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AULA-02-FUNDAMENTOS-DE-DIDÁTICA (1)

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FUNDAMENTOS DE DIDÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezado aluno, 
Você sabe o que são as dificuldades de aprendizagem? Quais são os 
fatores que as desencadeiam? Você já passou por dificuldades para aprender 
algum conteúdo na época da escola? 
Nesta Unidade de Aprendizagem você aprenderá como identificar um 
aluno com dificuldade de aprendizagem e de que maneira a escola pode 
participar da inclusão desse aluno, colaborando na superação da dificuldade 
 
Bons estudos! 
AULA 2 
A PEDAGOGIA E SUAS 
DIFICULDADES 
 
 
2 DIFICULDADE NA APRENDIZAGEM 
Para entender o contexto sobre as problemáticas ou dificuldades no processo 
de aprendizagem, analisaremos alguns exemplos no contexto escolar: 
 O primeiro, A professora da primeira série, tutora de Brian, descreve-o como 
"um fliperama humano", visto que ele nunca anda, só parte como um raio. 
Interrompendo tudo por onde passa, ele sai da cadeira vez ou outra para 
apontar lápis, pegar mais papel e olhar os porquinhos-da-índia da classe. Seus 
colegas sentem-se desconfortáveis com sua inquietação e interrupções, mas 
mesmo assim punições e/ou recompensas não surtiram efeito em seu 
comportamento. Em sua avaliação semestral, a professora de Brian escreveu: 
"Brian é inteligente e entusiasmado, porém necessita se acalmar. As suas notas 
estão caindo por não manter a atenção direcionada" (SMITH; TRICK, 2009). 
 Aisha tem 11 anos e é bastante tímida e quieta. Apesar de dar seu melhor para 
acompanhar o ritmo de seus colegas, ela ainda está mais de um ano para trás 
no que se refere à matemática e à leitura, o que fez com que os professores 
passassem a possuir expectativas diminuídas com relação a ela. Contudo, os 
pais dizem que em casa ela é capaz de aprender rapidamente, e ficam 
intrigados quanto à lentidão de sua evolução escolar. Além disso, ficam 
preocupados ao notar que Aisha tem se tornado cada vez mais tímida, sendo 
que ela não possui amigos e passa grande parte do tempo livre diante da 
televisão (SMITH;TRICK, 2009). 
 Frank foi alertado de que iria reprovado se não entregasse todas suas tarefas 
e parasse de faltar às aulas. Ele vem enfrentando outros desafios ao longo do 
ano, como brigas e vandalismo, além de comparecer à festa de final de ano 
completamente embriagado. Contudo, Frank afirma que não liga para o 
resultado, pois já tem planos para desistir dos estudos com 16 anos. Todos 
acreditam que ele é hostil e rebelde, exceto por seu professor de informática, 
que o vê como atento e inteligente; inclusive, chega a ajudar outros alunos 
quando não sabem o que fazer (SMITH;TRICK, 2009). 
 Joel é muito popular entre os alunos devido à sua paixão por esportes desde a 
infância. Ele conquistou medalhas na escola durante os anos de ensino médio 
em luta livre, corridas de pista e beisebol. Além disso, Joel tem sido ativo no 
diretório estudantil e também vende anúncios para o livro anual da escola. 
 
 
Apesar de seu empenho, suas notas são muito baixas. Seus professores se 
queixam sobre seu descuido no fazer as lições de casa, que são muitas vezes 
incompletas ou sujas, e que sua caligrafia é ilegível. Por causa disso, a 
professora de história afirma que “se ele não estivesse investindo tanto nas 
atividades extracurriculares, talvez conseguisse prestar mais atenção ao seu 
trabalho” (SMITH;TRICK, 2009). 
Se Brian quer chegar à universidade, precisa desenvolver autocontrole e 
maturidade. Aisha precisa ser mais focada e dedicada aos estudos. Frank é 
necessário que enfrente e superar sua "atitude ruim" e problemas emocionais. 
