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1 2 SUMÁRIO MATERIAL PARA O(A) PROFESSOR(A) .......................................................... pág 01 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 02 LÍNGUA PORTUGUESA Planejamento 1: Os males do uso do cigarro eletrônico ................................... pág 03 Planejamento 2: Leitura de livro de literatura/confecção de livro hexagonal ...... pág 12 Planejamento 3: Gênero rap e figuras de linguagem ....................................... pág 19 Planejamento 4: Conto fantástico .................................................................. pág 23 Planejamento 5: As fakes news e o texto normativo ........................................ pág 32 3 MATERIAL PARA O ESTUDANTE ......................................................................... pág 43 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 44 LÍNGUA PORTUGUESA Atividade 1: Os males do uso do cigarro eletrônico ......................................... pág 45 Atividade 2: Leitura de livro de literatura/confecção de livro hexagonal ............ pág 49 Atividade 3: Gênero rap e figuras de linguagem .............................................. pág 52 Atividade 4: Conto fantástico ......................................................................... pág 57 Atividade 5: As fakes news e o texto normativo .............................................. pág 60 4 5 Prezado(a) Professor(a), No intuito de contribuir com o seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com muito carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu planejamento. O presente caderno foi construído tendo por base os Planos de Curso 2024, que foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no CRMG a serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de Minas Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio foi organizado de forma linear. Contudo ao implementá-lo em sala de aula, você poderá recorrer aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades pedagógicas dos estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são pré-requisitos, ou seja, aqueles que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que precisam ser retomados com os estudantes para a construção do novo conhecimento em questão. Como o principal objetivo deste material é o trabalho com o desenvolvimento de habilidades, este caderno vem com o propósito de dialogar com sua prática e com o seu planejamento dentro das habilidades básicas - aquelas que devemos assegurar que todos os nossos estudantes aprendam. Destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento eficiente e necessário, principalmente por não anular o papel do professor de mediador insubstituível dentro dos processos de ensino e de aprendizagem. Coracini (1999) nos diz que “o livro didático já se encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle do conteúdo e da forma (...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os Cadernos MAPA eficientes, é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos estudantes. Desejamos a você, professor(a), um bom trabalho! Equipe da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores - 3 REFERÊNCIA 2024 MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA UNIDADE TEMÁTICA Crenças Religiosas e Filosofias de Vida. Identidades e Alteridades OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S) Apreciação e réplica. Relação entre gêneros e mídias. Efeitos de sentido. Relação do texto com o contexto de produção e experimentação de papéis sociais. Produção de textos jornalísticos orais. Planejamento e produção de textos jornalísticos orais. Estilo Estratégia de produção: planejamento de textos informativos. Estratégia de produção: textualização de textos informativos. (EF69LP02X) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas (campanha pela manutenção da limpeza urbana, campanha para salvar algum bicho em extinção, campanhas política, etc.), as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros. (EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes. (EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc. –e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de 4 crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor. (EF69LP10X) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros e do uso da linguagem oral. (EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign (esses três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc. (EF69LP17) Percebere analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens). (EF69LP18) Utilizar na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de 5 textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/ segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.). (EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. -, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados). (EF89LP09A) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas feitas. (EF89LP09B) Produzir reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de captação e edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Os males do uso de cigarro eletrônico A) APRESENTAÇÃO: Neste planejamento de Língua Portuguesa será explorado o trabalho com os gêneros textuais charge, cartaz publicitário, meme, texto de divulgação científica e notícia analisando o tema “Os males do uso de cigarro eletrônico”, através de momentos pedagógicos baseados em aulas com temas atuais e compreensão de textos de diferentes gêneros. O presente planejamento busca trabalhar aptidões fundamentais para o desenvolvimento da habilidade de identificação e análise dos efeitos de sentido nos textos publicitários, é importante articular o estudo dos variados gêneros publicitários às discussões contemporâneas sobre propaganda e consumo, bem como a influência da propaganda no comportamento de adolescentes e jovens e a ética na propaganda. Ao produzir e publicar notícias, reportagens e gêneros publicitários, é indicado observar o estudo das principais características dos gêneros selecionados e orientar a realização das diferentes operações de produção de textos, quais sejam: contextualização, planejamento, elaboração do texto, revisão processual e final. Vale a pena, também, analisar matérias jornalísticas. 6 A produção de textos jornalísticos orais demanda seleção e progressão dos gêneros listados, do ponto de vista das mídias, das habilidades mobilizadas e do gênero em questão (dos mais informativos aos mais opinativos). Também é possível selecionar gêneros que façam uso das várias mídias e abordar gradativamente os recursos delas. Considerando os gêneros que podem ser gravados e assistidos/ouvidos posteriormente, é preciso prever o ensino/aprendizagem de uso de aplicativos de captação e edição de áudio e imagem, de acordo com a disponibilidade. Nesse contexto de produção, cada situação determina suas estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação dos textos. Se a proposta é a produção de um programa noticioso em vídeo, será necessário, depois de definido o fato/assunto: - usar câmeras de captação de vídeo e áudio e de aplicativos de edição do material gravado; - após pesquisa e seleção de informações, produzir roteiros com indicações do texto a ser lido pelo âncora/jornalista, das entradas de entrevistas ou outras imagens gravadas. Os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários devem ser percebidos, analisados e associados às práticas de leitura e/ou produção de textos desses gêneros. Analisando textos da mídia e mostrando as figuras de linguagem usadas. A utilização de recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento na escrita/reescrita de textos argumentativos envolve o uso de recursos textuais que estabeleçam relações adequadas entre as partes do texto, de modo a conferir-lhe legibilidade e tratamento apropriado do conteúdo. Esta habilidade é necessária para estabelecer a progressão e a unidade temática — o "fio da meada" — do texto, assim como sua coesão e coerência. Em uma reportagem, o texto mais longo e o tratamento mais aprofundado do tema envolvem mais articulações entre texto verbal e não verbal (efeitos sonoros, perspectiva da câmera, cortes de imagens etc.). Então, professor (a), considere o nível de autonomia do estudante, propondo na progressão trabalhos em colaboração que avancem para aqueles mais autônomos. Do ponto de vista didático, é recomendável que você faça um estudo das principais características dos gêneros selecionados e a realização das diferentes operações de produção de textos, quais sejam: contextualização, definição da situação comunicativa em que o texto será produzido (quem serão os leitores, onde circulará, com que finalidade, em qual gênero); planejamento - que envolve a elaboração do conteúdo temático (o que será dito) e a organização do texto parte a parte; elaboração do texto, o processo da construção do texto (textualização); revisão processual (durante a produção) e final. Professor (a), diante do aumento do número de adolescentes que estão usando cigarros eletrônicos, percebe-se a necessidade de falarmos sobre esse assunto. Por isso, este planejamento visa a consolidação da habilidade norteadora que é alertá-los quanto aos riscos que esse uso pode acarretar nos estudantes. 7 B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso, notebook, internet, projetor. Professor(a), comece a aula perguntando aos estudantes se eles já ouviram falar em cigarro eletrônico, se sabem o que é, se já viram e se conhecem os efeitos que ele provoca no organismo do usuário. Comente com os estudantes sobre o uso cada vez mais frequente do cigarro eletrônico, principalmente entre os jovens. Esse ato é motivo de preocupação tanto para os pais quanto para os órgãos de saúde, já que esses dispositivos (também chamados de “vapes”) levam nicotina e substâncias tóxicas aos pulmões, além de promover danos e complicações ao sistema respiratório e cardiovascular. O planejamento desses momentosé a leitura de uma sequência de textos de vários gêneros textuais (charge, cartaz publicitário, notícia, meme) que abordam essa temática. Portanto, uma depende da outra para que se tenha um bom resultado. Todas as atividades deverão ser contextualizadas, podendo ser um texto verbal, não verbal ou misto para que a compreensão seja efetiva. Após ouvir os comentários dos estudantes, exiba o vídeo sugerido abaixo que explica os riscos do uso do cigarro eletrônico aos estudantes. Estudos apontam que os cigarros eletrônicos podem ser menos prejudiciais à saúde Domingo Espetacular. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lDjYNAbH3C8. Após a exibição do vídeo,pergunte aos estudantes o que mais chamou a atenção deles na matéria exibida e quais as informações sobre os países citados eles não sabiam. 2º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Fotocópias de atividades, quadro e pincel. Professor(a), distribua as cópias do texto “Uso de cigarro eletrônico por apenas 30 dias já é capaz de gerar problemas respiratórios severos, diz estudo”, passe as questões no quadro para os estudantes copiarem e responderem-nas no caderno. https://www.youtube.com/watch?v=lDjYNAbH3C8 8 Uso de cigarro eletrônico por apenas 30 dias já é capaz de gerar problemas respiratórios severos, diz estudo Consumo por esse período também gera risco 78% maior de ocorrência de falta de ar e 50% maior de desenvolvimento de sintomas de bronquite. Imagem 1- Cigarro eletrônico Fonte: (Huffaker in: O Globo, 2023) Muito utilizado entre jovens, os cigarros eletrônicos representam um grande risco à saúde. Segundo um estudo feito pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, ambos dos Estados Unidos, apenas 30 dias de consumo dos chamados vapes podem gerar problemas respiratórios severos, mesmo em pessoas com boas condições de saúde e pouca idade, público que mais consome esse tipo de produto. Os pesquisadores acompanharam mais de dois mil jovens com idade média de 17,3 anos. Os participantes preencheram uma pesquisa online, em 2014, sobre seus sintomas respiratórios e uso de cigarro eletrônico, cigarro tradicional ou maconha, com cerca de 23% dos participantes relatando histórico de asma. Os pesquisadores coletaram dados da maioria desses participantes em outras três ocasiões: 2015, 2017 e 2018. Os participantes foram questionados se já haviam usado um dos três produtos, e, em caso positivo, eram perguntados sobre o número de dias em que usaram nos últimos 30 dias. Com isso, foram criados grupos: aqueles que nunca experimentaram um produto, classificados como “nunca usuários”; participantes que usaram um produto em pelo menos um dos últimos 30 dias, classificados como usuários “nos últimos 30 dias”. Usuários de cigarros eletrônicos há 30 dias tiveram um risco 81% maior de apresentar um sintoma chamado chiado. Para esse grupo, também foi demonstrado um risco 78% maior de sentir falta de ar e um risco 50% maior de apresentar sintomas de bronquite. Os pesquisadores analisaram mais de quatro anos de dados de pesquisas sobre o consumo do produto — que cria um vapor contendo nicotina e outros produtos nocivos à saúde — por adolescentes e jovens adultos. Segundo eles, o levantamento contribui para as evidências já existentes de que o uso de cigarros eletrônicos está associado a um risco maior de problemas respiratórios, apontando, também, que “reguladores devem considerar as descobertas e trabalhar para minimizar o impacto negativo do uso de cigarros eletrônicos na saúde dos jovens”. 9 Nos Estados Unidos, o uso de cigarros eletrônicos é substancialmente maior entre jovens do que entre adultos em geral, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, com as vendas do produto aumentando quase 50% durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19. As vendas teriam sido impulsionadas principalmente por produtos com sabores doces e frutados, populares entre adolescentes. O aumento ocorreu mesmo com uma repressão federal que impôs mais restrições ao marketing para esse tipo de cigarro e para a variedade de sabores oferecidos. Fonte: (O Globo, 2023) 1- Por que o uso de cigarros eletrônicos representa um grande risco à saúde? 2- Quem é o responsável pela pesquisa e quanto tempo ela durou? 3- Qual foi a idade média dos entrevistados? 4- O que foi comprovado pela pesquisa realizada? 5- Quais produtos populares entre os adolescentes teriam impulsionado as vendas? 3º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Fotocópias de atividades, quadro e pincel. Professor (a), corrija as questões propostas pedindo aos estudantes para lerem em voz alta suas respostas. 