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2 - APOSTILA 2

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E-Book	-	Apostila
Esse	arquivo	é	uma	versão	estática.	Para	melhor	experiência,	acesse	esse	conteúdo	pela	mídia	interativa.
Unidade	2	-	Direito	e	multiculturalismo,	os
povos	indígenas	e	o	direito	brasileiro
E-Book	-	Apostila
E-Book	-	Apostila
2	-	49
Introdução	da	unidade
Olá,	estudante!
Aqui,	 você	 terá	a	 oportunidade	única	de	entender	 como	o	direito	 interage	 com	a
rica	tapeçaria	da	diversidade	cultural,	com	foco	particular	nos	povos	indígenas	do
Brasil.	 Estamos	 prestes	 a	 embarcar	 juntos	 em	 uma	 jornada	 de	 aprendizado,
reflexão	e,	possivelmente,	transformação.
Vamos	 começar	 com	 a	 base	 de	 nosso	 estudo:	 o	 "Conceito	 de	Multiculturalismo".
Você	 descobrirá	 o	 que	 realmente	 significa	 viver	 em	 uma	 sociedade	 que	 abriga
múltiplas	 culturas,	 crenças	 e	 valores.	 Exploraremos	 como	 o	 multiculturalismo
desafia	e	enriquece	os	sistemas	jurídicos	e	políticos	e	como	o	reconhecimento	e	a
celebração	 da	 diversidade	 cultural	 podem	 promover	 uma	 sociedade	mais	 justa	 e
inclusiva.
Aprofundando-se,	 entenderemos	 a	 importância	 do	 reconhecimento	 dos	 direitos	 e
da	 dignidade	 de	 cada	 cultura,	 especialmente	 para	 as	 comunidades	 indígenas	 e
outras	minorias	culturais.	Discutiremos	a	"Diversidade	Cultural"	e	como	a	falta	de
reconhecimento	 pode	 levar	 à	 marginalização	 e	 à	 injustiça,	 bem	 como	 a
necessidade	 de	 abraçar	 e	 proteger	 as	 expressões	 culturais	 como	 parte	 de	 uma
sociedade	rica	e	dinâmica.
Jürgen	Habermas	oferece	uma	perspectiva	única	 sobre	o	 "Multiculturalismo".	 Seu
trabalho	 sobre	a	esfera	pública	e	o	discurso	ético	 fornece	 insights	 valiosos	 sobre
como	as	sociedades	podem	acomodar	a	diversidade	cultural	enquanto	mantêm	um
compromisso	com	a	justiça	e	a	igualdade.	Vamos	explorar	suas	teorias	e	como	elas
se	aplicam	no	contexto	do	multiculturalismo.
Não	podemos	ignorar	a	história.	A	"Conquista	da	América	indígena"	é	um	capítulo
crucial	 que	moldou	 as	 relações	 entre	 povos	 indígenas	 e	 colonizadores.	 Entender
este	 passado	 é	 essencial	 para	 compreender	 os	 desafios	 atuais	 enfrentados	 pelas
comunidades	indígenas.	Também	examinaremos	a	"Política	Indigenista"	e	a	"Tutela
Jurídica	do	Código	Civil	de	1916",	revelando	como	leis	e	políticas	foram	formuladas
e	como	muitas	vezes	perpetuaram	a	desigualdade	e	a	exclusão.
Avançaremos	 para	 entender	 o	 "Direito	 do	 Índio	 nas	 Constituições	 Brasileiras",
vendo	 como	 as	 leis	 evoluíram	 e	 como	 as	 comunidades	 indígenas	 lutaram	 e
continuam	 lutando	por	seus	direitos,	 reconhecimento	e	autonomia.	Aprofundar-se
nas	constituições	do	Brasil	oferecerá	uma	visão	detalhada	de	como	o	país	tentou,
em	 diferentes	 momentos,	 abordar	 questões	 de	 direitos	 indígenas	 e
multiculturalismo.
E-Book	-	Apostila
3	-	49
Ao	 longo	 deste	 tema,	 você	 será	 convidado	 a	 refletir	 criticamente	 sobre	 como	 o
direito	 pode	 e	 deve	 responder	 à	 diversidade	 cultural	 e	 como	 pode	 ser	 um
instrumento	para	 justiça	e	 igualdade,	 em	vez	de	opressão	e	 exclusão.	 Este	 é	um
convite	 para	mergulhar	 profundamente	 em	questões	 complexas	 e	 urgentes,	 para
desafiar	 suposições,	 questionar	 injustiças	 e	 explorar	 como	 um	 verdadeiro
multiculturalismo	pode	ser	alcançado	no	contexto	do	direito	brasileiro.
Prepare-se	para	uma	jornada	de	descoberta	e	reflexão.	Juntos,	exploraremos	a	rica
interação	 entre	 Direito,	 Multiculturalismo	 e	 os	 Povos	 Indígenas,	 buscando	 não
apenas	entender,	mas	também	imaginar	como	podemos	construir	um	futuro	mais
justo	e	inclusivo.	Bem-vindo	a	este	estudo	crucial	e	cativante.		
Bons	estudos!
Conceito	de	Multiculturalismo
O	 conceito	 de	 multiculturalismo	 refere-se	 à	 coexistência	 de	 diversas	 culturas
dentro	de	uma	mesma	sociedade,	região	ou	nação.	Essa	diversidade	cultural	pode
incluir	 diferenças	 em	 língua,	 religião,	 costumes,	 tradições,	 valores,	 expressões
artísticas	e	formas	de	organização	social.	O	multiculturalismo	vai	além	do	simples
reconhecimento	 dessas	 diferenças;	 ele	 envolve	 uma	 atitude	 de	 aceitação	 e
valorização	 da	 diversidade	 cultural	 e	 um	 esforço	 para	 promover	 a	 igualdade	 de
direitos	e	oportunidades	para	todos,	independentemente	de	sua	origem	cultural.
(Clique	na	figura	para	visualizar	o	conteúdo)
Fonte:	upklyak	/	Freepik.
No	nível	mais	profundo,	o	multiculturalismo	desafia	a	ideia	de	uma	cultura
homogênea	dominante	e	reconhece	que	as	sociedades	são	compostas	por
múltiplas	identidades	e	histórias	que	merecem	ser	respeitadas	e
preservadas.	Esta	abordagem	busca	promover	um	diálogo	entre	culturas,
encorajando	o	entendimento	mútuo	e	o	respeito,	ao	mesmo	tempo	em	que
combate	o	racismo,	a	xenofobia	e	outras	formas	de	discriminação.
E-Book	-	Apostila
4	-	49
Existem	 várias	 interpretações	 e	 modelos	 de	 multiculturalismo,	 que	 variam
conforme	 o	 contexto	 político,	 histórico	 e	 social	 de	 cada	 país	 ou	 comunidade.
Alguns	veem	o	multiculturalismo	como	uma	política	de	 integração,	onde	 todas	as
culturas	 são	 incentivadas	 a	 contribuir	 para	 a	 sociedade	 mantendo	 suas
características	 distintas.	 Outros	 podem	 interpretá-lo	 como	 um	meio	 de	 promover
uma	 sociedade	 pluralista,	 onde	 diferentes	 culturas	 existem	 lado	 a	 lado,	 mas
interagem	e	influenciam-se	mutuamente	(MOREIRA	&	CANDAU,	2008).
Em	termos	práticos,	políticas	multiculturais	podem	incluir	medidas	como:
(Clique	nos	botões	do	infográfico	para	visualizar	o	conteúdo)
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
No	 entanto,	 o	 multiculturalismo	 também	 enfrenta	 críticas	 e	 desafios.	 Alguns
argumentam	 que	 ele	 pode	 levar	 à	 fragmentação	 social	 e	 à	 falta	 de	 coesão,
enquanto	 outros	 acreditam	 que,	 se	 mal	 implementado,	 pode	 perpetuar
estereótipos	 e	 criar	 guetos	 culturais.	 Além	 disso,	 há	 um	 debate	 sobre	 como
equilibrar	o	respeito	pelas	práticas	culturais	com	a	proteção	dos	direitos	humanos
universais,	 especialmente	 em	 casos	 onde	 tradições	 culturais	 podem	 entrar	 em
conflito	com	valores	modernos	de	igualdade	e	justiça.
Em	 suma,	 o	 multiculturalismo	 é	 um	 conceito	 dinâmico	 e	 multifacetado	 que	 se
encontra	no	centro	de	debates	contemporâneos	sobre	 identidade,	 justiça	social	e
coexistência	 pacífica	 em	 sociedades	 cada	 vez	 mais	 diversificadas.	 Como
abordagem,	 ele	 busca	 não	 apenas	 reconhecer	 e	 celebrar	 a	 diversidade,	 mas
também	promover	uma	sociedade	mais	inclusiva	e	justa	para	todos.
Reconhecimento
O	conceito	 de	 reconhecimento	 no	 contexto	 do	multiculturalismo	é	 fundamental	 e
se	 refere	 à	 aceitação	 e	 valorização	 das	 identidades,	 culturas	 e	 contribuições	 de
diferentes	 grupos	 e	 indivíduos	 dentro	 de	 uma	 sociedade.	 O	 reconhecimento	 vai
além	 da	 mera	 tolerância	 da	 diversidade;	 é	 um	 processo	 ativo	 e	 afirmativo	 de
entender,	respeitar	e	celebrar	as	diferenças,	ao	mesmo	tempo	em	que	se	busca	a
igualdade	e	a	inclusão.
Temos	como	aspectos	chaves	do	reconhecimento:
E-Book	-	Apostila
5	-	49
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
Identidade	e	Dignidade
O	 reconhecimento	 é	 crucial	 para	 a	 identidade	 e	 a	 dignidade	 dos	 indivíduos	 e
grupos.	 Quando	 as	 pessoas	 se	 sentem	 reconhecidas,	 suas	 identidades	 são
validadas,	o	que	contribui	para	a	autoestima	e	o	bem-estar.	Por	outro	 lado,	a
falta	de	reconhecimento	pode	levar	à	alienação	e	ao	ressentimento,	e	pode	ser
uma	forma	de	opressão.
Respeito	às	Diferenças
Reconhecer	implica	em	respeitar	e	valorizar	as	diferenças	culturais,	linguísticas
e	 religiosas.	 Significa	 entender	 que	 cada	 cultura	 tem	 seu	 próprio	 valor	 e
contribuições	únicas	para	a	sociedade	como	um	todo.
Direitos	e	Representação
O	reconhecimento	muitas	vezes	implica	na	garantia	de	direitos	específicos	para
proteger	as	 identidades	culturais	e	promover	a	representação	política	e	social
de	 grupos	minoritários.	 Isso	 pode	 incluir	 políticas	 de	 ação	 afirmativa,	 direitos
linguísticos,	e	proteção	de	práticas	culturais.
Luta	Contra	o	Preconceito	e	DiscriminaçãoO	 reconhecimento	 é	 uma	 ferramenta	 importante	 na	 luta	 contra	 o	 racismo,	 a
xenofobia	 e	 outras	 formas	 de	 preconceito	 e	 discriminação.	 Ao	 reconhecer
formal	e	socialmente	a	igualdade	e	o	valor	de	todas	as	culturas,	as	sociedades
podem	trabalhar	para	superar	atitudes	e	práticas	discriminatórias.
Diálogo	e	Relações	Intergrupais
E-Book	-	Apostila
6	-	49
O	 reconhecimento	 encoraja	 o	 diálogo	 e	 a	 interação	 positiva	 entre	 diferentes
grupos.	 Ao	 promover	 a	 compreensão	 e	 o	 respeito	mútuos,	 o	 reconhecimento
pode	ajudar	a	construir	 relações	 intergrupais	mais	 fortes	e	comunidades	mais
coesas.
