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Ética profissional, social, política

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Ética profissional, social, política
Apresentação
A ética estabelece os princípios que servem de parâmetro e fundamentam o comportamento dos 
indivíduos. Esses parâmetros acompanham o indivíduo em todas as esferas de atuação, na sua vida 
social, na sua atuação profissional e no exercício político. É com a “institucionalização” do 
pensamento como filosofia que a ética ganha uma dignidade filosófica como estudo dos “modos de 
ser” — esse, inclusive, é o significado corrente do termo grego ethos. Assim, apesar de diversos 
filósofos, tais como Sócrates e Platão, se ocuparem da ética, foi Aristóteles quem fundou a ética 
como uma área de especulação filosófica.
Então, foram estabelecidos a investigação, a reflexão e o estudo da conduta humana de modo a 
servirem como fundamento e direcionamento da ação humana. Por isso, frequentemente, moral e 
ética são confundidas, pois ambas, apesar de distintas, se entrecruzam em seus exercícios.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber o que é a base comum da ética e as características 
próprias de cada uma das três áreas que serão abordadas: ética social, ética profissional e ética 
política.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os princípios gerais da ética social.•
Reconhecer as especificidades da ética profissional.•
Relacionar o papel da ética com a prática política.•
Desafio
A ética está presente em todos os momentos de interação social por que passamos, em nossas 
atitudes e ideologias, bem como na interação com outras pessoas, perpassando desde as atitudes 
mais básicas do cotidiano até as questões globais.
Observe o exemplo a seguir:
 
Você faz parte de um conselho de ética que fora instalado na Câmara municipal de sua cidade e foi 
escolhido como membro desse conselho. Então, foi incumbido de preparar um relatório e uma 
análise dando o seu parecer sobre o caso. Para tanto, deve redigir, em um ou dois parágrafos, o seu 
parecer público indicando se considera a conduta do prefeito ética ou não.
É importante salientar que o texto deve ser escrito segundo sua perspectiva pessoal dos 
acontecimentos. Candidatos são lançados, promessas são feitas, campanhas com forte apelo 
midiático são realizadas. Até onde vai o limite ético nessas situações? Elabore o seu parecer.
Infográfico
O conceito por trás da palavra "ética" é baseado no duplo significado no original grego. Êthos 
escrito com a letra inicial "eta" é utilizado para descrever o ambiente em que vive o homem, o 
modo de ser em que se sente bem. Já éthos, escrito com a letra inicial "épsilon", é o conjunto de 
hábitos e costumes, o comportamento habitual do homem. Contudo, se nos voltarmos mais para o 
campo profissional, encontramos outro termo: déon, ou déontos, que significa dever.
Neste Infográfico, você vai compreender os fundamentos gerais de conduta ética profissional com 
base na teoria do dever.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/73981df6-5290-444e-b0ce-601d67bff79f/bec56b0d-1cd8-491f-a171-1cbeff359f91.png
Conteúdo do livro
A profunda reflexão sobre o humano, tanto individual quanto coletivamente, se traduz também nas 
condições, nas necessidades e nos deveres frente à ação. Assim, quando entendemos por ética um 
código de conduta que se atualiza e evolui de acordo com o pensamento sobre esse mesmo campo, 
podemos compreender que agir eticamente é agir coletivamente. Ou seja, por mais que a nossa 
ação, por vezes, não seja assistida, há uma consciência do dever implicada em cada escolha e ação 
nossas. Assim, ao passo que a moral se restringe às sociedades, às tradições e às culturas, a ética 
busca ter um caráter universal. Assim, uma ação é considerada ética ou não tanto aqui quanto no 
Japão, por exemplo.
É claro que existem códigos e leis diferentes que se aplicam a determinados países, mas a discussão 
ética é feita de um modo mais cosmopolítico no sentido de pesquisa e discussão. Quando agimos, 
afetamos não somente nós mesmos, mas a sociedade como um todo. Portanto, vivendo em 
sociedade, é necessário que tenhamos regras e códigos de conduta para que seja estabelecido o 
direito de cada indivíduo e, principalmente, o respeito tanto moral quanto físico às demais pessoas.
No capítulo Ética profissional, social, política, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você 
vai entender como o humano é um ser social e, a partir de então, como a ética se mostra essencial 
em uma sociedade. Além disso, verá como a ética passou a fazer parte do mundo profissional e 
como surgiram os códigos de ética. Por fim, entenderá a relação entre ética e política e como ela 
fora pensada ao longo da história.
ÉTICA E CIDADANIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar os princípios gerais da ética social.
 > Reconhecer as especificidades da ética profissional.
 > Relacionar o papel da ética com a prática política.
Introdução
A ética é parte fundamental da vida humana, pois, uma vez que vivemos em 
sociedade, fazem-se necessárias regras de conduta que assegurem as ações 
comuns. Desde a Antiguidade, quando a ética como conceito foi sistematizada, 
pensadores se dedicam a pensar a conduta humana e sua finalidade, o que acabou 
por se tornar uma tradição de pensamento que chega até a contemporaneidade. 
