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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA Prof. Dr. Andrey Sacramento Entamoeba histolytica O que é Amebíase? • É uma infecção parasitária que acomete o intestino. • Ela é bastante comum em áreas do mundo onde o saneamento básico é deficiente, permitindo que alimentos e água sejam expostos à contaminação fecal. Entamoeba histolytica e Amebíase • Sub-reino: Protozoa • Filo: Sarcomastigophora • Super-classe: Rhizopoda • Classe: Lobosia • Ordem: Aemoebida • Família: Entamoebidae • Gênero: Entamoeba Entamoeba histolytica e Amebíase Espécie: Entamoeba histolytica Apresenta uma fase de vida comensal (90% dos casos são assintomáticos), entretanto, o parasito pode ser tornar patogênico, provocando quadros disentéricos de gravidade variável Locomoção: pseudópodes Entamoeba histolytica Habitat: intestino grosso humano Ciclo evolutivo: monoxênico (infecção fecal-oral) Contaminação: o homem infecta-se ao ingerir cistos presentes na água ou em alimentos contaminados. CISTO • forma resistentes, esféricos ou ovais; • forma inativa – secreta parede cística; • núcleos pouco visíveis; METACISTO • emerge do cisto no intestino delgado, forma mononucleada; • sofre divisões originando formas metacísticas; Entamoeba histolytica • 1 núcleo – forma ativa (reproduz, alimenta-se); • Pleomórfico, ativo, alongado, com pseudópodes; Trofozoíto • trofozoíto quando reduz sua atividade; • fase intermediária entre trofozoíto e cisto, oval; • trofozoíto apresenta-se menor; • amebas pré-císticas segregam um envoltório resistente, a PAREDE CÍSTICA; • núcleo se divide para formar novos cistos; Pré-cística Cistos Trofozoítos • Ciclo monoxênico • Trofozoítos vivem como comensais na luz intestino grosso ou em ulcerações intestinais ou extra intestinais Ciclo biológico CICLO Entamoeba Indivíduos ingerem cistos maduros (alimento ou água) Estômago (suco gástrico) Intestino delgado Desincistamento (saída metacisto ) METACISTO sofre divisões 4 – 8 trofozoítos metacísticos Migram intestino grosso Ficam aderidos a mucosa - comensal Entamoeba histolytica CICLO NÃO- PATOGÊNICO Trofozoítos desprendem-se da parede Caem luz intestino grosso Transformam-se PRECISTOS e CISTO mononucleados Tetranucleados (Cistos maduros) Eliminados nas fezes CICLO PATOGÊNICO TROFOZOÍTOS na forma invasiva ou virulenta TROFOZOÍTOS invadem mucosa intestinal Multiplicam-se interior úlceras Através circulação porta Fígado pulmão rim cérebro ou pele CICLO BIOLÓGICO • Cistos viáveis cerca de 20 dias; • Dessecação inviabiliza cistos; • Imunossupressão favorece formas invasivas; • Sexo oral e anal favorecem dermatite amebiana; • Bactérias saprófitas podem favorecer E. histolytica • Há diferença no grau de patogenicidade entre diferentes isolados de E. histolytica Patogenicidade O desencistamento ocorre na porção final do intestino delgado, liberando os trofozoítos que passam a viver como comensais e a reproduzir-se por divisão binária Os trofozoítos tornam-se patogênicos e invadem a parede intestinal, alimentando-se de células da mucosa e de hemácias Na infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sanguínea Os trofozoítos que permanecem no intestino sob a forma comensal reduzem o seu metabolismo, armazenam reservas energéticas e secretam uma parede cística ao seu redor, formando os cistos, que são eliminados através das fezes Patogenicidade • E. histolytica complexo composto de várias linhagens: • algumas vivem como comensais – luz do intestino – assintomáticas – AMEBÍASE INTESTINAL NÃO- INVASIVA; • outras virulentas ou patogênicas responsáveis por quadros clínicos da doença – AMEBÍASE INTESTINAL INVASIVA. Circulação porta fígado formando abcessos ou “necrose” pulmão, raramente o cérebro , pele, regiões anais e vaginal. Úlceras podem estender-se para intestino grosso Lesões amebianas mais frequentes no ceco e região reto Submucosa amebas podem migrar Multiplicam-se e penetram tecidos - forma de micro ulcerações - escassa reação inflamatória Invasão dos TROFOZOÍTOS virulentos mucosa - através regiões intraglandulares EVOLUÇÃO DA PATOGENIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - AMEBÍASE INTESTINAL • FORMA ASSINTOMÁTICA FORMAS SINTOMÁTICA • Colites não disentéricas – mais frequente evacuação diarreica ou não, às vezes contendo muco ou sangue; cólicas, raramente febre; períodos alternados de funcionamento normal do intestino. • Disentérica – colites amebianas cólicas intestinais e diarréia, com evacuações com muco e sangue, febre moderada, acompanhadas de cólicas intensas e tremores de frio. • AMEBÍASE EXTRA-INTESTINAL: abscessos hepáticos dor abdominal, febre intermitente com calafrio, anorexia, perda de peso e hepatomegalia dolorosa. abscessos no fígado e lesão única lobo direito. Abscessos pulmonares – raros – somente ruptura abscesso hepático há febre, dor torácica no lado direito, tosse e expectoração de material. metade dos pacientes tem fígado aumentado Infecções cerebrais: podem simular um abscesso piogênico (pus) ou serem completamente inespecíficos todos os paciente apresentam lesões hepáticas. DIAGNÓSTICO - Parasitológico - Imunológico - Visualização de trofozoítos com hemácias fagocitadas, presentes com maior frequência em fezes diarreicas PROFILAXIA - Saneamento básico - Educação sanitária - Vacina (em estudo) EPIDEMIOLOGIA - Cosmopolita, atinge 10% popul. mundial, - Principal protozoose após a malária (480 milhões de casos), - Transmissão oral, - + frequente em adultos, algumas profissões são + atingidas, - Maior prevalência nos trópicos, - Animais sensíveis talvez funcionem como fonte de infecção, cistos viáveis 20 dias, - Portadores assintomáticos disseminadores de cistos TRATAMENTO - Amebicidas luminais: Dicloroacetamidas (Teclosan, Furamida, Etofamida, Clefamida) - Amebicidas teciduais: compostos de nitroimidazol (Metronidazol, Tinidazol, Ornidazol, Nimorazol) e ainda a Deidroemetina e Emetina - Para abcessos hepáticos: metronidazol