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Contabilidade avançada DIVERSOS TEMAS 1 – Transações em moeda estrangeira Uma entidade que utiliza transações com moeda estrangeira, pode ter: Transações em moedas estrangeiras ou operações no exterior Ter que apresentar suas demonstrações contábeis em moeda diferente de sua moeda funcional. Transações em moeda estrangeira Transações em moeda estrangeira Moeda de apresentação diferente da funcional Os principais pontos envolvem quais taxas de câmbio devem ser usadas e como reportar os efeitos das mudanças nas taxas de câmbio nas demonstrações contábeis. ➢Normas Contábeis que tratam da conversão de demonstrações contábeis: • Normas internacionais: • SFAS 52 (FASB); • IAS 21 (IASB); • IPSAS 4 (IPSASB) – The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates. • Normas brasileiras: 5 • Pronunciamento CPC 2 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis; • Pronunciamento CPC 3 – Demonstração dos fluxos de caixa; • Não há norma brasileira específica para o setor público. ➢Alcance e objetivo dos normativos Transações em moeda estrangeira • Contabilização de transações em moeda estrangeira • Exemplo: obtenção de financiamento no exterior Operações no exterior • Conversão de resultados e posição patrimonial de operações no exterior que são consolidadas nas DCs da consolidadora (União). • Exemplos: subsidiárias no exterior Conversão das Demonstrações Contábeis • Conversão de resultados e posição patrimonial da entidade para uma outra moeda de apresentação. 6 • Moeda: • Moeda funcional: é a moeda do sistema econômico em que a entidade realiza suas principais operações. • Moeda estrangeira: é qualquer moeda diferente da moeda funcional. • Moeda de apresentação: é a moeda a ser apresentada nas demonstrações contábeis (dólar americano, por exemplo). • Taxas de câmbio: • Taxa corrente ou de fechamento: é aquela obtida na data de encerramento das demonstrações contábeis. • Taxa média: corresponde à média das taxas vigentes em determinado período (semana, mês, bimestre, trimestre, etc.). • Variação cambial: é a diferença resultante da conversão de valor em moeda para outra moeda, a diferentes taxas cambiais. 7 ➢ Como definir a moeda funcional da entidade • O que a entidade deve considerar para determinar a moeda funcional: a) A que mais influencia nos preços de venda de bens e serviços, mão de obra, matéria prima e outros custos de fornecimento; b) A do país cujas forças e regulações mais influenciam na determinação dos seus preços de venda; c) A moeda por meio da qual são originados a maior parte de recursos obtidos por meio de financiamento (exemplo: emissão de títulos de dívida); d) A moeda por meio da qual os recursos gerados pelas atividades operacionais se acumulam. 8 ➢Conversão das demonstrações contábeis • Conversão de demonstrações contábeis pressupõe a existência de uma contabilidade em moeda funcional que servirá de base a conversão das demonstrações contábeis para outra moeda; • “Tradução” dos itens das demonstrações contábeis já encerradas para uma moeda de apresentação que seja diferente da funcional; • Partem do pressuposto que foi superada a adequação às normas, princípios e práticas contábeis locais. 9 ➢ Conversão das demonstrações contábeis: métodos mais conhecidos ✓ Taxa de câmbio corrente ou de fechamento: todos os ativos e os passivos são convertidos pela taxa de câmbio vigente na data de encerramento das demonstrações contábeis, ou seja, taxa corrente. Esse método é utilizado principalmente em economias estáveis, com taxas de inflação muito baixas. ✓ Monetário e não monetário: os ativos e os passivos são classificados em itens monetário ou não monetário. Para os itens monetários, a conversão é feita utilizando a taxa corrente enquanto para os itens não monetários a conversão é feita utilizando a taxa histórica, ou seja, a taxa de câmbio da data da operação. 10 ➢ Conversão das demonstrações contábeis • Definir a moeda funcional. • O resultado e posição patrimonial de cada entidade incluída nas DCs da entidade que reporta devem ser convertidos para a moeda de apresentação da entidade controladora. • Analisar se a entidade está situada em um país com estabilidade econômica (inflação acumulada nos últimos 3 anos seja inferior a 100%). 11 ➢Modelo Proposto 12 Descrição IAS 21 / IPSAS 4 / CPC 2 / CPC 3 Ativos Convertidos pela taxa de fechamento Passivos Convertidos pela taxa de fechamento Patrimônio Líquido (exceto Result. Exercício) Convertidos pela taxa de fechamento VPD e VPA Convertidos pela taxa média mensal Contas orçamentárias Convertidos pela taxa média mensal Fluxos de caixa Convertidos pela taxa média mensal Ajuste Acumulado da Conversão Demonstrado em linha separada em cada demonstração contábil Obs.: considera-se a moeda funcional da União o Real (R$) e economia não hiperinflacionária. • As variações 13 cambiais que serão evidenciadas no item Ajuste Acumulado de Conversão são efeitos de: a) Da conversão de receitas e despesas pela taxa média mensal de câmbio e a conversão dos ativos e passivos pela taxa de câmbio de fechamento. b) Da diferença da taxa câmbio do exercício anterior para o exercício corrente. ➢Modelo Proposto Divulgação 14 • Demonstrações contábeis convertidas em dólar: Balanço Patrimonial, DVP, DFC, BO. • Notas explicativas traduzidas para o inglês: somente as principais notas. Moeda funcional é a moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera. O ambiente econômico principal no qual a entidade opera é normalmente aquele em que principalmente ela gera e despende caixa.” (parágrafo 9 – CPC 02 / IAS 21) Moeda de apresentação é a moeda na qual as demonstrações contábeis são apresentadas, MOEDA FUNCIONAL Moeda de Apresentação diferente da Moeda Funcional MOEDA DE APRESENTAÇÃO REAL (R$) DOLAR (USD$) EUR$ DOLAR (USD$) REAL (R$) Peso Argentino (ARS$) A entidade pode apresentar suas demonstrações contábeis em qualquer moeda. Se a moeda de apresentação das demonstrações contábeis difere da moeda funcional da entidade (moeda do país), seus resultados e sua posição financeira devem ser convertidos para a moeda de apresentação. Resultados e a posição financeira de cada entidade devem ser expressos na mesma moeda em que as DFs consolidadas serão apresentadas. Itens Taxa Ativos e Passivos Câmbio Fechamento Receitas e Despesas Câmbio Data da Transação (ou média) Resultado da conversão Outros Resultados Abrangentes (CTA) Ativo: Taxa Fechamento Passivo: Taxa Fechamento Patrimônio Líquido Resultado: Taxa Média CTA Ativo Ativo Circulante USD Reais Taxa Caixa e equivalentes de caixa 150 630 4,20 Contas a receber 500 2.100 4,20 Estoques 250 1.050 4,20 Outros Ativos 30 126 4,20 Ativo não circulante Imobilizado Total do Ativo 600 2.520 1.530 6.426 4,20 Passivo Passivo Circulante Fornecedores 400 1.680 4,20 Salários a pagar 160 672 4,20 Impostos a pagar 90 378 4,20 Outros 30 126 4,20 Patrimônio líquido Capital 510 2.142 4,20 Lucro do exercício 340 1.190 3,50 Ajuste de Avaliação Patrimonial (ORA) 238 Total do Passivo 1.530 6.426 Como converter? Taxa de câmbio de fechamento Taxa de câmbio média do mês 4,20 3,50 O montante acumulado deve ser apresentado em conta específica separada do patrimônio líquido até que ocorra a baixa da entidade no exterior/ou das atividades. De acordo com o item 37 do CPC 02, quando houver alteração da moeda funcional, a entidade deverá utilizar os procedimentos de conversão aplicáveis à nova moeda funcional prospectivamente a partir da data da mudança. Para isso, efetua-se a conversão de todos os itens para a nova moeda funcional