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Psicodiagnóstico

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PSICODIAGNÓSTICO
Júlia Reis
Psicóloga CRP 05/34297. Psicanalista pela EBP/ICP-RJ.
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia
(UFMG). Mestre em Psicanálise pelo Programa de Pós-
Graduação em Pesquisa e Clínica em Psicanálise (UERJ).
Psicopedagoga (UERJ). Bacharel, formação em psicologia e
licenciatura (UFRJ). Psicóloga Clínica do HPJ/FMS Niterói
(2008-2012); da Força Aérea Brasileira (2012-2018) e do
HUAP/UFF (2018-2020). Docente dos Cursos de
Especialização do SEPAI/Instituto São Zacharias de Estudos
e Pesquisas. Docente do Curso de Graduação em Psicologia
da Estácio-Resende/RJ.
TEMAS DE APRENDIZAGEM
1. ASPECTOS FUNDAMENTAIS EM PSICODIAGNÓSTICO 
1.1 CONCEITUAÇÃO DE PSICODIAGNÓSTICO 
1.2 DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E PROCESSO DE PSICODIAGNÓSTICO 
1.3 CUIDADOS TÉCNICOS E RELAÇÃO PSICÓLOGOCLIENTE 
1.4 QUESTÕES ÉTICAS E DOCUMENTOS NO PSICODIAGNÓSTICO 
2. RECURSOS BÁSICOS PARA PSICODIAGNÓSTICO 2.1 HISTÓRIA DO PACIENTE 
2.2 EXAME DO ESTADO MENTAL 2.3 OS TIPOS DE ENTREVISTA 
2.4 O LÚDICO COMO RECURSO DE AVALIAÇÃO PSÍQUICA 
3. PASSOS DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO 
3.1 O PLANO DE AVALIAÇÃO NO PSICODIAGNÓSTICO 
3.2 ESCOLHA E ADMINISTRAÇÃO DE TESTES E TÉCNICAS 
3.3 SELEÇÃO E INTEGRAÇÃO DE DADOS: SÍNTESE FINAL 
3.4 COMUNICAÇÃO DE RESULTADOS, PROGNÓSTICO E ENCAMINHAMENTO 
4. MANEJO CLÍNICO DE TÉCNICAS (ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA) 
4.1 TÉCNICAS PROJETIVAS 
4.2 INVENTÁRIOS, ESCALAS DE AVALIAÇÃO E ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
5. ESPECIFICIDADES DO PSICODIAGNÓSTICO EM ALTERAÇÕES MENTAIS 
5.1 PSICODIAGNÓSTICO: TDAH E TEA 
5.2 PSICODIAGNÓSTICO: TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, DE HUMOR E POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
5.1 PSICODIAGNÓSTICO: TDAH E TEA 
5.2 PSICODIAGNÓSTICO: TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, DE HUMOR E POR USO DE SUBSTÂNCIAS 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
COHEN, R. J.; SWERDLIK, M. E.; STURMAN, E. D. Testagem e avaliação psicológica: 
introdução a testes e medidas. 8. Porto Alegre: Artmed, 2014. 
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554106/
DALGALARRANDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: 
ArtMed, 2019. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715062/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.0699
HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI,C. M.; KRUG, J. S. Psicodiagnóstico. Porto Aleg
re: Artmed, 2016. 
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536307787/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
TÓPICOS
1.1 CONCEITUAÇÃO DE PSICODIAGNÓSTICO 
1.2 DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E PROCESSO DE PSICODIAGNÓSTICO
1.3 CUIDADOS TÉCNICOS E RELAÇÃO PSICÓLOGO-CLIENTE 
1.4 QUESTÕES ÉTICAS E DOCUMENTOS NO PSICODIAGNÓSTICO
OBJETIVOS
Definir os principais conceitos e fundamentos do psicodiagnóstico;
Identificar as diferentes abordagens teóricas e modelos de psicodiagnóstico;
Explicar os objetivos e o processo de psicodiagnóstico;
Discutir os principais dilemas éticos envolvidos no processo de psicodiagnóstico;
Identificar e aplicar princípios éticos adequados na prática do psicodiagnóstico;
Aplicar estratégias (passo a passo) para a eficácia do processo, promovendo a
confiança e a colaboração mútua das partes envolvidas;
Observar os cuidados com os documentos produzidos decorrentes do processo de
psicodiagnóstico.
