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Criatividade e Inovacao

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Prévia do material em texto

Inovação
 Prof. Giovani Mendonça Lunardi
 CrIatIvIdade e
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
 Prof. Giovani Mendonça Lunardi
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
L961c
Lunardi, Giovani Mendonça
Criatividade e inovação. / Giovani Mendonça Lunardi. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
219 p.; il. 
ISBN 978-65-5663-055-7
1. Inovação tecnológica. – Brasil. 2. Criatividade. – Brasil. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.56
Prezado acadêmico! Este livro didático foi elaborado para a construção de novos 
conhecimentos que servirão de base para ideias, projetos e entendimentos em relação 
ao processo criativo e sua inovação. A geração de novas ideias possibilitou a evolução e 
desenvolvimento do ser humano desde a pré-história até os dias atuais. 
Em nosso atual cenário, a criatividade e inovação são cada vez mais 
essenciais em diversos contextos, principalmente, nas organizações, garantindo maior 
competitividade. Assim, é imprescindível compreendermos a definição e evolução de 
tais conceitos, como alguns fatores podem influenciá-los, as principais características 
das pessoas criativas e as estratégias para inovação e criação.
Para isso, o livro foi dividido em três unidades: 
A primeira trata de aspectos relacionados ao funcionamento da mente, como 
questões relacionadas ao conhecimento humano, compreender como nossa mente 
funciona. Além disso, iremos identificar algumas características e influências sociais no 
processo criativo, e compreender a relação da inovação no design.
A segunda unidade abordará a criatividade e inovação tecnológica, sendo 
externalizados os principais conceitos de criatividade e inovação, como as principais 
teorias sobre o processo criativo. Iremos conhecer, também, algumas ferramentas que 
podem aprimorar a criatividade e as principais características, classificações e tipos de 
inovação.
Já a terceira unidade trará a criatividade e inovação nas organizações, 
dissertando sobre as revoluções industriais e sua relação com as inovações tecnológicas, 
os campos de aplicação da inovação nas organizações e como gerir tais processos 
criativos e inovadores nas empresas.
Esperamos que com este conteúdo você consiga perceber a importância da 
criatividade e inovação para o desenvolvimento econômico de nossa sociedade. 
Bons estudos!
 
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — O FUNCIONAMENTO DA MENTE ..................................................................... 1
TÓPICO 1 — O CONHECIMENTO HUMANO E SUA EPISTEMOLOGIA ....................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 O CONHECIMENTO HUMANO .............................................................................................3
3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ........................................................................6
4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO .......................................................9
4.1 MITOLOGIA.............................................................................................................................................. 11
4.1.1 Mitologia grega ............................................................................................................................ 13
4.2 SENSO COMUM ................................................................................................................................... 16
4.3 FILOSOFIA .............................................................................................................................................17
4.3.1 O Mito da Caverna ....................................................................................................................20
4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção do conhecimento ...................22
4.4 TEOLOGIA .............................................................................................................................................25
4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES .................................................................. 27
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 32
TÓPICO 2 — DINÂMICAS DO PENSAMENTO: COMO A MENTE FUNCIONA ....................... 33
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................33
2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO ............................................................................ 33
3 A PSICOLOGIA .................................................................................................................. 36
4 PERCEPÇÃO DA MENTE .................................................................................................. 38
5 A INTELIGÊNCIA HUMANA E AS TECNOLOGIAS ............................................................ 40
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 43
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 44
TÓPICO 3 — A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS 
SOCIAIS ........................................................................................................... 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 45
2 CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS ........................................ 45
3 TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS ..................................................................... 46
4 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ........................................... 48
5 HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NA EDUCAÇÃO ...................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 53
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 54
TÓPICO 4 — INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN ......................................................57
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................57
2 O PROCESSO CRIATIVO NA PRÁTICA ..............................................................................57
3 IMITAÇÃO, INVENÇÃO E INOVAÇÃO ............................................................................... 60
4 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA ................................................................................................... 60
5 INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO EM DESIGN ...................................................................... 63
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 66
RESUMO DO TÓPICO 4 .........................................................................................................70
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71
 
UNIDADE 2 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ...............................................73
TÓPICO 1 — MODELOS E FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ............................................75
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................75
2 EM BUSCA DO CONCEITO DE CRIATIVIDADE .................................................................75
3 MODELOS DE CRIATIVIDADE .......................................................................................... 80
3.1 TEORIA DE INVESTIMENTO EM CRIATIVIDADE DE STERNBERG .............................................83
3.2 MODELO COMPONENCIAL DE CRIATIVIDADE DE AMABILE .....................................................86
4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE ................................................................................. 89
4.1 SCAMPER: TÉCNICA PARA GERAÇÃO DE IDEIAS .................................................... 89
4.2 MAPA MENTAL ............................................................................................................ 91
4.3 BUSINESS MODEL CANVAS .............................................................................................................93
4.4 BRAINWRITING ....................................................................................................................................94
4.5 DESIGN THINKING ..............................................................................................................................95
4.6 BENCHMARKING .................................................................................................................................98
4.7 BRAINSTORMING ................................................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................99
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................100
TÓPICO 2 — CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DA INOVAÇÃO ..............................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................103
2 O QUE É INOVAÇÃO .........................................................................................................103
3 TIPOS DE INOVAÇÃO ......................................................................................................107
3.1 INOVAÇÃO EM PRODUTO ................................................................................................................. 107
3.2 INOVAÇÃO EM SERVIÇO ..................................................................................................................108
3.3 MODELO DE NEGÓCIO .....................................................................................................................108
3.4 INOVAÇÃO EM PROCESSO .............................................................................................................109
3.5 INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL .......................................................................................................109
3.6 INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO ......................................................................................................109
3.7 INOVAÇÃO EM MARKETING .............................................................................................................110
4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA INOVAÇÃO ............................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 114
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 115
TÓPICO 3 — CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A IMPORTÂNCIA DA 
MOTIVAÇÃO ....................................................................................................117
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................117
2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E INOVADORA .......................................... 118
3 TEORIAS DE PESSOAS CRIATIVAS ................................................................................120
3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE ..............................................................121
3.2 TEORIA DA ADAPTAÇÃO-INOVAÇÃO ........................................................................................... 122
3.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE PENSAMENTO CRIATIVO OU 
TORRANCE TEST OF CREATIVE THINKING .................................................................................. 125
4 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A CRIATIVIDADE ........................................... 127
4.1 PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM H. MASLOW .................................................. 127
4.2 TEORIA DOS DOIS FATORES ...........................................................................................................128
4.3 TEORIA X E Y ......................................................................................................................................129
4.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO .........................................................................................131
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................132
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 137
UNIDADE 3 — CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES..................................139
TÓPICO 1 — AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS .......... 141
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 141
2 AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS E OS CICLOS ECONÔMICOS ..................................... 141
3 FATORES INDUTORES DA MUDANÇA TECNOLÓGICA ..................................................155
3.1 INDICADORES DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................................ 159
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................164
TÓPICO 2 — CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ..........................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................165
2 AS FONTES DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ................................................................165
3 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ............................168
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................171
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 172
TÓPICO 3 — O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE INOVAÇÃO NAS EMPRESAS..... 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 173
2 A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NO PROCESSO DE INOVAÇÃO (PI) ..................... 173
3 PROCESSO CRIATIVO E DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS ............................... 177
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................186
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................187
TÓPICO 4 — BARREIRAS DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ..............................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................189
2 BARREIRAS À MANIFESTAÇÃO CRIATIVA E INOVADORA ............................................189
3 COMO EXERCITAR A CRIATIVIDADE ..............................................................................192
4 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS ..................................................... 197
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................201
RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 204
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 205
1
UNIDADE 1 — 
O FUNCIONAMENTO DA 
MENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 compreender	os	significados	e	a	evolução	dos	conceitos	de	conhecimento	a	partir	
dos	momentos	históricos	mais	relevantes;
•	 analisar	as	categorias	de	conhecimento	e	as	 influências	culturais	que	 impactaram	na	
definição	destes	conceitos;
•	 refletir	 sobre	 o	 processo	 de	 construção	 do	 conhecimento	 (ideias,	 pensamento)	 a	
partir	do	olhar	da	ciência;
•	 examinar	a	relação	entre	a	inteligência	humana	e	as	tecnologias;
•	 investigar	as	influências	sociais	no	desenvolvimento	do	conhecimento	humano	e	os	
tipos	de	inteligências.
	 Esta	unidade	está	dividida	em	quatro	tópicos.	No	decorrer	dela,	você	encontrará	
autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	O	CONHECIMENTO	HUMANO	E	SUA	EPISTEMOLOGIA
TÓPICO	2	–	DINÂMICAS	DO	PENSAMENTO:	COMO	A	MENTE	FUNCIONA
TÓPICO	3	–	A	MENTE	HUMANA:	CARACTERÍSTICAS	INDIVIDUAIS	E	INFLUÊNCIAS	SOCIAIS
TÓPICO	4	–	INTRODUÇÃO	DA	INOVAÇÃO	NO	DESIGN
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
O CONHECIMENTO HUMANO E SUA 
EPISTEMOLOGIA
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A	 fim	 de	 compreendermos	 a	 relação	 existente	 entre	 criatividade	 e	 inovação	
tecnológica,	 precisamos,	 primeiramente,	 olhar	 para	 traz	 para	 poder	 compreender	 o	
processo	de	construção	do	conhecimento.	Para	isso,	além	de	conceitualizá-la,	iremos	
compreender	 a	 diferença	 entre	 dados,	 informação	 e	 conhecimento,	 e	 investigar	 as	
teorias	do	conhecimento.	Nesse	sentido,	no	decorrer	deste	tópico	 iremos	abordar	as	
principais	definições	e	conceitos	evidenciados	na	literatura	sobre	o	termo	conhecimento	
para	contribuir	na	sua	concepção	de	criatividade	e	inovação.	
Além	disso,	também	 iremos	examinar	de	forma	mais	detalhada	as	crenças	e	
principais	características	das	seguintes	categorias	do	conhecimento	humano:	mitologia,	
senso	comum,	filosofia,	teologia,	ciência	e	tecnologia.	Vamos	analisar	a	evolução	desses	
conhecimentos,	sendo,	em	um	primeiro	momento,	baseado,	principalmente,	em	crenças	e	
fantasias,	e,	posteriormente,	uma	visão	científica	e	tecnológica.
2 O CONHECIMENTO HUMANO
Quando	nos	deparamos	em	pensar	no	significado	da	palavra	“conhecimento”,	
chegamos	à	conclusão	de	que	a	vida	é	um	processo	cíclico	e	contínuo.	Mas	o	que	é	
conhecimento?	Como	ocorre	seu	processo	de	construção,	essencial	para	a	vida,	e	que	
permitiu	nossa	evolução	desde	os	primórdios?	
Diversas	são	as	teorias	que	visam	explicar	como	construímos	e	nos	apropriamos	 
do	 conhecimento.	 Tais	 teorias	 se	 embasam	 em	 diferentes	 aportes	 teóricos,	 que	
abrangem	visões	 das	 áreas	 de	 filosofia,	 sociologia,	 biologia,	 tecnologia,	 entre	 outras	
(MATURANA;	VARELA,	2011).
