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Livro Licenciamento Ambiental

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL
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Fernanda Brusa Molino
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Juliana Caramigo Gennarini
Revisor
Fabiano Melo Gonçalves de Oliveira
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________ 
Molino, Fernanda Brusa.
M723l Licenciamento ambiental/ Fernanda Brusa Molino, – 
 Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 44 p. 
 ISBN 978-65-87806-63-1
 1. Direito Ambiental. 2. Licenciamento. 3. Instrumentos. I. 
 Título. 
 
CDD 343.091 
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres – CRB 6/2786
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Introdução ao licenciamento ambiental _____________________________ 05
Legislação e licenciamento ambiental _______________________________ 22
Atividades econômicas e licenciamento ambiental __________________ 39
Os estudos ambientais ______________________________________________ 61
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
5
Introdução ao 
licenciamento ambiental
Autoria: Fernanda Brusa Molino
Leitura crítica: Fabiano Melo Gonçalves de Oliveira
Objetivos
• Conhecer aspectos históricos do licenciamento 
ambiental.
• Compreender conceitos iniciais relacionados ao 
licenciamento ambiental.
• Compreender a importância do aspecto qualitativo 
em relação ao ambiente.
6
1. Introdução
Você conhecerá a história e origem do licenciamento ambiental, 
compreendendo cenários que colaboraram para o seu surgimento. 
Ademais, tomará ciência sobre aspectos introdutórios importantes no 
licenciamento ambiental e compreenderá a evolução deste instituto 
considerando a legislação nacional. Outro aspecto extremamente 
relevante é a preservação e garantia na qualidade ambiental para a 
sociedade, devendo ser um norteador relevante dentro do processo de 
licenciamento ambiental.
2. Evolução histórica da legislação ambiental e 
do licenciamento ambiental
No âmbito nacional, analisando a evolução histórica das questões 
ambientais, não há como desvencilhar da relação com Portugal. Logo 
após a descoberta do Brasil, inexistia legislação relacionada à proteção 
do meio ambiente, o deixando extremamente vulnerável no aspecto 
jurídico. Desse modo, Rocha (2019) apresenta que o Brasil era colônia de 
Portugal e vigou no Brasil as Ordenações Afonsinas de 1446, que previa 
a proibição de corte de arvores frutíferas. Segundo Rocha (2019), em 
1521 vigoraram as Ordenações Manuelinas que mantiveram a proibição 
de corte de árvores frutíferas e proibiram certas formas de caça com a 
possibilidade de apreensão dos instrumentos de caça.
Em 1603, com o domínio espanhol sobre o Brasil, segundo Trennepohl 
& Trennepohl (2020) passaram a vigorar as Ordenações Filipinas, 
mantendo a proibição de corte de arvores frutíferas com a imposição 
de multa. Contudo, em 1605, referidos autores informam sobre o 
surgimento do Regimento do Pau-Brasil, tendo como finalidade a 
proteção florestal e coibir a exploração indiscriminada do pau-brasil, 
7
sendo possível o corte mediante a existência expressa de licença real, 
sendo que os bens naturais como rios, nascentes e encostas passaram a 
ser declarados de propriedade da Coroa real.
Segundo Costa Neto citado por Rocha (2019), apesar do Regimento do 
Pau-Brasil, apenas em 1799 surge o primeiro texto legal destinado a 
disciplinar os cortes de madeira no Brasil, com a previsão de normas 
sobre abate, serragem, identificação e romaneio de arvores, entretanto, 
sem efetividade à proteção do meio ambiente.
Com a outorga da Primeira Constituição Brasil, em 1824, também 
conhecida como Constituição Imperial por intermédio de Dom 
Pedro I, conforme Rocha (2019), ocorre a apresentação de normas 
que contemplam a proteção à saúde dos cidadãos, destacando a 
necessidade na proteção ao meio ambiente mesmo que de modo 
indireto, como se verifica no art. 179, inciso XXIV.
Na Constituição Republicana de 1891, o art. 34 estabeleceu a 
competência da União para legislar sobre terras e minas, e o art. 148, 
apresentou à União a competência em matéria de riquezas de subsolo, 
mineração, aguas, florestas, caça e pesca nem como sua exploração, 
observando o art. 5º, inciso XIX, alínea j, segundo informa Rocha (2019). 
Com a promulgação da Constituição de 1934, houve o estabelecimento 
da competência exclusiva da União para legislar sobre fauna e caça, 
entretanto, conforme leciona Rocha (2019):
A Constituição de 1937 inovou no que tange ao meio ambiente quando 
dispôs no seu art. 18 “e” sobre medidas de polícia com vistas a proteção 
das plantas e dos rebanhos contra a moléstia ou agentes nocivos, 
dispensando preocupação com a proteção dos monumentos históricos, 
artísticos e naturais, bem como das paisagens e locais especialmente 
dotados pela natureza conforme previsão constante no art. 134. (ROCHA, 
2019, p. 25)
8
A década de 1970 foi um período de grande destaque no cenário 
jurídico ambiental, ocorrendo o fomento de debates e documentos de 
cunho ambiental com escopos para proteção do meio ambiente e dos 
recursos naturais diante da possibilidade de sua escassez e possível 
desaparecimento sem sua exploração consciente.
Assim, apesar do foco consistir na apresentação da evolução histórica 
no cenário brasileiro, um evento internacional influenciou sobremaneira 
o Brasil e houve uma mudança de paradigma no cenário jurídico 
brasileiro.
O evento marco ocorreu em 1972, em Estocolmo na Suécia, com a 
realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, 
que apresentou no final um documento denominado Declaração de 
Estocolmo sobre o Ambiente Humano contendo vinte e seis princípios 
que passaram a gerir o meio ambiente e o desenvolvimento econômico 
e social, sendo estes princípios a pauta para o surgimento das principais 
inovações legislativas de cunho ambiental no Brasil.
Figura 1 – Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente (1972)
Fonte: https://www.unmultimedia.org/s/photo/detail/145/0145658.html. 
Acesso em 10 ago. 2020.
https://www.unmultimedia.org/s/photo/detail/145/0145658.html
9
Com a Conferência de Estocolmo, a influência foi extrema no Brasil, 
de modo a fomentar no advento de uma das legislações de maior 
impacto no cenário jurídico ambiental brasileiro, que no caso foi a Lei n. 
6938/1981, denominada Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) que 
ainda está em vigor.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) tem como finalidade a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental para a 
vida, permitindo também assegurar o desenvolvimentosocioeconômico 
do país, estando expresso em seu art. 2º. Ainda apresenta a criação do 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e estabelece os seus 
instrumentos junto ao art. 9º (BRASIL, 1981), sendo eles:
Figura 1 – Instrumentos da PNMA
Fonte: elaborada pelo autor.
10
Atente à finalidade da Política Nacional do Meio Ambiente, pois é um 
dos primeiros textos durante a ditadura militar que trata expressamente 
da necessidade de melhoria da qualidade ambiental, sendo um ponto 
bastante relevante.
Como você pode observar a Política Nacional do Meio Ambiente é 
a pedra fundamental para o desenvolvimento e consolidação do 
Direito Ambiental no Brasil, apresentando objetivos, conceitos básicos, 
princípios e instrumentos para a preservação, melhoria e recuperação 
do meio ambiente e de seus recursos naturais. Quanto ao licenciamento 
ambiental, é importante destacar que sua origem está contida na Política 
Nacional do Meio Ambiente, compreendendo um de seus instrumentos 
conforme estabelece o art. 9º, inciso IV.
Segundo Rocha (2019), merece destaque que na década de 1980, foi 
criada a Lei da Ação Civil Pública por meio da Lei n. 7347/1985, que 
permitiu a defesa de interesses difusos e coletivos, sendo que a defesa 
do meio ambiente se encaixa nesse rol, consistindo em um direito da 
sociedade. Ademais, com a promulgação da Constituição da República 
Federativa do Brasil em 1988, houve a consolidação de princípios e 
objetivos que antes só se apresentava na Política Nacional do Meio 
Ambiente, reconhecendo, assim, a sua importância e a elevando a 
norma constitucional, estando expressa em seu art. 225.