O QUE É PSICODIAGNÓSTICO?
• É um processo cientifico que é limitado no 
tempo, utilizando testes e 
técnicas psicológicas em nível individual 
ou não para entender aspectos específicos, 
seja para classificar o caso e prever seu 
curso e comunicar os resultados, na base 
dos quais são propostas as soluções. 
(CUNHA, 2003, p.23).
A definição de Avaliação Psicológica, de acordo com o 
Conselho Federal de Psicologia
Ver Resolução CFP nº 9/2018:
A avaliação psicológica é um processo estruturado de 
investigação de fenômenos psicológicos, composto de 
métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover 
informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal 
ou institucional, com base em demandas, condições e 
finalidades específicas.
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A avaliação psicológica é dinâmica e constitui-se em fonte de informação de 
caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos.
Subsidia os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo – clínico, 
saúde, educação, trabalho, contextos de avaliação compulsória etc.
Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, que 
envolve a escolha de procedimentos adequados às demandas e fins aos quais a 
avaliação se destina.
A avaliação deve se basear em métodos, técnicas e instrumentos psicológicos 
reconhecidos cientificamente. 
Ver lista de testes aprovados no SATEPSI.
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O psicodiagnóstico serve como uma comprovação e 
confirmação das hipóteses iniciais do psiquiatra/psicólogo, 
ou médico especialista. Por isso, é aplicado um conjunto de 
procedimentos diferenciados, e que variam de pessoa para 
pessoa.
Dentre alguns desses testes psicológicos, estão os seguintes:
- Observação comportamental;
- Aplicação de questionários focais;
- Entrevistas em profundidade com o paciente e seus 
familiares;
- Técnicas projetivas;
- Análise de criação artística do paciente;
- Brincadeiras;
- Dinâmicas.
Portanto, o psicodiagnóstico não é o mesmo que a 
avaliação psicológica, sendo o primeiro uma área 
segmentada dentro da segunda.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE PSICODIAGNÓSTICO E 
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA?
O psicodiagnóstico é um tipo de avaliação psicológica, que 
utiliza testes e métodos para aprofundamento e por fim, 
um diagnóstico e confirmação das hipóteses primordiais 
do especialista.
De modo geral, a avaliação psicológica consiste em toda e 
qualquer forma de processo científico praticado pelo 
profissional da psicologia.
Com isso, a avaliação psicológica é considerada a área que 
abrange todas as outras segmentadas, e pode ser aplicada 
em diversos âmbitos, como: o trabalho, a saúde física, 
avaliação de potencial, teste vocacional entre outros.
Já o psicodiagnóstico atua em ambiente clínico, 
especificamente para um diagnóstico e posterior 
tratamento. É muito mais específico, bem como suas 
práticas.
https://crp13.org.br/regulacao-da-profissao/avaliacao-psicologica/
MOTIVOS DE ENCAMINHAMENTO 
PARA O PSICODIAGNÓSTICO
Os pacientes encaminhados para o Psicodiagnóstico geralmente apresentam, entre 
outros motivos:
Problemas de aprendizagem, tais como problemas afetivos, de agressividade, são 
mais frequentes em adolescentes (Cunha e Benetti 2009; Santos 2006), e adultos 
que costumam apresentar problemas de relacionamento familiar (Louzada, 
2003; Maravioski Serralta, 2011).
Também pode ser necessária a avaliação de outros profissionais para diagnosticar 
esses pacientes, tais como: Fonoaudiólogos, Neurologistas, Psiquiatras, 
Psicopedagogos.
De acordo com CUNHA (2000), os objetivos clínicos do psicodiagnóstico são:
– Investigar aspectos da personalidade quanto aspectos cognitivos abordar 
os possíveis sintomas;
– Investigar questões do desenvolvimento;
– Investigar questões Neuropsicológicas;
– Investigar características adaptativas e desadaptarias, entre outros permitindo 
assim, que se chegue a um Prognóstico e á melhor estratégia e ou á abordagem 
terapêutica necessária.
– Realização de diagnóstico diferencial.
QUEM PODE FAZER O 
PSICODIAGNÓSTICO?
O psicodiagnóstico é realizado em uma clínica, pelo profissional especializado, 
ou seja, o psicólogo. O encaminhamento dos testes também se dá por meio das 
autorizações de outros profissionais da saúde, e de âmbito judicial.
