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HOSPITAIS. ESCRITÓRIOS DE SERVIÇOS. FAZENDAS. ATENÇÃO Até ambientes abertos, como fazendas, canteiros de obras, estádios esportivos, praias ou vias públicas, apresentam fontes de riscos ocupacionais. Toda essa diversidade de fontes de riscos, de tipos de processos de produção e de ambientes deve dificultar muito o tratamento desses riscos, não é? A verdade é que não é tão difícil assim! Inicialmente, é preciso estabelecer um critério para a separação e classificação deles. Agrupá-los por suas características comuns viabiliza a análise deles e a proposição de ações de prevenção. Um critério a ser utilizado na análise dos riscos ocupacionais foi proposto pelo governo federal no lançamento da Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994. A “tabela de classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos” dessa portaria será reproduzida na tabela adiante. Os riscos dos ambientes de trabalho foram classificados em cinco grupos que representam sua natureza: Riscos físicos. Riscos químicos. Riscos biológicos. Riscos ergonômicos. Riscos de acidentes. Cada grupo apresenta diversos tipos de agentes a representarem cada risco. O estudo de cada agente nos permite entender como ele se propaga nos ambientes de trabalho e prever as ações de prevenção necessárias para tratá-lo. Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos de acordo com sua natureza e a padronização das cores correspondentes Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Riscos físicos Riscos químicos Riscos biológicos Riscos ergonômicos Acidentes Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso Máquinas e equipamentos sem proteção Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de postura inadequada Ferramentas inadequadas ou defeituosas Radiações não Neblinas Fungos Controle rígido de Iluminação adequada Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos de acordo com sua natureza e a padronização das cores correspondentes ionizantes produtividade Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos excessivos Eletricidade Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou explosão Pressões anormais Substâncias compostas ou produtos químicos em geral Jornadas de trabalho prolongadas Armazenamento inadequado Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos Outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico Outras situações de risco que podem contribuir para a ocorrência de acidentes ⇋ Utilize a rolagem horizontal Quadro: Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos. Extraído de PORTARIA nº 25, 1994, tabela I, adaptado por Ronaldo Augusto Granha. ATENÇÃO As cores de cada grupo da tabela facilitam sua representação, sendo usadas em mapas de risco. Representação dos riscos de cada ambiente de trabalho na Norma Regulamentadora Nº 5 (NR-5) - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA (2019). RISCOS AMBIENTAIS Riscos ou agentes físicos, químicos e biológicos também são conhecidos como riscos ambientais. Parte do processo de produção, eles são liberados nos ambientes de trabalho durante a operação normal de alguns recursos alocados a esse processo. Elencaremos alguns desses recursos a seguir: Foto: Stock.adobe.com Máquinas Equipamentos Ferramentas Materiais Procedimentos manuais Infraestrutura Pode parecer estranho que o processo de produção libere agentes com potencial de colocar em risco a saúde e a segurança dos trabalhadores, porém isso, às vezes, é mesmo inevitável! A verdade é que eles podem ser insumos necessários para a produção ou resultar dos processos de transformação de matérias-primas em bens ou do desenvolvimento de serviços. Como esses processos são bem conhecidos nas empresas, é possível conhecer antecipadamente o momento e a forma como tais agentes se propagam nos ambientes, viabilizando, dessa maneira, a criação ou a implantação de proteções para o trabalhador. Algumas proteções muito conhecidas