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1a prova Autor: Freitas e Py (21 x 28cm) Edição: 5a Revisor:
Revisão Capítulo 138 Págs.: 10 Operador: Edel Data: 28/1/22
Intervenções Cognitivas 
para Idosos
Paula Schimidt Brum • Mônica Sanches Yassuda
Introdução
As intervenções cognitivas têm como base os conceitos de 
neuroplasticidade e reserva cognitiva que pressupõem a capa-
cidade de reorganização neural e melhora no desempenho cog-
nitivo, relacionados à experiência (D’Antonio et al., 2019). Essa 
capacidade está presente ao longo de todo o processo de enve-
lhecimento e, apesar de diminuir na velhice, permite o apren-
dizado de estratégias mnemônicas, a integração e ampliação de 
conhecimentos sobre as funções cognitivas.
Nos últimos 10 anos, diferentes pesquisas (Borella et  al., 
2014; Ouchi et al., 2017) mostraram que pessoas saudáveis com 
até 75 anos de idade respondem melhor aos programas cogni-
tivos quando comparados a idosos saudáveis com 76 anos ou 
mais. Os idosos mais velhos parecem perder o benefício do 
treino mais rapidamente quando comparados aos idosos com 
até 75 anos e a generalização da intervenção para outras habili-
dades cognitivas parece estar diminuí da, mas o treino con ti nua 
sendo indicado para qualquer faixa etária sem efeito negativo 
(Zinke et al., 2014; Borella et al., 2017; Borella et al., 2019).
Embora alguns idosos vivenciem perdas cognitivas substan-
ciais no envelhecimento (idosos com diagnóstico de demência) 
(Lobbia et  al., 2019), outros mostram desempenho esperado 
para sua idade e escolaridade em provas que avaliam as dife-
rentes habilidades cognitivas (idosos cognitivamente saudáveis) 
(Soares et al., 2019; Brum et al., 2020). Outros perfis cognitivos 
observados entre as pessoas com mais de 60 anos são o declínio 
cognitivo subjetivo (DCS) caracterizados por apresentar queixa 
de memória e desempenho esperado para sua idade e escola-
ridade em testes neuropsicológicos (Smart et  al., 2017; Hong 
et al., 2020). Ainda, o comprometimento cognitivo leve (CCL), 
ou transtorno neurocognitivo leve, que mostram desempenho 
abaixo do esperado para sua idade e escolaridade em testes neu-
ropsicológicos, mas que con ti nuam rea li zando as tarefas do co-
tidiano sem dificuldade importante (Zhang et al., 2019).
Com o aumento da população idosa mundial e decorren-
te aumento do número de idosos com alterações cognitivas, 
os estudos envolvendo intervenções não farmacológicas para 
a manutenção da cognição têm crescido nos últimos 20 anos. 
Trata-se de um tratamento que não gera efeitos adversos, e mui-
tas vezes, é a opção de tratamento mais viá vel (Fink et al., 2018; 
Liang et al., 2018; Hong et al., 2020; Wang et al., 2020).
Intervenções cognitivas para idosos com algum tipo de de-
mência ganharam notoriedade e alguns protocolos tiveram 
eficácia reconhecida e se tornaram políticas públicas em de-
terminados paí ses como Reino Unido (Terapia de Estimulação 
Cognitiva [CST]; Spector et al., 2010; Bertrand et al., 2019) e 
Itália (Plano Nacional de Demência Italiano; Di Fiandra et al., 
2015). Este capítulo se propõe a explicar os diferentes tipos de 
intervenção cognitiva para idosos cognitivamente saudáveis e 
idosos com CCL, destacando os principais desafios relaciona-
dos a essa temática.
Diferentes revisões sistemáticas e meta-análises vêm mos-
trando a grande variedade de estudos envolvendo intervenções 
cognitivas voltadas para idosos. Estas revisões destacam o im-
pacto positivo dos treinos sobre as habilidades treinadas (ta-
refa-alvo) e, muitas vezes, relatam efeito de generalização para 
tarefas próximas e distantes. O efeito de generalização acontece 
quando uma habilidade cognitiva não treinada melhora após 
o treino. Esse aumento de desempenho pode ser para tarefas 
próximas, por exemplo, quando um treino de memória ope-
racional auditivo traz benefícios para a memória operacional 
 visual, ou distante, quando um treino de memória operacio-
nal aumenta o desempenho dos participantes para velocidade 
de processamento, memoria episódica ou outras habilidades 
(Hudes et al., 2019; Nguyen et al., 2019a; Teixeira-Santos et al., 
2019; Basak et al., 2020).
Diferentes nomenclaturas (treino de memória, treino cog-
nitivo, estimulação cognitiva) são utilizadas para identificar in-
tervenções rea li zadas junto a idosos com o intuito de aumentar 
a capacidade de memorização ou ainda melhorar o desempe-
nho em tarefas como linguagem, atenção, velocidade de pro-
cessamento, dentre outras. Todas elas podem ser rea li zadas em 
grupo ou in di vi dualmente. As intervenções específicas para a 
memória recebem o nome de treino de memória e as sessões 
podem incluir exercícios específicos de memória e ensinar téc-
nicas de memorização (Carvalho et al., 2010; Olazarán; Muñiz, 
2017).
Por outro lado, se a intervenção é sistematizada e estimula 
diferentes funções cognitivas, não apenas a memória, ela recebe 
o nome de treino cognitivo (Clare; Woods, 2004). Esta moda-
lidade é descrita em boa parte da literatura científica, em estu-
dos que ensinam estratégias mnemônicas (como categorização, 
criação de associações verbais ou imagens mentais para apoiar 
a memorização) e trabalham outras habilidades cognitivas ao 
longo das sessões (que podem variar entre orientação temporal 
e espacial, atenção visual e auditiva, memoria operacional, lin-
guagem, velocidade de processamento, dentre outras) (Nguyen 
et al., 2019b; Fu et al., 2020).
Por fim, a estimulação cognitiva baseia-se na estimulação 
das habilidades cognitivas por meio da rea li zação de exercícios 
cognitivos regulares, mas não necessariamente sistematizados 
em protocolos pré-estabelecidos. As sessões cognitivas podem 
envolver exercícios de atenção visual e auditiva, velocidade 
de processamento, linguagem, memória episódica, memória 
operacional, visuoconstrução, planejamento, dentre outras 
(Apostolo et al., 2019; López et al., 2020). Por outro lado, a re-
abilitação cognitiva refere-se a programas geralmente in di vi-
dualizados e personalizados voltados para idosos com prejuí zo 
cognitivo significativo (em geral, pacientes com demência) com 
o objetivo de aumentar o funcionamento em atividades diá rias 
mantendo o máximo de autonomia o possível (Kudlicka et al., 
2019).
Os programas de intervenção cognitiva têm sido ofereci-
dos em diferentes formatos. Podem ser rea li zados de forma 
autoinstruí da ou em grupos, com auxílio de um instrutor. 
Muitos programas têm utilizado ferramentas computadoriza-
das, possibilitando aos participantes a rea li zação dos exercícios 
em sua residência (Ramprasad et  al., 2019; Kim et  al., 2019; 
Rebok et al., 2020), e outros estudos têm utilizado jogos eletrô-
nicos (Zhang et al., 2019; Clemenson et al., 2020; McCord et al., 
2020). Esse formato de treinamento beneficia idosos com pro-
blemas de mobilidade ou que não dispõem de condições para 
se deslocar a um centro formador. A intensidade, duração e os 
protocolos dos programas de intervenção também são bastan-
te heterogêneos, não havendo evidências quanto ao protocolo 
mais eficaz (Lampit et al., 2014; Mansor et al., 2019).
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metanálises
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PARTE 8  Aspectos Psicológicos do Envelhecimento e da Velhice2
Destacamos alguns conceitos importantes, sem os quais 
não é possível entender os estudos que envolvem intervenções 
cognitivas. Estes conceitos estão associados às estratégias me-
todológicas frequentemente utilizadas em pesquisas médicas e 
farmacológicas, cada vez mais relevantes para a pesquisa sobre 
as intervenções cognitivas. Dentre eles, está o conceito de grupo 
experimental e grupo controle. O grupo experimental corres-
ponde aos participantes que recebem a intervenção a ser testada 
e participam de todas as testagens. O grupo controle é subdivi-
dido entre passivo e ativo. O primeiro é formado por pessoas 
que apenas participam dastestagens da pesquisa, ou seja, que 
não participam de nenhuma intervenção. O grupo controle ati-
vo, por sua vez, corresponde ao grupo das pessoas que partici-
pam das testagens e rea li zam alguma atividade durante o perío-
do de intervenção, mas essa atividade não tem relação com a 
intervenção testada na pesquisa; por exemplo, podem respon-
der questionários de qualidade de vida, receber psicoeducação, 
ou mesmo treinar uma habilidade que não tem relação com o 
objetivo do estudo. Assim, quando o estudo é considerado con-
trolado isso significa que ele possui um grupo experimental e 
um grupo controle que pode ser ativo ou passivo.
