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3101-Texto do Artigo-6667-7063-10-20150708

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Reflexão, Campinas, 31(89), p. 75-82, jan./jun., 2006
ArtigoArtigoArtigoArtigoArtigo
Retórica antiga e nova retórica:
Chaïm Perelman e os sofistas
Vieille rhétorique et nouvelle rhétorique: Chaïm Perelman et les sophistes
Regina Yara Martinelli da SILVEIRA
Doutora em Filosofia pela UERJ
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo destacar a importância do estudo das técnicas argumentativas na formulação dos diversos
tipos de discursos. Para isso, vamos considerar os elementos de persuasão retomados por Perelman da retórica antiga e
reformulados de acordo com as situações contemporâneas, ressaltando que muitas destas técnicas persuasivas derivam dos
pensadores sofistas, em especial, Protágoras e Górgias. Ao retoricizar os saberes, a discursividade dialógica possibilita a
instauração de uma filosofia retórica, que admite o pluralismo e a controvérsia como parte intrínseca da racionalidade.
Palavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chavePalavras-chave: Perelman, retórica, sofística.
Résume
Ce travail a l’objectif de mettre en relief l’importance de l’étude des techniques argumentatives dans la formulation de divers
types de discours. Alors, nous allons considérer les éléments de persuasion repris par Perelman de la rhétorique ancienne et
reformulés selon les situations contemporaines, en soulignant que beaucoup de ces techniques proviennent des penseurs sophistes,
particulièrement Protagoras et Gorgias. Au moment de transformer les savoirs em rhétorique, la pensée discursive dialogique
rend possible l’instauration d’une philosophie rhétorique, qui admet le pluralisme et la controverse comme partie intrinsèque de
la rationalité.
Mots-cléMots-cléMots-cléMots-cléMots-clé: Perelman, rhétorique, sophistique.
A reabilitação da retórica antiga proposta
pela Teoria da Argumentação de Chaïm Perelman
(1912-1984) não significa um interesse imediatista
pelos discursos persuasivos da retórica. Na verdade,
as investigações perelmanianas acerca do estudo das
técnicas retórico-argumentativas constituem um des-
dobramento natural de sua tese de doutorado (Études
sur Gottlob Frege – 1938), dedicada à Lógica Sim-
bólica. É com base nas pesquisas sobre os fundamen-
tos da Logística moderna que Perelman busca uma
justificativa racional para a elaboração de uma lógica
dos juízos de valor, que vai encaminhá-lo para o
estudo das técnicas argumentativas da retórica antiga.
Assim, se num primeiro momento o exame da
discursividade retórica – formulada com raciocínios
verossímeis e não-formais, a partir de proposições pro-
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ArtigoArtigoArtigoArtigoArtigo
váveis e contingentes – pode causar estranheza ao
pensamento lógico, observamos que as técnicas dos
discursos retóricos passam a ser uma complementação
indispensável para a compreensão da lógica, segun-
do a Nova Retórica.
É especialmente sob influência aristotélica que
o Traité de l’Argumentation perelmaniano sustenta o
resgate filosófico da retórica clássica, muito embora,
devemos salientar, não tenha sido esta a intenção de
Aristóteles, em sua obra dedicada ao estudo dos ra-
ciocínios retóricos. Acrescente-se ainda que, diante
do posterior antagonismo entre a Lógica Clássica da
Antigüidade e a Logística moderna, Perelman tam-
bém faz questão de assumir a defesa da lógica de
Aristóteles, enfatizando a relação mais precisa
desta última com a realidade que serve de funda-
mento para o seu Tratado.
Não devemos esquecer, entretanto, que o
confronto entre a lógica aristotélica e o formalismo
moderno acarretou para a primeira severas críticas, in-
tensificadas em especial pelo desenvolvimento das
matemáticas no século XIX, quando lógicos e mate-
máticos pretenderam, inspirados no método dos
geômetras e em construções algébricas de precisão
indiscutível, assegurar a formulação dos raciocínios
evidentes, evitando qualquer menção à linguagem
natural. Ou seja, a prioridade outorgada à estruturação
formal do discurso impediu o uso de nossa linguagem
cotidiana, ambígua e incerta, nas construções lógico-
-matemáticas. Esta inspiração matemática resultaria,
de acordo com a teoria perelmaniana, da profunda
influência do racionalismo clássico cartesiano, da cria-
ção de um método seguro de conhecimento capaz
de vislumbrar a verdade absoluta e imutável, e do
conseqüente afastamento das idiossincrasias humanas.
