, pré-frágeis e frágeis, seus familiares, cuidadores 
e/ou acompanhantes, contemplando aspectos da saúde biopsicossocial nos 
processos naturais ou patológicos do envelhecimento; 
II – O âmbito de atuação na Assistência Social à pessoa idosa compreende a atuação 
do terapeuta ocupacional junto às pessoas idosas, seus familiares, 
cuidadores/acompanhantes, em situação de vulnerabilidade e/ou risco social, com o 
objetivo de promover a participação social, elaborar estratégias e/ou ações voltadas 
para o desenvolvimento dos potenciais econômicos e resolução de problemáticas 
sociais, fortalecendo as redes de suporte e de trocas afetivas, econômicas e de 
informação, e favorecendo o empoderamento do idoso como cidadão; 
III – O âmbito de atuação na Cultura e Lazer para a pessoa idosa compreende a 
atuação do terapeuta ocupacional no fomento, na organização e promoção da 
participação em eventos socioculturais, artísticos e de lazer, com a finalidade de 
promover e preservar a memória e identidade pessoal e cultural, a autonomia, a 
sociabilidade e favorecer a inclusão social, a fruição artística, a superação de desafios, 
a otimização de projetos e melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas, seus 
familiares e cuidadores/acompanhantes; 
IV – O âmbito de atuação na Educação à pessoaidosa compreende a atuação do 
terapeuta ocupacional na educação formal e não formal, na capacitação e o 
desenvolvimento de novas habilidades de profissionais, em programas de educação 
permanente, na construção de espaços de criação e formação continuada, na 
promoção da participação nos programas de educação ao longo da vida, na 
constituição de práticas socioeducativas com ênfase no envelhecimento ativo e 
projetos de vida; na promoção da intergeracionalidade e nos processos de inclusão 
escolar e digital. 
Art. 7º A Especialidade Profissional de Terapia Ocupacional em Gerontologia deve 
produzir conhecimento científico em Terapia Ocupacional em Gerontologia e torná-lo 
acessível à população em geral. 
Art. 8º A Atuação na Especialidade Profissional de Terapia Ocupacional em 
Gerontologia se caracteriza pelo exercício profissional em todos os níveis de atenção 
 
35 
 
à saúde, seja público, privado e filantrópico, assim como nos setores da previdência 
social, educação, trabalho, judiciário e presidiário, em todas as fases do 
desenvolvimento ontogênico, com ações de prevenção, promoção e recuperação, nos 
seguintes ambientes: 
I – Hospitalar; 
II – Ambulatorial; 
III – Unidades básicas de saúde; 
IV – Unidades de referência à saúde do idoso em todos os níveis de atenção à saúde; 
V – Atenção domiciliar; 
VI – Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPI; 
VII – Centros de convivência; 
VIII – Centros-dia; 
IX – Repúblicas, academias, clubes e agremiações; 
X – Família acolhedora; 
XI – Hospitais de cuidados transicionais/hospices; 
XII – Previdência social; 
XIII – Entre outros. 
Art. 9º Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do COFFITO. 
Art. 10 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
CASSIO FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA 
Diretor-Secretário 
ROBERTO MATTAR CEPEDA 
Presidente do Conselho 
 Terapia Ocupacional em Saúde da Família 
A Resolução N°. 407 de 18 de agosto de 2011, disciplina a Especialidade 
Profissional de Terapia Ocupacional em Saúde da Família e dá outras providências. 
Tal resolução está disposta a seguir. 
 
 
 
 
 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
 
36 
 
 
 
Fonte: terapiaoculpacional.blogspot.com 
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 
COFFITO, no exercício das atribuições legais e regimentais e cumprindo o deliberado 
em sua 214 ª Reunião Plenária Ordinária, realizada no dia 18 de agosto de 2011, em 
sua sede, situada na SRTVS Quadra 701, Conjunto L, Ed. Assis Chateaubriand, Bloco 
ll, salas 602/614, em Brasília – DF, na conformidade com a competência prevista no 
inciso II do Art. 5° da Lei 6316 de 17 de dezembro de 1975, 
CONSIDERANDO o disposto no decreto Lei nº 938, de 13 de outubro de 1969; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 81, de 09 de maio de 
1987; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 370, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 371, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 378, de 11 de junho 
de 2010; 
CONSIDERANDO o disposto na Resolução COFFITO n°. 382, de 03 de 
novembro de 2010; 
CONSIDERANDO a Ética Profissional do Terapeuta Ocupacional, que é 
disciplinada por meio do seu Código Deontológico Profissional. 
 
