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IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS Macrogeometria dos implantes As partes do implante se dividem em: 1. Pescoço: é a parte que fica inundada na crista óssea, onde a prótese será adaptada (também conhecida a plataforma protética). 1.1 Colarinho: porção que faz interface com osso e com tecido mole, sendo bem lisa já que estará em contato com a cavidade oral (evita o acumulo de biofilme). 1.2 Conexão: conecta o pescoço com o corpo do implante, ele pode se encontrar de forma externa ou interna. Obs: alguns tipos de implantes como o cone Morse ficaram enterrados em osso. 2 Corpo: a maior porção (na maioria) dos implantes e onde se encontra a maior parte das lâminas/roscas do implante. Formato: pode ser cônico, triangular, quadrangular ou misto, sendo o tipo triangular o com maior capacidade de corte, o cônico que proporciona uma melhor capacidade de travamento e o quadrangular suportando maiores cargas (implante posterior). Profundidade: é a profundidade desde a ponta da lâmina até o corpo do implante, sendo ideal uma profundidade maior para um osso mais medular e uma profundidade menor em osso mais cortical. Passo: pode ser fino (mais roscas, mais voltas; ideal para osso medular) ou grosso (menos roscas, menos voltas; ideal para osso cortical). O cone Morse fica completamente enterrado, então se entende que o pescoço fica na parte mais cortical do osso e por isso sua profundidade é rasa, porem como é necessario o travamento se tem um passo mais fino. 3 Ápice: é uma área de extrema relação de força entre o implante e o osso, devido ao grande ponto de compressão. Podem existir com: Ápice ativo: cortante, ideal para travamento primário realizando uma fressagem menor para não correr de perder o controle da altura. Arredondado: sem capacidade de corte e ideal para lugares com estruturas nobres, porém se for forçado pode cavar o osso das paredes e perder o travamento, Câmera de corte: espaço que favorece a osseointegração, cavando osso e utilizando esse osso para ser utilizado dentro do implante, sendo bom para casos em que é feita a instalação após uma exodontia e ter estabilidade primaria no ápice e secundária no corpo e pescoço do implante de 60 a 120 após. Os implantes também podem ser cilíndricos, cônicos e mistos (como cone Morse), sendo o cônico o que terá maior área de contato com o osso, sendo ideal para altas cargas, porém em ossos mais corticais ou implantes mais longos (como implante zigomático) não seriam interessantes. *leia o artigo “AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA E HISTOLÓGICA DE QUATRO IMPLANTES COM DIRFERENTES MACROGEOMETRIAS NA FASE INICIAL DO PROCESSO DE OSSEOINTEGRAÇÃO: UM ESTUDO IN VIVO”, to com preguiça de escrever . Tipos de conexão de implantes • Conexão externa: é a mais antiga e a mais utilizada em conexões de próteses, embora seu uso esteja diminuindo por causa de outras conexões mais modernas sendo desenvolvidas. É 1 2 3 considerado implante é universal e atende a todos os tipos de instalações protéticas, em carga imediata ou precoce. Por outro lado, seu diferencial é o preço, que é menor do que os outros sistemas convencionais. Além disso, essa conexão ajuda o reabilitador, já que existem várias opções de encaixe do componente protético sobre o implante. • Conexão interna: fornece uma longevidade protética e biomecânica maior. Ele também ajuda na redução do estresse do parafuso durante a retenção do componente, já que ele precisa se adaptar dentro do implante. Essa técnica é primordialmente indicada para casos múltiplos e também para unitários. • Conexão cônica/cone Morse: tem como característica principal eliminar a contaminação bacteriana entre o implante o componente do novo dente, que eventualmente poderia acontecer em implantes convencionais. Dessa forma, a proteção contra as bactérias deixa o tecido ósseo e gengival que circundam o implante mais estáveis. Dessa forma, eles ficam mais semelhantes aos tecidos originais da boca mesmo com o passar dos anos. Microgeometria dos implantes Materiais dos implantes Os implantes podem ser formados por: • Ligas de titânio: mais resistentes, não se usa o puro, tendo graus de 1 a 5 (sendo o 5 o mais duro e o 1 o mais mole), sendo na área da medicina cirúrgica 2 e 4 e na implantodontia o grau 4. Pilar protético ou abutment é ... • Implantes cerâmicos (zircônia): mais estéticos (devido a serem metal-free) e são inertes, biodegradáveis e bioativos. São mais elásticos, sendo a complacência das forças mastigatórias muito similares a um dente real, porém menos resistente (precisa ser avaliado a mordida do paciente, problemas como apertamento parafuncional, etc). Superfície dos implantes Quanto mais a superfície do implante é tratada, maior vai ser a otimização da osseointegração, podendo ser de forma macrométrica, micrométrica ou nanométrica. O tratamento de superfície tem como objetivos: reduzir o tempo de carregamento após a cirurgia, acelerar o crescimento e a maturação óssea para permitir o carregamento imediato, aumentar a estabilidade primária, garantir o sucesso dos implantes quando instalados em regiões que apresentam um osso com menores qualidade e quantidade, obter o crescimento ósseo diretamente na superfície do implante, obter maior área possível de osseointegração, obter contato osso-implante sem a interposição de camadas protéicas amorfas, atrair células osteoblásticas, préosteoblásticas e mesenquimais, atrair proteínas de ligação específicas para células osteogênicas (fibronectina) e obter maior concentração possível de proteínas de ligação celular. Implantes com superfície rugosa demonstram um maior sucesso na osseointegração em osso de baixa qualidade comparados aos implantes de superfície lisa. Verificou-se, também, que o aumento da composição de cálcio acima da camada de óxido no implante aumentou a adesão celular devido ao aumento da absorção de proteínas sobre a superfície do titânio. Tratamento