Hoje pensamos a ética diferentemente de outros momentos históricos; o conceito 
está mais consolidado e nos guia tanto em nossa vida privada quanto em nossa 
vida pública.
Neste capítulo, você poderá compreender como a ética é essencialmente 
social e como ocorre sua relação com a moral. Além disso, vamos descrever no 
que consiste a ética profissional, como ela surgiu e como ela resultou nos códigos 
deontológicos que temos na contemporaneidade. Por fim, vamos explicar como a 
ética e a política se relacionam ao longo da história como prática.
Ética profissional, 
social e política
Mayara Joice Dionizio
Princípios gerais da ética social
Inevitavelmente, quando tratamos do conceito de ética, remontamos a anos de 
tradição do pensamento filosófico acerca do assunto. Conforme Gontijo (2006), o 
termo “ética” vem de ethos, que em grego significa “modos de ser” e se relaciona 
com os fundamentos da vida moral, com o modo de ser socialmente. Por sua vez, 
há o termo mores, que em latim significa “morada”, “habitar”, “aquilo que se refere 
ao hábito”, que faz parte da reflexão romana antiga sobre a moral e que está 
relacionado ao costume. Apesar de os conceitos de moral e ética estarem ligados, 
ainda mais em suas origens especulativas, há uma distinção importante sobre o 
campo da moral e o campo da ética. Antes de adentrarmos nesse aspecto, faz-se 
necessário que nos aprofundemos mais em tais conceitos para compreender 
suas diferenças histórico-conceituais, tal como elucida Gontijo (2006, p. 129):
Com a criação da ética como ciência do ethos no mundo grego — como aplicação 
do logos demonstrativo à reflexão crítica sobre os costumes e modos de ser dos 
homens —, a palavra “ética” passou a designar, na tradição filosófica, tanto o objeto 
de estudo de uma disciplina quanto o estudo do objeto. “Ética” significa, portanto, 
tanto a disciplina que reflete criticamente sobre o saber ético encarnado nos cos-
tumes e modos de ser, como esse próprio saber. O mesmo se verifica com a palavra 
“moral”, que servirá para designar tanto o objeto de estudo — a moral — quanto o 
estudo crítico do objeto — a Filosofia Moral. No que respeita à tradição filosófica, 
os termos “moral” e “ética” designam, portanto, o mesmo campo de fenômenos e 
o mesmo domínio de reflexão. Isto é, são sinônimos.
Estima-se que o conceito de ética tenha surgido por volta de 500 a.C., 
quando a filosofia grega estava em seu momento mais alto — entre 300 a.C. 
e 500 a.C., viveram os grandes nomes da filosofia grega: Sócrates (470 a.C. a 
399 a.C.), Platão (428/427 a.C. a 348/347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C.a 322 a.C.) 
(FIGUEIREDO, 2008). O primeiro a pensar a conduta moral em vista de um 
princípio comum a todos os cidadãos da pólis grega foi Sócrates. Conhecido 
como o pai da filosofia, Sócrates traz à filosofia grega um caráter inaugural 
ao deslocar o interesse filosófico da physis (natureza) para o homem. Nesse 
sentido, Sócrates se ocupa dos humanos nas mais múltiplas esferas: em 
relação à arte, à moral, às virtudes e, principalmente, à verdade. Para o 
filósofo, todas as virtudes estão ligadas ao bem. Assim, é impossível buscar 
a verdade sem que se busque o bem na mesma medida. Platão também se 
ocupou do pensamento ético e moral. Suas obras são compostas de diálogos 
protagonizados tanto por Sócrates, o seu mestre, quanto pelos demais dis-
cípulos socráticos. Contudo, foi Aristóteles que, de fato, realizou a primeira 
sistematização do conhecimento ético (PIMENTA, 2019).
Ética profissional, social e política2
Em Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta um tratado moral guiado pelo 
questionamento acerca da finalidade das ações humanas. Segundo Aristóteles 
(1987), o caminho final das ações é o bem, mas não sem uso da faculdade 
racional; isto é, se faço uso da minha faculdade racional, logo chegarei ao 
bem como resultado de minha reflexão. Apesar de podermos chegar ao bem 
por meio do exercício racional, as virtudes podem ser alcançadas por meio 
de dois conhecimentos: o teórico, que é resultado da educação recebida; e 
o prático, que é constituído pelos hábitos. Dessas duas formas aristotélicas 
de conceber a ação ética, originou-se a confusão entre o que é ética e o que 
é moral. Quando emprega o termo ethos, Aristóteles se refere a uma ciência 
sobre o modo de ser: as atitudes morais de uma pessoa frente às situações 
da vida. Ou seja, a ética está associada ao comportamento do indivíduo na 
vida coletiva, na medida em que este se torna objeto de reflexão. Portanto, de 
modo geral, podemos dizer que a moral é aquilo que compete às leis morais 
às quais os indivíduos estão submetidos: hábitos, tradições e costumes. Por 
outro lado, a ética consiste na conduta individual do indivíduo frente aos 
demais e à filosofia moral; isto é, à reflexão sobre a conduta moral de uma 
sociedade. A ética apresenta, então, esse caráter duplo: tanto do indivíduo 
quanto da reflexão filosófica moral. Assim, também chegamos às duas esferas 
que compõem a vida: a privada e a pública.