É a geometria que fornece a Descartes o
modelo destas idéias claras e distintas,
destas proposições eternamente verdadei-
ras, cuja evidência se impõe a todo ser
racional. (...) A deliberação e a discus-
são são somente a manifestação da incer-
teza, que resulta de um conhecimento im-
perfeito; mas essa imperfeição é evitável,
na condição de se seguir as regras do mé-
todo cartesiano, eliminando a influência da
imaginação e das paixões, dos preconcei-
tos e das prevenções, da má educação
e do mal uso da linguagem, e evitando
as fraquezas de nossa memória.
(PERELMAN, 1963, p. 95-96)
No que diz respeito ao exame das investiga-
ções da Logística, observamos que Perelman desta-
ca, em sua crítica, que o empenho formalista na busca
de um alicerce seguro para a formulação exata do
raciocínio requer um evidente rigor conceitual, livre
dos equívocos e das ambigüidades da linguagem na-
tural, a fim de produzir conclusões inquestionáveis,
unívocas e intemporais. Este repúdio à linguagem co-
mum é, então, justificado pela exigência de se obe-
decer aos cânones normativos estruturais, os quais não
podem sofrer alterações. Conforme explica Perelman:
Estas prescrições estritas, às quais nenhuma
língua natural se amolda, são inspiradas
pelo ideal formalista, que gostaria que de
qualquer seqüência de signos se pudesse
dizer, sem contestação possível, se consti-
tui ou não uma expressão significativa (ou
seja, bem formada) e, de qualquer seqüên-
cia de expressões, se constitui uma prova.
(1963, p. 185)
Como ciência rigorosa de estruturação do
pensamento correto (independente de conteúdos
específicos), a lógica busca alcançar a validade uni-
versal, utilizando-se de regras unívocas, as quais per-
mitem atingir a certeza evidente e, assim, chegar a
uma conclusão indiscutível. O ápice desta conclusão
inquestionável é a ultrapassagem de toda e qualquer
dúvida com relação à estrutura formal do sistema,
desprezando as particularidades associadas a conhe-
cimentos sem comprovação exata, que não têm com-
promisso com uma metodologia que possibilite al-
cançar uma verdade plena e imutável. Portanto, a
lógica modela sua aplicabilidade com base em prin-
cípios racionais rígidos que possam reproduzir e cir-
cunscrever expressões absolutas, preliminarmente defi-
nidas, para consolidar a validade do sistema formal:
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o formalismo lógico pretende ultrapassar as possibili-
dades interpretativas das argumentações dialógicas,
empenhando-se, por isso, em elaborar raciocínios vá-
lidos, ao abrigo de contextos sócio-históricos, propri-
amente humanos.
Segundo Perelman, os sistemas formais se apro-
priaram da racionalidade e da prerrogativa da cons-
trução de raciocínios consistentes e perfeitos, atrelan-
do seus elementos constitutivos a um modelo de ra-
zão absoluta e intemporal. No entanto, acreditamos
que, para além do âmbito do formalismo, existem
variados campos do conhecimento onde, com igual
rigor, se desenvolve a busca do saber, num espaço-
tempo determinado, e que não podem ser rotulados
de irracionais apenas por não priorizarem comprova-
ções inquestionáveis e por necessitarem, como base,
de nossa linguagem natural, mesmo que as conclusões
apresentadas sejam sempre provisórias e não refratári-
as a dúvidas e questionamentos.Mas, alijar como
irracional ou ilógico um raciocínio que não possa ser
“cientificamente” comprovado é desconsiderar a pró-
pria formulação discursiva, pois toda argumentação
pressupõe uma lógica determinada com elementos
concatenados entre si, dos quais resulta, sempre, uma
conclusão coerente. Não podemos deixar de salien-
tar que a racionalidade humana se desenvolve em um
meio sócio-político específico e depende da interação
discursiva entre os indivíduos – o que impede a restri-
ção aos padrões matematizantes e limitados do
formalismo. Assim, mais do que ampliar a possibili-
dade de comunicação livre, inexistente em uma cons-
trução lógico-formal, a discursividade dialógica e re-
tórica interfere racional e emotivamente no espírito
humano, em um público predisposto a discutir, parti-
cipar e interagir com seus semelhantes sobre temas
apresentados e contextualmente apreciados, a fim de
chegar a conclusões consensuais, sobre as quais se sus-
tenta qualquer processo racional.
