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Práticas 2 - Epidemiologia e a relação com a saúde coletiva 2 CONCEITOS EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA – INSTRUMENTO DE PESQUISA Descritivo → Estuda a distribuição de frequência das doenças e agravos à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao tempo, ao espaço e às pessoas, possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico. Exemplo: Qual a prevalência de hipertensão em Juiz de Fora? Analítico → Comprova as relações causais (como e por que ocorreu?). Podem ser experimentais (ensaio clínico randomizado) ou observacionais (estudo de coorte (ou segmento), estudo de caso controle, estudo transversal, estudo ecológico). Investiga se existe associação entre um fator (exposição) e uma doença ou problema de saúde (desfecho) na população. Exemplo: Os indivíduos obesos têm maior risco de hipertensão do que os indivíduos com peso corporal normal (de acordo com IMC)? Métodos de Estudo Indivíduo Demográficas: idade, sexo, grupo étnico, nº de habitantes. Socioeconômicas: ocupação, renda, instrução, estado civil. Estilo de Vida: uso de drogas, alimentação, atividade física, religião. Serviços de Saúde: hospitais, ambulatórios, unidades de saúde, acesso aos serviços. Tempo Tipo de Variação do Agravo: atípica, cíclica, sazonal. Forma de Ocorrência dos Agravos: esporádicos, endemias, epidemias, surtos. Impacto de Intervenções em Saúde. Lugar País Região Estado Município Bairro Urbano-Rural Variáveis Descritivas 6 OS DADOS DE IMPORTÂNCIA PARA A ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE Por que certas pessoas adoecem e outras não? Por que algumas doenças só ocorrem em determinadas áreas? Por que a ocorrência de determinada doença varia com o tempo? Por que a ocorrência de determinada doença varia com o tempo? Onde a doença ocorre, e por que ocorre naquele lugar? Quem adoece e por que adoece? Quando a doença ocorre e por que apresenta variações em sua ocorrência? Indicadores AmbientaisIndicadores SociaisIndicadores Demográficos Abastecimento de água e esgotoRenda per capitaEsperança de vida Coleta de lixoDistribuição de rendaNíveis de fecundidade Condições de moradiaTaxa de analfabetismoNíveis de natalidade Crianças em idade escolar fora da escolaSexo IDHIdade Epidemiologia em serviços de saúde Análise da situação de saúde Planejamento das ações de saúde Vigilância em saúde (epidemiológica, sanitária, nutricional, ambiental, do trabalho, etc.) Avaliação do impacto de serviços, programas e tecnologias de saúde Epidemiologia e gestão Políticas públicas Configuração dos serviços Prática profissional Prática de gestão Prioridades de investigação Epidemiologia em ambiente hospitalar Vigilância da infecção hospitalar Controle de qualidade Análise da utilização do serviços Melhoramento da notificação compulsória Aprimoramento das decisões clínicas (protocolos – medicina baseada em evidências) Indicadores mais utilizados Taxa de coberturaGasto per capita / usuário Taxa de concentraçãoTaxa de abandono Taxa de encaminhamentoMédia de permanência Índice de intervalo de substituiçãoAlcance de meta 11 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO são conjuntos de informações sistematizadas. Temos na saúde alguns sistemas Nacionais e Estaduais bastante importantes para a ANVISA: SIAB SIAMED SIH/SUS SIM SINAN SINASC SINITOX SISAGUA SISHEMO SIVISA 12 SIAB: Sistema de Informações de Atenção Básica - Nacional SIAMED: Sistema de Informações de Medicamentos – Estadual SIA-SUS: Sistema de informações ambulatoriais de Saúde - Nacional SIH/SUS: Sistema de Informações Hospitalares - Nacional SIM: Sistema de Informação de Mortalidade - Nacional SINAN: Sistema de Notificação de Agravos – Nacional SINASC: Sistema de Informações de Nascidos Vivos – Nacional SINITOX: Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – Nacional SISAGUA: Sistema de Inf. de Vigilância da qualidade da água p/ consumo humano - Nacional SISHEMO: Sistema de Informações de Sangue e Hemoderivados – Estadual SIVISA: Sistema de Informação em Vigilância Sanitária - Estadual A informação é necessária para qualquer decisão que tomemos em nossa vida cotidiana. Características dos sistemas de informação no setor Saúde • A palavra informação em si traz a ideia de ordenação, de processo que organiza a ação. • Traz ainda a ideia de dar a conhecer, tornar público. • A informação pode contribuir para o avanço da cidadania e da representação dos sujeitos sociais e para os projetos políticos. Sistemas de informações O sistema, é uma ferramenta de gestão presente em mais de 1,4 mil municípios e 25 estados de todos o Brasil que permite que as autoridades sanitárias locais cadastrem estabelecimentos, programem inspeções, acompanhem a qualidade dos produtos que circulam no município e organizem planos de ação. O Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) tem por finalidade fornecer de forma prática, ágil, atualizada, completa e de fácil manipulação, instrumentos de controle e planejamento, além de possibilitar a socialização das informações de saúde. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de Setembro de 2017. Sistemas de informações O Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) tem por objetivo reunir informações relativas aos nascimentos ocorridos em todo o território nacional. O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) é um sistema de vigilância epidemiológica nacional, cujo objetivo é captar dados sobre os óbitos do país a fim de fornecer informações sobre mortalidade para todas as instâncias do sistema de saúde. O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é, como já diz o nome, um registro dos locais que oferecem serviços de atenção à saúde no Brasil. Essa base de d ados vale para estabelecimentos públicos, privados e conveniados. Sistemas de informações O SI-PNI é um sistema desenvolvido para possibilitar aos gestores envolvidos no Programa Nacional de Imunização, a avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, agregados por faixa etária, período de tempo e área geográfica. Possibilita também o controle do estoque de imunobiológicos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. Fonte:(Oliveira, 1992). SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas tem como principal atribuição coordenar a coleta, a compilação, a análise e a divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento notificados no país. Os registros são realizados pela Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), composta por 35 unidades, localizadas em 19 estados brasileiros. Os resultados do trabalho são divulgados anualmente. Sistemas de informações Vigilância Epidemiológica • A Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, como um "conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.