Dessa forma, a evolução do licenciamento ambiental tem início na 
Política Nacional do Meio Ambiente, em 1981, em que contem a 
competência para estabelecer critérios para o licenciamento ambiental 
está sob a responsabilidade do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), segundo dispõe a Política Nacional do Meio Ambiente em 
seu art. 8º. Não se esqueça que a Política Nacional do Meio Ambiente 
criou o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), sendo que 
o CONAMA corresponde a um dos órgãos que compõe o SISNAMA 
(BRASIL, 1981).
11
O Decreto n. 99.274/1990, também contribuiu na evolução do 
licenciamento ambiental, com a apresentação dos artigos 17 a 22 
totalmente dedicados a tratar do licenciamento ambiental, seja 
apresentando conceitos versando sobre os tipos de licenças entre como 
a possibilidade de interposição de recurso administrativo, ensejando a 
alteração do texto da Política Nacional do Meio Ambiente. Desse modo, 
as regras sobre licenciamento ambiental são expedidas pelo CONAMA, 
sendo que em 1986, foi expedida a Resolução CONAMA nº 01/1986 
que estabelecia critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação 
de impacto ambiental e posteriormente foi alterada pela Resolução 
CONAMA nº 237/1997, com a revogação dos artigos 3º e 7º, sendo que a 
Resolução CONAMA nº 237/1997 apresenta a regulamentação atinente 
aos aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política 
Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1997).
Outra legislação que apresenta impactos no procedimento de 
licenciamento ambiental é a Resolução CONAMA n. 9/1987, que 
versa sobre a realização das audiências públicas no procedimento de 
licenciamento ambiental, apresentando as normas para sua efetivação.
Você precisa conhecer ainda a Lei n. 9605/1998, também conhecida 
como Lei de Crimes Ambientais. Nessa legislação, o art. 66 estabelece a 
caracterização do tipo penal acerca da falsificação, omissão e sonegação 
de informações técnicas em procedimentos de licenciamento ambiental 
realizado por funcionário público, e existe a punição para quem falsificar 
ou omitir informações de estudos e laudos técnicos referentes ao 
licenciamento ambiental como estabelece o artigo 69-A.
Por fim, a Lei Complementar n. 140/2011, que trata da fixação da 
cooperação entre os entes federados União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios nas ações administrativas advindas do exercício da 
competência comum relacionadas à proteção do meio ambiente e ao 
combate de poluição, que também acarretou alteração junto ao texto da 
Política Nacional de Meio Ambiente.
12
Dessa forma, é possível identificar uma série de textos legais que se 
alinham e articulam-se para direcionar regras que tem como objetivo 
maior a proteção e a preservação do meio ambiente e de seus recursos 
naturais, de modo a articular a preservação e o desenvolvimento 
econômico concomitantemente.
3. Conceitos introdutórios e os projetos de leis 
sobre licenciamento ambiental
É importante que conheça alguns conceitos básicos. Assim, o primeiro 
a ser tratado será o meio ambiente, que segundo a Política Nacional 
de Meio Ambiente, presente em seu art. 3º, inciso I menciona como “o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas” (BRASIL, 1981).
Assim, corresponde a um sistema que envolve todos os elementos 
naturais existentes como a fauna, flora, atmosfera, águas e subsolo, 
englobando ainda as reações e interações químicas e físicas que ocorrem 
e interferem na vida em todas as suas formas, envolvendo as bactérias 
e vírus até os maiores seres como exemplares de algumas espécies 
arbóreas até cadeias rochosas. Outro conceito importante versa sobre o 
próprio licenciamento ambiental que, segundo a Resolução CONAMA nº 
237/1997, estabelece em seu art. 1º, inciso I como o:
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as 
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao 
caso. (BRASIL, 1997)
13
Antunes (2020, p. 183) ensina que “o licenciamento ambiental é, 
juntamente com a fiscalização, a principal manifestação do poder de 
polícia exercido pelo Estado sobre as atividades utilizadoras de recursos 
ambientais”, de modo a esclarecer que compreende uma manifestação 
referente à atuação da Administração Pública.
Outro conceito relevante é a licença ambiental, que está presente 
também na Resolução CONAMA nº 237/1997, no art. 1º, inciso II e 
consiste em um:
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece 
as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, 
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos 
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou 
aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
(BRASIL, 1997)
Assim, verifica-se que em ambos os conceitos se relacionam com 
o exercício do poder de polícia da Administração Pública junto aos 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos naturais ou 
possam causar degradação ambiental. Desse modo, o procedimento 
de licenciamento ambiental se vinculará sempre a empreendimentos 
e atividades que tenham essa interação não benéfica junto ao meio 
ambiente. A partir desses conceitos é importante que conheça a 
existência de projetos de lei com a temática relacionada à atualização 
do procedimento de licenciamento ambiental que estão em tramitação 
junto ao Congresso Nacional.
Inicialmente, há um caso de projeto de lei em tramitação junto ao 
Senado, conhecido como PLS n. 168/ 2018, sendo de autoria de senador 
Acir Gurgacz (PDT/RO), denominado como Lei Geral de Licenciamento 
Ambiental. Esse projeto de lei, prevê uma série de exclusões de 
atividades ou empreendimentos que estão sujeitas ao licenciamento 
ambiental considerando as normas vigentes, como a Resolução 
14
CONAMA nº 237/1997 e a Lei Complementar n. 140/2011, estabelecendo 
ainda a criação de diferentes modalidades de licençasambientais. Um 
outro ponto tratado por esse projeto de lei está relacionado ao prazo 
de validade de licenças ambientais. Existe também um projeto de lei 
em tramitação junto à Câmara de Deputados, que é o mais antigo se 
comparado ao PLS 168/2018, sendo designado como PL 3.729/2004, 
de autoria dos deputados Luciano Zica (PT/SP), Walter Pinheiro (PT/BA), 
Zezéu Ribeiro (PT/BA) e outros, também conhecido como Projeto de Lei 
Geral de Licenciamento.
Analisando o texto do Substitutivo ao PL 3.729/2004 de autoria do 
deputado Mauro Pereira, apresentado em abril de 2017, este documento 
traz diversos pontos de atenção como a desnecessidade da participação 
de demais órgãos envolvidos no licenciamento ambiental como ICMBio, 
IPHAN e FUNAI entre outros. Outro ponto de atenção é o amplo poder 
discricionário que os órgãos licenciadores obteriam, permitindo a 
dispensa do procedimento de licenciamento ambiental para diversas 
atividades e empreendimentos.
Do mesmo modo que o projeto de lei do Senado, o PL 3.729/2004 
estabelece novos tipos de licenças ambientais que não estão previstas 
na Resolução CONAMA nº 237/1997, estabelecendo ainda a flexibilidade 
no prazo de validade máxima às licenças que estão previstas junto 
à Resolução CONAMA n. 237/1997 em seu art. 18 e incisos. O PL 
3.729/2204 ainda estabelece a possibilidade de adoção da arbitragem 
como mecanismos de resolução de conflitos em relação aos direitos 
patrimoniais disponíveis, excluindo da decisão pública e transferindo-a 
para a esfera privada, sendo um tema de interesse público.
Outro ponto que requer atenção no PL 3.729/2004 é a eliminação da 
responsabilidade objetiva, presente no direito ambiental e expresso 
na Política Nacional do Meio Ambiente em seu art. 14, § 1º e que se 
caracteriza pela necessidade de reparação e indenização em caso de 
dano, independentemente da existência de culpa. Esse ponto ainda viola 
15
o princípio da responsabilidade expressa na Constituição Federal em seu 
art. 225, § 3º, merecendo destaque o seu conhecimento.
O PL 3.729/2004 possui 23 (vinte e três) projetos de lei anexados a ele 
e houve muitos debates e evolução em seu processo de tramitação 
sob o argumento de que faz-se necessário reduzir a burocracia e 
simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental, dando maior 
celeridade para a implantação e operacionalização de atividades e 
empreendimentos, inclusive impulsionado pela Lei n. 13.874/2019, em 
seu art. 3º, inciso IX.
Diante das análise apresentadas, é possível que compreenda a 
repercussão e os impactos que as normas apresentadas acarretarão ao 
meio ambiente e também ao âmbito jurídico caso sejam aprovadas com 
as redações analisadas, sendo consideradas por alguns doutrinadores, 
legisladores e pessoas da sociedade como mecanismo simplificador e 
desburocratizante que o licenciamento ambiental representa, e para a 
outra parcela da sociedade, como retrocesso legal no meio jurídico e 
também ineficaz à proteção do meio ambiente e ao uso sustentável aos 
recursos naturais.
