Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LEISHMANIOSES LEISHMANIOSES LEISHMANIOSES é um espectro de doenças produzidas por Leishmania sp. Cuja manifestação clínica varia de infecção assintomática á morte. LEISHMANIOSES • Intimamente relacionada a pobreza e cresce com o aumento da desigualdade social. • Para a Organização Mundial de Saúde,é um grave problema de saúde pública. • Faz parte de doenças negligenciadas pela as agências de financiamento de pesquisa. LEISHMANIOSES • Transmitidas ao homem e outros mamíferos. • Picada de insetos hematófagos do gênero Lutzomya e Phlebotomus. Nota:- 20 a 30 espécies , causam infecção em humanos. - popular: mosquito-palha • O ressurgimento de doenças transmitidas por mosquitos pode ser um dos efeitos do aquecimento global, diz o infectologista e professor da Unifesp Paulo Olzon. Leishmanias vistas ao microscópio • Flebótomo transmissor • Lutzomyia nas Américas. • Phlebotomus na África, Europa e Ásia. • “Mosquito palha”, “Birigui”. • A doença é transmitida por insetos que são pequenos, se reproduzem e vivem em solo úmido em áreas de matas ou florestas. • Regiões tropicais e temperadas (20 a 30graus). • Ovo- adulto: 4 a 7 semanas ( vive 15 a 30 dias). • A fêmea se alimenta de sangue no entardecer/noite. • Vôo curto (até 100m), baixo. LEISHMANIOSES - Apresentam duas formas evolutivas : Amastigota (vertebrado) é intracelular e sem movimentos, têm corpo ovóide, medindo entre 2,1 e 3,2mm e flagelo interno. Promastigota (invertebrado), flagelada e extracelular, apresentam corpo alongado, medindo entre 14 e 20mm e flagelo livre. LEISHMANIOSES • Os flebótomos ao se alimentar do animal contaminado, se infecta com formas amastigotas.Sua transformação em promastigotas infectantes se processa em torno de 5 a 7 dias. O vetor, ao se alimentar novamente, pica e injeta saliva contaminada com as formas infectantes (promastigotas), estas se ligam a receptores de macrófagos e são fagocitados. O patógeno diminui de tamanho e perde o flagelo e volta a forma amastigota.Multiplicando-se e podendo infectar outros macrófagos. Etiologia Identificação e classificação complexa e controversa. Múltiplos métodos de classificação. Etiologia • Caracteres: biológicas (relação da espécie vetora) Imunológicas(determinações de sorotipos) genéticas e bioquímicas(por izoenzimas) • Distribuição geográfica. • Características clínicas da infecção em humanos. Gênero Leishmania • Tipos de infecção ao homem: ❖ Leishmaniose visceral • associada: L.donovani (África) L.chagasi (América do Sul e Central) Leishmaniose visceral • Epidemiologia : -Típica de áreas tropicais; -Endêmica em várias regiões do mundo(Índia). - América Latina(Colômbia Venezuela, Bolívia) Leishmaniose visceral - Brasil: 90% dos casos das Américas, sendo Bahia, Ceára,Maranhão,Pernambuco,Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe maioria de casos. • Após o primeiro caso catarinense de leishmaniose visceral em humanos, registrado em Florianópolis na primeira quinzena de agosto de 2017 segundo Mário Steindel, a Secretaria Municipal de Saúde realizou testes em cães no local onde um homem de 53 anos foi contaminado. Entre os 99 cães examinados, mais de 10 foram confirmados com leishmaniose visceral canina (LVC). Nota: acúmulo de lixo e presença de vegetação, podem ser locais de criação do mosquito-palha. Além disso, as fêmeas precisam se alimentar de sangue para produzir ovos. Leishmaniose visceral Principais reservatórios são: raposas, cães, gambás. Leishmaniose visceral Parasitam células do sistema fagocítico monocitário. Macrófagos, célula de kupfer no fígado,baço e medula óssea. Espectro clínico que vai das formas assintomáticas á doença grave com letalidade de 95% nos casos não tratados. Nota: áreas endêmicas a proporção é de 1 caso sintomático para cada 6 assintomáticos. Leishmaniose visceral Enfermidade infecciosa generalizada com: • Febre , • Hepatoesplenomegalia acentuada, • Perda de peso, • Anemia. Gênero Leishmania • Doença cutânea e cutaneo-mucosa: • L. tropica • L.major • L.mexicana • L.brasiliensis • L.guyanensis • L.aethiopica • L.infantum Gênero Leishmania ❖ Leishmaniose Tegumentar Americana/cutâneo-mucosa/úlcera de Bauru/ferida brava. Espectro de manifestações clínicas a infecção subclínicas. É uma enfermidade polimórfica da pele e mucosas. A lesão corresponde ao ponto de inoculação(leishmaniose infecção) inicia-se por edema eritema e lesão e lesão papulopustulocrostosa. Lesões ulcerosas indolores ,únicas ou múltiplas(forma cutâneo simples). Lesões cutâneo-mucosas(forma cutâneo-mucosa afetam regiões nasofaríngeas). Leishmaniose Tegumentar Americana Formas clínicas: • Cutânea : - mais comum/1-200 lesões na pele; -período de incubação 21 dias. Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) • A doença humana é caracterizada por úlcera cutânea, única ou múltipla, cuja principal complicação é a metástase por via hematogênica, para as mucosas do nasofaringe, com destruição desses tecidos. Presença de úlcera na mucosa nasal, com perfuração ou perda do septo nasal, podendo atingir lábios e boca (pálato e nasofaringe). Leishmaniose Tegumentar Americana • cutânea difusa: produz lesões de pele disseminadas e crônicas semelhantes a da hanseníase. Leishmaniose Tegumentar Americana • Ocorre primariamente em mamíferos (pequenos roedores,preguiça tamanduás,gambás e outros). • A infecção nestes animais reservatórios tende a ser benigna, assintomática e inaparente. • O homem e os animais domésticos podem funcionar como reservatórios. Leishmaniose Tegumentar Americana Brasil dois padrões epidemiológicos ✔ Áreas de colonização recente(surtos epidêmicos): regiões pioneiras associadas a aberturas de estradas e povoados com derrubadas de matas.Reservatórios animais silvestres(tamanduá). ✔ Áreas de colonização antiga (endêmico):pereferia de centros urbanos e zonas rurais já desmatadas.Não há associação com desmatamento. Reservatórios animais domésticos( cães) e o próprio homem. Leishmaniose Tegumentar Americana • Parasitam células do sistema fagocítico monocitário. Macrófagos e monócitos na pele e mucosas. Observação: se multiplicam em macrófagos localizados na pele ou em mucosas por divisão binária, determinando a morte da célula hospedeira. Distribuição geral no mundo • Estima-se a existência de 12 milhões de casos no mundo.Dois milhões de casos novos a cada ano e 350 milhões de pessoas estão sob risco. Distribuição geográfica dos casos autóctones de LTA diagnosticados no Laboratório de Protozoologia entre 1993 a março de 2007. 1- Irati (antigo Quilombo) (3) 2- Coronel Freitas (8) 3- Maravilha (1) 4- Chapecó (3) 5- Aurora (2) 6- Lontras (1) 7- Nova Trento (1) 8- Blumenau (77) 9- Luís Alves (3) 10- Balneário Barra do Sul (1) 11- Piçarras (17) 12- Penha (1) 13- Balneário Camboriú (20) Camboriú (3) Itajaí (3) 14- Itapema (20) 15- Massaranduba (4 ) 16- Rio do Oeste (1) 17- Jaraguá do Sul (10 ) 18- Corupá (4 ) • Segundo Mário Steindel (2017), a expansão das leishmanioses vem sendo observada nas últimas décadas e tendência a urbanização da doença. • Fatores: • relacionados a atividades antrópicas (desmatamento, construção de habitações em áreas de borda de mata, expansão urbana sem controle, etc), • além de possíveis efeitos decorrentes de mudanças climáticas. • A leishmaniose visceral pode ser considerada o novo ‘pesadelo’ para a saúde pública nas próximas décadas. Os profissionais de saúde devem incluir a leishmaniose visceral no diagnóstico diferencial de pacientes com febre, emagrecimento Mário Steindel (2017).“A lei sh m an io se vis ce ral po de se r co ns id er ad a o no vo ‘p es ad el o’ pa ra a sa úd e pú bli ca na s pr óx im as dé ca da s. Diagnóstico Resultado de uma composição de dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Leishmaniose Tegumentar Americana • Diagnóstico Clínico História clínica e epidemiológica+ quadro clínico. • DiagnósticoLaboratorial Parasitológico Pesquisa do parasita nas lesões por exame direto,cultivo e Reação de Cadeia de Polimerase(PCR). Leishmaniose Tegumentar Americana Métodos imunológicos Teste de Montenegro/reação de hipersensibilidade: injeção intradérmica de 0,1 ml de antígeno na face anterior do antebraço. Leitura após 48 ou 72 horas(enduração de 5mm ou mais é positiva). Reações sorológicas de elisaimunoensaio (ELISA). Leishmaniose visceral • Diagnóstico Clínico História clínica e epidemiológica+ quadro clínico. • DiagnósticoLaboratorial Demonstração do parasito:órgão infectados ou no sangue(coloração de Giemsa). Punção biópsia de medula óssea(método de escolha com sensibilidade de 85% e especificidade de 100%). Métodos imunológicos:ELISA, Reações de imunofluorescência indireta(IF). Métodos auxiliares: hemograma(Ht 25e 30%,leucopenia/2000 a 4000 leucócitos,plaquetas meno de 100.000/mm) Tratamento 1- Antimoial pentavalente(Glucantime) primeira escolha, distribuída pelo Ministério da Saúde. • Lesões cutâneas: 10-20 mg/kg/dia IM ou IV por 20 dias. Nota: não havendo cicatrização repete-se o tratamento. • Lesões mucosas: 20-30 mg/kg/dia IM ou IV por 30 dias ou até a cura. • Observação : a) não deve ser administrado em pacientes portadores de cardiopatias, moléstias de chagas. Tratamento b) Mecanismo de ação não totalmente elucidado(atua nas formas amastigotas, inibindo atividade glicolítica).Efeito colateral: ação cardiovascular/insuficiência renal. 2-Anfotericina B (Fungizon): casos de falha terapêutica com antimônio. • Início com 0,5 mg/kg/dia IV,gota a gota /soro glicosado 5% aumentando gradativamente até 1mg/kg/dia. • Lesões mucosas:1,5g dose total. • Lesões mucosas:3g dose total. Tratamento • Observação: Mais potente,mecanismo de ação com ésteres presentes na membrana plasmática da Leishmania. Droga com custo alto, efeito colateral/comprometimento renal. Profilaxia • Afastar abrigos de animais domésticos. • Usar repelentes ou fumacês. • Eliminar cães doentes. • Tratar pessoas doentes.
Compartilhar