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CLÍNICA CIRÚRGICA AULA 01 LESÕES DA PELE Pedro Henrique Nogueira Barbosa Acadêmico de Medicina Afya – 6º Período 1 LESÕES BENIGNAS 2 3 L E S Õ E S B E N IG N A S 4 C E R A T O S E S E B O R R E IC A • Queratose/Verruga Seborreica: tumores pigmentados epidérmicos que originam-se espontaneamente • Origem: falta de maturação dos queratinócitos, com acúmulo de células imaturas • Melanócitos transferem melanina aos queratinócitos anormais • Local: face ou tronco (acometimento meia-idade e idosos) CARACTERIZAÇÃO • Apresentação clínica: muito ampla (confusão diagnóstica) • Mais comum: vegetação delimitada, múltipla, castanho-escura, mole, arredondada ou ovalada, milímetros a 1 cm MORFOLOGIA • Tratamento cirúrgico + histopatológico TRATAMENTO 5 C E R A T O S E S E B O R R E IC A 6 C E R A T O S E S E B O R R E IC A • Sinal de Lesser-Trélat: síndrome paraneoplásicas decorrente da evolução de neoplasias malignas internas (como carcinomas do TGI) • Produção de fatores de crescimento: induz proliferação epidérmica • Apresentação: múltiplas queratoses seborreicas LESSER-TRÉLAT 7 C O R N O C U T Â N E O • Origem: acentuada ceratose da camada córnea cutânea • > 50 anos e portadores de ceratose senil (pode surgir de outras lesões) • Local: áreas expostas à luz solar (face, couro cabeludo, antebraços e mãos) • Áreas não expostas sugerem natureza maligna • Assintomático, solitário e de lente evolução (anos-decênios) CARACTERIZAÇÃO • Lesão tumoral sólida, cônica, circunscrita, hiperceratósica • coloração branca ou amarelada • Projeta acima do nível da pele (comprimento variável) • Base larga e/ou baixa relação altura/base • pode ser achatada, nodular ou crateriforme MORFOLOGIA • Tratamento cirúrgico + histopatológico TRATAMENTO 8 C O R N O C U T Â N E O 9 C O R N O C U T Â N E O 10 D E R M A T O F IB R O M A • Dermatofibroma (histiocitoma fibroso benigno): tumor de origem conjuntiva • proliferação de fibroblastos e histiócitos com neoformação colágena • Causas: aparecimento espontâneo ou áreas de trauma (picadas de inseto) • Local: predomínio nas extremidades ou tronco CARACTERIZAÇÃO • Consistência dura, de tamanho variável (maioria < 1 cm) e séssil • Apresentação única ou múltiplos, com forma arredondada ou ovoide • Pápula elevada ou nódulo de superfície lisa aderente à pele suprajacente • Hiperceratótico com hiperpigmentação (captação de melanina e hemossiderina) em alguns casos • Pele suprajacente de cor normal, vermelho-acastanhada ou preto-azulada • Sinal da covinha: endentação ou depressão após compressão lateral da lesão MORFOLOGIA • Tratamento cirúrgico + histopatológico TRATAMENTO 11 D E R M A T O F IB R O M A 12 A C R O C Ó R D O N • Papiloma ou fibroma mole de Unna: polipoides com estroma colágeno variando de frouxo a denso e vasos sanguíneos de paredes finas • Local: cervical, axilar, palpebral, inguinal e/ou troncular • Comum: indivíduos de meia-idade ou idosos • Condições associada: obesidade, DM, resistência insulínica, aterosclerose e gravidez CARACTERIZAÇÃO • Lesão pedunculada ou filiforme de consistência amolecida • Múltipla, com diâmetro variável de 1 a 10 mm • Coloração semelhante a da pele ou hiperpigmentada MORFOLOGIA • Tratamento cirúrgico por secção do pedículo com tesoura, ligadura com fio inabsorvível (queda em 7 dias), eletrocauterização ou criocirurgia TRATAMENTO 13 A C R O C Ó R D O N 14 L IP O M A • Lipoma: adipócitos maduros carregados com vacúolos lipídicos • Local: cervical, costas, ombros, nádegas e porção proximal