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Fonoaudiologia Preventiva e Geriatria

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Prévia do material em texto

Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
FONOAUDIOLOGIA 
PREVENTIVA E GERIATRIA
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
N244f Nascimento, Ana Paula Taborda do
 Fonoaudiologia preventiva e geriatria / Ana Paula Taborda do
 Nascimento. Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 73 p.: il. Color.
 
 1. Fonoaudiologia. 2. Geriatria. 3. Idosos – Cuidado e
 tratamento. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de
 Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 616.855 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
• Bacharel em Fonoaudiologia (Unicesumar);
• Pós-graduação em Fonoaudiologia Hospitalar (ISEPE);
• Pós-graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental (FAMEESP);
• Pós-graduação em Intervenção ABA aplicada ao Transtorno do Espectro Autista 
(TEA) (FAMEESP);
• Curso PROMPT: Introdução à Técnica (The PROMPT Institute);
• Curso Multigestos Fala (MultiGestos Cursos);
• Curso DTTC – Dynamic Temporal and Tactile Cueing (Borges e Caetano Cursos);
• Especialista em desenvolvimento de fala e linguagem;
• Fonoaudióloga Clínica.
Trabalhou como Fonoaudióloga Home Care na área da fonoaudiologia Hospitalar 
entre 2019 a 2022.
AUTOR
4
Olá, caro(a) aluno(a)! 
É com grande satisfação que damos as boas-vindas a você nesta jornada de 
aprendizado. Esta apostila foi cuidadosamente elaborada para guiá-lo(a) por um percurso 
enriquecedor de conhecimento e descobertas. Nossa missão é fornecer as ferramentas 
necessárias para que você não apenas absorva informações, mas também compreenda e 
aplique conceitos de maneira prática em seu cotidiano.
Como está estruturada a nossa jornada?
• Na unidade I, vamos conhecer sobre “Fonoaudiologia preventiva: área de co-
nhecimento”, sendo uma breve contextualização do percurso da fonoaudiologia 
preventiva, conceito e atuação da ciência fonoaudiológica e preventiva.
• Já na unidade II, você irá saber mais sobre “Conceitos e teorias de base da 
fonoaudiologia, envelhecimento e qualidade de vida”.
• Na sequência, na unidade III falaremos a respeito da “Relação entre Fonoau-
diologia, envelhecimento e qualidade de vida”. Identificação das alterações 
estruturais, orgânicas e funcionais da deglutição e comunicação bem como os 
processos neurológicos degenerativos e do envelhecimento. 
• Em nossa unidade IV, vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina com a 
“Avaliação e Reabilitação Fonoaudiológica dentro do contexto Gerontológico, 
prevenção da saúde e Reabilitação do idoso. 
Sem mais delongas, desejamos a você uma experiência de aprendizado estimulan-
te e gratificante. Vamos começar esta jornada juntos!
 Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
5
UNIDADE 4
Prevenção da Saúde e Reabilitação do 
Idoso
Avaliação e Reabilitação Fonoaudiológica 
Dentro do Contexto Gerontológico
UNIDADE 3
Conceitos e Teorias de Base da 
Fonoaudiologia Preventiva e Geriatria
UNIDADE 2
Fonoaudiologia Preventiva e Geriatria
UNIDADE 1
SUMÁRIO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
Plano de Estudos
• Fundamentos da Fonoaudiologia Preventiva;
• Intervenção Preventiva e Promoção à saúde.
Objetivos da Aprendizagem
• Breve contextualização do percurso da fonoaudiologia preventiva; 
• Conceito, campo de atuação da ciência fonoaudiológica e 
preventiva;
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
FONOAUDIOLOGIA FONOAUDIOLOGIA 
PREVENTIVA E PREVENTIVA E 
GERIATRIAGERIATRIA1UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
7FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo (a) a nossa primeira unidade da disciplina de Fo-
noaudiologia Preventiva e Geriatria. Acredito que, assim como eu, você deve estar com 
muitas expectativas para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar 
confortável e se acomode, porque vamos realizar uma introdução da Fonoaudiologia pre-
ventiva e geriatria.
A Fonoaudiologia Preventiva aborda a importância da prevenção em Fonoaudiolo-
gia, destacando a necessidade de intervir e agir de forma antecipada para evitar ou reduzir 
alterações em indivíduos, grupos, comunidades ou ambientes. O texto destaca três níveis 
de prevenção fonoaudiológica: primária, secundária e terciária, cada uma com seu foco 
específico, desde a promoção da saúde até a reabilitação de problemas fonoaudiológicos. 
Além disso, o texto discute a evolução da Fonoaudiologiano contexto das ciências 
da saúde e como a promoção da saúde é um elemento essencial na prevenção de patolo-
gias da comunicação. Destaca a importância de entender os fatores ambientais e pessoais 
que influenciam a saúde fonoaudiológica, como nutrição, moradia, trabalho, educação e 
acesso ao sistema de saúde. O objetivo central é promover uma imagem positiva de si 
mesmo como comunicador eficaz.
A introdução também faz referência à relevância da promoção da saúde como um 
compromisso fundamental das ciências da saúde e destaca a necessidade de avançar na 
prevenção e promoção da saúde em Fonoaudiologia, reconhecendo a influência dos fatores 
ambientais e pessoais na saúde da comunicação. Portanto, o texto enfatiza a importância 
de uma abordagem interdisciplinar e flexível para alcançar o bem-estar da população.
Está preparado?! Então vem comigo!
Bons estudos!
FONOAUDIOLOGIA 
PREVENTIVA1
TÓPICO
8FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Intervir, prevenir, agir voluntariamente e de forma antecipada implica tomar medidas 
antes do tempo, antecipando ações para evitar ou reduzir alterações em indivíduos, grupos, 
comunidades ou ambientes. Isso pode ser aplicado tanto em uma perspectiva mais restrita 
quanto ampla. A figura 1 nos indica atos de prevenção. 
FIGURA 1- ATO DE PREVENÇÃO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/
Prevenir envolve antecipar, chegar antes, evitar, prever e se preparar para possí-
veis desafios. Não podemos ficar inertes em nossas rotinas preestabelecidas, ignorando as 
9FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
transformações e inovações que ocorrem ao longo do tempo. É fundamental unir esforços 
preventivos para alcançar, no futuro, uma população mais saudável, progressista e feliz. 
Existem três níveis de prevenção a serem considerados: 
 Prevenção Primária: Envolve a promoção da saúde e a proteção específica, 
visando evitar que problemas ocorram em primeiro lugar. 
Prevenção Secundária: Inclui o diagnóstico precoce, pronto atendimento e a limi-
tação do agravamento de problemas já existentes. 
 Prevenção Terciária: Concentra-se na redução e reabilitação de problemas fo-
noaudiológicos, como a fonoterapia. 
O diagnóstico precoce é crucial, pois permite identificar problemas de comunicação 
com base em seus sintomas, o que abre caminho para intervenções precoces. A inter-
venção pode incluir o uso de dispositivos, como óculos, próteses auditivas ou aparelhos 
ortodônticos, fonoterapia (reabilitação fonoaudiológica), orientação a pais, responsáveis, 
professores e outros cuidadores, bem como procedimentos adicionais necessários em 
casos específicos. 
Em relação aos estágios da vida, podemos considerar três fundamentais: 
Ser: Após a concepção, o embrião é uma nova vida em formação, pronta para se 
tornar um ser que existe. Representada na figura 2.
FIGURA 2- SER
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/
Ter: O indivíduo nasce, cresce e, ao chegar à idade adulta, esforça-se para possuir, 
sustentar, alcançar e conquistar tanto bens pessoais quanto materiais. Representada na figura 3.
https://www.pexels.com/
10FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
FIGURA 3- TER
Fonte: PIXABAY. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/realizacao-conquista-celebrar-
comemorar-267885/
Estar: Na velhice, é essencial alcançar o estágio de “estar”, onde o foco se volta 
para viver harmoniosamente, interagir com familiares e o ambiente, cultivando sentimentos, 
emoções e experiências de vida, transmitindo calor humano, amor, carinho e amizade para 
aqueles ao redor, deixando de lado a busca incessante por bens materiais. É um estágio 
em que a espiritualidade e as relações interpessoais se tornam mais significativas do que a 
acumulação de bens materiais. Representada na figura 4.
“A vida é uma longa caminhada, na qual, além dos sonhos, dos prazeres, dos 
direitos, dos deveres, há muitas situações difíceis de serem vencidas, quer 
de saúde ou financeiras, quer emocionais ou sociais...Precisamos saber viver 
a vida, desenvolvendo o caráter, e personalidade; e que não tenhamos uma 
visão imediatista e parcial, pois tudo passa nesta vida, tudo é muito fugaz, 
nosso corpo é muito frágil” (CANONGIA, 2000).
