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Processos psicológicos da aprendizagem

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Processos psicológicos da aprendizagem
Apresentação
A aprendizagem está relacionada à história da humanidade. Algo sempre foi ensinado, apreendido, 
pensado e também investigado sobre o funcionamento de como essa aprendizagem foi construída. 
Por meio desses processos, os indivíduos se adaptaram às condições em que estavam expostas e 
novos modos de entendimento foram surgindo de acordo com as experiências de cada ser. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre os processos psicológicos que envolvem a 
aprendizagem, os mecanismos envolvidos em sistemas mentais, os processos psicológicos que 
envolvem os aspectos cognitivos, afetivos e sociais implicados na aprendizagem, assim como a 
análise da teoria de aprendizagem, por meio do desenvolvimento de inteligências múltiplas. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar quais mecanismos estão envolvidos na aprendizagem.•
Determinar os processos psicológicos que envolvem os aspectos cognitivos, afetivos e sociais 
implicados na aprendizagem.
•
Reconhecer o processo de inteligências múltiplas.•
Desafio
Marcelo é professor do ensino fundamental com graduação em Letras. Em sua formação 
acadêmica, teve como referencial de professor aquele baseado em uma metodologia tradicionista, 
exceto por sua professora de Literatura chamada Sônia.
Quando se viu lecionando para sua primeira turma, viu que tanto os livros didáticos adotados pela 
escola quanto alguns projetos, eram trabalhados com conteúdos de forma isolada e os resultados 
do primeiro bimestre de seus alunos foram insatisfatórios. Incomodado com tal situação, resolveu 
fazer contato com sua ex-professora, onde tiveram uma conversa produtiva.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Agora, convido a você a se colocar no lugar do Marcelo e propor atividades que se relacionem com 
as seguintes cinco competências (linguística, lógico-matemática, musical, espacial e intrapessoal) 
desenvolvidas por Gardner e seus colaboradores.
Infográfico
Neste infográfico, você poderá conhecer um pouco mais sobre ações mentais que se relacionam 
com a aprendizagem.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Conteúdo do livro
Neste capítulo, Processos psicológicos da aprendizagem, do livro Psicologia da educação, serão 
abordados os fenômenos e teorias relacionados à aprendizagem. Esse foi um tema objeto de 
investigação de diferentes áreas e diferentes tempos. Devido à complexidade de relacionar 
aspectos fisiológicos a características pessoais da formação do indivíduo, diversas teorias surgiram 
para dar conta de interpretar alguns dos fenômenos responsáveis pela aquisição de conhecimento. 
Assim, veremos os mecanismos envolvidos, os modos como se relacionam com aspectos cognitivos, 
afetivos e sociais, e conheceremos a Teoria das Inteligências Múltiplas.
Bons estudos.
PSICOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO
Caroline Costa Nunes Lima
Processos psicológicos 
da aprendizagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar quais mecanismos estão envolvidos na aprendizagem.
 � Determinar os processos psicológicos que envolvem os aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais implicados na aprendizagem.
 � Reconhecer o processo de inteligências múltiplas.
Introdução
A aprendizagem está relacionada à história da humanidade. Sempre 
se ensinou, aprendeu e pensou sobre o modo pelo qual essa apren-
dizagem se constrói. Por meio dos processos de aprendizagem, os 
indivíduos se adaptaram às condições às quais estavam expostos e 
novos modos de entendimento foram surgindo de acordo com as 
experiências de cada ser.
Neste capítulo, você vai aprender sobre os processos psicológicos 
que envolvem a aprendizagem, os mecanismos envolvidos em siste-
mas mentais, os processos psicológicos que envolvem os aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais implicados na aprendizagem, assim como 
a análise da teoria de aprendizagem por meio do desenvolvimento de 
inteligências múltiplas.