para os riscos ambientais são os equipamentos de proteção individual (EPI). Os EPIs são distribuídos pelas empresas para uso exclusivo de cada trabalhador. Seu uso é regulado pela Norma Regulamentadora Nº 6 (NR-6) - Equipamento de Proteção Individual - EPI. Alguns exemplos deles são: Foto: Stock.adobe.com Capacetes Foto: Stock.adobe.com Luvas Foto: Stock.adobe.com Máscara Foto: Stock.adobe.com Óculos de segurança Foto: Stock.adobe.com Protetor facial Os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCs incluem proteções no ambiente ocupacional e que afetam aos trabalhadores que atuam nele. Eles são citados principalmente na norma regulamentadora Nº 4 (NR-4) Serviços Especializados em Engenharia De Segurança e em Medicina Do Trabalho - SESMT. Alguns exemplos são: GRADES DE RESTRIÇÃO DE ACESSO. SINALIZAÇÃO. FILTROS. EXAUSTORES. VENTILADORES. EXTINTORES DE INCÊNDIO. Os EPI-s e os EPCs devem ser certificados por entidades como Inmetro ou ABNT, entre outros. Eles devem ser sempre utilizados conforme as suas aplicações, especificações, validade e orientações para uso seguro. Foto: Shutterstock.com Quanto à disseminação de agentes dos riscos ambientais citados, pode-se afirmar que: AGENTES FÍSICOS São formas de energia (calor, frio, umidade, ruído, vibração ou radiação) transmitidas ao ser humano pelo contato físico direto ou indireto com sua fonte e pelo ar, por exemplo. AGENTES QUÍMICOS Estão presentes em inúmeros processos de transformação de matérias-primas em bens pela indústria. Eles são liberados na forma liquida, sólida ou gasosa. Esses agentes podem ser, por exemplo, inalados, ingeridos ou absorvidos pela pele. AGENTES BIOLÓGICOS Contaminam os ambientes, podendo ser inalados, ingeridos ou absorvidos pela pele. Observe que essa transmissão pode ocorrer tanto entre pessoas quanto entre elas e recursos contaminados. RISCOS ERGONÔMICOS javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) A ERGONOMIA É UMA CIÊNCIA HUMANA APLICADA QUE OBJETIVA TRANSFORMAR A TECNOLOGIA PARA ADAPTÁ-LA AO SER HUMANO, APONTAM MATTOS E MÁSCULO (2019, P. 371). Essa ciência tem sido largamente aplicada na gestão da produção a fim de adaptar ao ser humano: Máquinas. Equipamentos. Ferramentas. Layout do ambiente de trabalho. Métodos de trabalho. Mesas e cadeiras para o uso confortável e seguro pelo ser humano. A inadequação desses recursos para o uso humano pode gerar desconforto ou danos ao corpo, devido à aplicação de esforços físicos elevados ou inapropriados pelos trabalhadores para executar suas tarefas. Com o tempo, é possível haver doenças ocupacionais graves, gerando o afastamento temporário ou permanente do trabalhador. Também há riscos de acidentes – como veremos no próximo subitem – e prejuízos à sua produtividade. Foto: Stock.adobe.com Equipamentos inadequados ao trabalhador geram problemas. Eis alguns exemplos dessas inadequações: EQUIPAMENTOS ALTOS OU BAIXOS DEMAIS PARA O USO CONFORTÁVEL DO TRABALHADOR. FERRAMENTAS SEM A EMPUNHADURA ADEQUADA. CADEIRAS RÍGIDAS E DESCONFORTÁVEIS. EXCESSO DE PESO DE OBJETOS A SEREM MOVIDOS MANUALMENTE. Mas os riscos ergonômicos também envolvem a forma como o trabalhador usa os recursos colocados à sua disposição. Nesta imagem, é possível perceber que, uma postura inadequada diante do computador, promove efeitos nocivos ao corpo, como dores na região do pescoço e na lombar. Tais inadequações – tanto dos recursos quanto da forma de seu uso – constituem perigos para o trabalhador e representam riscos ergonômicos. RISCOS DE ACIDENTES DE TRABALHO Os acidentes de trabalho decorrem do exercício da atividade profissional, apesar de não fazerem parte dela. Eles são consequências, na verdade, de algum evento não previsto ou de um desvio do processo de produção. Esses acidentes até podem ser causados por fatoresexternos e não relacionados ao ambiente ou ao processo de produção, mas eles afetam os trabalhadores que participam dele.
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