4. A qualidade ambiental como uma razão para 
se fazer o licenciamento ambiental
Em 1972, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o 
Meio Ambiente em Estocolmo (Suécia), sendo apresentado 
vinte e seis princípios norteadores, expressos na Declaração de 
Estocolmo sobre o Ambiente Humano, com o fim de preservação 
do meio ambiente de modo a permitir o desenvolvimento social 
e econômico. Essa conferência foi marcada sobre a viabilidade de 
articulação entre a preservação do meio ambiente combinado ao 
desenvolvimento socioeconômico, sendo o evento fomentador da 
16
ideia de desenvolvimento sustentável vindo a ser utilizado o termo 
sustentabilidade e desenvolvimento sustentável somente no Relatório 
de Brundtland, correspondendo a um dos pilares sobre a questão 
ambiental global.
A Organização das Nações Unidas, em 1983, criou a Comissão Mundial 
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, objetivando analisar as 
questões críticas no aspecto ambiental global e, assim, apresentar 
propostas exequíveis para seu enfrentamento, considerando 
especialmente a cooperação internacional entre os países. A Comissão 
Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento apresentou em 
1987 um relatório, conhecido como Nosso Futuro Comum ou Relatório 
Bruntdland, elencando uma série de medidas factíveis sendo que ficou 
marcado pela apresentação do conceito de desenvolvimento sustentável 
(Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1987) 
que corresponde “aquele que atende às necessidades do presente sem 
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas 
próprias necessidades”. As medidas contidas no relatório Nosso Futuro 
Comum visavam à promoção do desenvolvimento sustentável, sendo 
elas:
Tabela 1 – Medidas para o desenvolvimento sustentável
Limitação do crescimento populacional.
Garantia de recursos básicos a longo prazo.
Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com 
uso de fontes energéticas renováveis.
Aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base 
em tecnologias ecologicamente adaptadas.
17
Controle da urbanização desordenada e integração entrecampo e cidades 
menores.
Atendimento das necessidades básicas.
Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações 
de desenvolvimento.
Proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antárctica, oceanos 
etc., pela comunidade internacional.
Banimento das guerras;
Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela 
Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte: elaborada pelo autor.
Analisando o cenário nacional, houve a aprovação da Política Nacional 
de Meio Ambiente em 1981 e logo após a Constituição Federal 
apresenta o art. 225 (BRASIL, 1988) estabelecendo que todos tem 
direito ao meio ambiente equilibrado, sendo de uso comum do povo e 
essencial à qualidade de vida sadia, cabendo ao Poder Público e à toda 
a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo, inclusive para as 
futuras gerações.
Desse modo, está claro que ambos os documentos primam pela 
qualidade seja, do meio ambiente como da vida e estas palavras 
também estão expressas na Declaração de Estocolmo como no relatório 
Nosso Futuro Comum, sendo que para promover a preservação do 
meio ambiente deve-se considerar a qualidade, permitindo fomentar 
o desenvolvimento social e econômico, devendo ocorrer o uso e a 
exploração do meio ambiente e de seus recursos de modo criterioso 
18
permitindo a exploração de recursos ambientais compatível com a sua 
preservação para o futuro.
Importante que se conheça o conceito de qualidade ambiental, porém, 
não existe uma definição precisa e objetiva sobre o tema. Assim, Sewell 
(1978 apud MAZETTO, 2000) ensina:
Padrões quantitativos, o limite máximo ou mínimo aceitável e fixado 
para a maioria dos parâmetros ambientais, estão sujeitos a mudança e, 
na verdade, frequentemente mudam. E a direção da mudança é quase 
invariavelmente no sentido de níveis mais rígidos, que causam insatisfação 
entre aqueles que concordaram com padrões anteriores. (...) Eles são 
fixados pelo exame de critérios, na evidência empírica, descritiva, dos 
efeitos que os diferentes níveis de um poluente possam ter sobre o 
ambiente, incluindo-se a saúde humana. A seguir – em teoria – o padrão 
arbitrariamente fixado por especialistas que, pelo estudo dos critérios 
ponderam a ameaça total conhecida do poluente contra as consequências 
de padrões mais rígidos. Na prática, muitos padrões evoluem através 
do tempo e não são significativamente alterados por especialistas 
porque faltam critérios adequados e forças políticas contrarias seriam 
desencadeadas. (SEWELL, 1978 apud MAZETTO, 2000, p. 22)
Desse modo, o CONAMA deve considerar a regras que promovam a 
preservação, porém, que esteja alinhado ao desenvolvimento. Assim, 
deve estabelecer normas e padrões que mensurem o controle e a 
manutenção da qualidade domeio ambiente, permitindo o uso racional 
dos recursos ambientais junto ao desenvolvimento socioeconômico, 
como estabelece o art. 8º, inciso VII da Política Nacional do Meio 
Ambiente (BRASIL, 1981). Importante destacar que os demais entes da 
federação podem legislar sobre o estabelecimento de normas e padrões 
relacionados à preservação do meio ambiente e do controle da poluição 
como estabelece a Constituição Federal em seu art. 24, inciso IV (BRASIL, 
1988), harmonizando-se ainda com a Lei Complementar nº 140.
19
Para isso deve recorrer novamente à Política Nacional do Meio 
Ambiente, pois em seu art. 3º, inciso II (BRASIL, 1981), apresenta o 
conceito de degradação da qualidade ambiental como aquela que 
corresponde “a alteração adversa das características do meio ambiente”.
Recorrendo ao dicionário, Cunha (2011, p. 246) conceitua como 
qualidade “aquilo que se pode predicar de alguma coisa; aspecto 
sensível da percepção”. Ou seja, compreende uma percepção 
relacionada à sensibilidade, e, portanto, pode considerar como aquela 
percepção que possibilite a vivência e a existência do meio ambiente 
de modo equilibrado, possibilitando a existência de um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. O conceito também advém de um valor 
que lhe é conferido, permitindo que seja estabelecido juízos de valor 
ou limites que mensurem faixas delimitando algo que se aproxima do 
aceitável e o que não é aceitável.
Assim, o licenciamento deverá observar regras que possam delimitar 
o alcance de limites e padrões que possibilitem a convivência humana, 
a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, 
por meio de padrões que garantam a qualidade ambiental, seguindo 
inclusive a orientação de Sewell citado por Mazetto (2000), de que 
são estabelecidos por evidencias empíricas e descritivas fixadas por 
especialistas. Importante destacar que esse padrão de qualidade será 
refletido em diversos recursos naturais como água, ar entre outros, 
sendo para estes casos adotados padrões técnicos e científicos nacionais 
como internacionais.
Entretanto, para a qualidade ambiental, deve seguir o padrão que 
permita conciliar padrões consideráveis sadios e saudáveis para seres 
humanos, fauna e flora bem como o desenvolvimento de atividades 
econômicas que promovam o fomento econômico como social.
Desse modo, o conhecimento sobre a evolução histórica do 
licenciamento ambiental, com o conhecimento de aspectos históricos 
20
e jurídicos colaboram para a identificação de conceitos e princípios 
básicos como desenvolvimento sustentável, meio ambiente e qualidade 
ambiental verificando os caminhos para o futuro.
Referências Bibliográficas
ANTUNES, Paulo de B. Direito ambiental. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil 
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Federal, e dá outras providências. Disponível em: https://www.camara.leg.br/
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ROCHA, Debora C. de Castro da. Licenciamento ambiental: irregularidades e seus 
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TRENNEPOHL, Curt; TRENNEPOHL, Terence. Licenciamento ambiental. 8. ed. São 
Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
22
Legislação e licenciamento 
ambiental
Autoria: Fernanda Brusa Molino
Leitura crítica: Fabiano Melo Gonçalves de Oliveira
Objetivos
• Conhecer a legislação relacionada ao licenciamento 
ambiental.
• Compreender a aplicação da legislação e os 
conceitos empregados no procedimento de 
licenciamento ambiental.
• Conhecer os tipos de licenças ambientais.
23
1. Introdução
Você conhecerá a legislação relacionada ao procedimento de 
licenciamento ambiental, como a Resolução CONAMA nº 237/1997 
(BRASIL, 1997) como a Lei Complementar nº 140/2011 (BRASIL, 2011). 
Ademais, será importante conhecer os passos que compreende 
o procedimento de licenciamento ambiental ordinários, sendo 
mencionados algumas modalidades de licenciamento ambiental.
