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Cestóides: Taenia e Echinococcus Arthur Gruber BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo AG-ICB-USP AG-ICB-USP ClassificaClassificaççãoão dos dos helmintoshelmintos Bilateria Acoelomata Platyhelminthes (vermes chatos) Cestoda (vermes em fita) Monogenea Trematoda Turbellaria Coelomata Deuterostomia Chaetognatha Chordata (cordados) Echinodermata (equinodermas) Hemichordata (hemicoordados) Xenoturbellida Protostomia Annelida/Echiura/Pogonophora (anelídeos) Brachiopoda Bryozoa Entoprocta Mollusca (moluscos) Myzostomida Nemertea Panarthropoda Priapulida Sipuncula Pseudocoelomata Acanthocephala (vermes com cabeça espinhosa) Cycliophora Gastrotricha Kinorhyncha Loricifera Micrognathozoa Nematoda (vermes redondos) Nematomorpha Rotifera Organismos celulares Eukaryota Grupo dos Fungi/Metazoa Metazoa Eumetazoa Bilateria Fonte: NCBI Taxonomy Browser http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/ Cestóides - Classificação Platyhelminthes Cestoda Cestodaria Eucestoda Classe Sub-classe Cyclophyllidea Ordem Taeniidae Família Taenia spp. Gênero Filo Echinococcus Taenia solium AG-ICB-USP AG-ICB-USP Cestóides – características • Ciclo indireto – digenéticos • Cada proglote possui um conjunto completo de órgãos reprodutivos • Adultos – parasitam tubo digestivo, dutos biliares e pancreáticos de vertebrados • Larvas – parasitam tecidos de vertebrados e invertebrados – cistos de diferentes tipos: • Cisticerco • Cisto hidático • Cenuro, etc. AG-ICB-USP Cestóides – características • Corpo muito elongado - comprimento de centenas de vezes maior do que a largura • Parte anterior – escólex com 4 ventosas com ou sem ganchos • Colo ou pescoço – origina as proglotes • Estróbilo – cadeia de segmentos (proglotes) • Adultos parasitam o intestino delgado de vertebrados • Após a fertilização � liberação dos ovos: rompimento da proglote dentro do hospedeiro ou por sua desintegração no meio ambiente. • Os ovos contém no seu interior um embrião hexacanto (possuem 6 ganchos) ou oncosfera que está protegido por uma casca estriada, escura e espessa denominada embrióforo. • Os ovos são ingeridos por hospedeiros intermediários. • No tubo digestivo a casca é digerida liberando o embrião hexacanto. • Em seguida há a formação das larvas que variam em função da espécie do cestódeo. • As larvas podem invadir a mucosa intestinal, atingir a circulação linfática ou venosa e migrar para outros órgãos. Ciclo biológico dos cestóides AG-ICB-USP • Larva cisticerco � vesícula cheia de líquido contendo um único escólex invaginado fixado, às vezes denominado proto-escólex. • É a forma larvar encontrada no gênero Taenia e ocorre apenas em hospedeiros vertebrados. Tipos de estágios larvais AG-ICB-USP Nomenclatura dos cestódeos Formas adultas e larvais Adulto Larva infectante Taenia pisiformis (cão) Cysticercus pisiformis (coelho) Taenia hydatigena (cão) Cysticercus tenuicollis (ovelha, bi, porco) Taenia krabbei (cão) Cysticercus tarandi (rena) Taenia solium (homem) Cysticercus cellulosae (porco, homem) Taenia ovis (cão) Cysticercus ovis (ovelha) Taenia saginata (homem) Cysticercus bovis (boi) Hydatigera taeniaeformis (gato) Cysticercus fasciolaris (roedores) Taenia multiceps (cão) Coenurus cerebralis (ovelha) Taenia serialis (cão) Coenurus serialis (coelho) Echinococcus granulosus (cão, lobo) Cisto hidático (homem, ovelha, e outros) Echinoccocus multilocularis (cão, gato, raposa) Hidátide alveolar (homem, rato silvestre, e outros) AG-ICB-USP • Larva cenuro � semelhante a um cisticerco, mas com numerosos escólices invaginados. Ex. Taenia multiceps Tipos de estágios larvais AG-ICB-USP • Cisto hidático � grande cisto cheio de líquido, revestido por epitélio