É na vida pública que encontramos o ethos social. Tal ethos é marcado 
pelos costumes e tradições na medida em que se trata da identidade de não 
só um indivíduo, mas de uma sociedade:
Parece haver um círculo ethos-hábitos-atos. Assim se compreende como é preciso 
resumir as duas variantes da acepção usual de ethos, estas sendo os princípios 
dos atos e aquele o seu resultado. Ethos é o caráter (χαρακτηρ) cunhado, impresso 
na alma por hábitos (ARANGUREN, 1972, p. 24).
Ou seja, ao mesmo tempo em que o ethos social se impõe pela força da 
identidade das tradições, ele também é constitutivo do indivíduo que vive 
essa identidade tradicional. Há dois ethos: aquele que se remete ao caráter 
e aquele que se liga aos hábitos. Isso, por sua vez, demonstra que a ética é 
tanto individual quanto social; isto é, a conduta ética é um realizar-se tanto 
em si quanto no outro.
Ainda de acordo com Aristóteles (1987), o que fundamenta essa duplicidade 
de ação da ética na conduta humana é a justiça. Mais uma vez, vemos então 
a impossibilidade de disjunção entre individualidade e sociedade. Uma vez 
que a justiça fundamenta a ética, a justiça ocorre sempre frente a um fato, 
uma ação que envolve mais de um agente:
Ética profissional, social e política 3
Essa forma de justiça (geral) é, portanto, uma virtude completa e governa nossas 
relações com os outros; por isso, muitas vezes, a justiça é considerada a virtude 
mais perfeita e nem a estrela vespertina, nem a estrela matutina é mais admirada 
que ela. Daí o provérbio: a justiça encerra toda a virtude (ARISTÓTELES, 1987, p. 93).
Com isso, Aristóteles pensa a ética para além do caráter voltado às tra-
dições e aos hábitos, colocando-a em relação àquilo que se mostra mais 
próximo do que pensamos contemporaneamente como ética: relações sociais 
e condutas comportamentais justas. Mas, afinal, como determinar se uma 
ação é ou não justa se somos constituídos por uma identidade marcada por 
tradições, costumes e modos de pensar acerca do que é bom e mau?
Se pensarmos cronologicamente na vida humana, a ética e a moral são 
preceitos trabalhados com o ser humano desde seu nascimento: o respeito, 
os costumes, os hábitos, aquilo que por determinada família (que compõe 
um todo de uma identidade tradicional) é considerado bom ou não. Já em 
relação ao que é justo, apesar de ser tratado na família e no ciclo social da 
criança (como na instituição escolar), o preceito de justiça não obedece 
àquilo que a literatura do Direito entende por justiça. Ou, ainda, a justiça 
na instituição familiar é tratada com base nos preceitos éticos e morais da 
cultura em que ela se encontra inserida. Por exemplo, uma família que segue 
a religião cristã terá uma compreensão acerca de justiça e ética diferente 
da de uma família que é ateia sobre determinadas temáticas. Contudo, por 
mais que o indivíduo venha a conhecer os ideais de justiça de acordo com a 
lei do Estado a posteriori e que tais ideais guiem sua conduta pública na vida 
adulta, o ethos acompanha tais noções na vida humana. Trata-se, portanto, 
de uma tríplice relação entre ética, moral e justiça.
Na modernidade, encontramos a teoria do filósofo Immanuel Kant acerca 
do dever moral. Para Kant, o dever moral frente ao que é justo é fruto da 
capacidade prática da razão: “A razão pura é por si prática e dá [ao homem] 
uma lei universal, que chamamos lei moral” (KANT, 2005, p. 107). Nesse sen-
tido, Kant entende que o dever sempre se dá em três possibilidades de ação:
 � aquela que é feita de acordo como o dever, mas não pelo dever, e sim 
por interesse;
 � aquela que é feita também de acordo com o dever, mas não pelo dever, 
e sim por uma questão de hábito;
 � e, por fim, a ação que é feita conforme o dever e pelo dever.
As ações, portanto, se distinguem pelas suas utilidades. Kant busca com 
essa classificação esclarecer que a ação moral só pode ser determinada por 
Ética profissional, social e política4
dever e tendo como finalidade o dever. Ao contrário, tratar-se-ia de uma ação 
interessada, e não dotada de moral. Assim, Kant garante a autonomia da 
vontade frente à ação e a assegura por meio do que ele chama de “imperativo 
categórico”, que é aquilo que une a autonomia da vontade à sua universalidade. 
Isto é, quando Kant argumenta que para avaliarmos se estamos agindo por 
dever, ou seja, realizando uma ação moral, devemos nos perguntar se a nossa 
ação, guiada pela nossa vontade, poderia se tornar universal. Desse modo, 
o filósofo consegue unir a vontade individual com o dever moral universal 
entre os indivíduos.