Segundo	Moreira	&	Candau	(2018)	os	desafios	do	reconhecimento	no	contexto	do
multiculturalismo	são	variados	e	complexos,	exigindo	um	exame	cuidadoso	e	uma
abordagem	equilibrada.	Um	dos	 principais	 desafios	 é	 encontrar	 o	 equilíbrio	 certo
entre	 reconhecer	 a	 diversidade	 e	manter	 a	 coesão	 social.	 Um	 foco	 excessivo	 na
diversidade	pode,	paradoxalmente,	levar	à	fragmentação,	criando	guetos	culturais
e	diminuindo	o	sentido	de	comunidade	compartilhada.	Por	outro	lado,	uma	ênfase
excessiva	 na	 unidade	 pode	 suprimir	 as	 diferenças	 importantes,	 levando	 à
assimilação	forçada	e	à	perda	de	identidades	culturais	únicas,	o	que	também	pode
gerar	tensões	e	ressentimentos.
(Clique	na	figura	para	visualizar	o	conteúdo)
Além	 disso,	 os	 conflitos	 de	 valores	 representam	 um	 desafio	 significativo.
Em	 algumas	 situações,	 as	 práticas	 ou	 crenças	 culturais	 podem	 entrar	 em
conflito	 com	 os	 valores	 universais	 dos	 direitos	 humanos	 ou	 com	 outras
normas	sociais.	Por	exemplo,	 tradições	que	são	vistas	como	parte	 integral
de	 uma	 cultura	 podem	 ser	 incompatíveis	 com	 os	 princípios	 modernos	 de
igualdade	 e	 justiça.	 Navegar	 por	 esses	 conflitos	 de	 uma	 maneira	 que
respeite	 a	 dignidade	 de	 todos	 os	 envolvidos	 e	 que	 promova	 a	 justiça	 e	 a
compreensão	 é	 complexo	 e	 muitas	 vezes	 requer	 soluções	 delicadas	 e
contextualizadas.
E-Book	-	Apostila
7	-	49
Fonte:	pch.vector	/	Freepik.
Outro	 desafio	 é	 o	 risco	 de	 que	 os	 esforços	 de	 reconhecimento	 possam
inadvertidamente	reforçar	estereótipos	ou	promover	uma	versão	homogeneizada	e
inautêntica	 de	 culturas	 complexas	 e	 dinâmicas.	 A	 simplificação	 excessiva	 de
culturas	 ricas	 e	multifacetadas	 em	 símbolos	 ou	 práticas	 estereotipadas	 pode	 ser
não	 só	 desrespeitosa,	 mas	 também	 contraproducente,	 perpetuando	 uma
compreensão	superficial	e,	muitas	vezes,	errônea	da	diversidade	cultural.
Por	 fim,	 a	 implementação	 de	 políticas	 de	 reconhecimento	 é,	 em	 si,	 um	 desafio
substancial.	 Requer	 um	 entendimento	 profundo	 e	 sensibilidade	 às	 nuances
culturais,	bem	como	uma	consideração	cuidadosa	das	implicações	legais	e	sociais.
Além	 disso,	 pode	 haver	 desafios	 práticos	 e	 políticos	 na	 implementação	 dessas
políticas,	desde	a	resistência	de	certos	segmentos	da	sociedade	até	as	 limitações
de	 recursos	 e	 infraestrutura.	 O	 sucesso	 dessas	 políticas	 depende	 de	 uma
combinação	 de	 vontade	 política,	 engajamento	 comunitário	 e	 uma	 abordagem
baseada	em	diálogo	e	respeito	mútuo.
Diversidade	Cultural
Diversidade	cultural	refere-se	à	variedade	de	culturas,	tradições,	línguas,	crenças,
valores	e	modos	de	vida	presentes	dentro	de	uma	sociedade	ou	entre	sociedades.
Ela	é	uma	característica	fundamental	da	humanidade,	enraizada	na	rica	tapeçaria
de	grupos	e	comunidades	que	compõem	o	mundo.
FIGURA	1	-	Diversidade	Cultural
Fonte:	freepik	/	Freepik.
A	 diversidade	 cultural	 é	 um	 aspecto	 vital	 da	 identidade	 coletiva	 e	 individual,	 e
entender	 seus	 vários	 componentes	 é	 crucial	 para	 apreciar	 plenamente	 sua
amplitude	e	profundidade.	São	componentes	da	diversidade	cultural:
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
Linguagem
E-Book	-	Apostila
8	-	49
A	 linguagem	 é	 um	 dos	 principais	 veículos	 da	 cultura.	 Cada	 língua	 carrega
consigo	 conceitos	 únicos,	 histórias	 e	 formas	 de	 ver	 o	 mundo.	 A	 diversidade
linguística	é	uma	rica	fonte	de	comunicação	e	expressão.
Tradições	e	Costumes
Cada	 cultura	 tem	 suas	 próprias	 tradições	 e	 costumes,	 que	 podem	 incluir
festivais,	 rituais,	 culinária,	 vestimenta,	 música	 e	 dança.	 Estas	 tradições	 são
muitas	vezes	passadas	de	geração	em	geração	e	são	um	 testemunho	vivo	da
história	e	identidade	de	um	povo.
Valores	e	Crenças
Diversas	culturas	possuem	sistemas	distintos	de	valores	e	crenças,	que	podem
influenciar	 a	 maneira	 como	 as	 pessoas	 veem	 o	mundo,	 interagem	 entre	 si	 e
tomam	decisões.	Isso	inclui	crenças	religiosas,	filosóficas	e	éticas.
Arte	e	Expressão
A	 arte	 é	 uma	 expressão	 poderosa	 da	 cultura,	 abrangendo	 literatura,	 pintura,
escultura,	 teatro,	cinema	e	mais.	Através	da	arte,	as	culturas	expressam	suas
histórias,	emoções,	ideias	e	valores.
A	 importância	 da	 diversidade	 cultural	 se	 manifesta	 de	 várias	 maneiras,	 todas
contribuindo	para	uma	sociedade	mais	rica	e	dinâmica.	O	enriquecimento	cultural
é	 um	 dos	 principais	 benefícios,	 pois	 a	 diversidade	 oferece	 uma	 variedade	 de
perspectivas,	 experiências	 e	 conhecimentos,	 promovendo	 a	 criatividade	 e	 a
inovação.	Esse	 intercâmbio	e	 inspiração	entre	diferentes	culturas	abrem	caminho
para	 novas	 ideias,	 soluções	 e	 expressões	 artísticas.	 Assim,	 a	 diversidade	 não	 é
apenas	 uma	 característica	 de	 uma	 sociedade;	 ela	 é	 um	motor	 de	 crescimento	 e
desenvolvimento.
E-Book	-	Apostila
9	-	49
REFLITA
Entender	e	apreciar	a	diversidade	cultural	é
também	fundamental	para	promover	a	tolerância	e
reduzir	preconceitos	e	estereótipos.	Ao	expor	as
pessoas	a	diferentes	modos	de	vida	e	sistemas	de
crenças,	a	diversidade	cultural	pode	ajudar	a
quebrar	barreiras	de	incompreensão	e	medo.	Isso	é
essencial	para	a	convivência	pacífica	e	o	respeito
mútuo	em	um	mundo	cada	vez	mais	globalizado,
onde	as	interações	entre	culturas	são	frequentes	e
variadas.
Fonte:	elaborado	pelo	autor.
E-Book	-	Apostila
10	-	49
Além	 disso,	 Alves	 (2010)	 ressalta	 que	 a	 diversidade	 cultural	 é	 crucial	 para	 a
identidade	 e	 o	 pertencimento.	 Permite	 que	 indivíduos	 e	 grupos	 mantenham	 e
celebrem	 sua	 identidade	 única,	 enquanto	 também	 fazem	 parte	 de	 uma
comunidade	maior.	Essa	dualidade	é	fundamental	para	o	bem-estar	e	a	autoestima
das	pessoas,	pois	 todos	 têm	a	necessidade	de	se	sentir	conectados	a	sua	própria
cultura	 e	 história,	 ao	 mesmo	 tempo	 que	 são	 reconhecidos	 e	 aceitos	 em	 uma
sociedade	mais	ampla.
No	entanto,	a	diversidade	cultural	não	vem	sem	seus	desafios.	Apesar	das	muitas
oportunidades	 para	 enriquecimento	 e	 aprendizado,	 também	 pode	 apresentar
dificuldades,	 como	 a	 comunicação	 intercultural	 e	 a	 negociação	 de	 valores
divergentes.	 Estes	 desafios	 requerem	 habilidades	 de	 comunicação	 eficazes,	 uma
mente	 aberta	 e	 um	 compromisso	 contínuo	 com	 a	 compreensão	 e	 o	 respeito.	 A
chave	 é	 abordar	 esses	 desafios	 não	 como	 obstáculos	 intransponíveis,	mas	 como
oportunidades	para	um	maior	crescimento	e	compreensão.
Em	última	análise,	a	diversidade	cultural	é	uma	celebração	da	 riqueza	humana	e
uma	fonte	de	potencial	 inexplorado.	Reconhecer	sua	importância	e	trabalhar	para
preservá-la	 e	 promovê-la	 é	 essencial	 para	 o	 futuro	 de	 uma	 sociedade	 inclusiva,
vibrante	e	harmoniosa.	Ao	abraçar	a	diversidade	cultural,	abrimos	as	portas	para
um	mundo	de	possibilidades	 e	 garantimos	um	 legado	de	 respeito,	 aprendizado	 e
coexistência	para	as	gerações	futuras.
Proteção	e	Promoção	da	Diversidade	Cultural
A	 diversidade	 cultural,	 embora	 valiosa,	 é	 frequentemente	 ameaçada	 por	 forças
como	 globalização,	 conflitos	 e	 assimilação.	 Proteger	 e	 promover	 a	 diversidade
cultural	 é	 vital	 para	 preservar	 a	 riqueza	 e	 a	 integridade	 das	 diferentes	 culturas.
Isso	 pode	 ser	 alcançado	 através	 de	 políticas	 educacionais,	 leis	 que	 protegem	 as
minorias	 culturais,	 apoio	 a	 expressões	 culturais	 e	 esforços	 paradocumentar	 e
preservar	as	tradições.
Para	 uma	 compreensão	mais	 profunda	 de	 como	 as	 leis	 desempenham	 um	 papel
crucial	 na	 proteção	 das	 minorias	 culturais,	 não	 perca	 o	 vídeo	 "Legislação	 Anti-
Discriminação:	 Defendendo	 as	 Minorias	 Culturais".	 Este	 vídeo	 oferece	 uma
exploração	detalhada	das	políticas	e	práticas	 legais	que	 têm	sido	 implementadas
para	 combater	 a	 discriminação	 e	 promover	 a	 igualdade,	 garantindo	 que	 a
diversidade	 cultural	 seja	 não	 apenas	 respeitada,	 mas	 também	 protegida	 e
celebrada	(ALVES,	2010).
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
E-Book	-	Apostila
11	-	49
Em	resumo,	a	diversidade	cultural	é	um	aspecto	intrínseco	da	condição	humana	e
uma	 fonte	 inestimável	 de	 riqueza,	 aprendizado	 e	 inspiração.	 Ela	 desafia	 as
sociedades	 a	 serem	mais	 inclusivas,	 criativas	 e	 reflexivas,	 e	 promove	um	mundo
mais	 colorido,	 dinâmico	 e	 harmonioso.	 Reconhecer,	 proteger	 e	 celebrar	 a
diversidade	 cultural	 é,	 portanto,	 fundamental	 para	 o	 progresso	 e	 o	 bem-estar	 de
todos.	
Habermas	e	o	Multiculturalismo
Jürgen	 Habermas	 é	 um	 filósofo	 e	 sociólogo	 alemão,	 uma	 das	 figuras	 mais
influentes	 no	 pensamento	 contemporâneo,	 especialmente	 nas	 áreas	 da	 teoria
social,	 ética	 e	 filosofia	 política.	 Seu	 trabalho	 sobre	 a	 esfera	 pública,	 a	 ética	 do
discurso	 e	 a	 teoria	 da	 ação	 comunicativa	 oferece	 perspectivas	 valiosas	 sobre	 o
multiculturalismo	(BANNEL,	2007).
FIGURA	1	-	Jürgen	Habermas
Fonte:	Wolfram	Huke	/	Wikimedia	Commons.
Embora	 Habermas	 não	 se	 concentre	 exclusivamente	 no	 multiculturalismo,	 suas
teorias	 fornecem	 uma	 estrutura	 para	 entender	 como	 sociedades	 diversas	 podem
conviver	de	maneira	justa	e	democrática	(BANNEL,	2007).