germinativo, a partir do qual são produzidos escólices invaginados que ficam livres ou em cachos, cercados de vesículas prolígeras, o que é denominado “areia hidática”. O cisto é coberto por uma cápsula fibrosa. • Ocorre em hospedeiros vertebrados, é a larva característica do Echinococcus granulosus. Tipos de estágios larvais AG-ICB-USP AG-ICB-USP A. Coracídio B. Larva procercóide C. Larva pré-cercóide D. Cisticerco E. Cenuro F. Estrobilocerco G. Cisticercóide H. Cisto hidático Tipos de estágios larvais • Cisticercóide � vesícula quase sem líquido com um único escólex invaginado. • Ocorre em hospedeiros invertebrados, é a forma larval de Moniezia e Anoplocephala. Tipos de estágios larvais AG-ICB-USP • Formas larvais � ingeridas pelo hospedeiro definitivo. • No tubo digestivo � digestão dos tecidos do hospedeiro intermediário e liberação da larva. • Os escólice fixa-se por meio das ventosas e acúleos � crescimento e diferenciação das proglotes � adulto. Ciclo evolutivo dos cestóides Taenia taeniformis AG-ICB-USP Classe Cestoda Fazem parte da Classe Cestoda quatro ordens: • Cyclophyllidea � cestódeos com 4 ventosas parasitas do homem e dos animais domésticos, tem 5 famílias de interesse veterinário: • Taeniidae • Anoplocephalidae • Dilepididae • Davaineidae • Hymenolepididae • Pseudophyllidea � cestódeos com 2 pseudobotrias, parasitos do homem e dos animais domésticos; tem uma família de interesse veterinário: Diphyllobothriidae • Tetraphyllidea � cestódeos com 4 botrias, parasitos de peixes, anfíbios e répteis • Trypanoryncha � cestódeos com 4 botrias e 4 tentáculos espiníferos, parasitos de peixes. AG-ICB-USP Cestóides da família Taeniidae de importância médica veterinária Hidátide ou Cisto hidático Pulmões,fígado Cav.peritoneal Ovinos, bovinos, caprinos, cervideos, Primatas,suinos,coelho Até 6mmInt. delgadoCanídeosEchinococcus granulosus Cysticercus fasciolaris Fígado,cav.peritonealRatos,camundongos Morcegos (raro) 0,15 a 0,6mInt. delgadoGato Cão (raro) T. taeniformis Coenurus serialis Subcutâneo,tec.conjunt ivo intermuscular CoelhosAté 0,7mInt. delgadoCanídeosT. serialis Cysticercus pisiformis Fígado,cav.peritonealCoelhos,lebres Ratos (raro) 0,3 a 1mInt. delgadoCanídeosT. pisiformis Cysticercus ovis MusculaturaOvinosAté 2mInt. delgadoCanídeosT. ovis Cysticercus tenuicollis Fígado,cav.peritoneal Pleura,pericárdio (raro) Ovinos,bovinos, suínos Até 5mInt. delgadoCanídeosT. hydatigena Coenurus cerebralis EncéfaloBovino, ovino, caprino, suíno, homem (raro) 0,4 a 1mInt. delgadoCanídeosT. multiceps Cysticercus cellulosae Musculatura SNC Suínos, cão, gato bovinos, equino (raro) homem (zoonose) Até 8mInt. delgadoHomemT. solium Cysticercus bovis MusculaturaBovinos, ovinos caprinos,homem (raro) Até 15mInt. delgadoHomemTaenia saginata FORMA LARVAR LOCALIZAÇÃOHIMORFOLOGIALOCALIZAÇÃOHDESPÉCIE AG-ICB-USP A forma larvar determina achados clínicos e patológicos no fígado de roedores. Nos HIs leva a descarte de vísceras com as formas infectantes A presença da forma larvar na musculatura do animal leva a liberação parcial da carcaça ou até seu descarte total suínos infectados com cysticercus: sinais clínicos inaparentes. Humano se ingerir o ovo pode se tornar HI. Importância Coenurus cerebralis Cysticercus fasciolaris Cysticercus tenuicollis Cysticercus bovisCysticercus celullosae Forma larvar cérebrofígado e cavidades abdominais serosasmusculatura esquelética e cardíaca musculatura esquelética e cardíaca Local forma larvar HerbívorosroedoresRuminante, suíno bovinoSuínoHospedeiro intermediário carnívoros (cão) Felinos cãohomem Homem Hospedeiro definitivo Taenia multiceps Taenia taeniformis Taenia hydatigena Taenia saginataTaenia soliumEspécie Tênias de importância médica veterinária