Processos fundamentais da aprendizagem
Aprendemos a todo momento, em um processo permanente de interação com 
o meio. Concebemos a aprendizagem como um processo de autoconheci-
mento contínuo que determina nossas relações sociais por toda a vida. Em 
nosso dia a dia, estamos expostos a situações que nos desafiam das mais 
variadas formas e que nos exigem uma resposta para cada acontecimento. 
Você acredita que há como limitar toda a aprendizagem a somente um pro-
cesso primário ou imagina que há diferenciadas concepções relacionadas 
aos mecanismos que envolvem a aquisição do conhecimento? É sobre essa 
temática que discutiremos a seguir. 
Em um mesmo dia você pode solucionar um problema familiar envolvendo 
questões financeiras ou afetivas, ser incumbido de elaborar um documento em 
seu trabalho, identificar um possível problema em seu carro, enfim, realizar 
tarefas que requerem diferentes conhecimentos. Mesmo que você, para realizar 
uma dessas atividades, tivesse feito um curso de formação em alguma dessas 
áreas, por meio de um ensinamento teórico ou em uma atividade prática, 
diferentes meios de aprendizagem serão utilizados para que você alcance o 
objetivo de solucionar tal problema. 
Diante desses apontamentos, identificamos que há diferentes modos de se 
apreender e de se transmitir conhecimento, o que varia de acordo com fatores 
como o tempo que cada um leva para construir saberes e de quais raciocínios 
se valeram para chegar a tais entendimentos. Analisar de modo global os 
elementos que envolvem esse mecanismo nos permitirá interagir em nosso 
meio, levando em consideração os conhecimentos construídos acerca dessa 
temática tão necessária em nossas práticas educacionais. Segundo Abbad e 
Borges-Andrade, a aprendizagem é um processo psicológico básico, amplo 
e complexo, relacionado a fatores intra e interpsíquicos, sociais e culturais 
por uma vasta literatura que o analisa de diferentes perspectivas teórico-
-metodológicas. A aprendizagem individual, na perspectiva cognitivista, 
é uma mudança atitudinal e comportamental relativamente permanente, 
associada à experiência, que envolve os planos afetivo, cognitivo e motor, 
garantindo a flexibilidade, adaptabilidade e capacidade transformadora do 
ser humano. Ela se relaciona, assim, a mudanças nas estruturas cognitivas 
e comportamentais dos indivíduos, com base em reflexão pessoal e em 
interação social. Nos processos de aprendizagem, os indivíduos adquirem 
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHAs) que podem ser inferidos a 
partir das mudanças atitudinais e comportamentais (2004).
Em outras palavras, a aprendizagem é um processo dinâmico e interativo 
no qual o indivíduo processa as informações, decodifica e recodifica-as. É 
interessante a observação de que se duas pessoas forem submetidas ao mesmo 
processo de recepção de uma informação, cada uma delas desenvolverá compe-
tências diferentes, pois perceberá, interpretará e compreenderá de acordo com 
fatores internos relacionados à retenção de informações na memória (Figura 1). 
Processos psicológicos da aprendizagem2
Figura 1. Aprendizagem e memória.
Fonte: Batshevs /Shutterstock.com
Esse armazenamento é feito de acordo com a ordem de entrada de informa-
ções associadas ao sentido que atribuímos a esses dados, que se unirão ou se 
recombinarão com o sentindo ao qual acreditamos que eles pertencem. Nossa 
capacidade de aprendizagem se ampliará à medida que já tivermos formado em 
nossa memória algum conhecimento sobre o assunto, assim como o estímulo 
que recebemos para a assimilação dessas informações. 
A aprendizagem ocorrerá sempre associada a informações já retidas de 
algum modo; ela transforma estados iniciais em estados finais (relacionados 
a competências) por meio de experiências e reflexões.
A aprendizagem e sua relação com aspectos 
cognitivos, afetivos e sociais
Importantes estudos das áreas da neurociência e neuropsicopedagogiaapontaram 
para as relações entre os aspectos cognitivos, afetivos e sociais e a aprendizagem. 