“ • A Vigilância Epidemiológica tem como principal objetivo a obtenção contínua e oportuna de conhecimentos acerca dos componentes envolvidos com as condições de saúde e a ocorrência de doenças, visando oferecer apoio aos programas de prevenção, tanto no controle como na erradicação de doenças. Vigilância Epidemiológica Definida § 1º do Art. 6º da Lei nº 8.080/90 como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. Vigilância Ambiental A Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) consiste em um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. Vigilância Ambiental Fonte:(BERQUÓ et al., 1981 A Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende um conjunto de ações e práticas que envolvem desde a vigilância sobre os agravos relacionados ao trabalho, tradicionalmente reconhecida como vigilância epidemiológica; intervenções sobre fatores de risco, ambientes e processos de trabalho, compreendendo ações de vigilância sanitária, até as ações relativas ao acompanhamento de indicadores para fins de avaliação da situação de saúde e articulação de ações de promoção da saúde e de prevenção de riscos. Vigilância em Saúde do Trabalhador A Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende um conjunto de ações e práticas que envolvem desde a vigilância sobre os agravos relacionados ao trabalho, tradicionalmente reconhecida como vigilância epidemiológica; intervenções sobre fatores de risco, ambientes e processos de trabalho, compreendendo ações de vigilância sanitária, até as ações relativas ao acompanhamento de indicadores para fins de avaliação da situação de saúde e articulação de ações de promoção da saúde e de prevenção de riscos. A Portaria 3.120/GM/1998 a Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos sociais, tecnológicos, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a eliminá-los ou controlá-los. Vigilância em Saúde do Trabalhador BASES LEGAIS DA VISAT: A VISAT se fundamenta nas legislações federais, estaduais e municipais, sendo que este arcabouço jurídico é fundamental para o estabelecimento das atribuições nas várias instâncias de governo e para o ordenamento do setor público e privado. Estas são algumas normas e leis que podem ser utilizadas. I. Lei Federal 8.080/1990 - Lei Orgânica da Saúde; II. Lei Federal 8.142/1990 - Lei Orgânica da Saúde; III. Portaria 1.565/1994 - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; IV. Lei Federal 6.437/1977 - Configura infrações à legislação sanitária federal; V. Portaria MS/GM 3.120/1998 - Instrução Normativa de VISAT; VI. Portaria MS/GM 3.908/1998 - Norma Operacional de Saúde do Trabalhador; VII. Lei 7.110 - Código de Vigilância em Saúde do Estado de Mato Grosso; VIII. Códigos Sanitários Municipais. Vigilância em Saúde do Trabalhador O objetivo final da Epidemiologia é produzir conhecimento e tecnologia capazes de promover a saúde individual através de medidas de alcance coletivo. Link Boletins Epidemiológicos: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197- secretaria-svs/11955-boletins-epidemiologicos-arquivos Objetivo Final da Epidemiologia ATIVIDADE 1.Na Vila das Flores acontece anualmente uma grande festa comunitária. Todos os moradores se reúnem e levam alimentos e bebidas para comemorar o aniversário do bairro. Neste ano, infelizmente, algo deu errado: um dos pratos estava estragado, muitas pessoas tiveram diarreia e precisaram ser atendidas no pronto-socorro regional. Como a Vigilância Epidemiológica deve atuar diante dessa situação? 2. O que é Vigilância em Saúde Ambiental? E qual sua finalidade? 3. Em relação aos quatro subsistemas de vigilância em saúde, podemos afirma que: a)São distintos entre si, tendo como únicos pontos em comum a denominação vigilância e os focos de atenção. b)Possuem características comuns, como o trabalho com informações de saúde e o poder de polícia administrativa, mas atuam em situações diversas. c)São independentes em suas atividades, e cada município pode determinar os objetivos das vigilâncias em sua região. d)Possuem características comuns, mas não devem trabalhar em conjunto, sob o risco de confundirem seus papéis. e) Nenhuma das alternativas. ATIVIDADE DE PESQUISA Escolha um município e trace perfil de saúde do local. Escolha um subsistema ou mais para caracterizar sua região. Para a caracterização, escolha também dados socioeconômicos e demográficos. Exemplo: população residente, renda, saneamento básico. 1.Município 2.Escolha do SIS a)Mortalidade (causas externas, fetal, causas evitáveis, infantil) b)Morbidade hospitalar (Cap. CID10) c) Hipertensão e Diabetes d) Doenças de notificação e) Câncer de colo de útero e mama f) Nascidos vivos AGUIAR, Zenaide Neto. SUS: Sistema Único de Saúde: antecedentes, percurso, perspectivas e desafios. São Paulo: Martinari, 2011. MENEZES, A. M. B. Noções básicas de epidemiologia. Silva LCC, Menezes AMB, organizadores. Epidemiologia das doenças respiratórias. Rio de Janeiro: Revinter, p. 1-25, 2001. SOARES, D. A.; ANDRADE, S. M.; CAMPOS, J. J. B. Epidemiologia e indicadores de saúde. Bases da saúde coletiva. Londrina: Ed. UEL, p. 183-210, 2001. Referências
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