Por fim, será apresentado os tipos de licenças ambientais e sua 
aplicação.
2. A Resolução CONAMA nº 237/1997
Você tomou conhecimento que o licenciamento ambiental constitui 
um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, contudo sua 
aplicação está expressa em outras normas como a Resolução CONAMA 
nº 237/1997.
Dessa forma, necessário retomar alguns conceitos apresentados na 
Política Nacional do Meio Ambiente presente em seu art. 3º, inciso II 
(BRASIL, 1981) como a degradação da qualidade ambiental que consiste 
na alteração contrária às características do meio ambiente. O mesmo 
texto faz menção, em seu art. 8º (BRASIL, 1981), sobre a competência 
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que é integrante 
do SISNAMA, elencando o estabelecimento de normas e critérios para o 
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras.
Assim, segundo a Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981), 
surgeo Conselho Nacional do Meio Ambiente, sendo operacionalizada 
com a publicação de resoluções e recomendações, com a finalidade de:
24
[...] assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de 
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais 
e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial 
à sadia qualidade de vida. (BRASIL, 1988)
A Resolução CONAMA nº 237/1997 apresenta informações relevantes 
para o procedimento de licenciamento como seus conceitos, 
documentos necessários e espécies de licenças, considerando o 
procedimento ordinário.
Já no primeiro artigo da Resolução CONAMA nº 237/1997 (BRASIL,1997), 
há a apresentação de definições de termos que reiteradamente são 
utilizados como licenciamento ambiental, licença ambiental, estudos 
ambientais e impacto ambiental regional. Ademais, a Lei Complementar 
nº140/2011, que é a legislação mais recente que apresenta o conceito 
sobre licenciamento ambiental em seu art. 2º, inciso I (BRASIL, 2011), o 
elenca como:
Procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou 
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental. (BRASIL, 1988)
Dessa forma, com a leitura do conceito apresentado na Resolução e 
considerando ainda o conceito apresentado pela Lei Complementar nº 
140/2011, que também busca apresentar o conceito para licenciamento 
ambiental em seu art. 2º, inciso I, pode-se extrair alguns termos chaves 
e compreender o seu significado. Assim, sucintamente, o licenciamento 
ambiental corresponde a um procedimento de natureza administrativa 
que objetiva licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de 
recursos ambientais, capazes de causar degradação ambiental em razão 
de sua efetiva ou potencial capacidade de poluição.
25
Importante que tenha ciência acerca do conceito de licença ambiental, 
outro tema bastante controverso, e que está presente na Resolução 
CONAMA nº 237/1997 em seu artigo 1º, II (BRASIL, 1997) sendo expresso 
como:
Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece 
as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, 
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos 
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou 
aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. 
(BRASIL, 1997)
Assim, apesar do uso dos termos licenciamento e licença, presentes na 
Resolução CONAMA nº 237/1997 como também na Lei Complementar nº 
140/2011, segundo Trennepohl & Trennepohl (2020, p. 54), a expressão 
licenciamento é a mais utilizada apesar de não ser o modo mais correto 
de empregá-la, pois “o processo de anuência do Poder Público com as 
obras ou atividades condicionadas à aprovação do Estado, embora, em 
muitas vezes, não se trate de uma licença na concepção administrativista 
da palavra, mas de autorização”.
Dessa forma, a expressão “licença ambiental” merece atenção, isso 
por conta de distinção encontrada para o mesmo termo na esfera 
administrativa. Assim, no âmbito do Direito Administrativo, segundo 
Alexandrino e Paulo (2012):
Licença é ato administrativo vinculado e definitivo, editado com 
fundamento no poder de polícia administrativa, nas situações em 
que o ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência previa da 
administração pública como condição para o exercício, pelo particular, de 
um direito subjetivo de que ele seja titular. (ALEXANDRINO; PAULO, 2012, 
p. 486)
Em contrapartida, referidos autores ainda definem que:
26
Autorização é um ato administrativo por meio do qual a administração 
pública possibilita ao particular a realização de alguma atividade de 
predominante interesse deste, ou a utilização de um bem público. 
Na maior parte dos casos, a autorização configura um ato de polícia 
administrativa – quando constitui uma exigência imposta como condição 
para a prática de uma atividade privada ou para o uso de um bem 
público –. Segundo o entendimento doutrinário há muito consagrado, a 
autorização, seja qual for seu objeto, é um ato discricionário [...]. Ademais, 
o mesmo depois de obtida a autorização, não tem o particular direito à sua 
manutenção, podendo a administração revogá-la a qualquer tempo, ou 
seja, trata-se de um ato administrativo precário. (ALEXANDRINO; PAULO, 
2012, p. 486)
Diante da apresentação dos conceitos na seara administrativa, está claro 
a distinção entre eles, e resumidamente pode ser compreendida da 
seguinte forma:
Figura 1 – Distinção entre Licença e Autorização 
no Direito Administrativo
Fonte: elaborada pelo autor.
O caráter vinculado da licença sinaliza que sua emissão independe 
de análise da Administração Pública, bastando o atendimento às 
normas estabelecidas, distintamente do caráter discricionário, que 
27
nessa hipótese dependerá da decisão e conveniência da Administração 
Pública.
Quanto a distinção entre a definitividade e precariedade do ato, o 
primeiro é conferido de modo pleno em face de direito individual de 
quem requere, não cabendo revogação. Entretanto, no segundo, não 
gera direito adquirido ao requerente e pode ser revogado a qualquer 
tempo sem direito à indenização.
Contudo, na seara ambiental considerando especificamente a 
Resolução CONAMA nº 237/1997, há distinção entre os conceitos acima 
apresentados, pois, segundo Fiorillo citado por Trennepohl & Trennepohl 
(2020, p. 70), “a licença ambiental deixa de ser um ato vinculado para 
ser um ato com discricionariedade sui generis”, ou seja, é um ato que 
depende da decisão da Administração contudo, apresentando algumas 
especificidades.
Sobre a distinção entre licença administrativa e licença ambiental, 
Antunes (2020) descreve:
A licença administrativa, que possui caráter de definitividade, só 
podendo ser revogada por interesse público ou por violação das 
normas legais (STF – RE 106931/PR. Min. Carlos Madeira. 2º Turma. 
DJU:16/5/1986, p.8188), sendo que, na primeira hipótese, a revogação 
far-se-á mediante indenização (STF – RMS 2810. Min. Mario Guimarães. 
Pleno. DJU:24/12/1956, p. 2465); importante ressaltar que somente será 
legal a revogação precedida de ampla defesa e contraditório, haja vista 
que a licença, em tese, concede direitos ao seu titular; já a autorização 
expedida a título precário é revogável a qualquer momento pelo poder 
autorizante, mediante um juízo de conveniência e oportunidade. As 
licenças e autorizações ambientais tem as suas origens e com estas 
mantem uma relação intensa e, por vezes, conflitante. Assim, não há que 
se confundir a licença ambiental com a autorização ambiental. As duas 
modalidades de alvarás são perfeitamente validas. Ocasiões existirão 
em que a hipótese será de concessão de licença ambiental; em outras, a 
questão será resolvida mediante autorização ambiental. A LC nº 140/2011, 
28
expressamente, e em várias passagens, reconhece a existência das 
“autorizações ambientais”. Este fato tem enorme repercussão jurídica que 
ainda não foi devidamente analisado pela doutrina e jurisprudência.
Ao longo dos anos temos sustentado a tese de que há uma 
diferença clara entre as licenças de direito ambiental e as licenças 
de administrativas, havendo uma natureza especial para a licença 
ambiental. (ANTUNES, 2020, p. 184)
Analisando o entendimento de Antunes (2020), este registra a diferença 
entre os termos licença utilizados no âmbito administrativo e ambiental, 
destacando que deve-se adotar entendimentos distintos para cada uma 
das esferas. Apesar da relação existente entre elas, contudo, apresenta 
uma nova reflexão, ou seja, sobre a existência da licença ambiental e 
da autorização ambiental, sendo ambos os conceitos válidos. Porém, 
não apresentam a diferenciação entre eles, sendo algo ainda bastante 
incipienteconsiderando doutrina e jurisprudência, conforme o próprio 
professor relata em sua explicação.