FIGURA 4- ESTAR 
Fonte: PIXABAY. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/realizacao-conquista-celebrar-comemorar-267885/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/realizacao-conquista-celebrar-comemorar-267885/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/realizacao-conquista-celebrar-comemorar-267885/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/realizacao-conquista-celebrar-comemorar-267885/
11FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Ao longo da história da humanidade, como observado por Rosen em 1994, os 
maiores desafios de saúde enfrentados pelas pessoas estavam ligados à natureza de suas 
comunidades. Isso incluiu o controle de doenças transmissíveis, melhorias no saneamento, 
fornecimento de água e comida limpas em quantidades adequadas, assistência médica e 
alívio da incapacidade e do desamparo. A ênfase dada a cada um desses problemas variou 
ao longo do tempo, e a interconexão entre eles deu origem à saúde pública da maneira que 
a conhecemos atualmente.
A preocupação central da terapia fonoaudiológica é o paciente, como alguém 
existindo no mundo, que não pode apenas ser categorizado em quadro clíni-
cos, mas que precisa ser compreendido para que possa, não por meio de téc-
nicas preestabelecidas, mas na intersubjetividade, encontrar-se e, encontran-
do-se, movimentar-se-no-mundo-com-os- outros de maneira mais própria, e 
poder falar o que reflete; é poder dizer o seu discurso. (CAPPELLETTI, 1985).
Após as duas grandes guerras mundiais, vários países se uniram para criar a Or-
ganização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de avaliar e discutir coletivamente 
seus desafios sociais, visando alcançar a paz mundial. Em 1948, a Organização Mundial da 
Saúde (OMS) foi estabelecida para facilitar um diálogo contínuo entre os países, com foco 
na promoção, recuperação e proteção da saúde. Nesse mesmo ano, a Declaração Univer-
sal dos Direitos Humanos foi aprovada pela ONU e assinada por diversos países, incluindo 
o Brasil. Isso oficializou a saúde como parte dos Direitos Humanos, representando uma 
importante conquista simbólica, já que anteriormente a saúde estava sob responsabilidade 
dos governos ou instituições religiosas e de caridade. 
No entanto, apesar dos avanços nas discussões globais sobre estratégias de cui-
dado, promoção e recuperação da saúde, a história das políticas de saúde no Brasil indica 
que as ações de saúde estavam quase exclusivamente focadas na intervenção terapêutica. 
Durante muitos anos, houve tentativas de criar estruturas administrativas e gerenciais para 
lidar com a disponibilidade de serviços de saúde para a população. 
A partir da década de 1980, sob a influência do paradigma social, surgiu um novo 
modelo médico-sanitário que via a saúde como um direito do cidadão e um processo di-
nâmico envolvendo o indivíduo em suas dimensões biológicas, psicológicas e sociais. Isso 
levou à distinção entre os diferentes níveis de atenção à saúde. 
 Atualmente, há um foco prioritário nos aspectos relacionados ao atendimento 
primário à saúde no planejamento das ações de saúde, incluindo intervenções terapêuti-
cas direcionadas a necessidades específicas de saúde, promoção da qualidade de vida e 
prevenção de riscos à saúde. Isso representa uma mudança significativa na discussão de 
saúde no Brasil, com um forte enfoque na prevenção e promoção da saúde pública. 
12FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Conforme Foucault (1993) observou, esses conceitos têm especificidades relacio-
nadas aos diferentes momentos históricos de reformas na saúde, em diferentes formações 
socioeconômicas. Aqui estão algumas definições-chave:
Saúde Pública: Refere-se às ações políticas ou governamentais, como programas, 
serviços e instituições,voltadas para atender às necessidades sociais de saúde. Esse ter-
mo abrange diversas conotações, incluindo o setor governamental e serviços direcionados 
para a dimensão coletiva, grupos específicos ou problemas de saúde comuns. 
Saúde Coletiva: Considera a diversidade e especificidade dos grupos populacio-
nais e indivíduos, reconhecendo suas maneiras únicas de adoecer e representar o processo 
de adoecimento. Essa abordagem está relacionada à medicina social e ao movimento pre-
ventivista, que se afastam das instituições governamentais, tradicionalmente responsáveis 
pela saúde pública. 
Medicina Social/Preventiva/Comunitária: Essas áreas acadêmicas se concen-
tram em entender o adoecimento para além de sua dimensão biológica, abordando os 
determinantes sociais, políticos, econômicos e ideológicos da saúde. 
Essas perspectivas têm um grande impacto na intervenção coletiva em saúde, 
buscando a promoção do bem-estar da população por meio de ações e medidas que pre-
vinam, reduzam ou minimizem os problemas de saúde, garantindo as condições para a 
manutenção da vida humana.
O compromisso essencial da ciência está em melhorar a qualidade de vida das 
pessoas e de seu ambiente. Esse compromisso é particularmente relevante nas ciências 
da saúde, onde a prevenção desempenha um papel fundamental. Ao direcionar esforços 
para quantificar e qualificar medidas e serviços preventivos, podemos reduzir a exposição 
das pessoas a doenças e fortalecer sua capacidade de resistir a elas. O objetivo central é 
eliminar ou, pelo menos, reduzir tanto em quantidade quanto em qualidade a ocorrência de 
doenças, um objetivo valorizado por muitos pesquisadores nesse campo. 
A fonoaudiologia, como uma disciplina das ciências da saúde, compartilha desse ob-
jetivo. No entanto, essa busca tem sido influenciada por ideologias e valores de outras áreas 
do conhecimento, como Medicina, Psicologia e Odontologia, e ainda não alcançou completa 
autonomia. O caminho para alcançar a promoção da saúde e prevenir ou interromper o desen-
volvimento de patologias da comunicação começa com a disponibilidade de dados científicos 
qualitativos e quantitativos nacionais e regionais sobre a história natural dessas doenças. 
Uma mudança de perspectiva é necessária para reconhecer a importância da 
comunicação humana não apenas como algo útil, mas como um elemento funcional crítico 
e determinante para o bem-estar geral, desenvolvimento pessoal e a sociedade como um 
todo. Essa transformação envolve a expansão do escopo da fonoaudiologia, que não deve 
13FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
se limitar a aconselhamentos, diagnósticos e tratamentos, mas sim envolver a produção e 
aplicação de novos conhecimentos para aprimorar as especialidades e valorizar o papel do 
fonoaudiólogo generalista. 
No entanto, muitos fonoaudiólogos não recebem formação adequada em prevenção. 
Os currículos de graduação muitas vezes não valorizam adequadamente as ações preven-
tivas, resultando em ementas desatualizadas e inflexíveis que dificultam a integração entre 
teoria e prática. Teoria e prática devem ser indissociáveis em uma abordagem dialética. 
A fonoaudiologia foi construída com base em construtos teóricos de outras discipli-
nas, especialmente a medicina preventiva, o que limitou seu desenvolvimento autônomo. 
Para avançar, a fonoaudiologia precisa abraçar a promoção da saúde como um componente 
essencial da prevenção, independentemente da área científica que a estude. Isso envolve 
ações políticas, econômicas, culturais e ecológicas que promovem o desenvolvimento 
econômico e a justiça social, eliminando a pobreza, a fome e a miséria. 
É comum que profissionais de saúde se sintam incapazes de atuar nesse nível, 
uma vez que mudar as condições sociais, econômicas, culturais e ecológicas desfavoráveis 
pode parecer além de seu alcance. No entanto, é fundamental que reconheçamos que 
essa é uma parte crucial da promoção da saúde, e não devemos nos limitar ao papel de 
modificadores das condições individuais inadequadas. 
A promoção da saúde é um processo dinâmico que envolve melhorar a qualidade 
de vida para todos os cidadãos. Quanto aos níveis de prevenção fonoaudiológica, há uma 
interação constante e dinâmica entre as fases e níveis preventivos, bem como entre as 
ações preventivas fonoaudiológicas e a promoção da saúde em geral. Isso exige uma abor-
dagem flexível e interdisciplinar para alcançar o bem-estar da população. Figura 5) 
FIGURA 5 - PROMOÇÃO DA SAÚDE GERAL
Fonte: Andrade 1996.
PROMOÇÃO DA SAÚDE 
FONOAUDIOLÓGICA2
TÓPICO
14FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Um programa de promoção da saúde fonoaudiológica pode ser dividido de ma-
neira didática em duas áreas: atenção aos fatores ambientais, como a realidade social, 
econômica, cultural, política e ecológica, e atenção aos fatores pessoais, que englobam 
características físicas, psicológicas, espirituais e sociais próximas. 
Muitas vezes, os fonoaudiólogos não estão plenamente conscientes da influência 
dos fatores ambientais sobre os problemas de comunicação. Por exemplo, o controle da 
poluição do ar pode prevenir distúrbios vocais relacionados a condições das vias superiores. 
Da mesma forma, a regulação de substâncias como radiações e asbestos pode 
ajudar a prevenir distúrbios de linguagem causados por exposição a agentes tóxicos. Além 
disso, o controle do ruído ambiental desempenha um papel fundamental na prevenção de 
problemas auditivos que afetam significativamente a população.
Essa influência pode ser observada em várias áreas da vida, afetando a saúde 
fonoaudiológica de diferentes maneiras. Alguns exemplos incluem: 
Aspectos Nutricionais: Isso se relaciona a problemas de saúde decorrentes de má 
nutrição, baixo peso, e deficiências cognitivas relacionadas à alimentação inadequada. 
Moradia: As condições de habitação podem favorecer infecções e acidentes que 
afetam a saúde da comunicação. 