utilizando-se a taxa de câmbio na data da mudança, sendo que os valores convertidos resultantes para os itens monetários são tratados como se fossem custos históricos. Outro ponto fundamental: a moeda funcional não é questão de escolha, de arbítrio pela entidade. Se claramente a moeda funcionalé o euro, é obrigatório que essa moeda seja utilizada como moeda funcional; se o real é claramente a moeda funcional, o euro não pode ser usado no seu lugar, por mais que a administração gostasse disso. Agora, no caso de dúvida, prevalece a moeda local. Conversão do Balanço Patrimonial e as Taxas Cambiais Itens Exemplos Ativos monetários expostos R$ Disponibilidades em R$ e Duplicatas a receber R$ Ativos monetários protegidos – US$ Disponibilidades em US$ Faturas a receber em US$ Passivos monetários expostos – R$ Duplicatas a pagar em R$; Impostos a recolher em R$ e Empréstimos a pagar em R$ Passivos monetários protegidos – US$ Empréstimos a pagar em US$ e Faturas a pagar em US$ Ativos não monetários Estoques; Ativo Imobilizado; Participações societárias; Despesas antecipadas e Adiantamentos a fornecedores Passivos não monetários Adiantamentos de clientes e Patrimônio Líquido Ativos e passivos monetários e não monetários 2 – Contabilização de ativos biológicos Com relação à mensuração do valor justo dos ativos agrícolas, um dos maiores e mais importantes segmentos econômicos, cuja contribuição para o PIB torna-se cada vez mais expressiva no Brasil. Primeiramente deve-se identificar a categoria em que melhor se enquadra um determinado ativo e em seguida mensurar o ativo de acordo com a sua categoria. https://www.blbbrasil.com.br/blog/valor-justo/ O CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) 29, define um ativo biológico como sendo um animal ou uma planta viva. Os ativos biológicos consumíveis são aqueles que podem ser colhidos como produtos agrícolas, como exemplo, a criação de peixes, porcos e outros animais para a produção de carne, árvores cultivadas para a produção de madeira, cana-de-açúcar, café, frutas etc. http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60 Existem também os ativos biológicos que podem ser negociados, como a comercialização de mudas de árvores frutíferas ou de plantas decorativas, a venda de animais de estimação ou de peixes ornamentais, entre outros. Dessa forma, no tocante à mensuração, os ativos consumíveis devem ser mensurados pelo valor justo deduzindo as despesas de venda. Além disso, existem os ativos biológicos portadores, aqueles que se referem ao cultivo de plantas ou à criação de animais com produção futura, como exemplo, a plantação de uvas para a produção de vinhos ou a criação de vacas leiteiras. Ao mensurar o valor justo, precisa considerar que a venda do ativo ou a transferência do passivo ocorre no mercado com o maior volume e nível de atividade para o ativo ou passivo (principal). Caso não exista um mercado principal, recomenda- se que a transação deve ocorrer no mercado mais vantajoso, aquele que maximiza o valor da venda do ativo ou que minimiza o valor que seria pago para transferir o passivo, deduzindo os custos de transação e os custos de transporte. Suponha que uma empresa que produz amendoim, situada em Betim - MG, vende sua safra normalmente em dois mercados diferentes, São Paulo (Ceasa de São Paulo) e Minas Gerais (Ceasa de Belo Horizonte). O preço de cotação para uma saca de 25 quilos (com casca) em São Paulo é de R$ 110,00 e em Minas Gerais é R$ 95,00, na data da mensuração. Os custos de transação e de transporte, respectivamente, para a entidade vender em cada uma desses dois mercados, também calculados por saca são: R$4,50 e R$16,50 para São Paulo e R$ 3,50 e R$ 1,50 para Belo Horizonte. A empresa pode vender para os dois os mercados, mas normalmente opera no Ceasa de Belo Horizonte, sendo esse o mercado com maior volume e nível de atividade para o ativo. Então, pelas diretrizes da norma, o preço a ser utilizado para mensurar o valor justo da sua colheita de amendoim é de R$ 93,50 (por cada saca de 25 kg), apurado pela dedução dos custos de transporte do preço de cotação (R$ 95,00 – R$ 1,50). Mas, e se não existisse um mercado principal, qual seria o mercado mais vantajoso? No mercado de São Paulo, o valor líquido que seria recebido é R$ 89,00 (R$110,00 – R$4,50 – R$16,50). Já, no mercado de Minas Gerais, o valor líquido que seria recebido é R$ 90,00 (R$95,00 – R$3,50 – R$1,50 = R$ 90,00). É notório que Minas Gerais é o mercado mais vantajoso e o preço a ser considerado na determinação do valor justo da safra colhida é o de R$ 93,50 por saca. Observa-se que somente os custos de transporte foram deduzidos do preço de cotação para determinar o valor justo, conforme estabelece os itens 25 e 26 do CPC 46. Isso ocorre porque o exemplo trata de uma commodity, na qual a localização é uma das características consideradas para a mensuração do valor justo. Os custos que possuem características da transação não devem afetar a mensuração a valor justo. Entre as principais aplicações do valor justo estão os títulos e valores mobiliários, os derivativos, as combinações de negócios, a reavaliação de ativos, os teste de impairment, as propriedades para investimentos, os ativos biológicos, entre outros. O valor justo é um valor que reflete um ativo em um momento específico, podendo ocorrer alterações em um período curto de tempo. O cálculo do valor justo possibilita a atualização dos valores de forma contínua, e para mensurar um ativo ou passivo, é necessário considerar suas características, como o mercado principal e secundário, as condições de uso, a localização do ativo e as restrições, se houver, nos casos de venda ou uso. No caso da inexistência de transações semelhantes na data da mensuração, requer que o avaliador presuma o valor justo por outros meios. Podendo ser, os dados históricos, a taxa de depreciação, o valor do bem novo e o valor daquele ativo ou passivo no mercado, na data da avaliação. No plano de contas esses ativos podem ser demonstrados no ativo circulante em contas separadas, sendo no grupo de contas dos ativos maduros os novilhos de 25 a 36 meses e dos ativos imaturos também podem ser os novilhos de 25 a 36 meses que ainda não atingiram o peso ideal para serem vendidos, além dos bezerros de 13 a 24 meses e de 0 a 12 meses. Podem também ser divididos em macho/fêmea e custo/valor justo. Nas contas do ativo não circulante os ativos são divididos entre touro e matriz maduros e imaturos. Quando os ativos biológicos e produtos agrícolas podem ser reconhecidos no balanço patrimonial? O CPC 29 determina que um ativo biológico deve ser reconhecido somente quando: -a entidade controlar o ativo como resultado de eventos passados; -for provável que benefícios econômicos futuros associados ao ativo fluirão para a entidade; e -o valor jutos ou custos do ativo puder ser mensurado de forma confiável Obs. O valor justo é o valor pelo qual a empresa conseguiria vendes um ativo no mercado hoje (exemplo: cotação da arroba do boi, cotação da saca do café, cotação da soja). No método de custo a mensuração do estoque é feita com base no custo de produção ou de criação, e a receita é reconhecida no momento da venda. Já no método de valor justo o estoque é mensurado pelo valor de mercado do animal, deduzidos das despesas para vendê-lo. Com relação a sua variação, ela é reconhecida a cada data base das demonstrações contábeis de acordo com o crescimento do animal ou alterações no valor justo. Suponha que uma determinada fazenda iniciou suas atividades de pecuária de corte em X0 com capital