Desse modo, para facilitar seu entendimento frente a essa questão 
apresentada referente aos conceitos, importante que compreenda 
e adote uma das ideias defendidas por cada ala de doutrinadores 
apresentados, trazendo argumentos e justificativas embasadas para 
defender seu entendimento, haja vista não existir unanimidade sobre o 
tema, especialmente considerando os conceitos de autorização e licença 
no âmbito ambiental.
Importante destacar que as licenças ambientais são solicitadas junto 
ao órgão ambiental competente, devendo estes serem acompanhados 
de estudos e apresentação de uma série de documentos solicitados 
conforme estabelece o art. 3º da Resolução CONAMA nº 237/1997, o 
qual informa que a licença deverá ser acompanhada de prévio estudo 
de impacto ambiental e de seu respectivo relatório de impacto sobre 
o meio ambiente (EIA/RIMA) para empreendimentos e atividades 
29
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa 
degradação do meio ambiente. Tal dispositivo ainda destaca a 
necessidade da publicidade, já que serão os documentos e estudos 
apresentados em audiências públicas. Vale destacar que a audiência 
pública ocorrerá em situações especificas, conforme estabelece a 
Resolução CONAMA nº 9/1987.
Com essa análise realizada sobre a Resolução CONAMA nº 237/1997, 
detalhando especialmente os conceitos apresentados, abordando 
conceitualmente o procedimento de licenciamento bem como 
apresentando o uso da expressão licença, diante da diversidade de 
entendimento acerca de seu conceito e emprego no âmbito ambiental e 
administrativo.
3. Lei Complementar n. 140/2011 (BRASIL, 2011)
A Política Nacional do Meio Ambiente foi uma legislação inovadora 
e de grande importância no cenário jurídico ambiental, porém, não 
apresentou competências claras entre os entes federados em termos 
legislativos. Dessa forma, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 
23 dispôs sobre a competência comum entre União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios na proteção e preservação do meio ambiente e ao 
combate à poluição, trazendo expressamente a necessidade de fixação 
de normas para a cooperação entre os entes federados.
Dessa forma, até o surgimento da Lei Complementar n. 140/2011, 
surgiram diversos mecanismos para preenchimento dessa lacuna por 
intermédio de leis ordinárias, decretos, resoluções e até portarias, 
que foram ineficazes para definir competências para a emissão destas 
licenças. Podemos, inclusive, elencar a própria Resolução CONAMA nº 
237/1997, que não foi o tipo normativo adequado para apresentar os 
mecanismos de cooperação entre os entes na defesa do meio ambiente.
30
Isso, de fato, foi um grande problema, pois, considerando a espécies 
legislativas, há o aspecto material relevante, justamente porque a 
Constituição estabelece taxativamente a regulamentação que ocorrerá 
por meio da Lei Complementar, cabendo à lei ordinária, atuação 
residual. Portanto, no caso do art. 23 da Constituição Federal (BRASIL, 
1988), em seu parágrafo único, caberia apenas à Lei Complementar 
fixar estas normas de cooperação, não podendo utilizar nenhuma outra 
espécie.
No aspecto prático, essa ausência de lei complementar para a 
definição das áreas de atuação dos diferentes entes da federação 
acabou ocasionando diversos desentendimentos entres os órgãos 
pertencentes ao SISNAMA, gerando risco à implantação desse sistema 
e também muita insegurança jurídica, com demandas que buscavam 
recorrentemente o Judiciário diante da lacuna legislativa, de modo a não 
incentivar investimentos em virtude de possíveis prejuízo em razão de 
embargo às atividades e autuações.
Sobre esse problema do conflito de competência, Freitas citado por 
Trennepohl & Trennepohl (2020, p. 55), explica que:
Há – é inegável – disputa de poder entre órgãos ambientais, fazendo 
com que, normalmente, mais de um atribua a si mesmo competência 
legislativa e material. Há, também, outra controvérsia histórica que jamais 
desaparecerá: o poder central está distante e desconhece os problemas 
locais; o poder local está mais próximo dos fatos, porém é influenciado 
e envolvido nos seus próprios interesses. (FREITAS apud TRENNEPOHL; 
TRENNEPOHL, 2020, p. 55)
A primeira grande inovação da Lei Complementar n. 140/2011 foi a 
impossibilidade de duplicidade no licenciamento ambiental conforme 
estabelece seu art. 13 (BRASIL, 2011), competindo a apenas um único 
ente federativo a atribuição sobre o licenciamento ou autorização.
31
Outro ponto relevante é o art. 17 da Lei Complementar n. 140/2011 
(BRASIL, 2011) que estabelece:
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, 
conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de 
infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração 
de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou 
atividade licenciada ou autorizada.
[...]
§ 2º Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade 
ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá 
determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando 
imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis.
§ 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes 
federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de 
empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou 
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, 
prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha 
a atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
(BRASIL, 2011)
Assim, verifica-se a necessidade de articulação entre os artigos 13 e 17 
da Lei Complementar n. 140/2011, pois apesar da atribuição comum 
de fiscalização entre os entes federados, haverá a predominância do 
auto de infração ambiental que for lavrado pelo órgão licenciador 
responsável no caso do licenciamento ambiental.
Outro destaque é a distinção entre as atuações supletiva e subsidiária, 
presente no art. 2º da Lei Complementar (BRASIL, 2011):
II–atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao 
ente federativo originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses 
definidas nesta Lei Complementar;
32
III–atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no 
desempenho das atribuições decorrentes das competências comuns, 
quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das 
atribuições definidas nesta Lei Complementar. (BRASIL, 2011)
Importante destacar que na atuação supletiva, existe uma gradação para 
essa substituição presente no art. 15 da Lei Complementar n. 140/2011, 
conforme destacado a seguir:
Figura 2 – Atuação Supletiva segundo LC n. 140/2011
Fonte: elaborada pelo autor.
Assim, a atuação supletiva sempre ocorrerá por intermédio da 
substituição de um ente federado que detém a atribuição para um outro 
ente federado, que originariamente não a detém, sendo observado a 
regra estabelecida no art. 15 e incisos da Lei Complementar n. 140/2011, 
ou seja, na falta de órgão ambiental na esfera estadual ou no Distrito 
Federal, caberá à União. Para o caso de ausência de órgão ambiental 
33
licenciador no Município, a atuação supletiva será do Estado; e na 
ausência de órgão ambiental licenciador no Município e no Estado, a 
atuação supletiva será da União.
Para a atuação subsidiária, significa que o órgão ambiental licenciador 
originária responsável pelo licenciamento ambiental atuará, contudo, 
contará com a participação de outro órgão ambiental, que não detém 
originariamente a atribuição, que o auxiliará, sendo essa participação 
solicitada pelo órgão licenciador originário. Assim, por exemplo, em 
uma atuação do IBAMA para licenciar determinado empreendimento 
que terá impacto em dois Estados, o órgão poderá solicitar auxílio 
junto aos órgãos ambientais dos dois Estados nafiscalização desse 
empreendimento, pois, originariamente, essa competência pertence 
apenas à União.
Entre as ações de cooperação presentes na Lei Complementar n. 
140/2011, no art. 7º, foram definidas as ações administrativas de 
responsabilidade da União, contemplando o licenciamento ambiental 
de responsabilidade do órgão ambiental licenciador no âmbito federal, 
estando expresso em seu inciso XIV, (BRASIL, 2011) observando as 
seguintes especificidades:
34
Figura 3 – Competência da União para licenciamento de atividades
Fonte: elaborada pelo autor.
No caso dos Estados, a Lei Complementar n. 140/2011 definiu em seu 
art. 8º, inciso XIV a responsabilidade para licenciamento ambiental de 
atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, 
efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes de causar degradação 
ambiental, ressalvando a competência da União e dos Municípios. 
Para contextualizar, há necessidade de recorrer a um exemplo real, 
assim, é de conhecimento notório o destino turístico de Ceará e de sua 
capital, Fortaleza, sendo um passeio frequente a muitos turistas a ida 
ao Beach Park, um parque aquático e complexo turístico e hoteleiro. 
O licenciamento desse empreendimento tem como responsável o 
órgão ambiental estadual, Semace. Contudo, o que é desconhecimento 
de muitos turistas é a localização do complexo, situado no município 
de Aquiraz, que é vizinho a Fortaleza. Apesar, da existência de órgão 
35
ambiental municipal, diante do impacto ambiental na região e não 
apenas no município de Aquiraz, o órgão responsável pelo licenciamento 
para este empreendimento é o Semace.