No exame das técnicas dos raciocínios
discursivos, a teoria perelmaniana investiga a impor-
tância dos discursos no revigoramento de uma razão
plural e dinâmica, dando ênfase aos procedimentos
argumentativos como base de todo conhecimento.
Daí a proposta de se considerar a possibilidade de
uma lógica argumentativa, que ultrapasse os limites
constringentes da razão formal, para fundar novos pres-
supostos no âmbito do saber. Esta lógica, assentada
sobre proposições não-formais, se sustenta na matéria
do raciocínio argumentativo, nos valores do discurso
comunicados pela nossa linguagem.
Nesse ponto, vemos a necessidade de
explicitar a distinção feita por Perelman entre os ter-
mos demonstração e argumentação; isso porque sua
teoria estabelece que a demonstração exige a
univocidade de seus elementos e se situa no campo
de dedução das proposições necessárias, evidentes e
absolutas, ao passo que a argumentação, ao contrá-
rio, não é constringente nem limitada, pois as discus-
sões argumentativas estão sempre em processo, aber-
tas à interpretação, e sua construção jamais será previ-
amente elaborada.
Se a demonstração libertou-se do tempo
isolando do contexto um sistema, tentou
também libertar-se da influência do tempo
sobre os instrumentos utilizados. Todo o
seu esforço, no sentido de univocidade, é
uma maneira de cristalizar o tempo. O que
equivale a dizer que a demonstração se
liberta da linguagem. (...) A argumenta-
ção, pelo contrário, é essencialmente um
ato de comunicação. Implica comunhão
de mentes, tomada de consciência comum
do mundo, tendo em vista uma ação real;
supõe uma linguagem viva, com tudo o
que esta comporta de tradição, de ambi-
güidade, de permanente evolução.
(PERELMAN, 1969, p.49-50)
Assim, enquanto a demonstração é rígida e se
impõe como única via possível, a argumentação é
maleável, flexível, dinâmica, sujeita ao tempo e às
situações históricas, que se transformam constantemente.
Por isso, o discurso argumentativo só se efetiva através
das relações interpessoais, e deixa sempre uma aber-
tura para a controvérsia, para a liberdade de pensar.
Enquanto o discurso lógico-demonstrativo instaura uma
razão unívoca e imutável como fonte de todo saber, a
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racionalidade argumentativa e dialógica necessita da
comunhão de mentes, da participação intelectual do
interlocutor, de seu assentimento às teses apresenta-
das.
Entre os conflitantes raciocínios que instituem
a razão ou desrazão, Perelman propõe uma terceira
via: a via da razoabilidade, dos argumentos capazes
de produzir ou modificar situações, dependendo do
grau de persuasão e convencimento que se estabelece
entre o orador e seu interlocutor. É a partir da apre-
sentação da via do razoável, do preferível – pois
lidamos com argumentos apenas prováveis – que a
Teoria da Argumentação legitima sua proposta de
repensar e enriquecer o conceito de racionalidade,
introduzindo-a na práxis discursiva. Por isso, é neces-
sário reconduzir a razão ao plano dialógico, relacio-
nando os discursos retóricos com o questionamento
filosófico. Compreendemos então que, diferentemen-
te do que asseguravam os antigos fi lósofos
contemplativos, a retórica não é estranha ao conheci-
mento e à filosofia. Existe, portanto, total pertinência
do uso da retórica no discurso filosófico, pois, se o
filósofo não é o arauto de uma verdade única, de um
discurso monológico que não admite contestação, só
lhe resta recorrer a argumentos que possam influenciar
e convencer o outro – o auditório – a respeito de
suas teses. É preciso que os filósofos exponham
discursivamente suas teses perante um auditório abs-
trato e idealizado, que não é perceptível e nem está
assegurado de antemão, a fim de alcançar a adesão
desejada. Daí a recorrência ao discurso argumentativo
e retórico, e não à constringência da demonstração
formal.