AG-ICB-USP • Adultos medem 2 a 3 metros em média, podendo chegar a 8 metros. • Apresentam um escólex globoso, medindo 1 mm de diâmetro, com rostelo e 4 ventosas arredondadas. • O escólex possui um rostelo com duas fileiras concêntricas de ganchos. Taenia solium – morfologiaVentosas Rostelo com ganchos AG-ICB-USP • O colo é curto e delgado, o estróbilo possui 700 a 1.000 proglotes, as papilas genitais dispõem-se de forma alternada, o útero do segmento grávido possui 7 a 12 ramos laterais e cada proglote tem cerca de 30.000 a 40.000 ovos. Taenia solium – morfologia AG-ICB-USP Taenia solium - escólex Ventosas Rostelo com ganchos AG-ICB-USP AG-ICB-USP Taenia spp. - proglote 1. Ovo 2. Útero 3. Canal deferente 4. Átrio (poro) genital 5. Vagina 6. Ovário 7. Canal excretor longitudinal 8. Vitelária 9. Canal excretor transversal 10.Testículos 11.Canal eferente 12.Receptáculo seminal 13.Oótipo 14.Glândulas de Mehlis • Hospedeiro definitivo: homem. • Hospedeiro intermediário: suíno, raramente o cão, o gato, os ruminantes, os eqüinos e o próprio homem. • Localização: • adultos → intestino delgado do homem • larvas (cisticercos) → Cysticercus celullosae observado no tecido conjuntivo interfascicular dos músculos sublinguais, mastigadores, diafragma, músculo cardíaco e no cérebro. • Distribuição: maior prevalência na América Latina, Índia, África e em determinadas regiões do Oriente Médio. • Na América Latina: quase 0,5 milhão de pessoas são acometidas pela cisticercose. Taenia solium AG-ICB-USP Taenia solium Verme adulto no Intestino delgado do homem Proglotes grávidas se destacam e passam pelas fezes Homem ingere carne suína crua ou mal passada Oncosfera se desenvolve em cisticerco no músculo Cisticerco no músculo Cisticerco se transforma em verme adulto Oncosfera no intestino migra para os músculos no suíno Ovo Após ingestão, oncosfera eclode, migra para algum sítio e se transforma em cisticerco Particularidades do ciclo biológico: • O homem pode apresentar a teníase (parasitismo com vermes adultos) ou a cisticercose (presença de formas larvais formando cisticercos). • O homem pode desenvolver a cisticercose pela ingestão acidental de ovos de T. solium ou por retroperistaltismo até o estômago (auto-infecção) de oncosferas liberadas após a digestão de proglote grávida. • Após três meses da infecção: proglotes grávidas eliminadas nas fezes, geralmente em número de 3 a 6 por vez. • Os ovos podem permanecer viáveis no ambiente por até 12 meses. • O cisticerco demora 3 meses para se formar a partir da infecção do suíno. • Infecção crônica (após 8 meses): o cisticerco pode sofrer calcificação. Taenia solium AG-ICB-USP Cisticercos isolados de carne AG-ICB-USP Taenia solium - cisticerco AG-ICB-USP • Hospedeiro definitivo: tênias adultas podem causar anorexia ou apetite exagerado, náuseas, vômitos, diarréias alternadas com constipação, dores abdominais, perda de peso, manifestações alérgicas e neurológicas. • Muitas destas perturbações digestivas podem ser decorrentes de irritações nas terminações nervosas do plexo nervoso simpático provocadas pela movimentação do rostro. • Hospedeiro intermediário: • Suínos infectados com cisticerco os sinais clínicos são inaparentes • Cisticercose em humanos: forma larvar � olhos, cérebro e tecido subcutâneo podendo levar a alterações patológicas como cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos... Taenia solium - sintomas AG-ICB-USP • Suínos podem se infectar com água, alimentos contaminados com ovos. • Tipos de infecção no homem: • Teníase – pela ingestão de carne crua ou mal passada contendo cisticercos • Cisticercose – pela ingestão de ovos presentes em alimentos contaminados com ovos, ou por re-infecção com a oncosfera por retroperistaltismo. Taenia