4
FIGURA 1- APORTES TEÓRICOS PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Maturana e Varela (2011)
Filosofia Sociologia
Tecnologia Biologia
Conhecimento
O	conhecimento	é	um	tema	que	sempre	desperta	interesse,	é	estudado	desde	
a	antiguidade,	gerando,	assim,	diversos	conceitos	na	 literatura.	Para	compreendermos	
o	conceito	de	conhecimento,	 inicialmente,	 listamos,	no	quadro	a	seguir,	algumas	das	
principais	definições	de	sua	evolução.
Autor Abordagem
Confúcio	(séc.	IV	a.C.) O	"saber"	é	saber	que	nada	se	sabe.
Platão	(428	a.C.)	 É	uma	“crença	verdadeira	justificada”.
Locke	(1689)	 É	o	resultado	da	experiência.
Polanyi	(1966)	 O	indivíduo	pode	conhecer	mais	do	que	é	capaz	de	expressar.
Pears	(1972)	 É	o	estado	da	mente.
Nonaka	e	Takeuchi	
(1997)
É	composto	por	processo	dinâmico	de	um	sistema	de	crenças	pessoais	
justificadas.	É	o	resultado	da	interação	entre	o	conhecimento	explícito	
e	o	tácito.
Sveiby	(1998)
É	 capacidade	 humana	 de	 caráter	 tácito,	 que	 orienta	 para	 a	 ação.	
Baseado	em	regras,	é	individual	e	está	em	constante	transformação.	
O	conteúdo	 revela-se	em	ações	de	competência	 individual,	pois,	na	
prática,	 se	 expressa	 através	do	 conhecimento	 explícito,	 habilidades,	
experiências,	julgamentos	de	valor	e	rede	social.Não	há	como	definir	
conhecimento	de	forma	completa	com	apenas	uma	palavra.
Davenport	e	Prusak	
(1998)
O	conjunto	de	informações	combinado	com	experiências,	vivências	e	
intuição,	que	possibilitam	ao	indivíduo	interpretar,	avaliar	e	decidir.
Choo	(1998)	
É	a	informação	modificada	através	da	razão	e	da	reflexão	em	crenças,	
e	é	composto	pelo	acúmulo	de	experiências.
Maturana	e	Varela	
(2001)
É	construído	a	partir	de	 relações	sociais	sucessivas,	é	fruto	de	uma	
interação	 do	 homem	 com	 o	 mundo,	 estruturando	 se	 pelo	 viés	 da	
interpretação	individual.
Spender	(2001)	
Diferencia	 o	 conhecimento	 produzido	 pela	 ação	 (implícito)	 e	 o	
produzido	pela	comunicação	(explícito).
Schreiber	et.	al.,	
(2002)
São	os	dados	e	 informações	que	os	 indivíduos	utilizam	na	ação,	na	
prática	 diária,	 para	 a	 realização	 de	 tarefas	 e	 produção	 de	 novas	
informações.
QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DAS DEFINIÇÕES DO TERMO CONHECIMENTO
5
Probst,	Raub	e 
Romhardt	(2002)
É	 a	 junção	 de	 cognição	 com	 habilidades,	 uso	 da	 teoria,	 da	 prática,	
das	regras	diárias,	do	modo	de	agir	do	ser	humano,	para	resolver	seus	
problemas.
Siqueira	(2005)	
É	a	combinação	de	fatores	como	contexto,	interpretação,	experiência	
pessoal,	 aplicabilidade	 e	 processo	 cognitivo,	 que	 se	 somam	 à	
informação.
Servin	(2005)	
Deriva	 da	 informação,	 mas	 é	 mais	 rico	 e	 significativo	 do	 que	 esta,	
pois	 inclui	 consciência,	 familiaridade	 e	 compreensão	 adquiridas	
pela	 experiência,	 possibilitando	 comparações,	 identificação	 das	
consequências	e	novas	conexões.
Morin	(2005)	
É,	portanto,	um	fenômeno	multidimensional,	de	maneira	 inseparável,	
simultaneamente	 físico,	 biológico,	 cerebral,	 mental,	 psicológico,	
cultural,	social.
Angeloni	(2008)	
É	 um	conjunto	 de	 informações,	 elaborado	 crítica	 e	valorativamente,	
por	meio	da	legitimação	empírica,	cognitiva	e	emocional.
Fialho	et.	al.	(2010)	
É	 o	 conjunto	 completo	 de	 informações,	 dados,	 relações	 que	 levam	
os	 indivíduos	 a	 tomar	 decisões,	 a	 desempenhar	 atividades	 e	 a	 criar	
novas	 informações	ou	conhecimentos.	Um	conjunto	de	 informações	
contextualizadas	e	dotadas	de	semânticas	inerentes	ao	agente	que	o	
detém.
Dalkir	(2011)	
Informações	subjetivas	e	valiosas	que	foram	validadas	e	organizadas	
em	 um	 modelo	 mental.	 Normalmente	 é	 originário	 da	 experiência	
acumulada,	e	incorpora	percepções,	crenças	e	valores.
FONTE: Adaptado de Freire (2012, p. 83-86)
A	partir	da	leitura	da	evolução	das	definições	do	termo	“conhecimento”	podemos	
constatar	 o	 seu	 devido	 potencial,	 o	 que	 pode	 alterar	 comportamentos	 e	 fornecer	
habilidades	a	fim	de	transformar	informação	em	ação	efetiva.	
O	 conhecimento	 é	 uma	 relação	 (interação)	 entre	 o	 sujeito	 e	 o	 objeto.	 Na	
visão	epistemológica,	os	termos	sujeito	e	objeto	se	referem	aos	dois	polos	envolvidos	
na	produção	do	conhecimento:	o	homem,	que	tem	por	finalidade	conhecer	algo,	e	o	 
aspecto	da	realidade	a	ser	conhecido.	Assim,	a	discussão	do	papel	do	sujeito	torna-se	
central	para	se	compreender	a	ciência,	uma	vez	que	se	refere	à	forma	como	o	cientista	
(o	sujeito)	deve	se	comportar	para	produzir	conhecimento,	e,	assim,	revela	pressupostos	
subjacentes	a	toda	pesquisa	(ABRANTES;	MARTINS,	2007).	
Para Piaget (1988, p. 17), o conhecimento vem sempre associado a 
compreender, que por sua vez: “[...] é inventar, ou reconstruir através 
da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades se 
o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos capazes de 
produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.
ATENÇÃO
6
Ainda	 nesse	 viés,	 para	 a	 transformação	 dos	 dados	 (informações)	 em	
conhecimento	há	uma	 importante	variável:	 a	criatividade.	A	criatividade	é	o	primeiro	
passo	na	direção	da	mobilização	e	aplicação	do	conhecimento,	definindo	criatividade	
como	 o	 princípio	 de	 uma	 nova	 ideia	 ou	 perspectiva	 derivada	 de	 uma	 dada	 base	 de	
conhecimento.
A	partir	da	definição	da	palavra	“conhecimento”,	é	possível	perceber	sua	relação	
com	os	dados	e	 informação.	Dados,	 informação	e	conhecimento	possuem	o	mesmo	
significado?	Qual	é	a	relação	entre	esses	termos?	Vamos	investigar	essas	variáveis	a	seguir.
Se você gostou desse assunto, seguem algumas dicas de sites:
• http://eliana-rezende.com.br/dados-informacao-e-conhecimento-o-que-sao/;
• https://blog.pandora.com.br/dado-informacao-e-conhecimento-voce-sabe-
diferenca/.
DICA
3 DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
Antes	de	continuarmos	nossa	discussão	sobre	o	conhecimento	e	suas	teorias	
(tema	 da	 próxima	 seção),	 é	 primordial	 distinguir	 o	 significado	 de	 três	 termos	 muito	
importantes:	dados,	informação	e	conhecimento.	
Essas	palavras,	muitas	vezes,	são	utilizadas	de	forma	errada,	como	sinônimas,	
sendo	necessário	entendermos	os	principais	pontos	de	sua	diferenciação	 (DAVENPORT;	
PRUSAK,	2003).
QUADRO 2 - DIFERENCIAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
FONTE: Vieira (2014, p. 537)
DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
Simples	observações	sobre	o	
estado	do	mundo:	
• facilmente	estruturado;
• facilmente	obtido	por 
máquinas;
• frequentemente 
quantificado;
• facilmente	transferível.
Dados	dotados	de 
relevância	e	propósito:
• requer	unidade	de	análise;
• exige	consenso	em	relação	
ao	significado;
• exige	necessariamente	a	
mediação	humana.
Informação	valiosa	da 
mente	humana.	
Inclui	reflexão,	síntese,	
contexto:
• de	difícil	estruturação;
• de	difícil	captura	em 
máquinas;
• frequentemente	tácito;
• de	difícil	transferência.
7
Conforme	observamos	no	Quadro	2,	os	dados	são	os	fatos	brutos,	são	os	números,	
as	palavras,	os	símbolos,	as	figuras,	entre	outros,	sendo	que	não	há	 interpretação	de	
um	dado,	não	é	 considerado	 seu	contexto.	Angeloni	 (2008,	p.	 1)	 define	dados	como	
“elementos	descritivos	de	um	evento”	sem	tratamento	lógico	ou	contextualização.	
Já	a	 informação	refere-se	à	 interpretação	dos	dados	sendo	considerado	seu	
contexto,	ou	seja,	a	informação	pode	modelar	os	dados.	Para	isso	é	necessária	a	análise	
dos	dados,	proporcionando	um	novo	ponto	de	vista	para	a	interpretação	de	eventos	ou	
objetos,	que	tornam	visíveis	os	significados	previamente.	
A	 informação	 é	 entendida	 por	 Angeloni	 (2008,	 p.	 1)	 como	 “um	 conjunto	 de	
dados	 selecionados	 e	 agrupados	 segundo	 um	 critério	 lógico	 para	 a	 consecução	 de	
um	determinado	objetivo”.	Nesse	viés	podemos	perceber	que	a	 informação	depende	
de	 um	 conjunto	 de	 dados,	 isto	 é,	 sem	 dados	 para	 interpretação	 não	 há	 informação	 
(CARVALHO,	2012).
A	partir	 da	 informação	é	que	podemos	construir	 conhecimento,	 desse	modo,	 o	
conhecimento	 é	 a	 compreensão	 da	 informação	 (DAVENPORT;	 PRUSAK,	 1998;	MARTINS	
FILHO,	 2016).	 Quando	 a	 informação	 é	 trabalhada	 na	 mente	 humana,	 ela	 possibilita	
a	 realização	de	 comparação	 e	 análise	 da	 consequência	 de	 tal	 informação,	 podendo,	
assim,	gerar	o	conhecimento.
FIGURA 2 - RELAÇÃO ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Conforme	 podemos	 perceber	 na	 Figura	 2,	 temos	 inicialmente	 os	 dados	 que,	
quando	 agrupados	 e	 interpretados,	 geram	 informação.	 Essa	 informação,	 por	 sua	 vez,	
quando	passa	a	ser	compreendida,	guardada	em	nossa	mente	torna-se	conhecimento.	
8
Primeiro, o conhecimento, ao contrário da informação, diz 
respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma 
função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica. 