É a recuperação da retórica antiga que vai fun-
damentar a proposta perelmaniana de apresentar sua
teoria como uma outra via possível para o exame da
racionalidade contemporânea, porque também a ra-
zão grega – e estamos mencionando o século de ouro
de Atenas, da democracia participativa – era essen-
cialmente uma razão retórica, dinâmica e renovável,
que dependia do consenso dos cidadãos da polis.
São estas questões que levam Perelman a um mergu-
lho na gênese das práticas argumentativas da Grécia
Clássica e, mais precisamente, à retórica e ao trata-
mento dispensado à palavra: força viva do discurso
persuasivo.
Mesmo que a Teoria da Argumentação esteja
fundamentada no pensamento de Aristóteles,
Perelman não deixa de reportar-se freqüentemente aos
precursores do estudo das técnicas retóricas de per-
suasão e convencimento – os pensadores sofistas, os
primeiros a investigar as condições persuasivas dos
discursos. As técnicas retóricas dos sofistas, que re-
volucionaram o ensino grego, persistem até nossos dias
em todos os campos da atividade humana, não
obstante o desprezo de seus detratores; por isso, são
considerados os criadores de uma nova consciência
cultural que se adapta ao contexto sócio-político e
atinge intensamente o espírito da juventude ateniense.
O nascimento da paidéia grega é o exem-
plo e o novo modelo deste axioma capi-
tal de toda a educação humana. A sua
finalidade era a superação dos privilégios
da antiga educação para a qual a areté só
era acessível aos que tinham o sangue divi-
no. (...) O Estado do século V é assim o
ponto de partida histórico necessário do
grande movimento educativo que imprime
o caráter a este século e ao seguinte, e no
qual tem origem a idéia ocidental da cul-
tura. (JAEGER, 1995, p.336-337)
Ao substituir o antigo ideal de educação da
aristocracia, os sofistas criaram condições para um novo
modelo se saber, especialmente voltado para a vida
social e política da Cidade. Conforme explica
Perelman, este seria o ponto central de confronto en-
tre os mestres da sofística e seus adversários, já que
“representava a oposição entre as duas formas de um
ideal de vida, a vida ativa e a vida contemplativa.”
(1969, p.219) Ou seja, por serem mestres na
arte da linguagem discursiva, os sofistas pretendiam
que – para alcançar a areté política – seus ensinamentos
fossem especificamente retóricos, vinculando a
racionalidade dos discursos à ação e à vida prática,
o que, como vimos, se chocava com aqueles opositores
que valorizavam a vida contemplativa na busca de
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uma verdade perene. É nesse sentido que haveria um
embate entre a ação e a contemplação.
Um fato marcante, que também deve ser res-
saltado, é que os filósofos sofistas vinham das colôni-
as gregas (da mesma maneira que os pré-socráticos),
onde se desenvolvia outro tipo de conhecimento in-
fluenciadopelos eleatas, bem como o estudo da his-
tória, e, por conseguinte, observavam minuciosamen-
te, as mudanças e o movimento evolutivo das socie-
dades. Além disso, um traço comum entre os sofistas
era a oposição entre nomos (a lei, a norma, a con-
venção) e physis (a natureza), o que, politicamente,
representava uma luta entre a cidadania democrática
e a aristocracia, a qual mesmo após a instauração da
democracia, não tinha nenhuma simpatia pelas outras
classes sociais. Entende-se então que os filósofos so-
fistas, ao se posicionarem a favor das convenções
sociais, seja no campo da moral, da verdade, ou das
religiões, vão situa-se ao lado da democracia e da
mutabilidade de valores, que não seriam absolutos
nem imutáveis nem tampouco fariam parte de uma
natureza pré-determinada ou de uma ordenação divi-
na (Cf. GUTHRIE, 1995, p.57). Por serem mes-
tres nas técnicas de construção dos discursos persuasi-
vos da retórica, os sofistas pretendiam que – para
alcançar a areté política – seus ensinamentos vinculas-
sem a racionalidade discursiva à ação e à vida práti-
ca, o que, mais uma vez, se chocava com aqueles
opositores que valorizavam a vida contemplativa na
busca de uma verdade perene, ratificando o confron-
to entre a filosofia da ação e a filosofia da contempla-
ção.