Quantos à Joel, é necessário maior motivação e esforço acadêmico para alcançar 
seus objetivos. De toda forma, sem dúvida, as melhorias nos hábitos de estudo 
necessárias para que ele consiga entrar na faculdade são essenciais. No entanto, se 
você olhar mais de perto, poderá ver uma imagem completamente diferente: 
 A dispersão mental de Brian e o seu impulso por estar sempre em movimenta 
desgastam tanto o menino quanto os seus familiares mais do que seu professor, 
pois isso está além de seu controle. Brian não possui a habilidade de planejar as 
atividades com antecedência, ou então de ignorar as distrações de forma a se 
concentrar, não importando a quantidade de esforço dedicado. Ele também não 
consegue resistir aos seus impulsos, tendo a necessidade de comentar e 
investigar tudo que for novo. Ao final do dia, ele está exausto de responder a 
todos os sons e sinais à sua volta, e ainda assim é difícil para ele dormir. 
 A psicóloga descobriu que Aisha possui uma inteligência notável. Entretanto, 
para acompanhar o ritmo de seus colegas, ela precisa se esforçar mais pois tem 
dificuldades para entender símbolos escritos e lembrar-se de como as palavras 
são. Ainda por cima, se vê incapaz de memorizar mapas, gráficos ou outros 
materiais visuais e copiar do quadro é um serviço difícil para ela. Em 
consequência, ela ficou extremamente abatida, conforme notado pela psicóloga: 
"Ela vê a si mesma como um fracasso total". 
 Frank tem evitado fazer aulas e lições de casa devido ao seu problema de 
entender qualquer instrução verbal ou grande parte do material que lê. Apesar 
de inteligente, as provas de aprendizado que não se relacionam linguagem não 
são bem-sucedidas para ele. A entrada na escola secundária apenas aumentou 
a dificuldade, pois essa não oferece muitas oportunidades que Frank precisa. 
 
 
Ele se sente como se não encaixasse, e deseja escapar das inúmeras situações 
de fracasso que enfrenta na escola, assim como das críticas. 
 A habilidade de Joel no atletismo esconde sua precária coordenação motora fina. 
Controlando mal as mãos, ele tem enorme dificuldade para segurar uma caneta 
ou um lápis, ou mesmo para simples tarefas como lavar pratos e arrumar a mesa. 
Joel é um estudante que compreende o conteúdo das aulas, mas acha que é 
quase impossível expor o que aprende por escrito. 
Numerosos alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, que podem ser 
definidas como problemas neurológicos que dificultam a capacidade cerebral de 
entender, recordar e/ou comunicar informações. 
Indivíduos são afetados, e diversas crianças não apresentam bom desempenho 
na escola devido a problemas não diagnosticados. Infelizmente, muitas vezes esses 
jovens são julgados como pouco inteligentes, desobedientes ou preguiçosos por 
adultos intranquilos, que procuram corrigi-los ou exigem mais esforços. 
Quando as práticas tradicionais de recompensar e punir não funcionam, pais e 
professores ficam frustrados, mas ninguém fica tão frustrado quanto os próprios 
alunos. "As palavras mais tristes da língua são 'Estudar mais'", diz um estudante que, 
no ensino médio, finalmente teve suas dificuldades reconhecidas. "Eu estava me 
dedicando, mas ninguém acreditava em mim porque eu não estava obtendo 
resultados” 
Atualmente, as dificuldades de aprendizagem são temas de pesquisas 
frequentes, mas ainda são desconhecidas pelo grande público. As informações sobre 
esse assunto ainda não são amplamente divulgadas, o que resulta em equívocos, 
inclusive entre professores e outros profissionais da educação. É lógico entender o 
descontrole sobre esse tema, uma vez que elas englobam uma grande variedade de 
problemas que afetam qualquer área acadêmica. Além disso, essas dificuldades não 
são causadas por um único fator, podendo ser resultado de distintos fatores como, 
por exemplo, mudança nos padrões de funcionamento do cérebro, fatores 
psicológicos, ou mesmo partes do contexto como família e escola. 