Essas investigações envolvem o estudo do desenvolvimento de variadas funções 
3Processos psicológicos da aprendizagem
cerebrais responsáveis pelos processos de aprendizagem. Atividades realizadas 
por diferentes áreas do cérebro estão integradas e em constante interação.
O termo cognição se refere ao processo de aquisição do conhecimento 
que envolve ações da mente, tais como atenção, percepção, processamento, 
diferentes tipos de memórias e raciocínio. Por meio da cognição, o ser humano 
processa, registra e internaliza informações, relacionando-as de acordo com 
suas preferências, emoções, motivações. Observe a seguir o Quadro 1, que 
explicita funções e subfunções cognitivas.
(Continua)
Tipos de funções 
cognitivas Descrição das funções
Funções de input, 
de recepção ou 
de captação
Atenção sustentada; percepção analítica; sistematização 
na exploração de dados; discriminação e ampliação 
de instrumentos verbais; orientação espacial com 
sistemas de referência automatizados; priorização 
de dados; conservação e agilização de constâncias 
(tamanho, forma, quantidade, profundidade, 
movimento, cor, orientação, dados intrínsecos e 
extrínsecos, etc.); precisão e perfeição na apreensão 
de dados; filtragem, fixação, focagem e flexibilização 
enfocada de fontes de informação simultânea; etc.
Funções de 
integração, retenção 
e de planificação
Definição detalhada de situações-problema; seleção 
de dados relevantes; minimização e eliminação 
de dados irrelevantes; comparação, classificação e 
escrutínio de propriedades comuns e incomuns de 
dados; estabelecimento de comparações, ligações, 
semelhanças, dessemelhanças, analogias; memorização, 
retenção, localização, manipulação e recuperação da 
informação; ampliação do campo mental em jogo; 
integração sistemática da realidade; estabelecimento 
de relações e de sistemas de relações; organização e 
monitorização dos meios necessários; supervisão das 
situações e dos problemas; elaboração conceptual; 
formulação ideacional; utilização de comportamentos 
quantitativos; exploração da evidência lógica; utilização 
do pensamento dedutivo, inferencial, crítico e criativo; 
desenho de estratégias para testagem de hipóteses; 
planificação, antecipação e pragmatização de objetivos, 
fins e resultados; visualização e interiorização da 
informação; flexibilização de procedimentos; etc.
Quadro 1. Descrição das funções e subfunções cognitivas.
Processos psicológicos da aprendizagem4
Agora que já identificamos as principais características das funções cog-
nitivas responsáveis pela aprendizagem, falaremos das funções conativas, que 
correspondem e se relacionam com as emoções, motivações e com a perso-
nalidade humana. Dificilmente a aprendizagem se realiza em um ambiente 
em que ocorra algum tipo de debilidade emocional, pois esses processos 
estão intimamente ligados a aspectos afetivos. Para que efetivamente haja 
uma atmosfera propícia para a aprendizagem, o aprendiz deve ser capaz de 
compreender o motivo da realização de tal atividade mental, o objetivo que se 
almeja alcançar e o modo como se sente em relação a devida tarefa.
Assim, as funções conativas são fundamentais pois, integradas com as 
cognitivas, são responsáveis por preservar um equilíbrio propulsor da afeti-
vidade, condição para que a aprendizagem seja significativa e harmoniosa. 
A mudança ocorrida no organismo durante o processo de aprendizagem, 
como, por exemplo, aprender a escrever, andar de bicicleta, ou se aprimorar 
em uma dessas atividades, nutre sentimentos de prazer e competência. No 
entanto, se esse procedimento provocar desajustes emocionais, o processo 
de aprendizagem pode não ser concluído, gerando aspectos negativos das 
funções conativas e produzindo insegurança, desmotivação e bloqueio das 
funções cognitivas. É preciso ter muita atenção nesses mecanismos, pois do 
mesmo modo que o cérebro, quando estimulado, aprende, também é capaz de 
aprender a não concluir as etapas da aprendizagem se estiver em um período 
de esgotamento e comprometimento da autoestima.
