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Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos Solos I Pré-requisitos: Geologia Geral e Resistência dos Materiais I Bibliografia: Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem e formação dos solos Introdução Origem dos solos Tamanho das partículas Constituição mineralógica Sistema solo-água-ar Identificação dos solos por meio de ensaios Prof. Vinicius Kühn Prof. Gilson Gitirana Jr Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 2 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Introdução Alguns aspectos de utilização do solo em sua condição natural e como material de construção Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 3 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 4 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 5 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 6 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 7 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 8 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. A água no solo AHE Foz do Chapecó, SC Problemas práticos Cálculo de vazões Análise de recalques Estudos de estabilidade Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Introdução Conceitos O significado da palavra solo não é o mesmo para todas as ciências que estudam a natureza. Na língua portuguesa, solo significa a superfície do chão, original da palavra herdada do latim “solum”. Na agricultura solo é a camada de terra tratável, que suporta as raízes das plantas. Na geologia, o solo é somente a capa superficial sobrejacente a rocha. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 11 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Introdução Conceitos Para o Engenheiro, os solos são um aglomerado de partículas provenientes de decomposição da rocha, que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos, e que são utilizados como material de construção ou de suporte de estruturas. O solo em contato prolongado com a água perde totalmente a sua resistência. O solo forma a fina camada superficial que recobre quase toda a crosta terrestre e no seu estado natural apresenta-se composto de partículas sólidas (com diferentes formas e tamanhos), líquidas e gasosas. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 12 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 13 Origem do solo Todos os solos se originam da decomposição das rochas que constituíam inicialmente a crosta terrestre através do intemperismo. Intemperismo físico Rochas grandes são quebradas em pedaços menores. Não ocorre alteração química Variação de temperatura provoca trincas, o congelamento exerce elevadas tensões, fragmentando blocos. Outros agentes: Geleiras glaciais, o vento, a água corrente Intemperismo químico Ocorre reações químicas para formação de novos minerais Agua, sais, a fauna e flora provoca ataques químicos; hidratação, hidrólise, oxidação, lixiviação troca de cátions, carbonatação, etc.. Esses processos são mais atuantes em climas quentes do que frios, levando a formação de solos com diferentes partículas e composições químicas Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos A maior ou menor concentração de cada tipo de partícula depende da rocha que lhe deu origem FATORES DE INFLUÊNCIA: Tipo de rocha; Condições climáticas; Cobertura Vegetal; Relevo; Duração da ação química. ROCHAS – Agregado natural constituído por um ou mais minerais, que através do intemperismo origina o solo. SOLOS – Mistura de diversos minerais, as vezes matéria orgânica, que pode ser escavado manualmente ou por equipamento leve. Figura 1: Processo de formação dos solos Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 14 Calcários e mármores – elevada solubilidade da calcita Granitos – minerais mais resistentes Rocha maciça x rocha fraturada Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Material de origem Rochas basálticas dão origem a solos de textura argilosa; Solos derivados de arenito são arenosos; Material rico em quartzo, conferem ao solo cor clara. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 15 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos O:-‐ horizonte onde predomina restos de matéria orgânica em processo de decomposição A:-‐ horizonte escuro com acúmulo de material orgânico em estado avançado de alteração (material húmico, humus) intimamente misturado com a fração mineral, onde se processa uma alta atividade biológica. É o horizonte mais afetado pelas atividades agrícolas B-‐Horizonte, no qual não se pode reconhecer vestígios das estruturas da rocha mãe C:-‐Horizonte pouco atingido pelos processos pedogênicos, onde se pode encontrar muitas das características e estruturas da rocha mãe. Figura 2: Perfil de solos residualMecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 16 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 1: Processo de formação dos solos CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO À ORIGEM Solo residual: São solos de decomposição das rochas que se encontram no próprio local onde foram formados. 17 solo residual maduro: é um solo superficial e que perdeu a estrutura original da rocha mãe e tornou-se relativamente homogêneo; solo saprolítico: solo que mantém a estrutura original da rocha mãe, inclusive fissuras, mas perdeu a consistência de rocha, solo residual jovem. rocha alterada: horizonte em que a alteração progrediu ao longo de fraturas, deixando intactos grandes blocos de rochas Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 18 Figura 2: Perfil de solos residual Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Solos transportados: são aqueles que foram levados por algum agente de transporte. solos coluvionares: são formados por ação da gravidade, como em deslizamentos de terra Solos glaciais: formados pelo transporte e sedimentação de geleiras Solos aluviais: transportados pela água corrente e depositado ao longo dos rios Solos lacustres: formado pela sedimentação em lagos de água parada Solos marinhos: formado pela sedimentação nos oceanos Solos eólicos: transportados pela ação do vento Solos lateríticos: apresentam elevada concentração de ferro e alumínio, ficando assim avermelhados. Quando compactados possuem alta capacidade de suporte. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 19 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 3: Perfil de solo de região tropical 20 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Tamanho das partículas Nomenclatura mais comum Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 4: Granulometria 21 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Tamanho das partículas Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn NBR 6502/1995 Figura 5: Granulometria 22 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Forma das partículas Arredondadas: predominam em pedregulhos, grão de areia e siltes; Lamelares: predominam em argilas e mica; Fibrilares: característica de solos altamente orgânicos (Turfas) Constituição mineralógica Dependem da rocha matriz Siltes e areias: o quartzo é bastante resistente a desagregação. Partículas equidimensionais, como cubos ou esferas Outros minerais nesse tamanho são: feldspato, gibbsita, calcita e mica Os Feldspatossão os minerais mais atacados pela natureza, dando origem aos argilominerais Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 23 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 6: Estrutura de uma camada de caulinita: a) atômica, b) simbólica 24 Constituição mineralógica Argilominerais: constituem a fração fina do solo Tem comportamento diferenciado em relação aos grãos de silte e areia Argilominerais mais comuns: caulinita, ilita e montmorilonita (esmectita) Composição química: tetraedro de sílica e octaedro de alumínio Caulinita: estrutura 1:1, camadas firmemente empacotadas. A ligação entre as estruturas é feita pelo hidrogênio, que é uma ligação forte. Espessura de 7Ȧ (1 Angstron = 10-10 m) Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Origem dos solos Constituição mineralógica Ilita: Minerais formados pela associação de uma camada octaédrica entre duas tetraédricas (2:1). A ligação dos minerais é feita por íons de potássio (K), que são ligações firmes. Montmorilonita: Também são argilominerais 2:1, em que a ligação entre os minerais é feita por diversos cátions (Ca++, Na+), que promovem ligações fracas e não impedem a entrada ou saída de moléculas de água nas ligações. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 7: Estrutura simbólica de minerais com camadas 2:1: a) montmorilonita com duas camadas de moléculas de b) ilita 25 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Constituição mineralógica Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 8: Imagens MEV 26 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Montomorilonita Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 27 Origem dos solos Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Montomorilonita Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 28 Origem dos solos Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Ilita Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 29 Origem dos solos Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Caulinita Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 30 Origem dos solos Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Constituição mineralógica Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 31 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Constituição mineralógica Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 32Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Característica dos solos Prof. Ilço Ribeiro Jr (IFMT) Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Superfície especifica grande, forças gravitacionais pouco importantes, arranjo das partículas mais forças entre partículas importantes. Superfície específica da montmorilonita da ordem de 800 m2/g. Se fosse possível espalhar, lado a lado, todas as partículas contidas em 10g de montmorilonita, elas ocupariam uma área de 4000 m2 (40 x 100m, um campo de futebol!). Permeabilidade Plasticidade Expansão e contração Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn 34 Origem dos solos Mineral ou partícula Superfície específica (m²/g) CTC (cmolckg -1) Caulinita 10-20 3-15 Ilita 70-120 10-40 Clorita 79-150 10-40 Vermiculita 300-500 100-150 Esmectita 700-800 60-150 Silte <1 Muito pequena Areia Fina <0,1 Muito pequena Areia grossa < 0,01 Muito pequena Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Formação do solo Dupla camada A superfície dos colóides sólidos do solo possui carga elétrica predominantemente negativa. Alguns íons de carga positiva, que estão normalmente dissociados na solução do solo, tendem a permanecer na vizinhança desta superfície, atraídos que são pelo campo elétrico formado. As forças de difusão tendem a trazer estes cátions de volta à solução em equilíbrio, onde sua concentração é menor. Com a ação concomitante destas duas forças opostas, uma distribuição espacial de cátions numa "camada difusa" é estabelecida, na qual a concentração deles aumenta em direção à superfície, partindo de um valor igual àquele na solução para um valor maior, determinado, principalmente, pela magnitude da carga superficial (Uehara & Gillman, 1981) Figura 8: Dupla camada Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Formação do solo Argilas não silicatadas Minerais originados da precipitação dos íons de oxidação de minerais primários (ex. Óxdos de ferro) ou do intemperismo das argilas (ex. óxidos de alumínio) Os principais são: a) Hematita. Óxido de ferro (α-Fe2O3), responsável pela cor vermelha dos solos. b) Goetita. Oxi-hidróxido de ferro (α-FeOOH), responsável pela coloração amarelada dos solos. c) Ferridrita. Óxido de ferro de baixa cristalinidade, resultante da precipitação de ferro reoxidado; considerado precursora da hematita. d) Gibbsita. Hidróxido de alumínio (Al(OH)3). Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Sistema solo-água-ar Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 9: Partículas de solo e vazios 37 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Sistema solo-água-ar Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 10: Sistema solo-água-ar nas zonas saturadas e não saturadas 38 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Sistema solo-água-ar Da combinação das forças de atração e repulsão entre as partículas resulta a estrutura dos solos, que se refere à disposição das partículas na massa de solo e às forças entre elas. Há dois tipos básicos de estrutura: estrutura floculada: quando os contatos se fazem entre face-aresta estrutura dispersa: quando as partículas se posicionam paralelamente, face-face. Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 11: Exemplo de estruturas de solos sedimentares: a) floculada em água salgada, b) floculada em água não salgada, c) dispersa 39 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Identificação dos solos por meio de ensaios Análise granulométrica (NBR 7181/84) Peneiramento e sedimentação 40 Figura 12: Peneiras utilizando em ensaios de peneiramento e ensaio de sedimentação Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Identificação dos solos por meio de ensaios Análise granulométrica (NBR 7181/84) Mecânica dos solos I Prof. Vinicius Kühn Figura 13: Exemplo de curva granulométrica 41 Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Identificação dos solos por meio de ensaios “Argila” – possui comportamento argiloso, ainda que contenha outras frações de silte e areia. “Areia” – possui comportamento ditado pelos grãos arenosos. 42 Figura 14: Curvas granulométricas de alguns solos brasileiros Mecânica dos Solos II Prof. Gilson Gitirana Jr. Identificação dos solos por meio de ensaios Solos tropicais, macro x micro poros 43 Figura 15: Curva granulométrica do solo de Brasília-DF (1,7 a 2,30 m): ensaio convencional com o uso de defloculante e sem defloculante (BORGES, 2014)
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