Transporte: O tempo gasto em deslocamentos pode prejudicar o envolvimento da 
família na vida de pessoas com distúrbios de comunicação. 
Trabalho: Ambientes de trabalho insalubres podem impactar a voz e a audição, 
afetando a saúde fonoaudiológica. 
15FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Lazer: Fatores como o estresse e a falta de oportunidades para atividades físicas 
e convívio familiar podem influenciar a saúde da comunicação. 
Segurança: A garantia de direitos e uma remuneração justa, especialmente para 
aposentados, é essencial para manter um bom padrão de vida e, por consequência, a 
saúde fonoaudiológica. 
Educação: A educação desempenha um papel fundamental na promoção da saú-
de, na ascensão social e na prevenção de problemas de comunicação. 
Acesso ao Sistema de Saúde: Um sistema de saúde eficiente, baseado em evi-
dências científicas sólidas, é crucial para a promoção da saúde fonoaudiológica, garantindo 
atendimento de qualidade. 
Todos esses fatores têm um impacto direto na qualidade de vida e, por sua vez, 
influenciam a saúde geral, incluindo a saúde da fala e da audição.
É importante destacar que muitas atividades que podem não ser consideradas pro-
motoras de saúde geral em outras áreas da medicina desempenham um papel fundamental 
na promoção da saúde fonoaudiológica. A saúde da fala e da audição está intimamente 
ligada a diversos fatores, incluindo: 
• Aconselhamento genético; 
• Imunizações; 
• Exames clínicos abrangentes e específicos, que incluem avaliações otorrinola-
ringológicas, neurológicas e musculoesqueléticas adequadas; 
• Condições orais gerais, como cáries, inflamações nas gengivas e problemas 
dentários;
• Saúde mental, abrangendo equilíbrio emocional, desenvolvimento da persona-
lidade e bem-estar psicológico. 
Em relação aos aspectos pessoais, a comunicação desempenha um papel crucial 
na vida das pessoas. A capacidade de se expressar e se comunicar eficazmente é funda-
mental para o ajuste pessoal, o sucesso na educação ena carreira. A promoção da saúde 
fonoaudiológica pessoal envolve uma série de atividades, como:
• cuidados pré-natais adequados; 
• uma dieta saudável, resistência a doenças físicas e mentais;
• apoio familiar sólido, um ambiente que estimule a livre expressão;
• além de amor e atenção às necessidades emocionais e específicas de cada 
indivíduo. 
16FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Todas essas condições são essenciais para que as pessoas desenvolvam e mante-
nham uma imagem positiva de si mesmas como comunicadores eficazes. (Figura 6).
Figura 6 – Promoção da saúde fonoaudiológica.
Fonte: Andrade 1996.
17FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Creio que muitos problemas podem ser prevenidos, evitando-se determinados distúrbios cardíacos, res-
piratórios, neurológicos, psiquiátricos, ortopédicos etc. que, por conseguinte, irão incapacitar o idoso, 
tornando-o dependente e muitas vezes incapaz de andar, falar, escrever, pensar, enfim, de comunicar-se.
Quando se encontra nessa circunstância, ele precisa de atendimento especializado de uma equipe inter e 
multidisciplinar e de cuidados dos familiares, muitas vezes, para poder locomover-se e para efetuar as mais 
simples atividades da vida diária.
É penoso observar um desses quadros, em que, geralmente, há alterações associadas e em que o problema 
envolve não só o paciente, mas os familiares e o contexto social.
Fonte: (CONONGIA, 2000, p. 47)
Devemos desenvolver bem o nosso espírito para que possamos ter uma sólida estrutura física e mental 
ante as adversidades que surgem. 
É preciso que gostemos de nós mesmos, que cuidemos do corpo, proporcionando alimentação saudável, 
higiene corporal e exercícios físicos regulares, de modo que este receba os nutrientes necessários a sua 
conservação.
Fonte: (CONONGIA, 2000, p. 54)
18FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado 
ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que os estudos sobre esses 
assuntos não acabam aqui, né?! Agora é o momento de procurar por mais informações, 
continuar suas pesquisas em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de 
enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto!
Sabendo que você vai continuar seus estudos depois de finalizar a leitura da nossa 
unidade, precisamos fechar nossas discussões, tendo a compreensão da prevenção da 
saúde fonoaudiológica é um campo crucial que visa não apenas tratar problemas de co-
municação, mas também prevenir esses problemas, melhorando a qualidade de vida das 
pessoas. Este texto destaca a importância da prevenção em fonoaudiologia, destacando 
três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária. Além disso, enfatiza a necessi-
dade de uma abordagem interdisciplinar e uma mudança de perspectiva na profissão para 
abraçar a promoção da saúde como um componente essencial da prevenção. 
A promoção da saúde fonoaudiológica não se limita apenas ao diagnóstico e trata-
mento, mas também aborda fatores ambientais e pessoais que influenciam a saúde da co-
municação. Isso inclui aspectos nutricionais, moradia, trabalho, lazer, segurança, educação 
e acesso ao sistema de saúde. A saúde da fala e da audição está intrinsecamente ligada a 
esses fatores, e melhorar a qualidade de vida nesses aspectos contribui para a promoção 
da saúde fonoaudiológica. 
Em resumo, a promoção da saúde fonoaudiológica é uma abordagem abrangente 
que busca não apenas tratar problemas de comunicação, mas também os prevenir, me-
lhorando a qualidade de vida das pessoas. Isso requer uma mudança de perspectiva na 
profissão e uma abordagem interdisciplinar para abordar fatores ambientais e pessoais que 
influenciam a saúde da comunicação. É fundamental reconhecer que a fonoaudiologia de-
sempenha um papel importante na promoção da saúde geral e no bem-estar das pessoas.
Até mais!!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
19FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
Artigo: Comunicação humana e saúde da criança: reflexão sobre promoção da 
saúde na infância e prevenção de distúrbios
Resenha: O texto em questão aborda a atuação fonoaudiológica na promoção 
e manutenção da saúde da criança, bem como a identificação precoce de distúrbios de 
linguagem, voz, fala e audição na infância. O estudo foi conduzido de forma transversal 
com 65 crianças matriculadas no ensino fundamental em escolas públicas, que não tinham 
histórico de avaliação ou tratamento fonoaudiológico, mas foram indicadas pelo núcleo de 
orientação pedagógica da escola devido a suspeitas de distúrbios fonoaudiológicos.
Fonte: GOULART, B. Human communication and children health promotion – 
reflect on the actions of health promotion in childhood and prevention of communication 
disorders, p. 691-695, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcefac/a/Tnwg9yvBQBt-
ghH4GR3krSPS/?format=pdf&lang=en. Acesso em 05 nov.2023.
LEITURA COMPLEMENTAR
https://www.scielo.br/j/rcefac/a/Tnwg9yvBQBtghH4GR3krSPS/?format=pdf&lang=en
https://www.scielo.br/j/rcefac/a/Tnwg9yvBQBtghH4GR3krSPS/?format=pdf&lang=en
MATERIAL COMPLEMENTAR
20FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 1
FILME/VÍDEO
• Título: Fonoaudiologia preventiva AVC
• Ano: 2012
• Sinopse: O vídeo nos traz algumas informações referente a 
prevenção do AVC, o que pode causar e sinais. 
LIVRO
• Título: Fonoaudiologia Preventiva
• Autor(a): Claudia Regina Furquim de Andrade 
• Editora: Lovise
• Sinopse: Fonoaudiologia preventiva é uma subárea da fonoaudio-
logia que se concentra na prevenção de distúrbios da comunicação 
e da deglutição. Ela envolve a identificação de fatores de risco e a 
implementação de estratégias para evitar ou reduzir a ocorrência 
de problemas de comunicação, voz, linguagem e deglutição.
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Plano de Estudos
• Introdução à Fonoaudiologia Preventiva e Geriatria;
• Geriatria
• Abordagens preventivas na comunicação.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreensão dos Fundamentos da Fonoaudiologia preventiva; 
• Conhecimento dos aspectos específicos da geriatria.
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
CONCEITOS E CONCEITOS E 
TEORIAS DE BASE DA TEORIAS DE BASE DA 
FONOAUDIOLOGIA FONOAUDIOLOGIA 
PREVENTIVA E PREVENTIVA E 
GERIATRIAGERIATRIA
UNIDADEUNIDADE2
INTRODUÇÃO
22CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo (a) a nossa segunda unidade da disciplina. Fo-
noaudiologia Preventiva e Geriatria. Acredito que, assim como eu, você deve estar com 
muitas expectativas para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar 
confortável e se acomode, porque vamos realizar um estudo sobre conceitos e teorias de 
base da fonoaudiologia preventiva e geriatria.
A Fonoaudiologia Preventiva e a Geriatria são áreas interdisciplinares que de-
sempenham papéis cruciais na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida, 
especialmente para a população idosa. Enquanto a Fonoaudiologia Preventiva se concen-
tra na prevenção de distúrbios da comunicação e deglutição, a Geriatria visa cuidar das 
necessidades específicasdos idosos.
Está preparado?! Então vem comigo!
Bons estudos!
23CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
INTRODUÇÃO À 
FONOAUDIOLOGIA 
PREVENTIVA E GERIATRIA1
TÓPICO
Na busca pelo conhecimento, o primeiro passo é identificar e nomear as realidades 
que nos cercam. Essa atribuição de nomes utiliza palavras como elementos essenciais da 
linguagem para refletir a realidade sociolinguística e cultural de uma sociedade. As palavras, 
nesse contexto, são produtos e expressões de uma ideologia, representando uma visão de 
mundo e um conjunto de valores de diferentes culturas. 
Atualmente, a ciência e a tecnologia desempenham um papel fundamental na 
criação de novas palavras e, por conseguinte, na introdução de conceitos subjacentes. 
O surgimento de uma nova palavra indica evolução, conectando as mudanças no mundo 
exterior às transformações nos hábitos e comportamentos dos grupos sociais. 
A cultura, ao incorporar um novo vocabulário, sinaliza sua própria evolução. Inicial-
mente, compreender uma nova palavra é um processo delicado, sujeito a instabilidades e 
conflitos conceituais. No entanto, à medida que o conceito é assimilado e compreendido 
pelo uso repetido, a palavra passa a agregar informações, tornando-se um elemento trans-
formador da sociedade.
No contexto da fonoaudiologia, uma ciência em construção, o foco vai além do 
desenvolvimento tecnológico. Busca-se também expandir o conteúdo formal, mantendo 
uma consciência da responsabilidade social e política. A fonoaudiologia visa conhecer o ser 
humano e melhorar suas condições de vida.
No percurso desse desenvolvimento, destaca-se a importância de estabelecer um 
discurso próprio, capaz de interagir com outras áreas do conhecimento. É essencial possuir 
24CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
um discurso que facilite a comunicação entre os profissionais e entre estes e a comunidade, 
permitindo a ampliação e aprofundamento do conhecimento em seu campo de estudo. 
O conhecimento fonoaudiológico estrutura-se pela articulação dos discursos 
científicos e tecnológicos, complementando-se mutuamente. A relação entre ambos é de 
articulação, onde o conhecimento científico alimenta o tecnológico, e este valida o saber 
científico, estabelecendo uma dinâmica mantida por uma tensão dialética que assegura o 
desenvolvimento harmonioso e produtivo de ambos. 
Uma maneira de compreender a visão de mundo de uma comunidade é através 
da pesquisa sobre o significado dos conceitos importantes para esse grupo. Esse conhe-
cimento possibilita uma comunicação mais precisa, objetiva e operacional entre os profis-
sionais, sendo crucial para a sistematização dos conhecimentos e o subsequente avanço 
das ciências.
É importante construir uma visão mais precisa da realidade, onde os profissionais 
não permaneçam isolados numa terminologia fechada, de domínio de poucos iniciados, 
esquecendo-se que a efetividade máxima da comunicação se dá quando é atingido um 
ponto comum de compreensão entre os interlocutores.
No caso dos fonoaudiólogos, de forma ampla, a questão terminológica tem sido 
pouco explorada. Para a autora, essa terminologia obscura tem levado a dificuldades tento 
para identificação quanto para procedimentos na atividade profissional, já que frequen-
temente o profissional tem acesso a seu cliente por meio de informações recebidas de 
parentes, professores, médicos, psicólogos e etc., podendo ser difícil o consenso sobre a 
problemática do indivíduo (LAHEY, 1990).
O não-estabelecimento de uma terminologia adequada tem dificultado a possibili-
dade de uma visão mais integrativa e holística dos conceitos fonoaudiológicos. Entretanto, 
para qualquer encaminhamento nesta direção, há necessidade de um estudo da própria 
comunicação técnico-científico corrente entre os fonoaudiólogos, requerendo pesquisas 
linguísticas, psicolinguísticas e sociolinguísticas de seus discursos peculiares. Um ponto de 
partida básico é o estudo do significado de campos determinados por um léxico específico 
e de sua intersecção com outras áreas do conhecimento.
No caso da fonoaudiologia, a área da prevenção, só recentemente tem sido incluída 
como campo de estudo. O fazer fonoaudiológico, ainda tem sido caracterizado como pre-
dominantemente técnico, sendo que os poucos e limitados programas desenvolvidos junto 
a população são parciais, não-sequenciais, atemporais e frequentemente caracterizados 
como treinamentos. Frente ao sistema de saúde nacional, tais esforços são vistos como de 
relativa importância, mas não críticos ou essenciais.
25CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
Mesmo o paciente fonoaudiológico vê seu terapeuta como um especialista fracas-
sado, que trata de problemas específicos, com uma visão predominantemente técnica, 
utilizando instrumentos e procedimentos primários e artesanais. Para eles, suas patologias 
são vistas como dificuldades que podem trazer implicações para a personalidade, trabalho, 
relacionamento pessoal e integração à sociedade. As próprias patologias são definidas 
como automatismos, falhas de recurso natural e vícios, que podem ser corrigidos com 
exercícios ou técnicas específicas. 
Sobre o fazer profissional alguns fonoaudiólogos situam-se como técnicos, outros 
como se a fonoaudiologia fosse uma arte, outros com especialistas de uma área da saúde e 
alguns como educadores. O discurso oficial é de um profissional que desenvolve atividades 
técnico-paramédicas.
Essa realidade remete a uma urgência no repensar da identidade profissional, o 
que reverteria em melhores níveis de assistência a população, de qualidade do ensino 
para a formação do fonoaudiólogo e de expansão do conhecimento dos modelos teóricos e 
práticos, incentivado pelo aprimoramento através da pós-graduação e de desenvolvimento 
de pesquisas identificadas com as nossas necessidades. 
É crucial desenvolver uma compreensão mais precisa da realidade, evitando que 
os profissionais se isolem em uma terminologia restrita, compreendida apenas por alguns 
iniciados. A eficácia da comunicação, de acordo com a autora, atinge seu ponto máximo 
quando há um entendimento comum entre os interlocutores. 
No contexto da fonoaudiologia, a questão terminológica tem sido pouco explorada 
de maneira abrangente. A autora destaca que a obscuridade dessa terminologia contribui 
para dificuldades na identificação e nos procedimentos profissionais. Muitas vezes, os fo-
noaudiólogos obtêm informações sobre seus clientes por meio de familiares, professores, 
médicos, psicólogos, etc., o que pode dificultar o consenso sobre as questões enfrentadas 
pelos indivíduos (LAHEY, 1990). 
A ausência de uma terminologia adequada tem impedido uma visão mais integrativa 
e holística dos conceitos fonoaudiológicos. Contudo, para avançar nessa direção, é neces-
sário estudar a comunicação técnico-científica atual entre os fonoaudiólogos, envolvendo 
pesquisas linguísticas, psicolinguísticas e sociolinguísticas em relação aos seus discursos 
específicos. Um ponto de partida essencial é o estudo do significado de termos específicos 
e sua interseção com outras áreas do conhecimento. 
No campo da fonoaudiologia, a área da prevenção foi incluída como objeto de estu-
do apenas recentemente. A prática fonoaudiológica ainda é predominantemente percebida 
como técnica, com programas limitados e parciais desenvolvidos para a população. Esses 
26CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
programas são frequentemente descritos como não-sequenciais, atemporais e caracteriza-
dos mais como treinamentos do que intervenções estruturadas. 
Mesmo os pacientes fonoaudiológicos veem seus terapeutas como especialistas 
que abordam problemas específicos com uma visão predominantemente técnica, utilizando 
instrumentos e procedimentos básicos e artesanais. Suas condiçõessão muitas vezes 
vistas como desafios que podem impactar a personalidade, trabalho, relacionamentos 
pessoais e integração à sociedade. 
As patologias são concebidas como automatismos, falhas naturais e vícios, que 
podem ser corrigidos com exercícios ou técnicas específicas. Alguns fonoaudiólogos se 
veem como técnicos, outros como artistas, outros como especialistas em saúde e alguns 
como educadores. O discurso oficial destaca um profissional que realiza atividades técni-
cas-paramédicas. 
Essa realidade destaca a urgência de repensar a identidade profissional, o que 
resultaria em melhores níveis de assistência à população, qualidade no ensino da formação 
do fonoaudiólogo e expansão do conhecimento de modelos teóricos e práticos. Isso poderia 
ser incentivado por meio do aprimoramento da pós-graduação e do desenvolvimento de 
pesquisas alinhadas com as necessidades da área.
O caminho para a implementação de modelos preventivos em fonoaudiologia co-
meça com a compreensão do conceito de prevenção de forma geral, suas características 
e principais atributos, independentemente da área específica de saúde, como medicina, 
odontologia, fonoaudiologia, etc. A “filosofia preventiva” como um valor ético-moral pode ser 
rastreada até papiros egípcios, com referências à sua validade e algumas ações menciona-
das nos escritos de Hipócrates e Galeno, bem como nos estudos de Paracelso. 
Até o final do século XIX, pouco progresso foi feito em termos de conhecimento e 
aplicação de medidas específicas. Com a Revolução Industrial, que resultou no êxodo rural 
e na superpopulação dos centros urbanos, as condições de vida e saúde das comunidades 
tornaram-se sérios problemas sociais devido à falta de infraestrutura básica, água, sanea-
mento e habitação adequados. Esses problemas, de natureza ampla e fora do âmbito indivi-
dual, levaram à intervenção do Estado nos problemas de saúde das comunidades humanas. 
