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O perfil do homem de Deus(1)

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PREFACIO
 
O homem de Deus ao qual o bispo
Macedo se refere é aquele que teve um
encontro com o Senhor Jesus; que se
converteu de fato e coloca a sua vida a
serviço do Seu Reino.
Este homem não é uma pessoa comum:
sua vida não lhe pertence; está neste
mundo mas não é dele; é um servo por
escolha e trabalha com alegria,
dedicação e amor. Seu objetivo
principal é arrancar as pessoas das
garras do diabo e conduzi-las aos
braços amorosos de Jesus Cristo.
O homem de Deus compreende que é
discípulo, embaixador, sócio, filho,
amigo e ao mesmo tempo servo do seu
Criador. Entende que, para cumprir bem
a sua missão, precisa se engajar em uma
verdadeira guerra espiritual, pois são
muitos os inimigos a combater. Sabe
também que pode contar com a ajuda
constante e fiel de Deus, que, na força
do Espírito Santo, sempre lhe conduz às
vitórias.
O homem de Deus não é um super-
homem, mas alguém que, tendo noção
exata das suas
fraquezas e limitações, busca no Senhor,
e somente n’Ele, as forças necessárias
para derrotar seus
inimigos. Por isso, Ele ocupa o primeiro
lugar em sua vida.
O homem de Deus não é um fanático,
mas alguém que crê firmemente nas
promessas divinas e procura viver uma
vida de paz e harmonia, princi​palmente
com a sua família, com a qual os
deveres e obrigações estão acima até
das suas obrigações com a Obra de
Deus. Se ele não estiver bem em casa,
certamente não poderá estar também na
igreja.
O homem de Deus é, na visão do bispo
Edir Macedo, um apaixonado por Ele,
pela sua família e pela Obra de Deus.
Nada mais lhe encanta; nenhuma coisa
deste mundo lhe atrai. É alguém que está
sempre pronto para servir, para se
arrepender e perdoar; alguém como
Davi, um homem segundo o coração de
Deus (Atos 13.22).
Os editores
 
INTRODUCAO
 
Este livro pretende mostrar o caráter das
pessoas com quem o Senhor Jesus conta
neste mundo para, se necessário for,
descer ao inferno e libertar os que têm
estado presos pelas garras de Satanás,
trazendo-os para o Reino de Deus.
Sabemos que, para realizar esta tarefa
árdua, Deus precisa de pessoas que
estejam totalmente imersas no Seu Santo
Espírito, e abnegadas de sua própria
vontade e de seu futuro.
Para tanto, elas precisam assumir o
genuíno caráter do Senhor Jesus: pensar
tal qual Ele pensava; falar tal qual Ele
falava; agir como agia; sentir como
sentia; enfim, “vestir-se” do Senhor
Jesus, para estar em condições de se
manifestar no mundo com todas as
características do próprio Deus e,
assim, servi-Lo como um verdadeiro
instrumento neste mundo.
Em certa ocasião o Senhor Jesus
declarou que muitos são chamados, mas
poucos são escolhidos (Mateus 20.16;
22.14). Quem são, então, os escolhidos
de Deus? Como podemos identificá-los?
Por que os homens ungidos de outrora
eram diferentes dos de hoje?
Estas e outras perguntas procuramos
responder à luz de fatos que temos
observado, não só na Obra de Deus mas
sobretudo na Sua própria Palavra. Não é
nossa intenção, em hipótese alguma,
ditar normas de conduta para quem quer
que seja.
Nosso objetivo é simplesmente trazer à
baila o perfil daquele que é chamado e
escolhido por Deus para uma grande
obra, porque a nossa luta não é contra a
carne e o sangue, mas contra entidades
espirituais do inferno (Efésios 6.12), ou
seja, forças invisíveis.
Assim, a nossa luta se torna mais difícil
e cruel, pois o inimigo não joga limpo;
pelo contrário, ele é sujo e se utiliza de
todos os tipos de mentiras. Mas graças a
Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, que
nos dá a vitória a cada dia!
Esta é a nossa fé! Sabemos que embora
a guerra seja renhida, a vitória é certa!
Não importam
os percalços pelos quais temos de
passar: o mais importante é fixar sempre
os olhos no final, quando desfrutaremos
do sabor da vitória. Afinal, quanto
maior é a luta, maior é a vitória!
 
A FAMILIA
 
Todos os homens que foram chamados por Deus para
realizarem uma grande obra tinham na própria família
a base fundamental dessa obra. Abraão não é apenas
um exemplo de fé, mas também de amor à sua esposa,
Sara, até a sua morte.
O servo cuja família não estiver
enquadrada perfeitamente dentro do
projeto que o Senhor
lhe confiou jamais poderá servir
plenamente aos propósitos desse
projeto.
Não se pode realizar um trabalho para o
Senhor com a família dividida. Não se
pode nunca dissociar a família da Obra
de Deus, uma vez que ela é a própria
base desta Obra.
A coisa mais importante depois da
conversão, selada com o Espírito Santo,
é a constituição da família. Se nada
pode ser mais importante para o cristão
que a sua família, quanto mais para o
homem de Deus!
Muitos cristãos sinceros têm cometido
um grave erro, colocando a seguinte
ordem de importância em suas vidas: em
primeiro lugar, Deus; em segundo, a
Obra de Deus, e em terceiro a sua
família.
De fato, esta ordem de valores não só
contraria a vontade de Deus, mas
também coloca em risco toda a obra que
eles pretendem realizar para Ele. É
justamente esta a idéia que o diabo tem
divulgado entre os cristãos sinceros, tão
desejosos de fazerem a Obra de Deus.
Eles, no afã de salvarem muitas almas,
esquecem da própria vida familiar para
se entregarem de
 corpo, alma e espírito, em obediência à
ordem do Senhor Jesus quanto à
evangelização. O diabo,
é claro, sabe que estes servos podem
significar um desastre no seu reino, mas
não pode tocar​ em suas vidas.
Então se aproveita da sinceridade deles
e lhes sopra aquela idéia, que,
aparentemente, é absolu​tamente correta,
mas no fundo não deixa de ser uma
grande armadilha.
O diabo sabe muito bem que quando a
família cristã vai mal, todo o trabalho
dos membros
daquela família também vai mal. É
óbvio que se o obreiro coloca a Obra de
Deus acima da sua
própria família, ela deixa de fazer parte
da própria obra que ele realiza para
Deus. É lógico!
Se eu coloco o meu trabalho acima da
minha família, a minha família fica por
baixo do meu trabalho! É justamente isto
que o diabo mais deseja! Ele quer que a
minha família fique fora do meu
trabalho.
Ora, se o meu trabalho é para Deus e a
minha família fica fora dele, ou em
segundo plano, é certo também que o
diabo vai procurar criar problemas nela,
de maneira que me atinja com a falta de
paz, ou que arranje uma outra família
dentro do meu trabalho.
Tudo isto justamente para criar confusão
dentro da Igreja e, através da decepção,
desagregar aqueles que já estavam
desenvolvendo a fé cristã, tornando-os
até mesmo “vacinados” contra a Obra de
Deus.
Aí está a razão por que muitas igrejas
têm estado enfraquecidas e até mesmo
totalmente desvirtuadas da sã doutrina
da Palavra de Deus. Os seus líderes,
deixando-se levar pela obra que
realizam, e não dando a atenção
necessária à família, especialmente ao
relacionamento conjugal, acabam
cometendo adultério.
Assim, eles têm suas famílias
dissolvidas, perdem a visão da vontade
de Deus e, o que é pior, plantam
sementes de ervas daninhas por onde
passam. O homem de Deus precisa ter
na sua família o alicerce da obra que ele
faz para Deus.
Assim, esta é a ordem correta de
valores: em primeiro lugar, Deus; em
segundo, a família; em terceiro, a Obra
de Deus. Se esta ordem não for
observada, cedo ou tarde o obreiro
fatalmente cairá na cilada do diabo e
jamais será o instrumento que Deus
gostaria que fosse.
 
O CASAMENTO
 
A coisa mais importante após a
conversão, selada com o Espírito Santo,
é a constituição da família. Assim como
a família do homem de Deus é a base da
Obra de Deus, o seu casamento é a base
da sua família. As Sagradas Escrituras
afirmam: “O que acha uma esposa acha
o bem e alcançou a benevolência do
Senhor.” (Provérbios 18.22).
Nada pode ser mais importante para o
homem de Deus do que a escolha de sua
futura esposa e mãe de seus filhos: ela
precisa ser tanto de Deus quanto ele.
Para tanto, em primeiro lugar o homem
de Deus deve procurar e achar uma
moça cuja beleza esteja primeiro no
coração.
Como ele é um homem de Deus, tem de
pensar e agir de acordo com Ele. Da
mesma forma pela qual o Senhor dirigiu
Samuel na escolha deDavi como rei,
deseja também que nós o façamos em
nossas escolhas, isto é, que tenhamos o
mesmo critério:
“Porém o Senhor disse a Samuel: Não
atentes para a sua aparência, nem para a
sua altura, porque o rejeitei; porque o
Senhor não vê como vê o homem. O
homem vê o exterior, porém o Senhor, o
coração.”
1 Samuel 16.7
A futura esposa não tem de ser apenas
batizada com o Espírito Santo. Mesmo
que isto seja o mais importante, ainda
assim não pode ser considerado como
suficiente.
Isto porque muitos casais têm satisfeito
a esta condição e, no entanto, têm
fracassado, porque pensam que o fato de
serem batizados com o Espírito Santo
garantirá o casamento. Teoricamente
sim, porém na prática não.
A grande realidade é que o homem de
Deus precisa procurar uma moça que
não apenas seja cheia do Espírito de
Deus, mas que também tenha os mesmos
objetivos que ele; que esteja disposta a
pagar qualquer preço para somar com
ele na realização da Obra de Deus e da
Sua vontade.
Resumindo, o homem de Deus, para
fazer a Sua Obra, tem que ter uma
mulher de Deus ao seu lado! Deve se
casar com uma mulher que queira fazer o
mesmo que ele!
E ela precisa estar consciente que “...o
teu desejo será para o teu marido, e ele
te governará.” (Gênesis 3.16). Isto não
significa que ela será a sua serva, mas
que ele é o cabeça, ou que a ele cabe a
última palavra. E deve estar preparada
para assumir esta submissão a partir do
coração, e nunca por obrigação ou
porque está escrito!
Se o homem de Deus, por acaso,
observar qualquer indício contrário a
este respeito antes do matrimônio, é
melhor desfazer o noivado e procurar
outra que satisfaça plenamente esta
condição.
Nunca e jamais deve dar continuidade
ao noivado somente para satisfazer os
compromissos assumidos diante da
sociedade. Há que ser homem, e macho,
para saber dizer não quando tiver
qualquer dúvida quanto ao seu enlace
matrimonial.
Sim, porque é preferível ficar vermelho
por algumas horas do que decepcionado
pelo resto da vida, pois, afinal de
contas, o seu futuro estará em jogo. O
mesmo se aplica em relação a ela.
 