social subscrito totalmente integralizado em dinheiro no valor de R$ 500.000. A fazenda trabalha pelo método de valor justo, criando e recriando bezerros e novilhos, podendo ser vendidos antes do prazo final, mas a fazenda pretende completar o ciclo até o estágio de engorda na propriedade. A fazenda trabalha com todos os pagamentos e recebimentos a vista. No ano de X0, ocorreram os seguintes eventos contábeis, e ao final de X0 os valores dos rebanhos de matriz e de touro não tiveram seus valores alterados a valor justo. Os registros contábeis estão demonstradosno livro diário a seguir: Exemplo de contabilização de ativos biológicos No ano de X1, ocorreram os seguintes eventos contábeis, e ao final de X1 os valores dos rebanhos de matriz e de touro não tiveram seus valores alterados a valor justo. Os registros contábeis estão demonstrados no livro diário a seguir: Balanço patrimonial em X1 O modelo de valor justo contabiliza o lucro ao longo do crescimento do animal e não no momento da venda. Conforme os animais vão saindo da cria e indo para a recria, e o saldo do rebanho deve ser atualizado. No ano de X2, ocorreram os seguintes eventos contábeis, e ao final de X2 os valores dos rebanhos de matriz e de touro não tiveram seus valores alterados a valor justo. Os registros contábeis de X2 estão demonstrados no livro diário a seguir: Balanço patrimonial em X2 No ano de X2 a variação foi positiva de R$ 22.000, que somado ao saldo anterior de R$ 5.000 perfaz um total de R$27.000. No ano de X3, ocorreram os seguintes eventos contábeis, e ao final de X3 os valores dos rebanhos de matriz e de touro não tiveram seus valores alterados a valor justo. Os registros contábeis estão demonstrados no livro diário a seguir: A operação de venda do exemplo não apresenta ganho, pelo fato do valor da venda ser igual ao valor justo. Somente apresentaria ganho se o valor da venda fosse superior ao valor justo. No ano de X2 a variação positiva foi de R$ 10.800, que somado ao saldo anterior de R$ 27.000 perfaz um total de R$ 37.800. 3 – Ativos intangíveis Ativo Intangível A partir das alterações determinadas pela Lei 11.638 de 2007, ficou estabelecido que o ativo intangível deve ser classificado no subgrupo de ativo não circulante somente se cumprir as seguintes exigências: •O valor do ativo intangível deve ser mensurado com segurança; •Devem ser comprovados os benefícios gerados por esse ativo em favor da entidade; •O ativo intangível pode ser identificável e separável do patrimônio da empresa (pode ser vendido, transferido, alugado). Ativo Intangível O ativo intangível faz parte do patrimônio de uma empresa e, embora poucos saibam identificar exatamente o que é esse ativo, a sua importância é clara quando entendemos o que ele é. O patrimônio de uma empresa não é composto somente pelos seus bens físicos. É claro que existe bem mais para se entender quando se trata do que é importante e tem valor para a sua empresa. Principalmente no período que estamos, em que o importante para os consumidores não é mais a mercadoria que eles compram e sim a experiência e o valor que eles tiram do processo de compra. Esse é só um dos fatores que devem levar o empresário a conhecer o seu ativo intangível: conhecer o valor daquilo que não é palpável e perceber que muito do valor da empresa não está no patrimônio material. Ativo Intangível O ativo intangível não pode ser tocado mas, dependendo do caso, pode agregar muito valor a uma empresa, afetando diretamente a gestão orçamentária do negócio. Além disso, não estamos falando somente de valores de experiência mas, também, de valores econômicos, uma vez que o ativo intangível também traz lucro para um negócio. Um exemplo simples disso é você pensar em uma loja. Qual é o principal valor de uma loja? Os funcionários e o capital humano, é claro. E isso é bastante calculável e quantificável, além de palpável. https://blog.quantosobra.com.br/controle-financeiro/ Ativo Intangível Ativo intangível é todo bem que uma empresa possui mas que não é tangível, ou seja, não pode ser tocado. Um bom exemplo do que é um ativo intangível é uma marca. A marca da sua empresa não pode ser tocada, mas ela existe e tem um valor, tanto monetário quanto comercial e, mesmo, um valor de reputação. De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, no documento CPC 04, ativo intangível “Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física”. O documento ainda esclarece o que é necessário observar para identificar um ativo intangível: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=35 É um ativo identificável sem substância física (CPC 04 – R1), isto é, sem corpo físico. Os ativos intangíveis são incorpóreos representados por direitos de uso de um bem ou direitos associados a uma organização. Exemplos: •Softwares •Patentes •CPC 04 - Ativo Intangível - Marca Registrada e Nomes Comerciais •Direitos Autorais •Direitos de Propriedade Industrial e de Serviços •Licenças e Franquias •Desenvolvimento de Tecnologia •Receitas e Fórmulas •Modelos, Projetos e Protótipos Os bens e direitos intangíveis não podem ser tocados, mas podem ser negociados, transferidos ou vendidos, essas são as características básicas do intangível. Ativo Intangível Intangível Em relação a softwares cabe destacar que, conforme o caso, o valor de aquisição será imobilizado ou lançado como intangível. Logo, quando for um software de instalação, sem ele o computador não funcionará, ou seja, o tratamento contábil se dará dentro do subgrupo de ativo imobilizado, já os demais serão lançados como ativo intangível. Exemplo de contabilização: Compra de um Sistema Operacional Lançamento contábil: D – Softwares de equipamentos de informática - Ativo não circulante, subgrupo ativo imobilizado C – Caixa / Bancos à vista ou Fornecedores se for à prazo Se nos depararmos com o caso de intangível, a conta a Débito será - Programas de computador e a credora caixa/bancos/contas a pagar. Portanto, quando o software comprado não for integrante do equipamento e não necessário para o seu funcionamento, trata-se como ativo intangível, tais como os programas em geral. Ativo Intangível Temos alguns exemplos de contabilização de itens classificáveis como Ativo Intangível 1. “Contrato de Direito de Uso do Software” Nesse caso, o lançamento contábil será: D – Direito de Uso de Software (ANC/Ativo Intangível) C – Caixa/Banco/Contas a Pagar (PC) Considerando que esse direito tenha um prazo definido para sua utilização, teremos que amortizá-lo dentro desse prazo. Pela amortização mensal, teremos: D – Despesas com Amortização de Softwares (DRE) C – Amortização Acumulada de Softwares (ANC/Intangível) 2. Contrato de Direito Autoral. D – Direitos Autorais (ANC/Intangível) C – Caixa/Banco/Contas a Pagar (PC) Considerando que esse direito tenha um prazo definido para sua utilização, teremos que amortizá-lo dentro desse prazo. Pela amortização mensal, teremos: D – Despesas com Amortização de Direitos Autorais (DRE) C – Amortização Acumulada de Direitos Autorais (ANC/Intangível) Ativo Intangível Se o item for adquirido em uma combinação de negócios, passa a fazer parte de ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (Goodwill) reconhecida na data de aquisição. O goodwill representa o valor da parte intangível do negócio nomeadamente o valor da marca, o valor da base da sua carteira de clientes existente, o valor das relações com a banca e com os fornecedores, valor base dos seus funcionários e outro tipo de vantagens intangíveis. Contabilização de um ativo deve ser realizada na data de investimento, seja