A partir desse ponto, começou a ser reconhecida a inter-relação entre problemas 
médicos e estrutura social, embora de forma inicial e restrita, com foco no controle de 
doenças transmissíveis. Com as profundas mudanças sociais após a Segunda Guerra 
Mundial, tornou-se mais evidente a necessidade de disponibilizar avanços científicos e 
tecnológicos, especialmente na medicina e na saúde pública, para a população, através de 
ações preventivas e curativas.
27CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
Nessa realidade, surgiu a necessidade de uma formação profissional que visse 
o paciente inserido em seu contexto social, compreendendo que o processo patológico 
depende da compreensão da fisiologia integral do organismo, associada às características 
de personalidade e ambiente. Essa abordagem integral permitiu a aplicação de medidas 
de promoção de saúde, proteção contra doenças, práticas de diagnóstico precoce e pronto 
atendimento, com o objetivo de evitar sequelas incapacitantes e buscar a maior recupera-
ção funcional possível. 
A prevenção, como disciplina curricular, teve origem na escola médica americana e 
rapidamente se disseminou para outros países, buscando, entre outras coisas, superar a frag-
mentação do conhecimento médico, acentuada pela especialização e tecnologia complexa.
As funções do ensino da prevenção envolvem menos aspectos técnicos e mais fun-
damentos essenciais para analisar e compreender a realidade. Este ensino deve abranger 
condutas de quatro tipos: 
DIAGNÓSTICAS Utilizam técnicas e métodos para identificar desvios, suas causas, natureza e intensidade
TERAPÊUTICAS Envolvem intervenção no processo saúde/doença para recuperar, in-terromper ou atenuar os desvios
PREVENTIVAS Utilizam técnicas para interferir nas ocorrências que podem levar a desvios, evitando sua evolução
REABILITATIVAS
Consistem em ações para reintegrar indivíduos após desvios, incluin-
do readaptação de danos residuais funcionais ou estruturais, com o 
objetivo de restabelecer o máximo de saúde possível
Fonte: Adaptado de SILVA (1973).
A alteração na perspectiva dos profissionais da saúde, incluindo médicos e outros 
influenciados por essa mudança, trouxe significativos avanços para a saúde e a expectativa 
de vida ao longo deste século. Graças às medidas de saúde pública, como melhorias na 
qualidade e tratamento da água, alimentos, padrão de vida, nutrição, moradia e higiene, 
diversas doenças que costumavam ser fatais no início do século, como tuberculose, tifo, 
difteria, entre outras, praticamente desapareceram. 
Como resultado dessas melhorias, as pessoas estão menos expostas a essas 
doenças, e atualmente, as principais causas de morte estão relacionadas a doenças crôni-
co-degenerativas que afetam a meia-idade e a velhice, sendo evidente que essas também 
são passíveis de prevenção ou adiamento por muitos anos. 
 No entanto, Wang (1992) destaca uma ressalva importante: enquanto os efeitos 
benéficos da prevenção são amplamente reconhecidos, seus riscos e custos ainda não 
foram devidamente explorados. Há a necessidade de aprofundar pesquisas sobre a rela-
28CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
ção custo/benefício e determinar os tipos de recursos a serem alocados para aumentar a 
efetividade dos programas.
Além disso, a autora aponta para o potencial de produção de estigmas sociais pela 
prevenção, um aspecto que, segundo ela, tem sido negligenciado na literatura sobre a 
sociologia da promoção da saúde. Campanhas de prevenção, especialmente aquelas rela-
cionadas a injúrias e outras questões gerais, podem contribuir para a criação de estigmas 
em pessoas que já possuem características rotuladas como “previsíveis” (WANG, 1992). 
Nessa perspectiva, Eakin e Lean (1992) também ressaltam a importância de 
cuidados específicos ao abordar a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Eles 
observam que os pesquisadores na área de promoção da saúde tendem a recorrer predo-
minantemente a métodos qualitativos para avaliar modelos de vida e como esses padrões, 
se modificados, podem prevenir e reverter expectativas. 
A conclusão destaca a complexidade da relação multidisciplinar inerente às ações 
de promoção da saúde, ressaltando a falta de compreensão sobre como diferentes discipli-
nas podem ser efetivamente combinadas ou integradas (EAKIN; LEAN, 1992). 
O desenvolvimento efetivo da prevenção depende de uma formação profissional 
cuidadosa e adequada, embora a implementação dessa proposta enfrente desafios, como 
indicam os programas de educação em saúde nos EUA, que mostram mudanças lentas na 
visão dos profissionais da área (LITTLE; FINCHAM, 1992). 
Apesar do reconhecimento de que essas mudanças são gradualmente implemen-
tadas, alguns tópicos têm sido fundamentais nesse percurso. A noção de responsabilidade 
pessoal, a consciência da responsabilidade individual e a necessidade de modificar com-
portamentos para a manutenção da boa saúde são considerados aspectos cruciais. 
Outro ponto importante é a correlação entre baixa saúde e baixo status socioeconô-
mico, que tem sido amplamente referenciada e documentada, levando a ações que buscam 
modificar essa realidade (HEALTHY, 1990).
No ano 2000, foi estabelecida uma plataforma que utilizou dados estatísticos para 
servir como base na formulação de objetivos e diretrizes para modelos práticos de ações 
prioritárias. Essas ações foram organizadas em três categorias fundamentais: promoção da 
saúde, proteção à saúde e serviços preventivos. 
Tal abordagem delineia as condições específicas de risco, as condições de doenças 
e a promoção da saúde para todas as pessoas, considerando diversas variáveis grupais, 
como idade, gênero, relacionamentos familiares, identidades étnicas e raciais, nível de 
renda, educação e ocupação. 
A estruturação desse campo fonoaudiológico possibilita uma mudança abrangente, 
superando a barreira em que o profissional deixa de se perceber apenas como reabilita-
dor, entendido como elementopassivo, incapaz de modificar, para se tornar um agente 
29CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
transformador competente na prevenção, habilitação, aprimoramento e reabilitação da 
comunicação humana e de suas desordens.
 Essa redefinição na área da fonoaudiologia contribuirá de maneira significativa para 
o contínuo processo de investigação da realidade, com o objetivo constante de melhorar a 
qualidade de vida e saúde tanto do indivíduo quanto da sociedade (CAPPELLETTI, 1985).
1.1 Ação programática em fonoaudiologia preventiva
O desenvolvimento de modelos organizacionais para o trabalho fonoaudiológico é sele-
cionado com base em um diagnóstico populacional, o qual orientará a elaboração e implemen-
tação de programas específicos de saúde fonoaudiológica. Para efetivar essas ações, é crucial 
contar com um sistema de referência e contrarreferência para os serviços de fonoaudiologia. 
Isso envolve a estruturação da prática fonoaudiológica em ações integradas e 
articuladas, seguindo um modelo assistencial programático. Esses modelos específicos e 
parciais são parte integrante de modelos mais amplos nos quais se inserem, colaborando 
de maneira cooperativa com outros serviços da instituição e com as demandas do território 
ao qual se referem.
1.2 Assistência à saúde em fonoaudiologia preventiva
Assistência à saúde fonoaudiológica refere-se ao conjunto de intervenções rea-
lizadas pelo fonoaudiólogo com o propósito de preservar a qualidade da comunicação 
humana. Essas ações abrangem a promoção e proteção da saúde fonoaudiológica, bem 
como a recuperação e reabilitação de indivíduos afetados por diversas patologias, incluindo 
medidas preventivas.
1.3 Campo de atuação em fonoaudiologia 
A área é encarregada da prevenção, diagnóstico e tratamento de questões rela-
cionadas à fala, linguagem, audição e deglutição. Além disso, realiza estudos científicos, 
avaliações e diagnósticos da competência e desempenho dos indivíduos nessas áreas, 
considerando fatores educacionais, biológicos, sociais e psicológicos. 
O profissional planeja, supervisiona e executa programas educacionais, de trata-
mento e reabilitação com o objetivo de restaurar a eficiência comunicativa, seja para pro-
blemas de comunicação de origem orgânica ou não orgânica. Essa atuação pode envolver 
consultoria a grupos profissionais relacionados, como educadores, médicos, psicólogos, 
ortodontistas, entre outros, além de prática clínica, ensino e orientação de projetos cien-
tíficos. Também pode conduzir pesquisas para desenvolver técnicas e dispositivos para o 
diagnóstico e tratamento das patologias da comunicação humana.
30CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
GERIATRIA2
TÓPICO
A definição precisa de “velhice” nos Estados-Membros da União Europeia geral-
mente considera a idade de 65 anos como a entrada no mundo geriátrico, marcando a 
aposentadoria. No entanto, é comum observar pessoas acima dessa idade trabalhando 
efetivamente. Nessa fase, questões de saúde, como doenças neurológicas e perdas auditi-
vas, visuais e motoras devido ao envelhecimento, tornam-se mais evidentes. 