Quanto à idade
O rapaz que deseja fazer a Obra de Deus
não deve se casar com uma moça que
tenha idade
superior à dele, salvo algumas exceções,
como por exemplo aquele que é
suficientemente maduro e experiente na
vida para não se deixar influenciar por
ela. Mesmo assim, a diferença não deve
ultrapassar dois anos.
Muitas pessoas não gostam quando
fazemos estas colocações; entretanto,
temos visto que quando a mulher tem
idade superior à do seu marido, ela, que
por natureza já tem o instinto de ser
“mandona”, acaba por se colocar no
lugar da mãe do marido.
E o pior não é isto. A mulher
normalmente envelhece mais cedo que o
homem, e quando ela chega à meia-
idade, o marido, por sua vez, está
maduro mas não tão envelhecido quanto
ela. E a experiência tem mostrado que é
muito mais difícil, mas não impossível,
manter a fidelidade conjugal.
Para evitar este ou outros transtornos,
oriun​​dos da diferença de idade (a do
marido inferior à da esposa), é
preferível que não haja qualquer
compromisso de casamento. Devemos
crer que Deus tem reservado para cada
servo uma serva, de acordo com as suas
aspirações, que por sua vez vão ao
encontro das aspirações dela.
Por esta razão, não é bom que o rapaz se
afobe e se case com a primeira que
aparecer, só porque quer fazer a Obra de
Deus e precisa de uma esposa. Não! Se
ele não confia que Deus irá lhe suprir
com a sua outra metade, como vai
confiar que Ele fará a Sua Obra por seu
intermédio?
 
Quanto à raça
Não haveria nenhum problema para o
homem de Deus se casar com uma
mulher de raça diferente da dele, não
fossem os problemas da discriminação
que seus filhos poderão enfrentar nas
sociedades racistas deste mundo louco.
É preciso que ambos estejam
conscientes quanto aos riscos de traumas
ou complexos que as crianças poderão
absorver durante os períodos escolares,
e, a partir daí, carregarem-nos por toda
a vida.
Infelizmente, os pais não terão como
evitar que aconteçam rejeições ou
críticas por parte dos
coleguinhas nas escolas nos países onde
eles poderão estar pregando o
Evangelho.
O homem de Deus precisa estar sempre
preparado para servir a Deus onde quer
que Ele assim determine, e, assim, nem
sempre estará em um país onde não haja
esse tipo de situação. Portanto, é
necessário que o casal examine também
esta questão, antes de qualquer
compromisso mais sério.
O homem de Deus não pode
simplesmente dizer: “Ela tem o Espírito
de Deus e eu também. Nós nos amamos
e vamos nos casar”. Não! Não deve ser
apenas isto! Ele tem o futuro totalmente
comprometido com uma missão de
extrema importância, e não pode ser
limitado. É preciso que haja uma
avaliação esmerada quanto aos passos
no presente.
Procuramos alertar sobre esta situação
não porque a Igreja Universal do Reino
de Deus tenha qualquer objeção quanto
ao casamento envolvendo mistura de
raça ou cor. Não, muito pelo contrário!
Temos vários homens de Deus casados
com mulheres de raças diferentes. Não
teríamos absolutamente nada a comentar
a este respeito, mas temos visto este tipo
de problema acontecendo com as
crianças dentro das nossas igrejas, em
outros países.
Procuramos, portanto, trazer à baila esta
situação a fim de evitarmos transtornos
no futuro do homem de Deus e na obra
que está reservada para ele.
 
Quanto às relações sexuais
Já dissemos que a base da Obra de Deus
está na família, e a base da família está
no casamento. Podemos completar
dizendo que a base do casamento está na
cama.
É fundamental para o bem-estar da
família que o casal tenha uma vida
sexual perfeita. É praticamente
impossível que a família de alguém
possa ir bem se o casal não tiver uma
vida sexual normal.
O homem de Deus precisa manter o seu
leito imaculado, mas sempre em
atividade. Tanto ele quanto a sua mulher
precisam se completar na cama, para
que o diabo não venha a ter ilusões de
fazê-los caírem em tentação.
A causa de muitos desastres conjugais
está justamente na falta de combinação
sexual de uma das partes. O homem de
Deus jamais pode pensar que dar muita
atenção às relações sexuais com sua
mulher seja algo carnal. Não!
O sexo entre o marido e a mulher deve
ser encarado como a participação de
uma refeição: algo normal, limpo e
santificado por Deus. É tão importante o
relacionamento conjugal que o apóstolo
Paulo aconselha da seguinte maneira:
“O marido conceda à esposa o que lhe é
devido, e também, semelhantemente, a
esposa, ao seu marido. A mulher não
tem poder sobre o seu próprio corpo, e
sim o marido; e também,
semelhantemente, o marido não tem
poder sobre o seu próprio corpo, e sim a
mulher. Não vos priveis um ao outro,
salvo talvez por mútuo consentimento,
por algum tempo, para vos dedicardes à
oração e, novamente, vos ajuntardes,
para que Satanás não vos tente por causa
da incontinência.” 1 Coríntios 7.3-5
 
Quanto às aberrações sexuais
Quando o apóstolo Paulo escreveu a sua
epístola aos cristãos de Roma, ele os
advertiu a respeito da depravação dos
homens, dizendo: “Por causa disso, os
entregou Deus a paixões infames;
porque até as mulheres mudaram o
modo natural de suas relações íntimas
por outro, contrário à natureza;”
(Romanos 1.26).
Isto significa dizer que o sexo anal é
contrário à natureza, e que Deus não
aprova este tipo de relacionamento. O
nosso corpo é o templo do Espírito
Santo, e não podemos usá-lo de maneira
errada.
O lugar que é feito para expelir
excremento jamais pode servir para o
prazer sexual. Portanto, é absolutamente
pecaminoso, um ato de aberração
sexual, até porque a Medicina tem
advertido quanto aos perigos de
infecções, difíceis de curar.
 
A espiritualidade da esposa
O homem de Deus se preocupa com o
crescimento espiritual da sua mulher.
Ele não pensa
jamais que ela seja uma simples
cozinheira, lavadeira ou passadeira; ou
apenas a mãe de seus filhos, uma
companhia ou um mero objeto do seu
prazer.
A esposa representa para o homem de
Deus o mesmo que a Igreja representa
para o Senhor Jesus.Ela precisa ser a
sua outra metade, a sua perna esquerda
ou o seu corpo.
Por isso, ele trabalha no sentido de que
ela cresça espiritualmente junto com ele;
faz o possível para que ela participe de
todas as suas lutas e vitórias; cuida dela
como se fosse o seu próprio corpo!
É como o Espírito Santo diz, por
intermédio do apóstolo Paulo: “Porque
ninguém jamais odiou a própria carne;
antes, a alimenta e dela cuida, como
também Cristo o faz com a igreja;”
(Efésios 5.29).
O homem de Deus é inteligente e sábio,
porque tem o Espírito de Deus nele.
Então, se ele crescer espiritualmente
sozinho, será como se a sua perna
direita ficasse maior que a esquerda.
Daí que ele continuaria sendo um
homem de Deus, mas com uma
deficiência física. E como poderia
correr para o alvo? Por isto o homem de
Deus deve cuidar da sua “perna
esquerda” com todo o carinho, para que
não ande mancando e seja motivo de
risos para os filhos do diabo.
 
Os filhos do homem de Deus
O homem de Deus jamais procura
projetar o seu futuro, porque este não lhe
pertence; ele é um servo que nasceu para
servir, vive para servir e morrerá
servindo ao seu Senhor. Por isto mesmo
a sua função é gerar filhos espirituais,
ou filhos da fé, para a glória de Deus.
Quando, porém, vêm os seus próprios
filhos, o homem de Deus sempre procura
educá-los de forma que venham a dar
continuidade ao seu serviço. Esta era a
lei acerca dos servos, conforme está
escrito: “Se o seu senhor lhe der
mulher, e ela der à luz filhos e filhas, a
mulher e seus filhos serão do seu
senhor...” (Êxodo 21.4).
Então, quando um servo tinha filhos,
estes passavam automaticamente à
condição de servos. Isto significa que os
filhos do homem de Deus não pertencem
a ele, mas a Deus! E devem ser
educados como servos, para servirem ao
mesmo Senhor de seus pais!
A constituição do lar do homem de
Deus, a sua esposa e o convívio de
ambos refletirão positivamente no futuro
dos filhos. É muito importante, tanto
para o homem quanto para a sua esposa,
que ambos mantenham o mesmo ritmo de
crescimento de amor e consideração, um
para com o outro, indefinidamente.
O casal jamais deve permitir que os
filhos se coloquem entre os dois. Isto
tem sido muito comum, mas não é
inteligente. Há mães e pais que
descarregam todo o seu amor sobre os
filhos, deixando o marido ou a esposa
em segundo plano.
Ora, nada pode ser mais desastroso para
o casal, para a família e sobretudo para
os próprios filhos, porque estes,
normalmente, um dia terão que sair de
casa e a separação se fará inevitável,
mas o casal estará junto até a morte.
Há que se observar que os filhos serão
sempre os frutos do amor do casal, pois
este é semelhante a uma árvore, sendo
os filhos os seus frutos. Se a árvore não
for boa, os frutos também não serão
bons, mas se a árvore for boa,
naturalmente os frutos serão bons. Tanto
o marido quanto a esposa precisam ter
consciência de que ambos são mais
importantes do que os filhos.
Mais uma vez lembramos que o homem
de Deus deve representar para a sua
esposa o próprio
Senhor Jesus, enquanto esta deve
representar para ele a própria Igreja.
Portanto, o relacionamento entre eles
tem de ser perfeito, para que o serviço
que prestam ao Senhor também seja
perfeito, e os seus filhos, físicos ou
espirituais, sejam para a glória de Deus.
A família do homem de Deus deve se
enquadrar dentro do seguinte texto:
“As mulheres sejam submissas ao seu
próprio marido, como ao Senhor; porque
o marido é o cabeça da mulher, como
também Cristo é o cabeça da igreja,
sendo este mesmo o salvador do corpo.
Como, porém, a igreja está sujeita a
Cristo, assim também as mulheres sejam
em tudo submissas ao seu marido.
Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela, para que a
santificasse, tendo-a purificado por
meio da lavagem de água pela palavra,
para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, porém santa e sem
defeito.
Assim também os maridos devem amar a
sua mulher como ao próprio corpo.
Quem ama a esposa a si mesmo se ama.
Porque ninguém jamais odiou a própria
carne; antes, a alimenta e dela cuida,
como também Cristo o faz com a igreja;
porque somos membros do seu corpo.
Eis por que deixará o homem a seu pai e
a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne.” Efésios
5.22-31
 