37 
 
RESOLVE: 
Art.1º Disciplinar a atividade do Terapeuta Ocupacional no exercício da 
Especialidade Profissional em Saúde da Família. 
Art 2º Para efeito de registro, o título concedido ao profissional Terapeuta 
Ocupacional será de Especialista Profissional em Saúde da Família. 
Art. 3º Para o exercício da Especialidade Profissional do Terapeuta 
Ocupacional em Saúde da Família é necessário o domínio das seguintes Grandes 
Áreas de Competência: 
I – Realizar consulta terapêutica ocupacional, triagem, entrevista e anamnese, 
solicitar e realizar interconsulta e encaminhamento; 
II – Identificar potencialidades e habilidades do desempenho ocupacional, 
atribuir diagnósticos e prognósticos terapêuticos ocupacionais por meio de testes e 
protocolos utilizados pela Terapia Ocupacional específicos ao ciclo de vida e às 
necessidades dos pacientes; 
III – Planejar, coordenar, desenvolver, prescrever, acompanhar, avaliar e 
reavaliar as estratégias de intervenção terapêuticas ocupacionais a fim de prevenir 
doenças, promover a saúde, a independência e autonomia no cotidiano quanto ao 
desempenho ocupacional, atividades de vida diária e instrumentais de vida diária, 
trabalho e lazer, acessibilidade, desmonte de processos de segregação e exclusão 
social, justiça ocupacional, emancipação social, desenvolvimento socioambiental, 
econômico e cultural e estimular a participação e inclusão social da pessoa, família, 
grupos e comunidade em atividades culturais, expressivas, econômicas, corporais, 
lúdicas e de convivência; 
IV – Traçar plano terapêutico, acompanhar a evolução e planejar alta; 
V – Utilizar diferentes atividades como recurso de intervenção entre as quais: 
tecnologias de comunicação, informação, tecnologia assistiva, acessibilidade, 
ludicidade, criatividade, horizontalidade, participação e apoio matricial, reabilitação 
baseada na comunidade, ações intersetoriais, além de favorecer o acesso à inclusão 
digital como ferramenta de empoderamento para pessoas, famílias, grupos e 
comunidades; 
VI – Atuar como apoiador matricial das equipes de saúde da família em 
aspectos referentes à indivíduos e comunidades com restrição ocupacional, com 
 
38 
 
comprometimentos de habilidades e potencialidades, auxiliando os profissionais da 
equipe mínima na promoção da saúde mental, saúde funcional e saúde comunitária; 
VII – Ser agente ativo no diagnóstico territorial, planejamento, gestão e 
avaliação de ações, bem como responsável pelo registro informacional dos dados, 
pela atualização da sala de situação e pela publicidade dos indicadores produzidos, 
referentes à sua atuação profissional; 
VIII – Prestar assistência na atenção terapêutica ocupacional primária de forma 
a garantir resolutividade nas ações, promovendo saúde, prevenindo agravos e 
articulando, quando necessário, intervenções nos níveis secundários e terciários do 
SUS; 
IX – Colaborar com as equipes de saúde da família no cuidado, intervenção e 
realização de ações de educação em saúde com grupos prioritários de acordo com o 
perfil epidemiológico; 
X – Promover espaços de educação permanente na Estratégia de Saúde da 
Família, facilitando processos de aprendizagem significativa, a partir do cotidiano da 
prática dos profissionais, abordando temas gerais da atuação em Saúde da Família, 
bem como temas específicos da atuação da terapia ocupacional, favorecendo a 
visibilidade e a potencialidade das ações da mesma no trabalho em equipe; 
XI – Destinar enfoque especial à saúde do trabalhador, incluindo o trabalhador 
da saúde de forma a promover processos laborais significativos e saudáveis, podendo 
lançar mão de recursos que intervenham no ambiente, rotina e processos de trabalho; 
XII – Determinar as condições de alta terapêutica ocupacional; 
XIII – Prescrever a alta terapêutica ocupacional; 
XIV – Registrar em prontuário a consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico, 
tratamento, evolução, interconsulta, intercorrências e alta terapêutica ocupacional; 
XV – Elaborar relatórios, laudos, atestados e pareceres. 
Art. 4º O exercício profissional do terapeuta ocupacional Especialista 
Profissional em Saúde da Família é condicionado ao conhecimento e domínio das 
seguintes áreas e disciplinas, entre outras: 
I – Ciências Biológicas e da Saúde: função e disfunção dos tecidos, órgãos, 
sistemas e aparelhos, epidemiologia, bioética e processo saúde doença; 
 
