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01 ELEMENTOS DA ICONOGRAFIA DE RORAIMA VOL. 01 E L E M E N T O S D A I C O N O G R A F IA D E R O R A IM A V O L . 0 1 2 0 0 4 Foto da capa: Jorge Macêdo Local: Cachoeirinha, Baixo do Rio Branco Design e Concepção do Catálogo: Lars Diederichsen e Angélica Aoki Julho de 2004 ÍNDICE Ficha Técnica 01 Apresentação 02 Depoimento - Lars Diederichsen 03 Metodologia 04 Depoimento - Grupo de Trabalho 05 Estrutura das Páginas 07 Roraima – Regiões de atuação 08 BOA VISTA 09 Forte São Joaquim – Rio Branco 10 Traçado Urbano de Boa Vista 11 Parque Anauá 12 Monumento ao Garimpeiro - Portal do Milênio 13 Prelazia 14 Igreja São Sebastião 15 Antiga Residência do Coronel Bento Brasil 16 Réplica da Casa da Intendência 17 Beiral 18 SAVANA 19 Monte Roraima 20 Flora 21 Orquídeas 22 Buritizal 23 Frutos 24 Fauna 25 Cavalos Lavradeiros 26 Acessórios para Montaria - Selas 27 Ferro para marcar gado 28 Pedra do Ereu ou Pedra do Esconderijo 29 Furna da Onça - Pedra da Gata 30 Pedra Pintada 31 Pedra do Pereira 32 FLORESTA 33 Paisagens 34 Embarcações 35 Arquitetura 36 Frutos 37 Flora 38 Tartaruga 39 Borboleta 40 Aves 41 Fauna 42 Cestaria Ribeirinha 43 Jóias da Floresta 44 ÍCONES 46 BIBLIOGRAFIA 70 Entidades integrantes do Conselho Deliberativo Estadual Agência de Desenvolvimento da Amazônia – ADA Agência de Fomento do Estado de Roraima – AFERR Banco da Amazônia SA. - BASA Banco do Brasil SA. Caixa Econômica Federal – CEF Federação da Agricultura do Estado de Roraima – FAERR Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Roraima - FACIR Federação das Indústrias do Estado de Roraima – FIER Federação do Comércio do Estado de Roraima – FECOR Instituto Euvaldo Lodi - IEL Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico - SEDE Universidade Federal de Roraima – UFRR Presidente do Conselho Deliberativo Estadual João Batista de Melo Menê Diretor Superintendente Armando Freire Ladeira Diretor de Estratégias e Operação Alberto de Almeida Costa Diretor de Atendimento ao Cliente Paulo Vasconcelos Gerência Geral Pedro de Jesus Cerino Gerente da Unidade de Desenvolvimento Local e Setorial Rodrigo Silveira da Rosa Responsável pelo Projeto de Artesanato Rozani Elizabet Menezes A. S. Equipe Técnica Amanda Rosas de Oliveira – Supervisora do Projeto Artesanato Giselle Brito de Carvalho – consultora do via design Senai / Sebrae Emerson Melo – ASCOM – Sebrae-RR Marcione Soeiro Moraes – Projeto Cara Brasileira Sandra Helena M. N. Ferreira – Projeto Artesanato Suely Garcia Thomé – Projeto Artesanato Rozani Elizabet Menezes A. S. – Consultora Artesanato Colaboradores Albina Lana Fernandes de Oliveira - NIDA / SENAI / SEBRAE-RR Adriano José Nascimento da Silva – Transportes / SEBRAE-RR Amazonas Brasil – Pró Roraima Ana Sibelônia S. Veras – ISEDE / DETUR Anderson Burg – Consultor Andréa Resende – Arquiteta Atila de Azevedo Alves – Artesão Cássia C. Caliari – Agrônoma Elena Campo Fioretti – FEMAC / MIRR Emerson de Lima Melo – ASCOM – Sebrae-RR Edinilson da Silva – Coordenador Área – Setor Madeiro Mobiliário / SENAI-RR Eliakin Rufino – Cantor / Compositor / Poeta George S. B. Junior – PAR / SETRABES Gladys M. de Souza Oliveira – Projeto Crescer – Prefeitura de Boa Vista Iram Cunha da Silva – Corpo de Bombeiros – Artesão Irmânio Sarmento de Magalhães – Lojista - Artesão José de Ribamar Pinto Garcia - Transportes / SEBRAE-RR Ladinilson Carvalho – Presidente da Sociedade Orquidofila de Roraima Magnólia G. Quirino – Designer – Projeto Crescer – Prefeitura de Boa Vista Maria do Perpétuo Barbosa – SEAM / IAB-RR Nadson Nei S. de Souza – CEFET Ovídio Augusto da Silva - Transportes / SEBRAE-RR Ricardo Nogueira- Cantor / Compositor Rio Branco Brasil – Consultor Rogério Jansen Berardineli – Tecnologia SEBRAE-RR Vandré Fonseca do Nascimento – Repórter Fotografia Lars Diederichsen Jorge Macêdo Rozani Elizabet Menezes A. S. Textos Amazonas Brasil Lars Diederichsen Consultoria Lars Diederichsen Design e Concepção Lars Diederichsen Angélica Aoki SEBRAE RR - SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE RORAIMA 01 APRESENTAÇÃO Roraima, um Estado novo, no extremo norte do Brasil – onde começa o país, imerso em lendas e mitos, traduz nas características étnicas e culturais do seu povo, a brasilidade. O retrato dos seus habitantes, traz como moldura a beleza e a riqueza das paisagens naturais, de uma luminosidade radiante do clima tropical, por onde passa a linha do equador. Há muito que descobrir em Roraima, lugares inexplorados e desabitados, onde a natureza reina plenamente. Nesse cenário, o incontido interesse em desvendar e referenciar os elementos mais representativos e identitários de Roraima – a cara roraimense, torna-se a cada dia mais premente. Daí a nossa iniciativa em produzir o “Catálogo da Iconografia do Estado de Roraima”, no qual buscamos a representação mais fidedigna, marcante e significativa do viver e das tradições locais, senão dizer da cultura roraimense. Resultante de um grande levantamento de dados e informações, pesquisas bibliográficas, visitas a locais turísticos, órgãos públicos e privados, viagens de campo a diferentes regiões do Estado, registros fotográficos, realização de entrevistas, workshops, etc, os ícones selecionados e contemplados no Catálogo, retratam dentre