Até aqui, vimos que a ética social é indissociável da esfera privada, bem 
como de teorias da justiça. Por mais que as teorias conflitem por vezes sobre 
o que determina e o que distingue os preceitos éticos dos morais, um preceito 
depende essencialmente do outro, tal como o próprio exercício da justiça. 
Dessa forma, conclui-se que não há ethos social sem um ethos individual, que 
reconhece na moral também os seus deveres fundamentados em uma justiça; 
justiça essa que se faz imprescindível quando se percebe que somente por 
meio da moral e da ética a vida em sociedade se faz possível.
Fundamentos da ética profissional
Chegando ao campo da ética relacionada à vida profissional, encontramos 
uma série de reflexões acerca da práxis social que envolve também a esfera 
do trabalho. De acordo com Karl Marx (2007), antes do período capitalista, 
surgido a partir do contexto da Revolução Industrial, no século XVIII, o tra-
balho era dimensionado a partir do próprio homem. Ou seja, por mais que 
a exploração nas sociedadesantigas e medievais acontecesse, ela estava 
condicionada ao homem e à natureza em si mesmos. Um trabalhador camponês 
desenvolvia seu trabalho de forma artesanal, manual desde a matéria-prima 
até o produto final, ao que se nomeia “manufatura”. Já a partir do século 
XVIII, com o desenvolvimento industrial, o indivíduo passa a ser alienado de 
seu trabalho: nas fábricas, com as máquinas, o trabalho é fracionado; assim, 
cada trabalhador executa uma parte do desenvolvimento do produto final. 
Com essa alienação, para teóricos como Barroco (2003), o trabalho como 
projeção humana sofre uma alteração. Se antes o trabalhador se projetava 
naquilo que fazia até a realização final de seu trabalho, com a modernidade 
chega-se à fragmentação também do indivíduo, que não se vê mais naquilo 
que faz, somente executa.
Contudo, após Marx, surgiram outros pensadores que repensaram essa 
relação de acordo com as transformações culturais ocorridas e de acordo com 
Ética profissional, social e política 5
a forma como isso afeta a visão sobre o trabalho. Se antes da modernidade o 
indivíduo via no trabalho um processo de desenvolvimento de sua criatividade 
que, por sua vez, consistia em valorações de sentido para si e de escolhas, 
com a modernidade essa capacidade emancipatória do trabalho passa a ser 
negada. Isso altera também as formas de socialização profissionais. Nesse 
sentido, a ação ética do trabalho também se fragmenta. A partir de então, a 
ética deve se expressar também frente aos outros envolvidos nesse ambiente: 
trata-se de entender que a finalidade da ação ética envolve o coletivo para 
acima do eu individual, o que não significa que se trata de individualidades 
somadas em um projeto, mas, sim, um projeto desenvolvido por diferentes 
individualidades, construído por elas.
O espaço do trabalho se torna um espaço também de constituições subje-
tivas. As individualidades se transformam à medida que lidam umas com as 
outras. Outrossim, a conivência social passa a impor um processo democrático 
dentro desse espaço. Nesse ponto, o projeto profissional passa a compor 
também a ética, pois é na realização da realidade profissional que passa a 
ser determinada a ética em relação aos modos de ser de cada indivíduo que 
ocupa aquele espaço, bem como uma normatização de uma conduta construída 
e instituída. Chegamos, assim, ao conceito de deontologia.
O conceito de deontologia vem do grego (junção entre deon, “dever”, e 
logos, “razão e/ou ciência”) e, na contemporaneidade, designa uma teoria 
normativa segundo a qual as ações devem ser julgadas de forma utilitária: 
de acordo como as suas necessidades, permissões e proibições. O conceito 
foi criado pelo filósofo utilitarista Jeremy Bentham, em 1834, ao se referir à 
ética como estudo das normas e deveres:
O objeto da deontologia consiste em ensinar o homem a dirigir os seus afetos, 
de maneira a que eles sejam os mais possíveis subordinados ao bem-estar. Cada 
homem tem as suas penas e os seus prazeres, que lhe são próprios, e com os 
quais o resto dos homens não tem qualquer relação; há, também, os prazeres e as 
penas que dependem das relações com os outros homens, e os ensinamentos do 
deontologista têm por objetivo aprender, num como noutro caso, a dar ao prazer 
uma direção tal que lhe permita ser produtivo para outros tipos de prazer; e a dar 
uma tal direção à pena que a torne, na medida do possível, uma fonte de prazer 
ou, pelo menos, que ela seja o menos pesada possível, suportável e, assim, tão 
transitória quanto possível (BENTHAM, [1834] apud DIAS, 2008, p. 167).
Contudo, apesar de ser um termo inaugurado por Bentham e relacionado à 
reflexão estritamente filosófica sobre a ação moral, acabou sendo empregado 
para pensar as regras de conduta de cada profissão. No mundo profissional, 
a deontologia e a ética atuam de duas maneiras: seja para controlar as ações 
Ética profissional, social e política6
dos profissionais, seja para construir e orientar a conduta de um grupo até que 
esteja coeso. Assim, cada profissional deve seguir uma deontologia de acordo 
com a sua profissão, que, por sua vez, se consolida em um código de ética. 