A randomização também vem sendo cada vez mais valoriza-
da na literatura cientifica sobre os treinos cognitivos e se refere 
ao modo como a amostra é alocada para o grupo experimental 
ou controle. Na randomização, o pesquisador não pode delibe-
radamente escolher o grupo em que o participante vai entrar, 
ele deve seguir um padrão acordado antes de iniciar a coleta de 
dados. Existem vários modos de randomizar os participantes, 
mas em todas elas o método segue uma forma aleatória, sem a 
intervenção do pesquisador ou da pessoa que participa da pes-
quisa (Escosteguy, 1999; Oliveira; Parente, 2010).
Por fim, destaca-se a questão dos procedimentos de cega-
mento, também muito valorizado na literatura como um ele-
mento essencial do rigor científico. O cegamento evita erros de 
aferição de dados e representa o desconhecimento dos envol-
vidos na pesquisa quanto à condição experimental dos partici-
pantes (para o grupo experimental ou grupo controle). Ele pode 
ser único, duplo ou triplo cego. No único-cego o pesquisador 
ou o participante desconhecem a condição experimental. No 
duplo-cego nem o pesquisador nem o participante conhecem 
a condição experimental. E no triplo-cego nem o pesquisador, 
nem o participante e nem o estatístico tem o conhecimento so-
bre a condição experimental (Buehler et al., 2009).
Devido à diversidade de programas de intervenção cogniti-
va, esse capítulo abordará as intervenções cognitivas voltadas 
para os idosos saudáveis, com DCS e com CCL, ressaltando 
estudos clássicos, mas dando maior ênfase aos estudos mais re-
centes sobre a temática. Destacamos que nenhum estudo origi-
nal, revisão sistemática ou meta-análise relatou conse quências 
deletérias da participação em intervenções cognitivas tornan-
do essa forma de tratamento não farmacológico indicado para 
qualquer pessoa com mais de 60 anos.
Intervenções cognitivas com idosos 
saudáveis
Idosos são classificados como cognitivamente saudáveis 
quando pontuam adequadamente, segundo dados normati-
vos, para sua idade e escolaridade em testes cognitivos (Soares 
et al., 2019; Brum et al., 2020). O maior estudo de intervenção 
cognitiva controlado, randomizado e cego, voltado para idosos 
saudáveis foi conduzido por Ball et al. (2002) com 2.832 idosos 
e mostrou que o treino cognitivo aumentou as habilidades cog-
nitivas treinadas, sem generalização para as atividades de vida 
diá ria. Os dados de acompanhamento de 2 anos da amostra 
mostraram que o efeito do treino diminuiu com o tempo, mas 
os escores dos grupos treinados ainda eram maiores que os do 
pré-teste, indicando a durabilidade dos efeitos das intervenções. 
Houve também menor declínio entre os idosos que receberam 
treino nas atividades de vida diá rias.
A coorte de Ball foi acompanhada por Willis et  al. (2006) 
que confirmaram a manutenção, após 5 anos de acompanha-
mento, nas habilidades treinadas apenas. Logo, esses estudos 
indicaram que as pessoas com mais de 60 anos podem aprender 
estratégias para o aperfeiçoamento do desempenho cognitivo e 
que esse aprendizado pode durar vários anos após a exposição 
ao protocolo do treino, mas parece que os efeitos de genera-
lização não se mantinham por tanto tempo. Muitas pesquisas 
foram rea li zadas após esses estudos corroborando os achados 
principais, mas novas pesquisas mostraram que, dependendo 
da habilidade cognitiva treinada, o efeito de generalização pode 
ser observado, não apenas logo após a intervenção, mas tam-
bém nas avaliações de seguimento que variam, em sua maioria, 
entre 3 e 9 meses após a intervenção (Brum et al., 2020; Jaeggi 
et al., 2020; Borella et al., 2019; Nguyen et al., 2019b; Teixeira-
Santos et al., 2019).
Estudos de revisão sistemática e meta-análises vêm mostran-
do que o treino de memória para idosos saudáveis traz benefí-
cios que podem ser observados não apenas nos testes cognitivos 
e neuropsicológicos, mas também na funcionalidade dos par-
ticipantes. Ao treinar algumas habilidades cognitivas, o idoso 
também aumenta seu desempenho nas atividades do cotidiano 
(Tardif; Simard, 2011; Richmond et al., 2011; Gross et al. 2012; 
Nguyen et al., 2019a; Gomes et al., 2020).
As pesquisas com intervenções voltadas à população sau-
dável são, em sua maioria, compostas por treinos de memória 
operacional, de memória episódica ou treino multifatoriais que 
envolvem diversas habilidades (Linares et  al., 2019; Teixeira-
Santos et al., 2019; Rebok et al., 2020). A memória operacio-
nal, responsável pelo processamento de informação de curta 
duração, é um dos aspectos da memória que mais declina no 
envelhecimento saudável (Matysiak et al., 2019; Pliatsikas et al., 
2019). Os estudos mostram efeitos de transferência próxima e 
distante para a maioria dos treinos que tiveram foco na me-
mória operacional (Vermeij et  al., 2016; Heinzel et  al., 2017; 
Cantarella et al., 2017).
Uma tendência da literatura mundial tem sido replicar es-
tudos para avaliar os efeitos em diferentes populações e trazer 
evidência de maior validade para os métodos utilizados. Por 
exemplo, no Brasil, o treino ba sea do na tarefa: Categorization 
Work Memory Test (CWMS), que teve origem na Itália (Borella 
et  al., 2010), foi traduzido, adaptado e validado para uso em 
português (Brum et al., 2018). O CWMS é composto por um 
teste de memória operacional auditiva (com duas versões) e um 
treino. Esse treino tem como objetivo potencializar a memória 
operacional auditiva dos participantes através de um exercício 
que trabalha manipulação de informação (o participante deve 
sinalizar sempre que escutar uma categoria específica de pala-
vras e ao mesmo tempo memorizar palavras seguidas de um 
sinal sonoro).
O CWMS foi testado em idosos saudáveis (Borella et  al., 
2010), idosos com CCL (Borella et al., 2013), idosos com mais 
de 75 anos (Borella et al., 2014), mostrou benefício para a fun-
cionalidade (Cantarella et al., 2017; Borella et al., 2019), e foi 
usado em associação com a técnica mnemônica de imagem 
mental (Borella et al., 2017). Neste último caso, os participantes 
rea li zavam o treino CWMS e em seguida faziam um treino para 
aprender a técnica de imagem mental. Os resultados mostraram 
que os benefícios do CWMS são potencializados com o apren-
dizado da técnica mnemônica.
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triplo-cego.
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Em razão da
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itálico
3CAPÍTULO 138  Intervenções Cognitivas para Idosos
O teste CWMS foi validado para o Brasil, em 2018, nas suas 
duas versões como uma opção interessante para testar memória 
operacional em intervenções cognitivas, afinal poucos são os 
testes cognitivos com diferentes versões e que podem ser usa-
dos para evitar o efeito de retestagem (quando o participante 
aumenta o desempenho no teste por ter memorizado as infor-
mações no primeiro momento) (Brum et al., 2018).
O treino CWMS foi replicado no Brasil no formato original 
(com três sessões) e no formato duplicado (com seis sessões) 
(Brum et al., 2020a). Os resultados do treino se mostraram se-
melhantes aos dados italianos, ou seja, os participantes que o 
rea li zaram potencializaram seu desempenho para a tarefa alvo, 
tarefas próxima e distantee mantiveram esse desempenho após 
3 meses. Fazer mais sessões não alterou significativamente os 
benefícios do treino para a tarefa alvo e testes de transferência 
próxima, mas potencializou os efeitos de transferência distante 
(Brum et al., 2020a).