Uma terceira função que se coordena com as duas citadas anteriormente 
se chama função executiva, a qual atua no córtex pré-frontal que, por sua 
(Continuação)
Tipos de funções 
cognitivas Descrição das funções
Funções de output, 
de execução ou 
de expressão
Comunicação clara, conveniente, compreensível, 
desbloqueada e contextualizada; projeção de relações 
virtuais; transposição psicomotora, expressão verbal 
fluente e melódica; regulação, inibição, iniciação, 
persistência, perfeição, verificação, conclusão e 
precisão de respostas adaptativas; enriquecimento 
de instrumentos não verbais e verbais de expressão; 
avaliação e retroação das soluções criadas; etc.
Fonte: Fonseca (2014).
Quadro 1 . Descrição das funções e subfunções cognitivas.
5Processos psicológicos da aprendizagem
vez, comunica-se com as demais áreas responsáveis pela aprendizagem, 
adaptação ao ambiente e interação e aspectos comportamentais do indiví-
duo. A seguir, observe algumas definições de funções executivas, segundo 
Fonseca (2014):
 � Atenção (sustentação, foco, fixação, seleção de dados relevantes em 
relação aos irrelevantes, evitamento de distratores, etc.);
 � Percepção (intraneurossensorial, interneurossensorial, meta-integrativa, 
analítica e sintética, etc.);
 � Memória de trabalho (localização, recuperação, rechamada, manipu-
lação, julgamento e utilização da informação relevante, etc.);
 � Controle (iniciação, persistência, esforço, inibição, regulação e auto-
avaliação de tarefas, etc.);
 � Ideação (improvisação, raciocínio indutivo e dedutivo, precisão e con-
clusão de tarefas, etc.);
Com a integração das funções cognitivas, conativas e executivas em equi-
líbrio, as etapas de aprendizagem têm condições de serem concluídas com 
êxito; conhecer como esse mecanismo funciona, assim como suas especifi-
cidades, é fundamental para potencializar esse momento de desenvolvimento 
do indivíduo. 
Teoria das inteligências múltiplas
Iniciamos a discussão sobre o conceito de inteligências múltiplas propondo 
uma pergunta reflexiva: quais critérios você utiliza para considerar uma pessoa 
inteligente? Você acredita que as pessoas já nascem com um grau de inteligência 
como uma característica inata ou que é de acordo com as condições de vida e 
com fatores extrínsecos que a sua capacidade intelectual será determinada? 
Para ser auxiliado nessa reflexão, analise um conceito de inteligência que 
dialoga com o assunto que veremos adiante. Para Pierre Lévy (p. 135, 1993 
apud SMOLE, 2000, p. 24):
A inteligência ou a cognição são o resultado de redes complexas onde interagem 
um grande número de atores humanos, biológicos e técnicos. Não sou ‘eu’ 
que sou inteligente, mas “eu” com o grupo humano do qual sou membro, com 
minha língua, com toda uma herança de métodos e tecnologias intelectuais. 
Para citar apenas três elementos entre milhares de outros, sem o acesso às 
bibliotecas públicas, a prática em vários programas bastante úteis e numerosas 
Processos psicológicos da aprendizagem6
conversas com os amigos, aquele que assina este texto não teria sido capaz de 
redigi-lo. Fora da coletividade, desprovido de tecnologias intelectuais, “eu” não 
pensaria. O pretenso sujeito inteligente nada mais é que um dos microatores 
de uma ecologia cognitiva que o engloba e restringe. 
Questões envolvendo o funcionamento da mente e do conceito de inte-
ligência foram objetos de estudo de variados profissionais e pesquisadores. 
