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Avaliação Clínica: Exame do Estado Mental 1. Avaliação clínica Introdução Definição Avaliação e medida sistemática dos fatores sociais, biológicos e psicológicos de um individuo que apresenta um possível transtorno psicológico Funciona como funil: do amplo para o específico Número de estratégias e procedimentos que auxiliam os profissionais a adquirir informações necessárias ‘’ Qual o objetivo da avaliação clínica? COLETAR INFORMAÇÕES: sintomas atuais e passados DELINEAR VISÃO GERAL: Histórico do paciente, contexto no qual está inserido, momento de vida POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO: Qual o melhor tratamento? Sou qualificado para trabalhar com tal transtorno? Quais encaminhamentos devem ser feitos? MEDIDA DE COMPARAÇÃO: Sinais e sintomas diminuíram ao longo do tempo? 4 Entrevista + Observação Principais Elementos da Avaliação Clínica Entrevista Clínica Descrição de sintomas Atitudes e emoções Aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos Contexto Atual EEM Exame do Estado Mental 7 EEM: Definição Corte transversal do funcionamento mental do paciente no momento da entrevista. Compreende funções psíquicas que devem ser observadas e/ou deduzidas, as quais serão fundamentais para a realização de um diagnóstico sindrômico. 8 A CASOMI Ah Pe Ju CoL Mnemônico Mnemônico Ah Afetividade e Humor PE Pensamento Ju Juízo Crítico Co Conduta L Linguagem C Consciência A S Sensopercepção Atenção Orientação I Inteligência Memória M O A CASOMI AhPeJuCoL Ah Afetividade e Humor PE Pensamento Ju Juízo Crítico Co Conduta L Linguagem C Consciência A S Sensopercepção Atenção Orientação I Inteligência Memória M O A Aparência Aparência Perda/ganho de peso Marcas/desfigurações Higiene Aspecto geral (ex: saudável) Vestimentas ATITUDE FRENTE AO EXAMINADOR Ex: cooperativo, amigável, sedutor, defensivo, rancoroso, apático, reservado, etc. C Consciência Consciência: Função primária determinadora ‘Todo o psíquico momentâneo’ Função-síntese, determinadora e facilitadora das demais. Condiciona, igualmente os processos aferentes, centrais e eferentes “Capacidade de se dar conta do que está ocorrendo dentro e ao redor de si, ao alcance de seu sensório”. Estado de estar desperto, acordado” Consciência: Função primária determinadora Sono Sonho Alterações normais Alterações Patológicas Quantitativas Catatonia, intoxicações, depressão profunda Ausência de atividade voluntária consciente Traumatismos cranianos, infecções, álcool. Epilepsia, grande estresse emocional, delirium TEPT, anfetaminas e cocaína, abstinência benzodiazepínicos Consciência: Função primária determinadora Como Avaliar: Reação do paciente frente a estímulos (verbais ou táteis); Escala de Glasgow: abertura ocular, resposta verbal, resposta motora estímulos Consciência: Função primária determinadora A Atenção ESPONTÂNEA DISPERSA ALTERAÇÃO- DISTRAÇÃO: incapacidade de manter o foco VOLUNTÁRIA FOCAL ALTERAÇÃO- DESATENÇÃO: incapacidade de voltar o foco para determinado estímulo Direção da consciência; capacidade de concentrar a atividade mental sobre um ou mais fatos determinados. Atenção: Atenção: Atenção: Tenacidade: Capacidade de focar a atenção Vigilância: Capacidade de mudar foco de um objeto para outro. Atenção: Como Avaliar: Vigilância: capacidade de voltar o foco para estímulos externos - hiper ou hipo Tenacidade: manutenção da atenção ou de uma tarefa - Concentração: capacidade de manter a atenção voluntária - S Sensopercepção “Captação dos estímulos do ambiente, através dos receptores sensoriais, e sua transformação em sensações no SNC.” Sensopercepção Passivo, Físico Cor, peso, forma, sabores Consciente, psíquico É o que dá significação às sensações Distinção é artificial Sensação Percepção Sensopercepção Sensopercepção Quantitativas Agnosia: a sensação ocorre mas a percepção não. Hiperestesia: muito observado na mania Macropsias: objetos mais próximos ou maiores Dismegalopsias: objetos deformados Sensopercepção Qualitativas Como Avaliar: Entrevista com o paciente Sensopercepção Alucinações: Não se