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COMPORTAMENTO GRUPAL II VALBER SAMPAIO. COMPORTAMENTO PRÓ-SOCIAL – ALTRUÍSMO • Há um debate muito intenso acerca do que somos enquanto seres humanos: cruéis ou generosos? • Marx e Roussau afirmam que tendemos a uma natureza nascermos enquanto “pessoas boas”, enquanto a maldade se insere no corpo social. • Enquanto Freud afirma que o ser humano é inerentemente mau. E a função da sociedade é controlar determinadas tendências. • Na Psicologia Social enquadramos o rótulo de comportamento pró-social, sendo o comportamento altruísta. • Por altruísmo, entende-se qualquer ato executado com o objetivo de beneficiar alguém, mas sem trazer qualquer benefício para o altruísta, e, que geralmente envolve algum custo pessoal para aquele que ajuda. • Seria o ser humano capaz de total desprendimento e renúncia, de esquecer-se de si próprio, de suas necessidades e desejos, para se centrar nas necessidades dos outros? Em outras palavras, há possibilidade da existência do ser humano como um ser altruísta? • Alguns/mas Psicólogos/as sociais preferem preservar a denominação comportamento de ajuda para os atos em favor dos outros, que, eventualmente, tenham motivações autocentradas (como ganhar algo em troca), deixando de lado o termo altruísmo apenas para os atos em que há o desejo de alivio do sofrimento das pessoas e a preocupação com seu bem-estar. • A distinção, então, entre comportamento de ajudar e altruísmo está na motivação para realizar o ato, e não no seu resultado (HOROWITZ; BORDENS, 1995). • O interesse por parte da Psicologia Social está em torno do comportamento pró- social como ponto de partida para a predisposição (natural?) para ajudar. TEORIAS TRADICIONAIS DA PSICOLOGIA: • Freud ao postular que existe um processo pulsional relativo à violência diante da natureza humana concebe a ideia de que o altruísmo é uma via de defesa de nossas próprias ansiedades e conflitos internos. Essa abordagem nega a existência de interesses genuínos no auxílio do/a próximo. • Outras correntes, neofreudianas, afirmam que experiências positivas de socialização podem nos tornar menos egoístas. Nesse sentido, a sociabilidade podem reduzir a força dessas pulsões e conduzir à valores positivos. TEORIAS DA APRENDIZAGEM: Do ponto de vista das teorias que consideram a aprendizagem como fonte conteúdos humanos, consideram que o comportamento altruísta pode ser considerado a partir de dois princípios gerais: 1) Reforçamento: repetimos e fortalecemos nosso comportamento que resultam em consequências positivas. Assim as crianças aprendem a ajudar o próximo a medidas em que são recompensadas. 2) Modelagem: aprendem a medida em que têm-se modelos/referências altruístas; o que faz pensar que crianças que presenciem mais comportamentos de auxílio são mais propensas a auxiliarem. Gelfand e Hartmann (1982) argumentam que há recompensas sutis no ato de auxiliar o outro, como sentir-se melhor no alívio psíquico. Nesse sentido, essas forças estariam ligadas ao egoísmo. COMPORTAMENTO GRUPAL: DIÁLOGOS BREVES. SOBRE OS GRUPOS: Gustav Le Bon e a “Psicologia das Massas” (1895): experimentação das multidões em prol de sua própria identidade. Ocorre por três esferas: sentimento de poder; contágio mental; e sugestão. Freud discorda, ao analisar Le Bon, afirmando que não existe um “psiquismo coletivo”. Nos fundamos através deste coletivo, mas que isso não seria uma absorção completa deste. Pichon Rivière associa as relações grupais à dinâmicas únicas, que se articulam mutuamente para a realização de tarefas direcionadas à objetos específicos. Este denominou a teoria de grupos operativos. Ou seja, para o argentino, para que haja um grupo deve haver um nº de pessoas, um vinculo entre elas, um direcionamento/objeto e uma tarefa proposta. Lewin e o Centro de Pesquisas para Dinâmicas de Grupos: estruturação e organização grupal. Segundo o mesmo, o grupo é formado por uma dinâmica