Segunda, o conhecimento, ao contrário da informação, está 
relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum 
fim”. E terceira, tanto o conhecimento como a informação, 
dizem respeito ao significado. É específico ao contexto e 
relacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63, grifos nossos).
IMPORTANTE
Assim,	constatamos	que	o	conhecimento	 resulta	de	misturas	que	abrangem	
crenças	e	verdades,	sendo	que	a	interação	entre	essas	variáveis	possibilita	a	identificação	
de	novas	informações	e	criação	de	novos	conhecimentos	(DAVENPORT;	PRUSAK,	1998).FIGURA 3 – CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Davenport e Prusak (1998)
Crenças Conhecimento Verdades
Percebemos,	 no	 decorrer	 desta	 seção,	 que	 o	 estudo	 sobre	 o	 conhecimento	
humano	é	extremante	complexo	e	gera	uma	nova	área	de	 investigação	denominada	de	
Epistemologia	ou	Teoria	do	Conhecimento	(do	grego	episteme	ciência,	conhecimento;	
logos,	 discurso),	 que	 é	 um	 ramo	 da	 filosofia	 dedicado	 aos	 problemas	 filosóficos	
relacionados	ao	conhecimento.	
Até	 aqui	 abordamos	 as	 principais	 definições	 da	 palavra	 conhecimento	 e	
compreendemos	melhor	 seu	 significado,	 agora	vamos	aprofundar	nossos	estudos.	Para	
isso,	 será	 necessário	 investigar	 sobre	 a	 “Epistemologia”	 ou	 também	 denominada	 de	
“Teoria	do	Conhecimento”	(TESSER,1995).
9
Veja alguns sites interessantes sobre Teoria do Conhecimento: 
• http://www.criticanarede.com/fil_conhecimento.html; 
• https://descomplica.com.br/artigo/teoria-do-conhecimento/4nS/;
• https://www.todamateria.com.br/teoria-conhecimento/.
DICA
4 A EPISTEMOLOGIA OU TEORIA DO CONHECIMENTO 
Você	deve	pensar,	o	que	é	epistemologia?	Etimologicamente,	de	acordo	com	
Tesser	 (1995)	 "Epistemologia"	 significa	 discurso	 (logos)	 sobre	 a	 ciência	 (episteme).	
Assim,	epistemologia:	é	a	Ciência	da	Ciência	ou	Filosofia	da	Ciência,	em	outros	termos,	
é	o	estudo	crítico	dos	princípios,	das	hipóteses	e	dos	resultados	das	diversas	ciências.	
É	a	teoria	do	conhecimento.
De	acordo	com	Mário	Bunge	(1980,	p.	17	apud TESSER,	1995,	p.	92):	
Uma	epistemologia	é	útil	se	satisfaz	às	seguintes	condições:
•	 refere-se	à	ciência	propriamente	dita;
•	 ocupa-se	de	problemas	filosóficos	que	se	apresentam	no	curso	da	
investigação	científica	ou	na	reflexão	sobre	os	problemas,	métodos	
e	teorias	da	ciência;
•	 propõe	soluções	claras	para	tais	problemas,	soluções	consistentes	
em	teorias	rigorosas	e	inteligíveis,	adequados	à	realidade	da	inves-
tigação	científica;
•	 é	capaz	de	distinguir	a	ciência	autêntica	da	pseudociência;
•	 é	capaz	de	criticar	programas	e	mesmo	resultados	errôneos,	como	
conseguir	novos	enfoques	promissores.
Para	Silvano,	Silva	e	Silva	(2018,	p.	141),	a	epistemologia	trata	de	quatro	áreas	
fundamentais:
•	 análise	filosófica	da	natureza	do	conhecimento	e	como	o	conheci-
mento	se	relaciona	com	a	verdade,	crença	e	justificação;
•	 problemas	relativos	ao	ceticismo	ou	questões	derivadas	deste;
•	 critérios	para	se	afirmar	que	algo	é	conhecido	e	justificado;
•	 o	alcance	do	conhecimento	e	as	fontes	da	crença	justificada.
Como	 podemos	 compreender,	 a	 Epistemologia,	 ou	 Teoria	 do	 Conhecimento,	
investiga,	ao	longo	da	história	humana,	os	diversos	tipos	de	“conhecimentos”	utilizados	
para	explicar,	entender	e	compreender	o	mundo	a	sua	volta	e,	também,	a	sua	relação	
com	 a	 natureza.	 Os	 principais	 tipos	 de	 conhecimento	 desenvolvidos	 pelo	 homem	
de	acordo	com	essa	teoria	 são:	mitologia,	 senso	comum,	filosofia,	 teologia,	 ciência	e	
tecnologia	(SCHMAELTER,	2018).	
10
FIGURA 4 – PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018)
EPISTEMOLOGIA
Senso
Comum
Filosofia
Teologia
Ciência
Tecnologia
Mitologia
A	partir	da	 ilustração	apresentada	na	Figura	4,	observamos	que	os	principais	
tipos	de	conhecimentos	são	formas	de	compreender	o	mundo	a	partir	de	diferentes	
abordagens.	 Cada	 um,	 a	 seu	 modo,	 tem	 como	 objetivo	 desvendar	 os	 segredos	 do	
mundo,	explicando-o	e/ou	atribuindo-lhe	um	sentido.	
Veja mais sobre os tipos de conhecimento em: 
• https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-
mitologia-religiao-ciencia-filosofia-senso-comum.htm?cmpid=copiaecola.
DICA
Agora	 que	 você	 já	 sabe	 quais	 são	 os	 principais	 tipos	 de	 conhecimento	
identificados	na	literatura,	vamos	examinar	mais	de	perto	cada	um	deles.	
11
QUADRO 3 - TIPOS DE CONHECIMENTO
FONTE: Adaptado de Schmaelter (2018) e Tesser (1995)
MODOS DE 
COMPREENDER 
O MUNDO
CRITÉRIOS DE 
VERDADE
MÉTODOS IDEIA BÁSICA
Mitologia Crenças Tradição	oral Natureza
Senso	comum Costumes	e	hábitos
Experiência	pessoal	
e	cultural
Natureza	e	cultura
Filosofia Reflexão	racional
Razão	discursiva	e	
dialética
Natureza	e	Pólis	
(comunidade)
Teologia Fé	e	Razão
Conciliação	entre	a	
razão	discursiva	e	a	
revelação	divina
Deus
Ciência	e	Tecnologia
Razão	crítica	e	
sistematizada
Observação	e	
experimentação
Homem
Analisando	o	Quadro	3,	percebemos	que	cada	tipo	de	conhecimento	é	baseado	
em	 critérios	 que	 são	 considerados	 verdadeiros	 a	 partir	 de	 um	 fundamento	 distinto	
(filosofia,	mitologia,	 ciência,	 tecnologia),	 mas	 você	 deve	 questionar:	 por	 que	 estudar	
os	tipos	de	conhecimento?	Compreender	como	ocorre	o	processo	de	construção	do	
conhecimento	e	suas	abordagens,	seus	diferentes	tipos,	 irá	nos	permitir,	no	percurso	
desta	unidade,	entender	os	conceitos	de	criatividade	e	inovação	que	serão	abordados	
mais	à	frente.
Para	 auxiliar	 sua	 compreensão	 sobre	 os	 tipos	 de	 conhecimentos,	 vamos	
brevemente	conceituar	e	exemplificar	cada	um	deles.	
4.1 MITOLOGIA
A	 palavra	 “mitologia”	 não	 é	 um	 termo	 incomum	 na	 nossa	 vida,	 geralmente,	
vários	filmes	ou	livros	são	baseados	ou	abordam	algum	tipo	de	mitologia.	Mas	você	sabe	
qual	é	o	significado	da	palavra	mitologia?	A	palavra	mito	vem	do	grego	mythos	e	deriva	
de	dois	verbos:	do	verbo	mytheyo (contar,	narrar,	falar	alguma	coisa	para	outros)	e	do	
verbo	mytheo (conversar,	contar,	anunciar,	nomear,	designar).
No	 princípio	 dos	 tempos,	 quando	 o	 homem	 começou	 a	 refletir,	 surgiu-lhe	
automaticamente	a	necessidade	de	explicar	o	mundo.	As	explicações	que	o	homem	
primitivo	 dava	 aos	 fatos	 eram	 repletas	 de	 fantasias	 e	 crenças,	 sem	 bases	 racionais	
(ilusões).	 Foram	 essas	 explicações	 fantásticas	 da	 realidade	 que	 deram	 origem	 aos	
mitos.	Os	mitos	explicavam	o	desconhecido	com	base	na	experiência	particular	de	cada	
comunidade	(CHAUÍ,	2005).	
12
Na	 sua	 acepção	original,	mito	 é	 a	 narrativa	 tradicional,	 integrante	da	 cultura	
de	um	povo,	que	utiliza	elementos	simbólicos	e	sobrenaturais	para	explicar	o	mundo	
e	dar	sentido	à	vida	humana.	Conforme	Eliade	(1972,	p.	11)	“O	mito	conta	uma	história	
sagrada:	ele	relata	um	acontecimento	ocorrido	no	tempo	primordial	 [...].	O	mito	narra	
como,	graças	às	façanhas	dos	entes	sobre	naturais,	uma	realidade	passou	a	existir	[...]”.
Percebemos	que	os	seres	humanos,	desde	os	seus	primórdios,	utilizaram	muita	
“criatividade”	para	explicar	os	seus	acontecimentos	diários,	como,	por	exemplo,	suas	
caçadas;	a	queda	de	um	raio;	o	nascimento	de	uma	criação;	a	morte	de	um	familiar	etc.
Aprenda mais sobre mitologia em:
• https://www.infoescola.com/mitologia/o-que-e-mitologia/.
DICA
Os	mitos	assumem	em	praticamente	todos	os	povos	da	antiguidade	—	assírios,	
babilônicos,	 chineses,	 indianos,	 persas,	 egípcios	 e	 hebreus	—	o	 importante	papel	 de	
tornar	a	realidade	inteligível	ao	homem.	
O	 recurso	 às	 explicações	 mitológicas,	 portanto,	 não	 aparece	 como	 uma	
opção,	mas	sim	como	uma	necessidade	de	povos	que	se	deparam	todos	os	dias	com	
acontecimentos	para	os	quais	não	encontram	outras	explicações	se	não	as	forças	de	
criaturas	com	poderes	sobrenaturais.
Esta	criatividade	já	estava	registrada	desde	a	Pré-História	(antes	do	surgimento	
da	escrita)	na	chamada	Arte	Rupestre	—	nome	da	mais	antiga	representação	artística	
da	história	do	homem.	
Os	mais	antigos	 indícios	dessa	arte	 são	datados	no	período	Paleolítico	Superior	
(40.000	 a.C.),	 e	 consistiam	 em	 pinturas	 e	 desenhos	 gravados	 em	 paredes	 e	 tetos	
das	cavernas.	Isso	demonstra	que	o	homem	pré-histórico	já	sentia	a	necessidade	de	
expressão	através	das	artes,	algo	inerente	ao	ser	humano.	
As	representações	feitas	nas	cavernas	eram	de	grandes	animais	selvagens,	na	
tentativa	de	tentar	reproduzir	as	caçadas	da	forma	mais	real	possível.	