E-Book	-	Apostila
12	-	49
SAIBA	MAIS
Habermas	e	a	Esfera	Pública
Habermas	 argumenta	 que	 a	 esfera	 pública	 é	 um	 espaço	 onde	 cidadãos
podem	se	reunir	para	discutir	 livremente	e	debater	questões	de	 interesse
comum,	 livre	 de	 coerção.	 Ele	 acredita	 que	 uma	 esfera	 pública	 vibrante	 e
inclusiva	 é	 fundamental	 para	 a	 democracia	 saudável.	 No	 contexto	 do
multiculturalismo,	 isso	 sugere	 a	 importância	 de	 criar	 espaços	 onde
diversas	vozes	culturais	possam	ser	ouvidas	e	onde	o	diálogo	intercultural
possa	 ocorrer.	 Isso	 permite	 que	 diferentes	 grupos	 compartilhem	 suas
perspectivas,	aprendam	uns	com	os	outros	e	trabalhem	juntos	para	moldar
a	sociedade.
Copie	o	link	abaixo	em	seu	navegador:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/13173/1/Arquivototal
.pdf.		
A	ética	do	discurso	de	Habermas	é	baseada	na	ideia	de	que	todos	os	participantes
em	um	diálogo	devem	ser	tratados	como	iguais,	com	cada	voz	sendo	valorizada	e
cada	pessoa	tendo	a	oportunidade	de	expressar	suas	opiniões.	Para	que	as	normas
e	 leis	 sejam	 legítimas,	elas	devem	ser	acordadas	por	 todos	os	afetados	por	elas,
através	de	um	processo	de	discussão	 racional.	No	 contexto	do	multiculturalismo,
isso	 implica	que	todas	as	culturas	e	 identidades	dentro	de	uma	sociedade	devem
ter	 uma	 voz	 na	 formação	 das	 políticas	 e	 leis	 que	 afetam	 suas	 vidas.	 O	 respeito
mútuo	e	o	entendimento	são	cruciais	para	essa	abordagem.
Teoria	da	Ação	Comunicativa
Na	teoria	da	ação	comunicativa,	Habermas	descreve	como	o	entendimento	mútuo
e	a	coordenação	de	ações	são	alcançados	através	da	comunicação.	Ele	argumenta
que	 a	 comunicação	 bem-sucedida	 requer	 que	 os	 participantes	 busquem	 um
entendimento	 compartilhado	 e	 sejam	 sinceros	 em	 suas	 intenções.	 No	 âmbito	 do
multiculturalismo,	 isso	 enfatiza	 a	 necessidade	 de	 diálogo	 honesto	 e	 aberto	 entre
diferentes	grupos	culturais,	onde	as	preocupações	e	necessidades	de	cada	grupo
são	reconhecidas	e	levadas	a	sério.
Críticas	e	Relevância
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/13173/1/Arquivototal.pdf
E-Book	-	Apostila
13	-	49
Habermas	 enfrenta	 críticas	 de	 alguns	 teóricos	 do	 multiculturalismo	 que
argumentam	que	sua	abordagem	pode	ser	muito	idealista	e	centrada	no	consenso,
não	levando	suficientemente	em	conta	as	profundas	diferenças	e	desigualdades	de
poder	entre	diferentes	grupos	culturais.	
Em	suma,	Habermas	não	oferece	uma	teoria	do	multiculturalismo,	mas	suas	ideias
sobre	 comunicação,	 entendimento	 mútuo	 e	 democracia	 deliberativa	 fornecem
ferramentas	valiosas	para	pensar	sobre	como	diferentes	culturas	podem	coexistir	e
interagir	 dentro	 de	 uma	 sociedade	 democrática.	 Ao	 enfatizar	 a	 importância	 do
diálogo,	 do	 respeito	 e	 da	 participação	 igualitária,	 Habermas	 contribui
significativamente	para	as	discussões	sobre	como	criar	sociedades	mais	inclusivas
e	justas	em	um	mundo	cada	vez	mais	diversificado.
Conquista	da	América	Indígena
A	 Conquista	 da	 América	 indígena	 refere-se	 ao	 período	 que	 começou	 no	 final	 do
século	 XV,	 quando	 exploradores	 europeus	 chegaram	 ao	 continente	 americano,
levando	 a	 uma	 série	 de	 eventos	 que	 transformaram	 radicalmente	 as	 culturas
indígenas,	 suas	 terras	 e	 suas	 vidas.	 Este	 período	 é	 marcado	 por	 explorações,
conquistas	e	colonização	por	potências	europeias,	como	Espanha,	Portugal,	França
e	Inglaterra.	Os	 impactos	desse	período	foram	profundos	e	duradouros,	moldando
as	Américas	de	maneiras	que	ainda	são	sentidas	hoje	(ALCANTARA	et	al,	2018).
(Clique	na	figura	para	visualizar	o	conteúdo)
No	entanto,	outros	veem	suas	teorias	como	uma	base	valiosa	para	o
desenvolvimento	de	uma	sociedade	multicultural	inclusiva	e	justa,	onde	o
diálogo	e	o	entendimento	mútuo	são	fundamentais.
E-Book	-	Apostila
14	-	49
Fonte:	rawpixel.com	/	Freepik.
Os	impactos	da	conquista	europeia	sobre	os	povos	indígenas	foram	catastróficos.
Eles	incluíram:
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
Doenças
Os	europeus	trouxeram	doenças	para	as	quais	os	povos	 indígenas	não	tinham
imunidade,	 como	 varíola,	 gripe	 e	 sarampo.	 Estas	 doenças	 se	 espalharam
rapidamente	e	foram	responsáveis	pela	morte	de	milhões	de	indígenas.
Guerra	e	Violência
A	 chegada	 de	 Cristóvão	 Colombo	 ao	 que	 hoje	 é	 conhecido	 como	 América
em	1492	marcou	o	início	da	era	de	exploração	e	conquista	europeia.	Outros
exploradores	 seguiram,	 cada	 um	 buscando	 riquezas,	 terras	 e	 glória	 para
suas	 nações	 de	 origem.	 O	 primeiro	 contato	 entre	 europeus	 e	 povos
indígenas	 frequentemente	 começava	 pacífico,	 mas	 muitas	 vezes
rapidamente	 deteriorava	 devido	 a	 mal-entendidos	 culturais,	 ganância	 e
uma	busca	implacável	por	riquezas.
E-Book	-	Apostila
15	-	49
Conflitos	armados	entre	conquistadores	e	povos	indígenas	eram	frequentes.	Os
europeus,	muitas	vezes,	tinham	vantagem	tecnológica	devido	a	armas	de	fogo
e	cavalos,	o	que	resultava	em	massacres	e	subjugação	de	muitas	comunidades
indígenas.
Deslocamento	e	Perda	de	Terras
A	chegada	dos	europeus	levou	a	um	deslocamento	massivo	de	povos	indígenas
de	suas	terras	ancestrais.	Isso	não	só	resultou	na	perda	de	terras,	mas	também
na	perda	de	recursos	vitais	e	modos	de	vida	tradicionais.
Sistemas	de	Trabalho	Forçado
Muitos	 povos	 indígenas	 foram	 submetidos	 a	 sistemas	 brutais	 de	 trabalho
forçado,	 como	 a	 encomienda	 e	 a	mita,	 nos	 quais	 eram	 obrigados	 a	 trabalhar
em	minas,	plantações	e	projetos	de	construção	sob	condições	terríveis.
Assimilação	e	Destruição	Cultural
Os	europeus	muitas	vezes	impunham	suas	próprias	culturas,	línguas	e	religiões
aos	 povos	 indígenas,	 levando	 à	 perda	 de	 tradições,	 línguas	 e	 identidades
culturais.
Apesar	 da	 devastação,	 muitos	 povos	 indígenas	 resistiram	 à	 conquista	 e	 à
colonização.	 Eles	 empregaram	 táticas	 que	 iam	desde	 a	 guerra	 aberta	 até	 formas
de	 resistência	 mais	 sutis,	 como	 manter	 práticas	 culturais	 e	 espirituais	 vivas.
Líderes	 indígenas	 como	 Tecumseh,	 Túpac	 Amaru	 II	 e	 Geronimo	 tornaram-se
símbolos	de	resistência	e	luta	pela	autonomia	e	direitos	dos	povos	indígenas.
Legado	da	Conquista
E-Book	-	Apostila
16	-	49
O	legado	da	conquistada	América	indígena	é	complexo	e	multifacetado.	Enquanto
resultou	 em	 tragédia	 e	 sofrimento	 para	 muitos	 povos	 indígenas,	 também	 deu
origem	 a	 sociedades	 modernas	 nas	 Américas	 que	 são	 culturalmente	 ricas	 e
diversificadas.	 As	 misturas	 de	 povos	 indígenas,	 europeus	 e	 africanos	 criaram
culturas	únicas	com	tradições,	línguas	e	culinária	distintas.	
Em	 resumo,	 a	 conquista	 da	 América	 indígena	 foi	 um	 período	 de	 transformação
profunda	 que	 moldou	 o	 destino	 de	 um	 continente	 e	 de	 seus	 povos	 de	 maneira
indelével.	 O	 entendimento	 desses	 eventos	 e	 seu	 legado	 é	 crucial	 para
compreender	 as	 Américas	 de	 hoje	 e	 para	 reconhecer	 e	 respeitar	 os	 direitos	 e	 a
dignidade	dos	povos	indígenas.
Política	Indigenista
Política	 indigenista	 refere-se	 ao	 conjunto	 de	 estratégias,	 leis,	 regulamentos	 e
ações	 implementadas	 por	 governos	 e	 organizações	 para	 lidar	 com	 questões
relacionadas	 aos	 povos	 indígenas	 e	 suas	 terras,	 direitos,	 culturas	 e	 bem-estar.
Essas	 políticas	 são	 frequentemente	 formuladas	 em	 contextos	 nacionais,	 mas
também	são	influenciadas	por	normas,	tratados	e	declarações	internacionais.
No	entanto,	as	cicatrizes	da	conquista	ainda	são	visíveis	hoje,	com	muitos
povos	indígenas	lutando	por	direitos,	reconhecimento	e	justiça.
E-Book	-	Apostila
17	-	49
FIGURA	1	-	Política	Indigenista
Fonte:	pikisuperstar	/	Freepik.
A	política	indigenista	tem	variado	enormemente	ao	longo	do	tempo	e	entre	os
países,	refletindo	uma	gama	de	abordagens,	desde	a	assimilação	e	supressão
cultural	até	o	reconhecimento	e	a	promoção	dos	direitos	indígenas	(ALCANTARA	et
al,	2018).
E-Book	-	Apostila
18	-	49
Palheta	 (2015)	 ressalta	 que	 o	 estudo	 das	 políticas	 indigenistas	 revela	 um
panorama	 complexo	 e	 multifacetado,	 marcado	 por	 um	 histórico	 de	 supressão	 e
assimilação.	 Desde	 o	 período	 colonial	 até	 os	 albores	 do	 século	 XX,	 diversas
abordagens	 foram	 adotadas	 por	 governos	 e	 instituições,	 muitas	 vezes	 com
consequências	devastadoras	para	os	povos	indígenas.	Compreender	esse	passado
é	 essencial	 para	 reconhecer	 os	 erros	 cometidos	 e	 buscar	 caminhos	 mais
respeitosos	e	inclusivos	no	futuro.
Estudar	políticas	indigenistas	no	Brasil	é	uma	tarefa,
no	mínimo,	complexa,	para	não	dizer	difícil.	Primeiro,
porque	o	estudo	das	populações	indígenas	exige,	por
sua	natureza,	um	olhar	antropológico	que	não	se
restringe	ao	reconhecimento	do	“diferenciado”	e	do
“específico”,	mas	o	desnude	das	nossas	convicções	e
da	unilateralidade	das	interpretações,	comum	a
qualquer	tipo	de	pesquisa.	Segundo,	porque	estudar	a
saúde	no	bojo	das	políticas	indigenistas	requer,	ao
mesmo	tempo,	a	apreensão	da	questão	indígena	em
sua	totalidade	e	em	sua	particularidade,	enquan-to
política	que	caracteriza	o	cerne	da	problemática	desta
pes-quisa,	ou	seja,	o	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS),
enquanto	política	pública	e	universal	(PALHETA,	2015
p.	11).
