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Caso Nardoni AVP1

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ASPECTOS CRÍTICOS DO “CASO NARDONI”, À LUZ DA LEI Nº 8.072/90
Isabella de Oliveira Nardoni, de cinco anos de idade, era filha de Ana Carolina Cunha de Oliveira e de Alexandre Alves Nardoni. Ana Carolina engravidou de Isabella aos dezessete anos, a notícia da gravidez não foi bem recebida por Alexandre, visto que, na época, tentava ingressar na faculdade de direito.
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A NOITE DO CRIME
Alexandre Nardoni vivia com a madrasta da menina, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá;
A criança foi encontrada morta no dia 29 de março de 2008, após ter sido jogada de uma altura de seis andares, no jardim do Edifício London, prédio residencial na zona norte de São Paulo;
 No apartamento, que pertencia a seu pai, moravam, além dele, a madrasta e dois filhos do casal, um de onze meses e outro de três anos.
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DEPOIMENTO
Segundo a versão do casal, naquela noite, enquanto a família voltava para casa, as crianças haviam dormido no carro. Quando chegaram ao edifício, Alexandre subiu até o quarto para levar Isabella para a cama. Depois voltou ao estacionamento para buscar os meninos e a esposa.
Foi nesse intervalo, segundo o depoimento dos dois, que alguém teria invadido a casa, matado Isabella e atirado a garota pela janela. Quando eles voltaram ao apartamento, a luz do quarto dela estaria acesa.
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Depois que a polícia chegou no local, foi feita uma busca, mas sem efeito, pois nenhum ladrão foi encontrado. Como não havia explicação plausível para o motivo do assassinato, a polícia começou a investigar o casal, interrogando os dois suspeitos separadamente em busca de uma possível confissão;
O delegado responsável pelo caso afirmou, em sua opinião, a nebulosidade de três pontos: a ausência de arrombamento na casa (relatado por Alexandre), a falta de relatos sobre furtos aos pertences da família (por, como sustentado por Alexandre, o prédio residencial ter sido assaltado) e, por fim, a inatividade suspeitas de pessoas atípicas. 
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DO CRIME
Após severa investigação da equipe de perícia forense, foi-se descoberto que o casal, agindo em concurso e com identidade de propósitos, teriam praticado homicídio triplamente qualificado pelo meio cruel (asfixia mecânica e sofrimento intenso) - realizado pela madrasta -, utilização de recurso que impossibilitou a defesa da ofendida (surpresa na esganadura e lançamento inconsciente pela janela) – realizado pelo pai -, e com o objetivo de ocultar crime anteriormente cometido (esganadura e ferimentos praticados anteriormente contra a mesma vítima) contra a menina Isabella Oliveira Nardoni.
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DOSIMETRIA DA PENA 
1º FASE (PENA BASE) E 2º FASE (PENA PROVISÓRIA):
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS + AGRAVANTES E ATENUANTES
Homicídio triplamente qualificado com alto teor de hediondez, sendo circunstância agravantes das penas as qualificadoras de utilização de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima (incisos III e IV, do parágrafo segundo do art. 121 do Código Penal). É majorada, ainda, em mais ¼ (um quarto), o que resulta em 20 (vinte) anos de reclusão para cada um dos réus;
Pelo fato de descendência entre o co-réu, Alexandre, e a vítima, majora-se a pena aplicada anteriormente a ele em mais 1/6 (um sexto), o que resulta em 23 (vinte e três) anos e 04 (quatro) meses de reclusão.
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3º FASE (PENA DEFINITIVA):
Verifica-se a presença da qualificadora prevista na parte final do parágrafo quarto, do art. 121 do Código Penal, pelo fato do crime de homicídio doloso ter sido praticado contra pessoa menor de 14 anos, daí mais uma majorante em mais 1/3 (um terço), o que resulta em:
 31 (trinta e um) anos, 01 (um) mês e 10 (dez) dias de reclusão, para o co-réu Alexandre;
 26 (vinte e seis) anos e 08 (oito) meses de reclusão, para a co-ré Anna Jatobá.
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QUANTO A APLICABILIDADE DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS
REPULSA SOCIAL: caso cruel praticado contra uma criança de cinco anos de idade, que não tinha como se defender e que causou grande comoção nacional;
DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL DOS RÉUS: observa-se a frieza emocional e a insensibilidade acentuada por parte dos réus, os quais, após terem passado um dia relativamente tranquilo ao lado da vítima, teriam, ao final do dia, investido de forma covarde contra a mesma, como se não possuíssem qualquer vínculo afetivo ou emocional com ela, deixando bem caracterizado aos autos como fator constituinte para a prática do homicídio.
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QUALIFICAÇÃO À LUZ DA LEI Nº 8.072/90: art. 1, I, homicídio triplamente qualificado com alto teor de hediondez, sendo circunstância agravantes das penas as qualificadoras de utilização de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como a descendência entre o co-réu e a vítima e a menoridade da mesma.
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