Independentemente da saúde física e mental dos idosos, as habilidades de comu-
nicação verbal tendem a deteriorar-se com o avanço da idade. A perda de audição afeta 
significativamente de 30 a 50% das pessoas com mais de 65 anos, e as mudanças na 
voz são praticamente inevitáveis após os 60 anos. Essas alterações nos órgãos de comu-
nicação, especialmente após os 70 anos, resultam em presbiacusia devido a mudanças 
degenerativas no órgão de Corti e suas conexões centrais. 
Os efeitos do envelhecimento no sistema de comunicação humano manifestam-se 
de várias formas, incluindo mudanças no tom, intensidade e qualidade da voz. O sistema 
de produção de voz, ao contrário do aparelho auditivo, não foi especificamente projetado 
para esse propósito, envolvendo órgãos respiratórios, de proteção e de mastigação no 
processo de fonação. O envelhecimento afeta pulmões, cartilagens laríngeas, articulações 
e estruturas da boca, influenciando a resiliência, elasticidade e função muscular. 
As mudanças incluem atrofia do revestimento epitelial, espessamento da secreção 
de glândulas mucosas e redução das terminações nervosas. Além disso, ocorrem alte-
rações nas atividades dos centros cerebrais superiores. As mudanças hormonais podem 
afetar o alcance vocal em direção a frequências mais baixas, e as cordas vocais tornam-se 
mais espessas. 
31CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
FIGURA 01 - PESSOA IDOSA COM DISPOSITIVO AUDITIVO
Fonte: Schutterstock (2024)
Além disso, as mudanças relacionadas à idade na sensibilidade absoluta afetam a 
percepção da fala em ambientes silenciosos, enquanto, em condições menos favoráveis, 
fatores cognitivos específicos, como memória e atenção, também influenciam o processa-
mento da linguagem falada em idosos. 
Além das alterações nas funções periféricas, estudos indicam que outros fatores 
além das deficiências sensoriais podem impactar as capacidades de percepção da fala em 
idosos, enfatizando a importância das funções cognitivas. Em relação a doenças comuns 
em idosos, como o Parkinson, os distúrbios da fala são evidentes, causando constrangi-
mento e isolamento social.
Considerando o aumento da longevidade da população geriátrica, a comunicação 
verbal eficaz torna-se crucial para o bem-estar psicológico e social dos idosos. O desafio 
futuro não será apenas adicionar anos à vida, mas tornar esses anos mais significativos, 
exigindo uma comunicação efetiva para uma interação social bem-sucedida.
32CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
REABILITAÇÃO3
TÓPICO
 Entendemos bastante sobre os desafios enfrentados pelos idosos nas comuni-
cações verbais, mas o que pode ser feito para auxiliar esse segmento em crescimento 
na nossa sociedade? Até agora, não parece haver uma maneira de deter o processo de 
envelhecimento ou reverter seus efeitos fisiológicos. Na falta de estratégias preventivas 
eficazes, é necessário confiar em abordagens de reabilitação, substituição e amplificação 
para preservar e manter a comunicação humana. 
Nesse contexto, um programa abrangente de reabilitação para indivíduos com 
alterações pode incluir aprimoramento da fala, treinamento auditivo, instruções sobre o uso 
de aparelhos auditivos e ajustes. A leitura labial, idealmente, deve ser ensinada individual-
mente a cada pessoa idosa com perda auditiva, permitindo que acompanhem a conversa 
observando os lábios e as expressões faciais do interlocutor. 
Nos estágios iniciais da perda auditiva, muitos indivíduos compensam inconscien-
temente sua deficiência, obtendo pistas visuais da fala por meio dos lábios e expressões 
faciais do falante. A leitura labial pode ser aprendida relativamente rápido, especialmente 
para reconhecer conjuntos de palavras familiares, enquanto frases inteiras exigem mais 
prática, esforço, incentivo e paciência. 
O apoio da família e dos amigos é fundamental para esse progresso, com a cla-
reza do discurso sendo crucial e uma fala mais lenta beneficiando a compreensão. Isso é 
particularmente importante, considerando que estudos de inteligibilidade confirmam que o 
tempo de processamento diminui com o envelhecimento.
33CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
A terapia fonoaudiológica abrange reabilitação, substituição e amplificação para 
preservar e manter as comunicações, especialmente para pacientes com dificuldades 
auditivas. Isso pode envolver leitura labial, treinamento auditivo e aprimoramento da fala. 
Pacientes com deficiências na fala e voz, podem se beneficiar da reeducação conduzida 
por profissionais qualificados, e com a assistência de especialistas em comunicação, os 
idosos podem alcançar níveis elevados de satisfação na trocade comunicações pessoais.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/fotos
Enfim, a Fonoaudiologia desempenha um papel significativo na área da geriatria, 
que é o campo da medicina dedicado ao estudo, prevenção e tratamento de doenças 
relacionadas ao envelhecimento. A importância da fonoaudiologia nesse contexto está re-
lacionada a diversos aspectos que afetam a comunicação, deglutição, audição e cognição 
em idosos. Aqui estão alguns postos-chave: 
• Avaliação da Comunicação: A fonoaudiologia ajuda na avaliação e tratamento 
de distúrbios da comunicação em idosos, como dificuldades na fala, linguagem 
e compreensão. Problemas como a afasia (dificuldade em compreender ou ex-
pressar palavras) e disartria (dificuldades na articulação) podem ser abordados 
por fonoaudiólogos. 
• Tratamento de Disfagia: A disfagia, ou dificuldade de deglutição, é comum em 
idosos e pode levar a problemas nutricionais e respiratórios. Fonoaudiólogos 
ajudam na avaliação e implementação de estratégias para melhorar a deglutição, 
reduzindo o risco de aspiração e melhorando a qualidade de vida.
• Reabilitação Auditiva: Perda de audição é comum em idosos, e fonoaudiólogos 
desempenham um papel crucial na avaliação e reabilitação auditiva. O uso de 
https://www.pexels.com/pt-br/procurar/fotos
34CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
aparelhos auditivos, estratégias de comunicação e treinamento auditivo são 
algumas das abordagens utilizadas. 
• Cuidado Cognitivo: Distúrbios cognitivos, como demência e Alzheimer, podem 
afetar a comunicação. A fonoaudiologia auxilia na implementação de estratégias 
para melhorar a comunicação em pacientes com comprometimento cognitivo, 
adaptando métodos de interação e apoiando a comunicação não verbal. 
• Melhoria da Qualidade de Vida: Intervenções fonoaudiológicas visam melhorar 
a qualidade de vida dos idosos, promovendo a participação social e a autonomia 
nas atividades diárias. 
• Prevenção de Problemas: Fonoaudiólogos podem fornecer orientações e 
estratégias preventivas para evitar problemas de comunicação e deglutição em 
idosos, contribuindo para uma vida saudável e independente.
FASE DA SENILIDADE (senescência): Senilidade é a etapa final de toda uma existência humana, 
compreendendo um somatório de tudo que determinado indivíduo viveu.
Fonte: (CONONGIA, 2000)
É conveniente que cada um de nós determine o que pretende ser no futuro, aliando o trabalho às suas 
áreas de interesse, aptidões, habilidades, de modo que possa vir a ser feliz no que irá fazer. Grande parte 
de nosso tempo levamos no trabalho, que deverá ser prazeroso e nos estimular o bem-estar e a viver em 
sociedade, como um cidadão, de uma forma ativa e enriquecedora, tanto particularmente quanto para o 
meio ambiente onde vivemos. 
Fonte: (CONONGIA, 2000)
35CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado 
ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que os estudos sobre esses 
assuntos não acabam aqui, né?! Agora é o momento de procurar por mais informações, 
continuar suas pesquisas em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de 
enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto!
Em conclusão, a integração efetiva da Fonoaudiologia Preventiva na Geriatria pode 
resultar em abordagens mais abrangentes e eficazes para a promoção da saúde e bem-es-
tar da população idosa. A compreensão dos princípios fundamentais dessas disciplinas é 
crucial para o desenvolvimento de estratégias preventivas e intervenções que atendam às 
necessidades específicas dessa faixa etária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
36CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
Artigo: Fonoaudiologia em doença de Parkinson
Resenha: Vinte e seis pacientes com distúrbio de fala da doença de Parkinson rece-
beram terapia fonoaudiológica diária (exercícios prosódicos) em casa durante 2 a 3 semanas. 
Houve melhorias significativas na fala, avaliadas pelas pontuações de anormalidade prosó-
dica e inteligibilidade, e estas foram mantidas em parte por até 3 meses. O grau de melhora 
foi clínica e psicologicamente importante, e os familiares comentaram sobre os benefícios 
sociais. O uso de um dispositivo de reforço visual produziu benefícios limitados, além dos 
exercícios prosódicos isolados, exceto para pacientes com distúrbios graves de fala
Fonte: Scott, S., & Caird, F. I. (1983). Speech therapy for Parkinson’s disease. Jour-
nal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 46(2), 140–144. doi:10.1136/jnnp.46.2.140. 
Disponível em https://jnnp.bmj.com/content/46/2/140.short. Acesso em 26 nov. 2023.