Apesar do reconhecido prestígio dos sofistas
em sua época, como precursores de um saber integra-
do à vida pública, o que vigorou por muitos séculos
foi a crítica acirrada dos que combatiam ferozmente
os ensinamentos da sofística. Mas nem por isso este
ensino foi invalidado, e, mesmo que testemunhos che-
gados até nós partam de seus próprios opositores,
mestres como Protágoras e Górgias são considerados
verdadeiramente como os primeiros mentores das téc-
nicas dos discursos argumentativos, sistematizadas por
Aristóteles e assimiladas por Perelman. Pensadores da
primeira geração dos sofistas, Protágoras e Górgias
desempenharam um relevante papel na formação do
novo homem na pólis democrática, onde o bom ora-
dor seria capaz de exercer com eficácia sua atuação
nas discussões da ágora (Cf. JAEGER, 1995,
p.340).
Considerado o pai da oratória, Protágoras de
Abdera (c. 489/485-411a.C.), foi um dos mais
célebres sofistas de seu tempo, um dos primeiros profis-
sionais da educação voltada para o ensino das
técnicas do discurso. De seus ensinamentos ficou-nos
o famoso fragmento: “O homem é a medida de to-
das as coisas, daquelas que existem, enquanto exis-
tem, e daquelas que não existem enquanto não exis-
tem.” (Cf. PERELMAN, 1980, p.16). Esta sen-
tença, freqüentemente interpretada como um
direcionamento à questão do indivíduo, da subjetivi-
dade, fez com que alguns o considerassem como sen-
do um individualista. Mas, se levarmos em conta a
preocupação de Protágoras em integrar o ser humano
ao Estado, o homem como medida da existência das
coisas pode ser relacionado, ao contrário, ao homem
social, inserido na vida pública, o que significa a
interação deste homem com os valores de sua socie-
dade e, por conseguinte, preconiza uma concepção
sociológica do conhecimento (Cf. DUPRÉEL, 1980,
p.27).
Protágoras foi um jurista e, segundo Perelman,
teria sido ele, e não Sócrates, o precursor da moral
filosófica, o primeiro a examinar as questões morais
fora do campo da religião (Cf. PERELMAN, 1980,
p.14). Educador por excelência, Protágoras elege o
discurso como o instrumento de ensino, capaz de
influenciar e, mesmo, modificar as condições de co-
nhecimento do aluno, já que o fundamento do dis-
curso repousa sobre uma lógica contextual, vinculada
a uma verdade histórica e, portanto, mutável (Cf.
DUPRÉEL, 1980, p.27). De suas lições faziam
parte os dissoi logoi, isto é, os discursos duplos e
opostos, pois, de acordo com o pensador de Abdera,
para cada tema existe a possibilidade de se utiliza-
rem as antinomias, argumentos reciprocamente
conflitantes. Além disso, há também a possibilidade
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da construção de discursos breves, concisos, ou lon-
gos, mais detalhados, conforme as circunstâncias, e a
habilidade de tornar forte um argumento fraco, quer
dizer, fazer com que um discurso inferior (e sem con-
sistência) se apresente como superior. Nota-se, en-
tão, que o método educacional de Protágoras não
consistia apenas na transmissão pura e simples de um
conhecimento teórico, mas abrangia a totalidade, ao
relacionar a porção intelectual do homem com a sua
vida em sociedade, como membro do grupo social,
promovendo uma educação ampla que atingisse o
espírito, na busca da justiça e do bem comum (Cf.
JAEGER, 1995, p.361).
Mas é em Górgias (c. 485-380 a.C.) que
o poder da palavra alcança toda a plenitude. Para
ele, a ciência do discurso é uma arte suprema; por
isso, a retórica, a verdadeira filosofia, deve estar aci-
ma de todas as artes (Cf. DUPRÉEL, 1980, p.76).