39 
 
II – Ciências Sociais e Humanas: estudo dos seres humanos e de suas relações 
sociais, do processo saúde/doença nas suas múltiplas determinações contemplando 
a integração dos aspectos psicossociais,culturais, filosóficos e antropológicos; 
III – Conteúdos específicos da terapia ocupacional relacionados à política de 
saúde da família; 
IV – Princípios epistêmicos da Saúde Pública e Saúde Coletiva, a partir da 
territorialização, do trabalho em equipe multiprofissional com ações interdisciplinares 
e intersetoriais, compreensão de hábitos, de costumes, de tradições, da diversidade, 
de modos de realização da vida cotidiana, de atividades da vida diária e instrumentais 
de vida diária, de trabalho, de lazer, de saberes e conhecimentos, de participação 
comunitária, de história da vida ocupacional, comunicacional e expressiva de pessoas 
e coletivos; 
V – Próteses, Órteses e Tecnologia Assistiva; 
VI – Ciências Sociais e Políticas relacionadas à saúde. 
Art. 5º São áreas de atuação do terapeuta ocupacional Especialista Profissional 
em Saúde da Família: 
I – Desempenho Ocupacional na Saúde da Criança e do Adolescente; 
II – Desempenho Ocupacional na Saúde do Adulto; 
III – Desempenho Ocupacional na Saúde do Idoso. 
Art. 6º O terapeuta ocupacional Especialista Profissional em Saúde da Família 
pode exercer as seguintes atribuições, entre outras: 
I – Coordenação, supervisão e responsabilidade técnica; 
II – Gestão; 
III – Direção; 
IV – Chefia; 
V – Consultoria; 
VI – Auditoria; 
VII – Perícia. 
Art. 7º – O Terapeuta Ocupacional Especialista Profissional em Saúde da 
Família pode exercer suas atividades profissionais em todos os níveis de atenção à 
saúde e nos seguintes locais, estabelecimentos ou ambientes, entre outros: 
I) Hospitalar; 
II) Ambulatorial (clínicas, consultórios, centros de saúde); 
 
40 
 
III) Domiciliar e Home Care; 
IV) Públicos; 
V) Filantrópicos; 
VI) Militares; 
VII) Privados; 
VIII) Terceiro Setor. 
Art. 8º Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do COFFITO. 
Art. 9º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Dra. Elineth da Conceição da Silva Braga 
Diretora-Secretária 
Dr. Roberto Mattar Cepeda 
Presidente 
 Terapia Ocupacional em Saúde Mental 
A Resolução N°. 408 de 18 de agosto de 2011, disciplina a Especialidade 
Profissional de Terapia Ocupacional em Saúde Mental e dá outras providências. Tal 
resolução está disposta a seguir. 
 
 
Fonte: centrovitoria.com.br 
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 
COFFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e cumprindo o 
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3168
 
41 
 
deliberado em sua 214ª Reunião Plenária Ordinária, realizada no dia 18 de agosto de 
2011, em sua sede, situada na SRTVS Quadra 701, Conj. L, Ed. Assis Chateaubriand, 
Bloco ll, Salas 602/614, Brasília – DF, na conformidade com a competência prevista 
no inciso ll do Art. 5° da Lei 6316 de 17 de dezembro de 1975, 
CONSIDERANDO o disposto no Decreto Lei 938, de 13 de outubro de 1969; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 81, de 09 de maio de 
1987; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 370, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 371, de 06 de 
novembro de 2009; 
CONSIDERANDO os termos da Resolução COFFITO n°. 378, de 11 de junho 
de 2010; 
CONSIDERANDO o disposto na Resolução COFFITO n°. 382, de 03 de 
novembro de 2010; 
CONSIDERANDO a Ética Profissional do terapeuta ocupacional, que é 
disciplinada por meio do seu Código Deontológico Profissional. 
RESOLVE: 
Artigo 1º – Disciplinar a atividade do Terapeuta Ocupacional no exercício da 
Especialidade Profissional Terapia Ocupacional em Saúde Mental. 
Artigo 2º – Para efeito de registro, o título concedido ao profissional do 
Terapeuta Ocupacional será de Especialista Profissional em Saúde Mental. 
Artigo 3º – Para o exercício da Especialidade Profissional em Saúde Mental é 
necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de Competência: 
I – Realizar consulta, triagem, entrevista, anamnese, solicitar e realizar 
interconsulta e encaminhamento em saúde mental; 
II – Realizar avaliação ocupacional, dos componentes percepto-cognitivos, 
psicossociais, psicomotores, psicoafetivos e sensoperceptivos no desempenho 
ocupacional; avaliar os fatores pessoais e os ambientais que, em conjunto, 
determinam a situação real da vida (contextos); avaliar as restrições sociais, 
atitudinais e as do ambiente; realizar avaliação da função cotidiana em saúde mental; 
avaliar AVD e AIVD; 
 