É normalmente difícil identificar as dificuldades de aprendizagem nas crianças, 
já que elas frequentemente não apresentam sinais de problemas. Muitas vezes essas 
crianças possuem inteligência na média ou acima da média e excepcionalmente se 
destacam em algumas áreas. No entanto, elas podem aparentemente aprender sobredinossauros aos 4 anos, e ainda não terem o domínio do alfabeto. Estudantes, 
inclusive aqueles com capacidade avançada de leitura, podem entregar trabalhos 
escritos que não expressam o seu conhecimento. Quando crianças lidam com o 
mesmo parágrafo e leem em voz alta mas não guardam o que entenderam, é 
compreensível que elas sejam acusadas com frequência de serem desatentas, não 
cooperativas ou desinteressadas (FELIPE, 2015). 
As crianças com dificuldade de aprendizagem apresentam desempenhos 
inconsistentes, pois suas habilidades e resultados podem variar significativamente, 
sendo que muitas vezes seus cérebros "congelam" nas tarefas mais complexas. A 
maioria dos déficits neurológicos manifestam-se na diminuição da percepção visual, 
na capacidade de processar linguagem, na habilidade de executar implicações 
motoras finas e na possibilidade de concentrar a atenção. Pequenos problemas 
nestas áreas podem ter grandes efeitos de forma progressiva gerando dificuldades 
acadêmicas mesmo quando não são detectadas no ambiente doméstico (TAVARES, 
2022). 
Observou-se que 25% das crianças que têm distúrbios de aprendizagem 
também demonstram comportamentos que contribuem para suas dificuldades 
escolares. Um dos mais comuns destes comportamentos é a hiperatividade, que é 
caracterizada por níveis extremos de inquietação (FLORES et al., 2022). Alguns 
destes distúrbios são: 
Dificuldade de atenção: A criança pode se mostrar deficitária ao apresentar 
dificuldade em manter a atenção por longos períodos de tempo. Isso costuma se 
manifestar na tendência de se desviar de tarefas apresentadas, ser facilmente 
distraída por estímulos e também esquecer intenções ao iniciar alguma atividade. Seu 
fraco alcance da atenção reflete de maneira direta na capacidade de concluir projetos 
iniciados e dedicar-se às tarefas solicitadas (GOLEMAN, 2013). 
Seguir instruções: é algo com o qual as crianças podem lidar. Por exemplo, a 
criança pode sentir necessidade de pedir ajuda, mesmo com tarefas simples (“Onde 
eu coloco isso?” “Como eu faço isso?”). Os erros ocorrem devido à falta de 
compreensão total das instruções (PEREIRA et al. 2013). 
Imaturidade social: Imaturidade social é um termo usado para descrever a 
dificuldade de agir e pensar de acordo com a idade cronológica. Esta manifestação 
pode acontecer com crianças de várias faixas etárias e é relacionada ao fato de a 
 
 
criança ter preferência por atividades, brincadeiras e temperamento de uma faixa 
etária mais jovem. Foi demonstrado em estudos que este comportamento seria 
resultado de questões relacionadas à abordagem de problemas com o emprego de 
estratégias ineficazes para o contexto de vida da criança (LORDELO et al. 2009). 
Conversação: Muitas crianças apresentam dificuldades na comunicação, que 
podem se manifestar de várias formas. Uma forma particularmente comum é a 
dificuldade em encontrar palavras certas: a criança olha para seu interlocutor, como 
se procurasse as palavras ou frases certas. Outra forma comum, por outro lado, é a 
fala incessante, quando as crianças passam longos períodos de tempo falando sobre 
um assunto, não acompanhando os outros na conversação. Assim, é importante notar 
que estas dificuldades podem variar, dependendo do contexto, e devem ser 
devidamente avaliadas com a ajuda de um profissional (FEITOSA, 2013). 
Inflexibilidade: é caracterizada como um comportamento inflexível onde a 
criança persiste em manter uma determinada maneira de agir mesmo quando existem 
evidências de que esta não resultaria em sucesso. Esse padrão de comportamento é 
comumente visto entre crianças, muitas vezes associado à necessidade de constância 
e controle. Frente a isso, as crianças podem rejeitar o aconselhamento dos adultos e 
recusar qualquer oferta de ajuda (SANTOS et al. 2010). 