O	 homem	 pré-histórico	 usava	 ossos	 de	 animais,	 cerâmicas	 e	 pedras	 como	
pincéis,	além	de	fabricar	suas	próprias	tinturas	por	meio	de	folhas	de	árvores,sangue	
de	animais	e	excrementos	humanos	(PINTO,	2018).
13
FIGURA 5 - PINTURA EXISTENTE NO COMPLEXO DE CAVERNAS LASCAUX – FRANÇA
FONTE: <https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/pinturas-de-lascaux-4/Pinturas-de-
Lascaux-11.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.
Já	 no	 período	 denominado	 História	 Antiga,	 após	 o	 surgimento	 da	 escrita,	
podemos	identificar	diferentes	tipos	de	mitologias,	como	a	mitologia	grega	que	iremos	
estudar	na	próxima	seção.
4.1.1 Mitologia grega
Ao	escutarmos	a	palavra	"mitologia"	quase	automaticamente	a	associamos	à	
palavra	"grega".	De	fato,	a	mitologia	grega	ganhou	destaque	sobre	a	mitologia	de	vários	
outros	povos	pela	própria	influência	que	a	civilização	e	o	pensamento	grego	exerceram	
sobre	o	mundo,	em	particular	sobre	o	Ocidente	(PESQUISAR	ESCOLA,	2019).
Três	 obras	 podem	 ser	 consideradas	 fontes	 básicas	 para	 o	 conhecimento	 da	
mitologia	grega:	a	"Teogonia",	de	Hesíodo	(século	IX	a.C.)	e	"Ilíada"	e	"Odisseia",	de	Homero	
(Século	VIII	a.C.).	No	quadro	4,	a	seguir,	temos	algumas	informações	dessas	obras.
O	 homem	 pré-histórico	 usava	 ossos	 de	 animais,	 cerâmicas	 e	 pedras	 como	
pincéis,	além	de	fabricar	suas	próprias	tinturas	por	meio	de	folhas	de	árvores,	sangue	
de	animais	e	excrementos	humanos	(PINTO,	2018).
14
QUADRO 4 – TEOGONIA, ILÍADA E ODISSEIA
FONTE: <http://estudosliterariosculturaafinsppgl.blogspot.com/2012/10/teogonia-iliada-e- 
odisseia.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.
Teogonia
"Teogonia",	 de	 Hesíodo,	 narra	 a	 origem	 dos	
deuses	 (theos,	 em	 grego,	 significa	 deus),	 no	
qual	 o	narrador	 é	 o	próprio	poeta.	 É	um	poema	
mitológico	em	1022	versos	hexâmetros	(seis	pés	
métricos	iguais	por	verso).	O	poema	se	constitui	
da	 descrição	 da	 origem	do	mundo,	 a	 partir	 dos	
mitos	dos	gregos,	que	se	desenvolve	com	geração	
sucessiva	 dos	 deuses	 e	 na	 parte	 final,	 com	 o	
envolvimento	destes	com	os	homens	originando	
assim	os	heróis.	
Ilíada
líada,	 assim	 como	 Odisseia	 foi	 escrita	 por	
Homero,	poeta	épico	grego.	Essas	duas	obras	
são	decorrentes	do	contexto	de	evolução	da	
Grécia	Antiga.	Em	Ilíada	é	descrito	um	estágio	
mais	primitivo	da	sociedade.	Homero	conta	a	
Guerra	de	Troia,	mostrando	sua	tomada	pelos	
gregos.	 O	 poema	 concentra-se	 na	 figura	 do	
herói	 “Aquiles”,	 que	 se	 negou	 a	 combater	 os	
troianos	devido	a	sua	cólera	contra	Agamenon	
que	lhe	roubou	a	escrava	Briseida.	
Odisseia
Odisseia	 descreve	 um	momento	mais	 estável	 e	
pacífico	 repleto	de	 sucessos	 legendários.	Nessa	
obra,	 Homero	 ilustra	 o	 retorno	 do	 guerreiro	
Odisseu	 (Ulisses)	 ao	 seu	 reino	 na	 ilha	 grega	
de	 Ítaca.	 Ela	 pode	 ser	 dividida	 em	 três	 temas	
fundamentais:	a	viagem	de	Telêmaco;	as	viagens	
de	 Ulisses;	 e	 o	 massacre	 dos	 pretendentes	 da	
esposa	de	Ulisses,	Penélope.
FONTE: <http://twixar.me/qWFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
FONTE: <http://twixar.me/TZFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
FONTE: <http://twixar.me/nZFm>.
Acesso em: 21 nov. 2019.
15
Sugestões de filmes que apresentam contextos mitológicos:
• Troia, 2004. Direção: Wolfgang Petersen.
• Helena de Troia, 2004. Direção: John Kent Harrison.
DICA
Além	de	Teogonia,	Ilíada	e	Odisseia,	temos	outra	importante	obra	da	mitologia	
grega:	o	Mito	de	Prometeu.	Há	várias	versões	sobre	o	Mito	de	Prometeu,	herói	da	mitologia	
grega,	 nelas	 ele	 era	 considerado	 um	Titã,	 que,	 em	defesa	 da	 humanidade,	 enganou	
Zeus	roubando-lhe	o	fogo	e	a	esperança.	Assim,	Prometeu	cria	um	novo	destino	para	a	
humanidade.	A	partir	do	roubo	do	fogo	divino,	ele	permite	que	a	existência	dos	homens	
seja	inteligente	e	proativa,	e	deu	o	pensamento	aos	homens,	uma	vez	que	faziam	tudo	
sem	razão,	revelando,	assim,	como	surgiu	a	sabedoria	humana	(SANTOS,	2015).	
FIGURA 6 - PROMETEU COM O FOGO DIVINO. PINTURA DE HEINRICH FUEGER (1817)
FONTE: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/prometeu-245x350.jpg>. 
Acesso em: 17 jun. 2020.
Quer conhecer outras mitologias? Acesse:
• https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/.
DICA
16
4.2 SENSO COMUM
O	senso	comum	é	o	modo	de	pensar,	noções	admitidas	no	cotidiano,	soma	de	
saberes	formado	a	partir	de	hábitos,	 costumes,	crenças	criadas	pelos	 indivíduos.	Na	
epistemologia,	o	termo	senso	comum	é	utilizado	para	explicar	as	interpretações	feitas	
pelos	indivíduos	a	partir	de	experiências	e	vivências	da	realidade	que	os	circundam	sem	
provas	científicas,	ou	estudos	anteriores	(BEZERRA,	2019).
Ele	 é	 transmitido	 de	 geração	 em	 geração,	 sendo	 considerado	 como	 uma	
herança	cultural.	Em	termos	gerais	é	um	saber	que	não	possui	como	base	os	métodos	
científicos,	nos	quais	o	homem	tem	como	alicerce	ações	do	cotidiano	para	explicar	a	
realidade	em	que	vive.	Sua	principal	característica	é	a	subjetividade,	individualidade	que	
reflete	sentimentos	e	opiniões	construídos	por	um	grupo	de	indivíduos	que	interagem	
entre	si,	podendo	variar	de	pessoa	para	pessoa	e	de	grupo	para	grupo	(BEZERRA,	2019).
O	filósofo	norte-americano,	John	Dewey,	procura	refletir	sobre	o	que	é	senso	
comum	afirmando:	
[...]	visto	que	os	problemas	e	as	indagações	em	torno	do	senso	comum	
dizem	respeito	às	interações	entre	os	seres	vivos	e	o	ambiente,	com	o	
fim	 de	 realizar	 objetos	 de	 uso	 e	 de	 fruição,	 os	 símbolos	 empregados	
são	 determinados	 pela	 cultura	 corrente	 de	 um	 grupo	 social.	 Eles	
formam	um	sistema,	mas	 trata-se	de	um	sistema	de	caráter	mais	
prático	 que	 intelectual.	 Esse	 sistema	 é	 constituído	 por	 tradições,	
profissões,	técnicas,	 interesses	e	 instituições	estabelecidas	no	grupo.	
As	significações	que	o	compõem	são	efeito	da	linguagem	cotidiana	
comum,	 com	 a	 qual	 os	 membros	 do	 grupo	 se	 intercomunicam	
(DEWEY,	1949,	p.	170	apud	MENEGHETTI,	2007,	p.	5).
 
A	exemplificação	que	ajuda	a	definir	o	senso	comum	são	os	ditados	populares	
descritos	por	Olivieri	(2010,	s.p.):
"Cada	cabeça,	uma	sentença."
	"Quem	desdenha	quer	comprar."	
"Quem	ri	por	último	ri	melhor."
	"A	pressa	é	a	inimiga	da	perfeição."
	"Se	conselho	fosse	bom,	não	era	dado	de	graça."
O senso comum é o conhecimento adquirido com base 
em experiências vividas e crenças, que, muitas vezes, não 
são verdadeiras.
ATENÇÃO
17
 4.3 FILOSOFIA
Philos	significa	amizade,	Sophia	sabedoria,	logo,	filosofia	é	definida	como	amiga	
da	sabedoria.	Ela	é	um	tipo	de	conhecimento	que	está	em	constante	transformação.	
Surge	da	relação	do	homem	com	seu	dia	a	dia,	porém	está	relacionada	ao	estudo	de	
problemas	relacionados	à	existência,	ao	conhecimento,	à	verdade,	aos	valores	morais	 
e	à	mente	humana	(SCHMAELTER,	2018).
O	 conhecimento	 filosófico	 é	 um	 conhecimento	 que	 tem	 como	 objetivo	 a	
identificação	e	elaboração	de	problemas.	Em	outras	palavras,	ela	utiliza	o	questionamento	
e	o	pensamento	como	base.	
É	um	conhecimento	do	dia	a	dia,	mas	se	preocupa	em	questionar	o	relacionamento	
do	 indivíduo	 com	 o	 meio	 em	 que	 está	 inserido,	 fornecendo	 respostas	 para	 questões	 já	
identificadas	e	criando	novos	questionamentos	(PORTAL	EDUCAÇÃO,	2019).
A	cada	período	da	história,	Porfírio	(2019)	identificou	definições	distintas,	mas	
que	se	complementam,	cada	qual	ao	seu	modo.	Vamos	ver,	a	seguir,	algumas	definições	
de	acordo	com	Porfírio	(2019).
QUADRO 5 - DEFINIÇÕES
FONTE: Adaptado de Porfírio (2019)
Período da história Definição
Gregos 
pré-socráticos
Uma	maneira	racional	de	se	investigar	a	origem	do	universo	por	meio	
da	formulação	de	teorias	contrárias,	muitas	vezes,	às	afirmações	dos	
mitos.	Para	Sócrates,	a	filosofia	seria	um	olhar	para	dentro	de	si	e	uma	
forma	de	extrair	as	ideias	verdadeiras	sobre	aquilo	que	o	próprio	ser	
humano	desenvolveu	mediante	a	criação	das	sociedades.
Helenistas
A	filosofia	era	uma	espécie	de	prática	de	vida	para	alcançar	a	plenitude	
e	a	felicidade.
Medievais
Estaria	submetida	à	teologia	e	a	sabedoria	infinita	de	Deus	teria	dado	
ao	ser	humano	a	possibilidade	do	conhecimento	racional.