Esse código serve tanto como um guia quanto como um código de correção 
dos profissionais: nele encontramos tanto os direitos quanto os deveres de 
cada categoria profissional. Normalmente, vemos associadas a esses códigos 
profissões que exigem confiança pública, ou seja, o código representa, nesse 
sentido, uma garantia para a sociedade de que o profissional está de acordo 
com as exigências legais de conduta de sua profissão. Caso contrário, esse 
profissional será punido e, em casos de desagravo, até desvinculado de sua 
profissão, não podendo mais exercê-la. Isso demonstra que a conduta ética 
se prefigura profissionalmente em um sistema normativo.
Antes de serem nomeadas como “código de ética”, as regras a serem 
seguidas eram aglomeradas e determinadas pelos chamados “códigos de-
ontológicos”. O primeiro desses códigos, que ainda não levava o nome de 
“deontológico”, foi proposto em 1794, por Thomas Percival. Em 1791, Percival, 
que era médico e membro fundador do hospital americano Manchester Royal 
Infirmary (fundado em 1752), solicitou aos demais membros diretores do 
hospital que gerissem um conflito interno entre médicos, cirurgiões e apothi-
caires (os precursores dos farmacêuticos). O conflito, além de se ater a casos 
específicos do hospital, consistia principalmente nas diferentes formações 
desses profissionais de saúde: ao passo que alguns haviam frequentado a 
universidade, outros tinham aprendido suas profissões nos hospitais ou com 
outros profissionais (PICKSTONE, 1993).
Foi então que, encorajado por seus demais colegas, Percival escreveu a 
primeira versão de Medical jurisprudence, publicada em 1803. Inicialmente 
um panfleto, tal obra se tornou o primeiro código de ética médica, sendo 
composta de quatro partes: 1. conduta profissional no hospital e em outros 
lugares de cuidado médico, 2. conduta profissional nas práticas gerais ou 
privadas, 3. conduta dos médicos para os apothicaires, 4. deveres profissionais 
nas circunstâncias que requerem o conhecimento da lei. Vale ressaltar que, 
até a criação e, posteriormente, o reconhecimento da necessidade dos códi-
gos profissionais, a ética profissional e normativa era baseada em virtudes, 
tais como honra e caráter, sem nenhum controle mais rígido das condutas 
profissionais. Nesse sentido, a dimensão deontológica vem contribuir em 
razão de um código que estipula e traz a necessidade de um olhar humano e 
rigoroso a potenciais problemáticos advindos (PICKSTONE, 1993).
Conclui-se que a ética, como um conjunto de princípios norteadores da 
boa conduta profissional, está além de um mero preceito a ser seguido. A 
Ética profissional, social e política 7
ética profissional deve ser respeitada, e, a partir dela, em relação às situações 
que a ela fogem, cabe ao profissional incorporar a conduta ética: “um código 
de ética não poderá cobrir todas as situações que se levantam à medida que 
uma disciplina expande e tenta encontrar as necessidades em mudança de 
um tipo de serviço entre as pessoas na sociedade” (BLACKWELL et al., 1994, 
p. 2 apud DIAS, 2008, p. 54). Desse modo, é na integridade profissional que se 
encontrará a possibilidade de expansão dessa própria conduta.
Ética e prática política
A relação entre ética e política é tão antiga e indissociável, que poderíamos 
pensá-la tanto a partir da Antiguidade Clássica quanto a partir das teorias 
modernas contratualistas. De todo modo, o que se estabelece em todas essas 
teorias e desde a Antiguidade Clássica é que a relação entre ética e política 
é retroalimentar. Ou seja, se de um lado a ética surge como reflexão sobre 
os modos de ser dos humanos em sociedade, de outro esses modos de ser 
são públicos, participam da vida social e, portanto, são políticos. Contudo, 
tal relação foi e continua sendo determinada historicamente e revisitada 
filosoficamente.
Foi com Aristóteles(1987) que tivemos a primeira definição do termo 
“ética”. A partir de então, comumente é atribuída ao filósofo a sistematização 
da ética como estudo. Em Aristóteles, o bem é o fim para o qual todas as 
coisas tendem, o que, por sua vez, acaba gerando grande confusão, pois, se 
o bem é a finalidade das ações, a felicidade seria a expressão desse bem 
maior. Contudo, para melhor elucidar e desfazer esse mal-entendido, Aris-
tóteles apresenta três categorias que traçam uma distinção entre vida ética 
e vida feliz, no sentido de que a felicidade se distingue para cada pessoa. 
Diz o filósofo: “diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo 
não o concebe do mesmo modo que os sábios” (ARISTÓTELES, 1987, p. 18). 
Tais categorias tratam dos tipos de vida que os homens podem ter: 1. a vida 
vulgar, 2. a vida política e 3. a vida contemplativa. Desse modo, cada tipo 
de vida tem seu ideal de felicidade; contudo, apenas uma está diretamente 
relacionada ao sumo bem.
