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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Consiste num distúrbio neurodegenerativo progressivo de início adulto caracterizada por tremor, bradicinesia e rigidez ● O principal é a bradicinesia!!! ● Envolvimento predominantemente motor → em alguns casos, pode levar a uma incapacidade física significativa ● Acometimento da via nigroestriatal. Epidemiologia ● Constitui uma das doenças neurodegenerativas mais comuns da idade adulta e uma das principais causas de morbidade e de mortalidade neurológica em todo o mundo ● 2ª doença neurodegenerativa ● + 10 milhões de pessoas no mundo ● 0,3% da população > 40 anos ● 3-8,5% pop >80 anos Idade de acometimento: ● Até os 60 anos, com média de 70 anos → formas monogênicas tendem a ter início mais cedo Outros dados: ● Representa cerca de 80% dos casos de parkinsonismo ● Parkinsonismo juvenil→ começa antes dos 20 anos ● DP de início precoce → início do parkinsonismo primário na faixa etária de 20-40 anos. ● Mais comum nos homens e a razão entre os sexos masculino e feminino é de 3:2. ● A prevalência da doença é de cerca de 160 por 100.000 e a incidência anual fica em torno de 20 por 100.000 ● A prevalência e a incidência aumentam exponencialmente com a idade e, na faixa dos 70 anos, a prevalência é de cerca de 550 por 100.000 e a incidência anual é de 120 por 100.000. Fatores de risco ● Idade→ + importante ● Sexo→ + comum em homens ● Genética → parentes de 1º grau aumentam e 2 a 3 vezes o risco de DP ○ LRRK2 ■ PARK8 ○ SNCA ○ PARK ■ 1→ alfa-sinucleína, cromossomo 4 ■ 2 → pteína parkin cromosso 6 (DP precoce) ■ 5→ ubiquitina ○ PINK 1 ○ DJ-1 ○ GBA (glicocerebrosidase) ● Exposições ambientais → pesticidas, alto consumo de laticínios, exposição de organofosforados ● Comorbilidades → exceso de peso corporal e síndrome metabólica, DM2, historia de traumatismo craneoencefálico, história de melanoma ou câncer de próstata ● Apoptose ● Fatores ambientais→Disfunção mitocondrial ● Acúmulo anormal de proteínas ● Estresse oxidativo ● Disbiose ● Área urbana ● Câncer (próstata e melanoma) Fatores protetivos ● Tabagismo→ possível efeito protetivo da nicotina ● Cafeína ● Exercício físico ● Fármacos→ estatinas, buprofeno, aumento da glicólise Fisiopatologia O principal mecanismo é a depleção de dopamina nos gânglios da base→ sistema extrapiramidal ● Substância negra, estriado (caudado e putamen), globo pálido, núcleo subtalâmico e tálamo ● Ocorre uma interrupção das conexões do tálamo com o córtex motor ○ Córtex→ estriado→ tálamo→ estriado ○ Sinais clássicos→ bradicinesia e rigidez 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Pacientes com DP apresentam despigmentação, perda neuronal e gliose especialmente na substância nigra e no locus ceruleus pontino→ pequenas manchas brancas na substância branca → cicatrizes associadas a áreas que recebem menos oxigenação, glicose e irrigação sanguínea ● Perda gradual de neurônios dopaminérgicos na substância nigra pars compacta (SNC) → depleção de dopamina → sintomas aparecerem quando aproximadamente 60% dos neurônios no SNc foram perdidos 🔍 A maioria dos investigadores acreditam que os corpos de lewy constituem marca patológica da DP! 🤔 O parkinson pode ser idiopático ou por corpos de Lewy, mas diferente da demência por corpos de Lewy, que é subdiagnosticada e com pior prognóstico (início mais precoce da demência e progressão mais rápida) Corpos de Lewy ● Inclusões neuronais redondas, eosinofílicas e intracitoplasmáticas → compostos principalmente por alfa-sinucleína e ubiquitina → vistos na substância negra, no núcleo basal de Meynert, no locus ceruleus, no córtex cerebral, nos gânglios simpáticos, no núcleo vagal dorsal, no plexo mioentérico dos intestinos e até mesmo no simpático cardíaco ● Não são específicos para a DP→ encontrados em até 10% dos cérebros de idosos saudáveis, bem como em pacientes com outras doenças neurodegenerativas (DA, DFT) → a falta de especificidade levanta a possibilidade de que a DP pode ser uma síndrome clinicamente prototípica e não uma doença específica! Ondem aparecem??? ● Primeiro na região do núcleo olfatório anterior e núcleo dorsal motor do vago e do glossofaríngeo no bulbo ● Essas alterações ascendem da ponte até atingir o mesencéfalo→ início dos sintomas motores clássicos ● Com o tempo → alterações continuam ascendendo até atingirem o córtex ● O envolvimento cortical tardio explica a demência da fase avançada e a falta de resposta dessas manifestações à levodopa 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Ordem de comprometimento patológico Tem início no núcleo motor dorsal do vago e olfatório anterior e progride no sentido caudo-rostral→ Hipótese de Braak ● Estágio 1→ alterações bulbares e olfatório anterior→ hiposmia, transtornos do sono e constipação intestinal → podem se manifestar muitos anos antes das manifestações motoras da doença ● Estágio 2 → comprometimento da ponte→ depressão, ansiedade, transtornos do sono e dor de origem central ● Estágio 3 → comprometimento do mesencéfalo → aparecimento dos sintomas e sinais motores clássicos, de déficits cognitivos leves e de alterações no ciclo sono-vigília ● Estágio 4 → comprometimento do meso córtex temporal e amígdala → apatia e disfunções mnemônicas executivas ● Estágio 5 → neocórtex, com destaque para áreas pré-frontais e sensoriais de associação→ acentuação de alterações cognitivas → quando em geral é feito o diagnóstico de demência da doença de parkinson (DDP) ● Estágio 6 → comprometimento difuso de áreas corticais primárias → agravamento das dificuldades motoras e do quadro demencial estabelecido Teria início no plexo mioentérico, subiria pelo vago e chegaria até o bulbo olfatório→ transporte ativo de α-sinucleína Componente genético: ● Casos familiares de DP são responsáveis por cerca de 20 a 30% dos casos ● Gene PARK1 → mutação autossômica dominante no gene da alfassinucleína no cromossomo 4 → causa desarranjos intracitoplasmáticos e agregação de proteínas → comprometimento do sistema de purificação proteica intracelular→ minoria dos casos ● Uma das formas mais frequentes de parkinsonismo genético é a mutação do PARK2 (recessivo) → proteína parkina (relacionada com a degradação de proteínas) → alta prevalência em indivíduos com DP iniciada antes dos 40 anos → evolução lenta → boa resposta à baixa dose de levodopa ● Principal causa genética de DP → PARK8 → transmissão autossômica dominante ● Genes PARK2 e PARK8 têm sido descritos na população brasileira ● Mutações mais relevantes da prática clínica → alfassinucleína, parkina, LRRK2 (PARK8) e PINK 1 ● A mutação no gene da beta glicocerebrosidase é o principal fator de risco genético para DP Papel do envelhecimento ● A cada década vivida, ocorre uma perda de 5% dos neurônios dopaminérgicos e há perda neuronal natural da parte compacta da substância negra mesencefálica → normalmente não atinge o limiar de 60 a 80% para o aparecimento de sintomas motores 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Indivíduos com menor reserva neuronal (por exposição