das extremidades (qualquer região que tenha tecido gorduroso) • Idade: predomínio entre 40-60 anos • Lipossarcoma: lesão de aspecto benigno, mas é maligna CARACTERIZAÇÃO • Nódulo subcutâneo, único ou múltiplo, não doloroso de tamanho muito variável • Pode haver dor discreta ou aumento da sensibilidade local • Consistência amolecida • Endurecido devido tecido fibroso e formação de cápsula • Arredondado ou lobulado e móvel (pode aderir aos tecidos circunvizinhos) • Pele sobrejacente normal ou aspecto casca de laranja (compressão da pele) MORFOLOGIA • Tratamento cirúrgico + histopatológico TRATAMENTO 15 L IP O M A 16 G R A N U L O M A P IO G Ê N IC O • Granuloma telangiectásico, hemangioma capilar lobular ou angioma de granulação: tumor benigno vascular adquirido • Local: pele e mucosa (sobretudo da região periungueal e/ou leito ungueal) • Lábios, gengivas, língua, mucosa oral etc • Causa: traumatismo local, infecção, uso de drogas e hormônios sexuais associados à gravidez • Medicamentos: citretina (tratamento da psoríase), antirretrovirais, cetuximab, capecitabina, gefitinib, docetaxel CARACTERIZAÇÃO • Lesão é sólida, vegetante, friável e sangra ao menor traumatismo • Apresentação: pedunculada ou séssil, íntegra ou exulcerada, recoberta por crosta • Aspecto: forma globosa ou polipoide e coloração vermelho-viva ou arroxeada • Lesões únicas (pode haver lesões satélites) e 1cm • Histologia: proliferação vascular, tecido de granulação e infiltrado inflamatório crônico • Pode haver áreas fibróticas em lesões antigas ou áreas de lesão MORFOLOGIA • Medicamentos, exérese cirúrgica, curetagem e eletrocauterização, crioterapia e laserterapia TRATAMENTO 17 G R A N U L O M A P IO G Ê N IC O 18 N E V O S • Nevos: lesões benignas derivadas da multiplicação excessiva dos melanócitos (são as pintas) • Mais de 70% dos melanomas surgem de pele sã e apenas 30% surgem sobre um nevo CARACTERIZAÇÃO 19 N E V O S 20 N E V O S 21 N E V O S 22 X A N T E L A S M A • Xantoma: lesão cutânea por deposição intracelular e dérmica de lipídeos • Xantelasmas palpebrais: xantomas planos das pálpebras • Apresentação: bilateral (menos comum unilateral) • Acomete mais pálpebra superior CARACTERIZAÇÃO • Máculas, pápulas ou placas não inflamatórias • Circunscritas ou difusas • Coloração: amarelada ou alaranjada MORFOLOGIA • Investigação de dislipidemia TRATAMENTO 23 X A N T E L A S M A 24 C E R A T O A C A N T O M A • Ceratoacantoma: tumor epitelial benigno de células foliculares • Acometimento: áreas da pele exposta ao sol (face, antebraços e mãos) • meia-idade ou idosos, com pico de incidência entre 50 e 69 anos CARACTERIZAÇÃO • Apresenta-se sob a forma solitária ou múltipla • Diferencial: crescimento inicial rápido e involução espontânea • História natural: • Proliferativo (crescimento rápido) • “mancha” torna-se um nódulo uniforme (liso, duro, bem definido, de cor vermelha ou cor da pele) com discreta umbilicação ou cratera central. • Maturação (desenvolvimento de umbilicação central) • tumoração hemisférica, saliente, com diâmetro variável, com centro ocupado por depressão umbilicada recoberta de escama ou crosta • Involução (necrose e cicatrização) • acúmulo de queratina, com amolecimento e achatamento progressivo das bordas • alargamento da cratera central e eliminação da camada córnea MORFOLOGIA • Biópsia: necessidade de investigação • Tratamento: cirúrgico, medicamentoso ou radioterápico TRATAMENTO 25 C E R A T O A C A N T O M A 26 C IS T O C E B Á C E O • Cisto sebáceo (epidermoide): tumor epitelial benigno