pelo pagamento ou pela assunção da obrigação correspondente a débito na conta ativo (não circulante) e a credito na conta originadora dos recursos (ativo ou passivo). Ativo Intangível Existem duas formas: vida útil indefinida, quando não existe um limite previsível no qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos e vida útil definida, quando for possível definir esse período. Essa classificação é importante porque a contabilização do ativo intangível baseia-se na sua vida útil. Um ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado, pelo método linear, enquanto a de um ativo intangível com vida útil indefinida não sofre amortização. A entidade precisa estar atenta à revisão da vida útil do ativo intangível que não é amortizado, pois o mesmo deve ser periodicamente revisado para determinar se eventos e circunstâncias continuam a consubstanciar a avaliaçãode vida útil indefinida. Caso o intangível classificado como indefinido possa ser avaliado com vida útil definida, deve ser contabilizado como mudança de estimativa contábil (Pronunciamento Técnico CPC 23). Ativo Intangível O ativo intangível deve ser baixado: por ocasião de sua alienação; ou quando não são esperados benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou alienação. Não é tarefa simples reconhecer e mensurar os ativos intangíveis, mas hoje se faz necessário um estudo mais profundo sobre o tema, levando em conta que estamos na era do desenvolvimento tecnológico com o surgimento dos mais diversos aplicativos, consequentemente há um alto investimento em ativos intangíveis. Para nos amparar a respeito de leis, normas, pronunciamentos, temos a bíblia da Contabilidade a Lei 6.404/64, Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) e a Resolução CFC nº 1.303/2010-NBC TG 04. Ativo Intangível Quando o software comprado não integrar o equipamento e não é necessário para o seu funcionamento, trata-se de Ativo Intangível, tais como os programas em geral. Os direitos cedidos por meio de contratos de licenciamento para itens como filmes cinematográficos, gravações em vídeo, peças, manuscritos, patentes e direitos autorais, também devem ser considerados como Ativo Intangível. Como exemplo desses casos podemos citar os jogos eletrônicos em geral, softwares para edição de imagens (Photoshop, Autocad), softwares para logística, etc. O custo de ativo intangível adquirido separadamente deve ser contabilizado, inicialmente na conta de “Ativo Intangível em Andamento” e posteriormente, quando concluído, deve ser transferido para a conta definitiva de “intangível”, e estes gastos incluem: a) Seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, após deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e b) Qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a finalidade proposta. Ativo Intangível Pagamento de honorários de design para gravação de vídeo Em construção: D – Gravações em vídeos em andamento (AC) C – Caixa / Bancos (AC) / Fornecedores (PC) Ao final da construção: D – Vídeos sobre (ativo intangível – neste momento passa-se a amortizar mensalmente) C – Gravações em vídeos em andamento (AC) Pela Amortização mensal: D – Despesas com amortização de intangível (DRE) C – Amortização acumulada de intangível (ANC) 4 – Ajuste a valor presente - AVP Objetivo A utilização de informações com base no valor presente concorre para o incremento do valor preditivo da Contabilidade; permite a correção de julgamentos acerca de eventos passados já registrados; e traz melhoria na forma pela qual eventos presentes são reconhecidos. Ajuste a valor presente Objetivo A utilização de informações com base no valor presente concorre para o incremento do valor preditivo da Contabilidade; permite a correção de julgamentos acerca de eventos passados já registrados; e traz melhoria na forma pela qual eventos presentes são reconhecidos. Ajuste a valor presente Ajuste a valor presente – CPC 12 Conforme artigo 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante (incluído pela lei nº 11.638, de 2007) O art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados segundo os seguintes critérios: III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (redação dada pela lei 11.941, de 2009) Ajuste a valor presente – CPC 12 Conforme CPC 12, os elementos decorrentes de operações de longo prazo utiliza, o Ajuste a Valore Presente - AVP sempre. Já os elementos de curto prazo somente quando apresentar efeito relevante. Dizer que é relevante quando tratar-se de informações capazes de fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários. Relevância é uma característica qualitativa fundamental das demonstrações contábeis, está previsto no CPC 00. Ajuste a valor presente – CPC 12 As obrigações com fornecedores devem ser ajustadas ao seu valor presente quando houver efeito relevante. Quando houver efeito relevante, os itens do ativo e do passivo decorrentes de operações de curto prazo devem ser ajustadas a valor presente. Ajuste a valor presente – CPC 12 Ajuste a valor presente – CPC 12 Ajuste a valor presente – CPC 12 Ajuste a valor presente – CPC 12 Ajuste a valor presente – CPC 12 Ajuste a valor presente – CPC 12 Ajuste a valor presente: Ativos Ajuste a valor presente – Vendas Venda de mercadorias a prazo em 01/03/20x6 Valor da Venda = 280.000,00 Valor Presente = 263.772,67 Prazo de pagamento = 6 parcelas Taxa de juros 1% a.m. Receita financeira (juros ) https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/figura1.png Ajuste a valor presente – Vendas Esses valores referentes a receita financeira (juros ) precisam ser reconhecidos mensalmente X X X X X X X https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/imag1.png Ajuste a valor presente – Vendas DÉBITO Clientes R$280.000,00 CRÉDITO Receita Bruta com Vendas R$280.000,00 DÉBITO Ajuste a Valor Presente (DRE – dedução da receita) R$16.227,33 CRÉDITO Ajuste a Valor Presente a Apropriar (ATIVO CIRC) R$16.227,33 Vamos agora para a Contabilização Pela Venda 01/03/20X6 AVP: Vendas – antes da apropriação do ajuste O valor líquido de “Clientes” é o valor presente na data do lançamento da venda https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/imag2.png AVL: Vendas – após a apropriação do ajuste DÉBITO Ajuste a Valor Presente a Apropriar (AC) R$2.637,72 CRÉDITO Receita Financeira de Vendas (DRE) R$2.637,72 Pela apropriação mensal https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/imag3.png Ajuste a valor presente: Passivos Ajuste a valor presente – Compras Data da Compra = 01/03/20x6 no valor de R$ 136.000,00 Valor Presente = 128.118,15 Prazo de pagamento = 6 parcelas Taxa de juros 1% a.m. O Valor Presente (à vista) é R$128.118,15 O valor a prazo é R$136.000,00, A diferença de R$7.881,85 é o valor dos Juros que está embutido no valor. https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/figura2.png Compras – Apropriação do ajuste DÉBITO Estoque de Mercadorias (AC) R$128.118,15 DÉBITO Ajuste Valor Presente a Apropriar (PC-conta redutora) R$7.881,85 CRÉDITO Fornecedores (PC) R$136.000,00 https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/imag5.png AVP - Demonstrativos No caso das compras, o valor do Ativo Adquirido já é registrado pelo seu Valor Presente, sendo que o Valor presente do Passivo (a dívida) será demonstrado pelo Valor Líquido entre o Valor da Duplicata (Fornecedores-PC) e o Valor dos juros embutidos na compra a prazo (Ajuste a Valor Presente a Apropriar-PC redutora). https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/imag6.png AVP– Contabilização da Apropriação do ajuste DÉBITO