Teorias surgiram e, ainda que tenham sido derrubadas por novos estudos, 
foram de extrema relevância por servirem de base para novas concepções. A 
nós, interessa falar sobre uma abordagem chamada teoria das inteligências 
múltiplas. Em 1980, Howard Gardner e pesquisadores da Universidade de 
Harvard observaram que havia indícios da presença de diferentes competên-
cias intelectuais dos indivíduos, considerandoa existência de “inteligências 
múltiplas” (Figura 2). Essa coletividade abarca dimensões que envolvem 
conceitos lógico-matemáticos, linguísticos, música, relações interpessoais e 
intrapessoais, dimensão espacial, corporal e de sentidos. 
Figura 2. Inteligências múltiplas propostas por Howard Gardner.
Fonte: artellia/Shutterstock.com 
7Processos psicológicos da aprendizagem
De acordo com Gardner, a mente é plural, dotada de variadas facetas 
que atuam separadamente das forças cognitivas, diferentemente do que 
propunham teorias anteriores, que consideravam a inteligência como um 
atributo inato do indivíduo que atua de modo operacional. A partir das 
investigações da equipe, as inteligências múltiplas passaram a ser concebi-
das como capacidade de criação, resolução de problemas das mais variadas 
naturezas, organização de produtos de acordo com os objetivos planejados. 
Segundo Smole (2000, p. 26):
ao apresentar o modelo que pensou para inteligência, Gardner afirma acre-
ditar que a competência cognitiva humana seja melhor descrita em termos 
de um conjunto de capacidades, talentos ou habilidades mentais que podem 
ser genericamente chamadas de “inteligências”. 
 Apesar de que essas capacidades sejam consideradas em conjunto, é 
importante frisar que, de acordo com essa teoria, essas inteligências são 
interdependentes e interativas, apesar de diferentes. Assim, um problema ma-
temático, por exemplo, requer também a atuação das competências linguísticas 
e espaciais para que, trabalhando em conjunto, seja possível sua resolução. 
Um indivíduo, em sua função social, independentemente do papel ou lugar 
que ocupe, vale-se de uma combinação de inteligências para se desenvolver 
nas variadas funções que desempenha.
Agora que já identificamos as principais características da teoria de inte-
ligências múltiplas proposta por Gardner e seus colaboradores, veremos as 
principais competências identificadas, assim como suas definições (SMOLE, 
2000, p. 27-28) (Quadro 2).
Analisando o Quadro 2, é possível perceber que Gardner propõe em seu 
estudo que, embora cada inteligência ou competência tenha seus meios de 
organização e expressão de modo autônomo, é possível encontrar interfaces 
e analogias estabelecidas entre elas, não havendo uma mais importante que 
a outra, pois todas cumprem funções determinantes no condicionamento e 
desenvolvimento individual.
Processos psicológicos da aprendizagem8
Competências Observações
Dimensão 
lógico-
matemática
Associada à competência em desenvolver raciocínios 
dedutivos, em construir ou acompanhar longas 
cadeias de raciocínios, em vislumbrar soluções 
para problemas lógicos e numéricos, em lidar 
com número ou outros objetos matemáticos. 
Dimensão 
linguística
Segundo Gardner, é a competência que parece mais ampla 
e democraticamente compartilhada na espécie humana. 
Essa competência se expressa de modo característico em 
todos que lidam de forma criativa com as palavras, com 
a língua corrente, com a linguagem de um modo geral. 
O principal canal de construção de desenvolvimento 
dessa inteligência seria o oral-auditivo, muito embora 
pessoas com deficiência em uma das partes desse mesmo 
canal possam desenvolver a competência linguística.
Dimensão 
musical
Uma das dimensões básicas da inteligência. Gardner partiu de 
numerosas observações empíricas e de dados da realidade. 
Ele analisou o papel da música em sociedades primitivas, 
em diferentes culturas, em diferentes épocas, bem como 
no desenvolvimento infantil, e parece ter se convencido 
de que a habilidade musical representa uma manifestação 
da inteligência. Ainda que possua o mesmo canal central 
que a competência linguística, não estaria necessariamente 
subordinada a nenhuma das outras dimensões.