 � A vida vulgar: a felicidade não está associada ao sumo bem, uma vez 
que essa é sempre confundida com o prazer e gozo.
 � A vida política: a felicidade está relacionada à honra, e não ao sumo 
bem.
Ética profissional, social e política8
 � A vida contemplativa: é a que se associa ao sumo bem, uma vez que 
a razão é própria ao homem; “o que é próprio de cada coisa é, por 
natureza, o que há de melhor e de aprazível para ela; e, assim, para o 
homem a vida conforme a razão é a melhor e a mais aprazível, já que 
a razão, mais que qualquer outra coisa, é o homem” (ARISTÓTELES, 
1987, p. 203).
Isso traz, por sua vez, um caráter antropológico como fundamento à ética 
aristotélica. Nesse sentido, vê-se uma junção entre homem político e homem 
racional. Ora, se a ética se dá propriamente na vida comum e, portanto, política 
e se o homem é por excelência um animal racional, o que transcende a sua 
condição somente natural, transformando-o em um animal político, conclui-se 
que o homem tem as duas capacidades em exercício dentro de si. Aristóteles 
reconhece que, para que o homem chegue à vida contemplativa, fazendo 
uso de sua capacidade naturalmente racional, é necessário que existam leis 
que constranjam os cidadãos a cultivarem bons hábitos. Assim, Aristóteles 
une a razão, a ética e a política como complementares para o bem viver a o 
alcance do sumo bem.
Posteriormente, no Renascimento, encontramos na obra de Nicolau 
Maquiavel uma ruptura entre ética e política. Nesse período, a política se 
caracteriza pelo caráter materialista e a ética passa a ser estudada e pen-
sada no campo da metafísica. Em grande medida, deve-se a Maquiavel essa 
ruptura que adiante se consolidaria na modernidade. Em Maquiavel (1999), a 
verdade está nas coisas sempre em seu estado atual; portanto, o autor não 
pensa a partir do devir, daquilo que poderia ser das coisas em um estado 
futuro. Nesse sentido, exclui-se a necessidade do “dever” (que é próprio à 
ética), colocando-se em seu lugar o “é”. Em Maquiavel, a política passa a ser 
pensada de acordo com o estado atual da sociedade, tal como elucida Sadek 
(1995, p. 17): “De fato, sua preocupação em todas as suas obras é o Estado. 
Não o melhor Estado, aquele tantas vezes imaginado, mas que nunca existiu. 
Mas o Estado real, capaz de impor a ordem”.
Maquiavel, em O príncipe, deixa essa dissociação muito clara quando não 
confere ao príncipe o dever ético, mas somente a manutenção do poder. Para 
tanto, o filósofo divide em três formas a manutenção do poder por parte do 
governante em relação aos Estados conquistados: 1. devastá-los; 2. habitar 
nesses Estados; 3. permitir que os cidadãos vivam com as suas leis, contanto 
que arrecade tributos por isso e que forme um governo restrito a poucos. 
Despreocupado com a ética, Maquiavel escreve: “Sucede que, na verdade, a 
garantia mais segura da posse é a ruína” (MAQUIAVEL, 1999, p. 53). Em outros 
Ética profissional, social e política 9
momentos, o filósofo demonstra o seu desprezo pela ética quando relacio-
nada à política. Ao contrário de Aristóteles, que entende na relação entre 
as partes natural e racional humanas a harmonia ética e política, Maquiavel 
(1999) defende que o príncipe deve utilizar seu lado racional e animal para se 
manter no poder. Isto é, para se manter no poder, o governante deve combater 
a desobediência civil de dois modos: pela lei e pela força; as leis competem 
ao lado racional do humano, ao passo que a força, ao lado animal.
Você sabia que Maquiavel atuou politicamente na República de 
Florença?
Conhecido pela sua inteligência e habilidade de traçar estratégias políticas, 
Maquiavel, em 1499, foi enviado para negociar com a duquesa Catarina Sforza 
a renovação da condotta de seu filho Otaviano e negociar seu apoio para a 
retomada de Pisa. Sua principal missão era diminuir o pagamento do governo 
de Florença à duquesa e conseguir tanto suas tropas quanto munição. Maquia-
vel teve tanto êxito, que, após o feito, escreveu seu primeiro escrito político: 
Discorso fatto al Magistrato dei Dieci sopra le cose di Pisa, em 1499 (SALATINI; 
DEL ROIO, 2014).
Já na modernidade, encontramos Karl Marx, que, segundo Arendt (2007), foi 
o responsável por religar o dever ético à política — por mais que o pensador 
enxergasse na filosofia uma limitação material, pois, para Marx, a filosofia 
não tratava da realidade concreta. Foi por meio da filosofia que Marx pôde 
interpretar o mundo e chegar à conclusão de que a revolução seria condição 
essencial para ligar a ética à política, uma vez que as estruturas políticas que 
se formaram com o capitalismo só tinham como finalidade o lucro e o poder. 