da superfície dos implantes (considerando a escala micrométrica: 0,5 a 50µm e escala nanométrica: 1 a 100nm): Métodos de adição: O plasma spray é o tipo de tratamento mais comum, feito com a chama ionizada de um gás aquecido entre 10.000ºC e 30.000ºC, e as partículas são lançadas em grandes velocidades contra o corpo do implante. Após o contato, essas partículas resfriam e se solidificam. • Plasma spray de hidroxiapatita: O tratamento para recobrimento com nucleação de apatita ocorre por meio de três etapas: tratamento alcalino, tratamento térmico e imersão em solução sintética equivalente ao plasma sanguíneo. Essa camada é formada pela pulverização do spray de plasma de hidroxiapatita sobre o implante22. A rugosidade depende do tamanho das partículas, da aderência dessas, da velocidade e distância em que essas foram lançadas contra o implante. • Plasma spray de titânio: é formado pelo recobrimento do implante com gazes ionizados por aspersão térmica com spray de plasma de titânio. Com essa alteração, ocorre a aceleração de absorção do sangue devido ao efeito de molhabilidade, aumentando a área de contato superficial e promovendo, assim, a osseointegração. A partícula de titânio é fundida na superfície, formando uma camada de 50 μm de espessura. E o revestimento resultante fica entre 10 μm e 40 μm, aumentando a superfície do implante. Porém, superfícies entre 0,5 μm e 2 μm já têm uma resposta positiva para osseointegração. Sendo assim, os implantes de superfície tratada com plasma spray de titânio tem sido pouco utilizados, pois aumentam a possibilidade de contaminação bacteriana. Métodos de subtração • Jateamento de partículas: essa modificação na superfície do implante é bombardeada com partículas de óxido de alumínio ou de titânio, por essa ação, o corpodo implante obtém depressões irregulares. Não deve haver adesão de partículas ao implante, essas servem apenas para criar irregularidades. A rugosidade depende do tamanho das partículas, do tempo e da pressão do disparador. Análises em implantes submetidos ao jateamento de alumínio demonstram resíduos, provenientes do processo de fabricação, que podem contaminar a superfície do implante, o que seria prejudicial à osseointegração, pois competiriam com o cálcio para a formação de osso. O uso de óxido de titânio no lugar da alumina tornou-se uma forma de evitar esses efeitos indesejáveis na superfície do implante. • Jateamento seguido de ataque ácido: os implantes que são tratados com jateamento de areia seguido de ataque ácido, sendo processados sob atmosfera de nitrogênio e armazenados em NaCl (cloreto de sódio) isotônico, são denominados SLActive. Esses implantes têm uma estabilidade secundária mais ativa que os demais implantes, sendo que essa ocorre em duas semanas após a instalação do implante no osso. Nessa nova técnica, a superfície é hidroxilada, e essa mudança química melhora as estruturas superficiais, que são ideais para a adsorção de proteínas e para promover a intenção imediata do implante no tecido ósseo. A superfície SLActive foi desenvolvida para otimizar a estabilidade do implante em menor tempo e diminuir os riscos do tratamento nas fases iniciais. Métodos de transformação • Modificação por feixe de laser: o implante tem a sua superfície modificada por irradiação por meio de feixes de laser produzindo erosões e uma superfície rugosa. É um tratamento considerado limpo por não interagir com nenhum material externo durante o processo de modificação da superfície, em que o feixe de laser age como meio físico no tratamento dessa superfície. E a vantagem sobre os outros tipos de tratamentos de superfície é que esse tratamento pode criar microrretenções orientadas e regulares em pontos definidos na superfície. • Superfícies nanotexturizadas: todos os implantes já vêm com uma camada de óxido na sua superfície, os tratados com anodização, recebem uma camada a mais de óxido, obtidas onde o implante é usado como um ânodo, ativando íons, quando um potencial elétrico é aplicado a esse implante, gera reações de transferência de cargas e íons. Os implantes com esse tratamento de superfície são menos dependentes de composição química, pois o processo resultante se define por um aumento complementar do contato osso- implante. • Superfícies biomiméticas: esse tipo de tratamento de superfície consiste na precipitação heterogênea de fosfato de cálcio sob condições fisiológicas de temperatura e pH sobre o implante dentário, por meio da utilização de solução de íons semelhantes ao plasma sanguíneo com vistas à deposição de camada de apatita. Uma vez que as moléculas estão integradas à estrutura do material, elas são liberadas gradualmente, sendo, assim, capazes de aumentar a osseocondutividade e potencializar a formação do osso em torno do implante. O fosfato de cálcio, hoje, apresenta-se como um dos principais biomateriais para reposição e regeneração do tecido ósseo, pois apresenta como características: semelhança com a fase mineral de tecido ósseo, dentes e tecidos calcificados; excelente biocompatibilidade; bioatividade; ausência de toxicidade; taxas de degradação variáveis; osteocondutividade. Outra vantagem desse tratamento de superfície é que as moléculas biologicamente ativas, como agentes osteogênicos, podem ser precipitadas como componentes inorgânicos para formar uma matriz com propriedades tanto osteoindutora (fatores de crescimento) como osteocondutora (camada de fosfato de cálcio). Mecanismos de adesão • Biomecânica: tempo dependente (existe um tempo necessário para que ocorra o ingresso do tecido ósseo nas pequenas irregularidades da superfície), é ancorado ao osso por pequenos ingressos do tecido nas pequenas irregularidades da superfície. Quanto mais rugosa melhor (ataque ácido>usinadas). • Bioquímica: capaz de acelerar as fases iniciais de formação do tecido ósseo, aliando as propriedades positivas do titânio e suas ligas à bioatividade do material.
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