O treino CWMS também foi testado, no Brasil, em diferentes 
formatos: in di vi dual (formato original) e em grupo (de até qua-
tro pessoas) (Brum et al., 2020b). Neste caso, os resultados se 
mostraram semelhantes independente do formato do treino: os 
grupos que participaram do treino aumentaram seu desempe-
nho nas tarefas após a intervenção, enquanto os grupos-contro-
le mantiveram seu desempenho ao longo das avaliações. Estes 
achados nos permitem rea li zar o treino no formato em grupo, 
o que leva a diminuição dos custos e traz maior viabilidade de 
execução para paí ses como o Brasil (Brum et al., 2020b).
Outra tendência mundial que vem ganhando cada vez mais 
destaque são os treinos computadorizados por poderem ser 
rea li zados em qualquer ambiente, sem o auxílio de um profis-
sional, no perío do do dia de maior interesse do participante, 
com foco em uma ou mais habilidades cognitivas, com um cus-
to menor (Meiland et  al., 2017; Ezeamama et  al., 2020). Essa 
nova modalidade de treino vem crescendo e os resultados in-
dicam, na grande maioria, aumento de desempenho após a in-
tervenção para as habilidades treinadas e, muitas vezes, efeito 
de transferência (Simon et al., 2018b; Belchior et al., 2019; Lee 
et al., 2020; Masurovsky, 2020; Mansor et al., 2020).
As intervenções computadorizadas podem ser adaptadas 
(visto que o grau de dificuldade vai sendo ajustado conforme o 
desempenho do participante for aumentando) ou não adapta-
das (o treino tem o mesmo grau de dificuldade nos diferentes 
jogos independente do aprendizado do participante). O treino 
não adaptado vem sendo usado no grupo placebo em algumas 
pesquisas. A maioria dos estudos indica um aumento de de-
sempenho para o grupo de treino adaptado quando comparado 
ao não adaptado (Bahar-Fuchs et al., 2017; Simon et al., 2018b; 
Nguyen et al., 2019b).
Recentemente, Simon et al. (2018b) testaram o impacto do 
programa computadorizado Cogmed na forma adaptada e não 
adaptada em 76 idosos saudáveis nos EUA e na Sué cia. O treino 
aconteceu na casa dos participantes, 5  dias por semana, com 
duração de 40  minutos para cada sessão, durante 5  semanas. 
Os participantes foram randomizados em grupo experimental 
(que realizou o treino adaptado) e grupo controle (treino não 
adaptado) e responderam a uma avaliação neuropsicológica 
antes e após a intervenção. Os resultados indicaram que o gru-
po experimental aumentou o desempenho nos testes de Trilhas 
B e Símbolo de Dígito, enquanto o grupo controle manteve o 
desempenho nesses testes. Os autores destacaram que mesmo 
acontecendo em continentes diferentes, o resultado foi seme-
lhante nos grupos, o que mostra o treino computadorizado 
como uma via interessante para manter a qualidade do treino.
Um grande estudo, envolvendo treino cognitivo compu-
tadorizado para idosos saudáveis, foi conduzido por Smith 
et al. (2009) e recebeu o nome de Melhoria na Memória com 
Treinamento Cognitivo Adaptativo ba sea do em Plasticidade 
(IMPACT). Este estudo contou com a presença de 487 pessoas 
com mais de 65 anos saudáveis que foram divididos em grupo 
experimental (treino computadorizado adaptado com 40 horas 
de duração) e grupo controle ativo (treino computadorizado 
não adaptado com 40 horas de duração) (Smith et al., 2009). 
Os participantes foram testados antes e após a intervenção e 
após 3 meses de seguimento. O grupo experimental aumentou 
o desempenho após a intervenção para memória, atenção, ve-
locidade de processamento, e memória operacional, enquanto 
o grupo controle manteve o desempenho. E após 3  meses de 
seguimento, os autores destacaram que o efeito do treino dimi-
nuiu, mas os idosos do grupo experimental ainda mostravam 
melhor desempenho quando comparados ao desempenho deles 
mesmos no pré-teste (Zelinski et al., 2011).
Irazoki et al. (2020) descreveram em sua revisão sistemática 
quatro programas computadorizados que vêm sendo utilizados 
pela população idosa como forma de prevenir o declínio cog-
nitivo. São eles: CogniFit (Bahar-Fuchs et al., 2017; Gigle et al., 
2013), FesKits (Gaitàn et  al., 2012), GRADIOR (Gonzàlez-
Palau et al., 2014; Vanova et al., 2018), SOCIABLE (Zaccarelli 
et  al., 2013; Barban et  al., 2015). Todos trabalham diferentes 
habilidades cognitivas, geram relatórios de progresso de de-
sempenho dos participantes e são dependentes da internet. O 
GRADIOR tem a tela sensível ao toque e o SOCIABLE permite 
rea li zar treinos in di vi duais e em grupo estimulando a interação 
social. Nenhum dos programas foi testado com grupos contro-
le, mas estão disponíveis para profissionais e idosos que tenham 
interesse no assunto.
Alguns estudos mostraram que os efeitos das intervenções 
computadorizadas podem ser mantidos a longo prazo (varian-
do de 3 a 8 meses) em idosos saudáveis (Eckroth-Bucher et al., 
2009; Barban et al., 2015; Vermeij et al., 2016; Ten Brinke et al., 
2018; Nguyen et al., 2019b). E outros mostraram que o treino 
computadorizado trouxe benefício para a funcionalidade, ava-
liada diretamente para as Atividades Instrumentais de Vida 
Diaria (Gigler et al., 2013; Danassi et al., 2015; Vanova et al., 
2018), e tiveram impacto na diminuição dos sintomas depressi-
vos (Gonzàlez-Paulau et al., 2014; Vanova et al., 2018), indican-
do efeito de transferência do treino para outros domínios além 
da cognição.
No Brasil, os estudos sobre intervenções cognitivas para 
pessoas saudáveis aumentaram, mas este campo de investiga-
ção enseja grandes desafios, como a adaptação de técnicas e 
abordagens consolidadas em estudos internacionais (Yassuda 
et al., 2006; Brum et al., 2018), dadas as diferenças encontra-
das em relação ao nível educacional da população brasileira. Na 
Tabela 138.1 encontram-se os estudos brasileiros sobre treino 
de memória episódica rea li zados com idosos saudáveis com os 
seus objetivos principais, protocolo de intervenção e principais 
resultados.
Os primeiros artigos sobre intervenções cognitivas no idoso 
saudável brasileiro tinham como enfoque o ensino de estraté-
gias mnemônicas e sua repercussão para a cognição geral do 
participante. Outros estudos avaliaram o impacto do treino na 
qualidade de vida e bem-estar psicológico dos participantes, 
mostrando que a intervenção parece ter efeito positivo tam-
bém sobre esses aspectos (ver Tabela  138.1). Assim como os 
treinos internacionais, os estudos brasileiros aumentaram seu 
rigor científico ao longo dos anos, e os resultados se mostra-
ram impactos favoráveis das intervenções cognitivas. Poucas 
são as pesquisas que utilizam a mesma metodologia em popu-
lações diferentes, indicando a possibilidade de replicação dos 
resultados (Brum et al., 2019, 2020). De modo geral, os estudos 
brasileiros estão em consonância com estudos internacionais, 
sugerindo a manutenção da plasticidade cognitiva mesmo na 
presença de menor escolaridade.
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tarefa-alvo,
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Monica
Nota
Manter Diária com letra maiúscula
PARTE 8  Aspectos Psicológicos do Envelhecimento e da Velhice4
�� TABELA 138.1 Estudos de treino e estimulação cognitiva no Brasil.
Autoria Objetivo Amostra Intervenção Resultados
Wood et al. 
(2000)
Verificar efeito do 
treinamento em velocidade 
de processamento sobre a 
capacidade de memória de 
trabalho
Etapa 1: G1 (n = 9) e G2 (n = 8)
Idade: 68,42 ± 6,75
Escolaridade: 6,47 ± 3,66
Etapa 2: G1 (n = 15) e G2 (n = 
17); Idade: 66,42 ± 8,38
Escolaridade: 7 ± 3,22;
Etapa 3: G1 (n = 18) e G2 
(n = 5)
Idade: 67,7 ±,31
Escolaridade: 7,65 ±4,9
Sessões: 5 horas de 
treinamento distribuídas em 5 
dias consecutivos
G1: reconhecimento 
perceptual aplicado às 
tarefas de velocidade de 
processamento
G2: treinamento de associação 
entre pares face-nome
Desempenho 
significativamente melhor do 
G1 em tarefas de associação 
de pares, enquanto G2 
obteve melhora significativa 
em tarefas de velocidade 
de processamento. 