O especialista na área - pós-graduado em Psicodiagnóstico - no entanto, é o 
profissional mais recomendado para realizar esse processo, já que certamente 
obterá resultados exatos e muito bem analisados.
Além disso, o plano de avaliação não é individual, e é extremamente importante 
que os familiares, ou pessoas responsáveis e de confiança, participem do 
processo. Isso geralmente acontece naturalmente, já que são essas pessoas -
próximas do paciente - que percebem alguns sinais do comprometimento da 
saúde mental, e encaminhamou incentivam o paciente para o tratamento 
psicológico.
É importante ressaltar que o psicodiagnóstico é de exclusiva aplicação dos 
psicólogos e em ambiente clínico; por isso, uma pessoa não pode ser 
diagnosticada de outra forma.
https://www.unibf.com.br/curso/pos-graduacao/saude/psicologia/ead/avaliacao-psicologica-e-psicodiagnostico
https://www.unibf.com.br/novidades/dicas/quarentena-como-manter-a-saude-mental-em-dia
https://www.unibf.com.br/novidades/dicas/quarentena-como-manter-a-saude-mental-em-dia
PASSOS DO PROCESSO DO 
PSICODIAGNÓSTICO
1. Determinar os motivos da consulta do encaminhamento e 
levantar dados sobre a história pessoal (dados de 
natureza psicológica, social, médica, profissional e escolar);
2. Definir as hipóteses e os objetivos do processo de Avaliação, 
estabelecer o contato de trabalho com o examinando ou 
responsável;
3. Estrutura um plano de avaliação (selecionar instrumentos 
ou técnicas psicológicas);
4. Administrar as estratégias e os instrumentos de avaliação; –
5. Corrigir ou levantar, qualitativamente e 
quantitativamente estratégias e os instrumentos de avaliação;
6. Integrar os dados colhidos, relacionados com as hipóteses 
iniciais e com os objetivos da avaliação;
7. Formular as conclusões, definindo potencialidades e 
vulnerabilidades;
8. Comunicar os resultados por meio de entrevistas de devolução e 
de um laudo psicológico ao avaliando ou os pais. Encerrar a 
Avaliação.
QUAIS SÃO AS ETAPAS DO 
PROCESSO?
Entrevista inicial
Trata-se do primeiro contato com o psicólogo e o paciente, em ambiente como o consultório ou a clínica.
Naquele momento, o psicólogo ouvirá o paciente, e realizará perguntas sobre a sua vida, comportamento, pensamentos e visão do mundo. Além disso, identificará alguns sintomas que o 
paciente porta.
Levantamento das hipóteses iniciais
Após os primeiros contatos, o especialista observará e identificará algumas possibilidades para o quadro clínico do paciente.
Nesse processo cabe ao psicólogo associar alguns sintomas às possíveis doenças, transtornos e instabilidades psicológicas.
Essas hipóteses são o ponto de partida do psicodiagnóstico, que usará de diversos testes e técnicas para a confirmação, aprofundamento e descoberta do transtorno.
Contrato de trabalho
O psicodiagnóstico é um processo que se limita em um determinado período de tempo, por isso, o especialista da psicologia prevê o possível diagnóstico e elabora uma série de técnicas, 
propondo um período para isso acontecer.
Após estabelecer esse tempo, o especialista propõe ao paciente os seus termos, definindo algumas responsabilidades, direitos, deveres, e outros fatores, que devem ser cumpridos por ambas 
as partes.
Criação do plano de avaliação
Realizado o contrato, o psicólogo passa a desenvolver as atividades, o planejamento das tarefas e o cronograma do acompanhamento.
Essa etapa é realizada de acordo com a disponibilidade do paciente, que após concordar, deve comparecer a todas as reuniões determinadas pelo profissional.
Bateria de testes
A etapa 5 já compreende o psicodiagnóstico em si, em que são aplicados procedimentos com o objetivo de avaliar a condição do paciente, observando seu comportamento, sintomas mais 
exacerbados e outras características que podem significar determinado diagnóstico.
Dentre as categorias existentes, há os testes que utilizam técnicas projetivas, conversas com os membros da família e outros tipos, que já mencionamos no início deste artigo.