E-Book	-	Apostila
19	-	49
A	retrospectiva	das	abordagens	históricas	às	políticas	indigenistas	evidencia	um
legado	de	dor	e	resistência.
(Clique	nas	setas	para	avançar	ou	voltar	o	conteúdo)
Durante	 a	era	 colonial	em	 vários	 países,	 especialmente	 nas	 Américas,	 a
política	 indigenista	 foi	 muitas	 vezes	 caracterizada	 pela	 supressão	 e
assimilação	 forçada.	 Os	 povos	 indígenas	 eram	 frequentemente	 vistos	 como
obstáculos	 ao	 progresso	 colonial,	 levando	 a	 políticas	 de	 deslocamento,
trabalho	forçado	e	tentativas	de	erradicar	culturas	indígenas.
No	 século	 XIX	 e	 início	 do	 século	 XX,	 muitos	 governos	 adotaram	 políticas
indigenistas	 de	assimilação,	 buscando	 integrar	 os	 povos	 indígenas	 na
sociedade	 dominante,	 muitas	 vezes	 à	 custa	 de	 suas	 identidades	 culturais	 e
linguísticas.	 Essas	 políticas	 eram	 geralmente	paternalistas,	 vendo	 os
indígenas	como	'menores'	que	precisavam	ser	'civilizados'.
A	 invisibilidade	 das	 comunidades	 indígenas,	 de	 suas
tradições	 e	 necessidades	 é	 um	 fenômeno	 há	 muito
estudado	 pela	 antropologia,	 pela	 sociologia	 e	 pelo
direito.	Curiosamente,	apenas	nos	momentos	em	que
conflitos	 fundiários	 contrapõem	 os	 direitos	 indígenas
aos	direitos	da	sociedade	não	índia,	o	assunto	alcança
repercussão	 e	 percebemos	 o	 quanto	 nosso
conhecimento	é	limitado,	nossos	estudos	são	débeis	e
nossa	 compreensão	 é	 incompleta	 para	 dar	 soluções
aos	problemas	que	emergem	(ALCANTARA	et	al,	2018
p.	06).
E-Book	-	Apostila
20	-	49
A	 retrospectiva	 das	 abordagens	 históricas	 às	 políticas	 indigenistas	 evidencia	 um
legado	 de	 dor	 e	 resistência.	 O	 período	 colonial	 e	 as	 subsequentes	 políticas	 de
assimilação	 e	 paternalismo	 deixaram	 marcas	 profundas	 nas	 comunidades
indígenas,	 afetando	 suas	 culturas,	 línguas	 e	 modos	 de	 vida.	 Contudo,	 o
reconhecimento	dessas	injustiças	e	a	crescente	valorização	da	diversidade	cultural
e	dos	direitos	 indígenas	sinalizam	um	caminho	em	direção	a	uma	sociedade	mais
justa	e	inclusiva.	O	estudo	e	a	reflexão	sobre	esse	passado	são	fundamentais	para
garantir	 que	 os	 erros	 não	 se	 repitam	 e	 que	 os	 direitos	 e	 dignidade	 dos	 povos
indígenas	sejam	finalmente	respeitados.
Mudança	de	Paradigmas
A	 partir	 da	 segunda	metade	 do	 século	 XX,	 houve	 uma	 transformação	 notável	 na
política	indigenista	em	diversos	países,	impulsionada	pelos	movimentos	de	direitos
civis,	 uma	 maior	 conscientização	 global	 e	 a	 luta	 persistente	 dos	 próprios	 povos
indígenas.	 Esse	 período	 marcou	 o	 início	 do	 reconhecimento	 e	 da	 concessão	 de
direitos	 específicos	 aos	 povos	 indígenas,	 muitas	 vezes	 incorporados	 nas
constituições	 e	 legislações	 nacionais,	 abrangendo	 aspectos	 vitais	 como	 terra,
cultura,	língua,	autonomia	e	autodeterminação.
Paralelamente,	 surgiram	 importantes	 convenções	 e	 declarações	 internacionais,
como	a	Convenção	169	da	OIT	sobre	Povos	Indígenas	e	Tribais	e	a	Declaração	das
Nações	Unidas	sobre	os	Direitos	dos	Povos	Indígenas,	que	estabeleceram	padrões
e	 diretrizes	 globais	 para	 o	 tratamento	 e	 bem-estar	 dos	 povos	 indígenas,
impulsionando	 os	 países	 a	 repensar	 e	 reformar	 suas	 políticas	 indigenistas	 para
promover	uma	era	de	maior	respeito	e	inclusão.
Aspectos	da	Política	Indigenista	Moderna
A	 política	 indigenista	 moderna	 abrange	 uma	 série	 de	 aspectos	 essenciais,
refletindo	uma	tentativa	de	corrigir	erros	históricos	e	promover	uma	relação	mais
justa	 e	 respeitosa	 com	 os	 povos	 indígenas.	 Esses	 aspectos	 refletem	 um
compromisso	 com	 a	 proteção	 dos	 direitos	 fundamentais	 e	 o	 reconhecimento	 da
importância	cultural,	social	e	política	das	comunidades	indígenas	(PALHETA,	2011).
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
Terras	e	Territórios
A	 proteção	 e	 o	 reconhecimento	 das	 terras	 tradicionalmente	 ocupadas	 pelos
povos	 indígenas	 são	 cruciais,	 envolvendo	 a	 demarcação	 de	 terras,	 proteção
contra	invasões	e	exploração,	e	o	direito	ao	manejo	sustentável	dessas	áreas.
E-Book	-	Apostila
21	-	49
Cultura	e	Identidade
Políticas	 focadas	 na	 preservação	 e	 promoção	 das	 línguas,	 tradições,	 rituais,
arte	e	história	indígenas	são	fundamentais,	incluindo	iniciativas	como	educação
bilíngue,	museus,	festivais	e	proteção	dos	direitos	de	propriedade	intelectual.
Participação	e	Autonomia
É	vital	promover	a	participação	ativa	dos	povos	 indígenas	em	decisões	que	os
afetam	 em	 todos	 os	 níveis,	 reconhecendo	 também	 seu	 direito	 à
autodeterminação	 e	 autonomia,	 permitindo-lhes	 governar-se	 de	 acordo	 com
suas	próprias	tradições.
Saúde	e	Educação
O	desenvolvimento	de	programas	específicos	para	melhorar	o	acesso	à	saúde	e
educação,	 respeitando	 as	 necessidades,	 contextos	 e	 culturas	 indígenas,	 é
essencial	para	garantir	o	bem-estar	e	a	continuidade	dessas	comunidades.
Segundo	 Alcantara	 et	 al,	 (2018)	 os	 aspectos	 da	 política	 indigenista	 moderna
demonstram	 um	 esforço	 progressivo	 para	 reparar	 injustiças	 históricas	 e
estabelecer	 uma	 base	 de	 respeitoe	 reconhecimento	 mútuo.	 Enquanto	 desafios
permanecem,	a	continuidade	dessas	políticas	e	o	comprometimento	com	o	diálogo
e	 a	 inclusão	 são	 fundamentais	 para	 garantir	 que	 os	 direitos,	 tradições	 e	 futuros
dos	povos	indígenas	sejam	protegidos	e	valorizados.
E-Book	-	Apostila
22	-	49
DICA
No	livro	'Política	indigenista	de	saúde	no	Brasil',	de
Rosiane	 Pinheiro	 Palheta,	 no	 capítulo	 intitulado
'Política	indigenista	de	saúde	e	o	papel	do	Estado',
páginas	 23	 a	 36,	 a	 autora	 discute	 em	detalhes	 as
Políticas	 Indigenistas,	 dando	 foco	 a	 Saúde
Indígena.
Para	 conferir	 a	 leitura,	 copie	 o	 link	 em	 seu
navegador	 e	 acesse	 a	 'Biblioteca	 Virtual':
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/bo
oks/9788524923807/pageid/23.
Em	resumo,	a	política	 indigenista	é	um	campo	complexo	e	multifacetado,	 central
para	 a	 questão	 de	 como	 os	 povos	 indígenas	 e	 seus	 direitos	 são	 reconhecidos	 e
protegidos	em	diferentes	sociedades.	Apesar	dos	avanços	significativos	em	muitas
regiões,	a	luta	pela	justiça	e	igualdade	para	os	povos	indígenas	continua,	exigindo
um	compromisso	contínuo	de	governos,	organizações	e	indivíduos.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788524923807/pageid/23
E-Book	-	Apostila
23	-	49
Tutela	jurídica	do	Código	Civil	de	1916
A	 "Tutela	 jurídica	 do	 Código	 Civil	 de	 1916"	 é	 uma	 referência	 ao	 marco	 legal	 no
Brasil	que	estabeleceu	as	bases	para	o	tratamento	e	reconhecimento	dos	direitos
dos	povos	indígenas	na	época.	O	Código	Civil	Brasileiro	de	1916	foi	uma	legislação
abrangente	que	 regulava	as	 relações	 civis,	mas	 suas	 disposições	 em	 relação	 aos
povos	 indígenas	 refletiam	 as	 atitudes	 e	 normas	 da	 sociedade	 da	 época,	 que
frequentemente	eram	paternalistas	e	assimilacionistas.
Dentre	os	principais	aspectos	da	Tutela	Jurídica,	podemos	citar:
(Clique	nas	setas	para	avançar	ou	voltar	o	conteúdo)
Capacidade	Civil
O	 Código	 Civil	 de	 1916	 considerava	 os	 indígenas	 como	 relativamente
incapazes,	 colocando-os	 sob	 tutela	 do	 Estado.	 Isso	 significava	 que	 eles	 não
tinham	plena	capacidade	para	realizar	certos	atos	civis,	como	administrar	seus
bens	ou	entrar	em	contratos,	sem	um	tutor	designado.
Tutela	do	Estado
A	 tutela	 era	 uma	 forma	 de	 proteção	 legal,	 mas	 também	 uma	 restrição	 à
autonomia	dos	povos	indígenas.	O	Estado,	através	do	Serviço	de	Proteção	aos
Índios	(SPI),	criado	em	1910,	era	responsável	por	essa	tutela,	o	que	na	prática
muitas	 vezes	 levou	 a	 uma	 intervenção	 excessiva	 e	 abusiva	 na	 vida	 dessas
comunidades.
Durante	o	início	do	século	XX,	a	visão	dominante	na	sociedade	brasileira	e	em
muitas	 outras	 era	 que	 os	 povos	 indígenas	 eram	 'inferiores'	 ou	 'incapazes'	 e
precisavam	ser	'civilizados'	ou	assimilados	à	cultura	dominante.	O	Código	Civil
de	1916	foi	elaborado	nesse	contexto	e	refletiu	essas	percepções.
E-Book	-	Apostila
24	-	49
Assimilação	e	Integração
O	 objetivo	 subjacente	 da	 tutela	 era,	 eventualmente,	 integrar	 os	 povos
indígenas	 à	 sociedade	 nacional,	 promovendo	 sua	 assimilação	 cultural.	 Essa
visão	era	comum	na	época	e	refletia	uma	falta	de	apreciação	pela	diversidade
cultural	 e	 pelos	 direitos	 dos	 povos	 indígenas	 de	 manter	 suas	 identidades	 e
modos	de	vida.
O	 Código	 Civil	 brasileiro	 de	 1916	 foi	 uma	 legislação	 abrangente	 destinada	 a
regular	 as	 relações	 civis	 na	 sociedade,	 mas	 a	 maneira	 como	 tratava	 os	 povos
indígenas	 é	 motivo	 de	 críticas	 substanciais.	 Sob	 este	 código,	 os	 indígenas	 eram
considerados	 relativamente	 incapazes	 e,	 portanto,	 sob	 a	 tutela	 do	 Estado.	 Essa
tutela	 foi	 concebida	 com	 a	 intenção	 de	 proteger	 os	 povos	 indígenas,	 que	 eram
vistos	como	incapazes	de	gerir	seus	próprios	assuntos	devido	a	um	suposto	estado
de	"inferioridade"	cultural	e	social.	No	entanto,	na	prática,	essa	tutela	não	apenas
falhou	 em	 proteger	 os	 povos	 indígenas,	 mas	 muitas	 vezes	 resultou	 em
consequências	adversas.