Nenhum grupo melhorou o 
desempenho em memória de 
trabalho
Lasca (2003) Testar os efeitos do uso da 
técnica de categorização 
aplicada à memorização 
de itens de compras de 
supermercado
Mulheres: 100%
GE: (n = 20)
Idade: 45% a partir de 70 anos
Escolaridade: 75% até 4 anos
GC (n = 19)
Idade: 73,68% com 60 a 64 e a 
partir de 70
Escolaridade: 78,95% até 4 
anos
Sessão: Única, apenas para GE 
logo após pré-teste
técnica de categorização
Melhora no desempenho 
em memorização para o 
GE, porém não significativa 
estatisticamente
Igaray, Schneider 
& Gomes (2004) 
Verificar os efeitos de um 
treino cognitivo na qualidade 
de vida e no bem-estar 
psicológico de idosos
GE: (n = 38; idade média: 
68,87 ± 7,41). GC (n = 38; idade 
média: 69,03 ± 6,77)
Sessões: 12 de 12 de 90 
minutos, 1x/semana. O treino 
cognitivo envolvia a instrução 
e prática de exercícios
O GE aumentou o 
desempenho cognitivo, a 
percepção de qualidade de 
vida e o bem-estar psicológico
Yassuda, 
Batistoni, Fortes 
e Neri (2006)
Quantificar alterações entre os 
dois tempos de avaliação em 
tarefas de memória episódica 
e variáveis associadas
GE: (n = 35);
Idade: 68,86 ± 6,64
Escolaridade: 8,40 ± 3,97
GC: (n=34)
Idade: 69,15 ± 5,22
Escolaridade: 7,26 ± 4,08
Sessões: 6 de 90 minutos 
2x/semana
Psicoeducação sobre memória 
e envelhecimento Estratégias 
externas (calendários e 
agendas) e estratégias 
internas (categorização e 
grifos).
Desempenho superior para 
GE em memorização de texto, 
utilização de grifos e medida 
de categorização
Almeida, Beger e 
Watanabe (2007)
Avaliar o impacto da 
experiência da oficina na 
percepção de idosos quanto 
à sua memória e aspectos 
relacionados.
N=45
Mulheres: 87% da amostra
Idade: 56% tinham entre 60 e 
69 anos.
Escolaridade: 47% tinham 
nível superior e 31%, segundo 
grau completo
Sessões: 10 de 90 min. 
2 vezes/semana
Psicoeducação sobre 
memória, envelhecimento, 
funções mentais, aspectos 
emocionais e estilo de vida. 
Estratégias de associação, 
múltiplos sentidos, 
categorização e repetição, 
atribuição de emoções. 
Estratégias externas: 
dispositivos de 
memória.
Redução no número médio 
de queixas de memória após 
oficina, maior clareza relatada 
quanto às dificuldades 
de memorização, e maior 
utilização de estratégias 
mnemônicas relatadas, sendo 
a associação responsável 
 por 51%.
Silva e Yassuda 
(2009)
Descrever os benefícios do 
treinamento de memória 
entre idosos com zero a dois 
anos de educação formal 
e comparar a eficácia da 
categorização e formação de 
imagens mentais
Mulheres: (n = 29)
G1: (n = 16);
Idade: 72,31 ± 5,04; 
Escolaridade: 0,69 ± 0,87
G2: (n = 13);
Idade: 67,62 ± 3,48; 
Escolaridade: 0,31 ± 0,75
Sessões: 8 de 90 min, 2/
semana
Psicoeducação sobre 
memória, atenção e 
envelhecimento cognitivo 
para ambos os grupos
G1: estratégia de 
categorização
G2: estratégia de formação 
de imagens mentais
Desempenho estatisticamente 
significativo para G2 em 
recordação imediata e 
tardia de história e redução 
de sintomas depressivos; 
enquanto G1 apresentou 
aumento significativo no 
índice de categorização
Carvalho, Neri e 
Yassuda (2010)
Testar os efeitos de um 
programa de treino de 
memória episódica de 
5 sessões com foco em 
categorização e avaliar o uso 
de estratégias
GE: (n = 35)
Idade: 68,86 ± 6,64
Escolaridade: 8,4 ± 3,97
GC: (n = 34)
Idade: 69,15 ± 5,22
Escolaridade: 7,26 ± 4,08
Sessões: 5 de 60 min, 2/
semana
Estratégia interna: 
categorização
Efeito significativo da 
interação entre grupo e 
tempo com incremento 
para GE em desempenho de 
memória episódica e uso de 
categorização
Irigaray, Filho e 
Schneider (2010) 
Verificar os efeitos de um 
treino de atenção, memória 
e funções executivas na 
cognição de idosos saudáveis 
GE (n = 38; idade média: 68,87 
± 7,41; escolaridade: 11,47 ± 
4,22). GC (n=38; idade média: 
69,03 ± 6,77; escolaridade: 
14,16 ± 3,87)
Sessões: 12 de 90 min, 1/
semana
Treino de atenção, memória e 
funções executivas.
O GE aumentou o 
desempenho para atenção, 
memória verbal, evocação 
tardia, linguagem, praxia 
construtiva, função 
executiva, e resolução de 
problemas.
(continua)
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e
Monica
Nota
aqui letra minúscula ou ponto após envelhecimento mantendo a maiúscula
5CAPÍTULO 138  Intervenções Cognitivas para Idosos
Autoria Objetivo Amostra Intervenção Resultados
Lima-Silva et al. 
(2010)
Testar a eficácia de um 
programa de treino cognitivo 
baseado na criação de 
imagens mentais e na 
alteração de aspectos da 
metamemória.
Mulheres: (n=56)
GE: (n=37)
Idade: 73,3 ± 5,8
Escolaridade: 9,4 ± 6,0
GC: (n=32)
Idade: 74,0 ± 5,1
Escolaridade: 9,5 ± 5,1
Sessões: 5 de 90min.
Psicoeducação sobre memória 
e envelhecimento. Estratégia 
de formação de imagens 
mentais.
Efeito significativo da 
interação entre grupo e 
tempo apenas para GE em 
memória tardia e medida de 
autoeficácia para história.
Aramaki e 
Yassuda (2011)
Realizar avaliação de 
seguimento após 18 meses e 
detectar possível manutenção 
dos ganhos em autoeficácia e 
memória episódica e avaliar o 
impacto de reforço de treino 
cognitivo.
GE: (n=16)
Idade: 65,6 ± 5,6
Escolaridade: 9,5 ± 3,9
GC: (n=21)
Sessões: 5 de 90min.
Psicoeducação sobre memória 
e envelhecimento. Estratégia 
de formação de imagens 
mentais.
Manutenção dos ganhos 
obtidos do GE na avaliação 
de seguimento. Efeito 
significativo no pós-teste do 
reforço cognitivo para GE 
no desempenho cognitivo 
global, memória incidental, 
recordação tardia, autoeficácia 
para memorização de 
figuras e histórias, e redução 
de queixas subjetivas de 
memória.
Irigaray, 
Schneider e 
Gomes (2011)
Verificar os efeitos de um 
treino cognitivo na qualidade 
de vida e no bem-estar 
psicológico de idosos
Mulheres: (n = 69)
GE: (n = 38)
Idade: 68,87 ± 7,41
Escolaridade: 11,47 ± 4,22
GC: (n = 38)
Idade: 69,03 ± 6,77
Escolaridade: 14,16 ± 3,87
Sessões: 12 de 90 min, sendo 
divididas igualmente em 
treino de atenção, treino de 
memória e treino de funções 
executivas.
As sessões de treino de 
memória compreenderam 
psicoeducação, estratégias 
externas e estratégias internas 
de categorização e grifos
GE apresentou melhoras 
significativas no pós-teste 
em medidas de atenção, 
memória, linguagem, 
resolução de problemas e 
fluência verbal. Melhora na 
percepção de qualidade de 
vida nos domínios físico, 
psicológico e geral. Melhor 
bem-estar psicológico quanto 
às dimensões criar, ambiente, 
autoaceitação e crescimento 
pessoal
Lima-Silva et al. 
