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WBA0463_v1.0 Proteção do sistema elétrico de potência Características gerais de proteção no SEP Bloco 1 Joubert R. S. Júnior Caracterização de um sistema elétrico de potência O sistema elétrico de potência é dividido em geração, transmissão, distribuição e consumo. Cada um com seus equipamentos e particularidades de proteção. Geração Transmissão Distribuição Consumo No Brasil, a geração de energia é predominante de fontes renováveis, em que se destacam as usina hidroelétricas, devido o potencial hídrico no país. Porém, outras fontes de energia renováveis estão em expansão, como exemplo, a energia eólica e solar. Fonte: milehightraveler/iStock.com. Caracterização de um sistema elétrico de potência Fonte: Cindy Shebley/iStock.com. Figura 1 – Geração eólica Figura 2 – Geração fotovoltaica Vandalismo, eventos climáticos e curto-circuito estão entre as principais causas de falhas no sistema de transmissão energia. Figura 3 – Eventos causadores de falhas no sistema elétrico Curto- circuito Descargas atmosféricas Incêndio Vandalismo Vento Caracterização de um sistema elétrico de potência Fonte: elaborada pelo autor. Requisitos do sistema de proteção Na especificação de um sistema de proteção do sistema elétrico de potência, fatores técnicos devem ser levados em consideração: Fonte: elaborada pelo autor. seletividade velocidade confiabilidade automação Figura 4 – Fatores técnicos de especificação de um sistema de proteção Requisitos do sistema de proteção Seletividade: técnica na qual o sistema de proteção e coordenação deve reconhecer e selecionar as condições de operação e, somente o dispositivo de proteção mais próximo do defeito desconecta da rede elétrica. Fonte: elaborada pelo autor. TCC Name: tcc1 Scale: x 1 Reference Voltage: 13800 Oneline: Date: December 10, 2019 Rovel Engenharia 270 A 10 A 1654 A TX Inrush 13 A 0.5 1 10 1 0 0 1 K 1 0 K 1 0 0 K0.01 0.10 1 10 100 1000 CURRENT IN AMPERES T IM E I N S E C O N D S R-F-E R-F-LS TR-1 R-F-E R-F-LS TR-1 Figura 5 – Curva de proteção Requisitos do sistema de proteção Velocidade: a velocidade de atuação adequada possibilita o desligamento do trecho ou do equipamento no menor tempo possível. Confiabilidade: a proteção deve permitir que o sistema opere com exatidão, segurança e corretamente. Automação: a automação do processo de proteção é de responsabilidade dos relés. Eles detectam as falhas (parâmetros fora de especificação) e tomam a decisão de abertura ou não do circuito. Função do sistema de proteção Em síntese, a estrutura do sistema de proteção é formada por uma organização de dispositivos com funções bem definidas e que se inter-relacionam para a execução de um objetivo comum: ● Disjuntores e fusíveis. ● Relés. ● Transformadores de instrumentação (TC e TP). Frazão (2019) relata que a função do sistema de proteção é provocar a remoção imediata de operação dos elementos acometidos por curtos- circuitos, assim como dos elementos que operam de modo anormal, interferindo na operação do sistema elétrico como um todo. Tipos de proteção Proteção Tem a finalidade de proteger as máquinas elétricas (geradores, motores) de quedas de tensão que colocam em risco a integridade destes equipamentos. Geralmente, o sistema elétrico tolera tensões com níveis de até 80% do valor nominal do sistema, por um período de aproximadamente 2 segundos. Subtensões Proteção Frequência Para um sistema elétrico que opera em 60 Hz, a frequência não deve superar 62 Hz. As sobre frequência, normalmente afeta a qualidade de energia fornecida. Os sistemas elétricos podem operar por pequenos intervalos de tempo, não inferior a 58 Hz. Tipos de proteção Proteção Sobrecorrente Existe um limite de tensão máxima que o sistema elétrico pode operar, em função das características nominais do sistema em caso de uma falta. Os valores de tensão máxima não devem superar o valor de 110% da tensão nominal do sistema. Proteção São eventos comuns no sistema elétrico. Elevam os componentes aos maiores níveis de desgaste e diminui a vida útil dos elementos da rede. Elas são classificadas em diferentes níveis: sobrecargas e curtos-circuitos. Sobretensões Tipos de proteção Proteção Sobre-excitação