Em	 muitos	 casos,	 em	 vez	 de	 atuar	 como	 um	 sistema	 de	 proteção,	 a	 tutela	 se
tornou	um	meio	pelo	qual	se	facilitava	a	marginalização	e	a	exploração.	Os	tutores
designados	 pelo	 Estado	 muitas	 vezes	 não	 tinham	 o	 melhor	 interesse	 dos	 povos
indígenas	 em	mente	 e	 podiam	 abusar	 de	 seu	 poder	 para	 benefício	 próprio.	 Isso
incluía	 a	 usurpação	 de	 terras	 indígenas,	 que	 eram	 frequentemente	 tomadas	 ou
vendidas	 de	 maneira	 injusta	 e	 sem	 o	 consentimento	 adequado	 dos	 povos
indígenas.	 Além	disso,	 essa	 abordagem	contribuiu	 para	 a	 erosão	da	 autonomia	 e
da	cultura	indígena,	forçando	muitos	a	adotar	modos	de	vida	que	não	eram	seus	e
a	se	assimilar	em	uma	sociedade	que	frequentemente	os	rejeitava.
O	 regime	de	 tutela,	portanto,	 longe	de	cumprir	 sua	promessa	nominal
de	proteger,	muitas	vezes	deixou	os	povos	 indígenas	mais	vulneráveis
à	 exploração	 e	 ao	 abuso.	 A	 crítica	 a	 essa	 abordagem	 reflete	 um
reconhecimento	mais	 amplo	 de	 que	 as	 políticas	 indigenistas	 precisam
respeitar	a	autonomia,	a	cultura	e	os	direitos	dos	povos	 indígenas,	em
ATENÇÃO
E-Book	-	Apostila
25	-	49
Explore	 a	 complexa	 história	 da	 tutela	 indígena	 no	 Brasil	 com	 o	 vídeo	 "Entre	 a
Proteção	 e	 a	 Opressão:	 A	 Realidade	 da	 Tutela	 Indígena	 no	 Brasil".	 Analise	 a
dinâmica	 do	 Código	 Civil	 de	 1916,	 descubra	 suas	 implicações	 na	 vida	 dos	 povos
indígenas	e	entenda	como	políticas	destinadas	à	proteção	acabaram	por	promover
opressão.	 Através	 de	 insights	 de	 especialistas	 e	 casos	 históricos,	 ganhe	 uma
perspectiva	aprofundada	sobre	este	capítulo	crucial	da	história	jurídica	brasileira	e
suas	reverberações	na	luta	atual	pelos	direitos	indígenas.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
Com	o	tempo	e	através	da	luta	contínua	dos	povos	indígenas	e	de	seus	aliados,	a
visão	 sobre	 os	 direitos	 indígenas	 no	 Brasil	 começou	 a	 mudar.	 Esse	 processo
culminou	com	a	Constituição	de	1988,	que	marcou	uma	ruptura	significativa	com	o
passado.	A	nova	constituição	 reconheceu	os	povos	 indígenas	como	detentores	de
direitos	 originários	 às	 suas	 terras,	 afirmou	 seu	 direito	 à	 diversidade	 cultural	 e
estabeleceu	o	fim	da	tutela,	reconhecendo	a	capacidade	civil	dos	indígenas.
Legado
Embora	 o	 Código	 Civil	 de	 1916	 seja	 um	 produto	 de	 seu	 tempo,	 é	 importante
estudá-lo	para	entender	as	atitudes	e	políticas	do	passado	e	como	elas	moldaram
a	 situação	 dos	 povos	 indígenas	 no	 Brasil.	 Ele	 representa	 um	 período	 em	 que	 o
Estado	assumiu	um	papel	paternalista	e	assimilacionista,	uma	abordagem	que	 foi
gradualmente	desafiada	e	reformada.	O	legado	desse	período	ainda	é	sentido,	e	a
luta	 pelos	 direitos	 indígenas	 continua	 sendo	 uma	 questão	 crítica	 no	 Brasil	 e	 em
todo	o	mundo.
vez	 de	 tratá-los	 como	 incapazes	 e	 inferiores.	 A	mudança	 significativa
nessa	abordagem	só	começou	a	acontecer	com	a	Constituição	de	1988,
que	 representou	 uma	 mudança	 paradigmática	 no	 reconhecimento	 e
tratamento	dos	povos	indígenas	no	Brasil.
E-Book	-	Apostila
26	-	49
Em	resumo,	a	 "Tutela	 jurídica	do	Código	Civil	de	1916"	é	um	capítulo	 importante
na	história	legal	do	Brasil,	refletindo	as	normas	e	atitudes	de	uma	época	que	via	os
povos	 indígenas	 sob	 uma	 lente	 de	 incapacidade	 e	 inferioridade.	 Seu	 estudo	 é
crucial	para	entender	a	evolução	dos	direitos	 indígenas	no	Brasil	e	a	necessidade
contínua	de	proteção	e	reconhecimento	desses	direitos	em	um	quadro	de	respeito
pela	diversidade	cultural	e	pela	autonomia	dos	povos	indígenas.
Direito	 do	 Indígena	 nas	 Constituições
Brasileiras
O	Direito	do	Indígena	nas	Constituições	brasileiras	reflete	a	trajetória	das	políticas
indigenistas	 e	 a	 evolução	 da	 percepção	 da	 sociedade	 sobre	 os	 povos	 indígenas.
Cada	Constituição	do	Brasil,	desde	a	independência,	abordou	de	maneira	diferente
os	direitos	e	a	posição	dos	povos	 indígenas,	 refletindo	as	mudanças	nas	atitudes
sociais,	 nas	 políticas	 governamentais	 e	 nas	 pressõesinternacionais.	 Vamos
examinar	 como	 os	 direitos	 dos	 povos	 indígenas	 foram	 representados	 nas	 várias
constituições	do	Brasil.
Constituições	do	Século	XIX	e	Início	do	Século	XX
Nas	Constituições	do	Brasil	do	século	XIX	e	 início	do	século	XX,	a	abordagem	em
relação	 aos	 povos	 indígenas	 foi	 marcada	 por	 uma	 visão	 de	 assimilação	 e
integração	 à	 sociedade	 dominante.	 A	 Constituição	 do	 Império	 de	 1824,	 por
exemplo,	 não	 fazia	 menção	 específica	 aos	 povos	 indígenas,	 refletindo	 uma
tendência	 da	 época	 em	 não	 reconhecer	 sua	 autonomia	 ou	 direitos	 distintos
(ALCANTARA	et	al.,	2018).
Já	a	Constituição	de	1891,	promulgada	após	a	proclamação	da	República,
trouxe	uma	mudança	ao	declarar	que	as	terras	'devolutas'	eram	propriedade
da	União,	o	que	incluía	as	terras	ocupadas	pelos	povos	indígenas.
E-Book	-	Apostila
27	-	49
Apesar	 disso,	 essa	 constituição	 também	 falhou	 em	 oferecer	 proteção	 específica
aos	direitos	e	culturas	dos	povos	 indígenas,	mantendo	uma	abordagem	que	via	a
terra	 mais	 como	 um	 recurso	 a	 ser	 gerenciado	 pelo	 Estado	 do	 que	 como	 parte
integrante	 da	 vida	 e	 cultura	 indígenas.	 Ambas	 as	 constituições	 refletiram	 e
reforçaram	 uma	 política	 de	 não	 reconhecimento	 dos	 direitos	 indígenas,
estabelecendo	as	bases	para	 futuras	 lutas	e	 reivindicações	por	 reconhecimento	e
justiça.		
Mudanças	no	Século	XX
O	 século	 XX	 foi	 um	 período	 de	 mudanças	 significativas	 na	 legislação	 brasileira
relacionada	 aos	 direitos	 dos	 povos	 indígenas.	 O	 reconhecimento	 e	 a	 proteção
desses	direitos	evoluíram	através	das	diversas	constituições	promulgadas	durante
o	século,	refletindo	as	mudanças	na	percepção	e	na	política	nacional.
(Clique	no	(+)	das	sanfonas	para	visualizar	o	conteúdo)
Constituição	de	1934
Esta	foi	a	primeira	a	abordar	especificamente	a	questão	indígena.	Marcou	uma
mudança	 significativa	 ao	 declarar	 que	 a	 União	 deveria	 proteger	 as	 terras
habitadas	pelos	 índios,	 reconhecendo	 seus	direitos	 sobre	as	 riquezas	do	 solo,
rios	e	 lagos.	 Isso	 introduziu	a	 ideia	de	proteção	e	não	apenas	de	assimilação,
proporcionando	uma	base	legal	para	os	direitos	territoriais	indígenas.
Constituição	de	1937	e	1946
Ambas	mantiveram	garantias	semelhantes	à	de	1934,	mas	com	foco	ainda	na
integração	 dos	 povos	 indígenas	 à	 comunidade	 nacional.	 Isso	 refletiu	 a
continuação	 de	 uma	 visão	 paternalista,	 ainda	 que	 com	 reconhecimento	 de
alguns	direitos.
Constituição	de	1967/1969
E-Book	-	Apostila
28	-	49
Durante	 o	 regime	 militar,	 essas	 constituições	 continuaram	 a	 política	 de
integração,	 mas	 também	 reconheceram	 o	 direito	 dos	 índios	 à	 posse
permanente	 das	 terras	 que	 ocupavam.	 Afirmaram	 ainda	 que	 o	 usufruto	 dos
recursos	 naturais	 nessas	 terras	 seria	 regulamentado,	 o	 que	 foi	 um	 passo
adiante	no	reconhecimento	dos	direitos	 indígenas,	apesar	do	contexto	político
restritivo	da	época.
Essas	mudanças	nas	constituições	ao	longo	do	século	XX	foram	fundamentais	para
estabelecer	um	terreno	legal	para	a	proteção	dos	direitos	indígenas,	mas	também
refletiram	 as	 tensões	 e	 contradições	 entre	 a	 integração	 e	 a	 proteção,	 entre	 o
reconhecimento	 e	 a	 assimilação.	 Cada	 constituição	 representou	 um	 passo	 em
direção	ao	 reconhecimento	mais	 completo	dos	direitos	 indígenas,	 embora	muitas
vezes	limitado	pelo	contexto	político	e	social	da	época.
Portanto,	 as	 constituições	 do	 século	 XX	marcaram	 uma	 evolução	 significativa	 na
forma	 como	 o	 Brasil	 abordou	 os	 direitos	 dos	 povos	 indígenas.	 Esses	 documentos
legais	 refletiram	 uma	 luta	 contínua	 pela	 justiça	 e	 reconhecimento,	 e	 cada	 um
contribuiu,	 de	 sua	 maneira,	 para	 o	 arcabouço	 legal	 que	 hoje	 busca	 proteger	 e
promover	os	direitos	indígenas	no	país.	Ainda	assim,	a	implementação	efetiva	e	a
garantia	 desses	 direitos	 continuam	 sendo	 desafios	 cruciais	 na	 luta	 contínua	 pela
justiça	e	autonomia	indígena.
Constituição	de	1988	-	Um	Marco	para	os	Direitos	Indígenas
A	Constituição	de	1988,	 conhecida	 como	 "Constituição	Cidadã",	 representou	uma
mudança	 significativa	 no	 tratamento	 dos	 direitos	 indígenas	 e	 é	 considerada	 um
marco	na	legislação	indigenista	do	Brasil,	nela	houve:
(Clique	nas	setas	para	avançar	ou	voltar	o	conteúdo)
Reconhecimento	dos	Direitos	Originários
Pela	primeira	vez,	a	constituição	reconheceu	os	direitos	originários	dos	 índios
às	 terras	que	 tradicionalmente	ocupam,	garantindo-lhes	o	direito	permanente
de	posse	e	usufruto	exclusivo	das	riquezas	do	solo,	dos	rios	e	dos	lagos	nelas
existentes.
E-Book	-	Apostila
29	-	49
Proteção	Cultural
A	 Constituição	 de	 1988	 também	 reconheceu	 a	 organização	 social,	 costumes,
línguas,	 crenças	e	 tradições	dos	povos	 indígenas,	assegurando	o	 respeito	e	a
proteção	de	sua	diversidade	cultural.