(2011)
Testar a eficácia de um 
programa de treino cognitivo 
baseado em tarefas ecológicas
GE (n = 21; idade média: 67,57 
± 6,87)
GC (n = 12; idade média: 65,42 
± 7,94)
Sessões: 8 de 90 min, 1/
semana
A intervenção consistia em 
realizar tarefas semelhantes 
às atividades diárias, como 
a memorização de listas de 
supermercado, categorização 
dos itens de mercado e 
manuseio de dinheiro em 
tarefas de troco
O GE aumentou o 
desempenho no teste de 
fluência verbal categoria 
animais e no resgate imediato 
da lista de palavras do CERAD
De Lira, Rugene e 
Mello (2011)
Verificar o efeito de grupo 
de estimulação cognitiva em 
idosos saudáveis
GE: (n = 17);
Idade: 68,2 ± 5,6
Escolaridade: 4,6 ± 2,5
GC: (n = 15)
Idade: 70,1 ± 6,3
Escolaridade: 5,6 ± 3,6
Sessões:10 de 120 min
Psicoeducação sobre 
cognição, envelhecimento, 
estilo de vida e aspectos 
emocionais. Estratégias 
externas (calendário, agenda, 
blocos de anotação, alarmes) 
e estratégia de categorização
GE apresentou melhoras 
significativas no pós-teste 
em medidas de linguagem, 
função executiva, habilidades 
visuoconstrutivas e redução 
de queixas cognitivas
Irigaray et al. 
(2012)
Verificar os efeitos de um 
treino de atenção, memória 
e funções executivas na 
cognição de idosos saudáveis
Mulheres: (n = 69)
GE: (n = 38);
Idade: 68,87 ± 7,41
Escolaridade: 11,47 ± 4,22
GC: (n = 38)
Idade: 69,03 ± 6,77
Escolaridade: 14,16 ± 3,87
Sessões: 12 de 90 min, sendo 
divididas igualmente em 
treino de atenção, treino de 
memória e treino de funções 
executivas.
As sessões de treino de 
memória compreenderam 
psicoeducação, estratégias 
externas e estratégias internas 
de categorização e grifos
GE apresentou melhoras 
significativas no pós-teste em 
medidas de atenção, memória 
de trabalho, reconhecimento, 
evocação imediata e tardia de 
memória verbal, linguagem 
e função executiva. Também 
apresentou desempenho 
superior em praticamente 
todas as provas do WCST
Lima-Silva e 
Yassuda (2012)
Avaliar a possibilidade de 
aliar o treino cognitivo à 
intervenção psicoeducativa 
sobre hipertensão visando 
melhor manejo desta 
condição crônica
Mulheres: (n = 48)
GE: (n = 35);
Idade: 73,49 ± 7,04
Escolaridade: 5,63 ± 1,78
GC: (n = 29)
Idade: 71,79 ± 6,73
Escolaridade: 5,24 ± 2,40
Sessões: 8 psicoeducação 
sobre hipertensão, 
alimentação e prática de 
exercícios físicos. Uso de 
estratégia de categorização
Aumento no desempenho 
de GE em atenção, memória 
e funções executivas. 
Diminuição dos níveis de 
depressão e melhora no 
desempenho cognitivo global
�� TABELA 138.1 Estudos de treino e estimulação cognitiva no Brasil (continuação).
(continua)
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PARTE 8  Aspectos Psicológicos do Envelhecimento e da Velhice6
�� TABELA 138.1 Estudos de treino e estimulação cognitiva no Brasil (continuação).
Autoria Objetivo Amostra Intervenção Resultados
Paulo e Yassuda 
(2012)
Verificar o efeito de um 
programa de treinamento 
cognitivo combinado com 
intervenção psicoeducativa 
para idosos diabéticos
GE: (n = 19)
GC: (n = 15)
Sessões: 8 de 90 min, 2/
semana em grupos.
Psicoeducação sobre temas 
relacionados ao diabetes 
mellitus
Efeitos do treinamento foram 
significativos para o GE no 
pós-teste em medidas de 
conhecimento e atitudes 
sobre hipertensão. Resultados 
também revelaram melhor 
desempenho cognitivo do GE
Teixeira-Fabrício 
et al. (2012)
Testar a eficácia de treino 
cognitivo em funções 
executivas, identificar e 
comparar as estratégias 
mnemônicas utilizadas 
segundo faixas de 
escolaridade
Mulheres: (n = 26)
G1: (n = 13);
Escolaridade: 1 a 8 anos
G2: (n = 18)
Escolaridade: 9 a 16 anos
Sessões: 6 de 120 min, 1/
semana.
Psicoeducação sobre 
memória e envelhecimento. 
Aprendizagem de estratégias 
internas de associação, 
formação de imagens 
mentais, categorização e 
estratégias externas
G2 apresentou melhores 
resultados no pós-teste 
em medida de memória 
episódica, velocidade de 
processamento, autoeficácia 
para fotos e objetos e 
redução dos níveis de 
depressão. O G2 relatou 
usar exclusivamente a 
categorização no pós-teste
Correa, Vieira e 
Silva (2013)
Comparar os possíveis efeitos 
do treinamento de memória 
e do exercício aeróbio em 
idosos com queixa de déficit 
de memória
GEF: (n = 10)
GTM: (n = 10)
GC: (n = 10)
Sessões: 8 de 50 min,
2/semana, ambos os grupos.
G1: realizou treino de 
exercício físico aeróbio.
G2: realizou treino de 
memória utilizando a 
estratégia de categorização
Grupo treino de memória 
apresentou melhora 
significativa no desempenho 
no pós-teste no número de 
figuras recordadas
Netto et al. 
(2013)
Verificar o efeito do 
Treinamento em memória 
operacional em um grupo de 
idosos saudáveis.
n = 20
GE: (n = 11)
Idade: 73 ± 4,47
Escolaridade: 13,89 ± 2,66
GC: (n = 9)
Idade: 71,55 ± 5,48
Escolaridade: 15,09 ± 3,93
Sessões: 12 de 90 min, 1/
semana, por 3 meses. 
Psicoeducação sobre 
memória, envelhecimento e 
reabilitação, exercícios que 
envolviam a alça-fonológica, o 
bloco visuoespacial, o retentor 
episódico, e o executivo 
central
Aumento de desempenho 
para o GC após o treino 
para tarefas de atenção 
concentrada, memória de 
curto prazo, aprendizagem e 
memória episódica. Enquanto 
o GC manteve o desempenho 
nessas habilidades
Chariglione 
(2014)
Investigar as perdas cognitivas 
associadas à memória de 
idosos saudáveis por meio 
de procedimentos de 
intervenção cognitiva grupais
Mulheres: (n = 36)
MEMO: (n = 17); Idade: 72
Escolaridade: 58,8% ≥ 13 anos
Stimullus: (n = 11); Idade: 72
Escolaridade: 81,8% ≥ 13 anos
Controle: (n = 16); Idade: 69,5
Escolaridade: 62,5% ≥ 13 anos
Sessões: 6 de 120 min, 1/
semana
MEMO: Psicoeducação sobre 
memória e envelhecimento, 
estratégias internas de 
atenção ativa, associação 
nome-rosto, método de Loci, 
imagem mental e PQRST.
Stimullus: sequências visuais, 
categorização de palavras, 
memorização de palavras, 
frases, imagens e histórias
Participantes do MEMO 
apresentaram ganhos 
significativos em memória 
visual, memória total e 
memória verbal episódico 
semântica. Os participantes 
do Stimullus apresentaram 
ganhos em tarefas que 
envolvem resolução de 
problemas, atenção, memória 
total e memória verbal 
episódica semântica
Oliveira et al. 