42 
 
III – Realizar, solicitar e interpretar exame psíquico-ocupacional e exames 
complementares; aplicar testes dos componentes do desempenho ocupacional que 
sustentam a Saúde Mental; realizar reavaliações; 
IV – Atribuir diagnóstico do desempenho ocupacional e da função cotidiana em 
saúde mental; realizar diagnóstico diferencial e contextual; 
V – Planejar tratamento e intervenção, acolher a pessoa, promover, previnir e 
restaurar a saúde mental em qualquer fase do cotidiano da vida; planejar, acompanhar 
e executar etapas do tratamento e alta; redesenhar as atividades em situação real de 
vida e promover o reequilíbrio dos componentes percepto-cognitivos, psicossociais, 
psicomotores, psicoafetivos e sensoperceptivos do desempenho ocupacional; 
redesenhar as atividades em situação real de vida e reduzir as restrições ambientais 
e atitudinais; adaptar a atividade, o ambiente natural e o transformado; desenhar 
atividades em ambiente controlado (setting terapêutico) para facilitar, capacitar, 
desenvolver e reequilibrar os componentes do desempenho ocupacional. 
VI – Conceber e supervisionar oficinas terapêuticas visando à internalização de 
valores laborais e econômicos, socioculturais e psicossociais; aplicar estratégias de 
intervenção individual e grupal; utilizar animais na assistência à saúde mental; utilizar 
técnicas corporais e artístico-culturais; planejar, reorganizar e treinar as AVDs e 
AIVDs; realizar atendimento domiciliar; orientar, educar e capacitar a família, 
cuidadores e a rede de apoio; 
VII – Prescrever tecnologia assistiva; 
VIII – Planejar condições de segurança, aplicar vigilância, promover condições 
de justiça ocupacional; 
IX – Registrar e guardar a evolução clínica e relatórios em prontuário próprio; 
X – Emitir laudos, atestados e pareceres. 
 Artigo 4º – O exercício profissional do terapeuta ocupacional Especialista 
Profissional em Saúde Mental e condicionado ao domínio e conhecimento das 
seguintes áreas e disciplinas, entre outras: 
I – Fundamentos da terapia ocupacional em saúde mental; 
II – Fundamentos da Ciência Ocupacional; 
III – Modelos da terapia ocupacional aplicados a saúde mental; 
IV – Políticas públicas de saúde mental; 
 
43 
 
V – Processo saúde/doença mental nas suas múltiplas determinações: o 
trabalho, as relações, o ambiente natural, o ambiente transformado, os valores sociais, 
o ócio, a recreação, entre outros; 
VI – Desenvolvimento ontogênico dos componentes psicomotores, 
psicoafetivos, psicossociais, percepto-cognitivos e sensoperceptivos; 
VII – Estilo de vida e saúde mental; 
VIII – Analise da atividade e da ocupação humana aplicada a saúde mental; 
IX – Avaliação de tecnologias em saúde mental; 
X – Epidemiologia – determinantes da alteração das condições de saúde 
mental; 
XI – Saúde coletiva; 
XII – Bioética. 
 Artigo 5º – São áreas de atuação do terapeuta ocupacional Especialista 
Profissional em Saúde Mental: 
I – Desempenho Ocupacional Psicossocial; 
II – Desempenho Ocupacional Psicoafetivo; 
III – Desempenho Ocupacional Psicomotor; 
IV – Desempenho Ocupacional Percepto-cognitivo; 
V – Desempenho Ocupacional Sensoperceptivo. 
Parágrafo único: As áreas de atuação, além do disposto neste artigo, seguem 
o que está disciplinado no Título VII da Resolução COFFITO n°. 378/2010. 
Artigo 6 º – O terapeuta ocupacional Especialista Profissional em Saúde 
Mental pode exercer suas atividades profissionais em todos os níveis de atenção à 
saúde e nos seguintes locais, estabelecimentos ou ambientes,

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