os tantos valores desta terra, as artes, manifestações folclóricas e religiosas, arquitetura, flora, fauna, artefatos e utensílios e, cada um tem nele, a sua história evidenciada. Mais do que uma exposição de ícones, também é o nosso propósito a utilização e/ou aplicabilidade desses ícones pelos mais diversos setores produtivos deste Estado, alvo do nosso apoio, sobretudo, por artesãos locais. Intencionamos que diante dessa iniciativa, possam estar apresentando produtos com identidade, com valor cultural agregado, estando à frente no mercado com um diferencial competitivo, o que favorece a captação, geração e promoção de negócios em âmbito nacional e internacional. Por fim, cabe ressaltar que um trabalho de tamanha magnitude e importância, não seria possível sem a participação efetiva de pessoas empenhadas, dedicadas e verdadeiros amantes de Roraima, que com os seus conhecimentos nas mais diversas áreas – design, história, jornalismo, educação, sociologia, antropologia, arquitetura, artes, cultura - contribuíram de forma relevante nas várias fases do projeto e tornaram possível a concretização deste tão almejado produto. A eles os nossos mais sinceros agradecimentos. Presidente do Conselho Deliberativo Estadual João Batista de Melo Menê 02 resultado deste acervo servirá, e muito, para fortalecer a identidade regional e agregar valor ao artesanato local. Desejo muito que a pesquisa realizada faça parte da vida de muitas pessoas, adultos e crianças, e que estas possam aprender a olhar de uma forma diferente tudo que está ao nosso redor. Desejo, também que os ícones sejam aplicados por arquitetos, urbanistas, paisagistas e artistas-plásticos, em construções, praças, produtos e obras de arte. Somente assim, estes ícones farão parte do dia a dia dos roraimenses e dos demais cidadãos brasileiros e estrangeiros. Obrigado ao Sebrae por ter acreditado no meu profissionalismo, em espacial a Rozani e a Giselle, também ao Amazonas Brasil e Jorge Macêdo, sem os quais a qualidade deste trabalho não seria alcançada. Lars Diederichsen Elaborar um Catálogo da iconografia de um estado é uma viagem ao âmago da identidade regional. Nesta viagem devem embarcar conhecedores da arte, da cultura, da história, enfim, uma equipe multidisciplinar onde o designer tem a função de dirigir os trabalhos e apresentar ao público a metodologia de aplicação dos ícones escolhidos. Os resultados não são somente os íconespropriamente ditos, mas sim a forma de olharmos nosso entorno, traduzindo as imagens em elementos cheios de significado. Coordenar este projeto foi, para mim uma experiência inesquecível. Primeiro pelas viagens através de um estado ainda desconhecido pela maioria dos brasileiros, onde tive a oportunidade de sentir a cruviana dormindo numa rede embaixo de um mangueiral, e principalmente pelo carinho das pessoas envolvidas no projeto, que mostraram com a sua dedicação e empenho o firme interesse em fortalecer a cultura do estado. Tive a oportunidade, também, de participar de oficinas para artesãos m u l t i p l i c a d o r e s , onde percebi que o 03 Este Catálogo tem como objetivo identificar, tratar e disponibilizar os elementos mais representativos da iconografia do Estado de Roraima, compreendidos como os elementos visuais os signos e códigos pictóricos próprios da cultura local, encontradas nas artes, na arquitetura, nas paisagens, nos artefatos, na fauna, flora, no folclore e nas tradições populares. Embora este acervo tenha como público alvo os artesãos, permitirá a utilização e aplicação por qualquer indivíduo envolvido com o processo criativo, para fazer uso de mais uma ferramenta que, além de agregar um alto conteúdo visual, estará participando na criação de uma identidade regional. Um ícone, para ser reconhecido, precisa fazer parte do repertório comum, e o seu significado deverá fazer parte do repertório do observador. Um ícone, portanto, somente existirá se ele for reconhecido pela força da sua imagem e de seu significado, e neste caso pela estreita ligação com a cultura do Estado Roraima. A busca por ícones regionais levou a equipe de trabalho à divisão do Estado em três regiões com características geográficas diferentes. Cada região tem as suas características próprias, não somente pelos aspectos naturais, mas também pela expressão cultural de suas populações. Em cada região foram identificados os ícones mais representativos da flora, fauna, arquitetura, tradições populares, paisagens, enfim, de todas as manifestações culturais significativas do Estado de Roraima. METODOLOGIA Os ícones identificados e apresentados neste acervo, foram visualizados através de belas fotografias e de sugestões gráficas, todas acompanhadas de textos com seus significados e informações. O resultado é uma publicação ilustrada que servirá como ferramenta para o fortalecimento, não somente da cultura local, mas também da educação, como livro de referência, da economia, agregando valor aos produtos roraimenses, e dos aspectos humanos, fortalecendo a nossa auto-estima e evidenciando os nossos patrimônios culturais e humanos. Este é o primeiro Catálogo e terá continuidade com o estudo sobre a Iconografia Indígena. A divisão em dois volumes foi uma decisão do grupo de trabalho, que percebeu a necessidade da aplicação de uma metodologia específica e uma participação ativa de todas as c o m u n i d a d e s indígenas do estado de Roraima. 