AS CARACTERISTICAS DO HOMEN DE
DEUS
 
Não há nenhum mistério para se
identificar o homem de Deus,
principalmente nos dias de hoje, quando
a humanidade segue a passos largos e
bem definidos para a sua própria
destruição, mostrando a infinita
diferença entre os que são das trevas e
os que são da luz.
Não é difícil notar logo a diferença entre
aqueles que são de Deus e os que não
são, pois os frutos do homem de Deus
são bem visíveis e notórios, mesmo para
os que não têm conhecimento nenhum de
Deus, assim como os frutos daqueles​-
que não são de Deus também são logo
identificados.
A luz e as trevas são distintas por
natureza, e qualquer um é capaz de
identificá-las. Assim como pelos frutos
se conhece a árvore, também se conhece
o homem de Deus.
A viúva de Sarepta tinha experimentado
o milagre da multiplicação, tanto da
farinha quanto do azeite, quando
alimentou o profeta Elias. Todavia,
somente pôde reconhecer nele um
homem de Deus quando ele orou e o
Senhor lhe respondeu, resti​tuindo a vida
do filho dela.
Foi diante deste fato que ela confessou,
dizendo: “...Nisto conheço agora que tu
és homem de Deus
e que a palavra do Senhor na tua boca
é verdade.” (1 Reis 17.24).
Quando o homem é de Deus, a sua
consagração ao serviço do Senhor faz
com que a Sua Palavra seja verdadeira
em sua boca. Aí está a diferença entre o
homem de Deus e o pregador da
Palavra: da boca do homem de Deus flui
espírito e vida, quando profetiza a
Palavra, enquanto daquele que apenas a
prega somente acontece de nascer carne.
 
A humildade
A humildade de espírito é o que mais
caracteriza o homem de Deus: ele é, por
excelência, humilde de coração. A sua
humildade se exterioriza através da
simplicidade, e não da pobreza.
A sua conduta simples o nivela ao seu
semelhante diante​ de Deus, e isto o faz
grande diante dos
homens de Deus. Não são poucos os
filhos do diabo que procuram se
enfronhar no meio das ovelhas, com a
vestimenta própria dos filhos de Deus,
isto é, a humildade exterior; todavia, no
seu interior lhes é impossível ter a
humildade como virtude.
O homem de Deus considera a sua
sabedoria, capacidade, experiência
própria e tudo o mais que a vida lhe tem
proporcionado como nada, porque o seu
trabalho não é para homens, mas sim
para Deus.
Se o seu trabalho fosse para si mesmo,
ou para homens, então valeria a pena
toda a sua capacidade e experiência
própria, mas como ele nasceu para
servir a Deus, depende da orientação
divina para fazer a Sua Obra bem feita.
O rei Davi, quando apresentou seu filho
Salomão como seu substituto para o
reino de Israel, disse:
“...Salomão, meu filho, o único a quem
Deus escolheu, é ainda moço e
inexperiente, e esta obra é grande;
porque o palácio não é para homens,
mas para o Senhor Deus.”
1 Crônicas 29.1
A obra mais importante que Salomão
estava incumbido de realizar, mais do
que reinar sobre Israel, era a construção
do Templo do Senhor, pois o povo, para
ser forte, dependia do Templo, que era a
conexão entre Deus e o Seu povo.
Aquele era o lugar de encontro do povo
de Israel com seu Deus, já que a arca da
aliança lá deveria estar para sempre.
Daí vemos que a tarefa que Davi tinha
designado a seu filho era de suprema
importância.
Assim também é importante o trabalho
que o homem de Deus tem de realizar,
pois a ele foi dada a incumbência de
construir templos de carne, para a
morada do Espírito Santo.
Isto é tão importante que a sua
capacidade e a sua experiência tornam-
se nulas diante da sua responsabilidade.
A construção dos templos não é para
homens, mas para o Senhor Deus!
Por esta razão é que o homem de Deus
precisa ser absolutamente humilde de
coração, para ter ouvidospara ouvir a
voz do Espírito Santo.
 
O coração
A coisa mais importante no homem de
Deus é o seu coração, porque é
justamente ele que o
caracteriza. A Palavra de Deus registra:
“Filho meu, se o teu coração for sábio,
alegrar-se-á também o meu; exultará o
meu íntimo, quando os teus lábios
falarem coisas retas.” (Provérbios
23.15,16).
Mas qual é, então, o tipo de coração que
agrada a Deus? O coração humilde. O
coração humano é o centro de sua vida e
de suas emoções; é nele que Deus Se
encontra com o homem e lhe faz ouvir a
Sua voz; é o ponto de encontro do
Criador com a Sua criatura.
Por esta razão, o coração tem que ser
despojado de qualquer sentimento
egoísta, orgulhoso ou
arrogante, para que possa estar apto a
ouvir a voz de Deus. Aliás, quando Ele
quis restaurar o povo de Israel, disse-
lhe: “Dar-vos-ei coração novo e porei
dentro de vós espírito novo; tirarei de
vós o coração de pedra e vos darei
coração de carne.” (Ezequiel 36.26).
“Coração de pedra” significa coração
duro e insensível, pois a pedra se
caracteriza por ser rígida e
intransponível, mesmo mediante as
tempestades.
As muitas águas podem fazer uma
grande pedra rolar ribanceira abaixo,
mas ainda assim ela se mantém
inacessível no seu interior, exceto se
nela for introduzida uma banana de
dinamite, para a explodir.
Já o coração de carne se caracteriza
como um coração mole, humilde,
simples e sensível, e é este o tipo de
coração que Deus pode moldar segundo
a Sua vontade, para ter condições de
usá-lo.
Somente o Espírito de Deus pode guiar
o homem segundo a vontade do próprio
Deus. É Ele que conduz o homem até o
Senhor Jesus; que O apresenta para as
pessoas; que revela o Salvador para os
perdidos; que inspira; consola; enfim,
efetua, por intermédio dos Seus servos,
toda a obra de redenção da humanidade.
É Ele que está incumbido da tarefa de
convencer o homem do pecado, da
justiça e do juízo. Mas tudo isto só é
possível quando o homem tem ouvidos
para ouvir, ou coração para entender a
Sua voz, pois é justamente no coração
do homem que Ele trabalha.
Mas se este coração não for humilde
para ouvir a Sua voz e obedecê-la, como
Ele poderá agir?
Aí está a razão por que muitos têm
buscado o batismo com o Espírito Santo
e não têm recebido! O coração deles
está cheio de si mesmo, preso ao
orgulho, preso à parentela ou aos
defeitos deste mundo.
No caso de Israel, por exemplo, Deus
promete primeiro dar um coração novo,
para que só então possa colocar um
espírito novo. Isto significa que Ele só
porá um espírito novo na medida em que
houver um coração novo!
O homem de Deus tem o Seu Espírito
sobre si, porque o seu coração é de
carne, não de pedra, despojado de si
mesmo e cheio de desejos de agradar ao
seu Senhor. Este tipo de coração sempre
encontra a porta do Refúgio aberta.
O rei Davi achou lugar para
arrependimento do seu hediondo pecado
(2 Samuel 11), porque o seu coração era
de carne e era de acordo com o coração
de Deus (Atos 13.22).
 
Coração no altar
O altar é um lugar alto, onde se
oferecem a Deus os sacrifícios. O
coração do homem de Deus está
continuamente lá, sempre sacrificando
para o seu Senhor, pois ele não se sente
bem longe do altar.
Isto porque o seu coração foi feito para
servir, e quando não está servindo, fica
vazio e frio. Tal qual um peixe fora
d’água, assim é o homem de Deus fora
do altar. O seu prazer é servir a Deus
continuamente, o que, aliás, está
plenamente de acordo com os Seus
anjos, que sempre estão diante do Trono
da Graça.
O homem de Deus e os anjos têm o
mesmo prazer, o mesmo objetivo e a
mesma função, ou seja, estão sempre
servindo a Deus! O homem de Deus
procurando salvar almas, e os anjos
guardando os pés do homem de Deus.
Aleluia!
O próprio Senhor Jesus disse: “Se
alguém me serve, siga-me, e, onde eu
estou, ali estará também o meu servo.
E, se alguém me servir, o Pai o
honrará.” (João 12.26).
Dizer que o coração do homem de Deus
está sempre no altar não significa
necessariamente que ele esteja sempre
na igreja, pregando e orando, mas sim
que o seu coração e a sua vida estão no
mesmo lugar onde está o seu Senhor.
E que lugar é este? Onde estão os
aflitos, cansados e oprimidos. É aí que o
Senhor Jesus Se encontra! E o Seu servo
se junta a Ele para alimentar tais
pessoas com o Pão da Vida, que é a
verdadeira comida.
O homem de Deus é, acima de tudo, um
eterno servo, e nada mais além disto!
Ele existe para servir e foi chamado
para servir. Por isto, o seu coração está
sempre no altar, pois este é o lugar de
serviço ao Altíssimo.
 
O despojamento
Porque o coração do homem de Deus
está sempre no altar, portanto sempre se
oferecendo como
sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, ele não tem objetivos próprios ou
espírito ganancioso em bens materiais.
Antes, se o Senhor acha por bem colocá-
lo sobre o muito, ele dá graças a Ele!
Mas se Deus acha por bem colocá-lo
sobre o pouco, ele Lhe dá graças da
mesma forma! Sabe estar satisfeito tanto
com o muito quanto com o pouco.
Além do mais, seus olhos jamais estão
fixos nos bens alheios; pelo contrário,
ele se alegra na prosperidade do seu
próximo, porque sabe muito bem que a
verdadeira riqueza é a unção que está
sobre a sua cabeça.
O homem de Deus é eminentemente
espiritual e vive para servir. E o homem
espiritual nunca está preocupado com o
que haverá de comer, beber ou vestir. A
sua vida está nas mãos de Deus e d’Ele
espera o seu pão de cada dia.
O apóstolo Paulo, na sua carta aos
cristãos da cidade de Filipos, dá um
grande exemplo de como vive um
homem de Deus no seu dia-a-dia:
“...porque aprendi a viver contente em
toda e qualquer situação. Tanto sei estar
humilhado como também ser honrado; de
tudo e em todas as circunstâncias, já
tenho experiência, tanto de fartura como
de fome; assim de abundância como de
escassez; tudo posso naquele que me
fortalece.” Filipenses 4.11-13
 