Modernos
Voltaram-se	para	a	questão	do	conhecimento	e	da	ciência,	além	da	
política	 e	 da	 ética,	 desenvolvendoum	 pensamento	 que	 resgatava	
certas	características	dos	gregos,	mas	as	aprimorava.
Contemporaneidade
A	Filosofia	abraçou	novos	problemas,	característicos	de	nossa	época,	
para	desenvolver	novos problemas e novos conceitos	sobre	eles.
Platão,	 enfatiza	 que	 a	 filosofia	 possibilita	 o	 uso	 do	 saber	 a	 favor	 do	 homem,	
implicando	a	construção	de	um	conhecimento	válido	e	amplo	a	seu	favor	(PASSEIWEB,	
2010).	Assim,	Platão	(427-348	a.C.)	constrói	a	primeira	grande	teoria	filosófica	de	que	se	
tem	notícia.	Sua	obra	mais	famosa	é	A República,	na	qual	podemos	encontrar	discutidas	
questões	acerca	da	 justiça,	da	educação,	da	organização	da	sociedade,	do	governo,	da	
ciência,	da	verdade	e	do	método	adequado	à	filosofia	(GOMES,	2010).
18
FIGURA 7 – ESCOLA DE ATENAS, ACADEMIA DE PLATÃO. PINTURA DE RAFAEL SANZIO (1510)
FONTE: <https://www.infoescola.com/educacao/academia-de-platao/>. Acesso em: 17 jun. 2020.
Em	sua	obra	A República,	Platão	faz	a	relação	entre	o	conhecimento	válido	e	
a	política.	De	acordo	com	Platão,	 teremos	uma	sociedade	mais	 justa	se	os	cidadãos	
tiverem	acesso	ao	conhecimento	por	meio	da	educação.	Tal	afirmação	está	escrita	no	
capítulo	VII	de	A República	no	qual	está	descrito	o	“Mito da Caverna”.	No	texto	do	Mito	
da	Caverna,	há	um	diálogo	realizado	entre	Sócrates	e	Glauco.	O	texto	visa	apresentar	ao	
leitor	a	teoria	platônica	sobre	o	conhecimento	da,	até	então,	 “verdade”	e	a	necessidade	 
de	que	o	governante	da	cidade	tenha	acesso	a	esse	conhecimento	(PORFÍRIO,	2015).
Filmes para compreender a filosofia de Platão:
• Edward mãos de tesoura,1990. Diretor: Tim Burton.
• O dia da besta, 1995. Diretor: Alex de la Iglesia.
• O show de Truman – o show da vida, 1998. Direção: Peter Weir.
• Matrix, 1999. Direção: Lana e Lilly Wachowsky.
DICA
Com	 base	 na	 importância	 da	 obra	 de	 Platão	 (Mito	 da	 Caverna),	
iremos	estudá-la	na	próxima	 seção.	Mas,	 antes,	vamos	complementar	nosso	
conhecimento	adquirido	até	 aqui,	 e	 analisar	 o	que	alguns	filósofos	dizem	sobre	
filosofia.	
19
O que alguns filósofos dizem sobre o que é a Filosofia
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): “A	admiração	sempre	foi,	antes	como	agora,	a	
causa	pela	qual	os	homens	começaram	a	filosofar:	a	princípio,	surpreendiam-se	com	
as	dificuldades	mais	comuns;	depois,	avançando	passo	a	passo,	tentavam	explicar	
fenômenos	maiores,	como,	por	exemplo,	as	fases	da	lua,	o	curso	do	sol	e	dos	astros	
e,	 finalmente,	 a	 formação	 do	 universo.	 Procurar	 uma	 explicação	 e	 admirar-se	 é	
reconhecer-se	ignorante”.
Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.): “Nunca	 se	 protele	 o	 filosofar	 quando	 se	 é	 jovem,	
nem	o	canse	fazê-lo	quando	se	é	velho,	pois	que	ninguém	é	jamais	pouco	maduro	
nem	demasiado	maduro	para	conquistar	a	saúde	da	alma.	E	quem	diz	que	a	hora	
de	filosofar	ainda	não	chegou	ou	já	passou	assemelha-se	ao	que	diz	que	ainda	não	
chegou	ou	já	passou	a	hora	de	ser	feliz”.
Edmund Husserl (1859-1938): “O	que	pretendo	sob	o	título	de	filosofia,	como	fim	
e	campo	de	minhas	elaborações,	sei-o	naturalmente.	E,	contudo,	não	o	sei...	Qual	o	
pensador	para	quem,	na	sua	vida	de	filósofo,	a	filosofia	deixou	de	ser	um	enigma?”
Friedrich Nietzsche (1844-1900): “Um	filósofo:	é	um	homem	que	experimenta,	
vê,	 ouve,	 suspeita,	 espera	 e	 sonha	 constantemente	 coisas	 extraordinárias;	 que	 é	
atingido	pelos	próprios	pensamentos	como	se	eles	viessem	de	fora,	de	cima	e	de	
baixo,	como	por	uma	espécie	de	acontecimentos	e	de	faíscas	de	que	só	ele	pode	
ser	alvo;	que	é	talvez,	ele	próprio,	uma	trovoada	prenhe	de	relâmpagos	novos;	um	
homem	fatal,	em	torno	do	qual	sempre	tomba	e	rola	e	rebenta	e	se	passam	coisas	
inquietantes”	(Para	além	do	bem	e	do	mal,	p.	207).
Kant (1724-1804): “Não	se	ensina	filosofia,	ensina-se	a	filosofar”.
Ludwig Wittgenstein (1889-1951): “Qual	o	seu	objetivo	em	filosofia?	–	Mostrar	à	
mosca	a	saída	do	vidro”.
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961): “A	verdadeira	filosofia	é	reaprender	a	ver	o	
mundo”.
Gilles Deleuze (1925-1996) e Félix Guattari (1930-1993): “A	filosofia	é	a	arte	de	
formar,	de	 inventar,	de	fabricar	conceitos...	O	filósofo	é	o	amigo	do	conceito,	ele	é	
conceito	em	potência...	Criar	conceitos	sempre	novos	é	o	objeto	da	filosofia”.
Karl Jaspers (1883-1969): “As	 perguntas	 em	 filosofia	 são	 mais	 essenciais	 que	
as	 respostas	e	cada	resposta	transforma-se	numa	nova	pergunta”	 (Introdução	ao	
pensamento	filosófico,	p.	140).
20
García Morente (1886-1942): “Para	 abordar	 a	 filosofia,	 para	 entrar	 no	 território	
da	 filosofia,	 é	 absolutamente	 indispensável	 uma	 primeira	 disposição	 de	 ânimo.	 É	
absolutamente	indispensável	que	o	aspirante	a	filósofo	sinta	a	necessidade	de	levar	
seu	estudo	com	uma	disposição	 infantil.	 […]	Aquele	para	quem	tudo	resulta	muito	
natural,	 para	 quem	 tudo	 resulta	muito	 fácil	 de	 entender,	 para	 quem	 tudo	 resulta	
muito	óbvio,	nunca	poderá	ser	filósofo”	(Fundamentos	de	filosofia,	p.	33-34).
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/>. Acesso em: 15 dez. 2019.
4.3.1 O Mito da Caverna 
O	Mito	da	Caverna,	ou	Alegoria	da	Caverna,	é	uma	história	narrada	por	Platão.	
A	história	relata	um	diálogo	entre	o	personagem	principal	Sócrates	e	o	interlocutor	Glauco.	
Ela	 consiste	 em	 comparações	 entre	 uma	 caverna	 com	 prisioneiros	 presos	 desde	 a	
infância,	que	nunca	conheceram	o	mundo	real,	e	a	“verdade”	que	havia	fora	da	caverna	
(PORFÍRIO,	2015).	
Em	seu	resumo,	Sócrates	fala	para	Glauco	 imaginar	a	existência	de	uma	caverna	
onde	 prisioneiros	 vivessem	 desde	 a	 infância,	 acorrentados	 na	 parede.	 Na	 caverna	
havia	a	 interação	apenas	entre	os	prisioneiros,	que	viviam	à	 luz	de	uma	fogueira,	e	à	
existência	de	algumas	sombras.	Um	dia	um	prisioneiro	conseguiu	sair	da	caverna.	Ao	
sair,	ele	percebe	que	as	sombras	eram	apenas	 ilusão	de	ótica,	cópias	 imperfeitas	do	
que,	para	ele,	era	a	realidade	(PORFÍRIO,	2015).
FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO MITO DA CAVERNA
FONTE: <https://bit.ly/3sYY9yZ>. Acesso em: 22 jun. 2020.
21
Quando	sai	da	caverna	ele	tem	um	susto	ao	deparar-se	com	o	mundo	exterior.	
Com	 dificuldade	 de	 enxergar,	 aos	 poucos,	 sua	 visão	 acostuma-se	 com	 a	 luz	 e	 ele	
começa	 a	 perceber	 o	mundo	 que	 existe	 fora	 da	 caverna.	 O	 prisioneiro	 liberto,	 após	 
conhecer	o	mundo	real,	volta	para	avisar	seus	companheiros,	quando	sofre	ataques	e	é	
julgado	como	louco,	em	que	seus	companheiros	preferem	ficar	presos	à	caverna	do	que	
conhecer	a	realidade	(PORFÍRIO,	2015).
O	antro	subterrâneo	é	o	mundo	visível.	O	fogo	que	o	ilumina	é	a	luz	
do	sol.	O	cativo	que	sobe	à	região	superior	e	a	contempla	é	a	alma	
que	se	eleva	ao	mundo	inteligível.	Ou,	antes,	já	que	o	queres	saber,	
é	este,	pelo	menos,	 o	meu	modo	de	pensar,	 que	só	Deus	sabe	se	
é	verdadeiro.	Quanto	a	mim,	a	coisa	é	como	passo	a	dizer-te.	Nos	
extremos	limites	do	mundo	inteligível	está	a	ideia	do	bem,	a	qual	só	
com	muito	esforço	se	pode	conhecer,	mas	que,	conhecida,	se	impõe	
à	razão	como	causa	universal	de	tudo	o	que	é	belo	e	bom,	criadora	da	
luz	e	do	sol	no	mundo	visível,	autora	da	inteligência	e	da	verdade	no	
mundo	invisível,	e	sobre	a	qual,	por	isso	mesmo,	cumpre	ter	os	olhos	
fixos	para	agir	com	sabedoria	nos	negócios	particulares	e	públicos	
(CHAUÍ,	2005,	p.	9).	
Assim,	nessa	narrativa,	Platão	aborda	os	graus	de	conhecimento,	em	que	há	
modos	de	conhecer,	de	saber,	mais	adequado	para	se	pensar	em	um	governante	capaz	
de	fazer	política	com	sabedoria	e	justiça	(PORFÍRIO,	2015).	Mas,	e	nos	dias	atuais?	Ainda	
vivemos	em	cavernas	sem	enxergar	a	realidade?