de glândulas sebáceas • Acometimento: tronco, couro cabeludo, pescoço, face, dorso, escroto e retroauriculares • Origem: folículos pilossebáceos rotos associados à acne CARACTERIZAÇÃO • Lesões assintomáticas de crescimento lento • consistência firme a flutuante, arredondados e tamanhos variados • Mobilidade: são móveis, exceto quando coexiste fibrose (resultado de infecção prévia ou coexistente) • Compressão: eliminação de material amorfo, caseoso e de cheiro râncido por esse orifício MORFOLOGIA • Tratamento: retirada cirúrgica por meio de anestesia local • presença de infecção: cirurgia deve limitar-se à drenagem simples TRATAMENTO 27 C IS T O C E B Á C E O 28 S IR IN G O M A Tumor de células benignos de glândulas sudoríparasÉcrinas - múltiplos, que acometem principalmente mulheres 29 C A L O S ID A D E / C A L O • Calosidades: massas de hiperceratose, duras e amareladas (hipertrofias traumáticas) • localizam em áreas corporais submetidas a atrito e pressão constantes • Calo: hiperceratose circunscrita, causada por irritação traumática • lesão amarelada, pouco elevada, dura, localizada em partes proeminentes dos pés CARACTERIZAÇÃO • Tratamento: necessidade de retrirada de fator irritativo • cirurgia excisional ou eletrocirúrgica: contraindicado • debastamento: pode gerar alívio momentâneo • Quimiocirurgia: ácido salicílico sob a forma de pasta de Upton (ácido salicílico 8 g + ácido láctico 8 g + coloide elástico 20 mL) • Apresenta melhor resultado, mas transitório TRATAMENTO 30 C A L O S ID A D E S 2 LESÕES PRÉ-MALIGNAS 31 32 C E R A T O S E A C T ÍN IC A • Ceratose solar ou ceratose senil: lesões pré-malignas pela exposição solar crônica associado a hiperqueratose • Causas: radiação ultravioleta, mutações gene p53, fototerapia e exposição ao arsênio • Albinos, transplantados e xeroderma pigmentoso são fatores de risco • Risco de malignização: alto potencial de evolução p/ CEC • Local: áreas foto expostas cronicamente (tronco, cabeça e pescoço) • Idade: a partir dos 50 anos com aumento de lesões CARACTERIZAÇÃO • Pápulas ou placas com escamas aderentes, queratóticas, de superfície áspera • base eritematosa, pela queratinização desorganizada e grau variável de inflamação • Relato ocasional de prurido, queimação ou dolorimento MORFOLOGIA • Tratamento cirúrgico + histopatológico • 5-fluorouracil creme a 5%: age inibindo a síntese do DNA • Terapia fotodinâmica: utiliza ácido aminolevulínico (fotossensibilizante) e luz externa • Imiquimod creme a 5%: imunomodulador tópico que regula a produção de TNF-alfa TRATAMENTO 33 C E R A T O S E A C T ÍN IC A 34 C E R A T O S E A C T ÍN IC A 35 C E R A T O S E A R S E N IC A IS • Ceratose arsenicais: relacionada a exposição crônica ao arsênio • Redução na incidência devido não emprego como medicação • Presente em áreas de arsenicismo endêmico (contaminação da água) • Tempo de latência: variável (alguns dias a 30 anos) CARACTERIZAÇÃO • Lesões múltiplas, amareladas, simétricas, puntiformes e endurecidas • Localização: eminência tenar, face lateral das palmas, raízes e faces laterais dos dedos, plantas, calcanhar e face plantar dos pododáctilos • Sugestivo: presença de numerosos queratinócitos vacuolizados • Possibilidade: • Podem confluir formando placas verrucosas • Dolorosas evoluindo com fissuras, sangramentos e ulcerações MORFOLOGIA • Quando há malignização tende a ser mais agressivo (localmente do que acantose actínica) • Início precoce de CEC: halo eritematoso adjacente à lesão ou espessamento dela MALIGNIZAÇÃO 36 D O E N Ç A D E B O W E N • Doença de Bowen: uma neoplasia intraepitelial (CEC in situ) • Idade: comum na 6ª década (incomum < 30 anos) • Majoritariamente indivíduos de pele branca • Local: pode afetar quando local da pele e mucosa (mas rara em palmas e plantas) • Comum na cabeça e pernas • No leito ungueal apresenta descamação periungueal ou descoloração da unha • Fisiopatogênia: radiação ultravioleta, arsênio e HPV (16 e 33) CARACTERIZAÇÃO • Placa eritematosa, bem delimitada, de bordas irregulares e superfície escamativa ou crostosa • Geralmente solitárias, assintomáticos e crescimento lento • Malignização: pequeno risco de CEC invasivo, mas quando maligniza possibilidade de metástase • Ulceração: pode ser sinal clínico de malignização • Histologia: epiderme com acantose e queratinócitos atípicos e desordenados • mitoses, queratinócitos multinucleados e células disqueratóticas com núcleos hipercromáticos e citoplasmas eosinofílicos MORFOLOGIA • Exérese cirúrgica com margem de 5mm (eletrocoagulação, crioterapia e laser de CO2) • Tópico: 5-fluorouracil creme a 5% ou Imiquimod (lesões extensas de difícil cicatrização) TRATAMENTO 37 D O E N Ç A D E B O W E N 38 E R IT R O P L A S IA D E Q U E Y R A T • Eritroplasia de Queyrat : uma neoplasia intraepitelial (CEC in situ), mas especificamente a Doença de Bowen localizada na mucosa genital peniana • Acometimento: homens, usualmente não circuncidados, com idade de 20-80 anos • Local: preferencialmente na glande CARACTERIZAÇÃO • Mácula ou placa vermelho-brilhante, bem demarcada e aveludada • Escamação característica de Bowen é ausente • Assintomática: mas pode haver prurido, dor e dificuldade de retração do prepúcio • Malignização: progressão lenta e 20% geram metástase linfonodal regional • Proporção em CEC invasivo é maior que Bowen MORFOLOGIA • Excisão simples e indicação de postectomia • lesões invasivas e extensas, pode-se utilizar a cirurgia de Mohs • Tópico: 5-fluorouracil creme a 5% ou Imiquimod (lesões extensas de difícil cicatrização) TRATAMENTO 39 E R IT R O P L A S IA D E Q U E Y R A T 40 P A P U L O S E B O W E N O ID E • Papulose Bowenoide: lesões papulosas multifocais com aspecto bowenoide à Histopatologia • Acometimento: adultos jovens sexualmente ativos (média de 30 anos) • Mulheres: acomete a vulva, clitóris, pregas inguinais e região perianal • Homens: acomete glande, o corpo do pênis e o prepúcio • Associação: com HPV (principalmente 16) CARACTERIZAÇÃO • Múltiplas pápulas achatadas de cor marrom a vermelha ou violeta, de 2 a 5 mm de diâmetro • Superfície lisa, brilhante e aveludada • Nas mulheres pode haver pigmentação e confluência das lesões • Assintomático: mas pode haver prurido, inflamação e dor • Malignização: maioria das vezes é benigno, raramente evolui p/ CEC invasivo MORFOLOGIA • Remoção cirúrgica, eletrocoagulação, crioterapia e laser • Tópico: 5-fluorouracil creme a 5%, tretinoína creme a 0,05% ou Imiquimod TRATAMENTO 41 P A P U L O S E B O W E N O ID E 42 C IC A T R IZ E S Cicatrizes: maior probabilidade de desenvolver um CEC - associação: úlceras, fístulas, osteomielite, radiodermite ou cicatriz de vacinação - agressividade: tumores desenvolvidos das cicatrizes são mais agressivos 3 LESÕES MALIGNAS 43 44 L E S Õ E S M A L IG N A S CARCINOMA CUTÂNEO (CC) CC Melanoma Acometimento dos melanócitos ↓Incidência ↑Mortalidade CC Não Melanoma Demais espécies celulares ↑Incidência ↓Mortalidade 45 L E S Õ E S M A L IG N A S 46 E P ID E M IO L O G IA • Epidemiologia: tumor maligno mais comum mundialmente (2.750.00casos/ano) • Tipos principais: carcinoma basocelular – CBC (70%) e carcinoma espinocelular - CEC • Padrão: possuem ↓mortalidade + ↑morbidade (perda de função e desfiguramento → onera sistema de saúde) • Acometimento: relação direta com RUV e inversa com grau de pigmentação da pele • Prevalência: pessoas de idade avançada e sexo masculino (com RUV crônica) • Brasil: 98.420 casos em homens e 83.710 em mulheres PANORAMA 47 F A T O R E S D E R IS C O • RUV: fator extrínseco de maior relevância → 90% dos casos • incidência: ↑ à medida que se aproxima da linha do equador • áreas de ↑exposição solar: segmento cefálico, antebraço e dorso da mão • padrão: quanto a forma de exposição • CBC: exposições intensas e intermitentes (pacientes sem muitos sinais de fotodano) • CEC: exposições crônicas (pacientes com efeito cumulativo de dano RUV) RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA Dano fotoquímico do DNA Fotoprodutos dipiridínicos - Ligações covalentes entre C-T Distorção da dupla hélice - Alteração na replicação e transcrição Efeito Mutagênico Carcinoma Cutâneo 48 F A T O R E S D E R IS C O I - B R A N C A II - B R A C A II I – M O R EN A C LA R A IV – M O R EN A V – M O R EN A E SC U R O V I – N EG R A I - B R A N C A II - B R A C A IV – M O R EN A FENÓTIPO 49 F A T O R E S D E R IS C O • Imunossupressão: predispõe o individuo ao desenvolvimento de muitos cânceres • Transplante de órgãos:fator de risco devido uso prolongado de imunossupressores • Padrão: pacientes transplantados tem predisposição a desenvolver CEC IMUNOSSUPRESSÃO 50 F A T O R E S D E R IS C O • Papiloma Vírus Humano: associação com desenvolvimento de CEC de colo de útero, mucosa genital e pele • HPV-16: tem maior relação (capacidade de integrar o genoma do hospedeiro) HPV • Carcinogêneos químicas: atuam por ação carcinogênica direta ou agente promotor (aumenta efeito da RUV) • Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: asfalta, cera parafinada, fuligem etc • Exposição crônica ao arsênio: tumores múltiplos com hiperpigmentação e queratose da pele CARCINOGÊNEOS QUÍMICAS • Fatores genéticos: defeitos nos genes supressores de tumor • Genes: patched (braço longo do cromossomo 9) e P53 (braço longo do cromossomo 17) → 50% de desenvolver até os 30 e 90% até os 70 anos GENÉTICOS 51 F A T O R E S D E R IS C O • CBC: nevo sebáceo possibilidade de 6-14% • CEC: cicatrizes de queimaduras, sequelas de dermatoses e inflamação crônica (úlceras e dermatoses) • condição pré-maligna: queratose actínia (12%) LESÕES PRECURSORAS • Genodermatoses: doença genéticas associadas ao ↑ da suscetibilidade da pele a RUV • Xeroderma pigmentoso: doença autossômica recessiva associada a hipersensibilidade a RUV • múltiplos cânceres cutâneos • Albinismo: doença autossômica recessiva caracterizada pela perda da melanina → ↑risco de cânceres cutâneos GENODERMATOSES CARCINOMA BASOCELULAR 52 53 IN T R O D U Ç Ã O • CBC: origina-se dos queratinócitos da C Basal em áreas de folículos pilosos • Características: grande potencial de destruição e invasão local (pode acometer até osso) • raro metástase • Lesões: podem ou não ser pigmentadas (atenção ao diagnóstico diferencial) • Localização: 80% na região da cabeça e pescoço • 15% restante inclui tronco regiões genitais, perianais e palmoplantares CBC 54 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A • CBC Nodular: subtipo mais comum (50% dos casos) • Descrição: pápula ou nódulo perolado com telangiectasias arboriformes e margens bem definidas (possibilidade de ulceração) CBC NODULAR 55 