solium - epidemiologia AG-ICB-USP Diagnóstico: • Exame de fezes: pesquisa de proglotes (hospedeiro definitivo) • Verificação de cisticerco na carcaça (hospedeiro intermediário). • Detecção de cisticerco no homem (tomografia, pesquisa de anticorpos). Tratamento: • Suíno: não há tratamento eficaz que elimine os cisticercos. • Homem: cirúrgico, praziquantel e o metrifonato podem ser empregados. Taenia solium Diagnóstico e tratamento AG-ICB-USP • “Profilaxia do Complexo Teníase-Cisticercose”, que baseia-se nos seguintes procedimentos: • Inspeção das carcaças � localização dos cisticercos • Carcaças parasitadas devem ser tratadas ou um destino adequado, levando-se em consideração o grau de infecção: • Tratamento pelo frio. • Tratamento pelo calor (carne industrial) • Salga • Destruição da carcaça quando são encontrados mais de 25 cisticercos • Educação sanitária � orientar a população para o consumo de carne inspecionada, diminuir consumo de carne crua ou mal passada, esclarecer sobre a importância do destino adequado das excretas. Taenia solium - controle AG-ICB-USP • Hospedeiro definitivo: Homem • Hospedeiro intermediário: Bovino, raramente ovinos e caprinos e excepcionalmente o homem. Não há cisticercose no homem. • Localização: • Adulto: intestino delgado do homem • Larvas (cisticercos): Cysticercus bovis � musculatura esquelética e cardíaca, pulmões e fígado do hospedeiro intermediário. Taenia saginata – introdução AG-ICB-USP • Distribuição: mundial • Importância na Medicina Veterinária: • Cisticerco na musculatura do animal � condenação parcial ou total da carcaça (prejuízo econômico). • Países em desenvolvimento: 30 a 60% de animais infectados detectados durante a inspeção das carcaças. • Países desenvolvidos: menos de 1% Taenia saginata – introdução AG-ICB-USP • Adultos medem entre 5 a 15 m, o escólex é cubóide, SEM rostelo nem ganchos, o colo é longo e delgado. Taenia saginata – morfologia AG-ICB-USP • O estróbilo é composto por 1.200 a 2.000 proglotes • Primeiro terço: proglotes mais largas que longas • Terço médio: proglotes quadradas • Terço posterior: proglotes mais longas que largas. Taenia saginata – morfologia AG-ICB-USP • Papilas genitais irregularmente alternadas • Útero da proglote grávida tem 15 a 30 ramos laterais de cada lado. • Cada proglote grávida contém 80.000 a 250.000 ovos, que podem resistir por vários meses nas pastagens. Taenia saginata – morfologia AG-ICB-USP • Forma larvar, o Cysticercus bovis, é branco-acinzentado de aproximadamente 1 cm de diâmetro, cheio de líquido, no qual pode-se encontrar o escólex. • Geralmente observado no coração, língua e músculos masseter e intercostais. Em infecções maciças pode acometer demais músculos esqueléticos. Taenia saginata – morfologia AG-ICB-USP • Semelhante aos demais ciclos dos cestóides • Particularidades: • Proglotes grávidas destacam-se do estróbilo individualmente, possuem movimentos próprios, podem atingir o ânus e o exterior independentemente do ato da defecação. • O cisticerco somente é infectante ao homem após 12 semanas de seu desenvolvimento, quando atinge aproximadamente 1 cm de diâmetro. • O cisticerco pode continuar infectivo por semanas a anos no hospedeiro intermediário. • Após a infecção, o período de patência no homem inicia-se dentro de 2 a 3 meses. Taenia saginata – ciclo biológico AG-ICB-USP Sintomas: • Semelhantes ao causados pela T. solium. Diagnóstico: • Hospedeiro definitivo: • Exame visual (presença de proglotes nas fezes, cama, roupas íntimas). • Exame parasitológico de fezes. • Hospedeiro intermediário: não é feito na prática in vivo • Necroscópico � inspeção rotineira das carcaças. Taenia saginata Sintomas e diagnóstico AG-ICB-USP • Tratamento: não há tratamento efetivo