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Caixa Econômica Federal CAIXA Técnico Bancário Novo NV-002FV-24-CAIXA-TECNICO-BANC Cód.: 7908428807528 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra CAIXA – Caixa Econômica Federal Técnico Bancário Novo Autores LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves, Isabella Ramiro, Melissa Fernandes e Monalisa Costa REDAÇÃO DISCURSIVA E OFICIAL (ON-LINE) • Nelson Sartori e Renato Philippini LÍNGUA INGLESA • Rebecca Soares MATEMÁTICA FINANCEIRA • Kairton Batista (Prof. Kaká) e Luís Resende NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA • Kairton Batista (Prof. Kaká) e Sérgio Mendes COMPORTAMENTOS ÉTICOS E COMPLIANCE (ON-LINE) • Ana Philippini, Caroline Matos, Fabiane Delpino, Felipe Pacheco, Leandro Campos, Renato Philippini e Sirlo Oliveira CONHECIMENTOS BANCÁRIOS • Juliana Ataídes, Kairton Batista, Leandro Campos, Márcio Ferreira Neves, Sirlo Oliveira e Thiago Kunert CONHECIMENTOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (ON-LINE) • Advair Carvalho, Fernando Nishimura, Fernando Paternostro Zantedeschi, Gabriel Borges, Gabriel Pacheco, Herbet Ferreira e Sirlo Oliveira LEGISLAÇÕES (ON-LINE) CONHECIMENTOS E COMPORTAMENTOS DIGITAIS • Gabriel Pacheco, Leonardo Vasconcelos, Márcio Ferreira Neves, Nágila Vilela, Renata Gonçalves, Ricardo Reis e Vinícius Bernardo ATENDIMENTO BANCÁRIO • Ana Philippini, Luiz Rezende, Márcio Ferreira Neves e Ricardo Reis Edição: Fevereiro/2024 ISBN: 978-65-5451-303-6 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. PIRATARIA É CRIME! Todos os direitos autorais deste material são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da Nova Concursos. Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal, com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP). Não seja prejudicado com essa prática. Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. APRESENTAÇÃO Um bom planejamento é determinante para a sua preparação de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen- sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro foi organizado de acordo com o Edital nº 01/2024/NM para o cargo de Técnico Bancário Novo da Caixa Econômica Federal - CAIXA. O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário, facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem- pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor- dando os principais itens do edital e reorganizando-os quando necessário, de uma maneira didática para que você realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos. Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica – com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da banca CESGRANRIO, organizadora do certame. A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes- sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan- do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os con- teúdos complementares disponíveis on-line para este livro em nossa plataforma: Conteúdo de Redação Discursiva e Oficial, Conhecimentos de Tecnologia da Informação e Comunicação, Legislações e Comportamentos Éticos e Compliance disponíveis em PDF para download. Agora é com você! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. CONTEÚDO ON-LINE Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on- line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente. CONTEÚDO COMPLEMENTAR: • Redação Discursiva e Oficial – disponível em PDF para download. • Conhecimentos de Tecnologia da Informação e Comunicação – disponível em PDF para download. • Legislações – disponível em PDF para download. • Comportamentos Éticos e Compliance – disponível em PDF para download. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................15 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................... 15 ARGUMENTAÇÃO E PERSUASÃO..................................................................................................... 18 COMUNICAÇÃO ASSERTIVA ............................................................................................................ 19 LINGUAGEM SIMPLES, CONCISA, OBJETIVA ................................................................................................19 ORGANIZAÇÃO TEXTUAL ................................................................................................................. 19 COESÃO E COERÊNCIA ...................................................................................................................... 22 TIPOLOGIA TEXTUAL ........................................................................................................................ 28 ORTOGRAFIA OFICIAL ....................................................................................................................... 32 ACENTUAÇÃO GRÁFICA ................................................................................................................... 33 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ................................................................................. 35 SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO ..............................................................................................37 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL ......................................................................................................................49 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL ...........................................................................................................51 PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 60 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ....................................................................................................... 63 COLOCAÇÃO DO PRONOME ÁTONO ................................................................................................ 66 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO ........................................................................................................ 67 LÍNGUA INGLESA ...............................................................................................................79 CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO FUNDAMENTAL E DOS ASPECTOS GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS ................................................... 79 MATEMÁTICA FINANCEIRA ......................................................................................141 CONCEITOS GERAIS ........................................................................................................................141 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ..................................................................................................................141 VALOR PRESENTE ..........................................................................................................................................142 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. VALOR FUTURO ..............................................................................................................................................142 JURO ................................................................................................................................................................142 TAXA DE JURO ................................................................................................................................................143 JUROS SIMPLES ..............................................................................................................................144 JUROS COMPOSTOS .......................................................................................................................145 SÉRIES UNIFORMES ........................................................................................................................148 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS EM FLUXOS REGULARES OU IRREGULARES .............................149 VP E VF ............................................................................................................................................................149 PRAZOS E TAXAS DE RETORNO ....................................................................................................................150 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE QUALQUER