4º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Cópias do texto, quadro e pincel. Professor(a), distribua para cada estudante a cópia do texto sobre o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, alerta sobre uso de cigarro eletrônico que causou doença no pulmão: 'Para porque faz mal' e peça a um estudante para fazer a leitura em voz alta. 10 Zé Neto, da dupla com Cristiano, alerta sobre uso de cigarro eletrônico que causou doença no pulmão: 'Para porque faz mal' Músico publicou nas redes sociais que está terminando tratamento para uma doença pulmonar, mas que está bem. Imagem 2 – Zé Neto Fonte: (G1, 2021) O cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, publicou nas redes sociais na madrugada desta quarta-feira (22) que a doença pulmonar que está fazendo tratamento foi causada pelo uso de cigarro eletrônico. Ele alertou sobre como o cigarro pode fazer mal e aliviou os fãs ao esclarecer que está bem. "Está tudo bem e realmente passei por problema sério no pulmão devido ao cigarro eletrônico. Quem mexe com essa bosta, para com isso porque faz mal. Obrigada por quem rezou por mim, desejaram coisas boas por mim. Está tudo bem. Tem muita gente postando desgraça. Tudo que a gente faz de bom é difícil as pessoas postarem. Mas qualquer notícia ruim todo mundo posta, divulga e viraliza. Mas está tudo certo e estou bem, terminando o tratamento estarei zero. Já estou 99. Obrigado pelo carinho", afirmou. Segundo a assessoria do cantor informou ao g1, Zé Neto apresenta foco de vidro do pulmão, o que tem causado um pouco de falta de ar para cantar. Segundo a equipe da dupla, este problema pode ser consequência da Covid-19 ou também do consumo de cigarro eletrônico. Apesar do diagnóstico, a assessoria afirmou ao g1 que a doença não é grave e nenhum show precisou ser adiado ou cancelado. Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), nome técnico dado aos cigarros eletrônicos, têm a venda proibida no Brasil desde 2009. Segundo a Anvisa, desde então o cigarro eletrônico tem sido objeto de estudos para que seja medido seu impacto à saúde. "Até o momento, ainda restam incertezas e controversas relativas ao uso e aos riscos atribuídos a esses dispositivos", diz o órgão. A regulação destes dispositivos ainda está em fase de discussão e tem previsão para ser concluída até 2023. O assunto repercutiu depois que um vídeo foi publicado nesta semana nas redes sociais. Nas imagens, Zé Neto aparece conversando com a equipe dele. “Obrigado do fundo do meu coração. Eu vou falar para você, eu nesse projeto conversei com o Cristiano, a gente postou. Muita gente estava com medo, todo mundo aqui sabe, não é segredo, eu estou com um problema no pulmão. Estou tratando, estou tentando, nem achei https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2021/12/21/ze-neto-da-dupla-com-cristiano-faz-tratamento-para-doenca-no-pulmao.ghtml https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-gurovitz/post/2020/04/30/covid-19-ataca-alem-do-pulmao.ghtml http://g1.com.br/riopreto 11 queia conseguir. Mas Deus é tão maravilhoso que mais uma vez eu acho que nós saímos daqui com uma ‘bala’ do projeto. Muito obrigado, de coração”, disse o cantor no vídeo. A assessoria de imprensa da dupla afirmou que a doença pode ser consequência da Covid-19. Em junho de 2020, Zé Neto testou positivo para a doença. Ele fez teste de coronavírus no Hospital de Base de Rio Preto, após apresentar tosse, espirro e febre. Durante o isolamento, Zé Neto publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo pelo apoio que recebeu e pediu para que as pessoas respeitassem as orientações de prevenção à doença. O parceiro de palco, Cristiano, também teve a confirmação para a doença, mas em 21 de março deste ano. Ele precisou ser internado no Hospital de Base para o tratamento e recebeu alta no dia 27 do mesmo mês. Fonte: (G1, 2021) Após a leitura, comente sobre o texto e pergunte aos estudantes se eles se lembram ou conhecem outras pessoas que já passaram pela mesma situação que o cantor Zé Neto. Em seguida, passe as questões no quadro para os estudantes copiarem e responderem-nas no caderno registrando os trechos da notícia lida que representam os elementos básicos de uma notícia. Quem? O quê? Quando? Onde? Por quê? Como? Professor (a), realize, de forma coletiva, a correção das atividades realizadas, evidenciando as características textuais. https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2020/06/27/cantor-sertanejo-ze-neto-da-dupla-com-cristiano-testa-positivo-para-covid-19.ghtml https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2021/03/24/cristiano-da-dupla-com-ze-neto-e-internado-com-covid-19.ghtml 12 UNIDADE TEMÁTICA Leitura. Oralidade. Análise linguística/semiótica. Produção de textos. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S) Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos. Consideração das condições de produção. Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição. Variação linguística. Estratégias de leitura. Apreciação e réplica. (EF69LP47A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados. (EF69LP47B) Identificar o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo. (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário. (EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação comunicativa, as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico. (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. 13 PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Leitura de livro de literatura e confecção de livro hexagonal A) APRESENTAÇÃO: Prezado(a) professor(a), este planejamento terá como foco a importância da literatura para a vida escolar dos estudantes e a análise de textos narrativos ficcionais com suas diferentes formas de composição próprias de cada gênero. Nele vamos trabalhar os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas empregados. Por meio da leitura das obras literárias, dê aos estudantes a oportunidade para identificar o enredo e o foco narrativo e perceber como se estrutura uma narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico- gramaticais próprios a cada gênero narrativo. Professor(a), selecione previamente os livros literários que os estudantes usarão para a realização da confecção do livro hexagonal com os elementos mais importantes da obra lida que são: ▪ biografia resumida do autor; ▪ personagens principais com características; ▪ descrição do lugar e duração da história; ▪ palavras novas que aprendeu; ▪ ilustração que melhor representa a história lida. A análise de diferentes formas de composição próprias de cada gênero/texto narrativo ficcional busca reconhecer as especificidades da participação em cada prática, apropriando-se dos diferentes gêneros orais ou escritos nelas envolvidos. Demanda o envolvimento frequente e sistemático do estudante em práticas públicas e formais de leitura e/ou produção de textos, orais e/ou escritos, em que a correção deve ser realizada. Em um conto, por exemplo, avaliar o campo semântico e inferir, a partir daí, seus sentidos. O estudo do texto narrativo ficcional por meio de uma narrativa curta, visa elencar e analisar os principais elementos ficcionais: foco narrativo, personagens, tempo, espaço. Por meio de organizações variadas da turma, você pode estimular os estudantes a participarem de produções coletivas, grupos, duplas ou individuais. Considere o engajamento dos estudantes no processo de produção de textos literários através de uma motivação interna que pode ser provocada externamente pelas práticas culturais adotadas: rodas e clubes de leitura, eventos culturais, como saraus, mostra de cinema e show de esquetes, dentre outras. Através da leitura de textos narrativos ficcionais, você levará os estudantes a reconheceram as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico visando 14 o envolvimento do domínio de normas urbanas de prestígio e expressar-se, oralmente ou por escrito, "com correção". Seu desenvolvimento demanda convívio cotidiano com a variação linguística de forma que o estudante possa perceber as características principais de cada variedade e sua adequação ao contexto de origem. Com este planejamento, você proporcionará aos estudantes ler, de forma autônoma e compreender selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta característicasdos gêneros e suportes, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas e autores. Sugere-se, quando possível, a articulação dos professores da área, o que possibilitará explorar as diferentes linguagens, bem como com a pessoa responsável pela sala de leitura e/ou biblioteca, quando houver. Esta habilidade articula-se com a habilidade de mostrar interesse e envolvimento com a leitura de textos literários, no sentido de que se envolver nas mais variadas práticas de leitura literária favorece o desenvolvimento da autonomia dos estudantes. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO: ESCOLHA E LEITURA DO LIVRO LITERÁRIO (EM PROSA) Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso, livros literários do acervo da biblioteca da escola. Professor(a), inicie a aula falando sobre a importância da leitura e seus benefícios ao longo de sua formação escolar. Disponibilize o texto abaixo através de fotocópia e faça a leitura com a turma. "A Literatura é a arte da palavra. Podemos dizer que a literatura, assim como a língua que ela utiliza, é um instrumento de comunicação e de interação social, ela cumpre o papel de transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade. A literatura está vinculada à sociedade em que se origina, assim como todo tipo de arte, pois o artista não consegue ser indiferente à realidade. A obra literária é resultado das relações dinâmicas entre escritor, público e sociedade, porque através de suas obras o artista transmite seus sentimentos e ideias do mundo, levando seu leitor à reflexão e até mesmo à mudança de posição perante a realidade, assim a literatura auxilia no processo de transformação social. A literatura também pode assumir formas de crítica à realidade circundante e de denúncia social, transformando-se em uma literatura engajada, servindo a uma causa político- ideológica. Podemos dizer que o texto literário conduz o leitor a mundos imaginários, causando prazer aos sentidos e à sensibilidade do homem. 15 A literatura transformou-se, em várias partes do mundo, em disciplina escolar dada a sua importância para a língua e a cultura de um país, assim como para a formação de jovens leitores.” Fonte: (Cabral in: Brasil Escola,[2023]) Após a leitura do texto e visando motivar os estudantes a participarem da atividade, levante questões como: • O que é literatura? • Por que a literatura auxilia no processo de transformação social? • Quais os benefícios ao ler uma obra literária? • Cite exemplos de obras literárias que leu e que serviram de crítica à realidade e de denúncia social? • Por que a literatura se transformou em disciplina escolar? Exponha os livros literários de contos e crônicas previamente selecionados para os estudantes e solicite que escolham e realizem a leitura em sala. 2º MOMENTO: ROTEIRO DE LEITURA/CAPA DO TRABALHO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Folha de ofício, roteiro de leitura impresso. Professor(a), relembre o assunto trabalhado no momento anterior e, em seguida, distribua e peça para que os estudantes respondam ao roteiro de leitura (atividade 1) em folha separada. Além disso, ensine aos estudantes como se faz a capa para o trabalho, conforme o modelo adotado pela escola. Sugestão: solicite a cada estudante ou cada grupo que traga uma cartolina (cor clara) e pincéis para o momento seguinte. 3º MOMENTO: CONFECÇÃO DO LIVRO HEXAGONAL Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Folha de ofício, cartolina (cor clara), pincéis, lápis, régua, tesoura, molde do hexágono e roteiro de leitura impresso. Para melhor entendimento da atividade recomendo que assista ao vídeo indicado abaixo. Confecção de livro hexagonal Giselle Mazzini Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GOPB4s1CXy0. https://www.youtube.com/watch?v=GOPB4s1CXy0 16 Professor(a), este é o momento de você ensinar aos estudantes a confeccionarem o livro hexagonal (atividade 2). Siga as orientações do passo a passo. Imagem 1 - Modelo livro hexagonal Fonte: (Oliveira, 2023) PASSO A PASSO Distribua um molde do hexágono para cada estudante ou grupo. Desenhe os hexágonos, no quadro, explicando como cada estudante deverá desenhar os 7 hexágonos na cartolina. É recomendável que cada estudante ou grupo faça as marcações na cartolina a lápis primeiro, depois recorte as bordas externas e passe canetinha de sua preferência por cima delas. Professor (a), coloque o número de 1 a 7 nos hexágonos e explique aos estudantes quais informações deverão aparecer em cada hexágono. É recomendável que a ilustração fique no hexágono do centro. Sugestão de informações a serem registradas em cada hexágono: 1. Nome do livro/nome do texto selecionado/nome do autor; 2. Personagens principais da história e principais características; 3. Lugar e duração da história; 4. Biografia resumida do autor e imagem do rosto dele; 5. Palavras novas que aprendeu; 6. Tema(s) da realidade abordado(s) na história; 7. Ilustração (é recomendável que o estudante faça um desenho que represente a história que leu. Se o estudante não conseguir desenhar, ele poderá colar uma imagem adequada à história lida). Professor (a), avise aos estudantes que todas as informações devem ser registradas na mesma posição para que, ao expor os trabalhos, os demais estudantes possam lê-los. Os estudantes deverão terminar a atividade em casa, caso não dê tempo durante o momento. 17 Molde a ser reproduzido para cada estudante: Imagem 2 - Molde do hexágono Fonte: Fonte: (Oliveira, 2023) 4º MOMENTO: RODA DE CONVERSA Organização da turma Trabalho de apresentação oral. Recursos e providências Formar um círculo em sala de aula ou em outro local disponível na escola. Roteiro do trabalho preenchido. 18 Imagem 3 – Roda de conversa Fonte: (Freepik, [2023]) Na data marcada, peça aos estudantes para se sentarem em círculo em sala de aula ou em outro local disponível na escola. Em seguida, informe aos estudantes que cada um ou cada grupo deverá falar o nome do livro que leu, o nome do texto escolhido, o nome do autor relatando resumidamente a biografia dele e, para finalizar, cada estudante deverá fazer um breve resumo sobre a história lida sem contar o desfecho destacando o que mais chamou a atenção dela. Professor(a), incentive os estudantes a participarem dessa atividade, já que ela proporciona um momento de ampliar os conhecimentos relacionados ao texto narrativo, divulgar e compartilhar as histórias lidas com eles. Após a apresentação de todos os estudantes, faça as considerações finais valorizando e parabenizando a participação de cada um e recolha os roteiros respondidos e os livros literários. ▪ Nome do livro que leu; ▪ Nome do texto que leu; ▪ Nome do autor e resumo da biografia dele; ▪ Resumo da história lida sem contar o desfecho; ▪ O que mais chamou a atenção na história. 5º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Livros hexagonais feitos pelos estudantes. Ornamentação do mural. Professor(a), defina o melhor dia da semana para realizar a exposição dos trabalhos em sala de aula e/ou no mural da escola. Ornamente o mural antecipadamente. 19 UNIDADE TEMÁTICA Leitura. Oralidade. Análise linguística/semiótica. Produção de textos. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S) Apreciação e réplica. Figuras de linguagem. Variação linguística. (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, exporuma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para a construção de sentidos. (EF89LP37X) Analisar e empregar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras. (EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação comunicativa, as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: GÊNERO TEXTUAL RAP / FIGURAS DE LINGUAGEM A) APRESENTAÇÃO: Neste planejamento de Língua Portuguesa, você encontrará atividades relacionadas ao gênero textual rap. O planejamento envolve a leitura e o estudo de uma letra de música abordando algumas figuras de linguagem. As atividades levam os estudantes a reconhecerem as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico, considerando a situação comunicativa. Envolve o domínio de normas urbanas de prestígio e/ou referem-se a expressar-se, oralmente ou por escrito, "com correção". Seu desenvolvimento demanda convívio cotidiano com a variação linguística de forma que o estudante possa perceber as características principais de cada variedade e sua adequação ao contexto de origem. O desenvolvimento da habilidade (EF89LP37X) pode ser contextualizado em projetos de produção de textos do campo literário; na elaboração de artigos de divulgação de conhecimento; em projetos de estudo das figuras de linguagem em textos literários ou de divulgação de conhecimento. Recomenda-se que os aspectos referidos sejam estudados levando em consideração os efeitos de sentido que produzem e a relação que estabelecem entre os trechos do enunciado; que a terminologia gramatical e a sistematização só sejam abordadas depois que os aspectos em foco tiverem sido compreendidos. O presente planejamento busca desenvolver habilidades fundamentais para estimular o 20 reconhecimento das práticas encontradas nas periferias das grandes cidades e para analisar as suas especificidades por meio do estudo dos recursos das diferentes linguagens em que se constitui o gênero rap, o que dará subsídios ao estudante para formar opiniões sobre seus conteúdos. Para tanto, propomos uma reflexão acerca da letra da música “Eu vim de lá” de Kyan. Para finalizar o estudo, os estudantes produzirão um rap em grupos. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO: CONHECENDO O GÊNERO RAP Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Cópias do texto impresso, cópias da letra de música, caixa de som, celular, internet, projetor, notebook. Professor(a), inicie a prática perguntando aos estudantes o que é o gênero musical rap, se já ouviram, se conhecem cantores e se sabem quais são as características desse estilo. Em seguida, distribua o texto explicativo sobre o gênero em estudo para os estudantes, peça a um estudante para fazer a leitura dele em voz alta. O gênero textual rap é um texto oral produzido para ser declamado, como um discurso, sobre um fundo musical. É caracterizado, sonoramente, pela presença de rimas e contém marcas das variedades linguísticas que costumam ser usadas por jovens das periferias urbanas. De maneira geral, os temas dessas produções relacionam-se às experiências desses jovens. O arranjo da música que acompanha a letra do rap é, em geral, bastante simples. O texto pode ser apresentado à capela (sem acompanhamento musical) ou vir acompanhado por sons produzidos com a boca e o nariz ou, ainda, por uma base montada eletronicamente ou por instrumentos. No gênero textual rap, predominam temas críticos e a denúncia da exclusão social, do preconceito racial e das condições precárias de vida nos bairros mais pobres. Também estão presentes os temas relacionados à produção artística. São mensagens carregadas de ideologia e que, muitas vezes, apresentam imagens fortes e até mesmo violentas. No entanto, a preocupação com a mensagem crítica a ser transmitida não elimina a força da poesia, obtida pela exploração da sonoridade e do sentido das palavras e pela construção de imagens expressivas. Após a leitura do texto explicativo, reforce os pontos mais relevantes, em seguida solicite que os estudantes se sentem em duplas e distribua uma cópia da letra da música “Eu vim de lá” para cada uma, faça a exibição da música para a turma, ouça os relatos sobre a mensagem trazida por ela e passe as questões sobre ela no quadro ou, se preferir, projete na tela. 21 Leia este texto: Eu Vim de Lá Kyan Vou ter que desabafar Ahn, ahn, ahn Que eu vim de lá da favela Cotidiano complicado Nasci e cresci vendo roubo e guerra O certo agindo no errado Isso que tô falando do mano de farda Que teve educação, bem fundamentado Ganhou poder e a arma de fogo E me deu a escolha de pagar ou ser forjado Eu sei que é errado Mas nasci e vivi vendo tudo isso E na escola nem o mais estudado Conseguiu explicar o porquê do racismo que eu tô sofrendo Mas, senhor, por que tá me batendo? Mas, senhora, por que tá escondendo? Alguém me explica, eu não tô entendendo Por que sou medido sempre onde chego? Por que tão rindo do meu cabelo? Por que a branquinha me olha estranho? Por que ela acha que preto é feio? Oh, mãezinha, por que que eu não nasci branco? Se até na escola a professora Solange me olha com ódio e descaso Porque sua filha perdeu a vaga pra mais um pretinho privilegiado E ela que disse, na sala falou Cota é desculpa pra ser vagabundo Preto e branco é a mema coisa E o racismo é desculpa pra tudo Saí da escola educado por ela E revoltado com tudo que via A vida é corrida, tem o preto e o branco E a largada é a mesma fita Mas aí, professora, hoje estourei e cheguei aqui em cima E chegando aqui, encontrei menos preto E muito mais branco do que eu gostaria Professora, me explica por que só tem branco no espaço de pessoa rica? Por que branco é o cara que grava? Por que é o branco quem me entrevista? Por que é o branco quem me contrata? Por que é o branco quem administra? Por que o rap é cultura de preto e o branco que fala e a moda dita? E por que normalmente o cara preto serve e o cara branco é quem manda? E por que que meu papo é pra preto e as balada que canto só tem gente branca? Mas se o preto e o branco é igual E mais da metade do Brasil é preto Por que no jantar com mais de 20 ricos, de todos os ricos sou o único preto? É, sou o único preto Ahn, sou o único preto É, sou o único preto Ó, Senhor, nos guarde, por favor Olhe e vigie os nossos caminhos Se não existisse o grupo Racionais Provavelmente eu quem taria servindo Ó, menor, me escuta Que eu tô na luta pra não ser bandido Investe seu tempo no seu talento Pra erguer a família e tá sendo servido Ó, Senhor, por favor Cuide e guarde dos nossos meninos Uso de espelho sempre Racionais Pra te incentivar a não tá mais servindo Ó, menor, me escuta Que eu tô na luta pra não ser bandido Investe seu tempo no seu talento Pra erguer a família e tá sendo servido É, tá sendo servido É, tá sendo servido Ó, Senhor, por favor Cuide e guarde dos nossos meninos Ó, Senhor, por favor Cuide e guarde dos nossos meninos (Por favor) Valeu, valeu, valeu É nóis Fonte:(Kyan in: Letras, [2023]) https://www.letras.mus.br/kyan/ 22 a) A quem o eu lírico se dirige no texto? b) Quem é o mano de farda? c) Quais as discriminações a que o negro passa na sociedade? d) Transcreva do texto três exemplos de antíteses. e) Transcreva do texto um exemplo de anáfora. f) Quais os recursos expressivos contribuíram para a musicalidade do texto? g) Qual variedade linguística foi empregada no texto? Exemplifique. h) Transcreva os termos da linguagem coloquial e escreva o correspondente na norma culta. i) O que é cota? A que cota o eu lírico está se referindo? j) Transcrevado texto quatro rimas 2º MOMENTO: CORREÇÃO DAS QUESTÕES PROPOSTAS Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Folha com as questões, texto impresso, quadro e pincel. Professor (a), retome o assunto abordado no momento anterior e faça a correção das questões propostas e registre as respostas no quadro, conforme a necessidade da turma. 