a neurotoxinas, por razões genéticas) → envelhecimento pode ser decisivo para aparecimento dos sintomas ● Com envelhecimento, estima-se que haverá aumento de até 50% no número de pcts com DP até 2030 ● Fatores genéticos e ambientais, atuando em conjunto ou isoladamente → podem interferir em diferentes pontos do mecanismo de degradação proteica → degeneração nigral→DP Substância negra Consiste em um núcleo dopaminérgico do mesencéfalo dividida morfologicamente em pars compacta (neurônios dopaminérgicos) e a pars reticulada (neurônios GABAérgicos) ● SNpc tem projeções dopaminérgicas para o estriado, o putâmen e os núcleos caudados! ● Promove a modulação do movimento motor e funções de recompensa e faz parte do circuito dos gânglios da base. ● As projeções do SN para o putâmen, chamadas de via nigroestriatal, estão criticamente envolvidas nos déficits motores observados na doença de Parkinson.Atua como porta de entrada no circuito dos gânglios da base (estriado, putamen e núcleos caudados) da que são agrupamento de núcleos subcorticais interconectados que mitigam e controlam funções diversas → movimento voluntário, planejamento cognitivo, emoções e funções de recompensa, até cognição e aprendizado → CASO ESSA PORTA DE ENTRADA SEJA DANIFICADA → condições neurológicas, incluindo a DP, DH! Conexão talâmica Núcleos da base telencefálicos estão associados aos núcleos anteriores ventrais e laterais ventrais do tálamo, núcleo subtalâmico do diencéfalo e a substância negra do mesencéfalo. ● Função dos núcleos da base → influencia o córtex motor por meio de vias através do tálamo → auxilia no planejamento e a execução dos movimentos delicados. ○ Também participam de funções afetivas e cognitivas. ● O estriado se comunica com o tálamo e daí o impulso volta ao córtices por meio de duas vias direta e indireta → em relação quem estimula/inibe de forma direta ou indireta o GPi Dentro do corpo estriado, as projeções dopaminérgicas fazem sinapse em duas populações separadas de neurônios receptores de dopamina, neurônios receptores da família D1 e neurônios receptores da família D2 ● D1 forma projeções inibitórias para o globo pálido interno (GPi) que são chamadas de "via direta" dos gânglios da base ○ Estriatum libera o GABA, que vai agir sobre D1, estimulando ele a liberar GABA tbm. O GABA vai hiperpolarizar GPi, inibindo-o. GPi inibido, o tálamo consegue liberar ácido glutâmico que ativa o córtex motor ● D2 forma projeções através do globo pálido externo (GPe) que inibem o Núcleo subtalâmico estimulador (STN) que faz sinapses no GPi 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Via indireta pq estimula indiretamente o GPi, enquanto a via direta inibe diretamente o GPi ○ Estimula o GPE, que estimula os nucleos subtalâmicos e ai q estimula GPi ○ Striatum libera dopamina que ativa D2, D2 reduz a concentração de GABA. GABA é responsável por inibir GPe, e se ñ tem gaba, GPe tá ativo. GPe ativo libera GABA que hiperpolariza o núcleo subtalâmico, liberando glutamato. Glutamato estimula GPi a liberar GABA, que age no tálamo, inibindo ele e dificultando o mov. ● Em combinação formam um equilíbrio de atividade no globo pálido interno, regulando o início da saída motora ○ Envia suas projeções inibitórias para os núcleos ventral anterior (VA) e ventral lateral (VL) do tálamo e, dependendo do equilíbrio entre a via estimulatória indireta e a via inibitória direta, inibirá a saída motora indesejada pela inibição dos núcleos talâmicos ou irá desinibir a saída motora a ser liberada, permitindo que o tálamo estimule o córtex motor. ○ SNpr é um núcleo inibitório GABAérgico que funciona em conjunto com o GPi como a saída final das vias diretas e indiretas dos gânglios da base. 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Degeneração celular Proteólise defeituosa → chaperonas, sistema ubiquitina proteassoma e via autofagia lisossomal parece estar com defeito → formação de proteínas anormais, como alfa-sinucleína, pode ser desdobrar, agregar ee obstruir o tráfego molecular normal a célula = morte celular!!! Manifestações Clínicas Principais sintomas → tremor, bradicinesia e rigidez + instabilidade postural→ constituem o chamado Parkinsonismo!!! ● Instabilidade postural costuma aparecer + tardiamente Existem 2 tipos de manifestações→ motoras e ñ motoras ● Sintomatologia da motora é a + associada a DP ● Sintomas ñ motores são comuns e que precedem em anos as manifestações motoras → constipação intestinal, depressão, transtorno comportamental do sono REM (movimento dos olhos) e redução da capacidade olfativa (hipo ou anosmia) Outros sintomas ñ motores→ urgência urinária, disfunção sexual, depressão (até 70% dos casos), ansiedade, comprometimento da visão de cores e disfunção neurocognitiva ● Com o quadro de DP já estabelecido → dermatite seborréica acentuada, principalmente na face e nos cabelos ● Transtornos cognitivos → atenção, visuoespacial e de função executiva são comuns, mesmo na fase inicial da doença 🤔O que são sintomas prodrômicos? ● Alterações neurodegenerativas precoces e deposição de alfa-sinucleína em locais extra nigrais, como o tronco encefálico inferior, o bulbo e os tratos olfatórios e o sistema nervoso autônomo periférico ● Atuam como janela de oportunidade para estratégias preventivas e modificadoras da doença visando a alfa-sinucleína, bem como outras vias Com 5 ou mais anos de evolução da doença, há substancial aumento no risco de desenvolvimento de quadro demencial propriamente dito → problemas de memória operacional e de fixação, prejuízo de função executiva e aparecimento de distúrbios do comportamento, alucinações e delírios ● Demência pode acometer até 50% dos pcts com 10 ou mais anos de doença ⚖ Alguns pcts têm predomínio do tremor (forma tremulante), outros têm comprometimento axial rígido acinético ● Sintomas começam de modo unilateral e depois surgem as manifestações contralaterais → ex.: tremor assimétrico ● Comprometimento de reflexos posturais não deve ser encontrado nas fases iniciais Tremor Tremor do tipo repouso → + perceptível quando a parte do corpo não está em atividades intencionais . ● Baixa frequência ● Contar moedas→ extremidade superior ● Sempre é assimétrico ● Pode apresentar tremor com manobras posturais ou com ação, mas a intensidade do tremor geralmente diminui com ação intencional e é mais grave em repouso → o tremor da DP tende a ser menos incapacitante Como é a história desse tremor? ● Começa unilateralmente na mão e depois se espalha contralateralmente vários anos após o início dos sintomas. ● Tbm pode envolver as pernas, lábios, mandíbula e língua, mas raramente envolve a cabeça. Teste → tremores aparecem de forma intermitente → se você tem dúvidas sobre sua existência, faz a manobra ● Pede p/ o pcte repousar as mãos sobre as pernas e fazer cálculos mentais ou fazer contagem regressiva de 20 a 0→ manobra distrativa ● Marcha tbm funciona como manobra de distração que permite avaliar o tremor de repouso das mãos 50% dos pctes relata sentir uma sensação de tremor interno nos membros ou no corpo, mesmo na ausência de tremor observável→ antes de fato se tornar observável Bradicinesia Consiste na lentidão generalizada dos movimentos, mas também se refere à diminuição da sua amplitude. ● Fácil ser descrita pelos pacientes → fraqueza, falta de coordenação, cansaço → dificuldade para realizar movimentos voluntários! 