Despesas Financeiras (Compras-DRE) R$1.281,18 CRÉDITO Ajuste a Valor Presente a Apropriar (PC) R$1.281,18 https://profmariojorge.com.br/wp-content/uploads/2017/07/imag8.png 5 – Destinação de lucro e constituição de reservas 5 – Destinação de lucro e constituição de reservas Após aderência da contabilidade brasileira as normas internacionais de contabilidade, algumas mudanças foram introduzidas no Patrimônio líquido, principalmente decorrente da exclusão da figura dos “Lucros Acumulados”, o que forçou as empresas na integralização dos lucros das operações ao Capital Social ou na correta constituição das Reservas; o CPC 26 e o Manual de contabilidade por ações da FIPECAFI, tem como objetivo elucidar parcialmente um tema de imensa importância nas tratativas da estruturação das demonstrações contábeis. Reservas e destinaçãodo lucro De acordo com a lei 6.404/76, com redação modificada pela lei 11.941/09, o patrimônio líquido pode ser dividido em: 1.Capital social – representa os valores recebidos dos sócios e aqueles gerados, pela empresa que forma formalmente (juridicamente) incorporados ao Capital (lucro que os sócios renunciaram e incorporaram ao capital) 2.Reservas de capital – representam valores recebidos que não transitaram pelo resultado como receitas, pois derivam de transações de capital com os sócios. 3.Ajustes de avaliação patrimonial – representam as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a valor justo, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, algumas poderão não transitar pelo resultado, sendo transferidas diretamente para lucros ou prejuízos acumulados. 4.Reserva de lucros – representam lucro obtidos e reconhecidos pela empresa, retidos para finalidade específica. 5.Ações em tesouraria – representam as ações da companhia que são adquiridas pela própria sociedade (pode ser quotas, no caso das sociedades limitadas) 6.Prejuízos acumulados – representam resultados negativos gerados pela empresa á espera de absorção futura. Reservas e destinação do lucro O CPC 26 – define que deve ser apresentada de forma destacada a participação de não controladores, ou minoritários, no patrimônio líquido das controladas no caso das demonstrações consolidadas. Cumpre salientar que a lei 6.404/76 em seu artigo 202, parágrafo 6, com redação dada na lei 10.303/01, determina que os lucros que não forem destinados para as reservas previstas nos artigos 193 a 197 (reserva legal, reserva estatutária, reserva para contingencia, reserva para incentivos fiscais, reserva para retenção de lucros, reserva para lucros a realizar) deverão ser distribuídos a títulos de dividendos. Reservas e destinação do lucro Sociedade por Ações de Capital Autorizado O estatuto de uma companhia pode conter autorização para aumento do capital social, por sucessivas subscrições, independentemente da reforma estatutária necessária a cada aumento de capital (MARION, 2009). Dessa forma, é estabelecido um limite de Capital Social (Capital Autorizado) no estatuto da companhia, e os órgãos de administração deliberam os aumentos até atingir o limite que não necessite de reforma de estatuto. Havendo Capital Autorizado, não significa que o capital esteja totalmente subscrito, vejamos no exemplo a seguir em que teríamos um Capital Autorizado de 6.000.000 e com 4.000.000 subscritos, o patrimônio da empresa seria estruturado da seguinte forma: Capital Autorizado ..........................6.000.000 Capital Social a Subscrever ...........(2.000.000) Capital Subscrito .............................4.000.0000 Estas reservas são constituídas de valores recebidos pela companhia e que não circulam pelo Resultado como receitas, pelo fato de se tratarem de valores destinados ao reforço de seu capital, sem qualquer contrapartida por parte da empresa em termos de entrega de bens ou prestação de serviços. Enquadram-se como reservas: o ágio na emissão de ações, a alienação de partes beneficiárias e de bônus de subscrição, por serem transações de capital com os sócios (IUDÍCIBUS et al., 2013). Iudícibus et al. (2013) defendem que as reservas de capital somente podem ser utilizadas para: a)absorver prejuízos, quando estes ultrapassarem as reservas de lucros. Convém observar que, no caso da existência de reservas de lucros, os prejuízos serão absorvidos primeiramente por essas contas; b)resgate, reembolso ou compra de ações; c)resgate de partes beneficiárias. O art. 200 da Lei nº 6.404/76, em seu parágrafo único, determina que o produto da alienação de partes beneficiárias, registrado na reserva de capital específica, poderá ser utilizado para resgate desses títulos; d)incorporação ao capital; e)pagamento de dividendo cumulativo a ações preferenciais, com prioridade no seu recebimento, quando essa vantagem lhes for assegurada pelo estatuto social. Reservas de Capital RESERVAS DE LUCRO Segundo Almeida (2010), “as reservas de lucros representam valores retidos PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO de lucros apurados pela sociedade”. A Lei 6.404/76, em seu parágrafo 4º, esclarece que “serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia”. Existem as seguintes Reservas de Lucros: Reserva legal; Reservas estatutárias; Reservas para contingências; Reserva de lucros a realizar; Reserva de lucros para expansão; Reservas de incentivos fiscais e Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído. A Lei 11.638/2007 determina que para as sociedades por ações a conta Lucros Acumulados não tenha mais saldo credor, ou seja, sendo apenas uma conta transitória. Todo o lucro que a companhia obtiver no período deverá ser destinado às Reservas ou demais contas previstas na legislação. Vejamos como ficam os lançamentos: 1º - Da Apuração dos Lucros no Patrimônio Líquido: D) Resultado do Exercício (transitórias) C) Lucros Acumulados (PL) 2ª - Da Destinação dos lucros apurados no Patrimônio Líquido: D) Lucros Acumulados (PL) C) Prejuízos de exercícios anteriores (PL) C) Reservas legais (PL) C) Reservas estatutárias (PL) C) Lucros a distribuir (PL) C) Reservas de lucros realizados (PL) RESERVAS DE LUCRO Reserva legal Iudícibus et al. (2013) escrevem que essa reserva foi instituída basicamente com o intuito de fornecer proteção ao credor. Deverá ser constituída com a destinação de 5% do lucro líquido do exercício, até que seu valor atinja 20% do capital social realizado, quando então deixará de ser acrescida, ou, a critério da companhia, poderá deixar de receber créditos quando o saldo desta reserva, somado ao montante das Reservas de Capital, atingir 30% do capital social. Sua utilização está restrita à compensação de prejuízos e ao aumento do capital social, sendo que a incorporação ao capital pode ser feita a qualquer momento a critério da companhia. Já a compensação dos prejuízos acontecerá obrigatoriamente quando ainda houver saldo de prejuízos, após terem sido consumidos os saldos de Lucros Acumulados e das demais Reservas de Lucros. Reserva legal Exemplo de cálculo de Reserva Legal: Capital Social Realizado – 100.000.000 x 20% = 5.000.000 Lucro Líquido do Exercício Apurado – 700.000 Esta reserva será constituída, obrigatoriamente, pela companhia, até que seu valor atinja 20% do capital social realizado, quando então deixará de ser acrescida. 