originam de percepções reais Visuais, auditivas, olfativas, gustativas, táteis, térmicas, Cenestésicas, Cinestésicas. Hipnagógicas: antes de dormir Hipnopômpicas: antes de acordar Despersonalização: sensação de não ser real, ou de estranheza quanto ao seu próprio corpo (borderline); Desrealização: sensação de que a vida é um filme ou sonho (esquizofrenia). Vestibulares: equilíbrio e localização- sensação de estar voando (delirium tremens e alucinógenos) De presença: sensação de presença de ser vivo; ver algo fora de seu campo de visão; autoscopia: ver a si próprio. Somáticas: envolve o corpo e órgãos internos- sentir o fígado apodrecendo. O Orientação Capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente. Orientação Autopsíquica Identidade Alopsíquica Tempo situação Espaço Orientação Tempo: dia, mês, ano, estação, etc Espaço: local, endereço aproximado, cidade, estado, país, etc A própria pessoa: nome, data de nascimento, profissão Demais pessoas: familiares, amigos, equipe que atende Como Avaliar: Déficits de memória Redução de Consciência Anormalidades da atenção Delírios Deficiência Intelectual Apatia M Memória Reflete o passado no presente e permite a perspectiva no futuro. É a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informações (Izquierdo, 2002) Memória Tipos de Memória Memória Amnésia ou hipomnésia (orgânica) Hipermnésia Anterógrada Retrógrada Retroanterógrada Alterações Quantitativas Memória Amnésia: incapacidade parcial/total de evocar informações Amnésia imediata: incapacidade de reter informações recentes Amnésia anterógrada: esquece o que ocorreu após fato/acidente/trauma 4) Amnésia retrógrada: esquece o que ocorreu antes fato/acidente/trauma 5) Amnésia lacunar: esquecimento dos fatos ocorridos entre duas datas 6) Amnésia remota: esquecimento de fatos ocorridos no passado Memória Alterações Qualitativas Paramnésia (alucinações da memória) Agnosia (dificuldade reconhecimento) Memórias perseverativas (TOC, TEPT) Memórias traumáticas (TEPT) Memórias seletivas (TEPT, depressão) Memória Memória imediata: repetir sequência de números Memória recente - curto e longo prazo: 3 palavras; janta do dia anterior Memória remota: eventos importantes do passado Como Avaliar: I Inteligência Resultante funcional das diversas funções que integram o psiquismo. Capacidade de adaptar-se a novas situações, obtendo o máximo de desempenho com o menor dispêndio possível. Inteligência Capacidade de assimilar conhecimentos factuais, compreender as relações entre eles e integrá-los a conhecimentos adquiridos anteriormente. Raciocínio lógico, resolução de problemas. Relações abstratas entre fatos. Inteligência Déficits intelectuais congênitos ou adquiridos Alterações Outros transtornos neurocognitivos (secundário a lesão cerebral traumática) Demências Deficiência Intelectual= Déficits funcionais e intelectuais Inteligência Como avaliar Requer avaliação mais extensa, geralmente realizada por um psicólogo. Histórico escolar, raciocínio lógico, vocabulário, capacidade de abstração Cálculos matemáticos simples; Definição de conceitos abstratos; Resumo de textos; Semelhanças;Solução de problemas: “É melhor lavar uma escada de baixo para cima ou de cima para baixo?” Ah Afetividade e Humor Afetividade e Humor Experiência imediata e subjetiva das emoções sentidas pelo paciente em relação ao que o cerca. HUMOR é emoção predominante e mais constante. AFETO é expressão do humor, momentânea e mais variável.Afetividade e Humor: Alterações Distimia: inibição ou exaltação do humor (diferente do transtorno distimia) Disforia (irritabilidade) Hipotimia /hipertimia (imotivadas) Ansiedade (sensação de que algo ruim vai acontecer, com sintomas psicossomáticos) Angústia (aperto no peito) Medo Apatia (nem alegria, nem tristeza) Afeto inadequado Embotamento afetivo Anedonia Ambivalência afetiva Labilidade afetiva (mudanças rápidas e imotivadas de emoção) Afetividade e Humor Expressão facial, postura, conteúdo afetivo do relato e tipo de afeto que transmite/desperta no entrevistador Adequação das respostas emocionais Como avaliar Pe Pensamento