Esta proteção consegue identificar níveis de indução muito elevados, devidos a uma elevação de tensão e/ou subfrequência. Ela é determinada a partir do quociente entre a tensão máxima do sistema e da frequência a que está submetido. Níveis de atuação de um sistema de proteção principal retaguarda auxiliar É responsável por atuar em primeira instância em caso de alguma falta no sistema. Somente irá atuar caso a proteção principal falhe. Por este motivo, da importância de um projeto levando em consideração a seletividade e coordenação. É composta por funções que auxiliam o sistema de proteção principal e de retaguarda, responsável por sinalização, alarme, temporização e intertravamento. Características gerais de proteção no SEP Bloco 2 Joubert R. S. Júnior Estatísticas das interrupções As estatísticas são divididas em: Causas das interrupções Origem das interrupções Estatísticas das interrupções Figura 6 – Causas das interrupções Fe n ô m en o s n at u ra is 48% Fa lh as e m m at er ia is e eq u ip am en to s 12% Fa lh as h u m an as 9% Fa lh as d iv er sa s 9% Fa lh as o p er ac io n ai s 8% Fa lh as p ro te çã o e m ed iç ão 4% O b je to s es tr an h o s 4% C o n d iç õ es am b ie n ta is 6% Fonte: elaborada pelo autor. Estatísticas das interrupções Figura 7 – Origem das interrupções Li n h as d e tr an sm is sã o 68% R ed e d e d is tr ib u iç ão 10% B ar ra m en to s d e su b es ta çõ es 7% Tr an sf o rm ad o re s 6% G er ad o re s 1% P ró p ri o s is te m a 4% C o n su m id o r 4% Fonte: elaborada pelo autor. Resultado das interrupções As falhas no sistema elétrico e potência geram custos altos que elevam o custo da energia. Figura 8 – Custo versus eficiência no sistema elétrico Fonte: elaborada pelo autor. Resultado das interrupções Estes custos estão relacionados com: Figura 9 – Relação entre os cursos do sistema elétrico Fonte: elaborada pelo autor. Características gerais de proteção no SEP Bloco 3 Joubert R. S. Júnior Características construtivas e operacionais dos relés Relé fluidodinâmico Utilizam líquidos (óleo de vaselina) como elemento temporizador. Atualmente não são mais fabricados, porém é facilmente encontrado em operação no Brasil. Relé eletromagnético Com a força eletromagnética é capaz de deslocar o elemento móvel instalado. Composto basicamente por uma bobina envolvendo o núcleo magnético Relé eletrodinâmico Com princípio de funcionamento a partir da atuação de duas bobinas (uma móvel e outra fixa). Com sensibilidade apurada, mais sua utilização é limitada na proteção de circuitos primários. Características construtivas e operacionais dos relés Relés de indução Os relés de indução são conhecidos como relés secundários, e seu funcionamento é baseado na construção de dois magnetos, um superior e outro inferior. São largamente utilizados em subestações industriais de potência e pelas concessionárias de energia. Relés térmicos Os relés térmicos ajustáveis são percorridos pela corrente de fase do sistema, eles atuam sobre o circuito de alimentação da bobina do disjuntor, desenergizando o sistema antes que temperatura ultrapasse o máximo permitido. Relés eletrônicos Gerados em função do avanço da tecnologia apresenta vantagens sobre os relés eletromecânicos: precisão de ajustes, facilidade de alteração de curvas de operação, custo e desempenho competitivo. Características construtivas e operacionais dos relés Relés digitais Tecnologia baseada em microprocessadores. Alta velocidadeprocessamento, sensibilidade apurada, acesso remoto, além da capacidade de armazenamento de dados. São caracterizados pelas funções: ● De proteção: monitoram as faltas e atuam em tempo muito rápido. ● De medição: supervisionam o sistema, registrando algumas medições como tensão, corrente, fator de potência. Classificação por meio de grandezas elétricas Relé de corrente Relé de tensão Relé direcional Relé de frequência Relé de impedância Classificação em função da temporização Relés instantâneos • Os relés instantâneos não apresentam retardo no tempo de atuação. • Não são indicados em esquemas seletivos em que as correntes de curto-circuito nos diferentes pontos são praticamente os mesmos. 