04 Artesãos, artistas, designers, arquitetos, profissionais que lidam com artes gráficas e moda, através deste Catálogo, podem compreender o caminho que se percorre para alcançar um Ícone e ao mesmo tempo, podem conhecer seus significados e aplicá-los conscientemente. Os exemplos de aplicação dos ícones para o artesanato que o Catálogo apresenta, foram elaborados para que percebamos como, através da criatividade e técnicas individuais, podemos chegar a diferentes resultados. Os ícones são sínteses das impressões coletivas de uma região, já sua aplicação refletirá o individuo, a pluralidade, a riqueza da diversificação e a força da matéria prima. Participar de tão valioso estudo, junto a uma equipe tão dedicada me fez conhecer e amar ainda mais Roraima. Giselle Brito de Carvalho - Gestora Rede Roraima Design A importância deste trabalho está na revitalização cultural de Roraima, um Estado, do qual é constituído por várias regiões, resultado de uma História mesclada e incrementada pela influência do folclore nordestino, da tradição sulista, e do artesanato indígena. Este documento registrado com imagens, realizado pelo SEBRAE, promove um legado para uma pesquisa contundente e atualizada. Um material iconográfico verdadeiro, driblando com a individualidade de conceitos e valorizando a contextualização da comunidade. Lola Quirino – designer A Iconografia de Roraima será uma importante ferramenta para orientar a arte e a criação objetivando valorizar e difundir os traços culturais de Roraima. Jorge Macêdo - fotógrafo 05 Vem de longe a luta para melhorar a qualidade de nosso artesanato. Ícones, temos à mão-cheia. Seja nos murais rupestres seculares, nas fachadas de nossas casas ou na arquitetura ribeirinha, nas selas e arreios de nossos vaqueiros garbosos em sua montaria. Enfim, em tudo aquilo que a cultura Roraimense produziu e ainda produz. Faltava, entretanto, a pesquisa credenciada pela técnica, para selecioná-los. Eis que o SEBRAE supre essa lacuna. E o resultado é um Catálogo farto em qualidade e beleza. Amazonas Brasil – jornalista e historiador Sempre gostei de ouvir histórias, e bem contá-las também não deixa de ser uma arte. Mas fazer parte delas é ainda mais emocionante. É isso que o Sebrae nos proporcionou com o esforço de criar o Catálogo da Iconografia do Estado de Roraima: participar do resgate e registro de imagens que poderão servir de identidade para novas histórias... Cássia Cristine Caliari - agrônoma A realização deste trabalho significa mostrar através de nossos ícones “imagens” que Roraima tem identidade, tem história... Rozani Elizabete Menezes A.S. - consultora de artesanato O lançamento do Catálogo da Iconografia é um marco na história de Roraima. Vindo prescindido de um sentimento maior que é o resgate da nossa cultura, o respeito pela nossa história e a busca incessante da nossa identidade; que assim ficará defendida com todas suas letras, sendo também providencial para nós artistas, artesão e todos os envolvidos nesse processo de afirmação cultural. Gostaria de deixar aqui registrado toda minha emoção no que diz respeito a este trabalho, pois ele me remete a milhares de anos quando meus ancestrais pintaram à mão nas gigantescas pedras de granito no meio deste lavrado que um dia foi mar. Tenho certeza que era isso que queriam, que fossem lembrados de alguma forma. Quero parabenizar o SEBRAE por esta grande idealização e todas as pessoas que contribuíram de forma direta e indireta nesta empreita. Irmânio Sarmento de Magalhães - artesão 06 12 ESTRUTURA DAS PÁGINAS O popular “beiral”, no bairro Caetano Filho à margem do Rio Branco, é a representação típica da arquitetura ribeirinha. Suas casas de madeira em forma de palafita, trazem quase sempre, um balcão ao estilo da arquitetura franco- espanhola. BEIRAL BOA VISTA SAVANA FLORESTA imagens ícone título e texto sobre o tema número do ícone número da página cor - conforme região 07 01 01 01 01 RORAIMA REGIÕES DE ATUAÇÃO BOA VISTA SAVANA - ao centro Campos Gerais ou Lavrados; ao norte Campos Serranos e floresta típica FLORESTA - ao sul florestas de planícies, ao oeste florestas serranas Há um pouco de Brasil em cada chão de Roraima. Aqui o quadro que resulta do convívio social, tem muito do Nordeste, do Centro-Oeste, do Sul e também do Norte. Roraima tem suas peculiaridades: é por exemplo, o estado de maior população indígena; tem uma das maiores reservas minerais do país; tem no Monte Roraima, uma fronteira tríplice entre Brasil, Guiana e Venezuela. Se dividirmos Roraima em três patamares, vamos encontrar ecossistemas distintos e bem definidos, no denominado Planalto das Guianas, que de sul a norte, apresenta-se como se fosse uma escada com vários degraus. Ao Sul, a planície típica da Amazônia Brasileira, de baixa altitude, florestas densas com árvores de grande porte, rioscaudalosos, cujas margens alagadiças formam os chamados Igapós, ricos em recursos naturais, abundantes em caça e pesca. É o Baixo Rio Branco. Ali mora o ribeirinho, vivendo de extrativismo e artesanato que, graças a intervenção cuidadosa de orientadores do Sebrae, começa a adquirir nova qualidade, sem perder as características culturais daquele povo da