O MITO DA CAVERNA NOS DIAS ATUAIS
A	 atualidade	 deste	 texto	 de	 Platão,	 escrito	 há	 mais	 de	 2.500,	 pode	 ser	
comprovada	através	do	filme	Matrix	de	1999.	No	filme,	o	personagem	Neo	Anderson,	
um	 hacker	 de	 computador	 que,	 por	 meio	 de	 invasões	 pela	 internet,	 descobre	 a	
existência	de	um	estranho	programa	na	rede,	a	Matrix.	Após	suas	descobertas,	Neo	
é	procurado	por	um	grupo	de	pessoas	que	se	dizem	hackers	e	afirmam	saber	de	
uma	verdade	que	a	maioria	não	sabe,deixando	a	critério	do	protagonista:	optar	por	
conhecer	a	verdade	e	mudar	sua	vida	para	sempre	ou	continuar	sendo	enganado	
pela	Matrix	e	esquecer	todas	as	suas	descobertas.	
FONTE: <https://bit.ly/35iSo6V>. Acesso em: 17 jun. 2020.
22
Neo	Anderson	decide	então	conhecer	a	verdade.
Realizando	 uma	 comparação,	 Neo	 Anderson	 é	 a	 figura	 do	 escravo	 que	
consegue	se	libertar	da	caverna.	Esse	escravo	liberto	da	caverna	representa	o	filósofo.	
O	filósofo	é	quem	consegue	se	livrar	da	prisão	que	mantém	os	homens	escravos	da	
percepção,	dos	sentidos,	e	que	por	eles	são	enganados.	
Libertar-se	 da	 caverna	 significa,	 em	 uma	 linguagem	 platônica,	 acessar	 o	
famoso	mundo	das	ideias,	que	seria	um	lugar	onde	os	homens	estariam	livres	dos	
enganos,	mantendo-se	 em	 contato,	 por	meio	 do	 pensamento,	 com	 as	 essências	
puras	das	coisas	do	mundo.
Para	Platão,	o	conhecimento	verdadeiro	advém	das	ideias	puras	e	do	intelecto.	
Todo	conhecimento	advindo	das	sensações	do	corpo	é	enganoso.	Neo,	assim	como	o	
escravo	liberto,	descobre	haver	uma	realidade	totalmente	diferente	daquela	em	que	
acreditamos.	No	filme,	o	responsável	pelo	nosso	engano	é	o	software	Matrix.	
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-matrix.htm>. Acesso em: 4 jan. 2020.
A professora Marilene Chauí, do departamento de Filosofia da 
USP, escreveu um excelente texto didático explorando as relações 
do filme Matrix com o diálogo de Platão. Este texto está publicado 
no início do livro Convite à Filosofia (CHAUÍ, Marilena.  Convite à 
filosofia. São Paulo: Ática, 1995).
DICA
4.3.2 Conceitos de Platão e Aristóteles para a construção 
do conhecimento
Após	a	morte	de	Platão,	 seu	discípulo	Aristóteles	continuou	o	desenvolvimento	
do	pensamento	filosófico	através	da	Lógica.	Aristóteles	(384-322	a.C.)	foi	aluno	de	Platão	
na	Academia.	Apesar	de	ter	passado	quase	20	anos	próximo	ao	mestre,	 sentiu-se	à	
vontade	para	criticá-lo	em	muitos	pontos	de	sua	doutrina,	iniciando	uma	nova	tradição.	
O	principal	ponto	de	discordância,	a	partir	do	qual	todos	os	outros	passaram	a	surgir,	
é	 em	 relação	à	postulação	do	mundo	das	 ideias.	Segundo	Aristóteles,	não	existe	 tal	
mundo	separado	do	mundo	material.	As	ideias	inatas,	que	seriam	as	únicas	verdadeiras,	
são	também	combatidas,	e	Aristóteles	afirma	a	experiência	como	base	da	formação	de	
nossas	ideias	(LOBO,	2013).
23
FIGURA 9 – PLATÃO E ARISTÓTELES – PINTURA DE RAFAEL
FONTE: <https://i.em.com.br/HbkC82RceglnU-Dn09wOE7eIzbw=/675x0/smart/imgsapp.em.com.br/ 
app/noticia_127983242361/2016/08/12/793593/20160812171928660506o.jpg>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
	A	preocupação	de	Aristóteles	estava	em	como	obter	o	conhecimento	válido	
a	partir	da	experiência	(empirismo)	da	realidade.	A	importância	de	Platão	e	Aristóteles	
para	o	desenvolvimento	do	conhecimento	na	sociedade	ocidental	é	inquestionável.	Por	
exemplo,	na	tradição	filosófica	iniciada	por	Platão	e	Aristóteles,	introduziu-se	o	conceito	
substância	entendido	como	o	gênero	supremo	de	todas	as	coisas	(LOBO,	2013).
	No	século	III	d.C.,	o	filósofo	neoplatônico	Porfírio	(233-305	d.C.)	apresentou	seu	
próprio	modelo	explicativo.	Nele	é	detalhada	uma	classificação	sobre	as	substâncias,	
ficando	 tal	modelo	 conhecido	 como	 a	Árvore de Porfírio. Fica	 conhecida	 por	 esse	
nome	devido	sua	estrutura	se	assemelhar	a	forma	de	árvore	onde	tudo	o	que	existe	é	
concebido	de	maneira	gradual,	ou	seja,	da	substância	mais	geral	para	a	mais	particular	
(CONCEITOS,	2019).
Esse	modelo	 irá	 servir	 como	método	de	classificação	para	 as	 ciências	naturais,	 
na	forma	que	chamamos	hoje	de	Mapas Mentais.
24
FIGURA 10 – ÁRVORE DE PORFÍRIO
FONTE: Adaptado de Conceitos (2019)
Depois	de	Aristóteles,	teremos	a	expansão	da	filosofia	grega	para	todo	o	mundo	
antigo	graças	às	conquistas	de	Alexandre	Magno.	Este	período	histórico	é	denominado	
de	Helenismo.	Com	a	conquista	da	Grécia	pelo	exército	de	Filipe,	e	o	posterior	domínio	
de	seu	filho,	Alexandre,	a	antiga	unidade	política	das	cidades-estados	deixou	de	existir	
(LOBO,	2013).	
A	autonomia,	que	antes	caracterizava	a	vida	de	cada	uma	das	comunidades	
políticas	cedeu	espaço	para	o	império	de	Alexandre.	O	efeito	disso	foi	o	surgimento	de	
várias	escolas	que	tentaram	teorizar	a	vida	dos	homens	a	partir	dessa	nova	realidade.	
25
Na	 sequência,	 teremos	 o	 surgimento	 do	 Império	 Romano	 que	 irá	 absorver	 a	
filosofia	grega	e	incorporar	ao	que	chamamos	de	filosofia	latina.
Algumas sugestões de filmes e séries interessantes sobre esse período:
• Filmes: Gladiador, 2000. Direção de Ridley Scott; e Alexandre, 2005. 
Direção de Oliver Stone.
• Série: ROMA, 2005 – 2 temporadas.
DICA
O	pensamento	filosófico	greco-latino	perdurou	até	o	fim	do	Império	Romano	em	
476	d.C.,	com	o	surgimento	de	uma	nova	forma	de	conhecimento:	a	Teologia. 
4.4 TEOLOGIA
Vida após a morte, a ideia do perdão, a adesão a não violência, 
a ideia de igualdade – “todos somos filhos de Deus”.
O	nascimento	de	Jesus	Cristo,	durante	o	Império	Romano,	aponta	o	 início	de	
uma	transformação	social,	política,	religiosa	e	epistemológica	na	sociedade	ocidental.	
A	mensagem	cristã,	 transmitida	 pelos	 seus	 discípulos,	 após	 sua	morte,	 e	 espalhada	
pelo	mundo	greco-latino,	traz	novidades	na	forma	de	compreensão	do	mundo	e	da	vida	 
em	sociedade:	
Todas	 essas	 ideias	 produziram	 uma	 revolução	 dentro	 do	 Império	 Romano.	 No	
entanto,	do	ponto	de	vista	da	epistemologia,	os	pensadores	cristãos	enfrentaram	um	
outro	 problema	 fundamental:	 os	 filósofos	 já	 tinham	 provado	 que	 um	 conhecimento	
somente	 baseado	 em	 crenças	 não	 era	 válido.	 Dessa	 forma,	 os	 pensadores	 cristãos	
tiveram	 que	 desenvolver	 uma	 nova	 forma	 de	 pensar	 que	 pode	 validar	 a	 fé	 cristã:	 a	
Teologia.	Com	isso	temos	um	novo	período	histórico,	a	Idade	Média,	que	será	marcada	
pelo	 poder	 da	 Igreja	 com	 um	 conhecimento	 que	 tem	 como	 ideia	 central	 “Deus”	
(Teocentrismo)	(CHAUÍ,	2005).
26
FIGURA 11 - A ASCENSÃO DE CRISTO – PINTURA DE JOHN SINGLETON COPLEY
FONTE: <https://images.freeart.com/comp/art-print/fan16225811/ascension.
jpg?units=cm&pw=20.3&ph=20.3&fit=True>. Acesso em: 22 jun. 2020.
O	 conhecimento	 teológico	 cristão	 teve	 como	 base	 a	 tentativa	 da	 conciliação	
entre	Fé	e	Razão	–	Fides et Ratio.	Provar	as	verdades	da	fé	com	as	certezas	da	razão,	ou	
seja,	a	teologia	cristã	não	enfrentou	a	filosofia	greco-latina,	mas	sim	procurou	trazê-la	 
para	o	seu	interior	(CHAUÍ,	2005).	
Os	 principais	 filósofos	 cristãos	 que	 fundamentaram	 o	 conhecimento	 teológico	
são:	 Santo	 Agostinho	 (354-430	 d.C.)	 e	 São	 Tomás	 de	 Aquino	 (1225-1274).	 Ambos,	 por	
meio	da	difusão	das	obras	de	Platão	e	Aristóteles	cristianizaram	a	filosofia	greco-latina.	 
A	 frase	 de	 Santo	 Agostinho	 —	 “Crer	 para	 compreender,	 compreender	 para	 crer”	 —	
representa	este	período,	quanto	mais	tenho	fé,	mais	posso	compreender	o	mundo	e	
vice-versa.
O	período	histórico	da	Idade	Média,	que	abrange	desde	476	a.C.	até	1453	d.C.	
com	a	queda	de	Constantinopla,	representa	também	o	fim	do	poder	da	Igreja.	Com	o	
Renascimento,	o	Mercantilismo,	as	Grandes	Navegações,	a	Reforma	Protestante,	e	a	
expansão	do	Islamismo,	consolida-se	um	processo	de	separação	do	que	a	Idade	Média	
unira:	a	Razão	separa-se	da	Fé;	a	Natureza	e	o	Homem,	de	Deus;	o	Estado,	da	Igreja.	
Temos	 o	 advento	 do	Antropocentrismo	 como	 filosofia	 dominante,	 ou	 seja,	 o	
homem	como	centro	das	discussões	filosóficas	e	políticas	em	oposição	ao	Teocentrismo.	
Configura-se,	assim,	o	período	da	 Idade	Moderna,	ou	Modernidade	com	um	novo	tipo	de	
conhecimento:	a	CIÊNCIA	MODERNA	(CHAUÍ,	2005).	
27
Dica de filmes: 
• Período da Reforma protestante: Lutero, 2003. Direção: Eric Till.
• Sobre a expansão do Islamismo: Cruzada, 2005. Direção: Ridley Scott.