O pensamento do homem de Deus
Sabemos muito bem, e temos frisado isto
constantemente, que o diabo usa a
mesma arma de Deus para levar as
pessoas ao engano, isto é, o poder da
palavra, dos pensamentos e das idéias.
A palavra, quando sai da boca de Deus,
ou quando é inspirada por Ele, sempre
produz fé; ânimo; coragem; força; enfim,
vida! Quando, entretanto, é uma
inspiração do diabo, sempre produz
justamente o oposto, isto é, dúvida;
desânimo; medo; fraqueza; enfim, morte!
A Bíblia relata um episódio, ocorrido na
Igreja primitiva, que nos dá um exemplo
extremamente importante quanto à
inspiração satânica. É o caso de Ananias
e Safira. Diz o texto sagrado:
“Entretanto, certo homem, chamado
Ananias, com sua mulher Safira, vendeu
uma propriedade, mas, em acordo com
sua mulher, reteve parte do preço e,
levando o restante, depositou-o aos pés
dos apóstolos. Então, disse Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás teu
coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, reservando parte do valor do
campo?
Conservando-o, porventura, não seria
teu? E, vendido, não estaria em teu
poder? Como, pois,
assentaste no coração este desígnio?
Não mentiste aos homens, mas a Deus.
Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e
expirou, sobrevindo grande temor a
todos os ouvintes.” Atos 5.1-5
Se eram convertidos ou convencidos, só
Deus sabe, mas o fato mais grave é que
Ananias e Safira deixaram que Satanás
lhes enchesse o coração com
pensamentos contrários aos do Senhor.
Aí está o grande perigo que as pessoas
correm quando se deixam levar por
pensamentos contrários à fé cristã, e o
homem de Deus precisa estar muito
atento a isto.
Deus espera que ele profetize a Sua
Palavra, os Seus pensamentos, para que
toda a humanidade tenha a chance de
conhecê-Lo. Se ele permitir, por um
momento sequer, que um único
pensamento satânico, por mais banal que
seja, penetre no seu coração, todo o seu
trabalho estará correndo um grande
risco.
É justamente por esta razão que Deus
sempre advertia o povo de Israel a
observar atentamente a Sua voz, tendo o
cuidado de guardar todos os Seus
mandamentos e de não se deixar desviar
de todas as Suas palavras
(Deuteronômio 28), nem para adireita,
nem para a esquerda!
Vimos, no texto bíblico, que Ananias e
Safira entraram em acordo. O homem de
Deus, portanto, precisa ter uma esposa
sábia, prudente e, acima de tudo,
espiritual, a fim de nunca sugerir ao
marido algo que seja abominável ao
Senhor.
Na verdade, não sabemos se foi Ananias
ou se foi Safira quem primeiro deu a
idéia de reter parte do dinheiro da venda
daquele campo, mas a realidade é que se
pelo menos um deles estivesse bem com
Deus, ou atento à Sua voz, jamais daria
à luz aquela mentira. Seja como for, que
o exemplo deles jamais venha a se
repetir com quem quer que seja!
O homem de Deus é simples como uma
pomba, mas, ao mesmo tempo, prudente
como a serpente (Mateus 10.16). Por
isto mesmo não deve dar ouvidos a
todas as palavras ou pensamentos que
surgirem em sua mente.
Deve, sim, filtrar as palavras que
chegam ao seu ouvido, especialmente
tendo cuidado com as provenientes das
pessoas que mais são chegadas a ele, e
cujo amor é mais acentuado.
Isto porque o diabo nunca vai inspirar
um inimigo ou um amigo inexpressivo,
já que estes não têm tanto crédito assim,
mas vai usar justamente as pessoas mais
íntimas, especialmente as da família. Às
vezes, até a própria mulher! Todo o
cuidado é pouco!
O homem de Deus precisa vigiar
constantemente os pensamentos que
surgem na sua mente, assim como as
palavras que chegam ao seu ouvido, de
maneira a não permitir que, de repente,
escape para o seu coração algo que vá
produzir a dúvida, pois esta gera receio,
que gera medo, que sempre traz o
fracasso.
O diabo não apenas trabalha com pensa​-
mentos sujos, totalmente contrários aos
pensa​mentos do Senhor, mas também
com a própria​ Palavra de Deus. Para
aqueles que já são dele, inspira todo
tipo de sujeira, tanto moral quanto
espiritual, mas para aqueles que são de
Deus, e procuram fundamentar sua fé na
Sua Palavra, ele procura usar a própria
Bíblia, para inspirar pensamentos ou
idéias contrárias a Deus.
É claro que o diabo sempre usa palavras
ou versículos soltos, ou seja, fora do
contexto geral dos pensamentos de Deus.
Assim como tentou ao Senhor Jesus,
sugerindo que Ele Se lançasse do
pináculo do Templo, usando dois
versículos do Salmo 91, procura sugerir
doutrinas ou idéias novas, mas
radicalmente falsas, de dentro da
própria Palavra de Deus.
O pior de tudo é que estas falsas
doutrinas se proliferam inicialmente sem
grande êxito, porém, mais tarde, logo se
vê quão grande destruição e devastação
fizeram dentro da Igreja do Senhor
Jesus.
É o caso, por exemplo, de doutrinas
como “cair pelo poder de Deus”, “uma
vez salvo, salvo para sempre” e tantas
outras, que têm levado tanta gente a ser
enganada pelo diabo.
O homem de Deus nunca se deixa levar
por uma palavra ou versículo solto da
Bíblia; antes, sempre procura conferir
os versículos de um determinado livro
da Bíblia com os de outros livros da
própria Bíblia. E faz isto usando não
apenas a oração, mas também a
inteligência.
No caso daqueles que estão caindo,
supostamente pelo poder de Deus, não
tem sentido algum, pois Deus não faz
ninguém cair, senão levantar! Mas
aqueles que são endemoninhados, estes
sim, caem mediante a manifestação do
poder de Deus. É apenas uma questão de
inteligência e discernimento espiritual.
 
O temor
Quando a Bíblia fala em temor a Deus,
não se refere ao sentimento de medo ou
pavor, mas a um profundo respeito e
reverência, em amor. O sábio rei
Salomão, por exemplo, escreveu que “O
temor do Senhor é o princípio da
sabedoria, e o conhecimento do Santo é
prudência.” (Provérbios 9.10).
Deus é Pai, e qual é o pai que deseja
que seus filhos tenham medo ou pavor
dele, senão apenas amor e respeito? O
cristão precisa ter temor no coração
para com Deus, a fim de que fuja do
pecado, pois o temor ao Senhor cria no
coração dos servos um verdadeiro
sentimento de ódio ao pecado, porque
também Deus o odeia e abomina.
Afinal, está escrito: “O temor do Senhor
consiste em aborrecer o mal; a
soberba, a arrogância, o mau caminho
e a boca perversa, eu os aborreço.”
(Provérbios 8.13).
Daí, é natural que o homem de Deus
carregue este sentimento consigo por
toda a vida, já que “O temor do Senhor
é fonte de vida para evitar os laços da
morte.” (Provérbios 14.27).
 
As emoções
O homem de Deus nunca se deixa levar
pelas emoções, pelo que sente ou deixa
de sentir. Ele anda pela fé, na mais
absoluta certeza de que o Senhor
cumprirá aquilo que prometeu cumprir.
Isto não significa dizer que o homem de
Deus tenha que ser insensível, ou não
sentir qualquer emoção, de maneira
nenhuma! O que se pretende ensinar é
que as emoções, ou os cinco sentidos,
não têm qualquer vínculo com a fé.
Da mesma forma como a visão não tem
nada a ver com a audição, assim também
a fé não tem nada a ver com a
manifestação dos cinco sentidos. É
extremamente importante para o homem
de Deus ter consciência deste fato.
Isto porque o diabo tem sido muito
habilidoso e um verdadeiro artista
manipulador das emoções humanas. Tem
levado bilhões de pessoas ao delírio das
emoções, quer através da arte, quer
através do esporte e, sobretudo, através
das religiões.​
Se as emoções que a humanidade sente
resolvessem alguma coisa, o mundo
seria um verdadeiro mar de rosas!
Infelizmente, muitas pessoas sinceras,
que até têm professado uma fé cristã,
levam uma vida infernal porque estão
dando muito mais valor às emoções que
propriamente à fé.
São pessoas que sempre vão à igreja
esperando sentir alguma coisa no corpo,
tal como um arrepio, um calor ou uma
sensação gostosa correndo por todo o
seu ser. É justamente isto que os
espíritos enganadores têm sugerido e
têm-nas feito sentir.
Ao mesmo tempo, enquanto estão
absorvidas nestas emoções falsas, que
não transformam suas vidas, elas vão
permanecendo acomodadas com o tipo
de crença, enquanto o diabo vai
corroendo suas vidas.
O homem de Deus jamais permite que
isto aconteça com a sua congregação,
mesmo que corra o risco de ver a sua
igreja vazia, porque sempre procura
levar as pessoas à salvação em Cristo
Jesus, pela fé, e nunca pela emoção!
Quando o homem não é de Deus,
procura ajuntar o maior número possível
de ovelhas, com finalidades torpes,
escusas e mesquinhas. Para isto, apela
para as emoções, a fim de que elas
sintam uma alegria artificial e,
envolvidas por aquele clima de euforia,
sirvam aos seus objetivos gananciosos.
Somente a fé “nua e crua” na Pessoa e
na Palavra do Senhor Jesus Cristo é
capaz de levar as pessoas à plenitude da
vida. É como disse o próprio Deus:
“todavia, o meu justo viverá pela fé; e:
Se retroceder, nele não se compraz a
minha alma.” (Hebreus 10.38).
Quando o Senhor Jesus foi ressuscitar a
filha de Jairo (Marcos 5 e Lucas 8),
determinou que as pessoas comovidas
por um sentimento de tristeza e pesar
saíssem do lugar onde estava a menina
morta. Foi a partir daí que Ele pôde
realizar o milagre. Em outras palavras,
para que houvesse a ressurreição e a
vida foi necessário que a emoção desse
lugar à fé.
Dificilmente um médico realiza uma
cirurgia em um ente querido, pois a ética
médica não lhe permite isto. Por quê?
Acredito que isto aconteça para que ele
não confunda as suas emoções com a
Medicina no momento da cirurgia.
Ora, se um profissional procura separar
as emoções da Ciência, muito mais
aqueles que crêem em Deus devem
saber separar a fé das emoções. E
depois, as circunstâncias nem sempre
exprimem a realidade e o que se ouve
nem sempre condiz com os fatos.
 