floresta. Mais a Leste, sempre abaixo do Equador, próximo do Estado do Amazonas, estão os índios Wamiri-Atroari. E a Oeste, nos limites do Pará, encontram-se os Wai-Wai. Na área intermediária está o peneplano, cuja altitude não ultrapassa os 200 metros, e abriga os chamados Lavrados, que constituem savanas propícias ao criatório bovino e eqüino. Nos lavrados roraimenses vivem os famosos lavradeiros, poeticamente chamados de Cavalos Selvagens. São campos naturais ornados de lagos, igarapés e buritizais em filas, além do velho Caimbé que resiste a tudo, inclusive ao fogo predatório que invade as serras azuis. Bastam as primeiras chuvas e tudo renasce, ornando a paisagem de verde, flores e frutos; cajueiros e mangueiras são a prova de que “nela se plantando tudo dá”. A zona superior assume duas características: ao Norte, campos cercados de matas típicas e montanhas como o Monte Roraima, berço e altar de Macunaíma, e o Caburaí onde fica o ponto Extremo Setentrional do Brasil; seus rios principais são o Cotingo, Mau, Surumu e Uailã, em cujos vales situam-se as etnias Macuxi, Wapixana, Taurepang, Ingaricó e Patamona; o subsolo é rico em minérios, ouro e pedras preciosas. Ao Oeste, as montanhas dominam a paisagem composta de rios caudalosos, como por exemplo, o Uraricoera; e matas de grande porte, além de imensos recursos naturais da fauna, flora e subsolo, onde está situado o Parque Yanomami e as várias outras etnias indígenas, como Maiongong e Xiriana. 08 C:20 M:0 Y:60 K:30 C:38 M:100 Y:90 K:05C:56 M:37 Y:20 K:0 C:06 M:86 Y:85 K:0 C:05 M:30 Y:40 K:0C:47 M:40 Y:43 K:05 Boa Vista foi o primeiro povoado caracteristicamente urbano de Roraima. No século XIX, quando inúmeras fazendas se formaram ao longo do Rio Branco, teve início um pequeno povoado chamado de Freguesia de Nossa Senhora do Carmo. O Governador do Amazonas Augusto Ximeno de Villeroy elevou a vila em 09 de julho de 1890 à categoria de Município de Boa Vista do Rio Branco. Mais tarde, tornou-se capital do Território Federal, moderna a partir de seu núcleo central em forma de leque. Situada a pouco mais de dois graus acima da Linha do Equador, à margem direita do Rio Branco, é totalmente envolvida pelos lavrados roraimenses e ao início da noite, em época de verão, que caracteriza a ausência das chuvas, recebe a carícia dos ventos alísios, oriundos do Caribe, tornando agradável o convívio de sua gente. Sua população é formada por indígenas de diferentes etnias, imigrantes de vários estados e alguns estrangeiros. Essa diversidade de culturas a torna mais atraente. 09 BOA VISTA 01 Construído entre 1875 e 1878 para garantir as conquistas territoriais brasileiras na chamada Guiana Brasileira. Localizado à margem esquerda do Rio Tacutu no encontro com o Rio Uraricoera. O Forte de São Joaquim, além de cumprir a missão de guardião das fronteiras, é o principal marco de integração e colonização do vale do Rio Branco. FORTE SÃO JOAQUIM O Rio Branco é formado pela união dos rios Uraricoera e Tacutu, em frente ao sítio onde foi erguido o Forte São Joaquim, 30 km acima de Boa Vista. Quem denominou este rio de “Branco” foi o português Pedro Teixeira em sua expedição, em 1639, mudando o antigo nome indígena de Quecoene. O Rio Branco tem uma extensão de 584 km até sua desembocadura no Rio Negro. (fotos Jorge Macêdo) RIO BRANCO 10 02 O traçado urbanístico de Boa Vista é radial, em forma de leque, com ruas e avenidas amplas e planas, seguindo para o Centro Cívico, com belos monumentos e suave plasticidade que mais parecem uma mão aberta acolhendo a todos que nela chegam, emprestando de alguma forma suas valiosas colaborações. Este traçado planejado se deve ao engenheiro Darci Aleixo Deregusson e ao capitão Ene Garces, primeiro governador do então Território Federal de Roraima, inspirado em Belo Horizonte e Paris. (fotos Jorge Macêdo) TRAÇADO URBANO DE BOA VISTA 11 03 03 PARQUE ANAUÁ Construído em 1982 no centro urbano de Boa Vista, capital do antigo Território Federal de Roraima, o Parque Anauá ocupa uma área de 60 hectares, tornando-o um dos maiores parques de lazer comunitário do Brasil. O parque possui anfiteatro, forródromo em forma de estrela, galeria de artes, escola de música, museu, lago natural, fonte luminosa, lanchonetes, pistas para aeromodelismo, motocross, skate, kartódromo, ginásio poliesportivo entre outras atrações. (fotos Jorge Macêdo) 12 04 MONUMENTO AO GARIMPEIRO Monumento que marcou a passagem para a entrada do ano 2000, de autoria do Arquiteto Maruem Haten, construído pelo Prefeito Ottomar de Souza Pinto na Praça das Águas, na Avenida Ene Garcez. (fotos Jorge Macêdo) PORTAL DO MILÊNIO Inicialmente foram as “tropas de resgates e descimentos” responsáveis pela ocupação e conseqüente colonização do Vale do Rio Branco. Vencida a primeira fase, vieram os militares para o Forte São Joaquim, e com eles, seus familiares, parentes e amigos. Começam a pecuária, modesta, reflexos da audácia de Lobo Almada ao fundar a Fazenda São Bento, que mais tarde, juntas com São Joaquim e São Marco, formariam as Fazendas do Rei. Com a criação da Freguesia de Boa Vista e a expansão da pecuária, começa a efetiva ocupação do Rio Branco. Na década de 30 do século passado, começa a forte migração de nordestinos, fruto da cobiça em busca do Eldorado, representado pela descoberta e exploração dos garimpos do Cotingo, Mau, Serra Verde e Tepequém. Boa Vista cresce, surgem novas vilas, a pecuária se consolida e o velho Rio Branco, aliado as colônias agrícolas, vira Território Federal e dá os primeiros passos em direção ao que hoje nos orgulhamos de chamar Estado de Roraima. Projetado por Francisco Hesmezano e situado na Praça do Centro Cívico, o Monumento ao Garimpeiro representa um homem garimpando em exaltação à época áurea do milagre do ouro e diamante. É uma homenagem a todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento da região. 