Já no século XX, vemos tal crise que se anunciara desde o Renascimento, com 
as Grandes Guerras, a ascensão do fascismo e do nazismo, a Guerra Fria e 
os ataques ao Afeganistão e ao Iraque; reconhece-se que tal ruptura nunca 
fora superada, assim como diz Hannah Arendt (2007, p. 55): “nem o silêncio 
da tradição, nem a reação assestada contra ela no século XIX por pensadores 
podem jamais explicar o que efetivamente ocorreu. O caráter não deliberado 
da quebra dá a ela uma irrevogabilidade que somente os acontecimentos, 
nunca os pensamentos, podem ter”.
Desde tais acontecimentos, a relação entre ética e política vem sendo 
reestruturada. A ética, na atualidade, é constantemente chamada a intervir 
na política como garantia de uma conduta humana — esforço que se tornou 
essencial após as catástrofes acontecidas no século XX. Na contempora-
Ética profissional, social e política10
neidade, encontramos éticas como a Ética do Discurso, que analisa a partir 
desses acontecimentos de guerra os fatos históricos; a Ética da Libertação, 
que reage as condições de opressão historicamente estruturadas; e a Ética 
Prática, que busca dar respostas às demandas sociais atuais.
Referências
ARANGUREN, J. L. L. Ética. 5. ed. Madri: Seleta, 1972.
ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Os pensadores).
BARROCO, M. L. S. Ética e serviço social: fundamentos ontológicos. 2. ed. São Paulo: 
Cortez, 2003.
DIAS, A. Ética profissional em terapêutica da fala. 2008. Dissertação (Mestrado em 
Bioética) — Universidade do Porto, Porto, 2008.
FIGUEIREDO, A. M. Ética: origens e distinção da moral. Saúde, Ética & Justiça, v. 13, n. 1, 
1–9, 2008. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/sej/article/view/44359/47980. 
Acesso em: 16 set. 2021.
GONTIJO, E. D. Os termos ‘ética’ e ‘moral’. Mental, ano 4, n. 7, p. 127–135, nov. 2006. 
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/mental/v4n7/v4n7a08.pdf. Acesso em: 
16 set. 2021. 
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 2005.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
MARX, K. Contribuição para a crítica da economia política. Marxists.org, 2007. Publicado 
originalmente no livro Zur Kritik der Politischen Oekonomie von Karl Marx. Berlin: 
Erstes Heft, 1859. Disponívelem: http://www.marxists.org/ortuguês/marx/1859/01/
prefacio.htm. Acesso em: 16 set. 2021.
PICKSTONE, J. V. Thomas Percival and the Production of Medical Ethics. In: BAKER, R.; 
PORTER, R.; PORTER, D. (ed.). The codification of medical morality: historical and phi-
losophical studies of the formalization of western medical morality in the eighteenth 
and nineteenth centuries. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1993. p. 161–178.
PIMENTA, O. O exemplo de Sócrates. Discurso, v. 49, n. 2, 79–106, 2019. Disponível em: 
https://www.revistas.usp.br/discurso/article/view/165475/158651. Acesso em: 16 set. 
2021.
SADEK, M. T. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù. In: 
WEFFORT, F. C. (org.). Os clássicos da política. 5. ed. São Paulo: Ática, 1995. v. 1. p. 11–41.
SALATINI, R.; DEL ROIO, M. (org.). Reflexões sobre Maquiavel. Marília, SP: Oficina Uni-
versitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.
Leitura recomendada
ARISTÓTELES. A política. 2. ed. rev. Bauru, SP: Edipro, 2009.
Ética profissional, social e política 11
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Ética profissional, social e política12
Dica do professor
Se a ética se subdivide em diversas áreas, isso se deve não somente às diferentes concepções 
ético-teóricas, mas também ao campo que a ética deve abarcar. Isso inclui contextos biomédicos e 
problemas culturais e familiares, por exemplo. Por isso, é fundamental que saibamos quais são as 
diferenças entre os principais ramos da ética e como eles foram tratados e pensados ao longo da 
história.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer o caminho da ética na história da filosofia e os 
elementos-chave dos três aspectos específicos trabalhados: ética social, profissional e política.
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Exercícios
1) Como se lê nas obras de Platão e Aristóteles, existe uma diferença constantemente 
remarcada em relação a certas dimensões estritamente teóricas e práticas. Ao passo que 
Platão preza pela dimensão mais reminiscente em relação às virtudes éticas, Aristóteles vê 
essa dimensão humana de outro modo.
“Estas ciências práticas, de fato, dizem respeito à conduta dos homens, bem como ao fim 
que através dessa conduta eles querem alcançar, seja enquanto indivíduos, seja enquanto 
fazendo parte de uma sociedade, sobretudo da sociedade política” (REALE, 1994, p. 405).
A respeito do trecho citado, assinale a alternativa correta:
A) O indivíduo ético busca alcançar as suas virtudes independentemente das ações alheias.
B) A ética é um exercício tanto individual quanto coletivo.
C) A ética deve ser exercida apenas enquanto exercício político.
D) Na vida em sociedade, a ética atinge apenas a dimensão do todo.