Planejamento e organização: são característicos de crianças que chegam 
despreparadas ou atrasadas com certa frequência. Estas crianças geralmente têm 
dificuldades para identificar quais são as partes da tarefa e como dividi-las em 
segmentos manejáveis quando se trata de tarefas mais complexas, com frequentes 
problemas para concluir as tarefas e gerenciar o tempo adequadamente, o suporte é 
necessário para que essas crianças aprendam a lidar com o seu comportamento 
organizacional tanto na escola quanto na vida diária. (WAGNER et al. 2020). 
Distração: é uma característica comum e normal nos seres humanos, 
particularmente em indivíduos jovens e crianças. Por exemplo, as crianças tendem a 
se distrair regularmente, muitas vezes perdendo a lição, esquecendo suas tarefas 
domésticas, objetos pessoais e compromissos ou ocasiões sociais (DA VEIGA et al., 
2021). A distração tende a ocorrer devido a fatores externos, como o uso excessivo 
de mídias sociais, uso inadequado de celulares, uso excessivo de jogos eletrônicos 
ou mesmo falta de atenção dos adultos em relação às crianças (TEIXEIRA et al., 
2013). 
 
 
Falta de destreza: pode ser observada em crianças que apresentam grandes 
dificuldades em conseguir coordenar seus movimentos, deixando cair objetos com 
frequência e apresentando uma caligrafia ruim. Contudo, elas costumam ser avaliadas 
como ''completamente inaptas'' nos esportes e jogos. Isso pode ser resultado de uma 
condição subjacente ou falta de prática suficiente (BELTRAME et al. 2007). 
Controle dos impulsos: A falta de controle dos impulsos é uma característica 
comum na infância, sendo responsável pelo comportamento impulsivo e autocontrole 
deficiente de crianças (BARTHOLOMEU et al. 2006). Por exemplo, a criança tende a 
tocar tudo (ou todos) que chamam a sua atenção, além de expressar suas ideias 
verbalmente sem refletir antes, interromper ou mudar de assunto abruptamente em 
conversas e ter dificuldades para esperar a sua vez de falar. 
Problemas de aprendizagem podem causar comportamentos que podem ser 
interpretados erroneamente como sintomas de personalidade inadequada (LOPES, 
2002). Exemplos de problemas de aprendizagem incluem dificuldades para prestar 
atenção em sala de aula, baixa organização e distrações, o que não são 
necessariamente defeitos individuais da criança. Na verdade, esses comportamentos 
estão relacionados a condições neurológicas que desencadeiam esses tipos de 
problemas. 
Como resultado, quando as crianças são compreendidas dentro desse 
contexto, isso ajuda a tranquilizar os pais e professores sobre a natureza da 
dificuldade da criança. Algumas pessoas reclamam do caráter enganoso dos 
diagnósticos de problemas de aprendizagem (MAZER et al. 2017). Porém, uma 
percentagem significativa de jovens revela como o reconhecimento de suas 
dificuldades trouxe conforto e esse conhecimento lhes dá a possibilidade de trabalhar 
através dos problemas, conta uma adolescente que ficou muito entusiasmada quando 
descobriu que tinha uma dificuldade de aprendizagem. Até então, eu me sentia como 
se fosse uma pessoa imbecil e desatenta, diz a aluna (MAZER et al., 2017). 
Aproximadamente metade das crianças com dificuldades de aprendizagem 
sentem-se felizes e bem adaptadas. Outras, no entanto, enfrentam problemas 
emocionais ao tentarem aprender coisas que lhes são complexas. Tais esforços 
geralmente resultam em frustração e, assim, passam a desenvolver mecanismos de 
defesa e ser incapazes de se ajudar. Estes sentimentos são frequentemente 
associados por raiva, ansiedade, solidão e depressão, além de estarem associados à 
 
 
baixa autoestima. Estudos também indicam que aqueles com Dificuldades de 
Aprendizagem podem ter tendência infelizmente para o desinteresse escolar, abuso 
de substâncias e atividades delitivas, como também, em último caso, o suicídio 
(LOPES, 2002). 
Muitos alunos apresentam dificuldades de aprendizagem. Embora não 
alcancem o mesmo nível de tristeza de Cassandra, sentem frustração e insegurança. 