13 05 06 A Prelazia de Boa Vista representa um marco histórico, arquitetônico e cultural da cidade. Iniciado em 1924 pelos monges Beneditinos para ser um hospital, transformou- se inicialmente em residência Episcopal e, em 1943 com o recém criado Território do Rio Branco, funcionou como sede administrativa do governo. Em estilo neoclássico, de linhas puras, constitui hoje valiosa construção histórica de Boa Vista. (fotos Lars Diederichsen) PRELAZIA 14 07 08 IGREJA SÃO SEBASTIÃO Concluída pelas irmãs Cecília e Francisca, filhas de Guilhermina de Holanda Bessa que chegou ao Rio Branco em 1883 e, anos depois, iniciou sua construção. A igreja de São Sebastião é “fruto da graça recebida por promessa feita ao Santo Guerreiro”. Inaugurada no dia 20 de janeiro de 1924, edificada em pleno lavrado, pois Boa Vista terminava na atual Av. Getulio Vargas, a igrejinha até hoje é monumento da fé e patrimônio histórico de Boa Vista. (fotos Lars Diederichsen) 15 09 10 Com estilo neoclássico preservado até hoje, a residência da artista plástica Petita Brasil, construída pelo seu avô Coronel Bento Brasil no fim do século XIX, caracteriza a influência cultural francesa à época da colonização. (fotos Lars Diederichsen) ANTIGA RESIDÊNCIA DO CORONEL BENTO BRASIL 16 11 Casa da Intendência do então Município do Rio Branco, depois Roraima, hoje Estado. O original foi demolido no inicio da década de 40 quando o município foi promovido a território. (fotos Lars Diederichsen) RÉPLICA DA CASA DA INTENDÊNCIA 17 12 O popular “beiral”, no bairro Caetano Filho à margem do Rio Branco, é a representação típica da arquitetura ribeirinha.Suas casas de madeira em forma de palafita, trazem quase sempre, um balcão ao estilo da arquitetura franco-espanhola. (fotos Lars Diederichsen) BEIRAL 18 C:03 M:40 Y:86 K:0 C:22 M:87 Y:65 K:10C:15 M:92 Y:96 K:04 C:40 M:53 Y:0 K:0 C:74 M:45 Y:0 K:0C:0 M:62 Y:75 K:0 C:20 M:0 Y:60 K:20 Compondo o peneplano roraimense, numa altitude máxima de 200 metros, as savanas, conhecidas como Lavrados Roraimenses, ocupam uma área de cerca de 40.000 km2, equivalente a pouco mais de 16% da área total do estado. (fonte: Homem Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima, Reinaldo Imbrózio Barbosa, pág. 406). Ornada por lagos naturais, igarapés e milhares de buritizeiros, com predominância do caimbé, compõe com as serras um panorama tropical de muito sol, vento e magia. Descoberta por Lobo D’Almada no começo do século XVIII, habitada inicialmente pela civilização aruak e p’mon, os Campos Gerais de Roraima são propícios à agropecuária e hoje com destaque para a soja e arroz, entre outros. A savana divide-se ao centro nos Campos Gerais ou Lavrados e ao norte nos Campos Serranos e florestas típicas. 19 SAVANA 13 MONTE RORAIMA A lenda do Monte Roraima Conta a lenda dos Macuxi, que no passado, não havia ali nenhuma elevação, nenhum planalto, as terras ali eram baixas, alagadiças, próprias para capivaras e aves aquáticas. Nas vizinhanças viviam diversas tribos indígenas. A vida era paradisíaca. Muita caça, muita pesca, muitos frutos. O arco, a flecha e a sarabatana garantiam a fartura. Certo dia porém, sem que os pajés pudessem explicar, nasceu nesse local, uma viçosa PARURU (bananeira), planta nunca vista naquelas pastagens. Em pouco tempo a árvore cresceu assustadoramente dando belos e incríveis frutos. Todos ficaram estarrecidos, mas um aviso divino aos pajés proibiu que se tocasse na árvore ou nos seus frutos, alegando que se tratava de um ser sagrado. Se essas recomendações fossem desobedecidas, infinitas desgraças aconteceriam, e a terra tomaria forma diferente. Ninguém ousava tocá-los, eram sagrados e PAABA (deus) não gostaria de ver sua determinação desrespeitada. Ao alvorecer de um belo dia, as populações indígenas foram tomadas por indescritível surpresa: alguém havia cortado criminosamente a bananeira e roubado o cacho precioso, cujas bananas estavam amareladas qual ouro do Quinô. Em poucos instantes a natureza protestou violentamente. Enquanto isto acontecia, desabava uma pesada chuva, e do centro da Terra começava a surgir, espetacularmente, o Majestoso Monte Roraima, alteando-se cada vez mais, de modo assustador, ostentando um formoso diadema de nuvens, que até hoje lhe orna a fronde altaneira. E através dos tempos, a natureza continua mostrando sua tristeza que é eterna e se consubstancia em perenes gotas d’água que vertem das pedras, das fissuras, das ravinas como se fossem lágrimas sentidas. Deste monte tão imponente, de 2875 metros de altitude, foi escolhido o nome para batizar esta terra tão altaneira, que é “RORAIMA”, que em língua p’mon significa monte verde. (fotos Jorge Macêdo) 20 14 14 FLORA teus ventos chamados