(2014)
Avaliar a eficácia e o 
impacto da estimulação 
multissensorial e cognitiva 
na melhoria da cognição em 
idosos institucionalizados e 
não institucionalizados
Idosos institucionalizados (n = 
25; idade média: 76 ± 6.9)
Idosos não institucionalizados 
(n = 17; idade média: 6.8 ± 3.6)
Sessões: 48 de 60 min, 2/
semana
As sessões foram baseadas 
em exercícios de linguagem e 
memória, além de estímulos 
visuais, olfativos, auditivos 
e lúdicos, incluindo música, 
canto e dança
Os idosos institucionalizados 
aumentaram mais o seu 
desempenho nos testes após 
a intervenção que os idosos 
não institucionalizados
Zimmermann 
et al. (2014)
Verificar se existem diferenças 
entre: um programa 
estruturado de treinamento 
em memória operacional 
versus um programa de 
estímulo baseado em poesia
GE (n = 7)
GC (n = 7)
As atividades de memória 
operacional foram baseadas 
no modelo de Baddeley. O 
Programa de Estimulação 
baseado em poesia foi 
composto por atividades 
gerais de linguagem
O GE que trabalhou memória 
operacional aumentou o 
desempenho nos testes 
de memória operacional, 
inibição e flexibilidade 
cognitiva, enquanto o grupo 
poesia melhorou as tarefas 
de fluência verbal e discurso 
narrativo
Golino e Flores-
Mendoza (2016)
Promover adequações e 
correções em protocolos de 
treino já estabelecidos
Mulheres: (n = 15)
Idade: 73,13 ± 3,37
Escolaridade: 4,33 ± 2,44
GE: (n = 7)
GC: (n = 8)
Sessões: 12 de 90 min, 1/
semana. Foram elaboradas 
tarefas cognitivas com e 
ensino de estratégias voltadas 
para atenção, velocidade de 
processamento, memória 
episódica e memória de 
trabalho
O GE aumentou o 
desempenho para a tarefa 
de Códigos, Aritmética e 
Completar Figuras enquanto 
o GC manteve o desempenho 
nesses testes
(continua)
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7CAPÍTULO 138  Intervenções Cognitivas para Idosos
�� TABELA 138.1 Estudos de treino e estimulaçãocognitiva no Brasil (continuação).
Autoria Objetivo Amostra Intervenção Resultados
Golino, Flores-
Mendoza e 
Golino (2017)
Determinar os efeitos 
imediatos do treinamento 
cognitivo em idosos 
saudáveis e verificar os 
efeitos da transferência de 
habilidades direcionadas e 
não direcionadas
GE: (n = 47; idade média = 
69,66 ± 7,51)
GC (n = 33; idade média = 
69,73 ± 7,45)
Sessões: 12 sessões 
individuais, 60 a 90 min; 1/
semana
Foram elaboradas tarefas 
cognitivas com ensino de 
estratégias voltadas para 
atenção, velocidade de 
processamento, memória 
episódica e memória de 
trabalho
O GE aumentou o 
desempenho para as tarefas: 
Completar Figuras, Dígitos 
Ordem Direta e Inversa, 
enquanto o GC manteve o 
desempenho nesses testes
Krug et al. (2017) Avaliar o efeito da 
participação em Grupos 
de Cooperação Cognitiva 
mediados por computadores 
e internet na variação do 
miniexame do estado mental 
de pacientes ambulatoriais 
com queixas de memória, 
participantes de duas clínicas 
de memória
GE (n = 160; idade média: 
67,19 ± 5,68; escolaridade 
média: 8,29 ± 4,58)
GC (n = 133; idade média: 
69,97 ± 6,3; escolaridade 
média: 8,95 ± 4,02)
Sessões: 20 de 90 min, 2/
semana
Intervenção mediada por 
computadores e internet 
na qual o GE aprendia 
a usar o mouse, ferramentas 
de desenho gratuitas, 
visualizadores de imagens, 
jogos, navegadores, 
navegação hipertextual, 
e-mail e redes sociais
GE teve uma variação positiva 
independente de 24,39% no 
miniexame do estado mental 
em relação ao GC
Chariglione, 
Janczura e 
Belleville (2018)
Investigou os efeitos de um 
treino de memória (MEMO) 
e de uma estimulação da 
memória (Stimullus) em 
idosos com envelhecimento 
cognitivo normal 
MEMO: (n = 17; idade média: 
72). Stimullus (n = 11; idade 
média: 72). GC (n = 16; idade 
média: 69,5)
Sessões: 6 de 120 min, 1/
semana
MEMO: psicoeducação sobre 
memória e envelhecimento, 
estratégias internas de 
atenção ativa, associação 
nome-rosto, método de Loci, 
imagem mental e PQRST.
Stimullus: sequências 
visuais, categorização de 
palavras, memorização 
de palavras, frases, imagens e 
histórias
Os resultados demonstraram 
que a intervenção do tipo 
MEMO produziu mais ganhos 
cognitivos do que Stimullus
Brito et al. (2019) Investigar os benefícios do 
treinamento em memória 
operacional em DVD para 
idosos.
GE (n = 12)
GC (n = 4)
Sessões: 8 de 60 min, 2/
semana
Três DVDs de treinamento 
em memória operacional 
contendo conteúdo 
educacional e exercícios 
práticos em graus crescentes 
de dificuldade, do básico ao 
avançado
O GE aumentou o 
desempenho em testes de 
memória enquanto o GC 
manteve seu desempenho 
antes e após a intervenção
Pasqualotti, 
Amaro e Neves 
(2019)
Testar se o treinamento 
virtual em jogos multitarefa 
poderia resultar em melhor 
desempenho em testes de 
atenção, memória, linguagem 
e habilidades aritméticas
GE (n = 20; idade média: 70,4 
± 5,2)
GC (n = 11; idade média: 70,9 
± 8,2)
Sessões: 30 min, 2/semana
Treinamento virtual com 
15 atividades interativas 
em jogos multitarefa. A 
intervenção era composta por 
cálculos lógicos matemáticos 
e exercícios de memória, 
atenção, aritmética e 
linguagem e atividade física 
(registrados pelo Microsoft 
Xbox 360 KinectTM)
O GE aumentou o 
desempenho após a 
intervenção para atenção, 
memória e linguagem
Brum et al. 
(2020a)
Analisar a eficácia do 
treinamento de Borella et al. 
(2010), em um contexto 
sociocultural diferente (Estudo 
1) e o efeito da mudança 
na duração do treinamento 
(duplicando o número de 
sessões) (Estudo 2).
Estudo 1: GE (n = 18) GC (n 
= 28)
Estudo 2: GE (n = 23) GC (n 
= 27)
Sessões: 3 de 40 min, 3/
semana (Estudo 1); 6 de 
40 min, 3/semana (Estudo 2).
Treino de memória 
operacional CWMS (para mais 
detalhes consultar Borella 
et al., 2010).
Os GEs apresentaram 
desempenho superior em 
todas as tarefas quando 
comparados aos GCs ativo 
após o treinamento. Seis 
meses após o treino os efeitos 
se mantiveram. O treinamento 
mais longo (Estudo 2) gerou 
ganhos semelhantes ao 
protocolo original, com 
alguma vantagem em tarefas 
de transferência distantes no 
pós-teste e 6 meses após a 
intervenção.
(continua)
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PARTE 8  Aspectos Psicológicos do Envelhecimento e da Velhice8
�� TABELA 138.1 Estudos de treino e estimulação cognitiva no Brasil (continuação).
Autoria Objetivo Amostra Intervenção Resultados
Brum et al. 
(2020b)
Comparar a eficácia do treino 
de memória operacional 
elaborado por Borella et al. 
(2010) oferecido no formato 
individual e em grupo
Treino individual: GE (n = 11) 
GC (n = 15)
Treino em grupo: GE (n = 16) 
GC (n = 17)
Sessões: 3 de 40 min, 
3/semana
Treino de memória 
operacional CWMS (para mais 
detalhes consultar Borella 
et al., 2010)
Aumento de desempenho 
para os GEs no pós-teste e 
6 meses após a intervenção 
nos testes de memória 
operacional, velocidade de 
processamento e funções 
executivas. O formato do 
treinamento não alterou 
os resultados. No entanto, 
as análises de tamanho de 
efeito sugeriram que essa 
intervenção pode ser mais 
eficaz no formato individual
Chariglione et al. 
(2020)
Verificar se ganhos cognitivos 
apresentados em dois 
programas de intervenção 
cognitiva estão relacionados 
a alterações de humor, 
qualidade de vida e aptidão 
física em idosos
MEMO: (n = 21; idade média: 
69,7 ± 7,75). Stimullus (n = 18; 
idade média: (68,61 ± 6,04)
Sessões: 6 de 120 min, 1/
semana
MEMO: psicoeducação sobre 
memória e envelhecimento, 
estratégias internas de 
atenção ativa, associação 
nome-rosto, método de Loci, 
imagem mental e PQRST.