Dimensão 
espacial
Inerentes à competência espacial estariam as 
capacidades de perceber o mundo com precisão, efetuar 
transformações e modificações sobre as percepções iniciais, 
ou seja, a inteligência espacial focaliza a capacidade do 
individuo de transformar objetos dentro do seu meio e 
orientar-se em meio a um mundo de objetos no espaço, 
fornecendo elementos para a percepção e a administração 
do espaço, a elaboração ou a utilização de mapas, de 
plantas, de representações planas de um modo geral.
Quadro 2. Competências e suas descrições.
(Continua)
9Processos psicológicos da aprendizagem
Fonte: SMOLE (2000, p. 27, 28).
Competências Observações
Dimensão 
corporal-
cinestésica
Tem sua manifestação típica no atleta, no bailarino, 
no mímico, que seguramente não elaboram 
previamente cadeias de raciocínios para realizar 
seus movimentos e, na maior parte das vezes, 
não conseguem explicá-los verbalmente.
A característica dessa inteligência é a capacidade de usar 
o próprio corpo de maneiras diferentes e hábeis para fins 
de expressão. Os exercícios e treinamentos conseguem 
desenvolver tal competência, embora apareçam 
diferenças significativas em diferentes indivíduos.
No centro da dimensão corporal, estariam duas 
capacidades: controlar o movimento do próprio 
corpo e manusear objetos com habilidade.
Dimensão 
interpessoal
Aparece revelada por meio de uma competência 
especial em relacionar-se bem com outras pessoas, 
em perceber seus humores, seus sentimentos, 
suas emoções, motivações, ou seja, permitir um 
descentrar-se para trabalhar com o outro.
Segundo Gardner, apoiada nas relações humanas, em 
sua forma mais elaborada, essa competência permite 
habilitar um individuo adulto a ler as intenções e 
desejos dos outros e é característica nos líderes, nos 
políticos, nos professores, nos terapeutas e nos pais.
Dimensão 
intrapessoal
A característica básica é o conhecimento de uma pessoa 
em relação a si mesma e a capacidade de estar bem 
consigo. No entender de Gardner, uma pessoa com a 
competência intrapessoal bem desenvolvida controla 
suas emoções, administra seus sentimentos, seus projetos, 
constrói um entendimento e um guia do seu próprio 
desenvolvimento, ou seja, a inteligência intrapessoal 
permite a um individuo um trabalho consigo mesmo.
Quadro 2. Competências e suas descrições.
(Continuação)
Processos psicológicos da aprendizagem10
ABBAD, G. S.; BORGES-ANDRADE, J. E. Aprendizagem humana em organizações de 
trabalho. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. (Org.). Psicologia, 
organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 237-275.
FONSECA, V. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: 
uma abordagem neuropsicopedagógica. Rev. Psicopedagogia, São Paulo, v. 31, n.96, p. 
236-253, 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v31n96/02.
pdf>. Acesso em: 04 nov 2017.
SMOLE, K. C. S. A matemática na educação infantil: a teoria das inteligências múltiplas 
na prática escolar. Porto Alegre: Penso, 2000.
Leituras recomendadas
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 1995. 
356p.
ILLERIS, K. et al. Teorias contemporâneas da aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2012. 
280p.
11Processos psicológicos da aprendizagem
 
Dica do professor
Nessa Dica do professor, você verá como a memória apresenta vários aspectos e de que forma 
atuam na apreensão da informação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/94d586b5b0add816e975788a3775f20e
Exercícios
1) Nosso cérebro possui uma estrutura complexa, responsável por fenômenos das mais 
variadas naturezas. Um desses feitos, realizados por esse órgão, trata-se de um processo que 
relaciona fatores psíquicos, sociais, culturais e implica em mudança de comportamento, 
sendo determinante para o desenvolvimento humano. Esse fenômeno é denominado:
A) Memória.
B) Conação.
C) Aprendizagem.
D) Cognição.
E) Captação.
2) A aprendizagem se relaciona com estruturas responsáveis pelo processo de aquisição de 
saberes, e quando as informações são recebidas pelocérebro, após alguns fenômenos, o 
indivíduo é capaz de adquirir:
A) Conhecimentos, habilidades e atitudes.