O equilíbrio
Uma das virtudes mais importantes no
homem de Deus é o equilíbrio, tanto no
ministério quanto na família, nos gastos
pessoais, na alimentação e em todos os
setores da sua vida.
Toda matéria criada por Deus tem o seu
próprio equilíbrio. O Sol, a Terra e os
demais planetas, as estrelas e o que
nelas há seguem uma ordem natural
equilibrada.
O homem equilibrado é caracterizado
pela maneira temperante de agir diante
de situações difíceis. O apóstolo Paulo
diz a Timóteo que “É necessário,
portanto, que o bispo seja
irrepreensível, esposo de uma só
mulher, temperante, sóbrio,modesto...”
(1 Timóteo 3.2).
Depois diz: “Da mesma sorte, quanto a
mulheres, é necessário que sejam elas
respeitáveis, não maldizentes,
temperantes e fiéis em tudo.” (1
Timóteo 3.11). Escrevendo ainda a Tito,
diz: “Quanto aos homens idosos, que
sejam temperantes, respeitáveis,
sensatos, sadios na fé, no amor e na
constância.” (Tito 2.2).
Quando o homem é de Deus, é
equilibrado, temperante e nunca dado ao
exagero. Sabe medir as coisas, não
sendo tendencioso nem para um lado
nem para o outro, pois sendo de Deus,
sabe evitar os extremismos ou a posição
radical. Nem de mais e nem de menos:
tudo na medida certa.
Isto é de extrema importância, não
somente para ele, mas sobretudo para a
obra que realiza para Deus, pois quantos
homens outrora eram de Deus e se
perderam totalmente, por causa da
insensata posição radical?
Nem mesmo na nossa própria justiça
devemos ser extremos, pois a Bíblia
aconselha: “Não sejas demasiadamente
justo, nem exageradamente sábio; por
que te destruirias a ti mesmo?”
(Eclesiastes 7.16).
Quantos, no afã de se santificarem e se
consagrarem, jejuaram acima do normal
e acabaram por contrair uma
enfermidade? Alguém pode questionar:
“Mas onde Deus estava, que os viu
adoecerem e não impediu?”
De fato, Deus vê todas as coisas, mas
Ele não pode impedir que um servo Seu
seja exagerado e faça coisas que fogem
à inteligência, desde que a Sua Palavra
adverte quanto à temperança em tudo.
Além do mais, quantos são aqueles que
na busca de uma super santidade e
pureza acabam por contrair a pior de
todas as doenças, isto é, o orgulho
espiritual?
São aqueles que, após terem se excedido
em tantos jejuns, orações, vigílias e
outros sacrifícios espirituais, acabam
encarnando o próprio caráter do fariseu,
diante do publicano, quando orava de si
para si mesmo: “...Ó Deus, graças te
dou porque não sou como os demais
homens...” (Lucas 18.11).
Deus nos deu a Sua Palavra de
sabedoria e inteligência para que
julguemos todas as coisas e retenhamos
o bem; além do mais, o Seu Santo
Espírito tem falado aos nossos corações.
Se não temos ouvidos para ouvi-Lo, ou
se ouvimos e não damos atenção à Sua
direção, isto é outra coisa!
A verdade é que a temperança ou o
equilíbrio em tudo o que fazemos é bom
e profundamente necessário. A própria
Igreja do Senhor Jesus está assentada
sobre o equilíbrio dos frutos e dos dons,
ou do amor e da fé.
A Igreja, como um corpo, caminha sobre
estas duas pernas: os frutos e os dons.
Os frutos simbolizando o amor, e os
dons simbolizando a fé; a fé para
conquistar e os frutos para edificar.
A igreja que não está equilibrada nestes
dois pilares vai mal. Não se pode
enfatizar o amor e deixar a fé em
segundo plano, pois está escrito: “Não
havendo profecia, o povo se
corrompe...” (Provérbios 29.18).
A profecia aqui está simbolizando os
dons. Por outro lado, não se pode
igualmente enfatizar só a fé, porque
também está escrito: “...ainda que eu
tenha tamanha fé, a ponto de
transportar montes, se não tiver amor,
nada serei.” (1 Coríntios 13.2).
Portanto, a Igreja do Senhor Jesus tem
de andar sobre estas duas pernas; do
contrário, jamais poderá se desenvolver
em todo o mundo.
Normalmente, uma congregação começa
desenvolvendo a fé. Porém, depois que
há um certo número de convertidos,
deixa de lado a fé e inicia o trabalho de
doutrina, pelo ensino dos frutos.
A verdade é que se começou com a fé
tem que continuar com ela, e nunca
retroceder. Ao trabalho da fé deve-se
somar o trabalho dos frutos. Um passo
com a fé, outro passo com os frutos;
mais um passo com a fé e em seguida
outro passo com os frutos. É assim que a
Igreja se desenvolve gloriosamente!
 
Ele é justo
O homem de Deus é o Seu representante;
é a autoridade d’Ele e do Seu Filho
neste mundo; enfim, é a imagem de Deus
neste planeta! Em uma ocasião, Filipe
pediu que o Senhor Jesus lhe mostrasse
o Pai, e Ele lhe disse: “...Filipe, há
tanto tempo estou convosco, e não me
tens conhecido? Quem me vê a mim vê
o Pai...” (João 14.9).
O Senhor Jesus era a imagem do Seu
Pai, e o homem de Deus também precisa
ser a imagem do seu Pai aqui neste
mundo! Deus não vai enviar anjos para
darem testemunho da ressurreição do
Seu Filho, não!
Ele tem a nós, Seus seguidores fiéis,
para fazermos esta grande obra. Por
outro lado, o mundo cobra que o homem
de Deus reflita a Sua imagem! Eu sei
que isto é humanamente impossível, mas
não para Deus, pois o Seu Santo
Espírito nos foi dado justamente com
este objetivo.
Portanto, o procedimento do homem de
Deus tem que estar adequado com o
procedimento d’Aquele que o escolheu,
e uma das coisas mais fortes que temos
conhecido de Deus é que Ele é amor,
misericórdia, bondade, enfim, é a
própria essência das virtudes. Todavia,
antes de tudo isto Ele é justiça!
Deus é perfeitamente justo! E o homem
de Deus precisa ser justo; do contrário,
não somente deixa de ser um homem de
Deus, mas também perde o respeito
daqueles que são de Deus.
Uma das coisas que mais aborrecem o
Senhor é a injustiça. Sabemos que por
mais que o homem seja consagrado a
Deus, ainda assim ele comete injustiças,
não intencionais ou proposi​tais, mas
inconscientes.
Muitas vezes somos levados a julgar
erroneamente, ou injustamente, porque​-
as informações que nos são trazidas não
corres​pondem à verdade. Quando
julgamos algo na base de informações
contrárias, é claro que julgaremos de
maneira contrária.
Mas ai daquele que conduz a um
julgamento injusto! Ai daquele que age
no sentido de que se ​cometam injustiças!
Porque o Espírito Santo não permitirá
que o injusto fique impune por muito
tempo.
 
A fidelidade
Na formação do caráter do homem de
Deus não pode faltar a fidelidade, haja
vista que Deus só pode contar com
pessoas que Lhe são fiéis de todo o
coração. A fidelidade a Deus forma
pessoas de caráter fiel.
A fidelidade é uma das características
mais acentuadas no caráter do homem de
Deus. Ela se evidencia mais justamente
quando as condições ou circunstâncias
são totalmente contrárias.
É muito fácil ser fiel quando o mar está
calmo e há o controle do barco, mas a
verdadeira fidelidade​ é provada durante
a tempestade. É justamen​te​ aí que o fiel
prova a sua fidelidade, mantendo-se no
seu posto, e não fugindo.
 
A consideração
O homem de Deus anda sempre com a
vara e o cajado, e sabe quando pode
usar cada um. Com respeito à mulher
idosa ou ao homem idoso, jamais usa a
vara, pois eles, sendo idosos, não
podem suportá-la. Antes, usa o cajado,
para exortar, à semelhança de um pai ou
uma mãe. Sabendo
considerar o peso da idade deles, o
apóstolo Paulo orientou Timóteo,
dizendo:
“Não repreendas ao homem idoso; antes,
exorta-o como a pai; aos moços, como a
irmãos; às mulheres idosas, como a
mães; às moças, como a irmãs, com toda
a pureza.”
1 Timóteo 5.1,2
O homem que tem a autoridade de Deus
para executar a Sua vontade não precisa
querer mostrá-la para ninguém através
da força de seu comando; basta usar a
palavra e ele será bem entendido.
 
A razão
É muito natural ao homem que vive
somente sob a espada da lei deste
mundo buscar os seus direitos mediante
a própria lei. Quando está com a razão,
então, vai até as últimas conseqüências
em busca dos seus direitos, porque
existe a lei que lhe garante isto.
Tal procedimento é perfeitamente
normal para aqueles que vivem sob o
domínio exclusivo da lei dos homens.
Em nome da razão, ou pela razão, as
pessoas deste mundo às vezes são
levadas a loucuras da própria razão!
Mas aqueles que são de Deus não vivem
apenas na base da razão, e nem apenas
sob a lei dos
homens, mas sobretudo sob a lei do
Espírito Santo, que é a lei da fé e do
amor.
A lei dos homens tem muito a ver com a
lei de Moisés, que dizia “olho por olho,
dente por dente”, mas a lei do Espírito
Santo, ou da Graça, tem a ver com o
amor, ou o próprio Senhor Jesus, pois
“tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta.” (1 Coríntios 13.7).
Esta é a lei maior e que rege o homem
de Deus; é a lei da confiança absoluta na
justiça do Senhor. O homem de Deus
vive pela fé nas Suas promessas; crêque
Ele fará aquilo que prometeu fazer na
Sua Palavra!
Por isso, a sua razão não é tão
importante diante dos homens, e para ele
tanto faz o que as pessoas pensam ou
deixam de pensar a seu respeito, porque
o que interessa é o seu relacionamento
estreito com Deus.
Muitas pessoas cristãs, sinceras diante
de Deus, infelizmente têm agido muito
mal diante dos seus semelhantes, pois
não aceitam de forma nenhuma serem
injustiçadas pelo homem e vão em busca
dos seus direitos, alimentadas pela
razão.
Ora, quando a pessoa vive em comunhão
com Deus, não se preocupa em ser
justificada pelos homens; antes, espera e
confia na Sua justiça. Sabe que Ele está
por cima de tudo e não a deixará só, à
mercê dos seus acusadores.
Isso não significa dizer que ela vá se
deixar levar pelas injustiças dos
homens, crendo que Deus, a Seu tempo,
irá lhe fazer justiça. Não! É claro que
precisa buscar os seus direitos pela
justiça humana quando for prejudicada
física e moralmente.
A injustiça a que nos referimos é
exclusivamente no que diz respeito à
Obra de Deus. É bom dizer que muitas
vezes Deus permite que sejamos
injustiçados, a fim de termos maturidade
ou crescimento espiritual, para um
determinado propósito Seu, no futuro.
O rei Davi, o maior de todos os reis de
Israel, escreveu: “Fira-me o justo, será
isso mercê; repreenda-me, será como
óleo sobre a minha cabeça, a qual não
há de rejeitá-lo...” (Salmos 141.5).
O homem de Deus jamais passa
incólume por este mundo, sem ser
provado e aprovado pelo
próprio Deus. Ele precisa ser
preparado! Moisés, por exemplo, foi
preparado intelectualmente no Egito,
durante quarenta anos.
Naquela oportunidade, usufruiu de todo
o conforto egípcio. Depois, foi para o
deserto e lá ficou mais quarenta anos,
pois precisava aprender a conviver com
o deserto, para, mais tarde, passar por
ali com mais de três milhões de pessoas.
Ele bem que poderia ter reclamado com
Deus sobre sua virada de sorte, achando
tudo aquilo uma grande injustiça, uma
vez que foi arrancado da cama de crina
para dormir na areia do deserto, sujeito
a todos os perigos, somente para
defender o seu povo.
Entretanto, toda aquela “injustiça” nada
mais era que um mero preparo de Deus
para uma coisa muito maior. Qualquer
que seja a injustiça sofrida por amor ao
Senhor Jesus, mais cedo ou mais
tarde sempre resulta em honra e glória,
por parte do próprio Senhor.
Portanto, aqueles que se sentem
prejudicados por qualquer injustiça,
ainda que seja mínima, não devem se
preocupar: basta esperar em Deus, pois
Ele há de fazer prevalecer a Sua justiça.
Se o homem de Deus vive em função da
vontade do seu Senhor, então deve ter a
mais absoluta certeza de que toda e
qualquer pedra que encontrar no seu
caminho jamais será por acaso; antes, é
para lhe ajudar na construção do seu
futuro. A razão do homem de Deus está
com Deus, porque Ele é a sua razão!
O maior problema dentro da Igreja
cristã é que os seus membros ficam
preocupados com a imagem diante das
demais pessoas, do pastor e do bispo.
Eles têm se preocupado mais com o que
os outros vão pensar a seu respeito do
que propriamente com a situação
espiritual deles diante de Deus!
Por esta razão eles vão até o fim em
defesa da própria razão e, quando isto
acontece, automaticamente passam a
confiar mais na força da razão do que no
poder da defesa de Deus, e isto é
pecado!
A postura do homem de Deus é assim: se
ele está com a razão, então espera que
Deus o defenda, mostrando esta razão
para quem interessar; se está sem razão,
pede perdão sem procurar se justificar.
Assim sendo, jamais vai deixar qualquer
crédito com o diabo. O homem de Deus
não se defende, porque sabe que se
tentar se defender estará tomando o
lugar de Deus na sua defesa.
 