Já para o caso dos Municípios, a Lei Complementar estabeleceu em seu 
art. 9º, inciso XIII o exercício do controle e fiscalização de atividades 
e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, 
ambientalmente, for cometida ao Município, sendo que este atuará 
quando a atividade ou empreendimento causar impacto ambiental local, 
conforme tipologia definida pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente, 
considerando os critérios de porte, potencial poluídos e natureza da 
atividade. Além disso, caberá ao Município a fiscalização e controle em 
unidades de conservação instituídas pelo próprio ente, com exceção da 
área de proteção ambiental.
Por fim, um outro dispositivo importante está expresso no art. 14, § 
4º da lei Complementar nº 140/2011 (BRASIL, 2011), estabelecendo 
como prazo mínimo de antecedência para a renovação de licença 
ambiental o período de 120 (cento e vinte) dias da expiração do seu 
prazo de validade, permitindo a prorrogação automática da licença até a 
manifestação definitiva do órgão competente.
Assim, é possível verificar a importância da Lei Complementar n. 
140/2011 para o processo de licenciamento e para o cenário legislativo 
ambiental.
4. Licenças ambientais
Na Política Nacional do Meio Ambiente, em seu art. 10 (BRASIL, 
1981), há a determinação de que a construção, instalação, ampliação 
e funcionamento de atividades e estabelecimentos que utilizam 
os recursos ambientais, que efetiva ou potencialmente causam 
36
poluição e que possam causar degradação ambiental, dependerão de 
licenciamento ambiental prévio. Assim, será necessário a exigência de 
estudos ambientais prévios.
A Resolução CONAMA nº 237/1997 apresenta as espécies de licença em 
seu art. 8º (BRASIL, 1997):
O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as 
seguintes licenças:
I–Licença Prévia (LP)–concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, 
atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua 
implementação;
II–Licença de Instalação (LI)–autoriza a instalação do empreendimento 
ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, 
programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle 
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo 
determinante;
III–Licença de Operação (LO)–autoriza a operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que 
consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e 
condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único–As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada 
ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do 
empreendimento ou atividade. (BRASIL, 1997)
Sucintamente, os tipos de licenças se distribuem da seguinte forma: 
a) Licença prévia (LP), que deve ser pleiteada na fase preliminar 
de planejamento e terá como fim atestar a viabilidade ambiental 
e requisitos básicos; b) Licença de instalação (LI), sendo solicitada 
para a autorização e instalação do empreendimento ou atividade 
37
observando especificações contidas em planos, programas e projetos, 
além da imposição de medidas de controle ambiental; e c) Licença de 
Operação, cuja solicitação busca autorizar a operação da atividade ou 
empreendimento, devendo atestar que houve o efetivo cumprimento 
das medidas estabelecidas nas licenças anteriores.
Essa tipologia segue o licenciamento trifásico, contudo, existem diversos 
outros procedimentos de licenciamento que possuem uma distribuição 
distinta de licenças, muitos deles sendo licenciamentos específicos, 
conforme estabelece o art. 9º da Resolução CONAMA nº 237/1997, 
ocorrendo nos âmbitos federal e estadual.
E por fim, é importante que conheça os prazos de validade de cada 
tipo de licença que está expresso no art. 18 da Resolução CONAMA nº 
237/1997 (BRASIL, 1997):
Figura 4 – Validade das licenças
Fonte: elaborada pelo autor.
Desse modo, é possível conhecer sucintamente os conceitos e normas 
do procedimento de licenciamento ambiental apresentados na Lei 
Complementar nº 140/2011 e Resolução CONAMA nº 237/1997, 
conhecendo os tipos de licenças e seus prazos de validade permitindo 
maior propriedade, considerando o procedimento ordinário.
38
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BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988. Brasília: D.O.U., 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 11 ago. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe 
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação 
e aplicação, e dá outras providências. Brasília: DO.U., 1981. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm. Acesso em: 11 ago. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei Complementar nº 140/11. Fixa normas, 
nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da 
Constituição Federal, [...]. Brasília: D.O.U., 2011. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm. Acesso em: 11 ago. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro 
de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios 
utilizados para o licenciamento ambiental. Disponível em: https://www.icmbio.gov.
br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf. Acesso em: 11 ago. 2020.
TRENNEPOHL, Curt; TRENNEPOHL, Terence. Licenciamento ambiental. 8. ed. São 
Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm
https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf
https://www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf
39
Atividades econômicase 
licenciamento ambiental
Autoria: Fernanda Brusa Molino
Leitura crítica: Fabiano Melo Gonçalves de Oliveira
Objetivos
• Conhecer os tipos de atividades que devem se 
submeter ao procedimento de licenciamento 
ambiental.
• Compreender os órgãos responsáveis pelo 
licenciamento ambiental.
• Compreender o procedimento de licenciamento 
ambiental.
40
1. Introdução
Você conhecerá as atividades que obrigatoriamente devem se 
submeter ao procedimento de licenciamento ambiental, diante de sua 
potencialidade ou até mesmo danosidade junto ao meio ambiente, 
considerando ainda seu porte e não apenas sua natureza poluidora.
Ademais, serão apresentados os órgãos envolvidos e responsáveis pelo 
licenciamento ambiental considerando o âmbito de atuação junto aos 
entes federados.
Por fim, será apresentado o procedimento de licenciamento ambiental 
de modo sucinto, considerando o âmbito federal e procedimento 
ordinário, permitindo analisar e compreender as etapas que devem ser 
observadas minimamente.
2. Empreendimentos e atividades que 
necessitam de licenciamento ambiental
A Política Nacional do Meio Ambiente em seu art. 10 (BRASIL, 1981) 
estabeleceu a necessidade de que construções, instalações, ampliações 
e funcionamentos de empreendimentos e atividades que efetiva ou 
potencialmente podem causar degradação ambiental dependerão de 
prévio licenciamento ambiental. Do mesmo modo, a Resolução CONAMA 
nº 237/1997 (BRASIL, 1997), em seu art. 2º, apresenta texto semelhante, 
dispondo que a localização, construção, instalação, ampliação, 
modificação e operação de empreendimentos e atividades consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras, ou de empreendimentos capazes 
de causar degradação ambiental, dependerão, obrigatoriamente, de 
prévio licenciamento junto ao órgão ambiental competente sem prejuízo 
de exigibilidade de outras licenças.
41
Assim, é evidente a necessidade de autorização junto aos órgãos 
competentes para que ocorra o licenciamento ambiental. Porém, como 
identificar estas atividades ou empreendimentos?
Para o âmbito federal, você encontrará a resposta analisando a 
Resolução CONAMA n. 237/1997(BRASIL, 1997), em seu art. 2º, § 
2º, ou seja, há necessidade de licenciamento ambiental junto aos 
empreendimentos e atividades relacionadas no Anexo 1 da mesma 
Resolução, sendo que estão distribuídas em tipos de indústrias, e em 
cada indústria ainda são apresentadas os tipos de atividades, sendo elas:
Quadro 1 – Atividades ou empreendimentos sujeitos ao 
licenciamento ambiental (Resolução CONAMA nº 237/1997)
INDÚSTRIA ATIVIDADE
Extração e 
tratamento de 
minerais
Pesquisa mineral com guia de utilização.
Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem 
beneficiamento.
Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento.
Lavra garimpeira.
Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural.
Indústria de 
produtos minerais 
não metálicos
Beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à 
extração
Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos 
tais como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, 
amianto e vidro, entre outros.
42
Indústria 
metalúrgica
Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos.
Produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/
relaminados com ou sem tratamento de superfície, inclusive 
galvanoplastia.
Metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e 
secundárias, inclusive ouro.
Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não-
ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive 
galvanoplastia.
Relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas.
Produção de soldas e anodos.
Metalurgia de metais preciosos.
Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas.
Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento 
de superfície, inclusive galvanoplastia.
Fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não-
ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive 
galvanoplastia.
Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, 
tratamento de superfície.
Indústria 
mecânica
Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e 
acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de superfície.
Indústria de 
material elétrico, 
eletrônico e 
comunicações
Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores.
Fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos 
para telecomunicação e informática.
Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos.
43
Indústria de 
material de 
transporte
Fabricação e montagem de veículos rodoviários e 
ferroviários, peças e acessórios.
Fabricação e montagem de aeronaves.
Fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes.
Indústria de 
madeira
Serraria e desdobramento de madeira.