B) Personalidade, maturação, autonomia.
C) Atenção, execução e expressão.
D) Integração, retenção e planificação.
E) Percepção, recepção e captação.
3) Pesquisas a respeito de processos psicológicos indicam que existem relações entre a 
cognição, afetividade e ambiente social com os processos de aquisição de conhecimento. 
Podemos afirmar que os aspectos cognitivos tratam de:
A) Funções relacionadas à emoção, sentimentos, comportamento, sendo necessário haver um 
equilíbrio desses aspectos para que seja possível a aprendizagem.
B) Processos que se coordenam com outras funções e atuam na área do cérebro, no córtex pré-
frontal, responsável pela ideação, controle e memória do trabalho.
C) Ações mentais que podem ser positivas ou negativas e quando esses elementos não estão em 
boas condições podem provocar bloqueios nas funções mentais para aquisição de 
informações.
D) Processo mental responsável por administrar o acúmulo de informações por meio de 
aprendizagem envolvendo ações como atenção, processamento, percepção e memória.
E) Fenômenos ligados ao modo como o cérebro recebe estímulos relacionados ao 
autoconhecimento, autoestima e motivação. Quando há alguma deficiência nessas funções, a 
aprendizagem fica comprometida.
4) A partir de investigações sobre o funcionamento da mente, surgem novas descobertas e 
teorias, assim novos significados vão sendo atribuídos a determinados conceitos. Um deles 
diz respeito à concepção de “inteligência”, fazendo com que Gardner chegasse à seguinte 
conclusão: 
A) Inteligência e capacidade de compreensão, julgamento e raciocínio.
B) A habilidade voltada para conceituação e entendimento de significados representativos do 
ambiente ao qual o indivíduo interage.
C) Atividade que consiste em compreender a essência de uma situação, respondendo de modo 
reflexivo adequado.
D) Capacidade de adaptar-se aos ambientes social e físico ao qual o indivíduo pertence.
E) Não existe uma única inteligência e sim inteligências a serem desenvolvidas pelo homem.
5) A Teoria de inteligências múltiplas, proposta por Gardner, aponta que existem diferentes 
dimensões relacionadas a inteligências, como a intrapessoal, que tem como característica:
A) O conhecimento de um indivíduo em relação a ele mesmo.
B) Capacidade de se relacionar bem com outros indivíduos.
C) Habilidade de uso do corpo para fins de expressão.
D) Capacidade de percepção do mundo com precisão.
E) Competência para o desenvolvimento de raciocínios.
Na prática
O processo de aprendizagem traz em sua complexidade inúmeros fatores envolvidos, como 
emocional e social, pois, conforme seu efeito, sendo positivo (elogios, satisfação, prestígio), pode 
potencializar a aprendizagem, porém se for negativo (autoestima baixa, repressão, depreciação), 
resulta em um impedimento ou em situações graves em um bloqueio total na aquisição de 
conhecimento.
Na situação-problema, você verá como o professor, ao observar o comportamento de um de seus 
alunos, verificou os fatores que contribuíram para prejudicar a sua aprendizagem e fez uma 
proposta de intervenção.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
A aprendizagem humana: cada pessoa com seu estilo
O artigo aborda questões referentes à aprendizagem humana apresentando algumas teorias que 
contribuem para a compreensão desse fenômeno.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
funcionamento da Memória
Leia a matéria a respeito do funcionamento da Memória, cuja relação é direta com o fenômeno da 
aprendizagem.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Teoria das Inteligências Múltiplas - Howard Gardner
Convido você a assistir a esse vídeo, onde Howard Gardner aborda os conceitos da teoria das 
inteligências múltiplas, que formulou com sua equipe de colaboradores.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v30n92/08.pdf 
http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v56n1/a22v56n1.pdf
https://www.youtube.com/embed/0HzY8Fy9hJI

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