🦾 Braços → começa distalmente com diminuição da destreza manual dos dedos → dificuldade em realizar tarefas simples, como abotoar roupas, amarrar cadarços, clicar duas vezes no mouse do computador, digitar ou tirar moedas do bolso ou da bolsa 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 🦵 Pernas → bradicinesia ao caminhar → arrastar as pernas, passos mais curtos ou sensação de instabilidade ● Evolução precoce, sendo a principal causa de incapacidade na DP → começa distalmente no mesmo lado do tremor → depois vai progredindo para ambos os lados e atinge regiões mais proximais e axiais → pode evoluir para congelamento da marcha e a festinação (impulso irresistível de dar passos muito mais rápidos e curtos) Teste: ● Avaliar os movimentos em ambos os lados do corpo→ velocidade, amplitude e o ritmo das batidas dos dedos, abertura e fechamento das mãos. → prestar atenção até nos movimentos espontâneos globais, como gesticulações! ● Solicitar ao pct que faça movimentos sucessivos → abrir e cerrar o punho, tocar o indicador contra o polegar e executar movimentos de pronação e supinação das mãos ou bater o calcanhar → movimentos com pequena latência para iniciar, redução progressiva da amplitude de movimento; podem ocorrer pausas e percebe-se velocidade lenta de execução Principal causa de incapacidade → observada em quase todos os pacientes. Rigidez Resistência aumentada ao movimento passivo sobre uma articulação → pode atingirqualquer parte do corpo (rigidez e dor) ● Mão estriada → extensão das articulações interfalângicas proximais e distais com flexão nas articulações metacarpofalângicas, ● Diminuição do balanço do braço ao caminhar ● Postura encurvada ● Hipertonia plástica→ roda denteada ● Camptocormia→ anteflexão, semiflexão dos membros Tipos: ● Rigidez em roda dentada → padrão de catraca de resistência e relaxamento à medida que o examinador move o membro em toda a sua amplitude de movimento ● Rigidez de tubo de chumbo → resistência tônica que é suave em toda a extensão do movimento passivo Evolução e distribuição→Começa unilateralmente e geralmente do mesmo lado do tremor, progredindo contralateralmente e permanece assimétrica ao longo da doença Teste: ● Manipulação passiva dos membros → se dúvida de rigidez → manobra de coativação→ pedir para que pct execute o mesmo movimento do lado contralateral Instabilidade Postural Consiste na diminuição da capacidade de evitar quedas em consequência do comprometimento dos reflexos posturais → característica menos responsiva às terapias dopaminérgicas ● Micrografia Ocorre mais no final do curso da doença → Pacientes com sinais parkinsonianos que caem no início do curso da doença provavelmente têm outra síndrome parkinsoniana, como paralisia supranuclear progressiva ou atrofia de múltiplos sistemas (MSA) Teste: ● Teste de puxar → examinador fica atrás do paciente e o puxa firmemente para trás pelos ombros→ o normal é manter o equilíbrio e o retropulso (passo para trás) ser de não mais do que dois passos ○ Anormal → cair ou dar vários passos antes de estabilizar Marcha Caracteriza-se por um andar arrastado, passos curtos + congelando (freezing) + festinação ● Passadas curtas, arrastando os pés no chão e com leve tendência do pct a inclinar para frente→ em bloco ● Festinação → em alguns momentos ocorre aceleração do passo, deslocando o eixo de gravidade para frente. ● Freezings → bloqueios motores → fase avançada → pés aderidos ao solo sem que o pct consiga se deslocar ○ Desencadeadores → quando pcts estão ansiosos para se deslocarem mais rápido e quando têm que passar por lugares estreitos Outras características motoras Compilado devido a combinação entre a bradicinesia e rigidez Craniofacial: ● Hipomimia → expressão facial mascarada ● Diminuição da taxa espontânea de piscar de olhos ● Comprometimento da fala → disartria hipocinética, hipofonia e palilalia (repetição de uma frase ou palavra com rapidez crescente) 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Disfagia→ bradicinesia da musculatura faríngea ○ Pode levar à sialorréia ● Visual: ○ Visão embaçada; ○ Sensibilidade ao contraste prejudicada; ○ Sacadas hipométricas; ○ Reflexo vestíbulo-ocular prejudicado; ○ Olhar para cima prejudicado e convergência ; ○ Apraxia de abertura das pálpebras Musculoesquelético: ● Micrografia ● Distonia ● Mioclonia ● Postura encurvada ● Camptocormia → flexão anterior severa da coluna toracolombar ● Síndrome de Pisa→ distonia axial subaguda com flexão lateral do tronco, cabeça e pescoço ● Cifose ● Escoliose ● Dificuldade de virar na cama Sintomas não motores ● Disfunção cognitiva e demência ● Sintomas psicóticos→ alucinações e delírios ○ A psicose ocorre em 20 a 40% dos pacientes com DP tratados com drogas, e as alucinações visuais são o sintoma psicótico mais comum!! ○ O uso de altas doses de drogas antiparkinsonianas, presença de demência, idade avançada, visão prejudicada, depressão, presença de distúrbios do sono, alta carga de doenças comórbidas e maior duração da doença. ● Transtornos do humor → depressão, ansiedade e apatia/abulia ● Distúrbios do sono→ comportamental do sono REM ● Fadiga ● Disfunção autonômica → ortostase, constipação, disfagia, diaforese, dificuldades urinárias e disfunção sexual ● Disfunção olfativa ● Disfunção gastrointestinal ● Dor e distúrbios sensoriais → pode ser lancinante, queimação ou formigamento e pode ser generalizada ou localizada em diferentes áreas do corpo, incluindo face, abdômen, genitais e articulações → correlação com flutuações motoras e distonia, que muitas vezes é dolorosa ● Achados dermatológicos → manchas eritematosas escamosas → dermatite seborreica em áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, face e tórax; melanoma (não se sabe o motivo) Sintomas não motores do eixo psiquiátrico ocorrem com + frequência → psicose ou demência, podem causar mais 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA incapacidade do que as características motoras e podem ser mais difíceis de tratar→ pacientes orientados, mas com psicose Musculatura orofaríngea ● Envolvimento tardio ● Redução significativa da capacidade de se comunicar→ voz reduz volume e a articulação da fala torna-se imprecisa ● Dificuldade de pronúncia de palavras pode ocorrer em casos mais graves ● Disfagia → pode requerer o uso de sonda nasoenteral ou gastrostomia Diagnóstico ESSENCIALMENTE CLÍNICOOOOOOOO ● Dispensável o uso de exames de imagem ou teste sanguíneos → úteis no DD das diversas formas de parkinsonismo 🩸 TC e RM podem ajudar quando há suspeita de formas de parkinsonismo vascular, secundário a traumatismo, hidrocefalia e tumor cerebral→ quando o diagnóstico clínico não é tão claro ● RM de alta resolução, 3T, em sequências com maior sensibilidade à neuromelanina → identificação do nigrossomo-1 (não visível na DP e outras doenças degenerativas parkinsonianas pq ocorre degradação da substância negra) → ajuda a identificar síndromes parkinsonianas degenerativas de outros diagnósticos (ex.: tremor essencial e parkinsonismo medicamentoso) ○ Pcts com outros diagnósticos que não envolvam degeneração da via dopaminérgica da substância negra têm nigrossomo-1 preservado e apresentam sinal da “cauda da andorinha” Exames complementares ● Pesquisa de hiperecogenicidade da substância negra com Doppler transcraniano→ pode ser encontrado em até 10% dos pcts sem a doença) ● TC por emissão de pósitrons (PET) e TC por emissão de fóton único (SPECT) ● SPECT é mais barato que o PET → substância marcada com isótopo radioativo liga-se à proteína transportadora pré-sináptica (DAT) → papel 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA fundamental na recaptura de dopamina recém-liberada na fenda sináptica → ideia da quantidade de terminais dopaminérgicos funcionantes no estriado; ○ Na DP, há uma progressiva redução desses terminais ○ A observação dessa redução torna improvável o diagnóstico de tremor essencial e de causas psicogênicas, MAS essa redução não é exclusividade da DP → pode ocorrer em outras formas de Parkinsonismo, como paralisia supranuclear progresiva, atrofia de múltiples sistemas e parkinsonismo vascular Normal e alterado 🥇 O padrão-ouro para o diagnóstico definitivo é o exame neuropatológico!! MDS - Movement Disorder Society Critérios diagnósticos → bradicinesia + tremor ou rigidez → resposta à terapia dopaminérgica (ausência de uma resposta observável à terapia de alta dose de levodopa > 1000 mg por dia em paciente com pelo menos uma gravidade moderada de parkinsonismo = difícil diagnóstico de DP 🚨 Para o parkinsonismo ser considerado do DP deve ter critérios de suporte e não ter os critérios de exclusão absolutos! Suporte ● Resposta ao tratamento com levodopa → resposta dramática, o tremor pode não apresentar melhora significativa com levodopa, mas a bradicinesia e a rigidez devem melhorar. ● Presença de discinesia induzida por levodopa ● Tremor em repouso de um membro (geralmente unilateral no início), documentado em exame clínico anterior ou atual ● A presença de perda olfatória ou denervação simpática cardíaca na cintilografia com metaiodobenzilguanidina (MIBG, iobenguano I-123). Exclusão ● Diagnóstico de variante comportamental provável de demência frontotemporal ou afasia progressiva primária nos primeiros 5 anos de doença ● Características parkinsonianas restritas aos membros inferiores há mais de três anos; ●Tratamento (atualmente ou no último ano) com um bloqueador do receptor de dopamina ou um agente depletor de dopamina em uma dose e curso de tempo consistente com parkinsonismo induzido por drogas; ● Ausência de resposta observável à levodopa em altas doses, apesar da gravidade moderada da doença. ● Perda sensorial cortical inequívoca (ou seja, agrafestesia, astereognose com modalidades sensoriais primárias intactas), apraxia ideomotora clara dos membros ou afasia progressiva ● Neuroimagem funcional normal do sistema dopaminérgico pré-sináptico pelo DaTscan e PET ● A documentação de uma condição alternativa conhecida por produzir parkinsonismo e plausivelmente conectada aos sintomas do paciente, ou o clínico avaliador especialista, com base na avaliação diagnóstica completa, pensa que uma síndrome alternativa é mais provável do que a DP. 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Red flags ● São sinais potenciais de patologia alternativa, embora com especificidade baixa ou incerta → argumentam contra um diagnóstico de DP ● Progressão rápida do comprometimento da marcha exigindo o uso regular de cadeira de rodas dentro de cinco anos após o início. ● Ausência completa de progressão de sintomas ou sinais motores ao longo de cinco anos ou mais, a menos que a estabilidade esteja relacionada ao tratamento. ● Disfunção bulbar precoce→ disfonia grave ou disartria (fala ininteligível na maioria das vezes) ou disfagia grave (requer alimentos moles, alimentação por sonda nasogástrica ou alimentação por gastrostomia) nos primeiros cinco anos. ● Disfunção respiratória inspiratória → estridor inspiratório diurno ou noturno ou suspiros inspiratórios frequentes. ● Insuficiência autonômica grave nos primeiros cinco anos de doença, podendo hipotensão ortostática, retenção urinária grave ou incontinência urinária nos primeiros 5 anos de doença que não seja simplesmente funcional ● Quedas recorrentes (mais de uma vez por ano) devido ao equilíbrio prejudicado dentro de três anos após o início. ● Anterocollis desproporcional (flexão involuntária do pescoço) ou contraturas da mão ou dos pés nos primeiros 10 anos. ● Ausência de qualquer uma das características não motoras comuns da DP, apesar dos cinco anos de duração da doença. ● Sinais do trato piramidal inexplicados de outra forma, definidos como fraqueza piramidal ou hiperreflexia patológica clara (excluindo assimetria reflexa leve e resposta plantar extensora isolada). ● Parkinsonismo simétrico bilateral. O paciente ou cuidador relata o início bilateral dos sintomas sem predominância lateral, e nenhuma predominância lateral é observada no exame objetivo. Como aplicar o MDS? → distingue a DP clinicamente estabelecida e DP clinicamente provável ● DP clinicamente estabelecida: ○ Presença de parkinsonismo ○ Nenhum critério de exclusão absoluto ○ Pelo menos dois critérios de suporte ○ Sem bandeiras vermelhas ● DP clinicamente provável : ○ A presença de parkinsonismo ○ Nenhum critério de exclusão absoluto ○ A presença de bandeiras vermelhas deve ser contrabalanceada por critérios de apoio→ um tem que excluir o outro, mas não são permitidas mais de duas bandeiras vermelhas Principais mudanças em relação ao critério de Banco de Cérebro do Reino Unido: ● Instabilidade postural não faz parte da síndrome parkinsoniana que deve ser identificada no início da DP, por isso foi retirada do critério ● Demência independente do período de início em relação ao começo dos sintomas parkinsonianos não é critério de exclusão para DP neste critério, o que cria um novo espectro de DP – demência de Lewy. ● Hiposmia e desnervação simpática na cintilografia com metaiodobenzilguanidina (MBIG) foram incluídos como critérios de suporte ● A ausência de sintomas não motores é considerado red flag ● Neuroimagem funcional normal do sistema dopaminérgico pré-sináptico é critério de exclusão ● Tabela c critérios do RU tão na ota página ○ Primeiro passo → diagnóstico de síndrome Parkinsoniana→ diagnóstico requer presença de bradicinesia + tremor de repouso ou rigidez → depois vc determina se a causa do parkinsonismo motor é a DP → requer a presença de critérios suporte e a ausência de critérios de exclusão ○ Segundo passo → red flags → sinais potenciais de patologia alternativa ○ Terceiro passo → critérios de suporte Fases diagnósticas Gatilho→ início do processo degenerativo Fase pré-sintomática → assintomático → aspectos motores e não motores , com anormalidades características em