1 Classificação em função da temporização Relés temporizados com retardo dependente • Os relés temporizados com retardo dependente são os mais utilizados em sistemas elétricos. • Possuem curva de temporização normalmente inversa, cujo o retardo é função do valor da grandeza que o sensibiliza. 2 Classificação em função da temporização Relés temporizados com retardo independente • O relé temporizado com retardo independente é caracterizado por um tempo de atuação constante, sem depender da magnitude da grandeza que o sensibiliza acima do valor ajustado. 3 Forma de acionamento Relés primários Relés secundários Os relés primários, conhecidos como relés de ação direta, foram utilizados em larga escala na proteção de pequenas a médias instalações. Os relés secundários, conhecidos como relés de ação indireta, são amplamente empregados nas instalações de médio e grande porte. Com custo mais alto, necessitam de transformadores redutores como fonte de alimentação. Teoria em Prática Bloco 4 Joubert R. S. Júnior Reflita sobre a seguinte situação Na concepção de um projeto de um empreendimento industrial, onde haveria a necessidade da conexão com a rede de distribuição em alta tensão gerenciada pela concessionária local, você foi designado(a) para a especificação do sistema de proteção da entrada de energia do empreendimento. Sabendo que existe a necessidade de levantamento de dados no ponto de entrega (sob responsabilidade da concessionária local) e sabendo que os cálculos devem obedecer às normas técnicas brasileira, responda: a) Quais são dados que a concessionária de energia deverá fornecer para especificação dos dispositivos de proteção da entrada de energia em alta tensão do empreendimento? b) Sabendo que a tensão nominal do sistema é 13.800 Volts, qual norma brasileira deverá ser utilizada? Norte para a resolução... • Primeiramente, devemos entender que cada concessionária de energia local possui suas próprias normas para elaboração, especificação e procedimentos de projetos, mas todas em atendimento as normas vigentes da ABNT. Por isto, é importante pesquisar as normas da concessionária local, com objetivo de verificar os requisitos necessários para cálculo e aprovação do projeto. • Geralmente é solicitado da concessionária de energia os valores de curto circuito no ponto de entrega. De posse deste dado é iniciado o estudo de coordenação e seletividade para especificar e parametrizar o relé. • Neste caso específico, a tensão nominal do sistema é 13.800 kV, caracterizando média tensão. Portanto a norma aplicada da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é a ABNT NBR 14039:2003. Norte para a resolução... • Neste caso específico, a tensão nominal do sistema é 13.800 kV, caracterizando média tensão. Portanto, a norma que se aplica é a ABNT NBR 14039 (instalações elétricas de média tensão de 1.000 V a 36,2 kV). Importante: ABNT NBR 14039 aborda os princípios de projeto e proteção para redes com tensão nominal até 36,2 kV. A norma está disponibilizada na plataforma Gedweb da Biblioteca virtual! Dica do Professor Bloco 5 Joubert R. S. Júnior Dica do professor Dica 1: A utilização de ferramentas para facilitar os cálculos, especificações e desenhos têm ganhado destaque na área de engenharia. Alguns softwares aceleram a produtividade e eliminam consideravelmente a margem de erros. Abaixo, alguns recomendados: Easypower. PTW. Informações adicionais destes softwares podem ser obtidos a partir do site dos desenvolvedores e de seus representantes no Brasil. Dica do professor Dica 2: Acesse o site das concessionárias de energia (CPFL, CEMIG, Eletropaulo etc.) e busque informações sobre normas e procedimentos. Acessando o da CPFL, na aba “credenciados”, as normas referenciadas no GED estão disponíveis para consulta. Referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. São Paulo: ABNT, 2003. CAMINHA, Amadeu C. Introdução a proteção dos sistemas elétricos. São Paulo: Egard Blucher, 2019. FRAZÃO, Rodrigo J. A. Proteção do sistema elétrico de potência. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019. MAMEDE FILHO, João; MAMEDE, Daniel R. Proteção de sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro: LTC, 2017. Bons estudos!
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