TIPO, INCLUINDO OS SISTEMAS COM AMORTIZAÇÕES CONSTANTES (SAC) E COM PRESTAÇÕES CONSTANTES (FRANCÊS OU PRICE) .........................................................................................................................................152 PRAZO DA OPERAÇÃO ...................................................................................................................................152 DESCONTOS .....................................................................................................................................157 Desconto Comercial Simples ........................................................................................................................159 Desconto Racional Composto ......................................................................................................................163 SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS .............................................................................................................166 LEIS DE FORMAÇÃO EXPRESSAS DE FORMA GERAL (EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DO TERMO) OU DE FORMA RECURSIVA (EM FUNÇÃO DE UM OU MAIS TERMOS ANTERIORES) ......................................166 PROGRESSÕES ARITMÉTICAS ......................................................................................................................166 PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS ....................................................................................................................170 NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA ................................................. 179 CONCEITOS GERAIS ........................................................................................................................179 VARIÁVEL E TIPOS DE VARIÁVEIS ................................................................................................................179 POPULAÇÃO E AMOSTRA .............................................................................................................................180 FREQUÊNCIAS: ABSOLUTA E RELATIVA, FREQUÊNCIAS ACUMULADAS, REPRESENTAÇÕES EM GRÁFICOS E TABELAS (LINHAS, COLUNAS, SETORES E HISTOGRAMAS) ...............................................180 MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL (EM DADOS BRUTOS OU AGRUPADOS EM CLASSES) ..182 MÉDIA ARITMÉTICA .......................................................................................................................................182 MÉDIA PONDERADA .......................................................................................................................................184 MÉDIA GEOMÉTRICA .....................................................................................................................................186 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. MODA ...............................................................................................................................................................189 MEDIANA .........................................................................................................................................................190 MEDIDAS DE POSIÇÃO ....................................................................................................................191 QUARTIS ..........................................................................................................................................................191 PERCENTIS .....................................................................................................................................................191 MEDIDAS DE DISPERSÃO (EM DADOS BRUTOS OU AGRUPADOS EM CLASSES) ....................192 AMPLITUDE .....................................................................................................................................................192 VARIÂNCIA ......................................................................................................................................................192 DESVIO PADRÃO .............................................................................................................................................193 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO .........................................................................................................................193 PROBABILIDADE ..............................................................................................................................193 EXPERIMENTO ALEATÓRIO ...........................................................................................................................193ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO ....................................................................................................................194 ESPAÇOS EQUIPROVÁVEIS ............................................................................................................................194 PROBABILIDADE DE LAPLACE ......................................................................................................................195 ESPAÇOS NÃO EQUIPROVÁVEIS ...................................................................................................................195 PROBABILIDADE CONDICIONAL E INDEPENDÊNCIA ..................................................................................196 TEOREMA DOS PRODUTOS ...........................................................................................................................196 TEOREMA DO PRODUTO ................................................................................................................................196 DISTRIBUIÇÃO BINOMIAL .............................................................................................................................197 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS ..............................................................................203 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ......203 ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS ..................205 MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS ................................................................215 MERCADO MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL ...............................................................215 OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS .................................217 INTERNET BANKING .......................................................................................................................................217 STARTUPS .......................................................................................................................................................217 FINTECHS ........................................................................................................................................................219 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. MOBILE BANKING ...........................................................................................................................................220 OPEN BANKING ..............................................................................................................................................220 OPEN FINANCE ...............................................................................................................................................221 SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING) ...............................................................................222 MOEDAS E ATIVOS DIGITAIS: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS ................224 MOEDAS DIGITAIS DOS BANCOS CENTRAIS: O REAL DIGITAL (DREX) .....................................................226 SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS - PIX ....................................................................................226 BIG TECHS .......................................................................................................................................................229 NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS ...................................................................................................230 