específica e, entre elas, forças que controlariam tais esferas de mudanças. • Muito de nossas vidas, em grupos, ocorrem o que se chama de grupo psicológico. • Grupo Psicológico é um fenômeno que ocorre entre pessoas que se conhecem, que possuem objetivos em comum, possuem ideologias semelhantes e interagem com frequência. Forma-se pela identidade dos pontos de vista de seus constituintes. • Usaremos o conceito de Grupo coadunado de Paulus (1989), que afirma: “um grupo consiste em duas ou mais pessoas que interagem e partilham objetivos em comum, possuem uma ‘relação estável’, são mais ou menos independentes e percebem que fazem parte de um grupo”. • Grupo x Agrupamento. • PARA JENNINGS (1943), HÁ DOIS MODELOS DE PENSARMOS EM GRUPOS: 1)SOCIOGRUPOS: As relações entre os membros existem, principalmente, em função dos membros trabalharem juntos. As demandas são exercidas pela via de uma liderança, como exemplo. 2)PSICOGRUPOS: A associação e interação entre os membros constituem a finalidade principal de seus membros. Há uma “democratização de demandas”. COESÃO o É a quantidade de “pressão” que é exercido sobre os membros do grupo a fim de que nele permaneçam. É resultante das forças que agem sobre um membro para que ele permaneça em um grupo. o Segundo Congregarh (2018), a coesão grupal é um dos elementos-chave de trabalho em equipe. Um líder pode implementar a coesão grupal gerando no seu grupo um sentimento de atração entre seus membros, baseado numa relação interna de afeto, confiança e pertencimento, de maneira que as pessoas desejem permanecer no grupo e resistam em deixá-lo. Logo, o pensamento grupal tende a ser mais homogêneo, quanto maior for a coesão. o Há várias “razões” capazes de levar uma pessoa a permanecer em determinado grupo. Atração afetiva por seu grupo ou membros pode ser uma delas ou mesmo a identificação do grupo como algum objetivo. o “Segundo Rodrigues (1999), as diversas bases da atração pelo grupo influenciavam no tipo de comunicação prevalente. Quanto maior a coesão, maior a necessidade dos membros do grupo se comunicarem entre si. o Segundo Thibaut e Kelley (1959), a tendência de uma pessoa permanecer em um grupo está ligado à positividade dos resultados por ele obtidos, além da “recompensa”. o Sentar-se próximo, sinais não verbais de afeto, falar com um membro mais do que com os demais, dentre outros são considerados comportamentos não verbais. o Quanto maior a coesão do grupo, maior a satisfação experimentada por seus membros e quanto mais os membros se sentirem atraídos pelos grupo, maior a capacidade de influência. o Quanto maior a coesão grupal, maior a capacidade de comunicação entre os membros. o Quanto maior coesão grupal, maior a produtividade do grupo. NORMAS o Todo grupo social, assim como toda relação, possui normas sem as quais não seria possível sobrevivência. o Quando o comportamento de alguém foge às regras de “condutas” pautadas nas normas, existem consequências diante dessas relações. o Definimos normas como padrões ou expectativas de comportamentos partilhados pelos membros do grupo. É através desses padrões que se julga as “inadequações” relacionais diante de nossas percepções, sentimentos e comportamentos. o Por que será, todavia, que os membros do grupo sentem necessidade de ter opiniões conforme as normas dominantes do grupo? o Quanto maior a coesão grupal, maior tende a ser a referência no âmbito social, segundo Festinger (1950), em sua teoria de comparação social. o O estabelecimento de normais grupais constituem um excelente substituto para o uso do poder, o que é fator de tensões no âmbito relacional. o Ao invés do líder estar constantemente utilizando a capacidade de influenciar seus/suas liderados/das, as normas grupais constituem este exercício. LIDERANÇA o Kurt Lewin, Lippit e White (1939) foram os primeiros teóricos a compor teorias acerca das lideranças exercidasno grupos, já que durante muito tempo acreditou-se