Neste aspecto, sua retórica se preocupa com a har-
monia entre a forma e o conteúdo das palavras, de-
tendo-se especialmente no efeito que estas produ-
zem sobre o interlocutor, pois a arte de bem dizer,
que influencia e seduz o ouvinte, depende desta jun-
ção para estabelecer uma adesão eficaz. O entusias-
mo produzido pelo discurso suscita a retomada
gorgiana do conceito de kairós – momento certo,
tempo favorável – que exprime a oportunidade tem-
poral da retórica, unindo, com precisão, o ouvinte
aos interesses do orador. A noção de kairós é, assim,
indispensável ao discurso retórico, por determinar a
circunstância exata, o momento oportuno em que a
eficácia dos argumentos se manifesta: é quando a
adesão ao tema apresentado se concretiza. Por isso
Górgias admite uma ética do kairós, que considera a
impossibilidade do estabelecimento rígido de regras
morais, e defende uma moral contextualizada, isto é,
uma moral da ocasião, pois uma mesma ação pode
ser louvável ou condenável, dependendo do momento
em que se verifica. A palavra é então definida como
um phármakon, um remédio poderoso que cura ou
envenena aquele que o ingere (Cf. PLEBE, 1978,
p.21), e a persuasão retórica pode não só provocar
atitudes e gerar transformações, mas, também, produ-
zir efeitos narcotizantes e entorpecedores sobre as
pessoas.
Retomando a Nova Retórica, devemos desta-
car, ainda uma vez, a influência de Aristóteles nas
investigações perelmanianas, porque, como sabemos,
o Traité de l’Argumentation fundamenta-se na Retóri-
ca aristotélica. Porém, isso não significa que Perelman
se limite a reproduzir a estrutura desta obra; na verda-
de, ele a toma como ponto de partida, para ampliar
suas pesquisas sobre as técnicas persuasivas e estendê-
las à nossa contemporaneidade. De fato, na reelabo-
ração da retórica antiga, a Teoria da Argumentação
mantém seus elementos principais: o orador, o audi-
tório e o discurso (ethos, pathos, logos) – que cons-
tituem as partes fundamentais de toda argumentação
retórica.
Os discursos da retórica clássica eram essen-
cialmente orais e dirigidos à multidão da ágora que,
de modo imediato, aprovava ou não as palavras do
orador. Atualmente as condições do discurso são
bem mais complexas, porque ultrapassam limites não
estabelecidos ou sequer imaginados por Aristóteles.
Para Perelman, não se pode mais considerar como
persuasivo apenas o que se expõe oralmente, pois a
Nova Retórica se refere, também, aos textos escritos;
os quais, igualmente, usam da persuasão e do con-
vencimento para se tornarem eficazes.
Com relação ao auditório, a teoria
perelmaniana dá pleno destaque ao auditório, que
pode ter cinco características: universal, idealizado
amplamente, como o auditório do filósofo, por exem-
plo; heterogêneo, que corresponde a auditórios de
interesses diversos; especializado, quando se refere a
grupos de interesses específicos; de um só interlocutor,
que se dirige a um único ouvinte; e de deliberação
íntima, aquele em que o sujeito delibera consigo mes-
mo a respeito de uma decisão a ser tomada.
A posição do orador atualnão se limita aos
discursos orais, como na Antigüidade; ele é aquele
que fala e escreve, pois, como vimos, a persuasão se
encontra também nos textos escritos. Mas, segundo
Perelman, este orador está em posição mais modesta:
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ele depende de seu auditório, já que a prática
argumentativa é dialógica e só se efetiva com a parti-
cipação do outro (mesmo que este outro seja o pró-
prio sujeito). Desse modo, a superioridade do ora-
dor é apenas aparente e só existe em função da con-
cordância de seu público. Na verdade, é o auditó-
rio que ocupa o papel central na argumentação retó-
rica: basta que ele se negue a apreciar o discurso do
orador para destruir qualquer possibilidade de argu-
mentação (Cf. PERELMAN, 1958, p. 18-34).
A Teoria da Argumentação conserva ainda a
designação dos gêneros da retórica aristotélica: o
deliberativo que diz respeito ao aconselhamento, a
decisões particulares ou públicas, e se associa ao futu-
ro; o judiciário, ligado à acusação e à defesa, à lega-
lidade ou não de certos atos, e faz parte do já vivi-
do, do passado; e o gênero demonstrativo ou
epidítico, que objetiva o elogio e a censura, relacio-
nando-se, por isso, com o presente. O destaque dado
à temporalidade vem confirmar a estruturação de um
tempo retórico; quer dizer, os discursos retóricos su-
peram o imediatismo, o aqui e agora, e apontam para
a necessidade de um vínculo historicamente determi-
nado.