Stimullus: sequências visuais, 
categorização de palavras, 
memorização de palavras, 
frases, imagens e histórias
Os GEs apresentaram 
tendência a reduzir os 
sintomas depressivos e 
obtiveram aumento de massa 
gorda e diminuição de massa 
magra
Intervenções cognitivas em idosos 
com declínio cognitivo subjetivo
O DCS foi recentemente identificado como uma condição 
na qual idosos aparentemente saudáveis relatam preocupações 
sobre declínio na função cognitiva, mas quando rea li zam tes-
tes cognitivos mostram desempenho normal para sua idade 
e escolaridade e preservação nas atividades instrumentais da 
vida diá ria (AIVDs) (Jessen et  al. 2014; Koppara et  al., 2015; 
Smart et al., 2017). Evidências ba sea das em estudos longitudi-
nais sobre o envelhecimento humano indicam que adultos com 
DCS têm maior probabilidade do que seus pares (sem DCS) 
de apresentar biomarcadores da doen ça de Alzheimer (DA), 
como neurodegeneração (Meiberth et al., 2015; Perrotin et al., 
2015; Peter et al., 2014) e carga amiloide (Amariglio et al., 2012; 
Perrotin et  al., 2012; Snitz et  al., 2015). Esses dados sugerem 
que, para adultos mais velhos, o DCS pode representar uma fase 
pré-clínica da DA (Smart et al., 2017).
O número de pesquisas envolvendo intervenções cogniti-
vas para idosos com DCS ainda é pequeno, mas os resultados 
apontam em uma mesma direção: os participantes aumentam 
o desempenho em testes cognitivos após a intervenção, o que 
sugere que o treino cognitivo pode ser uma alternativa viá vel 
no manejo do DCS (López-Higes et al., 2018; Hu et al., 2019; 
Hong et al., 2020).
Smart et  al. (2017) rea li zaram uma revisão sistemática e 
meta-análise sobre intervenções não farmacológicas no DCS e 
incluí ram 9 artigos randomizados com pessoas com pelo me-
nos 55 anos. Reuniam informações de 378 participantes no gru-
po experimental e 298 na condição controle. As intervenções 
foram divididas em cognitivas (seis estudos), física (um estu-
do), e combinados (intervenção física e cognitiva, dois estudos). 
Houve uma variação grande quanto ao tempo de duração da 
intervenção (de 4 a 24 semanas), fre quência das sessões (de 1 a 
3 vezes/semana) e duração das sessões (45 minutos aduas horas 
e meia). Quando os autores compararam o tamanho de efeito 
das intervenções para os testes cognitivos, encontraram que o 
treino cognitivo mostrou o maior tamanho de efeito, seguido 
do treino físico, e por último o treino combinado. As pesquisas 
com dados de seguimento para intervenções cognitivas tam-
bém são escassas, mas mostram que os idosos com DCS man-
têm, mesmo após 6 meses, os benefícios do treino (Tsai et al., 
2008; Smart et al., 2017).
Esses resultados têm implicações importantes para as pesso-
as com DCS e para estudos de prevenção do declínio cogniti-
vo, uma vez que possibilita o idoso a tomar medidas proativas 
para o seu próprio bem-estar, cognitivo e emocional (Smart 
et al., 2017). O Estudo Finlandês de Intervenção Geriá trica para 
Prevenir Incapacidades e Incapacidades Cognitivas (Finger) é 
um exemplo de estudo envolvendo uma intervenção multifato-
rial, que inclui dieta, exercício físico, controle de doen ças crô-
nicas e treino cognitivo em idosos com fatores de risco para as 
demências. Os resultados preliminares deste estudo sugeriram 
efeitos benéficos na cognição de in di ví duos em risco (Ngandu 
et al., 2015).
Intervenção cognitiva para idosos 
com comprometimento cognitivo leve 
(CCL) ou transtorno neurocognitivo 
leve (TNL)
Em 2011, o National Institute on Aging and the Alzheimer’s 
Association (Albert et al., 2011) publicou os critérios diagnós-
ticos para CCL devido à DA. Os critérios são: 1) preocupação 
com mudanças na cognição relatadas pelo paciente, se possível 
corroboradas por um informante ou por um médico especia-
lizado que conheça bem o paciente; 2) evidência de desempe-
nho rebaixado em um ou mais domínios cognitivos além do 
que seria esperado, para a idade e escolaridade; 3) as mudanças 
podem ocorrer em uma variedade de funções cognitivas, in-
cluindo memória, função executiva, atenção, linguagem e vi-
suoconstrução, e personalidade; 4) deve haver preservação da 
independência nas habilidades funcionais – idosos com CCL 
podem mostrar dificuldades leves no desempenho de tarefas 
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levar para baixo e retirar pto final
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metanálise
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em razão da
9CAPÍTULO 138  Intervenções Cognitivas para Idosos
funcionais complexas (como pagar contas), mostrando-se mais 
lentos, e cometendo mais erros, mas as atividades de vida diá-
ria de forma global devem estar preservadas; 5) as alterações 
cognitivas devem ser suficientemente leves para não trazer 
prejuí zos significativos ao funcionamento social e ocupacional. 
Adicionalmente, os pacientes com CCL podem ser divididos 
em quatro subtipos: CCL amnéstico, CCL amnéstico múltiplos 
domínios, CCL não amnéstico único domínio, e CCL não am-
néstico múltiplos domínios (Petersen, 2010; Breton et al., 2019; 
Gillis et al., 2019).
Pesquisas recentes envolvendo idosos com CCL têm mostra-
do que este é um grupo com maior risco para desenvolver síndro-
mes demenciais (Anderson, 2019; Richardson et al., 2019). Sendo 
assim, diferentes pesquisadores têm estudado o impacto de inter-
venções farmacológicas e não farmacológicas sobre o desempe-
nho cognitivo de idosos com CCL. As revisões sistemáticas (Ge 
et al., 2018; Yang et al., 2019) e meta-análises (Hill et al., 2017; 
Zhang et al., 2019; Sherman et al., 2020) mais atuais indicaram 
que idosos com CCL se beneficiam positivamente das interven-
ções cognitivas com um tamanho de efeito pequeno a moderado. 
[[[Os estudos recentes, assim como os mais antigos, con ti nuam 
alertando sobre a importância de harmonizar métodos e repli-
car estudos, buscando intervenções que tragam resultados se-
melhantes para diferentes populações (Gates et al., 2011; Simon; 
Ribeiro, 2011; Simon et al., 2012; Rodakowski et al., 2015).
No momento, não há consenso sobre qual seria o treino 
mais eficiente para esse grupo de pacientes. A meta-análise de 
Sherman, Durbin e Ross, (2020) indicou que o treino focado 
em memória (com foco no ensino de estratégias mnemônicas) 
pode beneficiar mais os idosos com CCL, quando os resultados 
são comparados aos das intervenções multifatorial. Os autores 
ressaltam que o benefício da intervenção multifatorial também 
traz resultados satisfatórios, mas que a intervenção multifato-
rial tem tamanho de efeito menor que as intervenções pura-
mente de memória episódica. No entanto, diferentes questões 
ainda precisam ser respondidas, como, por exemplo, a duração 
 ideal do treino, seus efeitos de transferência próxima e distan-
te, o quanto o treino beneficia a funcionalidade de idosos com 
CCL, dentre outras questões.
Nesse sentido, Belleville et al. (2018) rea li zaram um estudo 
com pacientes idosos diagnosticados com CCL amnéstico. O es-
tudo foi randomizado, controlado e utilizou o método MEMO 
(Méthode d’Entrainement pour Mémoire Optimale, Gilbert 
et al., 2007), que foca na otimização da codificação e recupe-
ração da memória episódica (40 pessoas). O grupo MEMO foi 
comparado a uma intervenção psicossocial (controle ativo com 
43 pessoas), e a um grupo que apenas respondeu as testagens 
(controle inativo com 44 pessoas). Os participantes foram tes-
tados para memória episódica, uso de estratégias mnemônicas, 
sintomas depressivos e ansiosos, e com questionários de ativi-
dade instrumental de vida diá ria e de memória subjetiva antes e 
após a intervenção e rea li zaram duas avaliações de seguimento 
(3 e 6 meses após a intervenção). As sessões aconteceram em 
grupo de quatro a cinco pessoas, durante 2 horas, por 8 sema-
nas. Os resultados apontaram aumento de desempenho para o 
grupo MEMO nas tarefas de memória episódica, tanto após a 
intervenção quanto nas avaliações de seguimento, mostrando 
que os efeitos do treino foram mantidos mesmo a longo pra-
zo. Além disso, esse grupo mostrou transferência do impacto 
do treino MEMO para a funcionalidade avaliada por meio de 
questionário respondido pelo participante. Os demais grupos 
não mudaram o seu desempenho ao longo das avaliações.