LEITURA COMPLEMENTAR
https://jnnp.bmj.com/content/46/2/140.short
37CONCEITOS E TEORIAS DE BASE DA FONOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIAUNIDADE 2
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Saúde Auditiva - Prevenção de Perda Auditiva
• Ano: 2012
• Sinopse: Como manter a saúde auditiva? Assista à palestra 
promovida pelo Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, com 
o dr Lulo Baraúna e saiba mais sobre os cuidados e prevenção, 
além dos principais sintomas que levam à perda da audição e os 
tratamentos disponíveis.
LIVRO
• Título: Fonoaudiologia: informação para formação - Prevenção
• Autor (a): Maria Renata José Paganini
• Editora: Guanabara
• Sinopse: “Fonoaudiologia: informação para formação” e aborda 
a prevenção em Fonoaudiologia.
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Plano de Estudos
• Relação entre fonoaudiologia, envelhecimento e qualidade de vida
• Identificação das alterações estruturais, orgânicas e funcionais de 
deglutição e comunicação
• Processo neurológico degenerativo do envelhecimento.
Objetivos da Aprendizagem
• Identificação das alterações na deglutição e comunicação;
• Análise do processo neurodegenerativo no envelhecimento.
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO E 
REABILITAÇÃO REABILITAÇÃO 
FONOAUDIOLÓGICA FONOAUDIOLÓGICA 
DENTRO DO CONTEXTO DENTRO DO CONTEXTO 
GERONTOLÓGICOGERONTOLÓGICO
UNIDADEUNIDADE3
39AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
INTRODUÇÃO
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo (a) à nossa terceira unidade da disciplina de FO-
NOAUDIOLOGIA PREVENTIVA E GERIATRIA. Acredito que, assim como eu, você deve 
estar com muitas expectativas para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure 
um lugar confortável e se acomode, porque vamos realizar uma introdução da fonoaudio-
logia preventiva e geriatria.
O envelhecimento, intrínseco à jornada da vida, representa um período marcado 
por transformações no equilíbrio interno do organismo, conhecido como homeostase. Es-
sas mudanças tornam o indivíduo mais vulnerável a sobrecargas fisiológicas, desafiando 
sua capacidade de lidar com os desafios do envelhecimento. Além de ser uma categoria 
biológica, a velhice é socialmente construída e frequentemente discriminada, apresentando 
desafios significativos para a Saúde Pública devido ao aumento de doenças crônicas.
Neste contexto, a fonoaudiologiaemerge como um elemento essencial na promo-
ção do envelhecimento ativo e na melhoria da qualidade de vida dos idosos. Ao analisar as 
alterações estruturais e funcionais na deglutição e comunicação durante o envelhecimento, 
os profissionais dessa área desempenham um papel crucial na prevenção e avaliação de 
transtornos disfágicos.
Além disso, a fonoaudiologia desempenha um papel fundamental na abordagem 
das mudanças na comunicação em idosos, contribuindo para uma compreensão abrangente 
dos desafios e oportunidades que essa fase da vida apresenta. Dessa forma, a integração 
da fonoaudiologia na promoção da saúde e qualidade de vida torna-se imperativa, propor-
cionando uma visão holística para enfrentar os desafios inerentes ao envelhecimento.
Está preparado?! Então vem comigo!
Bons estudos!
RELAÇÃO ENTRE FONOAUDIOLOGIA, 
ENVELHECIMENTO E QUALIDADE
DE VIDA1
TÓPICO
40AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
O que é o envelhecimento? Já parou para pensar? O envelhecimento é uma fase da 
vida em que ocorre uma mudança no equilíbrio interno do organismo, conhecido como ho-
meostase. Essa transformação deixa o indivíduo mais frágil, tornando-o vulnerável a possíveis 
sobrecargas fisiológicas. Já refletiu sobre esse aspecto? (Gordilho; Sérgio; Silvestre, 2000).
FIGURA 1 - TRAÇOS FÍSICOS DO ENVELHECIMENTO
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-em-escala-de-cinza-de-mao-esquerda-humana-54321/
Segundo alguns autores, a velhice é encarada como uma categoria social, cons-
truída culturalmente (Minayo; Coimbra, 2002). Embora o ciclo biológico humano siga o 
padrão comum de nascimento, crescimento e morte observado em outros seres vivos, as 
sociedades conferem significados distintos às diferentes fases da vida, incluindo a velhice. 
Embora o envelhecimento envolve alterações biológicas perceptíveis no corpo, 
esse processo é também moldado simbolicamente por meio de rituais. Estes, ao delinear 
fronteiras etárias, atribuem um sentido político e organizador ao sistema social. Assim, o 
envelhecimento se revela como um fenômeno simultaneamente biológico e social.
41AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
FIGURA 2 - IDOSO REFLEXIVO
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-em-tons-de-cinza-de-um-homem-vestindo-um-casaco-segurando-uma-bengala-236214/
A pessoa idosa é frequentemente discriminada culturalmente, considerada um far-
do social. Essa perspectiva é alimentada por uma generalização na sociedade que atribui 
pouco valor àqueles que não estão ativamente produzindo para a comunidade. 
O envelhecimento é muitas vezes encarado como um desafio para a Saúde Pública/
Coletiva, visto que o rápido aumento da população idosa sobrecarrega o sistema de saúde 
devido ao aumento de doenças crônicas não infecciosas, como problemas cardiovasculares, 
articulares, respiratórios, diabetes melito, depressão e demências senis. Como resultado, 
os formuladores de políticas no Brasil costumam se referir ao custo social associado à 
população idosa (Minayo; Coimbra, 2002).
FIGURA 3 - REPRESENTAÇÃO DE DUAS GERAÇÕES
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/duas-mulheres-adultas-lado-a-lado-3768114/ 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-em-tons-de-cinza-de-um-homem-vestindo-um-casaco-segurando-uma-bengala-236214/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/duas-mulheres-adultas-lado-a-lado-3768114/
42AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
A velhice, vista como uma categoria social, destaca um “novo protagonista indivi-
dual e coletivo” que influencia na redefinição das relações familiares, sociais e até mesmo 
na política, como evidenciado pelo surgimento do movimento dos aposentados brasileiros. 
Isso resulta na criação de uma nova imagem cultural e de um novo lugar na so-
ciedade, dotado do poder de provocar mudanças significativas, tanto qualitativa quanto 
quantitativamente. De acordo com Minayo; Coimbra (2002), “não sem dor e conflitos, os 
papéis sociais estão mudando e podem mudar mais, à medida que os idosos se coloquem 
como atores das transformações com que sonham”. 
A definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre saúde, que a concebe 
como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, é questionada. Autores 
argumentam que essa definição é irreal, visto que atingir um “perfeito bem-estar” é utópico, 
uma vez que a perfeição e o bem-estar são subjetivos e contextuais. Além disso, consideram 
a definição ultrapassada por fragmentar o psíquico e o corporal, enquanto estudos recentes 
integram esses aspectos e incluem também o social para uma compreensão abrangente do 
sujeito (Segre; Ferraz, 1997).
Na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento, a Promoção da 
Saúde tem sido destacada nas últimas décadas como um ponto crucial nas políticas de 
saúde globais. A ideia subjacente a esse conceito é que a saúde está intrinsecamente 
ligada a fatores como boas condições de vida e trabalho, educação, lazer e descanso, entre 
outros (Assis; Pacheco; Menezes, 2002). 
(...) é produto de um amplo espectro de fatores relacionados com a quali-
dade de vida, incluindo um padrão adequado de alimentação e nutrição, e 
de habilitação e saneamento, boas condições de trabalho, oportunidades de 
educação ao longo da vida, ambiente físico limpo, apoio social para famílias e 
indivíduos, estilo de vida responsável, e um espectro adequado de cuidados 
de saúde (GAMBURGO; MONTEIRO; CHUN, 2006).
O princípio da Promoção da Saúde, conforme delineado na Carta de Ottawa, está 
vinculado a valores como qualidade de vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, 
cidadania, participação e parceria. Ele também se refere a uma sinergia de ações realiza-
das por indivíduos, comunidade, Estado e sistemas de saúde, buscando uma abordagem 
conjunta na responsabilidade pelos problemas e soluções. 
O documento destaca a saúde como “o maior recurso para o desenvolvimento 
social, econômico e pessoal, além de ser uma dimensão crucial da qualidade de vida”. O 
autor argumenta que, ao considerar a saúde como um estado de bem-estar que transcende 
a ideia de formas saudáveis de vida, a promoção da saúde ultrapassa os limites do setor 
de saúde (Buss, 2000).
43AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
Embora as ações promotoras de saúde na Fonoaudiologia tenham avançado signi-
ficativamente nas últimas décadas, ainda estão predominantemente concentradas entre os 
profissionais e pesquisadores da área de saúde pública/coletiva (Chun, 2014). 
(...) uma representação social criada a partir de parâmetros subjetivos (bem-
-estar, felicidade, amor, prazer, realizações pessoais), e objetivos, cujos re-
ferenciais são a satisfação das necessidades básicas e das necessidades 
criadas pelo grau de desenvolvimentos econômico e social de determinada 
sociedade (Gamburgo; Monteiro; Chun, 2006).