Existem ainda variadas provas, lugares, tipos
de raciocínio, relacionados à construção dos discur-
sos persuasivos sistematizados por Aristóteles e
complementados por Perelman, mas é importante res-
saltar que há também uma diferença considerável en-
tre ambos, especialmente naquilo que constitui a base
da pesquisa perelmaniana: os valores. Enquanto
Aristóteles deixa claro, em sua Retórica, que não pre-
tende se posicionar com relação aos juízos de valor
contidos na persuasão, Perelman sustenta que os va-
lores são o fundamento de toda argumentação, indis-
pensáveis até mesmo no campo da investigação dos
saberes (Cf. PERELMAN, 1958, p.99). A
valoração pertence ao campo do preferível, do pro-
vável e, para se chegar a um consenso, é necessário
que a argumentação exerça sobre o auditório uma
função conciliadora, capaz de assimilar e difundir
valores comuns.
A deliberação sobre os juízos de valor, que
nos leva a explicar nossa opção por algo, pressupõe
a liberdade de escolha – de aceitar ou recusar certas
normas ou regras (os nomoi) – para, argumentativa-
mente, buscar convencer o outro a respeito das teses
apresentadas. Nos julgamentos de valor os conteú-
dos são decisivos para se alcançar o assentimento
desejado, o que comprova a inseparabilidade entre
a forma e a matéria do discurso proposta pela Nova
Retórica, e nos remete, ainda uma vez, ao estudo das
técnicas persuasivas dos sofistas. De acordo com
Perelman, quando se trata de valores, os raciocínios
lógico-demonstrativos são insuficientes para nos dar
uma resposta, pois não é possível explicar formalmen-
te nossa preferência pelo bem, pela justiça. Ao deli-
berar sobre um modo de proceder, sobre uma tomada
de posição, as decisões só podem ser justificadas por
intermédio de processos argumentativos e retóricos,
que nos permitem racionalizar, discutir e questionar
valores para os quais não existem critérios unívocos
de opção. Conforme diz Perelman, um auditório
não é uma tabula rasa, e já traz consigo os elementos
de sua cultura e tradição, admitindo certos fatos e
valores que não podem ser desconsiderados pelo ora-
dor (1963, p.100).
Ora, se a atividade retórica se identifica com
a prática argumentativa contextualizada, podemos
considerar que todo discurso é retórico, desde que
não seja regulado pelo formalismo e nem se proclame
detentor de uma verdade intemporal. Mas foi exa-
tamente o desprezo pelas técnicas retóricas, orques-
trado por alguns filósofos antigos, que causou danos
quase irreparáveis ao seu estudo. Acusada de trans-
mitir um conhecimento superficial e dúbio, a retórica
se viu alijada do âmbito filosófico e reduzida a uma
simples parte da gramática: o estudo das figuras
estilísticas. Todavia, considerando o discurso retórico
como processo argumentativo que busca a concor-
dância e a adesão do outro, torna-se legítima a aspi-
ração da retórica de fazer parte da filosofia, pois as
teses filosóficas não podem ser formuladas por axio-
mas. Mesmo que Perelman não tenha desenvolvido
suas investigações com base nos estudos da sofística,
observamos que a ênfase dada aos valores e à
mutabilidade da razão o aproxima daqueles pensa-
dores – cujas pesquisas mantêm uma atualidade sur-
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.Y.M
. SILV
EIR
A
Reflexão, Campinas, 31(89), p. 75-82, jan./jun., 2006
ArtigoArtigoArtigoArtigoArtigo
preendente. A recuperação das técnicas retóricas nos
mostra, assim, o poder do discurso como capacida-
de de expor o pensamento, de ordenar e refletir, de
divulgar e transmitir o conhecimento, os costumes e as
tradições da sociedade. Enfim, é o discurso que
propicia o relacionamento humano e a conseqüente
transformação do mundo; entretanto, ao mesmo tem-
po em que pode promover o advento de uma socie-
dade harmônica, pode também ser construído visan-
do a interesses particulares, econômicos ou ideológi-
cos, num processo manipulador de mascaramento da
realidade.
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