3º MOMENTO: PESQUISA DE LETRAS DE MÚSICA (GÊNERO RAP) Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso. Professor(a), solicite aos estudantes que formem pequenos grupos para pesquisarem letras de música do gênero rap para que possam fazer a análise e socializar com os demais estudantes os resultados das impressões e comparações. 23 UNIDADE TEMÁTICA Leitura. Oralidade. Análise linguística/semiótica. Produção de textos. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S) Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos. Consideração das condições de produção. Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição. Variação linguística. Estratégias de leitura. Apreciação e réplica. (EF69LP47A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados. (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário. (EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação comunicativa, as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico. (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. (EF69LP53A) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infanto-juvenil. (EF89LP37X) Analisar e empregar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Gênero conto fantástico. 24 A) APRESENTAÇÃO: Neste planejamento de Língua Portuguesa será explorado o trabalho com o gênero textual conto fantástico analisando as características, através de momentos pedagógicos baseados em leitura e estudo do conto “As formigas” de Lygia Fagundes Telles. O presente planejamento busca desenvolver a habilidade fundamental para reconhecer as especificidades da participação em cada prática, apropriando-se dos diferentes gêneros orais ou escritos nelas envolvidos. Demanda o envolvimento frequente e sistemático do estudante em práticas públicas e formais de leitura e/ou produção de textos, orais e/ou escritos, em que a correção deve ser realizada. Em um conto, por exemplo, avaliar o campo semântico e inferir, a partir daí, seus sentidos. Visando a consolidação da habilidade norteadora deste planejamento, o mesmo tem como objetivo final de aprendizagem: estimular o estudante a participar de produções coletivas, grupos, duplas ou individuais; perceber as características principais de cada variedade linguística e sua adequação ao contexto de origem; explorar as diferentes linguagens, bem como com a pessoa responsável pela sala de leitura e/ou biblioteca, quando houver; mostrar interesse e envolvimento com a leitura de textos literários, no sentido de que se envolver nas mais variadas práticas de leitura literária favorece o desenvolvimento da autonomia dos estudantes. Professor (a), incentive os estudantes à leitura de obras literárias, por exemplo, a leitura de contos, considerando a diversidade de obras adequadas à faixa etária, destinados ao público juvenil; narrativas de aventura clássicas, antologias de crônicas, contos e poemas. Traga para a sala de aula sugestões que façam o estudante interessar não só pela leitura como pela produção textual. B) DESENVOLVIMENTO: 1º MOMENTO: CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO CONTO FANTÁSTICO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Notebook, internet. Introduza a aula fazendo a exibição da videoaula do “Se liga na educação” sobre o gênero conto. Conto fantástico - Rede Minas Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1DvZZqrQF50bR0ZsKWG9sWvVyjdCRrkwL/view?pli=1. Explanando sobre o Gênero Conto – cite suas características, a estrutura do enredo (introdução, complicação, clímax, desfecho) e os elementos fundamentais de uma narrativa (fatos, personagens, lugar e tempo). Pergunte aos estudantes: o que é conto fantástico? Já leram algum conto fantástico? Cite o nome do conto e o autor. https://drive.google.com/file/d/1DvZZqrQF50bR0ZsKWG9sWvVyjdCRrkwL/view?pli=1 25 2º MOMENTO: LEITURA E ESTUDO DO CONTO FANTÁSTICO Organização da turma Formar duplas. Recursos e providências Cópias do texto “As formigas”, pincel, lousa. Após ouvir as respostas, proponha a leitura silenciosa ou oral do conto “As formigas” de Lygia Fagundes Telles. As formigas – Conto de Lygia Fagundes Telles Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima. – É sinistro. Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina. – Pelo menos não vi sinal de barata – disse minha prima. A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. – É você que estuda medicina? – perguntou soprando a fumaça na minha direção. – Estudo direito. Medicina é ela. A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho. Vou mostrar o quarto, fica no sótão – disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. – O inquilinoantes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles. Minha prima voltou-se: – Um caixote de ossos? A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada. – Mas que ossos tão miudinhos! São de criança? – Ele disse que eram de adulto. De um anão. 26 – De um anão? É mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro à beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí – admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. – Tão perfeito, todos os dentinhos! – Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: – Não deixem a porta aberta senão meu gato foge. Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada. Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassman e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou- a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa. – Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele. Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria. – De onde vem esse cheiro? – perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. – Você não está sentindo um cheiro meio ardido? – É de bolor. A casa inteira cheira assim – ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama. No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo- a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho. – Que é que você está fazendo aí? – perguntei. – Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo? Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar. – São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida – estranhei. – Só de ida. Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama. – Está debaixo dela – disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico. – Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool. 27 – Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora. – Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui. Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho. – Esquisito. Muito esquisito. – O quê? – Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui? – Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão. Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos a cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho. Voltei a sonhar, aflitivamente, mas dessa vez foi o antigo pesadelo em torno dos exames, o professor fazendo uma pergunta atrás da outra e eu muda diante do único ponto que não tinha estudado. Às seis horas o despertador disparou veementemente. Travei a campainha. Minha prima dormia com a cabeça coberta. No banheiro, olhei com atenção para as paredes, para o chão de cimento, a procura delas. Não vi nenhuma. Voltei pisando na ponta dos pés e então entreabri as folhas da veneziana. O cheiro suspeito da noite tinha desaparecido. Olhei para o chão: desaparecera também a trilha do exército massacrado. Espiei debaixo da cama e não vi o menor movimento de formigas no caixotinho coberto. Quando cheguei por volta das sete da noite, minha prima já estava no quarto. Achei-a tão abatida que carreguei no sal da omelete, tinha a pressão baixa. Comemos num silêncio voraz. Então me lembrei: – E as formigas? – Até agora, nenhuma. – Você varreu as mortas? Ela ficou me olhando. – Não varri nada, estava exausta. Não foi você que varreu? – Eu?! Quando acordei, não tinha nem sinal de formiga nesse chão, estava certa que antes de deitar você juntou tudo… Mas então quem?! Ela apertou os olhos estrábicos, ficava estrábica quando se preocupava. – Muito esquisito mesmo. Esquisitíssimo. Fui buscar o tablete de chocolate e perto da porta senti de novo o cheiro, mas seria bolor? Não me parecia um cheiro assim inocente, quis chamar a atenção da minha prima para esse aspecto mas estava tão deprimida que achei melhor ficar quieta. Espargi água-de-colônia flor de maçã por todo o quarto (e se ele cheirasse como um pomar?) e fui deitar cedo. Tive o segundo tipo de sonho que competia nas repetições com o sonho da prova oral: nele, eu marcava encontro 28 com dois namorados ao mesmo tempo. E no mesmo lugar. Chegava o primeiro e minha aflição era levá-lo embora dali antes que chegasse o segundo. O segundo, desta vez, era o anão. Quando só restou o oco de silêncio e sombra, a voz da minha prima me fisgou e me trouxe para a superfície. Abri os olhos com esforço. Ela estava sentada na beira da minha cama, de pijama e completamente estrábica. – Elas voltaram. – Quem? – As formigas. Só atacam de noite, antes da madrugada. Estão todas aí de novo. A trilha da véspera, intensa, fechada, seguia o antigo percurso da porta até o caixotinho de ossos por onde subia na mesma formação até desformigar lá dentro. Sem caminho de volta. – E os ossos? Ela se enrolou no cobertor, estava tremendo. Aí é que está o mistério. Aconteceu uma coisa, não entendo mais nada! Acordei pra fazer pipi, devia ser umas três horas. Na volta sentique no quarto tinha algo mais, está me entendendo? Olhei pro chão e vi a fila dura de formiga, você lembra? não tinha nenhuma quando chegamos. Fui ver o caixotinho, todas trançando lá dentro, lógico, mas não foi isso o que quase me fez cair pra trás, tem uma coisa mais grave: é que os ossos estão mesmo mudando de posição, eu já desconfiava mas agora estou certa, pouco a pouco eles estão… estão se organizando. – Como, organizando? Ela ficou pensativa. Comecei a tremer de frio, peguei uma ponta do seu cobertor. Cobri meu urso com o lençol. – Você lembra, o crânio entre as omoplatas, não deixei ele assim. Agora é a coluna vertebral que já está quase formada, uma vértebra atrás da outra, cada ossinho tomando seu lugar, alguém do ramo está montando o esqueleto, mais um pouco e… Venha ver! – Credo, não quero ver nada. Estão colando o anão, é isso? Ficamos olhando a trilha rapidíssima, tão apertada que nela não caberia sequer um grão de poeira. Pulei-a com o maior cuidado quando fui esquentar o chá. Uma formiguinha desgarrada (a mesma daquela noite?) sacudia a cabeça entre as mãos. Comecei a rir e tanto que se o chão não estivesse ocupado, rolaria por ali de tanto rir. Dormimos juntas na minha cama. Ela dormia ainda quando saí para a primeira aula. No chão, nem sombra de formiga, mortas e vivas, desapareciam com a luz do dia. Voltei tarde essa noite, um colega tinha se casado e teve festa. Vim animada, com vontade de cantar, passei da conta. Só na escada é que me lembrei: o anão. Minha prima arrastara a mesa para a porta e estudava com o bule fumegando no fogareiro. – Hoje não vou dormir, quero ficar de vigia – ela avisou. O assoalho ainda estava limpo. Me abracei ao urso. – Estou com medo. Ela foi buscar uma pílula para atenuar minha ressaca, me fez engolir a pílula com um gole de chá e ajudou a me despir. – Fico vigiando, pode dormir sossegada. Por enquanto não apareceu nenhuma, não está na hora delas, é daqui a pouco que começa. Examinei com a lupa debaixo da porta, sabe que não consigo descobrir de onde brotam? 29 Tombei na cama, acho que nem respondi. No topo da escada o anão me agarrou pelos pulsos e rodopiou comigo até o quarto, acorda, acorda! Demorei para reconhecer minha prima que me segurava pelos cotovelos. Estava lívida. E vesga. – Voltaram – ela disse. Apertei entre as mãos a cabeça dolorida. – Estão aí? Ela falava num tom miúdo como se uma formiguinha falasse com sua voz. – Acabei dormindo em cima da mesa, estava exausta. Quando acordei, a trilha já estava em plena. Então fui ver o caixotinho, aconteceu o que eu esperava… – Que foi? Fala depressa, o que foi? Ela firmou o olhar oblíquo no caixotinho debaixo da cama. – Estão mesmo montando ele. E rapidamente, entende? O esqueleto está inteiro, só falta o fêmur. E os ossinhos da mão esquerda, fazem isso num instante. Vamos embora daqui. – Você está falando sério? – Vamos embora, já arrumei as malas. A mesa estava limpa e vazios os armários escancarados. – Mas sair assim, de madrugada? Podemos sair assim? – Imediatamente, melhor não esperar que a bruxa acorde. Vamos, levanta. – E para onde a gente vai? – Não interessa, depois a gente vê. Vamos, vista isto, temos que sair antes que o anão fique pronto. Olhei de longe a trilha: nunca elas me pareceram tão rápidas. Calcei os sapatos, descolei a gravura da parede, enfiei o urso no bolso da japona e fomos arrastando as malas pelas escadas, mais intenso o cheiro que vinha do quarto, deixamos a porta aberta. Foi o gato que miou comprido ou foi um grito? No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o outro olho era penumbra. Fonte: (Telles in: Conto brasileiro, 2016) Professor (a), aproveite esse momento para explorar os elementos do texto narrativo perguntando aos estudantes: • Por que esse texto é considerado um conto fantástico? • Quais são as personagens da história? • Qual é o tipo de narrador presente na história? • Onde aconteceu a história e quanto tempo ela durou? • Qual foi o tipo de discurso predominante na história? • Qual a variedade linguística utilizada pela autora? Após ouvir as respostas, escreva na lousa ou projete as questões propostas e peça aos estudantes para fazerem as atividades a seguir, no caderno. 30 PRIMEIRAS IMPRESSÕES 1. O que você sentiu lendo esse conto? Do que mais gostou e do que menos gostou? Por quê? 2. O que parece estar implícito nesta fala e no gesto da dona da pensão “fechem bem a garrafa – recomendou coçando a cabeça”, considerando o que acontece depois? Que problema poderia haver se as estudantes deixassem a garrafa mal fechada? 3. Faça uma pesquisa sobre o artista Marcello Grassmann. Em seguida, responda: a) O que fato de a narradora enfeitar seu quarto com uma gravura feita por esse artista permite inferir sobre os gostos dela? b) Como essa característica da personagem pode influenciar sobre o que ela conta? O que podemos pensar sobre os fatos narrados? O TEXTO EM CONSTRUÇÃO 1. Quanto ao momento em que as personagens chegam à pensão, há uma descrição do espaço com o uso de uma personificação. Escreva o trecho que melhor exemplifica esse processo. 2. Nos contos de mistério, geralmente, o espaço em que ocorre a ação é descrito com detalhes que nos fazem imaginar lugares sinistros, sombrios. Para você, o que na descrição e na narração sobre a pensão permite ao leitor achar também graça e humor? 3. Lygia Fagundes Telles tirou a expressão “mais negra que a asa da graúna” do romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865. Para descrever a beleza da protagonista, o narrador compara a cor de seus cabelos com o negro da asa de um pássaro típico da região do Ceará, a graúna. No conto, a expressão ganha efeitos de humor, pois é atribuída à peruca usada pela dona da pensão. Leia esta passagem do conto: “A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra que a asa da graúna.” Como o uso da expressão em destaque contribui para os efeitos de humor da narrativa? 