700.000 x 5% = 35.000 Lançamento Contábil: D) Lucros Acumulados (PL) – 35.000 C) Reserva Legal (PL) – 35.000 Reservas estatutárias “Reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia, como destinação de uma parcela dos lucros do exercício”. Iudícibus et al. (2013) escrevem que deve a empresa criar subcontas de acordo com a natureza a que se refere cada reserva e com intitulação que indique sua finalidade, sendo que para cada reserva estatutária deverá: a) definir sua finalidade de modo preciso e completo; b) fixar os critérios para determinar a parcela anual do lucro líquido a ser utilizada; c) estabelecer seu limite máximo. É importante ressaltar que essas Reservas não poderão limitar o pagamento do dividendo obrigatório (IUDÍCIBUS et al., 2013). Exemplo de cálculo de Reserva estatutária: Lucro Líquido do Exercício Apurado = 700.000 700.000 x 3% = 21.000 Lançamento Contábil: D) Lucros Acumulados (PL) – 21.000 C) Reserva Estatutária (PL) – 21.000 Reservas estatutárias são constituídas por determinação do estatuto da companhia, inclusive o percentual que será utilizado e para que fins. Reservas estatutárias Reservas para contingências Iudícibus et al. (2013) escrevem que a constituição dessa reserva objetiva separar uma parcela dos lucros, com a finalidade de não a distribuir como dividendo, equivalente a prováveis perdas extraordinárias futuras,que acarretarão na diminuição dos lucros, ou até prejuízo em exercícios futuros. No exercício em que ocorrer de fato a perda, que consequentemente gerará menos lucro, efetua-se a reversão da Reserva para Contingências anteriormente constituídas. Essa prática objetiva equilibrar a distribuição de dividendos durante os anos em que se preveem significativas baixas (IUDÍCIBUS et al., 2013). Reservas para contingências Algumas causas de contingências e perdas futuras: -geadas ou secas, que podem atingir empresas com plantações, criações ou estoques nessas áreas, ou ainda as que dependem desses produtos para suas operações, como no caso de empresas comerciais ou industriais que utilizam tais produtos como matérias-primas em seu processo produtivo; -cheias, inundações e outros fenômenos naturais que podem ocorrer ciclicamente nas áreas onde se localizam estoques ou instalações da empresa, gerando prejuízos efetivos por perdas de bens, por paralisação temporária das operações etc. -e ainda o caso de empresas cujo produto ou operações sejam de consumo cíclico ou de duração limitada, para as quais certos períodos são muito lucrativos, e os períodos a seguir, de menor rentabilidade ou de prejuízos, quando isso é previsível (Iudícibus et al. 2013) Reservas para contingências A Reserva de Contingência não pode ser calculada utilizando-se apenas um percentual, deve estar associada a todo aparato racional de riscos. Basicamente será feito os cálculos: VME = Probabilidade x Impacto Financeiro VME= Valor Monetário Esperado Após feita essa análise por profissionais qualificados é que será feita a distribuição do lucro para a reserva: Lançamento Contábil: D) Lucros Acumulados (PL) C) Reserva Estatutária (PL) Reserva de lucros a realizar A Reserva de Lucros a Realizar é optativa, e sua constituição se dá por meio da destinação de uma parcela dos lucros do exercício. Seu objetivo é a não distribuição de dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente pela companhia, quando tais dividendos excederem a parcela financeiramente realizada do lucro líquido do exercício (IUDÍCIBUS et al., 2013). O objetivo de constitui-la é não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizados financeiramente (apesar de contábil e economicamente realizada) quando a parcela dos dividendos excederem a parcela financeiramente realizada do lucro líquido do exercício. Apuração da base de cálculo dos dividendos: De acordo com a Lei 6.404/76, o dividendo obrigatório a ser distribuído será a parcela do lucro líquido prevista no estatuto. Em caso de o estatuto ser omisso, o dividendo mínimo obrigatório corresponderá a 50% do lucro líquido ajustado. Lucro Líquido Ajustado: Lucro Líquido do Exercício (-) Prejuízos Acumulados (-) Reserva Legal (-) Reserva de Contingência (+) Reversão de Reserva de Contingência (+/-) Ajustes de Exercícios Anteriores (+) Realização da Reserva de Reavaliação (=) Lucro Líquido Ajustado A reserva legal deverá ser constituída mediante destinação de 5% do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação. Esta reserva será constituída, obrigatoriamente, pela companhia, até que seu valor atinja 20% do capital social realizado. Ela poderá ser constituída facultativamente até que o somatório da reserva legal e reserva de capital atinja 30% do capital social realizado. Uma companhia de capital fechado, no encerramento do exercício de 2009, na Demonstração do Resultado do Exercício, em 31 de dezembro de 2009, apurou, depois das Participações, um Lucro Líquido de R$ 1.500.000,00. Informações: A companhia adotou como política ter a menor descapitalização possível. Para tal, tornou-se necessário fazer a distribuição menor possível dos dividendos obrigatórios, ao abrigo da lei, por meio da constituição da Reserva de Lucros a Realizar. Considerando-se exclusivamente as informações recebidas e as determinações da legislação social, o valor da Reserva de Lucros a Realizar (RLR) máxima, em reais, é de: Reserva de lucros a realizar-exemplo 1º É necessário fazermos os cálculos dos dividendos obrigatórios: 2º Cálculo do lucro realizado 3º Cálculo da reserva do lucro a realizar Lucro Líquido (+) ...........................................1.500.000 Prejuízo Acumulado (-) ..............................(500.000) Subtotal (=) ..................................................1.000.000 Reserva Legal (-)* ..........................................(50.000) Reserva de Contingência (-) ..........................(200.000) Base para cálculo de dividendos (=) ...............750.000 Dividendos Obrigatórios (50%) .......................375.000 1º Dividendos obrigatórios *5% sobre o Lucro Líquido (1.000.000) 2º Lucros realizados Lucro Líquido (+) ..........................................................1.500.000 Ganho pelo método de equiv. patrimonial (-).............. (800.000) Duplicatas a Receber (Vencimento 2011) (-)* .............(500.000) Lucro Realizado (=) .......................................................200.000 *Podem ser deduzidos do cálculo por representarem apenas receitas futuras, ou seja, após o término do exercício seguinte. 3ª Resolução: cálculo da reserva do lucro a realizar Reserva de Lucro a Realizar = Dividendos Obrigatórios – Lucro Realizado Reserva de Lucro a Realizar = 375.000 – 200.000 Reserva de Lucro a Realizar = 175.000 Reserva de lucros para expansão Tendo em vista a necessidade de projetos de investimento, a companhia poderá, se necessário, reter parte dos lucros do exercício. Porém, essa retenção deverá estar justificada com o orçamento de capital da companhia, proposta pela administração e aprovada em assembleia geral. Além disso, essa Reserva não pode ser constituída em detrimento do pagamento do dividendo obrigatório (IUDÍCIBUS et al., 2013). A Lei nº 6.404/76 destaca que para esse orçamento todas as fontes de recursos e aplicações de capital (fixo ou circulante) deverão ser compreendidas, e o prazo de duração é de até cinco exercícios, salvo exceções (IUDÍCIBUS et al., 2013). O valor lançado em Reserva de Lucros para Expansão deverá ser justificado com um orçamento de capital aprovado em assembleia. Sua contabilização é feita: D) Lucros Acumulados (PL) C) Reserva de Lucros para Expansão (PL) Reserva de incentivos fiscais Marion (2009, p. 416) escreve que “antes da Lei 11.638/2007 as “doações e subvenções” para investimentos eram tratadas como Reservas de Capital no Patrimônio Líquido”. De acordo com a nova legislação, estas doações e subvenções deverão passar pela Demonstração do Resultado do Exercício. Vejamos o exemplo citado por Marion (2009): Admitindo-se que a Cia Oportunista recebe uma doação de um terreno de R$ 850.000 para a instalação de uma nova fábrica. Seu registo contábil deverá ser o seguinte: D – Terrenos (ANC) C – Reserva de Incentivo Fiscal (PL) Reserva de incentivos fiscais – Balanço patrimonial Reserva de incentivos fiscais – DRE Iudícibus et al. (2013) escrevem: “a assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório”. Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído A constituição dessa reserva se dará quando a companhia tiver dividendo obrigatório a distribuir, mas sem condições financeiras de pagar. Nessa situação, o dividendo deixará de ser pago no exercício em questão, e no balanço patrimonial para fins de lançamento contábil será apurado o valor do dividendo obrigatório, será feita a apropriação para a reserva especial de lucros, debitando-se Lucros Acumulados. Assim que a situação financeira da empresa permitir, os dividendos serão pagos aos acionistas, desde que não tenham sido consumidos por prejuízos dos exercícios seguintes (IUDÍCIBUS et al., 2013). Presuma que a empresa Vamosestudar remotamente, apurou um lucro de R$ 250.000,00. IRPJ: 15% ........................R$ 37.500,00 Adicional (10%)...............R$ 19.000,00 Total do IRPJ.......................R$ 56.500,00 CSLL (9% de 250.000)........R$ 22.500,00 L.A.P...................................R$ 171.000,00 Adicional, 10% do valor que ultrapassar R$20.000 mensais (=)R$ 250.000 (-) R$ 60.000 (=) R$ 190.000 Após os descontos de imposto de renda a contribuição social, as participações tem que ser na sequência correta, porque a base de cálculo de uma reduz a base da outra e assim por diante. D-debêntures E-empregados A-administradores P-partes beneficiárias F- fundos de pensão Apuração de base para a constituição de reservas Após os descontos de impostos de renda e contribuição social, as participações tem que ser nessa sequência, porque a base de cálculo de uma reduz a base da outra e assim por diante. Vamos considerar 10% para as participações da base de R$ 171.000,00 D-debêntures = 17.100,00 (10% de 171.000) E-empregados = 15.390,00 (10 % de 153.900) A-administradores = 13.851,00 (10% de 138.510) P-partes beneficiárias = 12.465,90 (10% de 124.659) F- fundos de pensão = 11.219,31 ( 10% de 112.193) Lucro liquido = R$ 100.973,79 Apuração de base para a constituição de reservas (5%) Reserva legal= 5.048,69 (12%) Estatutária = 12.116,85 (15%) Contingência= 15.146,07 (8%) Retenção de lucros= 8.077,90 (60%) Capital = 60.584,28 Lucro liquido = R$ 100.973,79 Os percentuais das reservas, foram previamente definidos, com exceção da reserva legal. Apuração de base para a constituição de reservas Segundo a legislação brasileira é possível compensar até 30% do lucro referente a prejuízo anterior. Por exemplo se a base de lucro for R$ 250.000,00 x 30% do valor que a empresa pode compensar será de 75.000, portanto a base será de 175.000 e não de R$ 250.000 Presuma que a empresa Vamos estudar remotamente, apurou um lucro de R$ 250.000,00 – 75.000 = 175.000. IRPJ: 15% ........................R$ 26.250,00 Adicional (10%)...............R$ 11.500,00 Total do IRPJ.......................R$ 37.750,00 CSLL (9% de 175.000)........R$ 15.750,00 L.A.P...................................R$121.500,00 Compens. Prejuízo anterior (75.000,00) Adicional, 10% do valor que ultrapassar R$20.000 mensais (=)R$ 175.000 (-) R$ 60.000 (=) R$ 115.000 Apuração de base para a constituição de reservas “Partes beneficiárias" ou "bônus de participação“ são títulos negociáveis sem valor nominal e estranhos ao Capital Social da companhia, que podem ser criados a qualquer tempo pelas Sociedades Anônimas de Capital Fechado (Lei nº 10.303 "é vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias"). Esses títulos podem ser negociados pela companhia ou cedidos gratuitamente aos acionistas, fundadores ou terceiros, como os empregados e clientes, entre outros, em remuneração pelos serviços prestados à companhia, de acordo com a vontade desta, nos termos de seu Estatuto Social ou conforme deliberação em assembleia geral dos acionistas. As companhias podem criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranho ao seu Capital Social, são as denominadas "partes beneficiárias". Esses títulos conferem aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais. Quando a Lei fala em crédito "eventual" ela quer dizer que o direito assegurado aos titulares de partes beneficiárias está estritamente relacionado com a existência de lucros. Assim, na hipótese de a companhia levantar prejuízo em um dado ano, não haverá participação nos lucros aos titulares desses títulos. Partes beneficiárias https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=217#nota.1 https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=217#nota.1 Segundo o artigo 190 da Lei das S/As, as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Além disso, segundo o parágrafo único desse dispositivo, aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201 da Lei das S/As: Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. § 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. § 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste. Partes beneficiárias Cabe ao Estatuto Social fixar o prazo de duração das partes beneficiárias, que não podem ser emitidas por prazo indeterminado. Esse prazo não será superior a 10 (dez) anos, quando se referirem a partes beneficiárias de atribuição gratuita, salvo se destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da companhia. Além disso, a criação desse título implica também a criação de uma reserva especial para resgatá-lo ao termo de sua duração, ou seja, no seu vencimento. Findo o prazo de duração, a companhia deverá recolher as partes beneficiárias para cancelamento, procedendo, logo em seguida, o pagamento do valor ao legítimo portador, utilizando para tanto os recursos existentes na reserva especial criada. O Estatuto Social da companhia poderá prever a conversão das partes beneficiárias em ações, mediante capitalização de reserva criada para tal fim. O cálculo da quantidade de ações a receber é feito de forma a não causar diluição injustificada da participação patrimonial dos acionistas no Capital Social, porém, sempre a participação percentual será reduzida, pois não será permitido subscrever esse aumento. Partes beneficiárias 6 – Procedimentos para realização de teste de recuperabilidade “Impairment” Valor recuperável: de um ativo ou de uma seu valor de uso 48.000,00 Quando o valor contábil apresentar valor maior que o recuperável, requer ajuste: D – Despesa com perda estimada por teste de recuperabilidade (DRE) C – Perda estimada por teste de recuperabilidade (Redutora de Ativo não circulante) unidade geradora de caixa é o maior valor entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor de uso (CFC) Presuma que uma empresa apresentou as informações a seguir: Valor de venda Valor em Uso Contábil Contábil ajustado Terreno A 48.000,00 32.000,00 38.400,00 38.400,00 Terreno B 57.600,00 51.200,00 64.000,00 57.600,00 Total 102.400,00 96.000,00 Comparando o valor líquido de vendas e o valor em uso (benefícios econômicos) constatamos que o valor líquido de venda nos traz o maior valor, e são esses valores de devemos comparar com o saldo contábil do balanço. No Terreno A, o valor contábil está menor que o valor de venda, teríamos um ganho na venda, neste caso, o saldo contábil deve continuar R$ 38.400,00. No Terreno B, houve uma desvalorização, neste caso, temos que