Encher-se do Espírito
O apóstolo Paulo, em sua carta aos
cristãos da cidade de Éfeso, exortou: “E
não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do
Espírito,” (Efésios 5.18).
A embriaguez provocada pelo vinho nem
sempre é a pior, pois esta, com o
decorrer das horas, acaba. Existe um
outro tipo de “vinho” que pode provocar
uma embriaguez muito mais extensa e
nociva, e que leva não apenas à morte
física, mas sobretudo à espiritual e
eterna. Este “vinho” provém do coração
de Satanás e sai pelo vômito da sua
boca!
O diabo, não podendo estar em todos os
lugares, pois não é onipresente como
Deus, faz-se presente em todos os
lugares através deste “vinho”, nas
livrarias e bancas de jornais; em cada
consultório médico ou dentário.
Também em todos os escritórios de
todas as empresas do mundo; nas
fábricas; no comércio; nas ruas e
estradas; em outdoors; em todos os
aeroportos e aviões; nos ônibus, táxis e
demais transportes coletivos; enfim, em
qualquer beco ou canto das cidades,
além da mídia impressa e eletrônica,
principalmente a TV, que até já faz parte
da família moderna.
Este “vinho” é a farta comunicação
literária que, em meio aos assuntos mais
diversos, sempre tem espaço para levar
mensagens sutis, diabólicas e mortíferas,
a fim de deixar a humanidade totalmente
embriagada e perdida.
Estas mensagens sempre têm no seu bojo
o sexo, o cigarro e a bebida alcoólica,
além de filosofias sutis de descrença na
Palavra de Deus. Apesar de as
propagandas de cigarros terem uma
advertência médica com respeito aos
malefícios à saúde, ainda assim a
consciência humana está tão embriagada
pelo vinho diabólico que não consegue
enxergar o seu perigo.
Satanás sabe que o espírito humano tem
sede de conhecimento. No Jardim do
Éden, ele se
aproveitou desta sede e sugeriu a Eva
que se ela comesse o fruto proibido,
seria conhecedora do bem e do mal.
É justamente com este ardil que o diabo
tem continuado o seu trabalho de
destruição em toda a Terra, saciando a
sede da humanidade com conhecimentos
tais que ela acaba por se vacinar contra
a fé viva e pura, em troca de uma fé
mais racional.
Assim é que a humanidade tem estado a
se encher deste “vinho” e tem
embriagado o seu espírito com veneno
mortífero. Mas o homem de Deus tem
entendimento para compreender estas
coisas e não se deixa levar por nenhuma
delas.
O seu prazer está na Lei do Senhor, na
Sua Palavra, nos Seus conselhos. Ele
procura absorver cada vez mais a
Palavra de Deus, pois assim como o
servo fiel procura saber a vontade do
Senhor, assim o homem de Deus procura
saber a vontade d’Ele para a sua vida.
E como a Sua Palavra é espírito e
verdade, então ele procura se abastecer
dela, a fim de atravessar os desertos
deste mundo. Creio ser este o entendi​​-
mento que o apóstolo Paulo nos dá
quanto ao
enchimento do Espírito (Efésios 5.18).
 
Os bons olhos
O homem de Deus tem bons olhos, uma
vez que procura ver o ser humano da
mesma forma como Deus o vê. O Senhor
Jesus disse:
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se
os teus olhos forem bons, todo o teu
corpo será luminoso; se, porém, os teus
olhos forem maus, todo o teu corpo
estará em trevas. Portanto, caso a luz
que em ti há sejam trevas, que grandes
trevas serão!”
Mateus 6.22,23
Ter bons olhos significa ter um coração
inocente e afastado de maus
pensamentos em relação ao seu
semelhante, e isto é grande diante de
Deus. Acontece, porém, que
normalmente a pessoa que tem bons
olhos sofre muitas decepções, pois não
vê e nem procura se precaver contra os
que estão ao seu redor.
Ela acredita e confia facilmente nos
outros, e isto porque os seus olhos estão
sempre fixos no lado bom deles.
Sabemos que isto não é bom para ela,
mas é preferível que sofra prejuízos
tendo bons olhos do que venha a ter
lucros com maus olhos.
A verdade é que todo ser humano tem
virtudes e defeitos, e quando uma pessoa
vê a outra com bons olhos, vê apenas as
suas virtudes, ignorando os seus
defeitos.
O homem de Deus é assim! Ele é puro e
inocente no seu olhar, pois tem os bons
olhos de Deus. Imagine se Deus
procurasse ver o lado negativo dos
homens, quem então subsistiria?
Os nossos semelhantes são como um
espelho para o nosso coração; da
maneira como os vemos, assim somos
nós. Quando queremos encobrir as
nossas falhas, procuramosapontar as
deles.
Conforme frisamos, todos temos
virtudes e defeitos, mesmo convertidos e
selados com o Espírito de Deus. O fato
é que quando vemos o nosso próximo
com crítica nos olhos, é porque o nosso
coração não é bom.
Aí está um grande motivo pelo qual
muitos cristãos não conseguem
desenvolver sua fé nem conquistar suas
próprias vitórias: estão mais
preocupados com os defeitos e
fraquezas dos outros. Estão sempre
apontando suas falhas e cobrando o que
eles mesmos não são capazes.
Mas o homem de Deus não é assim! Pelo
contrário, ao invés de ter o caráter do
diabo, que está sempre julgando,
criticando, cobrando e acusando, ele tem
o caráter do Senhor Jesus, que é o de
ajudar e salvar.
 
A formação
Qual seria a formação ideal para o
homem de Deus? Sabemos que o
caminho para a formação ideal do
homem que pretende servir a si mesmo é
a universidade, onde buscará uma
profissão que lhe dê condições para a
sua estabilidade econômica.
Para o homem que pretende​ servir a
Deus, entretanto, os conhecimentos ou as
informações que ele adquire deste
mundo servem apenas como ajuda, e não
como fundamento básico para o
desenvolvimento do seu ministério.
A formação do homem de Deus nunca
vem do próprio homem, mas de Deus! É
o Espírito Santo o formador de homens
de Deus, e Ele não o faz com o
conhecimento profundo da Sua Palavra,
mas com a sua prática, pois não adianta
ao homem tomar conhecimento de toda a
Palavra de Deus se não a praticar.
É preferível conhecer um por cento da
Palavra de Deus e praticar que conhecer
cem por cento dela e não praticar. O
Espírito Santo, e somente Ele, forma
homens para servi-Lo!
Por mais vastos que sejam os
conhecimentos teológicos ou
intelectuais, estes jamais têm a
capacidade de preparar pessoas para o
serviço de Deus.
Para que o médico seja capaz, precisa
ser preparado por bons professores-mé​-
dicos; para que o dentista seja um bom
dentista, precisa ser preparado por bons
professores-dentistas. Um homem de
Deus, porém, só pode ter uma formação
das coisas divinas recebendo-a do
próprio Deus.
Foi justamente o que aconteceu com o
apóstolo Paulo, que teve no seu
conhecimento intelectual e religioso
apenas informações, porque no caráter
de sua pregação ele procurava tão-
somente dar aquilo que recebia de Deus.
Assim sendo, ele confessa:
“Eu, irmãos, quando fui ter convosco,
anunciando-vos o testemunho de Deus,
não o fiz com ostentação de linguagem
ou de sabedoria. Porque decidi nada
saber entre vós, senão a Jesus Cristo e
este crucificado. E foi em fraqueza,
temor e grande tremor que eu estive
entre vós. A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem
persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder,
para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria humana, e sim no poder de
Deus.” 1 Coríntios 2.1-5
A formação do homem de Deus vem do
próprio Espírito de Deus, com o tempo,
quer através de outros servos, quer
através d’Ele mesmo, com provas e
experiências, muitas vezes amargas.
Quanto maior é o tempo, melhor é a sua
formação. Entretanto, esta formação
jamais acontece no intelecto, mas no
coração.
 
