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A Flambagem das Paredes de Alvenaria Estrutural

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WWW.REVISTA.ANICER.COM.BR I REVISTA DA ANICER I 1 
 7 DE AGOSTO DE 2020 
Por Emil Sanchez
A normalização brasileira para o 
dimensionamento de pilares e paredes 
comprimidas segue diversos enfoques da 
normalização estadunidense, a datar da 
elaboração da primeira norma brasileira para 
dimensionamento de Alvenaria Estrutural. Em 
1989 a NBR 10837 adotou um coeficiente redutor 
“R” para considerar a flambagem 
(encurvadura) sem ter, contudo, uma funda-
mentação técnico-científica, configurando 
uma adaptação da norma do ACI – American 
Concrete Institute para servir de base e permitir 
a elaboração dos projetos nacionais. 
Cabe mencionar que a esbelteza do elemento 
comprimido influencia seu comportamento 
mecânico. Sendo assim, os resultados de 
ensaios de paredes e pilares de Alvenaria 
Estrutural mostram que o raio de giração da 
seção transversal é o parâmetro a ser 
A Flambagem das Paredes de 
Alvenaria Estrutural 
 
 
 
Engenharia 
2 I REVISTA DA ANICER I WWW.REVISTA.ANICER.COM.BR 
analisado para esses casos; então os 
estadunidenses contornaram a dificuldade de 
se ter vários tipos de seções transversais para 
os blocos relacionando a razão do raio de 
giração da seção transversal (r/h) pela altura 
da parede com a razão da altura pela 
espessura da parede (h/t) que define a 
esbelteza da parede estrutural, que tem 
comportamento de lâmina. Evidencia-se, 
portanto, a primeira inconsistência, pois a 
esbelteza dos pilares (elementos lineares) não 
é definida por essa expressão h/t. Ressalta-se 
que o fator redutor “R” é adotado sem ressalvas 
também para os pilares, mas os resultados que 
levaram a definição desse coeficiente são 
relativos aos ensaios de paredes. 
Salienta-se que esses pesquisadores 
adequaram os resultados experimentais de 26 
paredes relacionando-os com razões máximas 
r/h=99 e h/t=29 e limitando o comportamento 
da curva de flambagem, onde se constata a 
partir desses valores a instabilidade elástica do 
elemento. Apesar disso deve-se considerar 
que esse programa experimental desenvolvido 
não teve um número significativo de resultados 
que possibilite subsidiar as suas conclusões de 
forma a atender a todos os casos possíveis de 
configurações das paredes, tais como: paredes 
internas ou externas, tipos de apoios e 
influência da rigidez das lajes para as quais 
servem de apoios, arquitetura dos furos dos 
blocos (influencia o raio de giração), etc. 
A metodologia de avaliação da flambagem 
adotada corresponde ao prescrito nas normas 
de concreto armado, de estruturas de aço e de 
madeira anteriores à década de 1970. Àquela 
época se adotava diagramas de flambagem 
que relacionavam a esbelteza à tensão crítica 
de flambagem, delimitando o comportamento 
plástico do elástico, sendo esse 
correspondente à solução clássica de haste bi-
rotulada, que é representada por uma 
hipérbole. Com exceção da NB 1 de 1960, norma 
de concreto armado, que adotava prescrições 
relativas ao Estado Limite Último, as demais 
normas eram em tensões admissíveis. 
Atualmente o projeto ABNT NBR 16868-1 do 
ABNT/CB-002 adota no seu escopo o 
dimensionamento estrutural no Estado Limite 
Último, considerando, também, a 
excentricidade de segunda ordem na flexão 
composta e esse malfadado coeficiente 
redutor. Essa nova abordagem mostra a 
incoerência contemporânea e que a 
transcrição de prescrições lamentavelmente 
negligencia o conhecimento técnico e 
científico dos profissionais e pesquisadores 
atuantes no cenário brasileiro, que são 
alicerçadas em critérios estatísticos e 
fundamentadas em conceitos modernos, pois 
o Brasil destaca-se no cenário mundial nas 
pesquisas sobre Alvenaria Estrutural. Entretanto, 
na nova norma que ora se encontra em fase de 
publicação essa sistemática antiquada 
mantém-se com soberba falta de 
comprovação experimental criteriosa e de 
consistência teórica.

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