CORRESPONDENTES BANCÁRIOS ................................................................................................231 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO ............................................................232 MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING) ................................................................................233 TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS ........................................................................................234 O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL DO BRASIL .........................................................................................................235 ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA .....................235 NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS ............................................................................................237 NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS.....................................................................................................................251 TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS .......................................................................................................254 REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS ...........................258 IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES ..................................260 FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO ..................................................261 DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO ...........................................................................261 PRÊMIOS DE RISCO .........................................................................................................................262 DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO ................................................262 PRODUTOS BANCÁRIOS E MERCADO BANCÁRIO .......................................................................264 OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO ...............................264 CONSÓRCIO ....................................................................................................................................................264 SEGUROS .........................................................................................................................................................265 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. CAPITALIZAÇÃO .............................................................................................................................................265 PREVIDÊNCIA .................................................................................................................................................267 CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR .............................................................................................................269 NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO .............................................................................................272 CRÉDITO RURAL .............................................................................................................................................276 INVESTIMENTOS ............................................................................................................................................280 POUPANÇA ......................................................................................................................................................287 PROGRAMAS SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO TRABALHADOR ........................................................287 TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS ......................................................289 TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS ..........................................................................................290 GARANTIAS DOSISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ....................................................................291 FIANÇA ............................................................................................................................................................292 AVAL ................................................................................................................................................................293 HIPOTECA .......................................................................................................................................................294 PENHOR MERCANTIL .....................................................................................................................................294 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA................................................................................................................................295 FIANÇAS BANCÁRIAS ....................................................................................................................................296 AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA .....................................................................................................296 LEI COMPLEMENTAR N° 7, DE 1970 (PIS) .....................................................................................297 LEI N° 8.036, DE 1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE ......299 CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS .................................................................................307 GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF) .....................................................................................................309 LEI N° 14.601, DE 2023 (BOLSA FAMÍLIA) .....................................................................................309 PRODUTOS........................................................................................................................................317 ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS ....................................................317 PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO .....................................................................................................320 SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO .....................................................................................322 LEI N° 7.998, DE 1990 (PROGRAMA DESEMPREGO E ABONO SALARIAL — BENEFICIÁRIOS E CRITÉRIOS PARA SAQUE) ................................................................................327 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. SAÚDE E BEM-ESTAR, ERGONOMIA ..............................................................................................334 NEGOCIAÇÃO, ESCUTA EMPÁTICA ................................................................................................337 NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL ....................................................................................339 FORÇAS COMPETITIVAS ...............................................................................................................................339 ANÁLISE DE MERCADO ..................................................................................................................................342 IMAGEM INSTITUCIONAL ..............................................................................................................................344 IDENTIDADE E POSICIONAMENTO ...............................................................................................................344 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO .......................................................................................................345 CRM ..................................................................................................................................................346 CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS ..............................................................................................347 INTANGIBILIDADE ..........................................................................................................................................347 INSEPARABILIDADE .......................................................................................................................................347 VARIABILIDADE ..............................................................................................................................................347 PERECIBILIDADE ............................................................................................................................................347 GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS ........................................................................................347 ESTATUTO SOCIAL DA CAIXA ........................................................................................................349 CONHECIMENTOS E COMPORTAMENTOS DIGITAIS .................................... 