4. O foco narrativo apresenta narrador que também participa como personagem da história por ele contada. a) De que forma a escolha de um narrador com essa característica contribui para a construção do mistério? b) Localize no texto o neologismo desformigar. Com base em que processo de formação de palavras na língua portuguesa ele foi inventado? ( ) derivação ( ) composição c) Que sentidos esse neologismo pode ter no contexto do conto? 5. As formigas são insetos extraordinários. Algumas conseguem carregar objetos com peso dez ou até cinquenta vezes superior ao seu próprio peso. As da espécie carpinteira têm o curioso hábito de fazer ninho em madeira úmida e antiga. Movimentam-se à noite em busca de comida. Considerando essas informações, que explicações lógicas você daria para os acontecimentos do conto? 6. Releia a frase que fecha o conto: “quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o outro olho era penumbra”. Como você relacionaria esse desfecho com o conceito de fantástico? 31 3º MOMENTO: CORREÇÃO DO ESTUDO DO CONTO FANTÁSTICO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Pincel, lousa. Professor(a), faça a correção do conto “As formigas” de Lygia Fagundes Telles registrando na lousa as respostas conforme a necessidade da turma. 32 UNIDADE TEMÁTICA Esportes. OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S) Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos. Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital. Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos legais e normativos. Reconstrução das condições de produção e cirulação e adequação do texto à construção composicionale ao estilo e gênero. (Lei, código, estatuto, código, regimento etc.). Discussão oral. Apreciação e réplica. Relação entre gêneros e mídias. EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc. (EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e normativos de importância universal, nacional ou local que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA -, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento escolar–, a seus contextos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, finalidades e sua vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho). (EF69LP20A) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação). (EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc.–, de maneira a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a 33 compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias perspectivas que podem estar em jogo. (EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso, vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: As fakes news e o texto normativo A) APRESENTAÇÃO: O texto normativo é, como o nome diz, um conjunto de normas e instruções. Ele geralmente tem o caráter oficial, documental e formal. Ele tem sempre um cabeçalho, o texto com a norma em si (dividido em capítulos, artigos e incisos), fecho e justificação. Interpretar uma lei não é o mesmo que interpretar um texto de jornal, de revista ou um romance. Nos textos normativos, usa-se uma linguagem padrão, formal com termos técnicos, uma linguagem específica que muitas vezes exige conhecimento jurídico para interpretá-los. Neste planejamento, procuramos utilizar dois artigos do Código Penal Brasileiro para os estudantes identificarem a sua estrutura e também para relacioná-los com os casos envolvendo fakes news. Como o projeto de lei das fake news não foi aprovado ainda, é importante eles saberem que existem situações que são enquadradas nele. Com este planejamento, esperamos que nossos estudantes compreendam o que são fakes news, seu surgimento, como e por que são criadas, as consequências na sociedade e a importância de combatê-las. Compreendam ainda o fenômeno das notícias falsas e suas relações com interesses individuais ou de grupos mobilizados para a manipulação de opinião pública; analisem os impactos sociais e políticos causados pela disseminação dessa prática; desenvolvam postura crítica e combativa à prática de produção e disseminação delas e se engajam em campanhas de conscientização para o combate a essa prática. 1º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Notebook, internet Professor(a), inicie a aula fazendo as seguintes perguntas para os estudantes sobre o tema fake news. 1. Você sabe o que é fake news? 2. Você conhece algum caso recente? 3. Você já se deparou com alguma informação falsa? Se sim, qual atitude você tomou? 4. Você sabe quais as consequências a pessoa que cria e compartilha fake news pode ter? 34 Em seguida, faça a exibição da videoaula sobre esse tema. Se liga na educação “FAKE NEWS” Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1J3l18pUOj064GqT2aLvQLPWfoSSCutrC/view. 2º MOMENTO Organização da turma A escolha do professor. Recursos e providências Texto impresso, lousa e pincel. Professor (a), distribua este texto para os estudantes. Faça uma leitura coletiva, em que, cada estudante, em um dado momento, leia um trecho do texto. O que são fake news? Fake news são notícias falsas divulgadas principalmente nas redes sociais. Os boatos têm informações irreais que apelam para o emocional do leitor/espectador. "Fake news são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais. Esse tipo de texto, em sua maior parte, é feito e divulgado com o objetivo de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo (geralmente figuras públicas). As Fake news têm um grande poder viral, isto é, espalham-se rapidamente. As informações falsas apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas consumam o material “noticioso” sem confirmar se é verdade seu conteúdo. O poder de persuasão das fake news é maior em populações com menor escolaridade e que dependem das redes sociais para obter informações. No entanto, as notícias falsas também podem alcançar pessoas com mais estudo, já que o conteúdo está comumente ligado ao viés político." "Como surgiu o termo fake news?” O termo fake news ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump. Apesar do recente uso do termo fake news, o conceito desse tipo de conteúdo falso vem de séculos passados e não há uma data oficial de origem. A palavra “fake” também é relativamente nova no vocabulário, como afirma o Dicionário Merriam-Webster. Até o século XIX, os países de língua inglesa utilizavam o termo “false news” para denominar os boatos de grande circulação. As fake news sempre estiveram presentes ao longo da história, o que mudou foi a nomenclatura, o meio utilizado para divulgação e o potencial de persuasão que o material falso https://drive.google.com/file/d/1J3l18pUOj064GqT2aLvQLPWfoSSCutrC/view 35 adquiriu nos últimos anos. Muito antes de o Jornalismo ser prejudicado pelas fake News, escritores já propagavam falsas informações sobre seus desafetos por meio de comunicados e obras. Anos mais tarde, a propaganda tornou-se o veículo utilizado para espalhar dados distorcidos para a população, o que ganhou força no século XX." "Como funcionam as fake news?” A produção e veiculação de fake news constituem um verdadeiro mercado, conforme mostra o especial do jornal Correio Braziliense. Esse universo é alimentado por pessoas de grande influência, geralmente políticos em campanha eleitoral, que contratam equipes especializadas nesse tipo de conteúdo viral. Essas equipes podem ser compostas por ex-jornalistas, publicitários, profissionais de marketing, profissionais da área de tecnologia e até mesmo policiais, que garantem a segurança da sede e dos equipamentos utilizados. Alguns produtores de fake news compram ilegalmente os endereços de e-mail e números de telefone celular de milhões de pessoas para “disparar” o conteúdo
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