O exemplo
O homem de Deus vive para Lhe servir,
e servir ao Senhor é servir aos seus
semelhantes. O homem de Deus não
serve apenas para pregar a Palavra e
levar pessoas aos pés de Jesus, mas
sobretudo para ser um exemplo a todos
os que ouvirem a sua voz.
O homem de Deus deve servir como
imagem d’Aquele a quem serve para os
que são servidos por Ele. Afinal, o
próprio Senhor Jesus disse:
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal
vier a ser insípido, como lhe restaurar o
sabor? Para nada mais presta senão
para, lançado fora, ser pisado pelos
homens.”
Mateus 5.13
Este versículo traduz fielmente a postura
do homem de Deus; ele é semelhante ao
sal da terra, ou seja, o sal é o homem de
Deus! Assim como o sal dá sabor à
comida, o homem de Deus mostra
Aquele a quem anuncia.
Da mesma forma como não adianta o sal
dizer a todos que é capaz de salgar se
não salgar, também não adianta o homem
de Deus simplesmente anunciar o que
crê. O importante é ser o que diz que é,
e isto só acontece com o seu exemplo!
Caso não venha a servir como exemplo
de homem de Deus para os demais,
então fatalmente será pisado por eles! O
homem de Deus vive aquilo que prega
porque prega aquilo que vive!
A AUTORIDADE DO
HOMEN DE DEUS
Quando Deus criou o homem à Sua
imagem e semelhança, tinha o propósito
de fazê-lo coope​rador no
desenvolvimento do planeta Terra. Ele
já tinha feito os Céus e colocado os Seus
santos anjos como adminis​tradores
deles. Agora tinha criado a Terra, tinha-
a tornado habitável e estava colocando a
Sua criatura para desenvolvê-la. Com
este propósito, deu-lhe o domínio sobre
terra, ar e mar:
“Também disse Deus: Façamos o homem
à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; tenha ele domínio sobre os
peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda
a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra.” Gênesis 1.26
Neste versículo, podemos observar que,
aparentemente, há um exagero na
referência a “todos os répteis que
rastejam pela terra”, já que estes
também estão incluídos em “sobre toda
a terra”.
A verdade é que estes que rastejam pela
terra não são apenas aqueles animais tão
conhecidos nossos, mas sim o diabo e
seus demônios, pois convém salientar
que foi a serpente – portanto, um réptil
que rasteja pela terra – quem induziu
Eva a cair.
Muito tempo depois, o Senhor Jesus
disse aos Seus discípulos: “Eis aí vos
dei autoridade para pisardes serpentes
e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, absolutamente, vos
causará dano.” (Lucas 10.19).
Também na chamada grande comissão
Ele determinou: “Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que crêem: em
meu nome, expelirão demônios; falarão
novas línguas; pegarão em serpentes;
e, se alguma coisa mortífera beberem,
não lhes fará mal; se impuserem as
mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados.” (Marcos 16.18).
Então, esses “répteis que rastejam sobre
a terra” significam muito mais do que
meros animais selvagens: simbolizam os
espíritos infernais que têm subjugado as
pessoas que não são de Deus.
Infelizmente, o homem não fez caso do
domínio e da autoridade que o Senhor
lhe deu, passando-os a Satanás. Da
mesma forma fez Esaú com o seu direito
à primogenitura: vendeu-a a seu irmão
Jacó por um simples prato de lentilhas.
Ele também não fez caso do seu direito
de dominar e o cedeu a Jacó. Este, por
sua vez, assumiu o seu direito e dominou
por onde quer que fosse.
A delegação de autoridade e domínio
que Deus deu ao homem sobre toda a
Terra significa dizer que ele recebeu a
autoridade de Deus sobre tudo o que
habita neste planeta, inclusive sobre
todo o poder do diabo e seus demônios.
Deus não criou o ser humano para servir
ao diabo, ou para se submeter a todos os
tipos de fracassos impostos por ele. Mas
os “répteis que rastejam pela terra”
infelizmente têm arrastado a criatura de
Deus para a posição oposta àquela para
a qual Deus a criou.
Esta posição é a de submissão! É por
isto que nós temos uma situação inversa
neste mundo! A criatura de Deus
permitiu ser dominada, ao invés de
dominar a Terra; daí o caos que se
estabeleceu.
O Senhor Jesus veio então a este mundo,
instituiu um outro tipo de gente, isto é, a
Igreja (ou Reino de Deus), formada por
novas criaturas, e Se entregou ao
sacrifício por ela, salvando-a,
purificando-a, fundamentando-a, e lhe
deu a Sua autoridade, para que ela
pudesse assumir a posição que o Seu Pai
dera a Adão: a de sujeitar a Terra!
Fazemos parte deste corpo, a Igreja. E o
que pensamos a respeito do que o nosso
Senhor e Salvador espera de nós? Creio
que Ele está esperando que nós, homens
de Deus, venhamos a assumir esta
autoridade e desbancar Satanás deste
planeta.
 
Destituindo os principados
Quando Daniel terminou o jejum e o
pranto de vinte e um dias, o anjo do
Senhor veio até ele e lhe disse que o
príncipe do reino da Pérsia, ou seja, um
principado do inferno, havia-lhe
resistido por vintee um dias, e que um
outro anjo, Miguel, um dos primeiros
príncipes, tinha vindo para ajudá-lo.
Assim ele obteve então a vitória sobre
os reis da Pérsia (Daniel 10).
Isto significa dizer que cada país tem o
seu principado do inferno que controla
tudo, ou seja, é a autoridade máxima
naquela nação enquanto o homem de
Deus não toma posição e o destitui.
Quando Daniel orou, um anjo veio para
ajudá-lo, mas este anjo não pôde vencer
o principado
daquela nação; então um outro anjo,
chamado Miguel, um dos primeiros
príncipes, veio ajudá-lo.
Isto tinha fundamento até o nascimento,
vida, morte e ressurreição do Senhor
Jesus Cristo! Hoje, os principados têm o
comando das nações enquanto os
homens de Deus, em o nome do Senhor
Jesus, não tomarem posição de lhes
resistir cara a cara.
O apóstolo Paulo, em sua carta aos
cristãos da cidade de Éfeso, adverte a
respeito da nossa luta ser contra os
principados, potestades, dominadores e
forças espirituais do mal:
“porque a nossa luta não é contra o
sangue e a carne, e sim contra os
principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas
regiões celestes.” Efésios 6.12
Ele mesmo, em sua carta aos cristãos da
cidade de Colossos, garante que o
Senhor Jesus Cristo não somente já
despojou os principados e as potestades,
mas também publicamente os expôs ao
desprezo (Colossenses 2.15), triunfando
deles na cruz!
Isto quer dizer que aqueles que tomarem
posse da autoridade do Senhor Jesus
terão condições de destituir todo e
qualquer principado e dominador, toda e
qualquer potestade e força espiritual do
mal de qualquer país deste mundo!
Se o trabalho do homem de Deus não
está tendo sucesso é porque ele não
assumiu a autoridade que Deus lhe deu
em Cristo Jesus, ou então porque está
permitindo ser dominado pelo
principado da nação em que trabalha!
A verdade é que o diabo é perseverante
na tentativa de destruir tudo aquilo que é
de Deus, mas se o homem é de Deus,
então ele é mais perseverante que
Satanás e o vence! Na sua perseverança
está a sua vitória! A conquista do
homem de Deus depende da sua
perseverança ser maior que a do diabo!
 
O batismo de fogo
Todos os homens de Deus, antes de
assumirem posição como tais, tiveram
de passar pelo que chamamos de
batismo de fogo. Se examinarmos
cuidadosamente a vida de cada herói da
fé do passado, haveremos de nos
surpreender com a espécie de fogo pelo
qual cada um teve de passar.
O melhor exemplo é o próprio Senhor
Jesus. Imediatamente após ter sido
batizado nas águas, recebeu o Espírito
Santo, que O levou para o deserto
justamente para ser tentado, ou batizado
pelo fogo da tentação. Só depois disto o
Espírito Santo começou a obra de Deus
através d’Ele!
Todo homem de Deus recebe o batismo
de fogo, porque é o seu preparo para a
grande obra que Deus tem para ele!
Assim como o ouro é purificado pelo
fogo, também o homem de Deus é
purificado pelo batismo de fogo pelo
qual passa.
 