E) A ética existe enquanto código e ultrapassa as microrrelações sociais.
2) Se a maior preocupação de Maquiavel é o Estado, poderíamos dizer que isso o situa no 
presente temporal.
A respeito disto, afirma Sadek (1995, p. 17): “De fato, sua preocupação em todas as suas 
obras é o Estado. Não o melhor Estado, aquele tantas vezes imaginado, mas que nunca 
existiu. Mas o Estado real, capaz de impor a ordem”.
A partir do trecho citado, assinale a alternativa correta:
A) Para Maquiavel, o tempo presente do Estado deve ser considerado pela ética.
B) Para Maquiavel, a ética está associada ao exercício da ordem.
C) Para Maquiavel, a ética está atrelada a uma idealização da ação na política.
D) Para Maquiavel, a ordem é fruto de um Estado ético.
E) Para Maquiavel, o Estado existe enquanto mantenedor da ética.
3) Várias profissões, principalmente aquelas que implicam os direitos humanos à vida, à justiça, 
à igualdade, seguem códigos de ética que são frutos precisamente da ética deontológica 
normativa: “um código de ética não poderá cobrir todas as situações que se levantam à 
medida que uma disciplina expande e tenta encontrar as necessidades em mudança de um 
tipo de serviço entre as pessoas na sociedade” (BLACKWELL et al. apud DIAS, 2008, p. 54).
De acordo com o trecho citado, assinale a alternativa correta:
A) A deontologia presume um código de ética universal para todas as profissões.
B) A deontologia abre espaços para que o profissional possa agir arbitrariamente.
C) A deontologia recusa mudanças em seus códigos de ética. 
D) A deontologia serve como um guia reflexivo que orienta mesmo em situações inusitadas.
E) A deontologia responsabiliza o profissional pelas consequências de todo agir.
4) A delimitação do que é ético e do que é moral é motivo de grande confusão. Ao longo da 
história do pensamento humano, podemos identificar que, por estarem em relação 
constituinte um do outro, ambos os domínios da vida humana são pensados como a mesma 
coisa. Contudo, ética e moral têm os seus sentidos e práticas distintas.
A respeito disso, assinale a alternativa correta:
A) A moral é ausente de normas de condutas sociais.
B) A ética é um exercício subjetivo sempre guiado pela moral.
C) A moral diz respeito a um conjunto de normas e tradições universais.
D) Ética se aplica à ação no âmbito profissional e público.
E) A ética tem um caráter universal e a moral, um caráter particular.
5) Para Aristóteles, a base da ética é a justiça: “Essa forma de justiça (geral) é, portanto, uma 
virtude completa e governa nossas relações com os outros; por isso, muitas vezes, a justiça é 
considerada a virtude mais perfeita e nem a estrela vespertina, nem a estrela matutina é 
mais admirada que ela. Daí o provérbio: a justiça encerra toda a virtude” (ARISTÓTELES 
apud AUTOR, 1987, p. 93).
A respeito do exposto, assinale a alternativa correta:
A) A justiça é o que torna a ética tanto individual quanto social.
B) A ética não depende das relações sociais para existir.
C) A justiça deve ser ajustada e deliberada pela ética.
D) A justiça se realiza na moral, e não nas leis do Estado.
E) A justiça fundamenta os preceitos morais de convivência em sociedade.
Na prática
Na vida profissional, nos deparamos com diversas situações em que devemos pensar qual seria o 
caminho mais ético a seguir. Uma das áreas em que os profissionais lidam constantemente com isso 
é a medicina, uma vez que, em se tratando da vida e da saúde dos indivíduos, não podem ser 
medidos os esforços para que tudo corra bem. 
 
Neste Na Prática, você vai conhecer a história de Layse, uma médica cirurgiã que se depara com um 
caso complicado envolvendo uma criança e uma transfusão sanguínea.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Ética, Política e Práticas Profissionais
Leia mais sobre Ética, Política e Práticas Profissionais
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Ética algorítmica: questões e desafios éticos do avanço 
tecnológico da sociedade da informação
A relação entre a ética e o desenvolvimento científico e tecnológico é motivo de muitos debates. A 
possibilidade de automação do humano, ou mesmo da clonagem, é um dos temas que já abriram 
espaços para a reflexão e o debate público sobre os limites para essas pesquisas e tecnologias. 
Aprofunde os seus conhecimentos sobre o assunto.
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A ética do intelectual: entre Michel Foucault e Donna Haraway 
| Live com Priscila Vieira
A ética é fruto da reflexão filosófica. Assim, ao longo da história, acompanhamos a evolução do 
pensamento ético na obra de diversos pensadores. Em nossa época, sem sombra de dúvidas, quem 
mais discorre sobre o tema são o filósofo francês Michel Foucault e a filósofa americana Donna 
Haraway. Assista a este vídeo para saber mais.
https://www.scielo.br/j/pcp/a/GhYBfBf7NvghCCmts7CnTRS/?format=pdf
https://www.scielo.br/j/gal/a/R9F45HyqFZMpQp9BGTfZnyr
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