exames de neuroimagem funcional envolvendo vias dopaminérgicas → 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA técnicas específicas de SPCT ou PET/ sinais de desnervação dopaminérgica estriatal. Fase sintomática pré-motora → existem sinais e sintomas ñ motores ● Comuns→ depressão, constipação e perda de apetite ● Mais específicos → hiposmia na ausência de causa específica e DCR ● Pouco útil na prática clínica cotidiana → ñ são suficientes nem necessários para o diagnóstico de DP ● Formalmente ñ existe diagnóstico de DP sem sintomas motores ● Ausência de neuroproteção ● DP é temporal e fenomenologicamente muito maior que seus sinais cardinais motores clássicos Fase sintomática pré-diagnóstica → existe um sinal motor cardinal da doença, sem diagnóstico sindrômico e etiológico Diagnóstico da DP clássica ● Período de latência entre o início da degeneração da SN e a DP com manifestaçõe smotoras típicas → 5 anos 93-40 anos) ● Sinais cardinais motores DP → limiar de redução do conteúdo dopaminérgico estriatal secundário a degeneração da SN ○ 80% dopamina estriatal/60% perda neuronal nigral ● Perda neuronal exponencial ● Mecanismos compensatórios iniciais 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Tratamento Objetiva controlar os sintomas motores e não motores → nenhuma abordagem farmacológica ou cirúrgica evita comprovadamente a progressão da doença!! Não-farmacológico ● Autocuidado, exercícios, manter os músculos ativos, preservar a mobilidade e melhorar o equilíbrio ● Suporte psíquico para lidar com depressão, ansiedade Farmacológico ● Levodopa → Levodopa, mais comumente na forma de carbidopa-levodopa (Sinemet) ○ Benserazida → inibidor da DOPA descarboxilase engual carbidopa ● Agonistas da dopamina não ergot (DAs; pramipexol , ropinirol e rotigotina ) ● Amantadina→ antagonista do glutamato ● Quando tratar? Quando interfere na qualidade de vida! ○ Efeito da doença na mão dominante; ○ Grau em que a doença interfere no trabalho, nas atividades da vida diária ou na função social e de lazer ○ Valores e preferências do paciente em relação ao uso de medicamentos Sintomático ● Tto da fase inicial ● Tto da fase intermediária ● Tto da fase avançada com estratégias terapêuticas para flutuações motoras e discinesias ● Tto das complicações psiquiátricas → psicose, depressão ansiedade ● Tto disfunção cognitiva ● Tto distúrbios do sono ● Tto das disautonomias ● Indicações Cirúrgicas ● Medidas de reabilitação Stalevo→ levodopa/carbidopa/entacapona Levodopa ● Um dos principais problemas da levodopa é sua meia-vida curta→ 90 min ● Os preparados comerciais com levodopa vêm com drogas inibidoras da dopadescaboxilase do sangue periférico (carbidopa) → minimiza efeitos da dopamina no sangue periférico (hipotensão postural, náuseas, vômitos) e faz com que chegue mais levodopa no SNC ● Fases iniciais da DP→ uso bem-sucedido ● Uso de 2 a 4 doses diárias de levodopa permite estabilidade por 24h ● Resposta inicial é melhor → No início da doença, ainda restam alguns neurônios dopaminérgicos → com a administração da levodopa, parte dela será convertida em dopamina dentro dos neurônios e ficará armazenada em vesículas e outra parte é convertida fora do neurônio dopaminérgico e rapidamente utilizada no terminal sináptico ○ Com o avançar da doença, notamos a perda dos neurônios dopaminérgicos e a levodopa 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA administrada é convertida fora dos neurônios → menor tempode efeito → passa a ser o mesmo de sua meia-vida (90 min) → encurtamento do tempo de efeito (wearing-off) ○ No wearing-off ocorrem flutuações motoras → on-ff ou efeito ioiô ; ● Todas as outras medicações para Parkinson têm menor eficácia e maior tempo de meia-vida O que são flutuações? ● Reaparecimento dos sintomas do parkinsonismo em menos de 4h depois da última dose → deterioração de final de dose wearing-off → aos poucos, a duração do efeito benéfico diminui ainda mais e o estado “off” torna-se mais acentuado. ● Nos pacientes com flutuações, a magnitude da resposta de curta duração à levodopa pode aumentar porque a perda da RLD agrava os períodos “off” e os pacientes notam flutuações com mais facilidade, em razão da diferença mais marcante entre os estados “on” e “off”. ● Wearing-on → flutuações tornam-se mais abruptas em seu início e aleatórias em seu horário; esta condição é descrita então como efeito “on-off” e não pode ser relacionada com os horários da ingestão de levodopa. ● Ocorre devido ao baixo tempo de meia vida e lentidão para ser absorvida → evitar refeições volumosas junto da ingestão ● Como melhorar? Os agonistas de dopamina de ação direta, com suas meias-vidas biológicas mais longas que a da levodopa, podem ser combinados com a preparação de liberação imediata ou prolongada de levodopa. Os agonistas são úteis para tratar deterioração de final de dose (wearing-off) e fenômeno “on-off“ porque reduzem a frequência e a profundidade dos períodos “off” Legenda imagem → BHE: barreira hematoencefálica; COMT: catecolortometil-transferase; DDC: dopadescarboxilase; MAO: monoaminoxidas Como são as discinesias? ● Contrações musculares involuntárias que causam movimentos repetitivos ou de torção ● As formas graves como coréia, balismo, distonia ou combinações destas podem ser incapacitantes. A incidência e a gravidade aumentam com a duração do tratamento e a dose de levodopa, mas podem ocorrer precocemente nos pacientes com parkinsonismo grave. ● Tipos de acordo com os intervalos das doses ○ Discinesias de pico de dose → ocorrem no período de mais efeito antiparkinsoniano favorável (20 min a duas horas depois de uma dose) ○ Discinesias disfásicas → comumente afetam os membros inferiores e ocorrem no início e no final do ciclo de doses.→ Em muitos casos podem ser percebidas pelo paciente principalmente no final do período entre as 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA doses, misturando-se com o tremor que ocorre durante o estado “off” ○ Distonia “off” →pode ser evidenciada por cãibras dolorosas e prolongadas → pode ser percebida primeiramente como “distonia das primeiras horas da manhã”, que causa cãibras dolorosas nos pés → sintomas são aliviados pela próxima dose de levodopa. ○ Ocorrem nos pacientes com flutuações e alguns podem passar rapidamente das discinesias graves da dose de pico para períodos graves em “off”→ fenômeno de ioiô ● Como melhorar? ○ A amantadina pode reduzir a gravidade das discinesias, mas é necessário usar uma dose mínima de 40 mg/dia e não se sabe por quanto tempo este efeito benéfico pode persistir. ○ O tratamento das discinesias de pico de dose também inclui reduzir cada dose de levodopa Tto de acordo com estágio Inicial→ primeira escolha ● IMAO-B → selegilina/rasagilina → rasagilina é melhor para o sintomas e tem menos EA! ○ Pode ser usada em monoterapia (fase inicial) ou em associação à levodopa (fase + avançada) → ajuda a controlar o wearing-off ● Agonistas dopaminérgicos ñ ergolínicos → pramipexol VO/ rotigotina adesivo transdérmico→ perde, em eficácia, apenas para a levodopa → porém tem