361 MINDSET DE CRESCIMENTO .........................................................................................................361 PARADIGMA DA ABUNDÂNCIA .....................................................................................................361 INTRAEMPREENDEDORISMO ........................................................................................................361 DESIGN THINKING E DESIGN DE SERVIÇO ...................................................................................362 METODOLOGIAS ÁGEIS, LEAN MANUFACTURING, SCRUM .......................................................363 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMPLEXOS, VISÃO SISTÊMICA E ESTRATÉGICA .................371 CIÊNCIA DE DADOS ..........................................................................................................................372 SENSO COLABORATIVO E DISPOSIÇÃO PARA SOMAR PONTOS DE VISTA DIVERGENTES .................................................................................................................................375 PENSAMENTO COMPUTACIONAL ...............................................................................................................377 ANÁLISE DE NEGÓCIOS ..................................................................................................................377 LIDERANÇA, AUTOLIDERANÇA E LIDERANÇA DE EQUIPES .......................................................382 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. AUTODESENVOLVIMENTO .............................................................................................................385 EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDOR (CUSTOMER EXPERIENCE) ....................................................386 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ..........................................................................................................386 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (PACTO GLOBAL E OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL — ODS) ...............................................................................389 OBJETIVOS-CHAVES PARA RESULTADOS (OKR) ........................................................................397 GESTÃO DO TEMPO E PRODUTIVIDADE .......................................................................................398 TÉCNICAS E BOAS PRÁTICAS PARA O TRABALHO À DISTÂNCIA ............................................404 APRENDER A APRENDER E APRENDIZAGEM CONTÍNUA (LIFE LONG LEARNING) ..................405 ATENDIMENTO BANCÁRIO ........................................................................................411 AÇÕES PARAAUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE ...............................................411 CLIENTECENTRISMO .....................................................................................................................................411 GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE ........................................................................................412 TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS .............................................413 NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL .................................................................................................415 GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE COPYWRITING, GATILHOS MENTAIS, INBOUND MARKETING ........415 ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS .........................................................................418 PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES, ESCUTA ATIVA E EMPÁTICA, CLAREZA, OBJETIVIDADE E CORTESIA NA COMUNICAÇÃO .................................418 ATENDIMENTO QUALIFICADO POR CANAIS REMOTOS .............................................................420 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO ...................................................................................................................................421 POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: RESOLUÇÃO N° 4.949, DE 2021 .............422 RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020 .........................................................426 DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO E O FUNCIONAMENTO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL ........................................................................................426 DIVERSIDADE E INCLUSÃO: LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................431 ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015 ............................431 CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI Nº 8.078, DE 1990 .........................450 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA .....................................................................................................483 SARB Nº 004, DE 2009 – NORMATIVO DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR NA REDE DE AGÊNCIAS BANCÁRIAS .................................................................................................................................483 SARB 023, DE 2020 – NORMATIVO DE RELACIONAMENTO COM O CONSUMIDOR IDOSO .....................486 SARB 024, DE 2021 — NORMATIVO DE RELACIONAMENTO COM CONSUMIDORES POTENCIALMENTE VULNERÁVEIS ...............................................................................................................488 LEI N° 10.741, DE 2003 — ESTATUTO DA PESSOA IDOSA — E LEI N° 13.466, DE 2017 (ACIMA DE 80 ANOS) ......................................................................................................................490 LEI Nº 14.364, DE 2022 (ACOMPANHANTES DE IDOSOS) ...........................................................................507 LEI N° 12.764, DE 2012 — SOBRE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO A PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA .......................................................................................509 DECRETO Nº 8.727, DE 2016 — DISPÕE SOBRE O USO DO NOME SOCIAL E O RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE DE GÊNERO DE PESSOAS TRAVESTIS E TRANSEXUAIS ..................................................................................................................................514 DECRETO Nº 5.296, DE 2004 — RELACIONADO À PRIORIDADE DE ATENDIMENTO ÀS PESSOAS QUE ESPECIFICA E PROMOVE A ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA OU COM MOBILIDADE REDUZIDA ...........................................516 DECRETO Nº 5.904, DE 2006 — SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL DE INGRESSAR E PERMANECER EM AMBIENTES DE USO COLETIVO ACOMPANHADA DE CÃO-GUIA ......................................................................................................529 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 15 LÍNGUA PORTUGUESA COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por aqueles candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação. Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma relação de proximi- dade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semântica, que incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística pode assumir. Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em interpretação e compreensão textual, associando a essas temáticas as relações semânticas que permeiam o sentido de todo amon- toado de palavras, tendo em vista que qualquer aglomeração textual é, atualmente, considerada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido por quem o lê. Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos compreensão e interpre- tação textual. Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza liga- ções com o texto a partir das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpretativo ou compreensivo. Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos, sempre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de praticar seus conhe- cimentos realizando a seleção de exercícios finais, selecionados especialmente para que este material cumpra o propósito de alcançar sua aprovação. INFERÊNCIA — ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre inter- pretação de texto. Dica Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas. Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas. A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor do texto, que fica percep- tível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as causas. Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias deleitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande profundidade acadêmica; neste mate- rial, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos. A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de inferência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja este exemplo: O marido da minha chefe parou de beber. Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o leitor a interpretar essas informações. Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construída pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo leitor do texto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 16 A seguir, apresentamos um fluxograma que representa como ocorre a relação desses processos: INFERÊNCIA DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estratégias que compõem cada maneira de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de mundo na interpretação de textos. A Indução As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certeza na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto e que variam conforme o tipo textual. Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológica e espacial no desen- volvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, podemos organizar as ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argumentação, esse enca- deamento de ideias fica marcado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista. No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especificação para uma gene- ralização. Vejamos um exemplo: Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por con- ceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (Barreto, 2010, p. 21) O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías Cami- nha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a interpretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estratégias usadas para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organização cronológica de um texto. PROCURE SINÔNIMOS A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as palavras que têm maior associação com o tema do texto ATENÇÃO AOS CONECTIVOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de opiniões, espaços físicos e localizadores textuais A Dedução A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de maneira implícita no enunciado. Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos para abordar em suas provas. No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpretação por dedução. Conforme Klei- man (2016, p. 47): Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checando esse conhecimento. Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme um objetivo mais definido. O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos de conhecimento: � conhecimento linguístico; � conhecimento textual; � conhecimento de mundo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 17 O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir. z Conhecimento Linguístico Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reconhecimento das for- mas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reconhecimento das regras de uma língua. É importante salientar que as regras de reconhecimento sobre o funcionamento da língua não são, necessaria- mente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exemplo, no caso da língua portuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-verbo-objeto (SVO) etc. Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15). Um exemplo em que a interpretação textual é prejudicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020. Como é possível notar, o texto é uma peça publicitária escrita em inglês, portanto, somente os leitores profi- cientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escrito; assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas estratégias de interpretação em que podemos usar méto- dos dedutivos. z Conhecimento Textual Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conhecimento linguístico e se desenvolve pela experiência leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhecimento, o leitor desenvolvesua habilidade porque prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma reportagem como se lê um poema. Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de dis- cursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. z Conhecimento de Mundo O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por isso, é sempre impor- tante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes de infor- mações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu conhecimento de mundo. Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é relevante para a compreen- são textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação. A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da ativação do conheci- mento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 18 Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos que tentaram dis- suadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas amiúde através de picos e vales turbulentos. (Kleiman, 2016, p. 24) Agora tente responder as seguintes perguntas sobre o texto: Quem é o herói de que trata o texto? Quem são as três irmãs? Qual é o planeta inexplorado? Certamente, você não conseguiu responder nenhuma dessas questões, porém, ao descobrir o título desse texto, sua compreensão sobre essas perguntas será afetada. O texto se chama “A descoberta da América por Colom- bo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque responder às questões; certamente você não terá mais as mesmas dificuldades. Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento prévio que é essencial para a interpretação de questões. ARGUMENTAÇÃO E PERSUASÃO A argumentação é um recurso importantíssimo em diversos gêneros textuais. É importante que antes de se conhe- cer os diferentes tipos de argumentos, entendamos a diferença de argumentação e persuasão. A argumentação pretende convencer os leitores por meio de argumentos concretos sem recorrer para o lado emocional, ao passo que, a persuasão tem como característica principal a linguagem apelativa. É muito comum que encontremos textos persuasivos em anúncios publicitários, como no exemplo abaixo: A linguagem do anúncio publicitário acima é persuasiva porque não argumenta os motivos pelos quais as crianças precisam se vacinar, apenas persuade/convence os pais a levarem seus filhos a se vacinar caso estejam inseridos naquela faixa etária. O texto persuasivo também pode estar presente no nosso dia a dia, como por exemplo nas relações familiares. Para convencer um filho de arrumar o quarto, muitos pais usam a persuasão dizendo que caso não faça o que pediram, não terá sobremesa, ou que os magoarão etc. A persuasão, resumidamente, está ligada à sedução, por isso, para persuadir alguém por diferentes motivos, é necessário abrir mão da racionalidade e recorrer à emoção. Agora que já entendemos a diferença de argumentação e persuasão, veremos que os argumentos são diversos e dividem-se basicamente em 4 tipos, os quais veremos a seguir. z Argumento de autoridade: nesse tipo de argumento, o autor faz uso de opiniões de estudiosos da área a ser argumentada. Se, por exemplo, o texto argumentativo tiver como tema qual máscara de proteção da covid-19 é mais eficaz, certamente deve-se levar em consideração