Assumindo posição
Somos a glória de Deus neste mundo; se
o vencermos com a autoridade que Ele
nos deu, Ele será glorificado, mas se
fracassarmos, mesmo com toda a Sua
autoridade, então Ele não pode ser
glorificado!
Satanás quer justamente isto: impor-nos
derrotas para tentar ofuscar o brilho da
glória do nosso Senhor Jesus Cristo!
Portanto, o homem de Deus tem a
obrigação moral e espiritual de assumir
o domínio total da Terra, especialmente
sobre os “répteis que rastejam pela
terra”, pois poder e autoridade não lhe
faltam.
Podemos ver que Deus deu tanta ênfase
à autoridade dada à Sua criatura, que
repetiu a mesma expressão, logo em
seguida, de forma diferente. Voltemos ao
texto bíblico:
“Também disse Deus: Façamos o homem
à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; tenha ele domínio sobre os
peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda
a terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o
homem à sua imagem, à imagem de Deus
o criou; homem e mulher os criou. E
Deus os abençoou e lhes disse: Sede
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra
e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus e sobre todo
animal que rasteja pela terra.” Gênesis
1.26-28
O homem, portanto, recebeu de Deus o
domínio sobre toda a Terra, e o diabo
não tinha nenhuma autoridade e nenhum
poder sobre ela. Quando, porém, o
homem resolveu dar ouvidos à voz de
Satanás, ou seja, quando obedeceu à sua
palavra, ele, que estava com toda a
autoridade sobre a Terra, acabou por
entregá-la a Satanás, e daí nasceu o
reino das trevas neste mundo.
Então, podemos estar absolutamente
seguros de que há uma autoridade
outorgada por Deus a todos os seres
humanos sujeitos à Sua Palavra! Esta
autoridade é justamente a unção divina,
e o homem de Deus a tem!
Quando a autoridade máxima de um país
escolhe os seus ministros, para
auxiliarem no governo, estes ministros
têm a autoridade do chefe da nação para
executarem as suas tarefas.
Um embaixador, por exemplo,
representa a autoridade máxima do seu
país em uma terra estrangeira. A sua
palavra representa a palavra do seu
presidente. Assim também acontece
quando um empresário delega
autoridade aos diretores de suas
empresas, para que estes tomem as
devidas providências no sentido de
alcançarem o maior lucro possível
naquelas empresas.
Estes diretores têm autoridade para
admitir ou demitir quem quer que seja,
porque têm a autoridade do dono da
empresa. No Reino de Deus também não
é diferente.
Quando Deus nos dá a Sua autoridade
para sujeitar a Terra, dominar os peixes
do mar, dominar as aves dos céus e
pisar serpentes e escorpiões,​ além de
autoridade sobre todo o poder inimigo,
garantindo que nada absolutamente nos
causará dano, significa dizer que
passamos a representá-Lo na Terra.
Assim como a palavra dos ministros tem
a mesma autoridade que a palavra do
seu presidente, dentro dos seus
respectivos ministérios, a palavra do
embaixador tem a mesma autoridade da
palavra do chefe de sua nação, e a
palavra do diretor tem a mesma
autoridade do dono da empresa.
Ora, a palavra do homem de Deus tem a
mesma autoridade da Palavra de Deus
na Terra, pois ele é Seu embaixador
nela! Ser homem de Deus significa
assumir a autoridade de Deus aqui e
agora, neste mundo! Aí está o segredo
do sucesso de todos os chamados heróis
da Bíblia! Eles assumiram a autoridade
que Deus lhes delegou e, com base nesta
convicção, tomaram atitudes!
É por isto que Abraão encontrou
coragem para deixar para trás a sua
terra, a sua ​parentela e a casa de seu pai,
e seguir avante para a terra que Deus
ainda iria lhe mostrar. E por onde quer
que andasse, a autoridade, a unção e a
bênção de Deus andavam sobre os seus
pés.
Esta foi a verdadeira razão pela qual
quando ele e Ló, seu sobrinho,
decidiram se separar, o próprio Abraão
sugeriu que Ló escolhesse ir para a
direita ou para a esquerda, escolhendo o
que considerasse ser a melhor terra.
Para ele não fazia diferença ficar com a
pior parte: ele era homem de Deus, a
Sua unção estava sobre ele; tinha
autoridade divina para inverter qualquer
situação, inclusive tornar o deserto em
manancial de águas cristalinas!
De fato, iludido pelo olho grande e
enganado pelo sentimento de ganância,
“Levantou Ló os olhos e viu toda a
campina do Jordão, que era toda bem
regada (...) como o jardim do Senhor...”
(Gênesis 13.10),
e resolveu ir para lá.
Mais tarde, acabou por perder tudo o
que possuía, até a liberdade. Não fosse
o seu tio Abraão ser um homem de Deus,
e ter assumido a Sua autoridade, Ló não
teria nem descendentes.
A autoridade assumida por Abraão foi
realmente algo tão espetacular que,
quando Deus estava para destruir
Sodoma e Gomorra, antes veio estar
com ele e lhe participou a Sua intenção.
O Senhor não precisaria comunicar a
Abraão aquilo que estava para fazer,
uma vez que Ele é o Senhor de todas as
coisas, tanto nos Céus quanto na Terra,
mas, como tinha dado a Sua autoridade,
não ficava bem tomar alguma atitude em
relação à Terra sem que participasse
àqueleque O representava nela.
É como se o dono de uma determinada
empresa, antes de tomar qualquer
decisão em relação à mesma,
comunicasse aos seus diretores o que
estava para fazer.
O Senhor mesmo disse: “...Ocultarei a
Abraão o que estou para fazer, visto
que Abraão certamente virá a ser uma
grande e poderosa nação, e nele serão
benditas todas as nações da terra?”
(Gênesis 18.17,18)
Isto obviamente sugere que Deus
considerava Abraão como um servo a
quem confiara autoridade sobre todos os
bens na Terra. Foi neste mesmo espírito
que o Senhor Jesus ensinou a parábola
dos talentos, dizendo que o Reino dos
Céus“...será como um homem que,
ausentando-se do país, chamou os seus
servos e lhes confiou os seus bens.”
(Mateus 25.14).
Quer dizer: Deus é esta Pessoa que
confiou ou deu autoridade aos Seus
servos sobre todos os Seus bens na
Terra! O homem de Deus tem a Sua
autoridade na Terra; ele O representa! A
sua palavra tem o amém de Deus nos
Céus!
Podemos então entender melhor o que o
Senhor Jesus quis dizer quando falou:
“Em verdade, em verdade vos digo que
aquele que crê em mim fará também as
obras que eu faço e outras maiores
fará, porque eu vou para junto do Pai.”
(João 14.12).
Estas palavras sempre foram tidas como
verdadeiras, porque estão escritas na
Bíblia, mas, no fundo, poucos creram
nelas de fato e de verdade, tendo em
vista a sua grandeza de valor.
Qual o homem de Deus que teve o seu
ministério no mínimo igual ao do nosso
Senhor Jesus? Que dirá maior! De fato
isto nunca aconteceu, pelo menos que eu
saiba. Justamente porque nunca ninguém
assumiu a autoridade que Ele nos tem
outorgado! Esta é a verdade nua e crua!
Todo mundo fala do poder de Deus, que
tem o Espírito Santo, que é isso e
aquilo, mas a verdade é que ainda não
houve quem assumisse cem por cento a
unção que o Senhor Jesus dá àqueles que
n’Ele crêem de todo o coração.
E por quê? Porque talvez tenhamos nos
acomodado e ficado felizes com o
mínimo que temos feito! Achamos que,
pelo fato de expelirmos alguns
demônios, por vermos algumas pessoas
serem curadas e salvas, além de as
contas estarem sendo pagas, as coisas
estão indo razoavelmente bem.
Mas a verdade é que não está nada bom,
nem ao menos razoável! Realmente
ainda não assumimos a bênção que nos
foi outorgada pelo nosso Senhor! O
Deus Pai disse a Abraão: “...Sê tu uma
bênção!” (Gênesis 12.2). E o Seu Filho
disse para setenta discípulos
inexperientes e ainda não selados com o
Espírito Santo: “Eis aí vos dei
autoridade...” (Lucas 10.19).
Hoje nós temos o selo do Espírito Santo,
com as evidências de línguas estranhas;
temos a Palavra do Senhor Jesus; temos
o Seu nome, diante do qual todo o
inferno​ treme e teme; temos a autoridade
de Deus determinada na Sua Palavra!
Temos, enfim, tudo e ainda assim temos
ficado perplexos diante do avanço do
domínio infernal neste mundo! Absurdo!
Quando acontecer de alguém assumir a
autoridade de Deus na Terra para
realizar a Sua vontade, então o inferno
vai pegar fogo! O diabo vai fugir e as
nações serão convertidas ao Criador!
O mesmo poder, a mesma unção do
Espírito Santo e a mesma bênção que
compunham a
autoridade suprema do Senhor Jesus
Cristo na Terra foram passados para os
Seus seguidores.
Não se admire, meu amigo leitor, se eu
lhe afirmar que a mesma autoridade que
o Senhor Jesus tem sobre o céu e a
Terra, e para combater todo o poder das
trevas, está sobre todos aqueles que O
têm como Senhor e Salvador!
Quanto mais sobre o homem de Deus! É
claro que o céu ao qual me refiro, que
está debaixo da autoridade do homem de
Deus, é apenas o espaço que envolve a
Terra. Vejamos agora o que pode
significar para nós esta palavra
profética:
“O Espírito do Senhor está sobre mim,
pelo que me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar
libertação aos cativos e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade
os oprimidos, e apregoar o ano aceitável
do Senhor.” Lucas 4.18,19
Isto significa que o mesmo Espírito que
estava sobre o Senhor está sobre você,
verdadeiramente cristão, mulher ou
homem de Deus! A mesma unção que
Ele tinha para evangelizar os pobres
está sobre você, verdadeiramente
cristão, mulher ou homem de Deus!
Da mesma forma que Lhe foi dada
autoridade para pôr em liberdade os
cativos de Satanás, foi dada a você,
verdadeiramente cristão, mulher ou
homem de Deus! O mesmo poder que
Ele tinha para dar vista aos cegos foi
dado a você, verdadeiramente cristão,
mulher ou homem de Deus!
A mesma autoridade que Ele tinha para
pôr em liberdade os oprimidos está
sobre você, que é verdadeiramente
cristão, mulher ou homem de Deus! Os
anjos gostariam de ter o privilégio de
apregoar o ano aceitável do Senhor, mas
Deus comis​sionou isto a você,
verdadeiramente cristão, mulher ou
homem de Deus!
Na verdade, a bênção está sobre todos
os que estão vivendo em aliança com
Deus, através do sangue do Senhor Jesus
Cristo. O Espírito da própria
Autoridade Suprema dos Céus e de todo
o Universo está sobre nós, para
executarmos a Sua vontade.
Todos os que estão em Cristo Jesus
legalmente são uma bênção; se eles
estão assumindo esta postura perante
Deus e diante do mundo é ​outra coisa,
mas que legalmente eles têm este ​direito,
disto a Palavra de Deus não deixa a ​-
menor dúvida!
Sempre me questionei sobre uma coisa:
Como podem alguns homens cheios de
demônios ser capazes de confundir
tantas nações com suas idéias
diabólicas, e arrastar tanta gente para
o inferno, e nós, os cristãos, que temos o
Espírito do Criador dentro de nós,
fazemos tão pouco para o nosso Senhor?
Será que os demônios dão mais
condições aos seus seguidores do que o
Senhor Jesus aos Seus discípulos? Será
que o diabo ouve mais as súplicas dos
seus filhos do que Deus ouve os Seus? O
que, afinal de contas, tem acontecido
com os filhos da luz diante dos filhos
das trevas?
Creio que quando o Senhor Jesus nos
deu o Seu Espírito foi para que
déssemos continuidade ao Seu
ministério, ou seja, para que
continuássemos fazendo o que Ele deu
início.
O Espírito Santo não nos foi dado para
que ficássemos a falar em línguas! Muito
menos para que completássemos o nosso
crescimento espiritual, mas para que
pudésse​mos dominar as forças do
inferno e arrancar as pessoas das garras
de Satanás! É para isto que recebemos a
unção do Espírito Santo!
Quando o homem de Deus não assume a
autoridade que Ele lhe deu, então o
diabo lhe rouba esta autoridade, da
mesma forma como fez com Adão e Eva.
Quando o homem de Deus é fracassado
no seu ministério, conforme já dissemos,
é porque permitiu que o diabo assumisse
a sua autoridade.
O Espírito de Deus está convocando
todos os homens de fé e coragem para
assumirem o domínio sobre “...os peixes
do mar, sobre as aves dos céus, sobre
os animais domésticos, sobre toda a
terra e sobre todos os répteis que
rastejam pela terra.” (Gênesis 1.26), a
fim de restaurar o Reino de Deus neste
mundo, para a glória do Seu Filho Jesus
Cristo!
 
A visão
A visão do homem de Deus não pode
nunca estar limitada por fronteiras. O
homem de Deus tem a visão d’Ele! Se o
Senhor Jesus disse “...Ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda
criatura.” (Marcos 16.15), então o
homem de Deus tem que ter a visão do
mundo!
A visão menor do que o mundo não pode
fazer parte do homem cheio do Espírito
Santo e obediente à ordem do Senhor
Jesus! E não importa se ele terá ou não
chance de alcançar a cidade vizinha,
mas o seu coração tem que estar fixo no
mundo!
Acredito que é aí que o diabo tem tido
vantagens sobre muitos homens de Deus,
pois ele os faz crer que o seu ministério
está limitado apenas à sua região, que
Deus haverá de levantar outros com
maiores condições e que poderão ir pelo
mundo afora, mas que eles não devem
ser tão “pretensiosos”.
Não! Mil vezes não! O homem de Deus
tem a visão de Deus! Se Ele quer o
mundo, então ele também tem que querer
o mundo! Isto não é ser pretensioso, mas
sim obediente à Sua Palavra!
Quando o homem é escolhido para ser
de Deus, a sua chamada se deve
exclusivamente porque Ele tem um
objetivo a ser alcançado

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