As pesquisas que utilizam parâmetros de exames de neuroi-
magem como desfecho de intervenções cognitivas com idosos 
com CCL também têm aumentado (Feng et al., 2018; Miotto 
et al., 2018; Simon et al., 2018a; Hampstead et al., 2020; Simon 
et al., 2020).
Miotto et  al. (2018) reuniram em uma revisão sistemática 
sete estudos controlados e randomizados que incluíam treinos 
presenciais e computadorizados para idosos com CCL amnésti-
co e tinham a ressonância magnética funcional como desfecho. 
O objetivo foi entender quais seriam os possíveis mecanismos 
neurais que estariam relacionados ao aumento de desempenho 
dos participantes da intervenção cognitiva. Os resultados apon-
taram que o aumento de desempenho para o grupo experimen-
tal quando comparado ao grupo controle, após o treino, pode 
ser explicado tanto pelo mecanismo compensatório (aumento 
da atividade no lóbulo parietal inferior direito) quanto pelo 
restaurativo (aumento da atividade hipocampal e frontoparietal 
lateral). Os mecanismos compensatórios podem ser explicados 
como re giões cerebrais alternativas ou redes não “tipicamente” 
envolvidas na tarefa que passam a rea li zar aquela tarefa. Os me-
canismos restaurativos podem ser entendidos como aumento 
da atividade neural nas re giões cerebrais responsáveis por rea li-
zar aquela tarefa (Miotto et al., 2018).
Simon et  al. (2020) desenvolveram um ensaio controlado 
randomizado com 30  idosos com CCL amnésticos que foram 
divididos em grupo experimental (treinamento com estratégias 
de memorização face-nome) e grupo controle (psicoeducação). 
As sessões tinham uma hora de duração e foram rea li zadas ao 
longo de 4 dias. Os resultados mostraram que apenas para os 
participantes do grupo experimental observou-se, após o trei-
namento, um aumento de atividade na região frontoparietal bi-
lateral e áreas temporais (associadas ao controle cognitivo, cog-
nição social e processamento emocional).Os autores ressaltam 
que o treino com faces e nomes é uma intervenção relevante e 
eficiente para idosos com CCL amnéstico.
Em uma revisão sistemática recente (Irazoki et  al., 2020) 
foram levantados programas disponíveis para os idosos com 
CCL, mostrando as suas diferenças e assim permitindo que o 
profissional ou o idoso escolha o melhor programa para suas 
necessidades. A revisão comparou os programas: Brainer, 
Cogmed, CogniFit, FesKits, CogniPlus, COGPACK, NeuronUp, 
GRADIOR, e SOCIABLE. Com a exceção do Cogmed, que tra-
balha especificamente a memoria operacional, todos os progra-
mas mencionados estimulam diferentes habilidades cognitivas 
e geram automaticamente relatórios de progresso de desem-
penho dos participantes. Apenas os programas COGPACK e 
CogniPlus podem ser usados sem acesso a internet, e este últi-
mo envolve exercícios cognitivos e físicos. Não foram aponta-
dos trabalhos que avaliaram a eficácia do treino em compara-
ção com outros treinos cognitivos tradicionais ou mesmo com 
um grupo controle.
Alguns estudos descritos na revisão supracitada mostraram 
que os efeitos das intervenções computadorizadas podem se 
mater a longo prazo (variando de 3 a 18 meses) em idosos com 
CCL (Fiatarone et al., 2014; Barban et al., 2015; Danassi et al., 
2015; Vermeij et al., 2016). As intervenções cognitivas compu-
tadorizadas são um recurso importante não apenas para melho-
rar a cognição, mas também influenciam positivamente a fun-
cionalidade de idosos com CCL (Gigler et al., 2013; Fiatarone 
et al., 2014; Danassi et al., 2015; Suo et al., 2016; Hill et al., 2017). 
Podem também mostrar impacto na diminuição dos sintomas 
depressivos (Gonzàlez-Paulau et al., 2014; Danassi et al., 2015; 
Vanova et al., 2018), indicando efeito de transferência do treino 
também neste grupo de idosos que apresentam alterações cog-
nitivas mais leves.
Estudos brasileiros sobre treino cognitivo em idosos com 
CCL ainda são escassos. Brum, Forlenza e Yassuda (2009) rea li-
zaram treino com tarefas que simulavam atividades do cotidia-
no, como fazer compras e lidar com o dinheiro, com 34 idosos 
com CCL, sendo estes divididos em GE (n = 16) e GC (n = 18). 
O treino cognitivo durou oito sessões de 90 minutos cada, que 
aconteceram 2 vezes/semana. O objetivo foi avaliar o impacto 
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da intervenção
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Highlight
PARTE 8  Aspectos Psicológicos do Envelhecimento e da Velhice10
do treino na funcionalidade e na cognição. Para isso os idosos 
foram avaliados pré e pós-intervenção com testes de atenção, 
memória, número de sintomas depressivos, Teste do Desenho 
do Relógio e DAFS (Direct Assessment of Funcional Scale 
Revised), que avalia a funcionalidade de modo direto pela ob-
servação do desempenho do paciente. Os autores encontraram 
aumento significativo no GE do pré para o pós-teste na atenção, 
orientação temporal, habilidade para fazer compras e lidar com 
o dinheiro na DAFS e diminuição no número de sintomas de-
pressivos. Esta mudança não foi observada no GC.
Olchik et al. (2013) rea li zaram ensaio clínico randomizado, 
controlado e cego com o objetivo de avaliar a eficácia do treino 
de memória em idosos saudáveis e com CCL. Contaram com a 
participação de 65 idosos saudáveis e 47 idosos com CCL divi-
didos em GC (inativo), GE (que realizou o treino de memória) e 
um grupo que recebeu intervenção psicoeducativa. O treino de 
memória foi rea li zado em oito sessões que enfatizavam uso de 
estratégias mnemônicas, tarefas ecológicas e conteú do educa-
cional. A intervenção psicoeducativa teve a mesma duração do 
treino de memória, mas trabalhou com conteú do educacional 
apenas. Após as sessões de treino, o grupo de idosos com CCL 
que rea li zaram treino de memória mostrou o mesmo desem-
penho de idosos saudáveis que não receberam treino. A autora 
ressaltou ainda que tanto os idosos saudáveis quanto os com 
CCL melhoraram seu desempenho após o treino de memória 
nas tarefas treinadas.
Considerações finais
As investigações sobre as intervenções cognitivas para ido-
sos com diferentes perfis de desempenho cognitivo vêm cres-
cendo. Na ausência de estratégias farmacológicas curativas 
para as demências, as intervenções cognitivas vêm ganhando 
reconhecimento como uma importante estratégia para a ma-
nutenção da cognição. Há consenso neste campo investigativo 
que o estudo randomizado, controlado e cego é a melhor opção 
para avaliar os efeitos de uma intervenção cognitiva, e os novos 
estudos têm adotado tais estratégias, elevando o seu rigor me-
todológico. A intervenção cognitiva tem se mostrado uma via 
segura, pouco custosa, e sem efeitos negativos para a população 
idosa que busca prevenir ou amenizar dificuldades cognitivas. 
A vasta maioria dos estudos encontra efeitos positivos do trei-
no não apenas para a tarefa-alvo, mas efeitos de transferência 
para tarefas próximas e em alguns casos distantes, o que torna 
a intervenção cognitiva uma alternativa a ser considerada para 
a manutenção da cognição e da funcionalidade na velhice. O 
principal desafio para a área con ti nua sendo a padronização de 
protocolos de treino e avaliação, para que os estudos possam ser 
replicados. Nos últimos 5 anos, o número de pesquisas envol-
vendo as intervenções cognitivas e com desfechos avaliados por 
meio de técnicas de neuroimagem e utilizando treinos compu-
tadorizados têm crescido significativamente.

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