Pensamento Elaboração de conceitos, articulando- os em juízos e construindo raciocínios para solucionar seus problemas com êxito Podemos avaliar a partir do curso, do conteúdo ou da produção de ideias Pensamento Produção (concatenação de ideias): Lógica, ilógica ou mágica Curso (quantidade ou velocidade das ideias): Aceleração; Fuga de idéias; Desorganização Lentificação; inibição, Perseveração, Desagregação, Bloqueio, Tangencialidade Circunstancialidade Pensamento Conteúdo (Preocupações, teor do pensamento): DELÍRIOS: bizarros, persecutórios, depreciativos, de grandeza, religiosos, sexuais, de referência... Grau de elaboração: sistematizados/não sistematizados. Curso evolutivo: se agudo ou crônico. Pensamento IDÉIAS SUPERVALORIZADAS Determina sua conduta PENSAMENTOS OBSESSIVOS Atenção para ideação suicida. Sempre avaliar juízo crítico em conjunto. Ju Juízo crítico Juízo crítico Capacidade de perceber e avaliar adequadamente a realidade externa e separá-la dos aspectos do mundo interno. Separação de sentimentos, impulsos e fantasias próprios de sentimentos e impulsos de outras pessoas. Usado em todas decisões diárias (prioridades e consequências). Juízo crítico: Alterações 1) Fala inapropriada; inconveniência 2) Não reconhecer limites 3) Não medir consequências; Entrevista: capacidade de julgamento e insight Perguntas objetivas. Como Avaliar Carolina P Lima (CPL) - Co Conduta Conduta Padrão habitual de comportamento num determinado contexto OU Comportamentos observáveis do indivíduo: comportamento motor, atitudes, atos, gestos, tiques, impulsos, verbalizações. Carolina P Lima (CPL) - Conduta Hipercinesia: Agitação psicomotora, Heteroagressividade Bradicinesia: lentificação psicomotora Catatonia: posição rígica, imóvel; ou agitação motora sem propósito. Apraxia: Dificuldade para realizar atos intencionais (apraxia da marcha) Comum no autismo: passos curtos na ponta dos pés; flaps; maneirismos. Alterações Psicomotoras Alterações Comportamentais Conservação da vida: condutas suicidas, automutilações Sono: insônia, hipersonia Alimentação: anorexia, bulimia, coprofagia Sexual: impotência, frigidez, Ejaculação precoce, Sadomasoquismo, promiscuidade Higiene corporal: incontinência fecal/urinária cleptomania, colecionismo patológico condutas antissociais Uso de substâncias, jogo patológico Conduta Observação na entrevista Perguntas objetivas sobre hábitos diários e ocasionais Uso de drogas, roubos, tentativa de suicídio, hostilidade, compulsões, impulsos, comportamentos agressivos, rituais, vida sexual, relacionamentos interpessoais Como Avaliar L Linguagem Linguagem Expressão verbal dos pensamentos. Comunicação verbal entre as pessoas. Semântico (sentido/significado) Gramatical (sintaxe/ortografia) Pragmático (valor de uso social, contextual) Prosódia (voz, melodia) Linguagem Alterações Secundárias a lesão cerebral: Afasia de Broca (expressiva ou motora): compreensão preservada, com dificuldade para falar; Afasia de Wernicke (de compreensão): Dificuldade de compreensão com fala preservada Disartria: desarticulação das ideias Dislalia: deformação, omissão, substituição de fonema (“cebolinha) -Dislexia: dificuldade na leitura Linguagem Alterações com causa predominantemente psíquica Mutismo Gagueira (tartamudez) Logorréia (velocidade do pensamento ultrapassa expressão) Neologismo Coprolalia Ecolalia Linguagem O que e como avaliar: Quantidade: prolixo, taciturno, normal? Velocidade: rápido, lento, hesitante, monótono Qualidade: gagueira, ecolalia Gramática e sintaxe, vocabulário e escolha de palavras Referências Cunha, J.A. (2003). Psicodiagnóstico – V. Porto Alegre: Artmed. Dalgalarrondo, P. (2008). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed. Hutz, C.S.; Bandeira, D.R.; Trentini, C.M., Krug, J.S. (Orgs). (2016). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed. Rangé, B. (2011). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed. Taborda, J.G.V.; Prado-Lima, P.; Busnello, E. et al. (1995). Rotinas em psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas.
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