gerais sucam as serras afagam buritizais com mãos ligeiras levantam poeiras e das pedras pintadas respeitam os murais Amazonas Brasil (fotos Lars Diederichsen e Jorge Macêdo) 21 15 Do reino vegetal, destaca-se em Roraima a família das orquídeas representada por mais de 450 espécies. Destacam-se entre essas a Cattleya Violaceae como a mais comum e de maior apelo atrativo pela sua beleza e variedades. Várias espécies só ocorrem no Estado de Roraima, como é o caso do Cyrtopodium Roraimense que apresenta haste floral de até um metro com dezenas de flores de 3 centímetros em tom amarelo esverdeado. (fotos Jorge Macêdo, foto central cedida por Ladinilson Carvalho) ORQUÍDEAS 22 16 17 BURITIZAL Muitas são as flores que ornam os campos de Roraima e muitas também são as suas variedades, tanto na chamada terra firme como nas serras, baixadas, lagos e igarapés. O muriru destaca-se pela beleza de sua flor e benefícios que traz na purificação da água, dela retirando até metais pesados, protegendo as ovas dos peixes e servindo de alimentos para os alevinos. (fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen) 23 18 FRUTOS Roraima, imersa no mundo amazônico, só poderia encaixar-se no complexo exuberante de frutas exóticas que despertam grande atenção pelos paladares saborosos e inigualáveis. Valendo destacar: o cupuaçu, biribá, buriti, açaí, bacaba, caju, pupunha, tucumã, graviola, cacau manga e muitas outras. (fotos Jorge Macêdo) 24 19 FAUNA Nos Campos Gerais do Rio Branco moram tatus, jabutis, veados campeiros, pacas, cutias, cobras e muitas outras espécies como o camaleão, o pássaro maçarico e o tamanduá bandeira, ícones da fauna da savana. Nos Campos Serranos encontramos animais de pequeno e grande porte, domésticos como o gado bovino, búfalos, eqüinos, ovinos e caprinos. (fotos Jorge Macêdo) 25 20 CAVALOS LAVRADEIROS Admite-se, como hipótese mais provável, que os cavalos lavradeiros descendem de animais introduzidos por colonizadores espanhóis e/ou portugueses há mais de 200 anos e que pertencem ao mesmo tronco das raças Andaluz e Garrano ou Minho. Originalmente deveriam existir de 2 a 3 mil exemplares do cavalo lavradeiro e atualmente, incluindo os mestiços, é possível que esse número não ultrapasse 1500. De concreto, sabe-se que na Colônia Agrícola São Marcos, em Alto do Maruai, em Roraima, existem mais ou menos 300 animais. (fonte Embrapa) (fotos Jorge Macêdo) eu sou cavalo selvagem não sei o peso da sela não tenho freio nos beiços nem cabresto nem marca de ferro quente não tenho crina cortada não sou bicho de curral eu sou cavalo selvagem meu pasto é o campo sem fim para mim não existe cerca sigo somente o capim eu sou cavalo selvagem selvagem é minha alegria de ser livre noite e dia selvagem é só apelido meu nome é mesmo cavalo cavalo solto no pasto veloz carreira que faço lavrado todo atravesso caminhos no campo eu traço eu corro livre galope transformo galope em verso trecho da poesia Cavalo Selvagem, de Eliakin Rufino 26 21 21 22 Fruto da habilidade e criatividade dos vaqueiros roraimenses, as selas e arreios para suas montarias, são ornadas com desenhos e formas inspirados na flora da savana, tradição de pai para filho e até hoje mantida, através de exímios artesãos, que com ferramentas rudimentares bordam o couro e trançam os arreios usados com garbo e imponência em suas montarias. (fotos Lars Diederichsen) ACESSÓRIOS PARA MONTARIA - SELAS 27 23 24 Gado sem marca é gado sem dono, o que caracteriza a propriedade é a marca do ferro a brasa, representando as iniciais ou a simbologia preferida do fazendeiro, mas que toma forma pelas mãos hábeis do ferreiro-artesão. (fotos Lars Diederichsen) FERRO PARA MARCAR GADO 28 25 Situada no baixo Ereu, conhecida como região do Amajari, a Pedra do Ereu compõe um conjunto de mais de oitenta sítios arqueológicos, principalmente pinturas rupestres, espalhadas pelos lavrados roraimenses. Poucos estudos foram feitos, mas presume-se que pertençam à mesma tradição cultural da fase Rupununi, anterior ao contato europeu, por um grupo caçador- coletor-pescador e provavelmente de origem Macuxi ou Talipang. (fonte Pedro Augusto Mentz Ribeiro, Ana Lucia Machado, Vera Lucia Calandrini G., 1985). (fotos Lars Diederichsen) PEDRA DO EREU OU PEDRA DO ESCONDERIJO 29 26 Compondo um conjunto de pedras rupestres do Ereu, embora sem inscrições, a Furna da Onça é uma das pedras mais expressivas da região, não só pela beleza e grandiosidade de suas formas, mas também pelo mistério que inspira, pois difícil é entender os seus talhos e reentrâncias, certamente trabalhados milenarmente pelo vento e pela água. FURNA DA ONÇA Compondo o terceiro conjunto de pedras do Ereu, a Pedra da Gata destaca-se pela nitidez de suas inscrições. (fotos Lars Diederichsen) PEDRA DA GATA 30 27 PEDRA PINTADA A mais famosa das pedraspintadas de Roraima, com cerca de 60 metros de diâmetro e 30 a 40 metros de altura, situada dentro da área indígena de São Marcos, recebe o nome que lhe da fama: Pedra Pintada. Situada no Vale do Parime a aproximadamente 130 km de Boa Vista, a Pedra Pintada traz os maiores murais ornados de uma simbologia que inspira mistério e transcendência, que resiste até hoje às ações do tempo. Suas pinturas são de um vermelho “urucum” que destaca aos olhos, tendo-se a nítida impressão que