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Profa. Krishina Day Ribeiro 
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 Compreender Direitos Humanos 
historicamente é apreender os contextos 
legais pelos quais as diversas normas 
jurídicas são construídas. 
 Nesse sentido, o núcleo fundante dos direitos 
humanos – a dignidade da pessoa humana é 
universal. 
 Dignidade – moral e ético – externo e de 
causa transcendente. 
 Dignidade é implementada normas jurídicas 
principiológicas. 
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 Magna Carta de 1215: 
  Pacto publicado pelo Rei João Sem Terra, os 
barões, o clero e os vassalos – na Inglaterra. 
  Direitos aos homens livres, apoiados pelo clero, 
reivindicavam tratamentos mais humanos do que 
o tratamento imposto pelo Rei. 
  Para os Doutrinadores (Bittencourt, Comparato) 
este foi o primeiro documento a instituir uma 
ordem democrática. 
  Estabelece-se o Princípio da Legalidade. 
  Liberdade de Locomoção – da entrada e saída do 
País com seus bens. 
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 Magna Carta de 1215: 
  Nenhum homem livre poderia ser tratado 
cruelmente, banido ou aniquilado – despojado de 
seus bens, sem um julgamento legal, por 
intermédio da Lei vigente de um País. 
  Art.39: “Nenhum homem livre será capturado, 
ou levado prisioneiro, ou privado dos bens, ou 
exilado, ou de qualquer modo destruído, e nunca 
usaremos da força contra ele, e nunca 
mandaremos que outros o façam, salvo em 
processo legal por seus pares ou de acordo com 
as leis da terra.” 
  Base para a evolução do Princípio do Devido 
Processo Legal (art.5º, incisos LIV e LV). 
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 Habeas Corpus Act (1679): 
  ”Que Tenhas Teu Corpo” 
  É a base do sistema de garantias judiciais 
  Artigo 29: É injusta qualquer prisão não estabelecida 
de direito ou decretada arbitrariamente 
  Para Pontes de Miranda: 
  Habeas corpus eram as palavras iniciais da fórmula 
do mandado que o tribunal competente concedia 
endereçado a quantos tivessem em seu poder, ou 
guarda, o corpo detido. 
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  Petition of rights – Inglaterra - Bill of Rights (1689) 
– Inglaterra: 
  São treze artigos que restringiam a ação dos 
governantes e garantiam as liberdades 
individuais; asseguravam o direito de petição; 
condenar Tribunais de exceção; prevê a 
ilegalidade da suspensão das leis pelas 
ordenações do rei. 
  Vai alcançar o mecanismo regional de proteção 
dos direitos humanos, pois na Corte Européia é 
permitido que o cidadão represente, em petição 
individual, contra o Estado. 
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  Revolução Francesa (1789) e a Revolução 
Americana (1776) contribuíram para o 
estabelecimento dos Direitos Humanos na medida 
em que já citavam os direitos do homem em seus 
artigos. 
  A Revolução Francesa trouxe-nos a afirmação da 
igualdade perante a lei; as várias formas de 
liberdade; proibição da prisão; assegurou a 
propriedade e a resistência à opressão como 
direitos naturais imprescritíveis. 
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  A Revolução Americana com Constituição 
Americana estabeleceu um Sistema de limitação de 
poderes que carecia de sustentação: 
  James Madison propôs EC nº13: 
  1. Não haverá nos Estados Unidos, ou em qualquer lugar 
sujeito à sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos 
forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o 
réu tenha sido devidamente condenado."2. O Congresso 
terá competência para fazer executar este artigo por 
meio das leis necessárias". 
Todos essas leis históricas encaminham-se a um vértice: as 
declarações de Direitos Humanos. 
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  Carta das Nações Unidas (Carta da ONU): 
  Cenário de Pós-Guerra: morte 60 milhões de pessoas. 
  Descobertas das bombas atômicas – apenas seres vivos. 
  Sociedade Mundial passa a ter por objetivo a busca da paz. 
  Em 1945 é composta a ONU com 51 Países e publica a Carta 
das Nações Unidas. 
  No preâmbulo da Carta um dos objetivos da ONU é 
promover o progresso econômico e social de todos os povos 
– desenvolvimento. 
  Reconhece os direitos individuais. 
  Cria o Conselho Econômico e Social – P.autodeterminação 
dos povos. 
  Conselho Econômico e Social – aprova o Estatuto de direitos 
humanos – Conselho de Direitos Humanos. 
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  Declaração Universal dos Direitos do Homem 
(1946): 
 1ªEtapa: Comissão de Direitos Humanos deveria 
elaborar uma Declaração de Direitos Humanos; 
 2ªEtapa: Comissão deveria produzir um 
documento juridicamente mais vinculante; 
 3ªEtapa: Comissão criar um aparelhamento 
adequado que assegurasse o respeito aos 
direitos humanos em caso de violação. 
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 Por recomendação de um Delegado da 
Onu para que se cumprisse a 2ªetapa de 
implementação da Declaração Universal 
de DH, aprovou-se a criação de dois 
pactos: 
 1º Pacto Internacional de Direitos Civis e 
Políticos (1965) 
 2º Pacto Internacional de Direitos Sociais, 
Econômicos e Culturais, atualmente, 
Ambientais. 
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  P a r a N o r b e r t B o b b i o 
historicamente os direitos foram 
se formando em gerações com 
vistas a sair da formalidade e 
alcançar a materialidade. A 
historicidade dos direitos é um 
d e s t a q u e n a Te o r i a d o 
Ordenamento Ju r íd i co de 
Bobbio, que muito contribuiu 
para recuperar a história para os 
pontos de vista teóricos do 
d i r e i t o . 