mais efeitos adversos ○ Ropinirol foi retirado do mercado brasileiro e pramipexol é o agonista + usado ● Levodopa → sim ou não?????? Pcte que necessitam de melhor controle motor, usar baixas doses ● Anticolinérgicos → eficazes na melhora da função motora em monoterapia ou em associação ○ Efeitos adversos ○ Ação mais limitada ao tremor ● Inibidores da COMT → entacapona e tolcapona → O uso só faz sentido quando em conjunto com a levodopa → podem ser usados na fase avançada com flutuações motoras ● Antiglutamatérgicos → amantadina → pode ser útil no controle das discinesias em fases mais avançadas da doença → efeito limitado e de curta duração → taquifilaxia ● Anticolinérgicos→ biperideno e triexifenidil 🚨 Os anticolinérgicos, a selegilina e a amantadina são as drogas com menor capacidade para reverter a sintomatologia parkinsoniana, mas podem ter um papel útil no tratamento! → São pouco usados e ñ são 1ª linha ● Anticolinérgicos vêm sendo cada vez menos utilizados → apesar de serem bons para o tremor e rigidez, têm muitos efeitos adversos → retenção urinária, constipação intestinal, xerostomia e turvação visual ○ Em pcts > 60 anos ou com déficit cognitivo→ delírios e alucinações e aumentam o risco de demência na DP avançada Fase intermediária ● Levodopa → iniciar com doses baixas e aumentar conforme status funcional do indivíduo ● IMAO-B + agonistas dopaminérgicos + ICOMT + amantadina Fase avançada ● Polifarmácia ● Tto das flutuações motoras e discinesias ○ Levodopa fracionada, reduzindo intervalo entre as doses ○ Redistribuição da dieta proteica → competição com aa ○ Flutuações motoras → AD ñ ergolínicos + L-dopa ○ Redução do período off→ entacapone ○ Rosagilina Tratamento farmacológico pode ser postergado até que os sintomas fiquem mais acentuados ● Uso de Selegilina→ produz efeito sintomático suave e pode retardar o uso de levodopa por um intervalo médio de 9 meses→ menos ocorrência do fenômeno de congelamento → causa poucos efeitos adversos quando é utilizada sem levodopa, mas quando é administrada com este último fármaco, acentua o efeito dopaminérgico, permitindo reduzir a dose de levodopa e contribuindo para as discinesias e alucinações induzidas pelo agente dopaminérgico Pacientes < 50 anos devem utilizar a estratégia de preservação da levodopa (evitar seu uso e usar outros anti-parkinsonianos) ● Agonistas dopaminérgicos ○ Bromocriptina 1,25 mg ○ Pramipexol 0,125 mg ○ Ropinirol 0,25 mg ○ O melhor esquema posológico é uma dose pequena à hora de deitar durante os primeiros 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 3 dias e, em seguida, alterar a hora da administração da noite para o dia com a mesma dose nos dias subsequentes ● Rotigotina é o mais utilizado ● A pergolida atua nos receptores D1 e D2 de dopamina. ● A bromocriptina é um antagonista D1 parcial ● Pergolida, pramipexol e ropinirol também atuam nos receptores D3 de dopamina, mas não está claro qual efeito isso tem na prática clínica e é possível que a razão D2/D3 seja fundamental à patogenia dos problemas de controle dos impulsos, que ocorrem com esses fármacos. Todos os três parecem ser igualmente eficazes na DP; a bromocriptina parece ter efeito antiparkinsoniano mais fraca Quando iniciar levodopa? No início do tratamento leva-se em conta idade do paciente, grau de comprometimento, dependência financeira da família e se o pct ainda trabalha → Podemos postergar o início do tto com levodopa em pcts entre 60-70 anos. Mas inicio se: ● Incapacidade significativa ou vida profissional ativa ● Pct mais velho ou com algum grau de comprometimento cognitivo ● Com progressão da doença → + associar com outros antiparkinsonianos ● Fase inicial → não ultrapassar 300 a 400 mg/dia → risco de discinesias e flutuações motoras precocemente! 🔐 Uma abordagem segura é iniciar com meio comprimento de 100/25 mg de levodopa/carbidopa 1 vez/dia.→ Essa dose deve ser mantida por 1 semana e aumentada em meio comprimido a intervalos semanais. Na sexta semana, deve-se atingir a dose de manutenção de 100/25 mg 3 vezes/dia. Outras situações→ faço ou não a levo? ● Pcts jovens com quadro sutil → sem indicação de levodopa → podemos iniciar com IMAO B ou com agonistas dopaminérgicos ● No wearing-off podemos, de início, fracionar as doses → se pct tomava 1 cp 3x/d, pode passara tomar meio cp 6x/d → depois podemos associar a inibidores da COMT ou pramipexol ● Nas discinesias→ adicionar amantadina ● Recomenda-se que os pacientes tomem os comprimidos da levodopa longe das refeições, especialmente das de alto conteúdo proteico ● Bloqueios motores dificilmente melhoram com terapia farmacológica → podem melhorar com aumento da dose de levodopa ou com adição de rasagilina ao tto→ manobras mentais para retirar os pés do solo (contar até 3 e tirar o pé do chão) ou colocar um obstáculo na frente do pct para que ele possa transpô-lo Como é o tratamento da depressão? → evidência com o uso de nortriptilina, mas usa-se mais ISRS ou duais → sertralina, escitalopram e venlafaxina; Demência → pode ser manejada adequadamente com anticolinesterásicos (rivastigmina) → ocorrência de alucinações e delírios é frequente nesta fase → podemos adicionar quetiapina ou clozapina; Deep brain stimulation → O implante de DBS no núcleo subtalâmico ou globo pálido interno ● Objetivos: ○ Reduzir a gravidade dos períodos off ○ Aumentar o tempo on ○ Diminuir discinnesias ○ Supressão de tremor refratário ao tto ○ Melhora no desempenho das atividades de vida diária ● NÃO É CURATIVA E NEM INTERROMPRE PROGRESSÃO!!!!! ● Estão indicados para pacientes com DP há mais 4 anos, que estejam com esquema farmacológico otimizado e, ainda assim, permanecem com flutuações e discinesias incapacitantes, que não apresentem depressão grave ou demência→ custo elevado ○ Paciente jovem, funcionalmente ativo e sem comprometimento cognitivo ● Tem-se priorizado a fisioterapia nos pacientes com queixas de postura, equilíbrio e marcha, pois são sintomas mais resistentes ao tratamento farmacológico ● Pcts têm melhor resposta ao tto com 4 a 5 anos de doença (dps disso, vêm as discinesias e flutuações motoras), mas conseguem manter funcionalidade; com 10 anos de doença → maior risco de demência e declínio motor, pct fica total ou parcialmente dependente de um cuidador 🚨 75% dos pacientes têm complicações graves depois de 5 anos em tratamento com levodopa!! 