Demarcação	de	Terras
Estabeleceu	o	dever	do	Estado	de	demarcar	as	terras	 indígenas	e	protegê-las
de	invasões	e	explorações	ilegais.
Autonomia	e	Participação
A	constituição	promoveu	um	maior	grau	de	autonomia	para	os	povos	indígenas
em	relação	à	gestão	de	suas	terras	e	assuntos	e	reconheceu	seu	direito	de	ser
consultados	sobre	projetos	e	medidas	legislativas	que	os	afetam.
A	Constituição	de	1988	 foi	um	divisor	de	águas	na	história	dos	direitos	 indígenas
no	 Brasil.	 Ela	 não	 apenas	 estabeleceu	 um	 novo	 padrão	 legal	 para	 a	 proteção	 e
reconhecimento	 dos	 povos	 indígenas,	 mas	 também	 refletiu	 uma	 mudança	 na
consciência	 nacional	 e	 uma	 maior	 apreciação	 pela	 diversidade	 cultural	 e	 pela
autonomia	indígena.
E-Book	-	Apostila
30	-	49
Essa	constituição	serviu	como	um	catalisador	para	reformas	posteriores	e	continua
a	ser	um	documento	fundamental	na	luta	contínua	pelos	direitos	indígenas.	Apesar
dos	desafios	persistentes	e	da	necessidade	de	vigilância	e	advocacia	contínuas,	a
Constituição	 de	 1988	 estabelece	 um	 forte	 compromisso	 com	 a	 justiça	 e	 a
igualdade	para	os	povos	indígenas	no	Brasil.
Desafios	Contínuos
Segundo	 Alcantara	et	al.,	 (2018)	 apesar	 dos	 avanços	 significativos	 trazidos	 pela
Constituição	 de	 1988,	 os	 povos	 indígenas	 no	 Brasil	 continuam	 enfrentando
desafios,	 incluindo	a	 lenta	demarcação	de	 terras,	 invasões	e	exploração	 ilegal	de
seus	 territórios,	 violência	 e	 preconceito.	 Além	 disso,	 há	 pressões	 políticas	 e
econômicas	que	ameaçam	seus	direitos,	terras	e	culturas.
Em	 resumo,	 o	 Direito	 do	 Indígena	 nas	 Constituições	 brasileiras	 é	 um	 reflexo	 das
mudanças	nas	percepções	e	políticas	em	relação	aos	povos	indígenas	ao	longo	da
história	do	Brasil.	A	Constituição	de	1988	 representou	um	avanço	significativo	na
proteção	 e	 reconhecimento	 dos	 direitos	 indígenas,	 mas	 a	 luta	 pela	 justiça,	 pela
proteção	 efetiva	 de	 suas	 terras	 e	 culturas	 e	 pelo	 respeito	 à	 sua	 autonomia
continua.	 É	 um	 campo	 em	 constante	 evolução	 que	 exige	 vigilância,	 advocacia	 e
compromisso	contínuos	por	parte	de	todos	os	setores	da	sociedade.
Constituições
A	 Constituição	 de	 1988,	 notória	 por	 ter	 ampliado	 os
direitos	 individuais,	 inova	 ao	 dedicar	 um	 capítulo
inteiro	 aos	 direitos	 dos	 índios	 e	 reafirma	 o	 secular
direito	 dos	 índios	 às	 terras	 tradicionais	 em	 seu	 art.
231:	 “São	 reconhecidos	 aos	 índios	 sua	 organização
social,	 costumes,	 línguas,	 crenças	 e	 tradições,	 e	 os
direitos	 originários	 sobre	 as	 terras	 que
tradicionalmente	 ocupam,	 competindo	 à	 União
demarcá-las,	proteger	e	fazer	respeitar	todos	os	seus
bens.”	(ALCANTARA	et	al.,	2018	p.	08).
E-Book	-	Apostila
31	-	49
As	 Constituições	 são	 documentos	 fundamentais	 em	 qualquer	 nação	 democrática,
pois	estabelecem	a	estrutura	 legal	e	 institucional	do	país,	definindo	os	poderes	e
limites	 do	 governo	 e	 assegurando	 direitos	 e	 deveres	 dos	 cidadãos.	 Uma
Constituição	serve	como	a	 lei	suprema	da	terra,	orientando	todas	as	outras	 leis	e
políticas,	e	reflete	os	valores,	a	história	e	as	aspirações	de	uma	sociedade.	Vamos
explorara	natureza	das	Constituições	e	como	elas	moldaram	as	nações	ao	 longo
do	tempo	(SIMÕES,	2022).
Natureza	e	Função
As	 constituições	 desempenham	 um	 papel	 crucial	 na	 definição	 da	 estrutura	 e
funcionamento	 dos	 governos,	 estabelecendo	 a	 forma	 de	 governo,	 como
presidencialismo	 ou	 parlamentarismo,	 e	 delineando	 a	 divisão	 de	 poderes	 entre	 o
Executivo,	 Legislativo	 e	 Judiciário.	 Essa	 estruturação	 é	 essencial	 para	 determinar
como	esses	ramos	do	governo	devem	operar	e	 interagir,	garantindo	que	cada	um
funcione	dentro	de	seus	limites	e	colabore	para	o	funcionamento	eficaz	do	Estado.
(Clique	no	(+)	do	recurso	flipcard	para	interagir	com	o	conteúdo)
Além	disso,	as	constituições	asseguram	direitos	e	liberdades
fundamentais,	como	a	liberdade	de	expressão,	religião,	imprensa,	o
direito	a	um	julgamento	justo	e	a	proteção	contra	discriminação,
frequentemente	encapsuladas	em	uma	'Carta	de	Direitos'	ou
documento	similar.	Esses	direitos	são	a	pedra	angular	de	uma
sociedade	justa	e	democrática,	garantindo	que	os	cidadãos	possam
viver	e	expressar-se	livremente,	enquanto	estão	protegidos	contra
abusos.
E-Book	-	Apostila
32	-	49
A	 capacidade	 de	 emendar	 a	 constituição	 é	 vital	 para	 sua	 relevância	 e	 eficácia
contínuas,	permitindo	que	ela	se	adapte	e	evolua	com	a	sociedade	e	seus	valores.
Esse	 processo	 de	 emenda	 garante	 que	 a	 constituição	 possa	 ser	 atualizada	 para
refletir	 mudanças	 na	 sociedade,	 tecnologia	 e	 perspectivas	 globais,	 mantendo-a
alinhada	 com	 as	 aspirações	 e	 necessidades	 atuais	 da	 população.	 Além	 disso,	 a
constituição	 estabelece	 a	 regra	 de	 lei,	 afirmando	 que	 todos,	 sejam	 cidadãos
comuns	 ou	 líderes	 governamentais,	 estão	 sujeitos	 à	 lei.	 Isso	 é	 fundamental	 para
manter	a	ordem,	a	justiça	e	a	equidade,	garantindo	que	ninguém	esteja	acima	da
lei	e	que	todos	sejam	responsabilizados	por	suas	ações.	Em	suma,	as	constituições
não	são	apenas	documentos	legais;	são	o	alicerce	sobre	o	qual	as	sociedades	são
construídas,	 refletindo	 seus	 valores	 mais	 profundos	 e	 garantindo	 direitos,
liberdades	e	uma	governança	eficaz	para	todos.
Evolução	Histórica
Ao	 longo	 da	 história,	 as	 constituições	 têm	 sido	 a	 espinha	 dorsal	 do	 direito	 e	 da
governança,	refletindo	os	valores	e	aspirações	de	uma	nação	ao	longo	do	tempo.	A
evolução	 das	 constituições	 é	 uma	 jornada	 fascinante	 que	 revela	 como	 as
sociedades	 moldaram	 seus	 princípios	 e	 estruturas	 legais	 para	 atender	 às
necessidades	e	desafios	de	sua	época.
(Clique	nas	setas	para	avançar	ou	voltar	o	conteúdo)
Constituição	dos	EUA	(1787)
Representando	 um	marco	 histórico,	 a	 Constituição	 dos	 EUA	 é	 uma	 das	 mais
antigas	ainda	em	uso.	Com	seu	sistema	 inovador	de	 freios	e	contrapesos	e	a
garantia	 de	 direitos	 fundamentais,	 tornou-se	 um	 modelo	 influente	 para	 a
governança	democrática	em	todo	o	mundo.
Constituição	Francesa	(1791)
Nascida	 das	 cinzas	 da	 Revolução	 Francesa,	 esta	 constituição	 estabeleceu
princípios	 fundamentais	de	 'liberdade,	propriedade,	segurança	e	 resistência	à
opressão',	 refletindo	 o	 espírito	 revolucionário	 da	 época	 e	 influenciando	 o
desenvolvimento	dos	direitos	humanos	e	democráticos	em	todo	o	mundo.
E-Book	-	Apostila
33	-	49
Constituições	Modernas
As	 constituições	 de	 hoje	 são	 testemunhos	 da	 evolução	 contínua	 do
pensamento	 político	 e	 jurídico.	 Influenciadas	 por	 documentos	 históricos	 e
adaptadas	 às	 necessidades	 contemporâneas,	 elas	 refletem	 as	 circunstâncias
únicas,	 os	 valores	 e	 os	 desafios	 de	 suas	 nações,	 enquanto	 buscam	 garantir
justiça,	liberdade	e	prosperidade	para	seu	povo.
Em	 conclusão,	 a	 evolução	 das	 constituições	 é	 um	 reflexo	 da	 jornada	 da
humanidade	 para	 criar	 sociedades	 mais	 justas	 e	 equitativas.	 Ao	 estudar	 esses
documentos,	não	apenas	entendemos	melhor	a	história	e	os	princípios	legais,	mas
também	ganhamos	insights	sobre	como	as	sociedades	podem	continuar	a	evoluir	e
se	 adaptar	 aos	 desafios	 futuros.	 As	 constituições,	 portanto,	 não	 são	 apenas
documentos	do	passado,	mas	bússolas	vivas	que	orientam	as	nações	em	direção	a
um	futuro	melhor.
Constituições	no	Contexto	Brasileiro
Ao	 longo	 de	 sua	 rica	 história,	 o	 Brasil	 testemunhou	 a	 promulgação	 de	 várias
constituições,	 cada	 uma	 marcando	 um	 período	 específico	 e	 frequentemente
indicando	 uma	 mudança	 significativa	 na	 direção	 política	 e	 social	 do	 país.	 A
primeira	delas	foi	a	Constituição	do	Império	de	1824,	outorgada	por	D.	Pedro	I,	que
estabeleceu	a	monarquia	constitucional,	 introduzindo	os	 fundamentos	 legais	para
a	 governança	 e	 os	 direitos	 dos	 cidadãos	 na	 jovem	 nação.	 Anos	 mais	 tarde,	 a
proclamação	da	República	em	1889	levou	à	Constituição	de	1891,	que	transformou
o	Brasil	em	uma	 república	 federativa,	 reformulando	a	estrutura	política	do	país	e
refletindo	as	aspirações	republicanas	da	época.
(Clique	na	figura	para	visualizar	o	conteúdo)
E-Book	-	Apostila
34	-	49
Fonte:	Wikipedia	Commos.
As	constituições,	embora	sejam	o	alicerce	 legal	e	moral	de	uma	nação,	não	estão
isentas	 de	 críticas.	 Desafios	 incluem	manter	 a	 relevância	 em	 uma	 sociedade	 em
mudança,	 garantindo	que	os	 direitos	 sejam	protegidos	 e	 não	 apenas	nominais,	 e
lidar	 com	 interpretações	 variadas	 ou	 conflitantes.	 Além	 disso,	 o	 processo	 de
emenda	 pode	 ser	 tanto	 uma	 ferramenta	 para	 o	 progresso	 quanto	 um	 campo	 de
batalha	político.
No	entanto,	foi	a	Constituição	de	1988,	conhecida	carinhosamente	como
'Constituição	Cidadã',	que	representou	um	marco	na	história	brasileira.