na possibilidade da existência de um “líder nato”. o Na perspectiva da Psicologia Social, não há aceitabilidade de uma capacidade inata no exercimento de lideranças, mas sim algumas características de personalidade que influenciam neste papel, como a comunicabilidade e o desejo por se colocar sempre ao centro de exercimento de atividades, nesse sentido o que muitos (comumente) chamam de “desejo de poder”. Ninguém nasce líder, ocupa-se esse lugar construído! TIPOS DE LIDERANÇAS: o O/A líder está diante de um processo interacional, com características emergentistas, sendo impossível estabelecer-se a priori, com absoluta certeza/segurança qual a pessoa mais indicada para exercer esse “lugar”. o O/A líder terá que emergir do grupo durante o processo de interação de seus membros: ou seja, características desse sujeito emergem para suprir as necessidades de determinado grupo. 1) Autocrático: poder coercitivo, que costuma definir/deliberar o que o grupo deve fazer e como fazer. 2) Laissez-Faire: não demonstra ocupação deste “lugar” de fato; as tarefas e objetivos deste território estão em torno de “fazer o que quiserem”. 3) Líder democrático: as decisões são tomadas utilizando-se o consenso de todos/as, ou da maioria., cabendo ao/à líder apenas orientar a tarefa. STATUS o A palavra Status tem sua etiologia no latim, e significa posição/condição/situação. Sociologicamente, a palavra significa a posição de uma pessoa no sistema social. o Para a Psicologia Social, o sentido da palavra status está relacionado ao prestígio desfrutado por um membro do grupo. Ele pode ser identificado de duas formas/tipos: 1) status subjetivo: o que o próprio individuo percebe sobre si. 2) status social: o resultado do consenso perceptivo do grupo acerca deste indivíduo. o Assim como as normas, o status também influencia nos papéis que são assumidos/exercidos pelos membros do grupo. Ou seja, se um mesmo número de pessoas exercem o mesmo funcionamento no grupo, dizemos que ambas desempenham o mesmo papel neste grupo. o Os papéis facilitam a interação social, fazendo com que elas saibam esperar mais ou menos o que elas saibam o que esperar de nós, segundo Rodrigues (1999). PAPÉIS, FACILITAÇÃO, IMPACTO SOCIAL E PENSAMENTO GRUPAL. Consolidação: a constante relação entre os membros do grupo cria padrões de comportamentos específicos que denomina-se como tal. Agrupamento das relações grupais: relação ocasionada pelas semelhanças e concordâncias dos membros do grupo. Correlação: convergências entre os membros dos grupos, que se executa com o passar dos tempos. Diversidade grupal: é uma formação grupal de uma minoria (subgrupo) dentro do macrogrupo, e que essas relações de grupo minoritário não cedem ao macro. PENSAMENTO GRUPAL: Teoria criada pelo grupo de Yale, por Irving Janis, afirmando que em grupo tomamos decisões apressadas diante da necessidade de aprovação por parte destas relações. Diante desses comportamentos, criamos sintomas: crença na moralidade inseparável ao grupo; racionalização coletiva, autocensura, etc. Norman Triplett criou a teoria da facilitação social, apresentando a afirmação de que a presença de determinados sujeitos cooperativos e a avaliação destas ações agem como catalisador da facilitação de ações. REFERÊNCIA: Rodrigues, A; Assmar, E. M. L.; Jablonski, B. Psicologia Social. Petrópolis: Vozes, 2000. Slide 1: Comportamento grupal II Slide 2: COMPORTAMENTO PRÓ-SOCIAL – ALTRUÍSMO Slide 3 Slide 4 Slide 5: TEORIAS TRADICIONAIS DA PSICOLOGIA: Slide 6: TEORIAS DA APRENDIZAGEM: Slide 7 Slide 8: Sobre os grupos: Slide 9 Slide 10: Para Jennings (1943), HÁ DOIS MODELOS DE PENSARMOS EM GRUPOS: Slide 11: COESÃO Slide 12 Slide 13 Slide 14: NORMAS Slide 15 Slide 16: liderança Slide 17: Tipos de lideranças: Slide 18: status Slide 19: Papéis, facilitação, impacto social e pensamento grupal. Slide 20: Pensamento grupal: Slide 21: Referência:
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