Interpretação e análise dos dados
A última etapa compreende o trabalho posterior à bateria de testes, que deve ser realizado pelo psicólogo.
Aqui, ele irá levantar todas as informações observadas, analisá-las criteriosamente e por fim, interpretar todas elas e chegar a uma conclusão, um diagnóstico.
O psicodiagnóstico é extremamente importante e essencial para um possível tratamento. Por isso, é imprescindível que o paciente passe por esse processo, antes de iniciar um 
acompanhamento focado em melhorias ou começar a usar medicamentos.
Devolutiva
Situação problema 01: De acordo com Hutz, C. S. et al. (2016),a avaliação psicológica clínica com 
fins diagnósticos é uma prática bastante difundida no Brasil. Durante décadas, muitos profissionais 
adotaram o termo "psicodiagnóstico" para se referir a essa atividade, especialmente quando testes 
psicológicos eram utilizados para coletar informações sobre o paciente. No entanto, observa-
se que em 
avaliações onde esses testes não são empregados ou não são adequados aos objetivos do exame, 
surgem outros termos como avaliação clínica, avaliação psicológica, entrevistas preliminares, 
diagnóstico psicológico,entre outros (Krug, 2014 in Hutz, C. S. et al., 2016,p. 15).
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Situação problema 02: Uma mulher de 35 anos, procura ajuda psicológica devido a uma tristeza, falta 
de energia e perda de interesse nas atividades que antes desfrutava. Ela relata dificuldades em realizar 
tarefas diárias e problemas de sono. Durante as sessões de avaliação, o psicólogo observa que a pessoa 
avaliada apresenta uma alteração significativa em seu humor, uma baixa autoestima e pensamentos 
recorrentes de culpa. Além disso, compartilha que esses sintomas têm prejudicado seu desempenho no 
trabalho e nos relacionamentos interpessoais.
Ao analisar o quadro clínico, o psicólogo se depara com um dilema: até que ponto esses sintomas estão 
dentro do espectro do normal, relacionados ao di=a-dia da cliente (paciente) e de sua estrutura de 
personalidade, ou são indicativos de um transtorno psicológico? Quais os objetivos dessa avaliação?
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Situação Problema 03: Durante a primeira entrevista com um psicólogo, J.A.S, um adolescente de 13 
anos, que foi levado ao consultório pelos avós, preocupados com o neto que está vivendo, atualmente, 
"uma guerra judicial entre os pais" (sic), revela que está enfrentando conflitos familiares intensos 
devido a separação de seus pais. Ele expressa sentimentos de tristeza, raiva e confusão, além de 
apresentar dificuldades de concentração e queda no desempenho escolar. O jovem manifesta o desejo 
de não compartilhar certos aspectos de sua vida familiar com seus pais, pois teme que isso possa 
agravar ainda mais as tensões entre eles e que não confia em psicólogos, pois em uma audiência para 
decisão da guarda, segundo os relatos de J., o profissional que o entrevistou antes "o dedurou" para o 
juiz e "seus pais ficaram muito bravos com ele". J tem dúvidas se "é burro" (sic) pelas dificuldades na 
escola e de como pode "agradar aos pais que vivem discordando de coisas a respeito dele" (sic). Ele 
começa a "gostar de um amigo da escola" (sic), que "me deu um selinho na boca no banheiro" (sic), 
mas por "questões religiosas dos pais está com muito medo" (sic).
Como devemos elaborar esse processo de psicodiagnóstico e quais variáveis devemos considerar?
Júlia Reis
juliareis2@yahoo.com.br
@psijuliareis
	Slide 1: Psicodiagnóstico 
	Slide 2: Temas de aprendizagem
	Slide 3: Bibliografia básica
	Slide 4: Tópicos
	Slide 5: Objetivos
	Slide 6: O que é psicodiagnóstico?
	Slide 7
	Slide 8
	Slide 9
	Slide 10: Qual a diferença entre psicodiagnóstico e avaliação psicológica? 
	Slide 11: MOTIVOS DE ENCAMINHAMENTO PARA O PSICODIAGNÓSTICO
	Slide 12: Quem pode fazer o psicodiagnóstico? 
	Slide 13: PASSOS DO PROCESSO DO PSICODIAGNÓSTICO 
	Slide 14: Quais são as etapas do processo? 
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17
	Slide 18

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