Promulgada	após	um	período	de	regime	militar,	ela	não	apenas	restaurou	a
democracia,	mas	também	expandiu	significativamente	o	reconhecimento
dos	direitos	humanos	e	sociais.	Notavelmente,	esta	constituição	trouxe
avanços	sem	precedentes	para	os	direitos	dos	povos	indígenas,
estabelecendo	um	novo	paradigma	de	respeito	e	proteção	para	essas
comunidades.	A	Constituição	de	1988	permanece	como	um	documento	vivo
e	fundamental,	orientando	o	Brasil	em	seu	contínuo	caminho	para	uma
sociedade	mais	justa	e	democrática.
E-Book	-	Apostila
35	-	49
Em	resumo,	as	constituições	são	documentos	vivos	e	respiratórios	que	refletem	e
moldam	as	sociedades	em	que	existem.	Elas	são	fundamentais	para	a	governança
democrática,	 a	 proteção	 dos	 direitos	 e	 liberdades,	 e	 servem	 como	 um	 lembrete
constante	da	relação	entre	o	governo	e	seus	cidadãos.	Ao	estudar	as	constituições,
ganhamos	 insights	 sobre	 os	 valores,	 a	 história	 e	 as	 aspirações	 de	 uma	 nação,	 e
entendemos	melhor	 como	as	 sociedades	 lutam	e	evoluem	na	busca	por	 justiça	 e
boa	governança.
Considerações	Finais
Nesta	unidade	você	teve	a	oportunidade	de:
Explorar	os	conceitos	e	a	complexidade	do	multiculturalismo	e
seu	impacto	no	direito	e	na	sociedade	brasileira.
Compreender	 as	 consequências	 históricas	 e	 atuais	 da
conquista	da	América	indígena	para	as	comunidades	nativas.
Avaliar	 a	 progressão	 e	 os	 desafios	 das	 políticas	 indigenistas
no	Brasil	e	seu	impacto	nas	vidas	dos	povos	indígenas.
Discutir	 a	 contribuição	 de	 teóricos	 como	 Habermas	 para	 a
compreensão	 e	 o	 debate	 sobre	 multiculturalismo	 e	 direitos
indígenas.
Reconhecer	 a	 evolução	 dos	 direitos	 dos	 povos	 indígenas	 nas
diversas	constituições	brasileiras,	destacando	a	 luta	contínua
por	reconhecimento	e	justiça.
Conforme	concluímos	nossa	exploração	do	Direito,	Multiculturalismo	e	os	direitos
dos	 povos	 indígenas	 no	 Brasil,	 é	 essencial	 refletir	 sobre	 as	 lições	 aprendidas	 e
considerar	 como	 aplicá-las	 em	 nossas	 vidas	 e	 comunidades.	 Neste	 percurso,
abordamos	desde	a	riqueza	da	diversidade	cultural	até	os	desafios	éticos	e	 legais
que	 moldam	 nosso	 mundo.	 Essas	 considerações	 finais	 são	 um	 convite	 para
consolidar	 nossa	 compreensão	 e	 nos	 inspirar	 a	 continuar	 buscando	 a	 justiça	 e	 a
inclusão.
E-Book	-	Apostila
36	-	49
Reconhecemos	que	a	valorização	do	multiculturalismo	vai	além	de	uma	questãode
justiça;	 é	 um	 meio	 de	 enriquecer	 nossa	 sociedade.	 As	 histórias	 e	 tradições	 dos
povos	 indígenas	são	fontes	de	sabedoria	e	perspectiva.	Aprendemos	também	que
o	 Direito,	 embora	 possa	 ser	 uma	 ferramenta	 de	 opressão,	 tem	 o	 potencial	 de
promover	a	libertação	e	a	igualdade	quando	moldado	com	respeito	e	compreensão
pela	diversidade.
Refletimos	sobre	a	 importância	do	discurso	ético	e	democrático,	à	 luz	das	 teorias
de	Habermas,	para	criar	uma	sociedade	que	 respeita	e	celebra	a	diversidade.	Ao
revisitar	a	conquista	da	América	 indígena	e	as	políticas	 indigenistas,	enfrentamos
a	realidade	do	passado	e	reconhecemos	a	necessidade	contínua	de	reconciliação	e
reparação.
Observamos	 a	 evolução	 nas	 atitudes	 e	 na	 legislação	 através	 da	 tutela	 jurídica	 e
dos	 direitos	 dos	 índios	 nas	 constituições	 brasileiras.	 Embora	 tenhamos	 feito
progressos,	é	evidente	que	a	 jornada	para	a	plena	 justiça	e	 igualdade	está	 longe
de	terminar.	A	luta	por	direitos	indígenas	e	respeito	pela	diversidade	cultural	exige
nosso	engajamento	contínuo.
Ao	avançar,	 carregamos	um	senso	 renovado	de	 responsabilidade	e	possibilidade.
Somos	 chamados	 a	 ser	 agentes	 de	 mudança,	 promovendo	 uma	 coexistência
harmoniosa	 entre	 direito	 e	 multiculturalismo.	 Que	 esta	 jornada	 inspire	 ações
contínuas	e	um	compromisso	renovado	com	a	construção	de	um	mundo	mais	justo
e	inclusivo.
Com	 essas	 reflexões	 finais,	 encerramos	 não	 apenas	 um	 período	 de	 estudo,	 mas
também	reafirmamos	nosso	compromisso	com	a	busca	contínua	por	conhecimento,
compreensão	 e	 justiça.	 Que	 cada	 um	 de	 nós	 se	 torne	 um	 defensor	 ativo	 da
diversidade,	da	 inclusão	e	da	 igualdade,	 levando	adiante	o	que	aprendemos	para
criar	uma	sociedade	mais	rica	e	empática.
Agora	que	finalizamos	este	conteúdo,	vamos	testar	seus	conhecimentos
com	o	quiz	a	seguir.	
QUIZ
E-Book	-	Apostila
37	-	49
No	contexto	brasileiro,	o
multiculturalismo	e	o	reconhecimento
dos	direitos	dos	povos	indígenas	são
aspectos	fundamentais	para	a
construção	de	uma	sociedade	mais
justa	e	inclusiva.	Considerando	a
complexidade	do	tema	e	os	diversos
aspectos	que	envolvem	a	política
indigenista	e	o	direito,	qual	das
seguintes	alternativas	melhor	reflete
uma	medida	efetiva	adotada	no	Brasil
para	promover	o	respeito	e	a	inclusão
dos	povos	indígenas,	com	base	nos
princípios	do	multiculturalismo?
Imposição	de	uma	cultura	nacional	homogênea	sobre
as	comunidades	indígenas	para	promover	a	unidade
nacional.
a
E-Book	-	Apostila
38	-	49
Resposta	Incorreta:
Isto	vai	contra	o	princípio	do	multiculturalismo,	que
busca	valorizar	e	preservar	as	diversas	culturas
dentro	de	uma	sociedade,	em	vez	de	impor	uma	única
cultura	dominante.	A	assimilação	forçada	contraria	os
objetivos	do	multiculturalismo	e	dos	direitos	humanos,
que	visam	proteger	e	promover	a	diversidade	cultural
e	linguística.	A	restrição	do	acesso	a	serviços
essenciais	contraria	os	princípios	de	justiça	social,
igualdade	de	direitos	e	inclusão	promovidos	pelo
multiculturalismo.	A	promoção	de	estereótipos
culturais	nos	meios	de	comunicação	não	contribui
para	o	respeito	e	a	compreensão	das	culturas
indígenas,	sendo	contrária	aos	objetivos	do
multiculturalismo	que	visam	promover	um	diálogo
autêntico	e	respeitoso	entre	culturas.
Criação	de	políticas	públicas	que	incentivam	a
assimilação	forçada	dos	povos	indígenas,	eliminando
suas	culturas	e	línguas.
b
E-Book	-	Apostila
39	-	49
Resposta	Incorreta:
Isto	vai	contra	o	princípio	do	multiculturalismo,	que
busca	valorizar	e	preservar	as	diversas	culturas
dentro	de	uma	sociedade,	em	vez	de	impor	uma	única
cultura	dominante.	A	assimilação	forçada	contraria	os
objetivos	do	multiculturalismo	e	dos	direitos	humanos,
que	visam	proteger	e	promover	a	diversidade	cultural
e	linguística.	A	restrição	do	acesso	a	serviços
essenciais	contraria	os	princípios	de	justiça	social,
igualdade	de	direitos	e	inclusão	promovidos	pelo
multiculturalismo.	A	promoção	de	estereótipos
culturais	nos	meios	de	comunicação	não	contribui
para	o	respeito	e	a	compreensão	das	culturas
indígenas,	sendo	contrária	aos	objetivos	do
multiculturalismo	que	visam	promover	um	diálogo
autêntico	e	respeitoso	entre	culturas.
Resposta	Correta:
O	reconhecimento	e	a	demarcação	de	terras	indígenas
são	medidas	fundamentais	para	garantir	a	proteção
dos	direitos	e	da	cultura	dos	povos	indígenas,
refletindo	os	princípios	do	multiculturalismo	e	do
respeito	à	diversidade.
Reconhecimento	dos	territórios	tradicionalmente
ocupados	pelos	povos	indígenas	através	da
demarcação	de	terras.
c
Restrição	do	acesso	dos	povos	indígenas	a	serviços
públicos	essenciais	como	saúde	e	educação,	visando
sua	segregação.
d
E-Book	-	Apostila
40	-	49
Resposta	Incorreta:
Isto	vai	contra	o	princípio	do	multiculturalismo,	que
busca	valorizar	e	preservar	as	diversas	culturas
dentro	de	uma	sociedade,	em	vez	de	impor	uma	única
cultura	dominante.	A	assimilação	forçada	contraria	os
objetivos	do	multiculturalismo	e	dos	direitos	humanos,
que	visam	proteger	e	promover	a	diversidade	cultural
e	linguística.	A	restrição	do	acesso	a	serviços
essenciais	contraria	os	princípios	de	justiça	social,
igualdade	de	direitos	e	inclusão	promovidos	pelo
multiculturalismo.	A	promoção	de	estereótipos
culturais	nos	meios	de	comunicação	não	contribui
para	o	respeito	e	a	compreensão	das	culturas
indígenas,	sendo	contrária	aos	objetivos	do
multiculturalismo	que	visam	promover	um	diálogo
autêntico	e	respeitoso	entre	culturas.
Promoção	de	estereótipos	culturais	nos	meios	de
comunicação	como	forma	de	representação	dos
povos	indígenas.
e
E-Book	-	Apostila
41	-	49
Resposta	Incorreta:
Isto	vai	contra	o	princípio	do	multiculturalismo,	que
busca	valorizar	e	preservar	as	diversas	culturas
dentro	de	uma	sociedade,	em	vez	de	impor	uma	única
cultura	dominante.	A	assimilação	forçada	contraria	os
objetivos	do	multiculturalismo	e	dos	direitos	humanos,
que	visam	proteger	e	promover	a	diversidade	cultural
e	linguística.	A	restrição	do	acesso	a	serviços
essenciais	contraria	os	princípios	de	justiça	social,
igualdade	de	direitos	e	inclusão	promovidos	pelo
multiculturalismo.	A	promoção	de	estereótipos
culturais	nos	meios	de	comunicação	não	contribui
para	o	respeito	e	a	compreensão	das	culturas
indígenas,	sendo	contrária	aos	objetivos	do
multiculturalismo	que	visam	promover	um	diálogo
autêntico	e	respeitoso	entre	culturas.
A	Conquista	da	América	indígena,
iniciada	no	final	do	século	XV,
desencadeou	transformações
profundas	e	duradouras	nas	culturas
indígenas,	em	suas	terras	e	em	suas
vidas.	No	contexto	do	direito
brasileiro	e	do	multiculturalismo,	é
fundamental	reconhecer	e
compreender	as	medidas	adotadas
para	remediar	os	impactos	históricos	e
promover	a	inclusão	e	o	respeito	aos
E-Book	-	Apostila
42	-	49
povos	indígenas.	Com	base	nesse
entendimento,	qual	das	seguintes
alternativas	representa	uma	ação
alinhada	com	a	promoção	dos	direitos
e	da	inclusão	dos	povos	indígenas	no
Brasil?