Os pais desses alunos lidam com o desafio de ver seus filhos se destacarem em 
inteligência,mas ainda assim enfrentarem dificuldades na escola. Esses alunos são 
normalmente criativos e ávidos por aprender, mas a inquietude e a incapacidade de 
manter a atenção dificultam o aprendizado. Assim, procuram completar tarefas e 
lições, mas tendem a esquecer os princípios e os objetivos durante o processo. Nesse 
contexto, fica claro que existe ainda dificuldade em se estabelecer amizades 
(FUNAYAMA, 2000). 
Turbulências emocionais podem produzir tumultos na família inteira. Devido à 
incapacidade de corresponderem às expectativas dos pais e cumprir suas próprias 
metas pessoais, muitas vezes, essas crianças se sentem infelizes. Muitas vezes, eles 
acreditam que são responsáveis por esses fracassos se tornando reprimidas e 
autoderrotistas. Conforme lembrou uma mãe, "É desolador ver seu filho desacreditar 
de si mesmo, dos seus sonhos. Nada parece pior do que a perda da autoconfiança" 
(SANTOS et al. 2006). 
Os estudos demonstram que os pais não são impotentes e podem contribuir 
para o sucesso dos seus filhos. Os cuidados parentais de qualidade estimulam o 
desenvolvimento da criança, a felicidade e a independência no futuro, superando 
qualquer excesso de programas escolares ou desequilíbrio. Estimular nas crianças o 
amor-próprio, a fazer o máximo com as capacidades e a encorajá-las a acreditar em 
si mesmas são algumas das práticas parentais mais eficazes (DOS SANTOS et al. 
2021). 
Como responsáveis, é importante que os pais de crianças com dificuldades de 
aprendizagem que trabalhem em conjunto com os professores e os líderes escolares 
para criar um plano educacional que se adeque às necessidades específicas da 
criança. Embora essa tarefa possa ser assustadora, os pais precisam assumir o papel 
de defensores da educação das suas crianças, garantindo assim que elas tenham 
acesso às melhores oportunidades. Infelizmente, o ensino de licenciatura nos Estados 
 
 
Unidos não se concentra em adaptar a aprendizagem para crianças com dificuldades. 
Portanto, métodos educacionais destinados a crianças típicas não resolvem o 
problema para aquelas que enfrentam dificuldades no aprendizado (CERQUEIRA; 
FEREIRA, 2000). 
Pais cujos filhos possuem dificuldades de aprendizagem, mas que são capazes 
de obter sucesso escolar apontam que o monitoramento e proteção dos direitos de 
seus filhos é essência para garantir o ensino adequado e a aprendizagem. Eles 
acreditam que deve haver uma educação dos educadores para que eles possam 
entender como as crianças são afetadas por seus problemas de aprendizagem. Para 
que essas crianças consigam aprender eficazmente, os pais e professores devem 
trabalhar juntos e reunir suas respectivas experiências (KULLOK, 2000). 
Nosso intuito é brindar informações e ânimo aos pais para que se tornem 
protetores efetivos do seu filho. Estudaremos as razões e variedades de desordens 
de aprendizagem e analisaremos seus efeitos na vida educacional e desenvolvimento 
intelectual e social. Nós os guiaremos no processo de identificação desse transtorno 
educacional e discorreremos como lidar com profissionais para montar um conjunto 
de regras personalizado para atender a necessidade de seu filho (SMITH; STRICK, 
2009). 
Vamos discutir sobre diversos meios de abordar as questões reincidentes que 
podem tornar a vida familiar complicada. É importante ter em mente que os 
progenitores conhecem melhor o seu filho. O profissional é contratado para resolver 
os erros e as desvantagens do(a) estudante; todavia, são os pais que estão 
capacitados para avaliar corretamente as virtudes e forças do jovem. É tarefa dos 
familiares recordar constantemente ao filho/a que eles são especiais e têm 
capacidade na maioria das vezes. As crianças que recebem devido carinho e amor 
não se encontram abaladas com os problemas que inevitavelmente surgem 
(GUSMÃO, 2023). 