argumentos de infectologistas, médicos e outros pro- fissionais da área da saúde. O argumento de autoridade, como o nome sugere, transmite segurança e poder de convencimento, já que se espera que argumentos científicos de estudiosos tenham embasamento suficiente para convencer os leitores; z Argumento de consenso: no argumento de consenso, o autor recorre a informações de senso comum e con- sentimento geral para convencer o leitor. Por exemplo: “O Brasil carece de investimento nos esportes para incentivar os jovens”, essa é uma informação que, certamente, grande parte da população está de acordo, por isso não será difícil que a maioria dos leitores concorde com quem escreve. Note que nesse tipo de argumento o conhecimento científico, estatísticas e dados em geral não são levados em conta, mas sim os conhecimentos gerais; z Argumento de exemplificação/histórico: esses argumentos se utilizam de fatos históricos para comprovar um fato específico. Imagine que para retomar ideias de industrialização e condições de trabalho, o autor busque argu- mentos históricos da Revolução Industrial, por exemplo. O argumento de exemplificação é próximo disso, mas ao contrário de comprovar teorias por meio de fatos históricos, as comprovações acontecem a partir de fatos coti- dianos que sejam de conhecimento da maioria das pessoas ou que tenham sido noticiados em algum momento. A última hipótese poderia ser exemplificada com o número de casos confirmados de covid-19 em uma cidade, por exemplo, para se argumentar que ali o uso de máscaras não é mais necessário; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 19 z Argumento lógico: o argumento lógico constrói-se pela construção de causa e efeito. Um ótimo exemplo desse argumento seria o seguinte: “No mundo todo, percebe-se que nas regiões onde há saneamento básico e tratamen- to de água, há menos doenças como a virose.” Aqui, vemos que as informações se constroem de forma lógica, o fato de haver saneamento básico e água tratada é a causa de haver menos doenças, o efeito é justamente esse. COMUNICAÇÃO ASSERTIVA LINGUAGEM SIMPLES, CONCISA, OBJETIVA A comunicação assertiva mostra-se atualmente como uma ferramenta fundamental para a construção de rela- ções saudáveis e eficazes em diversos âmbitos da vida. Consiste em expressar pensamentos, sentimentos e neces- sidades de forma clara, direta e respeitosa, sem ser passivo ou agressivo. Por meio da assertividade, indivíduos comunicam-se com confiança, defendendo seus pontos de vista e, ao mes- mo tempo, considerando as perspectivas dos outros. Essa comunicação equilibrada permite a resolução de conflitos de forma construtiva, a tomada de decisões assertivas e o estabelecimento de limites saudáveis. Pensando especificamente nas relações de trabalho (tanto com os colegas quanto com o público), a comunica- ção assertiva promove mais efetividade nas tarefas por ir direto ao ponto e ser objetiva, sem abrir margem para ambiguidades e mal-entendidos. Por exemplo, ao explicar uma situação para o cliente sem rodeios, com clareza e objetividade, o trabalhador contribui para uma transação com menos dúvidas e mais confiança, o que traz benefícios a todos os envolvidos. ORGANIZAÇÃO TEXTUAL INTENCIONALIDADE Todo e qualquer texto é escrito com uma intenção, um objetivo. Não apenas os textos escritos, mas também os textos orais apresentam intencionalidade discursiva. Neste tópico, daremos maior enfoque aos textos escritos, já que, geralmente, os textos trabalhados em concursos públicos consistem emgêneros escritos. A intencionalidade é o que o autor do texto deseja alcançar através da sua produção. As intenções de um texto podem ser diversas: convencer, educar, informar, contar uma história, levantar uma discussão. Em suma, pode-se dizer que a intencionalidade é construída ao longo do texto. Para alcançar os objetivos pretendidos, os autores utilizam mecanismos de coesão e coerência, bem como estratégias argumentativas que facilitem o entendimento do leitor. z Recursos da Intencionalidade: � “Argumentatividade”: o uso dos argumentos corretos é necessário para, de fato, convencer o leitor ao que é proposto pelo autor. Os tipos de argumento mais conhecidos são: citação de autoridade, dados científicos, fatos históricos, dentre outros; � Verbos/pessoas do discurso: quando o autor do texto pretende se aproximar do leitor, ele, geralmente, opta pelo uso do pronome “você”, para que o leitor se sinta parte da situação comunicativa. Já quando sua intenção é convencer o leitor sobre algum fato, normalmente, opta pelo uso de verbos no modo imperativo; � Vocabulário: a depender do objetivo comunicativo, o autor pode inserir vocabulário específico de um determinado grupo social, como as gírias, a fim de provocar o interesse e reter a atenção do leitor, alcan- çando, assim, sua intenção; � Cores: além da linguagem verbal, o uso de cores e imagens (linguagem não verbal) colabora para o alcance dos objetivos da comunicação; � Figuras de linguagem: são recursos utilizados, propositalmente, pelos autores, para causar determinada sensação no leitor. As figuras de linguagem são divididas em: semânticas, de construção, de pensamento e sonoras. Cumpre des- tacar que, por trás da escolha entre uma ou outra, para ser utilizada no texto, existe uma intencionalidade por parte do emissor/produtor do texto. A seguir, vejamos as principais figuras de linguagem: z Metáfora: esta é a figura de linguagem mais utilizada no nosso cotidiano. Resumidamente, pode-se afirmar que a metáfora é uma comparação implícita, porque não há a presença de um elemento comparativo (uso das conjunções “como”, “assim como”, “bem como”, entre outras). Há, na verdade, uma afirmação que compara elementos diferentes, mas que apresentam características semelhantes, na visão do autor. Exemplos: Ele ficou uma fera. Luciana é uma flor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 20 z Símile ou Comparação: consiste na comparação explícita entre elementos por meio do uso de conjunções comparativas (“assim como”, “como”, “bem como”, “igual a”). Enquanto a metáfora é mais subjetiva e deixa implícita essa comparação, a símile, claramente, a demonstra. Exemplo: A vida vem em ondas como um mar. (Como uma onda — Lulu Santos) z Analogia: consiste na comparação estabelecida entre elementos distintos — usa-se um elemento para explicar o outro — por meio de uma aproximação, utilizando o sentido figurado das palavras. Exemplo: “Para muitas pessoas, a felicidade é semelhante a uma bola: querem-na de todo jeito e, quando a possuem, dão-lhe um chute.” (Mário Glaab) z Metonímia: consiste na substituição de uma palavra por outra. Trata-se de um recurso possível devido à relação de proximidade existente entre os termos em um determinado contexto de uso. Pode-se, por exemplo, mencionar a parte, para falar do todo; a marca, para designar um produto; o nome do autor, para tratar da obra por ele escrita, entre outros. Exemplos: Adoro ler Paulo Coelho. Ele comeu três pratos. Gosto muito de tomar leite com nescau. z Hipérbole: consiste no emprego intencional de expressões exageradas, a fim de causar impacto no interlocu- tor. Vale dizer que tal exagero pode ocorrer pela intensidade, ou pela quantidade. Exemplos: Ela já gastou rios de dinheiro com o filho. / Estou morrendo de sede. z Eufemismo: recurso usado para minimizar ou suavizar a acepção de uma palavra ou expressão, que, em determinado contexto, possa soar desagradável. Ele funciona de modo oposto à hipérbole, já que busca causar efeitos mais suaves ou menos pesados. Exemplo: O acusado faltou com a verdade. (mentiu) Aquele bom homem foi morar com Deus. (morreu) z Pleonasmo: trata-se da repetição das ideias, utilizando palavras ou expressões que significam a mesma coisa. Para a gramática normativa, o pleonasmo é um vício de linguagem, porque torna o texto redundante. No entanto, em algumas situações, o pleonasmo é usado intencionalmente, ou de forma irônica ou para dar ênfase a determinada expressão. Exemplo: Sorriu um sorriso de alívio. � Personificação ou Prosopopeia: figura de linguagem na qual o autor atribui características e ações huma- nas a animais ou objetos inanimados. Pode ser expressa pela atribuição de sentimentos, ações, gestos, entre outros. Exemplo: Meu pente perguntou do seu cabelo. � Ironia: nesta figura de linguagem, o autor enuncia um fato quando a sua intenção, na verdade, era outra. A situacionalidade, fator