DICA
4.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA – SUAS COMPLEXIDADES
Augusto	 Comte,	 filósofo	 francês	 do	 século	 XIX,	 fundador	 de	 uma	 corrente	
filosófica	chamada	Positivismo,	defende	que	a	evolução	da	espéciehumana	se	deu	em	
três	fases:	a	mítica	(religiosa),	a	filosófica	(metafísica)	e	a	científica	(PORFÍRIO,	2012).
FIGURA 12 – FASES DA EVOLUÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA
FONTE: Adaptado de Porfírio (2012)
Científica
Mítica Filosófica
Evolução
espécie
humana
A	fase	científica	foi	o	ápice	do	desenvolvimento	humano.	Essa	etapa	não	só	
é	considerada	 superior	 às	outras,	 como	também	seria	 a	única	válida	para	 se	chegar	
à	 verdade.	 Segundo	 os	 positivistas,	 a	 ciência	 é	 o	 único	 conhecimento	 válido	 para	
compreender	o	sujeito,	a	natureza	e	a	sociedade.	Em	suma,	só	a	ciência	pode	nos	ajudar	
a	entender	a	nossa	realidade.	
Mas,	então,	o	que	seria	o	conhecimento	científico?	
28
A	palavra	scire	significa,	em	latim,	saber	[...].	O	conceito	de	scientia,	
portanto,	 apenas	 podia	 ser	 atribuível	 a	 um	 determinado	 tipo	 de	
conhecimento:	ao	que	possuía	o	saber	correto,	diferente	de	outros	
pretensos	conhecimentos	que	não	o	possuíam,	que	não	podiam	ser	
scientia.	Como	havia	vários	conhecimentos,	um	poderia	ser	o	correto	
e	os	outros	não.	Havia	assim,	a	necessidade	de	se	descobrir	algum	
meio	ou	algum	critério	que	distinguisse	o	correto	do	não	correto,	isto	
é	a	ciência	da	não	ciência	(KÖCHE,	1997,	p.	67).
Segundo	Chauí	(2000,	p.	220),	“a	ciência	é	o	conhecimento	que	resulta	de	um	
trabalho	racional,	baseado	em	pesquisas,	investigações	metódicas	e	sistemáticas	e	na	
exigência	de	que	as	teorias	sejam	internamente	coerentes	e	digam	a	verdade	sobre	a	
realidade”.	
	Por	sua	vez,	para	Cupani	(2014,	p.	1):
a	 “Ciência”	 é,	 como	 muitas	 palavras,	 uma	 expressão	 ambígua,	
podendo	 significar	 conforme	 os	 contextos,	 uma	 atividade	 social,	
endereçada	à	produção	de	certo	 tipo	de	conhecimento,	 ou	bem	o	
conhecimento	 por	 ela	 produzido.	 “Ciência”	 designa	 também	 uma	
entidade	 que	 muda,	 como	 tudo	 quanto	 existe,	 evoluindo	 de	 uma	
maneira	específica	decorrente	do	objetivo	que	lhe	é	próprio,	porém	
não	apenas	dele,	pois	está	sujeita	às	condições	em	que	existe	(uma	
das	quais	é	hoje,	precisamente,	a	tecnologia).	
Além	disso,	o	autor	enfatiza	que:
“Ciência”	é,	além	do	mais,	o	nome	de	uma	instituição	social	(análoga	
ao	Direito,	a	Religião,	a	Educação),	que	é	muito	prestigiada	em	nossa	
época	 e	 cultura,	 mas	 não	 em	 todas	 (povos	 e	 épocas	 houve	 e	 há	
em	que	a	sociedade	é	indiferente	à	ciência	ou	hostil	a	ela).	Por	fim,	
“ciência”	pode	referir-se	a	determinada	atitude	perante	a	realidade,	
diferente	de	outras	atitudes,	como	a	técnica,	a	religiosa	ou	a	artística	
(o	cientista	busca	conhecer,	não	modificar	a	realidade,	reverenciá-la	
ou	exprimir	as	vivências	que	ela	lhe	suscita).	Essas	diversas	acepções	
de	“ciência”	estão	obviamente	intervinculadas	(CUPANI,	2014,	p.	2).	
Se você se interessou e quer saber mais sobre Positivismo, acesse:
• https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/positivismo.
DICA
29
A	história	da	ciência	está	atrelada	à	tecnologia,	portanto,	o	avanço	tecnológico	
marcou	 e	 interferiu	 no	 avanço	 do	 conhecimento	 científico.	 No	 Quadro	 6,	 a	 seguir,	
poderemos	evidenciar	a	evolução	do	conhecimento	até	chegarmos	à	Idade	Moderna,	
em	 que	 a	 ciência	 e	 tecnologia	 se	 tornam	 as	 únicas	 bases	 para	 a	 construção	 do	
conhecimento.
QUADRO 6 - PERÍODOS HISTÓRICOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FONTE: Asmann (2008, p. 53)
Conforme	evidenciado	no	Quadro	6,	 na	 Idade	Moderna,	 o	 saber	mais	 importante	
torna-se	 a	 Ciência	 e	 Tecnologia,	 frutos	 do	 trabalho	 e	 produção	 humana.	 Com	 o	
desenvolvimento	 científico	 e	 tecnológico	 ocorre	 a	 Revolução	 Industrial	 e	 o	 homem	
deixa	de	depender	dos	caprichos	da	natureza.	Antes,	a	produção	 rural	dependia	das	
estações	do	ano,	das	tempestades,	suas	estiagens,	seu	tempo	cíclico.	Com	a	indústria,	
ao	contrário,	o	homem	introduz	uma	jornada	linear	de	produção,	em	processo	executado	
pelos	 trabalhadores	 e	 completado	 com	 o	 produto	 vendido	 aos	 consumidores.	 	 Neste	
PERÍODOS 
HISTÓRICOS
IDADE ANTIGA 
(SÉCULO V a.C. – IV 
d.C.)
IDADE MÉDIA (SÉCULO 
V d.C. – XVI d.C.)
IDADE MODERNA 
(SÉCULO XVI d.C. – XX 
d.C.)
Ideia	Básica	
(razão	última)
PHYSIS	(razão	da	
natureza).
Agir	é	contemplação.
Valem	princípios.
DEUS	(razão	de	Deus).
Agir	é	contemplação.
Valem	princípios.
HOMEM	(razão	do	
homem).
Natureza	a	dominar.
Agir	é	fabricação.
Prevalecem	resultados.
Ser	humano
Servo	da	natureza.
Livre	e	escravo.
Servo	de	Deus.
Igualdade	entre	si	e	
irmãos	da	natureza.
Senhor	de	si	(eu	sou),	da	
natureza	e	de	Deus.
Livres	e	iguais	pela	
razão.
Verdade
Adequação	do	sujeito	
ao	objeto.	
Objetivismo.
Adequação	do	sujeito	
ao	objeto.
	Objetivismo.
Construção	(Kant)	
ou	representação.	
Subjetivismo.
Saber	mais	
importante
Mito	e	Filosofia.	
Contemplação	da	
natureza	–	Ócio.
Teologia.	Contemplação	
de	Deus	–	Fé.
Ciência	e	tecnologia.
Produção	humana.
Fruto	do	trabalho.
Trabalho
Atividade	de	escravos	
(negativo).
Castigo	devido	ao	
pecado	(negativo).
Ação	autocriadora,	
homem	–	senhor	de	si	e	
da	natureza	(positivo).
Política	e	ética
Atividade	natural	–	só	na	
Pólis	se	realiza	a	ética.
Cidade	dos	homens,	
separação	entre	política	
e	moral.
Política	=	mal.
Atividade	artificial,	
mal	necessário	(e	
passageiro).
Separação	entre	ética	
e	política.
História
Fisiológica.
Eterno	retorno	do	
mesmo.
Teológica.
Início	e	fim	em/com	
Deus.
Antropológica.
Início	com	homem.
Progresso	(processo).
30
período,	que	marca	a	transição	da	Idade	Média	para	a	Idade	Moderna,	há	uma	migração	
da	área	rural	para	a	área	urbana,	impondo	o	crescimento	das	cidades.	Na	Modernidade,	
o	 trabalhador	 rural	 transforma-se	 em	 trabalhador	 urbano,	 com	 um	 novo	 processo	 de	
socialização	do	trabalho	dado	pelo	desenvolvimento	industrial	(CUNHA,	2005).
O	trabalhador	 recebe	não	mais	na	forma	de	produtos	de	sobrevivência,	mas	na	
forma	de	salário.	Ampliam-se	as	opções	de	trabalho	e	a	 liberdade	de	ação	do	 indivíduo.	
Assim,	 com	 a	 Revolução	 Industrial	 e	 o	 surgimento	 da	 burguesia,	 e,	 posteriormente,	
amparado	nos	ideais	da	Revolução	Francesa	que,	entre	outros,	pressupunham	a	liberdade	
individual	 e	 inclusive	 o	 direito	 à	 propriedade,	 consolida-se	 o	 sistema	 capitalista,	 o	 qual	
dissolve	 os	 laços	 que	 prendiam	 os	 trabalhadores	 aos	 limites	 previamente	 definidos	 pela	 
ordem	feudal	(CUNHA,	2005).
31
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
•	 Os	 termos	 “dados,	 informação	 e	 conhecimento”,	 muitas	 vezes,	 são	 utilizados	
erroneamente	como	sinônimos.	
•	 O	estudo	do	termo	conhecimento	além	de	complexo,	desencadeia	uma	nova	área	 
de	estudos:	a	Epistemologia	ou	Teoria	do	Conhecimento.	
•	 A	Teoria	do	Conhecimento	aborda	os	diversos	tipos	do	conhecimento,	decorrentes	da	
evolução	humana,	 sendo	eles:	mitologia,	 senso	comum,	filosofia,	 teologia,	 ciência	 e	
tecnologia	e	que	esses	tipos	de	conhecimento	visam	explicar	o	mundo	a	nossa	volta,	 
e	desvendar	alguns	segredos.	
•	 Os	tipos	de	conhecimentos	surgiram	da	necessidade	de	explicar	o	mundo,	por	meio	
de	fantasias	e	crenças	sem	bases	racionais,	dando	origem	assim,	aos	mitos.	
•	 A	mitologia	grega	e	suas	principais	obras	(Teogonia,	Ilíada	e	Odisseia),	onde	cada	uma	
conta	a	história	e	cultura	de	seu	povo.
•	 O	senso	comum	é	considerado	a	soma	dos	saberes	do	cotidiano,	formado	a	partir	de	
hábitos,	costumes,	crenças,	preconceitos	e	tradições.	
•	 A	filosofia	surge	da	relação	do	homem	com	seu	dia-a-dia,	mas	que	usa	o	questionamento	
e	o	pensamento	como	base.	É	um	conhecimento	do	dia	a	dia,	que	se	preocupa	em	
questionar	o	relacionamento	do	indivíduo	com	o	meio	em	que	está	inserido.
•	 Na	teologia,	a	partir	da	Igreja,	surgiu	uma	nova	percepção	de	mundo	visando	conciliar	
a	Fé	e	Razão.	Nessa	categoria	enfatiza-se	que	Deus	é	o	centro	do	mundo.	