através das drogas contra os cisticercos. • Controle • Semelhante ao da Taenia solium • Evitar que bovinos tenham acesso à água contaminada com esgoto de origem humana. • Ingerir carne bovina bem passada • Inspeção sanitária em abatedouros Taenia saginata – tratamento AG-ICB-USP • Hospedeiro definitivo: cão e canídeos silvestres • Hospedeiro intermediário: ruminantes, suínos • Forma larvar: Cysticercus tenuicollis, vulgarmente conhecido como "bolha d'água". • Localização: • Adulto: intestino delgado do cão• Forma larvar nas serosas, fígado, cavidade peritoneal e mais raramente na pleura e no pericárdio do hospedeiro intermediário. • Importância na Medicina Veterinária: perdas econômicas pelo descarte das vísceras contendo cistos em abatedouros Taenia hydatigena – introdução AG-ICB-USP • Adultos com até 5 m de comprimento. • Escólex com duas fileiras de acúleos de 1 mm de diâmetro, colo com a largura do escólex. Taenia hydatigena – morfologia AG-ICB-USP • Típico de cestóides, com as seguintes particularidades: • Oncosferas migram pelo fígado por aproximadamente 4 semanas antes de emergirem e se fixarem no peritôneo. • Após a fixação, cada oncosfera se desenvolve em um cisticerco. Taenia hydatigena – ciclo biológico AG-ICB-USP • Migração das oncosferas pode causar “hepatite cisticercosa”, que pode ser fatal. • A resposta imune do hospedeiro é capaz de destruir os cisticercos em desenvolvimento com a formação de nódulos esverdeados de aproximadamente 1 cm de diâmetro na superfície do órgão. Taenia hydatigena – ciclo biológico AG-ICB-USP Taenia hydatigena – lesões AG-ICB-USP • Clínico: sintomatologia, presença de proglotes nas fezes, às vezes se observa um emaranhado de tênias pendentes no ânus. • Laboratorial: pesquisa de ovos nas fezes pelo método de sedimentação espontânea (Hoffmann). • ELISA e imunofluorescência indireta podem ser usados • Tratamento: praziquantel • Controle: não alimentar cães com vísceras Taenia hydatigena Diagnóstico e tratamento AG-ICB-USP Echinococcus granulosus – introdução • Cepas ou subespécies: • Echinococcus granulosus granulosus • Echinococcus granulosus equinus • Hospedeiro definitivo: • E. g. granulosus: cão e canídeos silvestres (menos a raposa vermelha) • E. g. equinus: cão e raposa vermelha • Hospedeiro intermediário: • E g. granulosus: ruminantes domésticos e silvestres, homem, primatas, suínos, coelhos. • E. g. equinus: eqüinos e asininos AG-ICB-USP • HD � cão doméstico • HI � ovino • O homem pode adquirir a infecção pela ingestão de oncosferas da pelagem dos cães ou de alimentos contaminados com fezes de cães � hidatidose (zoonose). Os cistos hidáticos tem crescimento lento e só são percebidos alguns anos após a infecção. Há citações de cistos de até 50 litros de líquido em humanos. A ruptura pode causar choque anafilático e morte. • Ciclo silvestre � entre canídeos e ruminantes selvagens, se baseia na predação ou ingestão de cadáveres. • Importância econômica: condenação nos abatedouros. Echinococcus granulosus Ciclo biológico AG-ICB-USP Localização: • Adultos: intestino delgado do cão • Larvas (cistos hidáticos): fígado e pulmões (principalmente) do HI. Distribuição: • E. g. granulosus: mundial • E. g. equinus: Europa, principalmente. Echinococcus granulosus Localização e distribuição AG-ICB-USP • Adulto: tem cerca de 6 mm de comprimento, sendo uma das menores espécies de tenídeos conhecidas, quase invisível a olho nú. • Escólex típico de tenídeo de 0,3 mm de largura, com rostro e dupla coroa de acúleos, colo curto, estróbilo constituído por 3 ou 4 segmentos, sendo que o último é grávido e ocupa cerca de metade do seu comprimento, cada segmento possui uma única abertura genital. Echinococcus granulosus – morfologia AG-ICB-USP Ventosas