participante da organização do texto que será estudado mais adiante, é essencial para entender a ironia. Exemplo: Imagine que um adolescente tenha tirado nota baixa na escola e sua mãe, ao tomar conhecimento disso, excla- ma: “Que bonito, hein!” Diante do exposto, pode-se afirmar que a intencionalidade constitui um fator presente em todos os tipos de texto e imprescindível ao processo de organização textual. Importante! Não há texto neutro. Sempre existe uma intenção por parte do autor, portanto, tudo o que está sendo citado no texto faz parte da argumentação deste, para chegar ao objetivo final da comunicação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 21 Geralmente, nas provas de concurso público, trabalha-se bastante o texto publicitário, já que esse gênero pode apresentar diferentes intenções comunicativas, as quais são claramente evidenciadas pelo produtor/emissor do texto. A seguir, vamos explorar um pouco desse gênero. Intencionalidade na Linguagem Publicitária A natureza do texto publicitário é a persuasão, o convencimento. O interesse em “convencer” pode estar ligado à compra de bens e serviços ou ao engajamento do leitor em determinado evento/campanha. A intencionalidade presente nesse gênero é, portanto, envolver o leitor. Pode-se encontrar muitos exemplos de textos que evidenciam a intencionalidade na linguagem publicitária. Os autores desse tipo de texto, geralmente profissionais da publicidade ou do jornalismo, utilizam-se, muitas vezes, de recursos estilísticos que não estão corretos, segundo a norma culta, mas que cabem para a intenciona- lidade desejada. Vale destacar que outros tipos de textos, como letras de música e textos literários, também utilizam constru- ções com erros gramaticais para atender à determinada intencionalidade. A imagem a seguir mostra um anúncio publicitário e iremos analisar sua intencionalidade. Fonte: https://desperteamentemilionaria.com.br/anuncio-publicitario-o-que-e-e-como-fazer-em-2021/ Além da questão das linguagens verbal e não verbal que, intencionalmente, são usadas para chamar a atenção do leitor, podemos citar o uso de palavras que “conversam” com o leitor (“você”, “seu” e “sua”), aproximando-se dele. Esse é um recurso claro da intencionalidade. ACEITABILIDADE A aceitabilidade, resumidamente, é a oposição da intencionalidade. Enquanto a intencionalidade trata do objetivo comunicativo do autor, a aceitabilidade é o modo como o leitor compreende e entende o enunciado. Antes mesmo do início da leitura, o leitor estabelece um juízo de valor e umaexpectativa a respeito do que será lido. Muitas vezes, os textos são interpretados de forma diferente do que seria a intenção do autor e, geralmente, isso está ligado a uma má construção do texto, comprometendo a coesão e a coerência das ideias. A aceitabilidade é, portanto, um fator fundamental, para que a intencionalidade seja atingida. No entanto, é importante compreender que, ainda que a aceitabilidade seja um “papel” do interlocutor, é o autor do texto o responsável por proporcioná-la. SITUACIONALIDADE A situacionalidade diz respeito ao contexto no qual o ato comunicativo se situa. Um texto pode situar-se de duas formas: em relação ao próprio texto e onde ele será divulgado e em relação ao momento/contexto histórico de publicação. Em síntese, o contexto constitui uma condição para que determinado texto possa produzir o sentido e o efeito desejados pelo autor. Um texto que apresenta muitas marcas de oralidade e coloquialidade, por exemplo, pode ser muito eficiente, se divulgado nas redes sociais com a intenção de informar ou entreter, mas muito ineficiente quando utilizado em situações formais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 22 ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS Ideia Principal e Ideias Secundárias Em se tratando da organização das ideias em um texto, podemos seguir por duas linhas de pensamento e estudo: a primeira refere-se ao produtor de um texto, a como o emissor deve organizar suas ideias, estabelecer uma hierarquia e uma conexão entre o que deseja emitir. A segunda diz respeito ao intérprete do texto, como interpretar, compreender e responder corretamente às questões de interpretação textual. Para compreender bem um texto, é necessário conseguir interpretar a articulação entre as ideias dele. Uma leitura eficiente compreende a ideia geral que o texto deseja transmitir, e não somente decodifica os signos (letras) a fim de formar palavras e frases. Cada texto apresenta uma intenção e, por trás dela, uma ideia principal — que pode estar implícita ou explícita — e algumas ideias secundárias, que dão suporte à ideia principal. Além disso, é necessário identificar a progres- são das ideias ao longo do texto e como elas se conectam. z Ideias principais: apresentam o núcleo do texto, a mensagem primordial que o remetente/emissor deseja transmitir. Não há nenhum texto sem uma ideia principal, ou seja, um núcleo que norteia todo o restante da mensagem. Sem uma ideia principal, o texto não terá sentido e será incoerente. A ideia principal não precisa estar explícita no texto, e necessariamente não é a primeira a ser exposta, mas ela é compreendida ao longo da leitura através de recursos linguísticos e dos sinais que o emissor coloca no texto. Ela dá lógica ao texto e permite a construção deste; z Ideias secundárias: ao longo do discurso, o emissor utiliza recursos e argumentos para apresentar a ideia principal; esses recursos são as ideias secundárias. Elas são ligadas por conectores, como advérbios e con- junções, e seguem uma ideia lógica e sequencial ao longo do texto. Quanto mais ideias secundárias são apre- sentadas, mais fácil torna-se compreender a ideia principal e a intencionalidade do discurso, pois as ideias secundárias levam o leitor à ideia principal. As ideias secundárias podem ser apresentadas por alguns meios. Entre eles, temos: � Apresentação de sinônimos ou ideias sinônimas: por meio de ideias ou palavras correlacionadas, é pos- sível reforçar a ideia principal; � Antônimos: a apresentação de antônimos ou ideias contrárias reforça no entendimento do leitor o que não é a ideia principal e no que ela consiste; � Exemplificação: por meio de exemplos, casos reais ou dados estatísticos, o leitor pode compreender me- lhor do que se trata a ideia principal. COESÃO E COERÊNCIA Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organizar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e coe- rente. Porém, como fazer para que essa organização mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência e por que buscar esse padrão é importante. Os textos não são somente um aglomerado de palavras e frases escritas. Suas partes devem ser articuladas e organizadas harmoniosamente de maneira que o texto faça sentido como um todo. A ligação, a relação, os nexos entre essas partes estabelecem o que se chama de coesão textual. Os articuladores responsáveis por essa “costu- ra” do tecido (tessitura) do texto são conhecidos como recursos coesivos que devem ser articulados de forma que garanta uma relação lógica entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteligível e faça sentido em determinado contexto. A respeito disso, temos a coerência textual, que está ligada diretamente à significação do texto, aos sen- tidos que ele produz para o leitor. COESÃO COERÊNCIA Utiliza-se de elementos superficiais, dando-se ênfase na forma e na articulação entre as ideias Subjacente ao texto, enfatiza-se o conteúdo e a produção de sentido/relação lógica Podemos usar uma metáfora muito interessante quando se trata de compreender os processos de coesão e coerência. Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um prédio. Tal qual uma boa construção precisa de um bom alicerce para manter-se em pé, um texto bem construído depende da organização das nossas ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. Isso significa que precisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, a fim de defendermos nossas ideias adequadamente. Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as principais formas de marcação, em um texto, de processos que buscam organizar as ideias em um texto, principalmente, os processos de coesão que, como dissemos, apresentam um apelo mais forte às formas linguísticas que os processos envolvendo a coerência. Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas características da coerência em um texto e como esse pro- cesso liga-se não apenas às formas gramaticais, mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em vista que a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. LÍ N G U A P O RT U G U ES A 23 coerência é construída, tal qual o sentido, coletivamente, não por acaso, o grande linguista e estudioso da língua portuguesa, Luis Antônio Marcuschi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra mais na mente que no texto”. Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e pas- sarmos ao estudo detalhado dos processos de coesão. A autora afirma que a coerência: [...] Não está no texto em si; não nos é possível apontá-la, destacá-la ou sublinhá-la.. Ela se constrói [...] numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, com base em seus conhecimentos sociocognitivos e interacionais e na mate- rialidade linguística, confere sentido ao que lê. (Cavalcante, 2013, p. 31) A seguir iremos nos deter aos processos de coesão importantes para uma boa compreensão e elaboração tex- tual. É importante destacar que esses processos de coesão não podem ser dissociados da construção de sentidos implícita no processo de organização da coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos com fins estritamente didáticos. COESÃO REFERENCIAL A coesão é marcada por processos referenciais relacionados a ideias a partir de mecanismos que inserem ou retomam uma porção textual. Os processos marcados pela referenciação caracterizam-se pela construção de refe- rentes em um texto, os quais se relacionam com as ideias defendidasno texto. Esse processo é marcado por vocá- bulos gramaticais e pode ser reconhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das quais falaremos a seguir. Antes, porém, faz-se mister reconhecer os processos referenciais que envolvem o uso de expressões anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), “as expressões que retomam referentes já apresentados no texto por outras expressões são chamadas de anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir: O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem promissor, mas nunca se interessou realmente em evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony Gazzo, com quem manteve uma certa amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descendente de italiano e o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na primeira luta que fez com Apollo Creed. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. A partir da leitura, podemos perceber que todos os termos destacados fazem referência a um mesmo referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utilizado foi o uso de anáforas que assumem variadas formas gramaticais e buscam conectar as ideias do texto. Já os processos referenciais catafóricos apontam para porções textuais que ainda não foram mencionadas ante- riormente no texto, conforme o exemplo a seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos são estes: Identi- dade, CPF, Título de eleitor e reservista” Dica Em provas de concursos e seleções, ainda se encontra a terminologia “expressões referenciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no material. No entanto, é importante salientar que, para linguistas e estudio- sos, as anáforas são os processos referenciais que recuperam e/ou apontam para porções textuais. Uso de Pronomes ou Pronominalização Utilizar pronomes para manter a coesão de um texto é essencial, evitando-se repetições desnecessárias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste estudo os prin- cipais pronomes utilizados em recursos textuais para manter a coesão. A pronominalização é a base de recursos anafóricos que recuperam porções textuais ou ainda um nome espe- cífico a que o autor faz referência no texto. Vejamos dois exemplos: O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi quente, com diversas interrupções e acusações pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indicação de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Ginsburg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifica essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wallace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma vacina apare- cesse. Biden atacou o republicano dizendo que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já Trump começou sua resposta atacando a China - “deveriam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente trabalho” nesse momento dos EUA. Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Maicon Salustiano dos Santos - 713.140.572-86, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 24 Após a leitura do texto, é possível notar que a recuperação da informação apresentada é feita a partir de muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes destacados recupera o assunto informado e ajuda o leitor a construir seu posicionamento. É importante buscar sempre o elemento a que o pronome faz referência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam para uma parcela objetiva do texto, diferente do pronome “essa”, associado ao substantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual maior, fazendo referência ao momento de pandemia pelo qual o mundo passa. O uso de pronomes pode ser um aliado na construção da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambiguida- des, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher. Não é possível saber qual dos homens estava acompanhado. Por fim, destacamos que as classes de palavras relacionadas neste capítulo com os processos de coesão não podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-normativa, amplamente estudada nas gramáticas escolares. O inte- resse das principais bancas de concursos públicos é avaliar a capacidade interpretativa e racional dos candidatos, dessa feita, a análise de processos coesivos visa analisar a capacidade do candidato de reconhecer a que e qual elemento está construindo as referências textuais. Uso de Numerais Conforme mencionamos anteriormente, o uso de categorias gramaticais concorre para a progressão textual; uma das classes gramaticais que auxilia esse processo é o uso de numerais. Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias em um texto. Dessa forma, as expressões quantitativas, em algumas circunstâncias, retomam dados anteriores numa relação de coesão. Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o primeiro era para os professores, o segundo para os alunos. As formas destacadas são numerais ordinais que recuperam informação no texto, evitando a repetição de termos e auxiliando no desenvolvimento textual. Uso de Advérbios Muitos advérbios auxiliam no processo de recuperação e instauração de ideias no texto, auxiliando o processo de coesão. As formas adverbiais que marcam tempo e espaço podem também ser denominadas de marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos: Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem... Perceba que esses advérbios só podem ser associados a um referente se forem instaurados no discurso, isto é, se mantiverem associação com as pessoas que produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala compreenderá que a marcação temporal refere-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso, esses elementos são conhecidos como dêiticos. Independentemente de como são chamados, esses elementos colaboram para a ligação de ideias no texto, auxiliando também a construção da coesão textual. Uso de Nominalização As expressões que retomam ideias e nomes, já apresentados no texto, mediante outras formas de expres- são, podem ser analisadas como processos nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes nominais. Essas expressões recuperam informações mediante novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o uso de pronomes, conforme vimos anteriormente. Vejamos um exemplo: Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e professor brasileiro. Um dos membros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados da década de 1970. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. Todas as marcações em negrito fazem referência ao nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se referem a esse nome inicial são expressões nominalizadoras que servem para ligar ideias e construir o texto. Uso de Adjetivos Os adjetivos também são considerados expressões nominalizadoras que fazem referência
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