2.1 Causas 
Os pais frequentemente se perguntam como e porque a dificuldade de 
aprendizagem de seus filhos foi identificada e se isso pode ser superado. Encontrar 
respostas para tais perguntas pode ser complicado, principalmente quando se 
considera que as abordagens terapêuticas, diagnósticas e educacionais são muito 
variáveis na população estudantil norte-americana (MAZZOTTA e D'ANTINO, 2011). 
 
 
Investigações recentes que lidam com as dificuldades de aprendizagem têm 
sido alvo de debates intensos e estudos profundos. Para a compreensão mais clara 
desse assunto, alguns cientistas optaram por usar técnicas de imagem aprimoradas, 
visando avaliar cérebros vivos durante suas atividades, e também estabelecer 
comparações entre aqueles que não têm problemas e aqueles que as possuem, 
enquanto interpretam textos, ouvem ou se expressam. Com o intuito de aprofundar 
ainda mais a pesquisa, médicos realizaram autópsias de cérebros de indivíduos 
falecidos que possuíam dificuldades de aprendizagem e buscaram identificar qualquer 
diferença anormal na anatomia, bem como verificar se há associações genéticas 
relacionadas às condições herdadas (COSTA, 2011). 
A pesquisa realizada nos últimos anos na área da ciência forneceu resultados 
significativos em relação às estruturas e ao complexo funcionamento do cérebro 
humano. Porém, a aplicação dessa informação na vida de um indivíduo não é tão 
simples. Ademais, os avanços não contêm toda a narrativa, pois vários fatores 
internos e externos influenciam a dificuldade de aprendizado. Apesar disso, pesquisas 
apontam que o meio ambiente tem um papel de destaque na sintomatologia 
identificada nas desordens. Além disso, os recursos medicamentosos são importantes 
para soluções personalizadas. Por fim, evidências mostram que os pequenos ajustes 
no ambiente ao redor de um determinado indivíduo acrescentam grandes mudanças 
no seu processo formativo (SIMÕES; NOGARO, 2015). 
Quatro fatores biológicos podem contribuir para dificuldades de aprendizagem: 
lesão cerebral, erros no desenvolvimento cerebral, desequilíbrios neuroquímicos e 
hereditariedade. Devido às limitações nos testes neurológicos para dificuldades de 
aprendizagem, a atribuição de causas depende de julgamento clínico. Ao examinarem 
a família de uma criança, a situação na escola e levantar um histórico detalhado, 
podem surgir pistas para identificar um dos fatores biológicos. No entanto, algumas 
vezes a única explicação para dificuldades de aprendizagem é "inexatidão". Como a 
pesquisa nesta área de rápido crescimento continua avançando, existem esperanças 
de que possa surgir um meio de avaliar e identificar a origem destas dificuldades 
(KAUARK; SILVA, 2008). 
2.2.1 Lesão cerebral 
Há muito tempo, acreditava-se que as dificuldades escolares estavam 
associadas a um dano cerebral presente nos alunos. No entanto, pesquisas mais 
 
 
recentes indicam que, na maioria dos casos, as deficiências de aprendizagem não 
estão relacionadas a lesões cranianas. Na verdade, um estudo mostrou que as lesões 
traumáticas no crânio são quase tão comuns em crianças com desempenho escolar 
típico quanto nos alunos que não estão atingindo índices de média. De acordo com 
estimativas de um investigador, até 20% das crianças sofrem algum dano cerebral até 
os seis anos, ainda que a maioria não desenvolva problemas de aprendizagem 
(PAULA, 2006). 
Pesquisas recentes apontaram para um possível vínculo entre complicações 
no pré-parto e dificuldades de aprendizagem na infância. No entanto, o estudo 
realizado pela Da Silva et al. (2018), sustenta que houve um número relativamente 
parecido de crianças com desempenho escolar abaixo ou acima da média que 
apresentaram histórico de complicações no pré-parto. Sendo assim, não parece existir 
qualquer conexão significativa entre complicações pré-parto e dificuldades de 
aprendizagem. Estes dados revelam uma relação aproximada entre as duas 
condições, pouco convincente. 