Preservação de madeira.
Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, 
prensada e compensada.
Fabricação de estruturas de madeira e de móveis.
Indústria de papel 
e celulose
Fabricação de celulose e pasta mecânica.
Fabricação de papel e papelão.
Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e 
fibra prensada.
Indústria de 
borracha
Beneficiamento de borracha natural.
Fabricação de câmara de ar e fabricação e 
recondicionamento de pneumáticos.
Fabricação de laminados e fios de borracha.
Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma 
de borracha, inclusive látex.
44
Indústria de 
couros e peles
Secagem e salga de couros e peles.
Curtimento e outras preparações de couros e peles.
Fabricação de artefatos diversos de couros e peles.
Fabricação de cola animal.
45
Indústria química
Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos.
Fabricação de produtos derivados do processamento de 
petróleo, de rochas betuminosas e da madeira.
Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo.
Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos 
essenciais vegetais e outros produtos da destilação da 
madeira.
Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos 
e de borracha e látex sintéticos.
Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para 
caça-desporto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos.
Recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e 
animais.
Fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e 
sintéticos.
Fabricação de preparados para limpeza e polimento, 
desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas.
Fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, 
impermeabilizantes, solventes e secantes.
Fabricação de fertilizantes e agroquímicos.
Fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários.
Fabricação de sabões, detergentes e velas.
Fabricação de perfumarias e cosméticos.
Produção de álcool etílico, metanol e similares.
46
Indústria de 
produtos de 
matéria plástica
Fabricação de laminados plásticos.
Fabricação de artefatos de material plástico.
Indústria têxtil, 
de vestuário, 
calçados e 
artefatos de 
tecidos
Beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal 
e sintéticos.
Fabricação e acabamento de fios e tecidos.
Tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do 
vestuário e artigos diversos de tecidos.
Fabricação de calçados e componentes para calçados.
47
Indústria 
de produtos 
alimentares e 
bebidas
Beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de 
produtos alimentares.
Matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e 
derivados de origem animal.
Fabricação de conservas.
Preparação de pescados e fabricação de conservas de 
pescados.
Preparação, beneficiamento e industrialização de leite e 
derivados.
Fabricação e refinação de açúcar.
Refino/preparação de óleo e gorduras vegetais.
Produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal 
para alimentação.
Fabricação de fermentos e leveduras.
Fabricação de rações balanceadas e de alimentos 
preparados para animais.
Fabricação de vinhos e vinagre.
Fabricação de cervejas, chopes e maltes.
Fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como 
engarrafamento e gaseificação de águas minerais.
Fabricação de bebidas alcoólicas.Indústria de fumo
Fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras 
atividades de beneficiamento do fumo.
48
Indústrias 
diversas
Usinas de produção de concreto.
Usinas de asfalto.
Serviços de galvanoplastia.
Obras civis
Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos.
Barragens e diques.
Canais para drenagem.
Retificação de curso de água.
Abertura de barras, embocaduras e canais.
Transposição de bacias hidrográficas.
Outras obras de arte.
49
Serviços de 
utilidade
Produção de energia termoelétrica.
Transmissão de energia elétrica.
Estações de tratamento de água.
Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de 
esgoto sanitário.
Tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e 
sólidos).
Tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de 
agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de 
saúde, entre outros.
Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, 
inclusive aqueles provenientes de fossas.
Dragagem e derrocamentos em corpos d’água.
Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas.
Transporte, 
terminais e 
depósitos
Transporte de cargas perigosas.
Transporte por dutos.
Marinas, portos e aeroportos.
Terminais de minério, petróleo e derivados e produtos 
químicos.
Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos.
50
Turismo
Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos 
e autódromos.
Atividades 
diversas
Parcelamento do solo.
Distrito e polo industrial.
Atividades 
agropecuárias
Projeto agrícola.
Criação de animais.
Projetos de assentamentos e de colonização.
Uso de recursos 
naturais
Silvicultura.
Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos 
florestais.
Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna 
silvestre.
Utilização do patrimônio genético natural.
Manejo de recursos aquáticos vivos.
Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente 
modificadas.
Uso da diversidade biológica pela biotecnologia.
Fonte: elaborado pelo autor.
A Política Nacional do Meio Ambiente também apresenta a relação de 
atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental 
por meio da apresentação do Anexo VIII (BRASIL, 1981). Desse modo, 
51
a relação de empreendimentos e atividades é muito similar, porém, 
se diferencia em alguns aspectos. O primeiro aspecto é a ausência da 
apresentação de atividades relacionadas ao parcelamento de solos e em 
relação às atividades agropecuárias. O segundo aspecto é que na Política 
Nacional do Meio Ambiente, há a apresentação de classificação para cada 
atividade considerando seu potencial poluidor relacionado ao grau de 
utilização (Pp/Gu), sendo que esse indicador não é apresentado junto às 
atividades na Resolução CONAMA n. 237/1997. Contudo, importante que 
ambos textos se articulem, justamente porque a Resolução CONAMA n. 
237/1997 deve observar as regras apresentadas pela Política Nacional do 
Meio Ambiente.
Em relação às atividades e empreendimentos sujeitos ao procedimento 
de licenciamento ambiental, é importante correlacionar a um dispositivo 
da Política Nacional do Meio Ambiente, que consiste na criação e cobrança 
da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), pois consiste em um 
espécie de tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder 
de polícia atribuído ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (IBAMA), atinente ao controle e fiscalização de 
atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
Sucintamente é possível correlacionar como atividade ou empreendimento 
que existe a obrigatoriedade do licenciamento caso estes estejam 
sujeitos ao pagamento do TCFA, justamente por abarcar as atividades 
potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais, conforme 
estabelece o artigo 17-C da Política Nacional do meio Ambiente (BRASIL, 
1981). Contudo, compreenda que a Taxa de Controle e Fiscalização 
Ambiental, não está vinculada à competência para o licenciamento 
ambiental, sendo que ele é cobrado em razão do poder de polícia do ente 
federado IBAMA que é o órgão federal. Por conta do TCFA ser uma taxa de 
cobrança federal, diversos órgãos estaduais de meio ambiente celebram 
convênios com o IBAMA para se beneficiarem dos recursos originados pelo 
TCFA, conforme estabelece os artigos 17-P e 17-Q da Política Nacional do 
52
Meio Ambiente (BRASIL, 1981), especialmente considerando as atividades 
de fiscalização ambientais.
Trennepohl & Trennepohl (2020, p. 116) explicam a questão da cobrança 
entre os entes federados explicitando que:
Em vez de cobrar a TCFA e conceder o crédito do pagamento efetuado ao 
órgão estadual pelo administrado, o setor de arrecadação do IBAMA e o órgão 
de arrecadação estadual já emitem um boleto de arrecadação único, ficando 
60% do valor para o Estado e 40% para a União. (TRENNEPOHL; TRENNEPOHL, 
2020, p. 116)
Apenas para que você possa compreender, a Taxa de Controle e 
Fiscalização Ambiental, surgiu posteriormente à Politica Nacional do Meio 
Ambiente, por meio da Lei n. 10.165/2000 que a alterou, por essa razão 
há menção ao Anexo contido na Política Nacional de Meio Ambiente, 
entretanto, é utilizado com referencial para o procedimento no âmbito 
federal, o Anexo 1 presente na Resolução CONAMA nº 237/1997. Lembre-se 
que ambos os textos, Resolução CONAMA nº 237/1997 e a Política Nacional 
de Meio Ambiente, se complementam para regulamentar o procedimento 
de licenciamento ambiental no âmbito federal.
Com a apresentação das atividades que necessitam de licença da 
Administração Pública, considerando a esfera federal, justamente pelo 
impacto junto ao meio ambiente, é possível identificar quais atividades e 
empreendimentos necessitam do licenciamento ambiental prévio.
3. Órgãos responsáveis pelo licenciamento 
ambiental
Considerando a Resolução CONAMA n. 237/1997, em seu art. 4º 
estabelece a competência pelos licenciamento ambiental no âmbito 
nacional ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
53
Naturais Renováveis (IBAMA) e , e observando a Constituição Federal 
em seu art. 23, a competência para a proteção do meio ambiente está 
compartilhado entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Assim, é importante considerar a Lei Complementar n. 140/2011 para 
estabelecer os mecanismos de cooperação, para verificar que em 
cada esfera administrativa, haverá agentes distintos responsáveis pelo 
licenciamento ambiental.