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 Todavia, percebeu-se em relação aos direitos 
humanos, que tais direitos não se 
sobrepunham como em gerações. 
 Eles se complementavam, se 
interimplicavam, se afastavam, sem 
excluírem-se um ao outro. 
 Então, Robert Alexy e entre nós Paulo 
Bonavides, observam que a historicidade dos 
direitos humanos é um elemento positivo 
para explicar como se formam direitos, 
contudo eles não se formam em gerações, 
mas em dimensões. 
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 A expressão direitos humanos é usada para 
referir aos direitos inerentes à dignidade da 
pessoa humana, independendo de 
positivação. 
 Já os direitos fundamentais é a expressão 
empregada para referir os direitos humanos 
em um dado ordenamento. 
 A substituição da observação da formação 
dos direitos humanos de gerações por 
dimensões possibilita explicar as 
característica de tais direitos: 
 São universais, indivisíveis e interdependentes. 
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 A universalidade diz respeito ao núcleo universal 
dos direitos, que é a dignidade humana, sejam 
eles humanos ou fundamentais. 
  Indivisibilidade e interdependência relacionam-
se ao todo, ao conjunto de direitos em um dado 
ordenamento. 
 Por isso, a Doutrina manifesta-se contrariamente 
ao entendimento de que direitos individuais e 
políticos teriam eficácia imediata e direitos 
sociais, econômicos e culturais teriam eficácia 
mediata, dependendo de implementação 
progressiva. 
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 Como não se pode desprezar a historicidade 
na formação dos direitos humanos e 
fundamentais, observou-se que os direitos 
que fazem parte da 1ªdimensão foram 
identificados com o valor liberdade e, 
portanto, classificados como direitos 
negativos. Os direitos da 2ª dimensão 
identificados com o valor liberdade foram 
ditos positivos. 
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 Há então uma classificação doutrinária dos 
Direitos Humanos que os divideem : 
 Direitos Negativos, relativos ao direitos de 
liberdade referentes à 1ª dimensão 
representados pelas liberdades civis e políticas. 
 Direitos Positivos, seriam direitos de igualdade, 
referentes à 2ª dimensão de direitos 
representados pelos direitos sociais, econômicos 
e culturais. 
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 Os direitos fundamentais negativos, por 
consequência representariam um limite à 
competência do Estado. E, portanto, tais 
direitos seriam sempre eficazes, não se 
dirigindo aos legisladores não dependeriam 
de regulamentação. 
 Por esta análise, os direitos positivos, seriam 
os direitos de igualdade, representados pelos 
direitos sociais, integrantes da 2ªdimensão 
dos direitos, de aplicabilidade mediata, por 
via do legislador, devendo ser implementados 
progressivamente. 
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 Esta identificação de gerações de direitos e dos 
direitos positivos e negativos sofreu severas críticas. 
1.Sunstein e Holmes e, entre nós, Paulo Bonavides 
comentan afirmam que não há gerações de direitos, mas 
dimensões dos direitos. Cançado Trindade observa que o 
fato de tratar os direitos em gerações delineam uma 
visão atomizada dos mesmos. E Flávia Piovesan (2000) 
comenta que não pode haver separação entre direitos 
civis e políticos e direitos sociais, econômicos e culturais, 
pois se viola a essência desses direitos que é a 
indivisibilidade e também comenta ser impossível haver 
liberdade, sem igualdade. 
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 Se direitos negativos referem-se a direitos de 
liberdade, e exigem apenas que o Estado se 
omita em não violá-los, em princípio não há 
custos para conceder tais direitos. Ex: o 
direito de sindicalização e o direito de greve 
ou o direito à liberdade de credo e o direito 
à liberdade artística. Casos em que o Estado 
precisa apenas dizer, nas circunstâncias 
concretas, qual o direito que prevalece. 
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 Diferentemente, os direitos positivos exigem 
uma ação positiva do Estado. São direitos 
referentes à ação ou prestação estatal. Ex: o 
direito à saúde; o direito à educação; à 
previdência social. Que dependeriam de 
dispêndios estatais. 
 Todavia, a tese jurídica levantada por 
Holmes e Sunstein é a de que todos os 
direitos, sejam positivos ou negativos, para 
serem assegurados e efetivados demandam 
custos. 
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 Além disso, observa Amaral (2001), apoiado 
em Holmes e Sunstein, existem direitos 
negativos que possuem dimensão positiva. 
Ex: o direito de ir e vir e o direito à 
propriedade que nos grandes centros urbanos 
estariam sendo ameaçados não pela ação do 
Estado, mas pela omissão do mesmo. 
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 Tais direitos, propriedade e liberdade, são 
direitos negativos que para serem protegidos 
dependeriam da omissão estatal. Todavia, um 
outro fenômeno ocorre: mesmo sendo 
direitos negativos exigiriam uma ação 
estatal. 
 Logo, para Holmes e Sunstein, não se 
sustenta a tese da classificação de direitos 
em gerações, mas em dimensões. 
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 Os Pactos de Direitos Civis e Políticos e o 
Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais ao qual se alega que a este devem 
os direitos ser implementados 
progressivamente porque dependentes de 
custos, e aqueles são de aplicabilidade 
imediata, não se sustenta porque os direitos 
humanos de ambos os pactos possuem custos. 
 Mesmo que tenham sido elaborados dois 
Pactos, o que dá a idéia de divisão, 
F.Comparato esclarece que a eles prevalece a 
indivisibilidade.

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