as inscrições brotam do âmago da pedra. Além dos murais, na parte intermediária, num patamar diminuto e repousando sobre três pedras menores, está o dólmen, um disco de aproximadamente 40 centímetros de espessura e 1,5 metros de diâmetro. Segundo a tradição dos índios era um altar de sacrifícios e oferendas ao deus Tupã. Os motivos dominantes nas pinturas são os abstratos lineares retilíneos, combinados e curvilíneos, e poucos signos representativos naturalistas e esquematizados biomorfos. Muitas das pinturas foram feitas com ajuda de artifícios como escadas e andaimes em virtude da altura onde se encontram, que chega a mais de 10 metros. Junto das pinturas foram encontrados fragmentos de cerâmica e alguns fragmentos de vidro e urnas funerárias. (fotos Lars Diederichsen) 31 28 29 PEDRA DO PEREIRA Partindo-se da Pedra Pintada em direção ao nascente, a uma distância de mais ou menos 6 km, está a Pedra do Pereira, ornada por inscrições também misteriosas, de frente para o sol da manhã está um podium natural, compondo um espetacular anfiteatro, certamente palco de cerimônias religiosas e oferendas. Seguramente foi um local para grandes eventos que envolviam músicas e danças, conhecidas como Parixara, do povo indígena que habita ate hoje o Vale do Parime. (fotos Lars Diederichsen) 32 C:0 M:20 Y:90 K:0 C:100 M:40 Y:0 K:0C:85 M:08 Y:0 K:0 C:78 M:18 Y:100 K:05 C:25 M:05 Y:93 K:0C:0 M:96 Y:100 K:0 C:0 M:0 Y:20 K:60 Cerca de 85% do território de Roraima e coberto por florestas tipicamente amazônicas. Ao sul as florestas baixas ou de planícies, caracterizados pelas áreas alagadiças, rios, lagos e igarapés. Ao extremo norte e ao noroeste do estado encontramos as florestas serranas, que a partir dos 600 metros de altitude se levantam até as montanhas. Encontramos nas florestas vários ícones característicos como as embarcações e casas dos ribeirinhos, que se integram harmoniosamente ao meio- ambiente. A flora exuberante retrata todas as variações da cor verde e a fauna que se manifesta nas revoadas das aves da região, entre tantas outras belezas tipicamente amazônicas. 33 FLORESTA 30 “...Narciso acha feio o que não é espelho...”. Antes da criação do vidro e do cristal a natureza nos oferecia, e oferece ainda, o espelho d’água, nele refletindo tudo que e há de belo na Amazônia, como o belo molongo, as impressionantes formações de nuvens e as sossegadas vilas ribeirinhas. (fotos Lars Diederichsen e Rozani Elizabet Menezes A. S.) PAISAGENS 34 31 32 EMBARCAÇÕES Os barcos são o único meio de transporte para os ribeirinhos. É fácil encontrar desde pequenas embarcações com as chamadas panacaricas, que oferecem abrigo contra o sol e a chuva, até os chamados recreios, construídos artesanalmente também em madeira, são verdadeiras obras de arte da construção naval. Uma das características principais das embarcações do Baixo Rio Branco são as proas arredondadas, semelhantes as embarcações dos primeiros desbravadores da região. (fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen) 35 33 33 As moradias típicas do Baixo Rio Branco refletem a harmonia do homem com a natureza: quando as águas do rio sobem, as casas flutuam como se fossem barcos e os moradores usam a canoa como meio de transporte; na época da seca erguem-se majestosas sobre palafitas, construídas todas em madeira e ornadas por beirais com desenhos criativos, como o exemplo do beiral em Sacai. (fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen) ARQUITETURA 36 34 35 FRUTOS Roraima produz, no pico de oferta, 70% de toda a banana prata comercializada nas feiras livres da cidade de Manaus. No período de baixa, a oferta cai para 40%. Caroebe, Rorainópolis e São João Baliza foram os municípios que mais se destacaram, com quase 70% da produção do estado. A fibra da bananeira está sendo transformada em papel artesanal. (fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen) 37 37 36 As helicônias representam o grupo americano mais próximo, em relação de parentesco, das bananeiras cultivadas originárias da Ásia. São aproximadamente 140 espécies, quase todas do continente americano. No Brasil até o momento são conhecidas apenas 45 espécies, todas elas das regiões tropicais e subtropicais e conhecidas popularmente como “caetés” ou “bananeira-do-mato”. (fotos Jorge Macêdo e Lars Diederichsen) FLORA 38 38 No Baixo Rio Branco, é possível encontrar tartarugas e tracajás desovando nas praias. Nos últimos anos órgãos governamentais vem desenvolvendo projetos de preservação das tartarugas, protegendo os ovos e devolvendo os quelônios ao rio. (fotos Jorge Macêdo) TARTARUGA 39 39 40 Revoada de borboletas no Baixo Rio Branco: um espetáculo multicolorido. (fotos Jorge Macêdo) BORBOLETAS 40 41 41AVES Mutum, ave que habita as florestas, principalmente próximo aos rios e igarapés. Na época reprodutiva, o macho oferece alimento à fêmea e, depois de formado, o casal não mais se separa. Os tucanos pertencem ao gênero Ramphastos que compreende 41 espécies diferentes. É através do bico que se diferenciam o macho e a fêmea: o do macho é menor e curvo com a parte superior terminando de modo menos brusco. É também mais estreito e mais comprido (fotos Jorge Macêdo) 41 42 43 FAUNA Na bacia do Rio Branco encontramos uma grande fartura de peixes, alimento de toda a população