Direito Penal - Peça

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DE SÃO PAULO
Processo n° XXX
A agravante Joana Lima, já qualificada nos autos do processo acima indicado, vem, a Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada, com fulcro no art. 197 da Lei nº 7.210/84 (Lei das Execuções Penais – LEP), interpor
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Requer a agravante que seja recebido e processado o presente agravo, já com as inclusas razões, para que possa Vossa Excelência retratar-se (artigo 589 do CPP), caso assim entenda, na eventualidade de ser mantida a decisão atacada, requer que seja encaminhado com as inclusas razões a Superior Instância, para processamento e julgamento.
Termos em que pede deferimento,
São Paulo, 13 de novembro de 2023.
Advogada – OAB/SP
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
Processo n° XXX
Agravante: JOANA LIMA
RAZÕES DO AGRAVO
Egrégio Tribunal de Justiça
Colenda Comarca
Joana Lima, já qualificada nos autos, vem por intermédio de sua advogada, que ao final assina, apresentar suas RAZÕES RECURSAIS, com fulcro no artigo 588 do CPP, tempestivamente.
I – DOS FATOS
A agravante Joana Lima foi condenada à pena de 20 (vinte) anos, 04 (quatro) meses e 06 (seis) dias pelo crime de roubo qualificado pela morte da vítima, nos termos do art. 157, § 3º, segunda parte, do Código Penal em 04 de dezembro de 2007. Na referida fixação da pena, foi considerada a reincidência de Joana, resultando na imposição do regime inicial fechado, conforme preconiza o art. 1º, inciso II, da Lei nº 8.072/90. Ocorre que, já tendo cumprido 2/3 de sua pena, foi-lhe negado o livramento condicional pelo juízo da 4ª Vara de Execução Penal da comarca de São Paulo, com a justificativa de que Joana seria reincidente em específica em crime hediondo, contudo, como ficará comprovado abaixo, isso não merece prosperar.
II – DO LIVRAMENTO CONDICIONAL NEGADO
Alcides Lima, pai da agravante, buscou auxílio para pleitear o livramento condicional de sua filha, visto que a agravante já cumpriu mais de 2/3 da pena fixada. Sendo o pedido indeferido pelo magistrado da 4ª Vara de Execução Penal, fundamentando-se na reincidência específica em crime hediondo.
III – DA REINCIDÊNCIA E DO DIREITO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Apesar de Joana já ter sido condenada anteriormente por furto qualificado, pelo rompimento de obstáculo, na forma do artigo 155, § 4º, inciso I do CP, este crime não figura na lista de crimes hediondos previstos na Lei nº 8.072/90, a negativa ao livramento condicional carece de respaldo legal. 
O art. 83, inciso V, do Código Penal estabelece que apenas aos reincidentes específicos em crimes hediondos, será vedado o direito ao livramento condicional, portanto não há legalidade na negativa da concessão de livramento condicional, uma vez que a apenada não é reincidente específica.
IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência que seja dado provimento ao presente Agravo em Execução, a fim de conceder o livramento condicional a Joana Lima, haja vista estarem presentes os pressupostos recursais objetivos e subjetivos.
Termos em que pede deferimento,
São Paulo, 13 de novembro de 2023.
Advogada – OAB/SP