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A • CBC Superficial: subtipo mais insidioso com excelente prognóstico • Descrição: lesão eritematoescamosa que cresce superficialmente • forma pode ser arredondada ou irregular, com ou sem limites precisos • centro da lesão pode parecer fibrótico, CBC SUPERFICIAL 56 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A • CBC Esclerodermiforme: subtipo mais agressivo com ↑recidiva • Descrição: lesão infiltrada e mal definida de aspecto endurecido e marfínico CBC ESCLERODERMIFORME 57 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 58 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 59 H IS T O P A T O L O G IA • CBC: tumor com blocos celulares arredondados que destroem a epiderme e acometem a derme • Células basalóides: núcleo ovalado, cromatina densa, citoplasma escasso e basófilo • Paliçada: na periferia, camada nítida com núcleos em perpendicular a superfície de agrupamento • Centro sólido: interior do bloco é preenchido por células • Fendas dérmicas: descontinuidade da tecido dérmico • Úlcera roedora: grande invasividade local (que se não tratado pode destruir extensas áreas) • OBS: subtipo superficial não há blocos soltos de células HISTOPATOLOGIA 60 H IS T O P A T O L O G IA CARCINOMA ESPINOCELULAR 61 62 IN T R O D U Ç Ã O • CEC: origina-se dos queratinócitos da C Espinhosa • mais comum em pessoas idosas com fotodano • Características: possibilidade de metástase (5% em 5 anos) principal sítio são os linfonodos regionais • In situ: queratinócitos atípicos estão apenas na epiderme • Invasivo: queratinócitos atípicos ultrapassam a C Basal e atingem a derme CEC MAIOR RISCO DE METÁSTASE CARACTERÍSTICA CLÍNICA CARACTERÍSTICA DO TUMOR Localização: área central da face, lábios, orelhas CEC indiferenciado Imunossupressão Invasão além do subcutâneo ou > 6 mm Local de radiação, cicatriz ou úlcera previa 63 E V O L U Ç Ã O 64 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A • Doença de Bowen: subtipo in situ • Descrição: placa eritematosa delimitada com áreas queratósicas CEC 65 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A • CEC invasivo: subtipo agressivo que surge em áreas fotolesadas • cabeça e pescoço seguido do tronco • Descrição: placas eritematoqueratósicas nódulos ou tumores infiltrados • crescimento pode ser lento ou rápido • lisas ou hiperceratósica • Presença de ulceração na maioria CEC 66 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 67 H IS T O P A T O L O G IA • CEC: tumor com atipias na C Espinhosa • Blocos celulares: coesos pela presença de pontes intercelulares • Pérola córnea: queratina concentrada no centro dos grupamentos celulares • Áreas bem diferenciadas: imitam a epiderme normal • ↓atipia e ↑corneificação (deposição de queratina) • Áreas menos diferenciadas: mais indício de atipia → ↑ índice mitótico • ↑ atipia e ↓ corneificação (deposição de queratina) • Linguetas rombudas: infiltração do tumor na derme • Acantólise: ausência de desmossomos com células soltas assumindo forma arredondada e tonalidade eosinofílica HISTOPATOLOGIA 68 H IS T O P A T O L O G IA 69 D IA G N Ó S T IC O • Diagnóstico: é clínico e histopatológico • Método: • Biopsia Incisional (retirada de parte da lesão) pela técnica de punch • Biópsia Excisional: quando forem lesões pequenas ou suspeitas de CEC in situ • Objetivo: confirmar diagnóstico, definição do subtipo, nível de invasão tumoral etc DIAGNÓSTICO MELANOMA 70 71 IN T R O D U Ç Ã O • Epidemiologia: tumor maligno com potencial letal proveniente dos melanócitos • Distribuição: mais frequente em adultos jovens de 20-50 anos (> 50 em homens e < 40 em mulheres) • Quadro: incidência global de 160.000 casos/ano e 48.000 mortes • mudança: ↑incidência, mas não há acompanhamento dos óbitos • Óbitos: responsável por 75% das mortes de C Cutâneo • lesões < 0,76mm: 100% de sobrevida em 5 anos • lesões > 4: 40% de sobrevida em 5 anos • Relacionado com espessura da lesão • Brasil: 2.960 casos em homens e 2.930 em mulheres MELANOMA 72 F A T O R E S D E R IS C O EXPOSIÇÃO SOLAR EXCESSIVA QUEMADURA SOLAR HISTÓRIA FAMILIAR (10%) FOTÓTIPO BAIXO (I-II) DEFEITOS GENÉTICOS MÚLTIPLOS NEVOS (30%) 73 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A MELANOMA EXTENSIVO SUPERFICIAL Mais comum Tronco (homens) e MMII (mulheres) 40 anos, com evolução lenta (3 anos) Crescimento radial com associação a lesões pré- existentes Placa enegrecida e assimétrica MELANOMA NODULAR 2º mais comum Tronco, cabeça e pescoço 40 anos, com evolução rápida (7 meses) Crescimento vertical sem associação a pele lesada Nódulo preto simétrico LENTIGINOSO ACRAL Mais frequente em negros e asiáticos Palmoplanteares e falanges distais 55-65 anos, com evolução lenta Crescimento horizontal Mácula enegrecida com bordas irregulares LENTIGO MELANOMA Mais comum em idosos Segmento cefálico 70 anos, com evolução lenta (8 anos) Fase prolongada de crescimento radial Mácula acastanhada com bordas irregulares 74 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 75 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 76 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 77 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 78 A P R E S E N T A Ç Ã O C L ÍN IC A 79 H IS T O P A T O L O G IA • Histopatologia: origina dos melanócitos da C Basal e infiltram na derme • Células neoplásicas: núcleos hipercromáticos, citoplasma basófilo e pleomorfismo • Áreas: melanótica (↑melanina) e amelanótica (↓melanina) • melanomas amelanóticos: sem produção de melanina (imuno- histoquímica HMB-45 e proteína S-100) • Extensão radial: células neoplásicas avançam pelo limite dermo- epiderme (aspecto letiginoso) → comprimem os queratinócitos • Extensão vertical: migração → infiltração da derme e ulceração da epiderme • Estrato córneo:atingindo com células isoladas ou ninhos (melanocitose) HISTOPATOLOGIA 80 H IS T O P A T O L O G IA 81 H IS T O P A T O L O G IA 82 D IA G N Ó S T IC O C L ÍN IC O 83 B IÓ P S IA • Biópsia: sempre é indicado em suspeita clínica de melanoma • Método: biopsia excisional com margem lateral de 1-3mm e profundidade subcutânea • retirada da lesão em totalidade com margens mínimas DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO 84 H IS T O P A T O L Ó G IC O subtipos histológicos profundidade das lesões de Clark espessura da lesão – Breslow situação de margem de segurança número de mitoses fase de crescimento presença ou não de ulceração 85 H IS T O P A T O L Ó G IC O ÍNDICE DE CLARK Nível Profundidade I Intraepidérmico – in situ II Derme papilar III Transição entre derme papilar e derme reticular IV Derme reticular V Subcutâneo 86 H IS T O P A T O L Ó G IC O • Índice de Breslow: distância da C Granulosa até última células invasiva (em mm) • Prognóstico: quanto maior pior (principal indicador) BRESLOW 87 C O N D U T A Suspeitar de melanoma (ABCDE) Biópsia excisional (1 a 3mm) Ampliar margens Avaliação linfonodal Exames de imagens CLÍNICA CIRÚRGICA AULA 01 LESÕES DA PELE Pedro Henrique Nogueira Barbosa Acadêmico de Medicina Afya – 6º Período
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