A área de atuação da Fonoaudiologia tem se expandido, incluindo o trabalho com 
idosos em diversas frentes, como pesquisa, prevenção, avaliação, assessoria, consultoria, 
perícia, diagnóstico, terapia, ensino, orientação, promoção de saúde e aperfeiçoamento 
nas áreas de Linguagem, Voz, Audiologia, Motricidade Orofacial e Saúde Coletiva. 
A participação da Fonoaudiologia em equipes multidisciplinares é respaldada pelo 
conceito de Saúde Coletiva. Isso implica fornecer cuidados de saúde que ampliem o bem-
-estar do indivíduo, intervindo especialmente em situações de risco, redimensionando o 
foco para a qualidade de vida, não se limitando apenas ao tratamento. 
 Para promover um envelhecimento ativo, é crucial aprimorar a saúde, visando 
aumentar a expectativa de uma vida saudável e melhorar a qualidade de vida ao longo 
desse processo natural. 
Considerando o entendimento de que o envelhecimento é uma redução gradual da 
reserva funcional dos indivíduos (senescência), um processo naturalque geralmente não 
causa transtornos, destaca-se a importância de adotar um estilo de vida participativo e ativo 
para minimizar os efeitos de certas alterações decorrentes da senescência. 
É relevante ressaltar que o envelhecimento e a velhice são experiências heterogê-
neas na busca pelo bem-estar e qualidade de vida, sendo fenômenos multidimensionais e 
multideterminados.
IDENTIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES 
ESTRUTURAIS, ORGÂNICAS E FUNCIONAIS 
DE DEGLUTIÇÃO E COMUNICAÇÃO2
TÓPICO
44AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
O envelhecimento é uma parte natural do ciclo da vida, marcada por transfor-
mações características dessa fase. Essas mudanças podem ser categorizadas como 
estruturais e funcionais, conhecidas como senescência, e se manifestam de maneiras 
diversas entre as pessoas. Alguns exemplos incluem o enfraquecimento de grupos 
musculares, redução da capacidade funcional, atrasos psicomotores e declínio da 
memória recente (Maksuda, 2012). 
Com o advento da velhice, ocorrem alterações significativas, especialmente 
na estrutura muscular, devido ao comprometimento dos membros do aparelho motor 
e de suas articulações, resultando em impactos no funcionamento e na restrição dos 
movimentos. Além disso, há uma contínua diminuição de enzimas essenciais para a 
contração muscular. Todas essas mudanças, mencionadas até este ponto, afetam as 
estruturas orgânicas, inclusive as relacionadas à fonoarticulação (Accosta, 2012).
2.1 Fases envolvidas na deglutição 
Quando o alimento é inserido na boca, passa por processos para modificar sua 
textura, facilitando seu transporte pelo sistema faringoesofágico. A duração dessa etapa 
está diretamente ligada ao tempo de mastigação do alimento sólido, que compreende três 
estágios principais: incisão, trituração e pulverização (Jotz, 2009).
45AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
FIGURA 4 - REPRESENTAÇÃO DE DEGLUTIÇÃO
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/abacate-garrafa-frasco-jarra-4057739/ 
Logo após a formação do bolo alimentar, ele se desloca com a ajuda do ântero 
posterior da língua, gerando pressão e facilitando a transição do alimento para a faringe. 
Nesse ponto, ocorre necessariamente a fase involuntária da deglutição (Costa, 2000). 
A deglutição é dividida em três fases: Oral, Faríngea e Esofágica. A fase oral é 
voluntária, enquanto as fases faríngea e esofágica são involuntárias (Garcia, 2017).
FASES DA DEGLUTIÇÃO PRINCIPAIS EVENTOS
ORAL
● Captura, contenção oral e pressão intraoral (anterior e 
lateral);
● Mastigação;
● Contenção e formação do bolo;
● Ejeção/propulsão. 
FARÍNGEA
● Isolamento da cavidade nasal ou oral;
● Propulsão faríngea;
● Elevação e anteriorização laríngea;
● Fechamento esfincteriano da laringe;
● Passagem do bolo para o esôfago.
ESOFÁGICA
● Entrada do bolo no esôfago;
● Passagem do bolo para o estômago. 
Fonte: (Garcia; Queija, 2017).
https://www.pexels.com/pt-br/foto/abacate-garrafa-frasco-jarra-4057739/
46AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
2.2 Deglutição em idosos 
O sistema orofacial e suas funções associadas compõem a estrutura estomatog-
nática, sendo independentes entre si. Essa estrutura está primariamente ligada ao ato de 
engolir, sendo essencial que esteja em harmonia para facilitar a deglutição (Bilton, 2000). 
Os estágios iniciais da mastigação enfrentam desafios decorrentes da limitação de 
movimentos e da redução da percepção muscular, resultando em dificuldades no controle 
do bolo alimentar. Outros fatores, como a diminuição do paladar, a ausência de dentes ou 
o uso de próteses mal ajustadas, também contribuem para essas dificuldades. Posterior-
mente à mastigação, as fases da deglutição demandam a mesma harmonia que a fase 
preparatória (Schneider; Moriguchi, 2009). 
Nos idosos, as etapas oral, faríngea e esofágica sofrem alterações devido à flaci-
dez muscular, afetando diretamente a deglutição. Esse impacto é acentuado pela redução 
do ritmo metabólico do corpo, resultando na presbifagia, uma condição que modifica o 
funcionamento dessa parte do sistema com o avanço da idade (Jales, 2005). 
A disfagia é caracterizada por modificações no ato de deglutir, relacionadas a com-
plicações na transição do alimento da cavidade oral para o aparelho estomacal. Considera-
da um sinal de doença, a disfagia pode ser congênita ou adquirida, crônica ou temporária, 
e resulta de diversos distúrbios, sejam motores ou neurológicos, especialmente em idosos, 
além de fatores psicogênicos ou iatrogênicos. Essa condição coloca em sério risco a situa-
ção nutricional e respiratória do idoso, levando a uma degradação significativa da qualidade 
de vida e podendo apresentar risco de vida (Schneider; MoriguchI, 2009). 
 As alterações orofaríngeas são comuns, principalmente em idosos do sexo masculino, 
e estão associadas à prolongada duração da fase orofaríngea. Essas mudanças estão corre-
lacionadas à diminuição da atividade e sensibilidade orofacial, além da propensão aumentada 
à diminuição do reflexo de defesa das vias aéreas. Isso facilita a entrada de corpos estranhos, 
como aspiração, resultando em pneumonias recorrentes (Schneider; Moriguchi, 2009).
2.3 Deglutição na Senescência 
Na senescência, há transformações nos processos e sistemas relacionados à alimen-
tação, gerando a presbifagia, uma condição resultante das alterações decorrentes do declínio 
do potencial fisiológico na deglutição. Isso torna a disfagia orofaríngea um indicativo comum, 
especialmente devido ao prolongamento da fase orofaríngea da deglutição (Accosta, 2012). 
Durante esse período da vida, aspectos neurobiológicos e fisiológicos afetam o sis-
tema nervoso central, influenciando a função da deglutição em idosos saudáveis. Isso inclui 
a deglutição ou redução do peso cerebral, diminuição do número de neurônios e a fusão de 
47AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DENTRO DO CONTEXTO GERONTOLÓGICOUNIDADE 3
neurotransmissores como dopamina, norepinefrina e acetilcolina, resultando na contusão de 
células neurais e na redução dos receptores desses neurotransmissores (Santoro, 2011). 
A presbifagia ocorre devido a alterações na mastigação e deglutição, levando a 
mudanças nos hábitos alimentares, perda de ritmo no transporte do alimento em Idosos 
(Accosta, 2012). 
A redução do tônus na língua e a rigidez muscular dificultam a mastigação de 
alimentos mais duros, levando os idosos a escolherem alimentos triturados para facilitar 
a deglutição, o que pode resultar em sintomas de disfagia devido à diminuição do tônus 
muscular e à falta de coordenação associada à idade (Bigal, 2007). 
Essas alterações ocorrem simultaneamente à diminuição da sensibilidade e à perda 
de movimentos na capacidade orofacial. A limitação potencial na capacidade involuntária 
de obstruir as vias aéreas torna possível a entrada de corpos estranhos no sistema respira-
tório, resultando em pneumonias aspirativas e déficits nutricionais (Accosta, 2012). 
A ingestão reduzida de alimentos leva os idosos a enfrentarem deficiências ener-
géticas, proteicas, vitamínicas e minerais, resultando em desidratação e má qualidade de 
vida. Isso demanda assistência constante (Orlandoni, 2012). 
As mudanças associadas ao envelhecimento tornam o idoso suscetível à disfagia. 
Essa susceptibilidade tem origem na anatomia da cabeça e do pescoço, que, associada a 
papéis fisiológicos e neurais, passa por adaptações naturais com o avanço da idade. Essas 
transformações influenciam a redução causada pelo esgotamento biológico, predispondo o 
idoso ao desenvolvimento de disfagia (Guijarro, 2011). 
A disfagia é considerada um transtorno comum do envelhecimento, desempenhando 
um papel clinicamente relevante e ocorrendo frequentemente. Investigar sua fisiopatologia, 
compreender as transformações neurais e fisiológicas relacionadas à deglutição decorrente

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