Poro genital Poro genital Testículos Ovário Glândulas vitelogênicas Útero Echinococcus granulosus – morfologia • Cisto hidático ou hidátide: tem até 20 cm de diâmetro, presentes no fígado e pulmões ou cavidade abdominal. • Formado por membrana externa e epitélio germinativo interno, do qual se originam vesículas-filhas. • Vesículas-filhas ou cistos secundários podem se formar por brotamento externo podendo atingir outras partes do organismo do hospedeiro. Echinococcus granulosus – morfologia Cisto hidático Cápsula fibrosa (origem do hospedeiro) Cápsula fibrosa (origem do parasita) Cistos filhos Camada germinativa Proto-escólex AG-ICB-USP • O HD se infecta ao ingerir vísceras do HI com cisto hidático � larvas �adultos no tubo digestivo do cão � as proglotes grávidas se destacam e vão ao meio ambiente com as fezes. • Os ovos se disseminam � HI se infecta ingerindo ovos nas pastagens ou em alimentos contaminados � larvas hexacanto � sistema porta � fígado ou pela circulação vão ao pulmão e cérebro. • Oncosferas (embrião hexacanto) são resistentes e podem sobreviver no ambiente por cerca de 2 anos. • Cisto hidático ou hidátide atinge a maturidade em seis a doze meses. • Em ovinos: Maior parte das hidátides se formam nos pulmões, também se formam no fígado. • Eqüinos e bovinos: maioria se forma no fígado. Echinococcus granulosus – ciclo biológico AG-ICB-USP Echinococcus granulosus – ciclo biológico AG-ICB-USP • Hospedeiro definitivo: geralmente é assintomático. Em infecções maciça pode ocorrer episódios de diarréia catarral hemorrágica. • Hospedeiro intermediário: sintomas relacionados ao local e ao tamanho da hidátide, pode ocorrer compressões de outros órgãos. • hidatidose hepática � hiporexia, ruminação alterada, diarréia, emagrecimento progressivo e hepatomegalia. • hidatidose pulmonar � tosse sibilante, pode ocorrer taquipnéia e dispnéia. • Pode ocorrer degeneração da hidátide com calcificação. • Se um cisto hidático se romper pode ocorrer choque anafilático e desenvolvimento de cistos secundários em outras regiões do corpo. Echinococcus granulosus – patogenia AG-ICB-USP Echinococcus granulosus – lesões AG-ICB-USP Echinococcus granulosus – lesões AG-ICB-USP • Clínico: pouco elucidativo, sintomatologia pouco evidente • Laboratorial: pesquisa de proglotes nas fezes dos cães (difícil, proglotes pequenas e escassas). • ELISA – coproantígenos em fezes de canídeos • Outros testes sorológicos – reatividade cruzada com Taenia • Necroscópico: encontro dos pequenos cestóides no intestino delgado (HD), presença do cisto hidático (HI). • Humanos - diagnóstico por imagem (cisto hidático), ELISA Echinococcus granulosus Diagnóstico AG-ICB-USP • Cães: praziquantel ou arecolina (aumenta a eliminação dos parasitas adultos). • Animais hospedeiros intermediários - desenecessário • Homem: excisão cirúrgica dos cistos hidáticos, albendazol. Echinococcus granulosus Tratamento AG-ICB-USP • Canídeos silvestres – controle pouco viável • Cães: tratamento preventivo, impedir acesso às vísceras, destruição das vísceras parasitadas. • Humanos - educação sanitária e medidas de higiene Echinococcus granulosus – controle AG-ICB-USP AG-ICB-USP Bibliografia • Bush, A.O.; Fernández, J.C.; Esch, G.W & Seed, J.R. (2001). Parasitism: The Diversity and Ecology of Animal Parasites. Cambridge University Press, Cambridge, UK. • Freitas, M.G. (1976). Helmintologia Veterinária. Editora Nobel. • Roberts, L.S.; Janovy Jr, J. & Schmidt, P. (2004). Foundations of Parasitology. Seventh Edition. McGraw-Hill Science/Engineering/Math, USA. • Soulsby, E.J.L. (1982). Helminths, Arthropods and Protozoa of Domesticated Animals. 7th Edition. Lea & Febiger, Philadelphia, USA.
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