Resposta	Incorreta:
Restringir	o	acesso	dos	povos	indígenas	às	suas	terras
ancestrais	contraria	os	esforços	de	reparação	e
inclusão,	além	de	violar	direitos	fundamentais
relacionados	à	terra	e	à	cultura.	A	imposição	de
idiomas	e	religiões	estrangeiros	sobre	os	povos
indígenas	vai	contra	os	princípios	do	multiculturalismo
e	do	direito	à	preservação	da	cultura	e	identidade
própria.	Políticas	de	assimilação	forçada	são
contrárias	aos	princípios	de	respeito	à	diversidade
cultural	e	autonomia	dos	povos	indígenas,	sendo
incompatíveis	com	um	enfoque	de	direitos	e
multiculturalismo.	Ignorar	os	conhecimentos	e
práticas	tradicionais	dos	povos	indígenas	em	decisões
ambientais	e	territoriais	não	apenas	desrespeita	a	sua
cultura	e	sabedoria,	mas	também	perde	a
oportunidade	de	uma	gestão	mais	integrada	e
sustentável	do	ambiente.
Limitação	do	acesso	dos	povos	indígenas	a	seus
territórios	ancestrais	para	facilitar	projetos	de
desenvolvimento.
a
Encorajamento	da	perda	cultural	por	meio	da
imposição	de	idiomas	e	religiões	estrangeiros.b
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Resposta	Incorreta:Restringir	o	acesso	dos	povos	indígenas	às	suas	terras
ancestrais	contraria	os	esforços	de	reparação	e
inclusão,	além	de	violar	direitos	fundamentais
relacionados	à	terra	e	à	cultura.	A	imposição	de
idiomas	e	religiões	estrangeiros	sobre	os	povos
indígenas	vai	contra	os	princípios	do	multiculturalismo
e	do	direito	à	preservação	da	cultura	e	identidade
própria.	Políticas	de	assimilação	forçada	são
contrárias	aos	princípios	de	respeito	à	diversidade
cultural	e	autonomia	dos	povos	indígenas,	sendo
incompatíveis	com	um	enfoque	de	direitos	e
multiculturalismo.	Ignorar	os	conhecimentos	e
práticas	tradicionais	dos	povos	indígenas	em	decisões
ambientais	e	territoriais	não	apenas	desrespeita	a	sua
cultura	e	sabedoria,	mas	também	perde	a
oportunidade	de	uma	gestão	mais	integrada	e
sustentável	do	ambiente.
Resposta	Correta:
O	reconhecimento	constitucional	dos	territórios
tradicionalmente	ocupados	reflete	uma	medida
significativa	de	reparação	e	respeito	aos	direitos	dos
povos	indígenas,	alinhada	com	os	princípios	do
multiculturalismo	e	do	direito	brasileiro.
Reconhecimento	constitucional	dos	territórios
tradicionalmente	ocupados	pelos	povos	indígenas.c
Promoção	de	políticas	que	visam	a	assimilação
forçada	dos	povos	indígenas	à	cultura	dominante.d
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Resposta	Incorreta:
Restringir	o	acesso	dos	povos	indígenas	às	suas	terras
ancestrais	contraria	os	esforços	de	reparação	e
inclusão,	além	de	violar	direitos	fundamentais
relacionados	à	terra	e	à	cultura.	A	imposição	de
idiomas	e	religiões	estrangeiros	sobre	os	povos
indígenas	vai	contra	os	princípios	do	multiculturalismo
e	do	direito	à	preservação	da	cultura	e	identidade
própria.	Políticas	de	assimilação	forçada	são
contrárias	aos	princípios	de	respeito	à	diversidade
cultural	e	autonomia	dos	povos	indígenas,	sendo
incompatíveis	com	um	enfoque	de	direitos	e
multiculturalismo.	Ignorar	os	conhecimentos	e
práticas	tradicionais	dos	povos	indígenas	em	decisões
ambientais	e	territoriais	não	apenas	desrespeita	a	sua
cultura	e	sabedoria,	mas	também	perde	a
oportunidade	de	uma	gestão	mais	integrada	e
sustentável	do	ambiente.
Desconsideração	dos	conhecimentos	e	práticas
tradicionais	indígenas	em	decisões	ambientais	e
territoriais.
e
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Resposta	Incorreta:
Restringir	o	acesso	dos	povos	indígenas	às	suas	terras
ancestrais	contraria	os	esforços	de	reparação	e
inclusão,	além	de	violar	direitos	fundamentais
relacionados	à	terra	e	à	cultura.	A	imposição	de
idiomas	e	religiões	estrangeiros	sobre	os	povos
indígenas	vai	contra	os	princípios	do	multiculturalismo
e	do	direito	à	preservação	da	cultura	e	identidade
própria.	Políticas	de	assimilação	forçada	são
contrárias	aos	princípios	de	respeito	à	diversidade
cultural	e	autonomia	dos	povos	indígenas,	sendo
incompatíveis	com	um	enfoque	de	direitos	e
multiculturalismo.	Ignorar	os	conhecimentos	e
práticas	tradicionais	dos	povos	indígenas	em	decisões
ambientais	e	territoriais	não	apenas	desrespeita	a	sua
cultura	e	sabedoria,	mas	também	perde	a
oportunidade	de	uma	gestão	mais	integrada	e
sustentável	do	ambiente.
A	trajetória	dos	direitos	dos	povos
indígenas	nas	Constituições
brasileiras	reflete	a	evolução	da
percepção	da	sociedade	e	das
políticas	governamentais	sobre	essas
comunidades.	Desde	a	visão	de
assimilação	e	integração	até	o
reconhecimento	de	direitos
fundamentais,	cada	Constituição
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ofereceu	uma	abordagem	distinta.
Com	base	nesse	entendimento
histórico	e	na	atual	legislação
brasileira,	qual	das	seguintes
alternativas	melhor	representa	uma
ação	efetiva	adotada	na	Constituição
de	1988	para	promover	os	direitos	e	a
inclusão	dos	povos	indígenas	no
Brasil?
Resposta	Incorreta:
A	Constituição	de	1988	rompeu	com	políticas	de
assimilação	forçada	e,	em	vez	disso,	reconheceu	os
direitos	culturais,	sociais	e	territoriais	dos	povos
indígenas.	A	Constituição	de	1988	marcou	uma
mudança	significativa	ao	reconhecer	explicitamente
os	direitos	originários	dos	povos	indígenas	sobre	suas
terras.	A	Constituição	de	1988	promoveu	um	maior
grau	de	autonomia	para	os	povos	indígenas,
reconhecendo	seu	direito	de	serem	consultados	e
participarem	das	decisões	que	os	afetam.	A
Constituição	de	1988	fortaleceu	a	proteção	cultural,
reconhecendo	a	organização	social,	costumes,
línguas,	crenças	e	tradições	dos	povos	indígenas,
assegurando	o	respeito	e	a	proteção	de	sua
diversidade	cultural.
Consolidação	da	política	de	assimilação	forçada	dos
povos	indígenas	à	cultura	dominante.a
Manutenção	do	não	reconhecimento	dos	direitos
territoriais	indígenas,	visando	o	desenvolvimento
econômico.
b
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Resposta	Incorreta:
A	Constituição	de	1988	rompeu	com	políticas	de
assimilação	forçada	e,	em	vez	disso,	reconheceu	os
direitos	culturais,	sociais	e	territoriais	dos	povos
indígenas.	A	Constituição	de	1988	marcou	uma
mudança	significativa	ao	reconhecer	explicitamente
os	direitos	originários	dos	povos	indígenas	sobre	suas
terras.	A	Constituição	de	1988	promoveu	um	maior
grau	de	autonomia	para	os	povos	indígenas,
reconhecendo	seu	direito	de	serem	consultados	e
participarem	das	decisões	que	os	afetam.	A
Constituição	de	1988	fortaleceu	a	proteção	cultural,
reconhecendo	a	organização	social,	costumes,
línguas,	crenças	e	tradições	dos	povos	indígenas,
assegurando	o	respeito	e	a	proteção	de	sua
diversidade	cultural.
Resposta	Correta:
A	Constituição	de	1988	representou	um	marco	ao
reconhecer	os	direitos	originários	dos	povos	indígenas
sobre	as	terras	que	ocupam,	garantindo-lhes	a	posse
permanente	e	o	usufruto	exclusivo	das	riquezas	do
solo,	rios	e	lagos	nelas	existentes.
Reconhecimento	dos	direitos	originários	dos	índios	às
terras	que	tradicionalmente	ocupam,	garantindo
posse	e	usufruto.
c
Limitação	da	autonomia	dos	povos	indígenas	em
relação	à	gestão	de	suas	terras	e	assuntos
comunitários.
d
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Resposta	Incorreta:
A	Constituição	de	1988	rompeu	com	políticas	de
assimilação	forçada	e,	em	vez	disso,	reconheceu	os
direitos	culturais,	sociais	e	territoriais	dos	povos
indígenas.	A	Constituição	de	1988	marcou	uma
mudança	significativa	ao	reconhecer	explicitamente
os	direitos	originários	dos	povos	indígenas	sobre	suas
terras.	A	Constituição	de	1988	promoveu	um	maior
grau	de	autonomia	para	os	povos	indígenas,
reconhecendo	seu	direito	de	serem	consultados	e
participarem	das	decisões	que	os	afetam.	A
Constituição	de	1988	fortaleceu	a	proteção	cultural,
reconhecendo	a	organização	social,	costumes,
línguas,	crenças	e	tradições	dos	povos	indígenas,
assegurando	o	respeito	e	a	proteção	de	sua
diversidade	cultural.
Resposta	Incorreta:
A	Constituição	de	1988	rompeu	com	políticas	de
assimilação	forçada	e,	em	vez	disso,	reconheceu	os
direitos	culturais,	sociais	e	territoriais	dos	povos
indígenas.	A	Constituição	de	1988	marcou	uma
mudança	significativa	ao	reconhecer	explicitamente
os	direitos	originários	dos	povos	indígenas	sobre	suas
terras.	A	Constituição	de	1988	promoveu	um	maior
grau	de	autonomia	para	os	povos	indígenas,
reconhecendo	seu	direito	de	serem	consultados	e
participarem	das	decisões	que	os	afetam.	A
Constituição	de	1988	fortaleceu	a	proteção	cultural,
reconhecendo	a	organização	social,	costumes,
línguas,	crenças	e	tradições	dos	povos	indígenas,
assegurando	o	respeito	e	a	proteção	de	sua
diversidade	cultural.
Desincentivo	à	proteção	e	preservação	das	práticas
culturais	e	tradições	dos	povos	indígenas.e
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49	-	49
Referências
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(Coleção	questões	da	nossa	época).	São	Paulo:	Cortez,	2015.	
MOREIRA,	Antonio	Flávio,	CANDAU,	Vera	Maria.	Multiculturalismo:	Diferenças
Culturais	e	Práticas	Pedagógicas.	v.2	-	Editora	Vozes.	2008	Disponível	em:
https://www.academia.edu/39731253/Multiculturalismo_Diferen%C3%A7as_Culturai
s_e_Pr%C3%A1ticas_Pedag%C3%B3gicas>
ALVES,	Lindgren.	Viagens	no	Multiculturalismo:	O	Comitê	para	a	Eliminação
da	Discriminação	Racial	das	Nações	Unidas	e	Seu	Funcionamento.
Fundação	Alexandre	de	Gusmão.	2010.	Disponível	em:
https://funag.gov.br/loja/download/802-Viagens_no_Multiculturalismo_o_Comite_para_a_eliminacao_da_Discriminacao_Raci
al_das_Nacoes_Unidas.pdf
BANNELL,	Ralph	Ings.	Habermas	&	a	educação.	2.	São	Paulo:	Autêntica,	2007.
ALCANTARA,	Gustavo	Kenner,	TINOCO,	Livia	Nascimento,	MAIA,	Luciano	Mariz.
Indios,	Direitos	Originários	e	Territorialidade.	Ministério	Público	Federal.
ANPR.	2018.	Disponível	em	<	https://www.mpf.mp.br/atuacao-
tematica/ccr6/documentos-e-publicacoes/artigos/docs_artigos/indiospdf.pdf>.
SIMÕES,	Edson.	Constitucionalismo	e	Constituição	de	1988.	São	Paulo:	Grupo
Almedina,	2022.

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