Traumas cerebrais ou outras lesões que resultam em dano cerebral podem ser 
desencadeadores das dificuldades na aprendizagemdas crianças. Entre os tipos de 
lesões estão traumas cranianos, hemorragias cerebrais, tumores, febres altas, 
encefalite, meningite, desnutrição, exposição a substâncias tóxicas, tratamentos com 
radiação e quimioterapia para câncer, privação de oxigênio, sufocação, afogamento, 
inalação de fumaça, envenenamentos por monóxido de carbono e complicações 
relacionadas ao parto (FREITAS, 2017). 
Apesar da gravidez poder ser um período de saúde para a mãe, alguns estudos 
científicos evidenciam que doenças como diabetes, doença renal e sarampo podem 
causar danos cerebrais ao feto. Além disso, as substâncias tóxicas, como álcool, 
nicotina, drogas e drogas ilícitas quando ingeridas durante a gravidez, podem ter 
consequências significativas como atraso no desenvolvimento, transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade e problemas de memória (BOSSA, 2009). 
O sistema nervoso de um feto durante o seu desenvolvimento tem um alto nível 
de fragilidade. Pequenos e sutis danos podem ter efeitos diferentes e duradouros. Em 
relação aos bebês prematuros, seu sistema nervoso é muito vulnerável a lesões. Uma 
pesquisa conduzida por Tolsa et al. (2004) descobriu que essas crianças têm uma 
incidência significativamente maior de problemas escolares e comportamentais. Isso 
 
 
nos ajuda a obter um contexto geral das dificuldades presentes na educação e na 
pedagogia, no processo de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BARTHOLOMEU, D; SISTO, F.F; MARIN RUEDA, F.J. Dificuldades de aprendizagem 
na escrita e características emocionais de crianças. Psicologia em estudo, v. 11, p. 
139-146, 2006. 
BELTRAME, T.S; SILVA, J; STAVISKI, G. Desenvolvimento psicomotor e 
desempenho acadêmico de escolares com idade entre 10 e 12 anos com indicativo 
de transtorno de falta de atenção/hiperatividade. Cinergis, v. 8, n. 1, p. 33-9, 2007. 
BOSSA, N.A. Dificuldades de aprendizagem: O que são? Como tratá-las?. Artmed 
Editora, 2009. 
CERQUEIRA, J.B; FERREIRA, E.M.B. Recursos didáticos na educação especial. 
Benjamin Constant, n. 15, 2000. 
COSTA, S.F.P. Dificuldades de Aprendizagem. Revista Profissão Docente, v. 11, 
n. 23, p. 155-158, 2011. 
DA SILVA, B.B et al. Trabalho de parto prematuro e morbidades durante a gestação: 
associação de fatores. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 42, 2018. 
DA VEIGA, D.V; FERREIRA, M.A.D; DE SOUZA, S.S. O que se sabe sobre a relação 
entre internet, redes sociais e crianças?. Revista Interdisciplinar Científica 
Aplicada, v. 15, n. 4, p. 69-87, 2021. 
DOS SANTOS, A.J; MARTINS, I.C. Parentalidade e desenvolvimento socioemocional: 
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FEITOSA, F.B. Habilidades sociais e sofrimento psicológico. Arquivos brasileiros de 
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FELIPE, S.M. Dificuldade de aprendizagem. Maiêutica-Pedagogia, v. 1, n. 1, 2015. 
FLORES, J.C et al. O processo ensino-aprendizagem da criança com transtorno 
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FREITAS, M.M.C et al. Aspectos emocionais e cognitivos na dificuldade de 
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FUNAYAMA, C.A.R. Problemas de aprendizagem: enfoque multidisciplinar. 
Editora Alínea, 2000. 
GOLEMAN, D. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso. Objetiva, 
2013. 
GUSMÃO, N. Diversidade, cultura e educação: olhares cruzados. Digitaliza 
Conteudo, 2023. 
KAUARK, F.S; SILVA, V.A.S. Dificuldades de aprendizagem nas séries iniciais do 
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78, p. 264-270, 2008. 
KULLOK, M.G.B. As exigências da formação do professor na atualidade. UFAL, 2000. 
LOPES, J.A. Problemas de comportamento, problemas de aprendizagem e 
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