16 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Síndromes Parkinsonianas ● 86% dos casos de parkinsonismos são de DP Sinais de alerta ● Resposta terapêutica pobre a levodopa nos estágios iniciais da doença ● Instabilidade postural e quedas precoces ● Sinais de disautonomia no início do quadro ● Presença de sinais oculares ● Sinais de doença simétrica ● Alucinações visuais precoces Diagnóstico de parkinsonismo ou de síndrome Parkisoniana → presença de ao menos 2 dos 4 sintomas cardinais → bradicinesia + tremor de repouso ou rigidez e instabilidade de postura e de equilíbrio Principais causas Doenças neurodegenerativas ● Doença de Parkinson (principal) ● Parkinsonismo atípico (plus): ○ Paralisia supranuclear progressiva → + comum ■ Sinal do aplauso ○ Atrofia de múltiplos sistemas ■ Pode predominar sintomas de Perkinson ou de cerebelo ○ Degeneração corticobasal gangliônica ■ Mão alienígena ■ Paciente desconhece um lado do corpo → AVC da região parietal direita ○ Demência de Lewy ○ Parkinsonismo ligado a doença de Alzheimer ● Demência com quadro extrapiramidal 17 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Doença de Huntington ● Doença deWilson ● Neurodegeneração associada à deficiência de pantotenato-quinase Alteração estrutural do SNC ● Múltiplos infartos cerebrais ● Calcificação de núcleos da base→ síndrome de Fahr ● Hidrocefalia ● Hematoma subdural ● Lesão traumática ou anóxica do encéfalo ● Intoxicação exógena: ○ Monóxido de carbono ○ Manganês ○ MPTP ○ Metanol ○ Dissulfeto de carbono Induzido por medicamentos ● Neurolépticos, antieméticos/procinéticos → metoclopramida, cisaprida, bromoprida; depletores dopaminérgicos: tetrabenazina, reserpina ● Bloqueadores de canal de cálcio → cinarizina, flunarizina Secundário Diferentemente das síndromes parkinsonianas, são provocadas por agentes conhecidos! ● Medicamentos, drogas, distúrbios metabólicos ou patologias do SNC Cada forma de parkinsonismo tem uma conduta terapêutica distinta: ● Complexo Aids-demência afeta a maioria dos pcts com Aids → alterações das funções cognitiva, comportamental e motora ○ Embora a manifestação motora possa ser caracterizada como síndrome parkinsoniana, o surgimento precoce de transtorno cognitivo + outros sinais neurológicos, como a síndrome piramidal e sorologia confirmatória descarta o diagnóstico de DP ● Drogas bloqueadoras dopaminérgicas podem induzir ou agravar uma síndrome parkinsoniana → bloqueio dos receptores pós-sinápticos da dopamina (neurolépticos, antieméticos, flunarizina, cinarizina) e depleção dos estoques de dopamina nas vesículas pré-sinápticas 18 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA (reserpina, tetrabenazina) → suspensão da droga é acompanhada de resolução dos sintomas ● Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) + fatores predisponentes (neurolépticos, lítio, TCE, AVC) propiciam surgimento ou agravamento de sinais de parkinsonismo ○ Substrato neuroquímico → núcleo dorsal da rafe emite projeções serotoninérgicas para o estriado, com colaterais para a substância negra → efeito inibitório no sistema dopaminérgico ● Pesticidas (paraquat, diquat, organofosforados) e toxinas (manganês, monóxido de carbono, CS2, cianeto e metanol) → histórico de exposição a esses agentes + envolvimento de outras estruturas além do sistema extrapiramidal + RNM do cérebro com alteração de sinal nos núcleos da base → sugestivo de intoxicação por esses agentes! ● Parkinsonismo vascular → instalação aguda ou rápida progressão, alteração simétrica da marcha, ausência de resposta ao tratamento com levodopa e acometimento mais importante e mais grave e em MMII → Outros sintomas prevalentes são a presença de instabilidade postural, quedas frequentes, demência, sinais piramidais, paralisia pseudobulbar (problemas com expressão facial, deglutição e fala), incontinência urinária e tremor postural e a hipertonia, no AVC, é elástica; alterações na RM → lesões em substância branca periventricular, múltiplos infartos e isquemia de núcleos da base ● Hidrocefalia de pressão normal → envolvimento motor predominando em MMII → distúrbio de marcha com base alargada e preservação do movimento passivo dos braços → exames de imagem revelando hidrocefalia desproporcional à atrofia cerebral; Hidrocefalia com hipertensão intracraniana → parkinsonismo + sinais de hipertensão intracraniana (cefaleias, vômitos, diplopia, papiledema) ● Demência pugilística após múltiplos TCE → síndrome parkinsoniana e outros sinais neurológicos ● Hipotireoidismo e hiperparatireoidismo → (letargia e lentidão de movimentos no hipotireoidismo) descartamos DP com resultados laboratoriais, resposta ao tto do distúrbio metabólico e exame neurológico cuidadoso (vemos, p. ex., que não há marcha parkinsoniana) ● Lesões estruturais que exercem efeitos de massa no estriado e no mesencéfalo → causas raras de parkinsonismo (ex.: meningioma, tumores de SNC) → exames de imagem Parkinsonismo farmacológico ● Fatores de risco: ○ Envelhecimento ○ Sexo feminino ○ Potência antidopaminérgica ○ Duração do uso de medicamentos causadores ○ Sinais extrapiramidais pré-existentes ○ Predisposição familiar ou genética ● Fármacos ○ Neurolépticos → haloperidol, flufenazina, clorpromazina, levomepromazina, primozina ○ Neurolépticos atípicos → risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol ○ Antieméticos → metoclopramida, bromoprida, cisaprida ○ Antidepressivo → sulpirida, tiaprida, fluoxetina ○ Bloqueadores dos canais de cálcio → cinarizina, flunarizina, verapamil ○ Antiepilépticos→ valproato de sódio ○ Miscelâneas → carbonato de lítio, ciclosporina, amiodarona, metildopa, anfotericina B ● Sintomas ○ Rigidez muscular → 80% → bilateral simétrica do pescoço, do tronco e das extremidades ○ Tremor de repouso → simétrico e generalizado ○ Discinesias orofaciais ○ Instabilidade postural ○ Depressão ● Cercade 70% dos pctes melhoram após 6-18 meses da retirada do medicamento causador ● 15% pode permanecer com os sintomas ● Terapia antiparkinsoniana pode ser realizada por 3-6 meses ○ Amantadina ○ Anticolinérgico→ biperideno ou trixifenidila parkinson-plus ou parkinsonismo atípico Consiste no grupo de doenças neurodegenerativas que cursam com parkinsonismo e outras manifestações neurológicas ● É um subgrupo do parkinsonismo secundário ● Doenças que se assemelham ao Parkinson idiopático, mas não respondem bem à terapia repositora de dopamina 19 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Sinais de alarme: ● Parkinsonismo sem resposta à levodopa ● Incoordenação motora ● Surgimento precoce de comprometimento cognitivo ● Alteração de movimentos oculares ● Distonias ● Disautonomias ● Disfunção bulbar Principais doenças: ● Paralisia supranuclear progressiva ● Atrofia de múltiplos sistemas ● Degeneração corticobasal ● Demência com corpos de Lewy Paralisia supranuclear progressiva→ PSP ● Atinge indivíduos a partir dos 40 anos ● Prognóstico mais grave e incapacitante ● 6-7 casos por 100 mil habitantes ● Predomina em homens a partir da sexta década ● Atrofia do mesencéfalo dorsal, globo pálido e núcleo subtalâmico, despigmentação da substância negra, e dilatação discreta do terceiro e quarto ventrículos e aqueduto. ● Sobrevida de 5,8 anos ● Taupatia→ formas anormais de proteína TAU ● Oftalmoplegia supranuclear, distúrbios da visão, distúrbios cognitivos, Parkinsonimo bilateral, rigidez axial, disfgaia, face pasmado, preocupado, impressionado” (contrai o m. frontal p melhorar visão) ● Sintomas motores do tipo instabilidade postural com quedas frequentes (p/trás), bradicinesia, rigidez muscular, distonias, síndrome pseudobulbar com disartrofonia e disfagia ● Comprometimento cognitivo na função executiva, de atenção e de comportamento → sobrepuja amnésica e de linguagem ● Tremor de repouso não está presente ● Predomínio de rigidez, bradicinesia e de alterações de equilíbrio ● Paralisia de movimento ocular vertical (comum para baixo) + distonia cervical para trás (retrocolo) → característico da PSP ● Blefaroespasmo (distonia da musculatura peripalpebral) e apraxia da abertura do olhar (dificuldade em abrir os olhos) após solicitar para fechá-los ● Alteração das funções executivas frontais e apatia proeminente ● Sinal do aplauso → perseveração de movimentos automáticos ● Há alteração de múltiplas vias neurais, entre elas, dopaminérgicas, colinérgicas, gabaérgicas e adrenérgicas ● Diagnóstico→ clínica + exclusão de outras causas ○ Avaliar disfunção motora ocular; instabilidade postural; alterações cognitivas; acinesia ○ PSP classificada em: PSP definida, PSP provável, PSP possível e PSP sugestiva 20 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Elaborados critérios clínicos para o diagnóstico de PSP, com foco no tipo fenotípico mais comum, conhecido como a síndrome de Richardson ○ Diagnóstico correto leva em torno de 4 anos ● Critérios diagnósticos ● RM → atrofia de mesencéfalo com “sinal do beija-flor” ao corte sagital ou mickey mouse no coronal ● Tratamento ○ 20 a 30% dos pcts respondem à levodopa ○ Uso de antidepressivos e neurolépticos → depressão e transtornos comportamentais; ○ A aplicação de toxina botulínica pode melhorar parcialmente as manifestações distônicas dos pacientes, como retrocolo, blefaroespasmo e apraxia da abertura do olhar; fisioterapêutica e fonoaudiólogo 21 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Atrofia de múltiplos sistemas ● Início dos sintomas na 6ª década de vida ● Combinação de Parkinsonismo, ataxia cerebelar (comprometimento da coordenação) e disfunção autonômica ○ A combinação predominante é parkinsonismo e disfunção autonômica ● Parkinsonismo é simétrico e de curso rapidamente progressivo ○ Sinal + frequente → alteração de equilíbrio e de postura ● Tremor de repouso clássico não é comum → quando presente, acomete as duas mãos e o mento ● Manifestações cerebelares → ataxia de marcha e fala escandida (disfonia e disartria) ● Disautonomia (problemas autonômicos) → hipotensão ortostática, constipação intestinal, incontinência urinária e disfunção erétil ○ Os sinais costumam ser muito precoces e podem anteceder em alguns anos as alterações motoras ● A apresentação clínica mais comum em homens é a impotência sexual e nas mulheres é a incontinência urinária!! ● Quedas são muito frequentes e precoces na instalação da doença → ataxia cerebelar e tontura e desfalecimento ocasionada pela redução da pressão arterial ● Transtornos do sono (como distúrbio comportamental do sono REM) e apneia obstrutiva → costumam anteceder ● Diagnóstico é clínico → baixa ou nenhuma resposta à levodopa pode ajudar a diferenciar da DP ● Quando suspeitar? ○ Doença progressiva, com disfunções autonômicas (disfunção erétil, incontinência urinária, hipotensão ortostática), apresentando parkinsonismo ou quadro cerebelar com baixa ou nenhuma resposta à levodopa ● Curso inicial com levodopa é essencial para fazer diagnóstico diferencial com DP ● A recomendação de laxantes é obrigatória para a maioria dos pcts!!! ● Tadalafila e sildenafila pode ajudar na disfunção erétil no início da doença ● Fisioterapia e fonoterapia Degeneração corticobasal ● Manifestações laterais e muito assimétricas de Parkinsonismo ● Grave disfunção cognitiva progressiva que acomete os pcts desde o início da doença ● Há levitação involuntária de uma das mãos e a presença de movimentos, nesse mesmo membro, não percebidos e negligenciados pelo paciente ● Pcts com DCB evoluem para demência grave e não responsiva aos anticolinesterásicos ● Não há resposta à levodopa ou a qualquer outra classe terapêutica ● Sobrevida média de 6 a 7 anos após o início dos primeiros sintomas 22 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Atrofia fronto parietal assimétrica Demência com corpos de Lewy ● Comprometimento cognitivo, sintomas psiquiátricos (alucinações, alterações de comportamento, apatia, depressão e ansiedade), neurológicos (parkinsonismo, distúrbios do sono, falência autonômica) e clínicos (síncope, hipotensão postural, quedas, incontinência urinária, constipação intestinal) ● Variações marcantes no estado de alerta e de atenção, na função cognitiva ou na execução de atividades de vida diária em período de dias, horas ou mesmo minutos → FLUTUAÇÕES ● Tremor é um achado pouco comum e costuma ser de leve intensidade→ difere da DP idiopática ● O diagnóstico de DCL exige que os sintomas de demência precedam ou ocorram simultaneamente ao parkinsonismo ● Quando o período entre o início do quadro parkinsoniano e o surgimento de sinais de demência é superior a 1 ano→ pct diagnosticado com DDP Demência Associada à Doença de Parkinson O diagnóstico baseia-se na “regra empírica do 1 ano” → surgimento de demência 1 ano após o desenvolvimento de sinais de parkinsonismo→ se for menos de 1 ano é DCL ● A demência por doença de Parkinson ocorre em fases mais tardias da doença Quadro clínico ● Alterações motoras antecedendo o declínio cognitivo são específicas da DP idiopática ● Alterações motoras: bradicinesia, rigidez, marcha parkinsoniana, alteração dos reflexos posturais, tremor de repouso ● Boa resposta à terapia com levodopa ● Na DDP temos o acometimento mais frequente das funções visuoespaciais, executivas e da atenção ● Alterações de memória, de linguagem e orientação vão surgindo à medida que a doença progride ● Sintomas neuropsiquiátricos podem estar presentes→ apatia, depressão, mudança de personalidade, alucinações visuais, delírio, sonolência diurna excessiva e TCR ● Para diagnóstico de DDP, é necessário haver confirmação objetiva de declínio de ao menos 2 domínios cognitivos (memória não obrigatório), como confirmação de comprometimento funcional em entrevista com familiar ou cuidador ● Flutuações são menos comuns que na DCL, mas déficits de atenção auditiva e visual são mais frequentes ● Alteraçõesno núcleo olfatório anterior ocorrem nas fases iniciais da doença → podem levar à hiposmia ou anosmia → pode anteceder em anos o surgimento das alterações motoras clássicas Diagnóstico ● Parkinsonismo deve se apresentar previamente ao quadro demencial ● DP deve estar associada ao declínio cognitivo global, com prejuízo de dois ou mais domínios cognitivos (atenção, função executiva, habilidade, visuoconstrutiva e memória) ● Comprometimento cognitivo deve ser grave o suficiente para impactar nas AVD (comprometimento funcional) ● Comprometimento cognitivo → MEEM < 26, para indivíduos com escolaridade > ou = a 8 anos ● Atenção → teste da subtração do 7 a partir do 100 ou falar os meses do ano ao contrário (positivo se errar 2 cálculos ou mais; omitir 2 meses ou mais ou tempo de teste > 90 s, respectivamente) ● Função executiva → fluência verbal fonêmica e teste do relógio ● Visuoconstrutiva → desenho dos pentágonos no MEEM ● Memória→ evocação de 3 palavras 23 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 24
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