reconhecer a perdae ajustar o saldo contábil do Terreno B para R$ 57.600,00 (64.000 – 57.600=6.400). O Valor Contábil total do Ativo Imobilizado será de R$ 96.000,00 Teste de impairment Objetivo: Assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda. Normas: IFRS – IAS 36; BR GAAP – NBC T 19.10 - CPC-01 e US GAAP – FAS 144 Aplicável aos ativos relevantes, pois inclui os ativos dos balanços utilizados para equivalência patrimonial e consolidação Inclui os ativos reavaliados. Um ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor de recuperação. Teste derecuperabilidade “Impairment” Teste de recuperabilidade “Impairment” O Teste de Recuperabilidade (CPC 01) aplica-se a todos os ativos ou conjuntos de ativos relevantes relacionados as atividades industriais, comerciais e de serviços. (Imobilizado e Intangível). Aplica-se também a ativos que são registrados pelo valor reavaliado. Toda vez que houver uma projeção de geração de caixa em valor inferior ao montante pelo qual o ativo está registrado, a companhia terá que fazer a baixa contábil da diferença. A entidade deve realizar o teste de recuperabilidade de um ativo intangível com vida útil indefinida, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável, ainda que não haja indícios de desvalorização do ativo referido. Avaliar, no mínimo ao fim de cada exercício, se há alguma indicação de desvalorização Teste de recuperabilidade “Impairment” Valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas. Dentre outras situações, por exemplo, o ativo precisa ser avaliado em decorrência da obsolescência ou de dano físico, o que o retorno esperado do ativo (fluxo de caixa futuro descontado) é menor que o valor contábil. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer momento no período de um ano, desde que seja executado, todo ano, no mesmo período. - É um preço de venda em uma transação ajustado por despesas adicionais; - Se não houver um contrato de venda o valor líquido de venda será o preço de mercado menos as despesas de vendas; - O preço de mercado normalmente é o preço atual de cotação; - As despesas de alienação, exceto as que já foram reconhecidas como passivo, devem ser deduzidas ao determinar o valor líquido de venda. Valor liquido de vendas Valor em uso é valor presente de fluxos de caixa estimados, que devem resultar do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa. Elementos que refletem no cálculo do valor em uso: •Estimativa de fluxo de caixa futuro que a entidade espera obter; •Expectativa sobre possíveis variações; •O preço da incerteza; •Valor do dinheiro no tempo; •Falta de liquidez; Estimativa do Valor em Uso: •Estimar futuras entradas e saídas de caixa; •Aplicar taxas de descontos apropriada; Base para Estimativas de Fluxos de Caixa Futuros: •Basear as projeções de fluxo de caixa em premissas razoáveis e fundamentadas; e, nas previsões e orçamentos. Teste de recuperabilidade “Impairment” Um ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede (está maior) o seu valor recuperável. Exemplo: Valor contábil do ativo R$ 100.000,00 Valor recuperável do mesmo ativo R$ 60.000,00 Valor da perda por desvalorização: R$ 100.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 40.000,00 Exigências: •Se o valor recuperável de um ativo for menor do que o seu valor contábil, o valor contábil do ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma perda por desvalorização do ativo. •A perda deverá ser reconhecida imediatamente em conta de resultado. •Quando a perda é reconhecida, a despesa de depreciação deverá ser ajustada nos futuros períodos. Reconhecimento e Mensuração de uma Perda por Desvalorização Exigências: • Se houver qualquer indicação de que um ativo possa estar desvalorizado, o valor recuperável deve ser estimado individualmente para cada ativo. • Se não for possível estimar o valor recuperável de cada ativo, a entidade deve determinar o valor recuperável da unidade geradora de caixa a qual o ativo pertence. • O valor de cada ativo não pode ser determinado se: o valor do ativo em uso não puder ser estimado como tendo valor próximo de seu valor liquido de venda; e o ativo gerar entradas de caixa que não são em grande parte independentes daquelas provenientes de outros ativos. Identificação da Unidade Geradora de Caixa à Qual um Ativo Pertence Valor Recuperável e Valor Contábil de uma Unidade Geradora de Caixa “É o valor mais alto entre o valor liquido de venda e o valor em uso.” O valor contábil de uma unidade geradora de caixa deverá ser determinado em uma base consistente com a forma pela qual o valor recuperável da unidade geradora de caixa é determinado. Este valor: •Inclui o valor contábil apenas de ativos que puderem ser atribuídos diretamente à unidade geradora de caixa; •Deve incluir o ágio ou deságio gerado e relativo aos ativos em decorrência de uma aquisição ou subscrição; •Não inclui o valor contábil de qualquer passivo reconhecido. Presuma que uma empresa apresentou as informações Valor de venda Valor em Uso Contábil Terreno A 48.000,00 32.000,00 38.400,00 Terreno B 57.600,00 51.200,00 64.000,00 Comparando o valor líquido de vendas e o valor em uso (benefícios econômicos) constatamos que o valor líquido nos traz o maior valor, e são esses valores de devemos comparar com o saldo contábil do balanço. No Terreno A, o valor contábil está menor que o valor de venda, teríamos um ganho na venda, neste caso, o saldo contábil deve continuar R$ 38.400,00. No Terreno B, houve uma desvalorização, neste caso, temos que reconhecer a perda e ajustar o saldo contábil do Terreno B para R$ 57.600,00. O Valor Contábil do Ativo Imobilizado será R$ 96.000,00 Quando identificado uma desvalorização, temos que reconhecer a perda e ajustar o saldo contábil. De acordo com a NBC TG 01, “o valor recuperável de um ativo é o maior montante entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso”. Presuma que uma empresa em 02/04/2017 efetuou a seguinte transação Vida útil 5 anos De 02/04/X1 a 31/12/X3=33 meses (9 de x1 + 24) Em 31/12 valor contábil líquido 8.400 x (60-33=27) ÷ 60 = 3.780 Valor recuperável, dos dois o maior = 3.240 Valor presente dos fluxos de cx= 2.970 Como o valor contábil está maior que o recuperável, há impairment, sendo o novo valor contábil, o valor recuperável: 3.240 x(27-12=15) ÷ 27 = 1.800 Compra de computador......8.000 Frete............................100 Instalação.........................300 Anti-vírus.......................200 Garantia estendida.............100 Vida útil de 8 anos Utilização por 5 anos Valor presente dos FC... 2.970 Valor liq. Para venda...3.240 Valor contábil em 31/12/x3 8.000 + 100 + 300 = 8.400 Anti vírus é intangível = 200 Garantia é seguro = 100 REFERÊNCIAS: Conselho Federal de Contabilidade. Recuperado de: https://cfc.org.br/exame-de- suficiencia-anteriores IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; Santos, A. Manual de Contabilidade Societária: Aplicável a todas as Sociedades de acordo com as Normas Internacionais e do CPC. Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. FIPECAFI. 1ª. Ed. São Paulo. Editora Atlas, 2010. MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016. MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARION, J. C. O ensino da Contabilidade. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001 SANTOS. Antonio Sebastião dos. Fundamentos contábeis II - Edição 2019. Pearson 162 Language: Undetermined, Base de dados: Pearson eBooks http://www.cpc.org.br/CPC http://www.cpc.org.br/CPC BONS ESTUDOS! Obrigada!
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