•	 No	 decorrer	 das	 categorias	 do	 conhecimento,	 nós	 podemos	 compreender	 as	
mudanças	culturais,	influenciadas	pelas	formas	de	entender	o	mundo	a	nossa	volta.
RESUMO DO TÓPICO 1
32
AUTOATIVIDADE
1	 O	 conhecimento	 é	 uma	 relação	 (interação)	 entreo	 sujeito	 e	 o	 objeto.	 Ele	 é	 um	
conjunto	de	informações	adquirida	por	meio	da	experiência	em	vivência.	Mas,	para	
interpretação	 da	 informação	 é	 necessário	 em	 um	 primeiro	 momento	 converter	
dados	em	 informação,	para	que,	assim,	possa	gerar	um	novo	conhecimento.	Com	
base	na	 importância	dos	termos:	dados,	 informação	e	conhecimento,	selecione	as	
características	a	seguir	de	cada	variável.	Para	isso,	informe	com	a	letra	D,	para	dados,	
I	para	Informação	e	C	para	conhecimento.
(			)	 Facilmente	obtido	por	máquinas.
(			)	De	difícil	estruturação.
(			)	De	difícil	captura	em	máquinas.
(			)	 Frequentemente	quantificado.
(			)	Exige	consenso	em	relação	ao	significado.
(			)	Exige	necessariamente	a	mediação	humana.
(			)	 Frequentemente	tácito.
(			)	Exige	necessariamente	a	mediação	humana.
(			)	De	difícil	transferência.
2	 A	 Epistemologia,	 ou	Teoria	 do	Conhecimento,	 investiga	 ao	 longo	 da	 história	 humana	
os	diversos	tipos	de	“conhecimentos”	utilizados	para	explicar,	entender	e	compreender	
o	mundo	a	sua	volta	e,	 também,	a	sua	 relação	com	a	natureza.	Cada	conhecimento	
representa	uma	forma	de	compreender	o	mundo	e	tem	uma	ideia	básica	central.	Com	
base	nisso	relacione	as	colunas:
3	 Assista	ao	filme	Matrix,	e	verifique	a	relação	do	filme	com	o	Mito	da	Caverna	de	Platão.	
Em	seguida,	reflita	sobre	essa	metáfora	e	sua	relação	com	os	dias	atuais.
MODOS DE COMPREENDER O MUNDO IDEIA BÁSICA
(1)	Mitologia.
(2)	Senso	comum.
(3)	Filosofia.
(4)	Teologia.
(5)	Ciência	e	Tecnologia.
(			)	Natureza	e	Pólis	(comunidade).
(			)	Natureza	e	cultura.
(			)	Deus.
(			)	Homem.
(			)	Natureza.
33
DINÂMICAS DO PENSAMENTO: 
COMO A MENTE FUNCIONA
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Estudamos,	 no	 Tópico	 1,	 o	 desenvolvimento	 do	 conhecimento	 humano	 ao	
longo	da	sua	história,	com	seus	vários	tipos	até	chegarmos	aos	dias	atuais,	marcados	
pelo	 exponencial	 avanço	 do	 conhecimento	 científico	 com	 alto	 grau	 de	 sofisticação	
tecnológica.	Este	avanço	da	ciência	e	da	tecnologia	permitiu	o	surgimento	de	novas	
áreas	 na	 fronteira	 do	 conhecimento,	 tais	 como	 a	 neurociência,	 a	 psicologia	 e	 a	
inteligência	artificial,	 que	desta	 forma,	nos	possibilitaram	adentrar	 ao	cérebro	humano	
para	compreendermos	o	seu	funcionamento,	assunto	que	nos	interessa	para	o	tema	de	
nossa	disciplina	de	Criatividade	e	Inovação.
2 RACIONALISMO VERSUS EMPIRISMO
De	 acordo	 com	 Descartes	 (1596-1650),	 no	 início	 da	 Idade	 Moderna,	 o	
conhecimento	humano	 teve	origem	na	própria	mente,	 através	de	 ideias	 inatas.	 Esta	
corrente	 de	 pensamento	 é	 denominada	 de	 Racionalista,	 Idealista	 ou	 Inatista.	 Seguindo	
Platão	(428/27-347	a.C.)	e	Santo	Agostinho	(354-430),	Descartes	acreditava	na	doutrina	
das	 ideias	 inatas,	 ou	 inatismo,	a	qual	 sustenta	que	o	homem	nasce	com	determinadas	
crenças	verdadeiras,	 ou	seja,	 o	conhecimento	nasce	na	mente	humana	—	é	 inato	—	
através	da	razão	e	das	ideias.	
A	 famosa	 frase	 de	 Descartes	 —	 “Penso, logo existo”	 —	 marca	 o	 início	 da	
modernidade,	 o	 período	 em	 que	 o	 ser	 humano,	 dotado	 da	 sua	 racionalidade,	 pode	
determinar	 a	 sua	própria	 existência	e	dominar	 a	natureza	para	a	 sua	 sobrevivência.	A	
modernidade	 é	marcada,	 então,	 pelo	Antropocentrismo	 —	 o	 homem	 é	 o	 centro	 do	
conhecimento	—	iluminado	pelas	luzes	da	razão	humana	—	Iluminismo	(SALATIEL,	2012).
34
O iluminismo tornou-se intenso na Europa, ainda mais na França e atingiu o 
seu apogeu no século XVIII, sendo chamado de Século das Luzes. Essas ideias 
trouxeram seguidores e foram as principais motivações para o surgimento da 
Revolução Francesa, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade. 
FONTE: <http://idade-moderna.info/iluminismo.html>. Acesso em: 22 jun. 2020.
NOTA
De	forma	contrária,	na	mesma	época,	empiristas,	como	John	Locke	(1632-1704),	
consideravam	que	o	conhecimento	humano	surge	da	experiência,	dos	sentidos,	e	que	a	
mente	humana	é	vazia.	Somente	após	termos	a	experiência	dos	sentidos	é	que	a	nossa	
mente	é	preenchida	com	o	conhecimento	do	que	nos	cerca.	John	Locke	pregou	a	teoria	
da	tábula rasa,	cuja	mente	humana	era	como	uma	folha	em	branco,	que	se	preenchia	
apenas	com	a	experiência.	
Locke detalhou a tese da tábula rasa em seu livro Ensaio Acerca do 
Entendimento Humano, de 1690. Para ele, todas as pessoas nascem 
sem conhecimento algum, comparando a mente a uma "folha em 
branco". O conhecer, é aprendido por meio da experiência. 
FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-
empirismo-britanico-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm>. 
Acesso em: 22 jun. 2020.
ATENÇÃO
Essa	teoria	é	uma	crítica	à	doutrina	das	 ideias	 inatas,	segundo	a	qual	princípios	
e	 noções	 são	 inerentes	 ao	 conhecimento	 humano	 e	 existem	 independentemente	
da	 experiência.	 Basicamente	 é	 isso	 que	 o	 empirismo	 sustenta:	 contrapondo-se	 ao	
racionalismo,	que	privilegia	a	razão	como	fonte	segura	do	conhecimento,	esta	escola	
enfatiza	o	papel	da	experiência.	
Junto	 com	 Locke,	 fazem	 parte	 do	 empirismo	 britânico	 os	 filósofos	 George	
Berkeley	(1685-1753),	David	Hume	(1711-1776)	e	John	Stuart	Mill	(1806-1873).
Contrariando	o	inatismo,	Locke	(1978)	afirma	que,	ao	nascermos,	somos	como	
uma	folha	em	branco	—	"tábula	rasa",	diziam	os	empiristas	—	que	é	escrita	na	medida	em	
que	vivemos	e	temos	experiência	de	mundo	(LOCKE,	1978,	p.	1-2):	
35
Suponhamos,	 pois,	 que	 a	mente	 é,	 como	 dissemos,	 um	 papel	 em	
branco,	 desprovida	 de	 todos	 os	 caracteres,	 sem	 quaisquer	 ideias;	
como	ela	 é	 suprida?	De	onde	 lhe	provém	este	vasto	estoque,	que	
a	ativa	e	que	a	 ilimitada	fantasia	do	homem	pintou	nela	com	uma	
variedade	 quase	 infinita?	 De	 onde	 apreende	 todos	 os	 materiais	
da	 razão	 e	 do	 conhecimento?	 A	 isso	 respondo,	 numa	 palavra,	 da	
experiência.	Todo	o	nosso	conhecimento	está	nela	fundado,	e	dela	
deriva	fundamentalmente	o	próprio	conhecimento.	
FIGURA 13 – FILÓSOFOS EMPIRISTAS DO SÉCULO XVII E XVIII
FONTE: <https://www.profwilliam.com/2018/07/empiristas-dos-seculos-xvii-e-xviii.html>. 
Acesso em: 24 jun. 2020.
Na	continuação	da	modernidade,	o	filósofo	Immanuel	Kant	(1724-1804)	realizou	
uma	 síntese	 entre	 o	 racionalismo	 e	 o	 empirismo.	 Kant	 afirmou	 que	 a	 nossa	 mente	
precisa	tanto	da	 razão	quanto	da	experiência.	Em	Kant,	há	duas	principais	fontes	de	
conhecimento	no	 sujeito:	 a	 sensibilidade,	por	meio	da	qual	 os	objetos	 são	dados	na	
intuição	(empirismo)	e	o	entendimento	(racionalismo),	por	meio	do	qual	os	objetos	são	
pensados	 nos	 conceitos.	 “Pensamentos	 (razão)	 sem	 conteúdo	 são	 vazios;	 intuições	
(experiência)	sem	conceitos	são	cegas”	(CAIMI,	1974,	p.	177).	“Todo	nosso	conhecimento	
nasce	no	sentido,	passa	pelo	entendimento	e	termina	na	razão”	(PIZZINGA,	2020,	s.p.).
A	partir	do	pensamento	de	Kant,	a	ciência	avançou	para	explicar	o	funcionamento	
da	mente	para	a	construção	do	conhecimento.	Teremos,	a	seguir,	o	surgimento	de	uma	
nova	área	da	ciência:	A	PSICOLOGIA.
Leia mais sobre racionalismo e empirismo em:
• http://www.acervofilosofico.com/racionalismo-x-empirismo.
DICA
36
3 A PSICOLOGIA
A	palavra	“psicologia”	vem	do	grego	antigo	psyque,	que	significa	“mente”,	e	logos,	
que	significa	“conhecimento	ou	estudo”.	Psiquê	ou	psique	(em	grego	antigo:	ΨΨΨΨ,	transl.:	
Psychē),	na	mitologia	grega,	é	uma	divindade	que	representa	a	personificação	da	alma.
Como	a	Psicologia	é	uma	ciência,	ela	tenta	 investigar	as	causas,	motivação	que	
desencadeiam	um	determinado	comportamento.	Para	isso,	utiliza	além	de	procedimentos	
de	forma	sistemática	e	objetivos	de	observação,	medição	e	análise,	apoiados	esses	por	
interpretações	teóricas,	explicações	e	previsões	(BATTISTELLI,	2018).
A psicologia tem como objetivo imediato a compreensão de 
grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios 
universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo 
alguns autores, como objetivo final o benefício geral da sociedade.
IMPORTANTE
A	psicologia	é

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