Desse modo, IBAMA atuará nos licenciamentos de atividades ou 
empreendimentos de responsabilidade da União conforme estabelece a 
Lei Complementar n. 140/2011 em seu art. 7º, inciso XIV (BRASIL, 2011).
As atividades ou empreendimentos sob a responsabilidade dos 
Municípios nos termos do art. 9º, inciso XIV da Lei Complementar 
n. 140/2011 (BRASIL, 2011), cabendo ao ente a criação de órgão 
competente para esse fim, do mesmo modo que os Estados, observando 
o artigo 8º, incisos XIV e XV.
Portanto, de modo sucinto, pode estabelecer como órgãos competentes 
aqueles estabelecidos em cada âmbito considerando os entes 
federados, assim, terá um órgão federal, materializando-se na figura 
do IBAMA, como também no âmbito dos Estados e Distrito Federal 
e ainda nos municípios. Para o caso específico do Distrito Federal, o 
ente acabará acumulando as responsabilidades de Estado e Município, 
conforme estabelece o art. 10 da Lei Complementar nº 140/2011 
(BRASIL, 2011).
No caso dos Estados, há necessidade de detalhar qual é o órgão 
responsável pelo licenciamento, e isso é bastante facilitado quando 
se busca auxílio junto ao site do Portal Nacional de Licenciamento 
Ambiental (PNLA), onde há a relação de todos órgãos licenciadores, 
sendo eles:
54
Tabela 1 – Órgãos licenciadores por Estado
ACRE: Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
ALAGOAS: Instituto do Meio Ambiente (IMA).
AMAPÁ: Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá 
(Imap).
AMAZONAS: Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
BAHIA: Institutodo Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
CEARÁ: Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
DISTRITO FEDERAL: Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
ESPÍRITO SANTO: Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema).
GOIÁS: Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades 
e assuntos Metropolitanos (Secima).
MARANHÃO: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais 
(Sema).
MATO GROSSO: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
MATO GROSSO DO SUL: Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul 
(Imasul).
MINAS GERAIS: Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável (Semad).
PARÁ: Secretaria de Estadual de Meio Ambiente (Sema).
PARAÍBA: Superintendência do Meio Ambiente (Sudema).
PARANÁ: Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
55
PERNAMBUCO: Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH)
PIAUÍ: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar).
RIO DE JANEIRO: Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
RIO GRANDE DO NORTE: Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio 
Ambiente do RN (Idema).
RIO GRANDE DO SUL: Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis 
Roessler (Fepam).
RONDÔNIA: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
RORAIMA: Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).
SANTA CATARINA: Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).
SÃO PAULO: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
SERGIPE: Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema).
TOCANTINS: Instituto Natureza do Estado do Tocantins (Naturatins).
Fonte: adaptada de Brasil ([s.d.]).
Importante destacar que cada órgão estabelece normas técnicas 
específicas e cada Estado pode estabelecer legislações próprias para os 
órgãos competentes, devendo sempre recorrer ao estudo das normas 
específicas de cada Estado.
Para os municípios, vale o mesmo alerta, justamente pela possibilidade 
de criação e implementação de normas específicas para determinado 
órgão ambiental e legislação local. Portanto, resumidamente podemos 
apresentar do seguinte modo:
56
Figura 1 – Competência entes federados versus órgãos licenciadores
Fonte: elaborada pelo autor.
A Política Nacional do Meio Ambiente estabelece em seu art. 17 (BRASIL, 
1981):
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis–IBAMA
[...]
II–Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Utilizadoras de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas 
físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras 
e/ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos 
potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e 
subprodutos da fauna e flora. (BRASIL, 1981)
Diante do dispositivo a Administração Pública só poderá exercer o 
poder de polícia por meio de seus órgãos competentes com o cadastro 
das atividades, independentemente do processo administrativo de 
57
licenciamento ambiental. Dessa forma, o interessado deve realizar a 
inscrição por meio do site ou presencialmente em uma unidade do 
IBAMA , que é o órgão responsável por esse cadastro. Em seguida, 
é emitido o Certificado de Registro juntamente com a apresentação 
de formulários necessários para a elaboração do Relatório Anual 
de Atividades, e a partir desse momento ocorre o controle e gestão 
sobre a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental, que será cobrada 
trimestralmente.
Sobre a TCFA é importante que você tenha conhecimento que caso 
uma atividade seja interrompida ou suspensa, o responsável deve 
realizar a alteração da situação da mesma junto ao Cadastro Técnico 
Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de 
Recursos Ambientais, visando à não geração da TCFA, que é feita 
automaticamente caso nada seja sinalizado, gerando débitos, e 
possibilitando a Inscrição no Cadastro Inadimplentes e na Dívida Ativa.
Sucintamente, é importante analisar cada ente federado e sua 
competência para compreender a responsabilidade sobre o 
licenciamento ambiental de cada órgão ambiental.
4. Procedimento de licenciamento ambiental
Considerando a Lei Complementar n. 140/2011 (BRASIL, 2011), que 
estabelece mecanismos de cooperação entre os entes federados, 
inclusive para o procedimento de licenciamento ambiental, será 
apresentado o procedimento no âmbito federal. Assim, será necessário 
analisar as normativas estaduais e municipais a depender do caso que 
estará tratando, em razão da pluralidade de legislações e normas que 
cada ente pode apresentar, porém a Resolução CONAMA nº 237/1997 
apresenta as etapas comumente encontradas em um procedimento 
comum, que será aqui apresentado.
58
Conforme já destacado, há três tipos de licenças, comumente 
encontradas. Contudo, existem outras possibilidades a depender da 
atividade ou empreendimento que está em análise como o caso dos 
procedimentos especiais. Estas licenças são requeridas em momentos 
distintos representando um procedimento de licenciamento ambiental 
diferente, que observará o art. 10 da Resolução nº 237/1997, observando 
as seguintes etapas:
Figura 2 – Etapas do procedimento de licenciamento ambiental
Fonte: elaborada pelo autor.
59
Se atente que no procedimento de licenciamento ambiental deverá 
ser apresentado a certidão da prefeitura municipal obrigatoriamente, 
constando a informação de que o local e o tipo de empreendimento 
ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao 
uso e ocupação do solo e, caso seja necessário, deverá apresentar a 
autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da 
água, emitidas pelos respectivos órgãos competentes.
Quando o empreendimento ou atividade for considerada efetiva 
ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio 
ambiente dependerá de prévio estudo de impacto ambiental. Assim, 
caso tenha a necessidade de nova complementação em razão de 
esclarecimentos já prestados, o órgão ambiental competente poderá 
formular novo pedido de complementação, mediante a motivação dessa 
decisão e com a participação do empreendedor.
O órgão ambiental competente, de acordo com o art. 12 da Resolução 
CONAMA n. 237/1997 (BRASIL, 1997), poderá definir procedimentos 
específicos para as licenças ambientais, considerando características, 
natureza e particularidades da atividade ou empreendimento, 
permitindo sua compatibilização diante das etapas de planejamento, 
implantação e operação.
O mesmo art. 12, em seus parágrafos (BRASIL, 1997) permite a adoção 
de procedimentos simplificados para atividades e empreendimentos 
desde que apresentem baixo potencial de impacto ambiental e sejam de 
pequeno porte, devendo ser aprovado pelo respectivo Conselho de Meio 
Ambiente.
A Resolução CONAMA n. 237/1997 (BRASIL, 1997), em seu art. 19, ainda 
permite que o órgão ambiental competente modifique condicionantes e 
medidas de controle, bem como suspenda ou cancele licença expedida, 
devendo sempre ser motivada, desde que ocorra a violação de normas 
legais ou de condicionantes; ou ocorra a omissão ou falsa descrição 
60
de informações relevantes relacionadas à expedição da licença ou que 
advenha graves riscos à saúde e ao ambiente.
Deste modo, sucintamente, o procedimento se subdivide em etapas, 
devendo ser analisados o tipo e natureza da atividade, que poderá 
alterar esse percurso bem como os documentos necessários para a 
sua análise, sendo que necessariamente se inicia com a definição dos 
documentos, projetos e estudos necessários a apresentação, para que o 
órgão ambiental competente siga com a análise, e caso seja necessário, 
proceda às complementações e possível audiência pública, quando for 
ocaso, finalizando com o deferimento ou indeferimento do pedido de 
licença.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil 
de 1988. Brasília: D.O.U., 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/

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