ribeirinha. Entre os principais peixes estão o pacu, tucunaré, surubim, matrinxã, pirararas, tambaqui, acara, mandi, cachorra, piranha, traíra, piraíbas, aruanã e muitas outras espécies. Nas Florestas tropicais amazônicas encontramos animais como onça, anta, caititu, jacaré, gato maracajá, lontra, veado, macacos e uma variedade enorme de cobras. (fotos Jorge Macêdo) 42 44 As principais características do ribeirinho são a paciência e contemplação. Isso resulta na observação da natureza, fonte de inspiração de seu artesanato, principalmente nos cestos ou urutus, tupes, peneiras e o paneiro. A técnica é indígena e os trançados representam escamas (pirera em língua geral, mistura entre a língua cabocla e indígena) como a do peixe (piramiri pirera), pirarucu (pirarucu pirera) e pele de jacaré (jacaré putia). A cestaria é confeccionada principalmente em arumã e recebe tingimentos naturais de urucum, lacre e fuligem; a resina do cumati serve como fixador. (fotos Lars Diederichsen) CESTARIA RIBEIRINHA 43 45 Anéis, brincos, colares, pulseiras...são coleções feitas a partir dos produtos da floresta, elaborados inicialmente somente a mão, hoje com a ajuda de algumas ferramentas, por habilidosos artesãos do Baixo Rio Branco, que expressam na sua arte os ícones da região. É nesse pedaço pobre da selva amazônica de pouco mais de 40 mil quilômetros quadrados que os ribeirinhos estão descobrindo no artesanato uma forma sustentável de geração de renda. (fotos Lars Diederichsen) JÓIAS DA FLORESTA 44 01 02 Região: Boa Vista Ícone: Forte São Joaquim vista superior Região: Boa Vista Ícone: Traçado urbano de Boa Vista vista superior em forma de leque 46 03 04 Região: Boa Vista Ícone: Parque Anauá vista superior da praça de quiosques Região: Boa Vista Ícone: Monumento ao Garimpeiro situado na Praça do Centro Cívico 47 05 06 Região: Boa Vista Ícone: Prelazia detalhe ornamento da fachada Região: Boa Vista Ícone: Prelazia detalhe ornamento da porta 48 08 07 Região: Boa Vista Ícone: Igreja São Sebastião detalhe ornamento da porta Região: Boa Vista Ícone: Igreja SãoSebastião detalhe ornamento da janela 49 09 10 Região: Boa Vista Ícone: Antiga Residência do Coronel Bento Brasil detalhe ornamento da fachada Região: Boa Vista Ícone: Antiga Residência do Coronel Bento Brasil detalhe ornamento da fachada 50 11 12 Região: Boa Vista Ícone: Réplica da Casa da Intendência detalhe ornamento da porta Região: Boa Vista Ícone: Beiral perfil arquitetônico 51 13 14 Região: Savana Ícone: Monte Roraima perfil Região: Savana Ícone: Flora 52 15 16 Região: Savana Ícone: Buritizal Região: Savana Ícone: Orquídea 53 17 18 Região: Savana Ícone: Muriru Região: Savana Ícone: Bromélia vista superior 54 19 20 Região: Savana Ícone: Tamanduá Região: Savana Ícone: Cavalos Lavradeiros 55 21 22 Região: Savana Ícone: Sela desenhos e formas inspirados na flora da savana Região: Savana Ícone: Sela desenhos e formas inspirados na flora da savana 56 23 24 Região: Savana Ícone: Ferro de marcar gado iniciais ou a simbologia escolhida pelo fazendeiro Região: Savana Ícone: Ferro de marcar gado iniciais ou a simbologia escolhida pelo fazendeiro 57 25 26 Região: Savana Ícone: Arqueologia Região: Savana Ícone: Arqueologia 58 27 28 Região: Savana Ícone: Arqueologia Região: Savana Ícone: Arqueologia 59 29 30 Região: Savana Ícone: Arqueologia Região: Floresta Ícone: Espelho d`água 60 31 32 Região: Floresta Ícone: Embarcações vista lateral Região: Floresta Ícone: Embarcações vista superior 61 33 34 Região: Floresta Ícone: Arquitetura detalhe ornamento do beiral Região: Floresta Ícone: Açaí 62 35 36 Região: Floresta Ícone: Banana Região: Floresta Ícone: Mangará 63 37 38 Região: Floresta Ícone: Helicônia Região: Floresta Ícone: Tartaruga 64 39 40 Região: Floresta Ícone: Borboleta Região: Floresta Ícone: Borboleta detalhe desenho da asa 65 41 42 Região: Floresta Ícone: Tucano Região: Floresta Ícone: Cobra detalhe desenho da pele 66 43 44 Região: Floresta Ícone: Onça detalhe desenho da pele Região: Floresta Ícone: Cestaria Ribeirinha 67 45 Região: Floresta Ícone: Jóias da Floresta representação de uma flor 68 - Artesanato Indígena de Roraima, PAR – Programa do Artesanato de Roraima - BARBOSA, Reinaldo Imbrozio, Efrem Jorge Gondim Ferreira, Eloy Guillermo Castellón. Homem, ambiente e ecologia no estado de Roraima, INPA, Manaus, 1997 - BRASIL, Amazonas. Berço Histórico de Boa Vista, 1996 - BRASIL, Amazonas. Potencial Turístico do Estado de Roraima - BRASIL, Amazonas. Roraima, ligeiras anotações sobre a história política e econômica a partir do século XVII. - BRASIL, Cecy Lya. Histórias, Lendas e Mitos, Boa Vista RR, SEBRAE, 1996 - CHEVALIER, Jean.Gheerbrant, Alain. Dicionário dos Símbolos, J.Olimpio, RJ, 1988 - FREITAS, Aimbere. Geografia e História de Roraima, Boa Vista, DL, 2000 - Isto É, edição 1788, artigo “Jóias da Floresta” - Mestres de Ofícios de Minas Gerais. Resgate cultural do artesanato mineiro, BH, SEBRAE, 2003 - Revista do Cepa, FISC-APESC, Vol. 13 No. 16, 1986 - ROMANO, Olavo. Mestres Minas Ofícios Gerais. Resgate cultural do artesanato mineiro, Araxás BH, SEBRAE, 2001 - SILVA, João Batista da. Orquídeas Nativas da Amazônia Brasileira, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998 - STEVENSON, Roland. 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