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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Avaliação do Paciente Avaliação física Pessoas com transtornos mentais graves (TMGs) apresentam doenças físicas bem mais frequentemente do que a população em geral. ● Associação ao enfrentamento de múltiplas barreiras para o acesso ao cuidado apropriado em saúde física. ● Combinações têm como consequência a mortalidade precoce ● Expectativa de vida reduzida em 15 a 20 anos em comparação com a população em geral As condições, os riscos e as doenças físicas mais frequentes em pessoas com TMG são: ● Diabetes tipo II e resistência à insulina ● Dislipidemia ● Doenças cardiovasculares → hipertensão arterial, arritmias cardíacas ● Neoplasias malignas ● HIV/aids ● Hepatite C ● Osteoporose ● Hiperprolactinemia ● Obesidade ● Tabagismo ● Uso de álcool e de outras substâncias ● Efeitos colaterais dos psicofármacos Avaliação neurológica ● Depende de anamnese bem colhida e de exame neurológico objetivo ● Visa identificar topograficamente uma possível lesão ou disfunção no sistema nervoso central e/ou periférico. ● Muitas afecções neuronais, responsáveis por quadros neuropsiquiátricos, embora presentes e clinicamente significativas, não produzem sintomas localizatórios. Importante se atentar a alguns sinais e reflexos neurológicos primitivos, indicadores de lesão cerebral cortical difusa, encefalopatia ou lesões corticais frontais difusas sem que haja, necessariamente, outros sinais localizatórios. ● Reflexo de preensão, grasping ou grasp reflex → resposta de flexão dos dedos evocada pelo contato rápido de um objeto com a região palmar (ou plantar)→ observado em recém-nascidos e lactentes. Em adultos, tem importante valor diagnóstico ○ Sendo bilateral, é muito sugestivo de lesão ou disfunção frontal ou de sofrimento cerebral difuso (encefalopatias); sendo unilateral, localiza a lesão na área 6 de Broadman contralateral. ● Reflexo de sucção → lesões frontais e encefalopatias difusas ● Reflexo orbicular dos lábios→ dano cerebral difuso ● Reflexo palmomentual → pode ser observado em idosos, em indivíduos com lesões piramidais e em quadros encefalopáticos difusos. Exames complementares ● Detecção de disfunções e patologias neurológicas e sistêmicas que produzem síndromes e sintomas psiquiátricos ● Exames laboratoriais de sangue, urina e fezes, assim como as biópsias ○ Hemograma completo, glicemia, hormônio tireoestimulante (TSH), creatinina, dosagem de vitamina B12 e vitamina D e sorologias para lues, hepatites e HIV/aids. ● Avaliação do líquido cerebrospinal ● Exames de neuroimagem estrutural e funcional → tomografia computadorizada, ressonância magnética 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA estrutural e funcional e perfusão sanguínea cerebral por meio de tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) Anamnese ● Antes de tudo, apresente-se ao paciente e diga sua função! ● Se necessário, falar da ética e do sigilo médico! ● Fazer exame físico sumário ao final! ATENÇÃO! ● Sempre perguntar sobre alterações de humor, descartar sintomas psicóticos (alterações de pensamento e de sensopercepção) e ideação suicida, mesmo que o quadro não seja sugestivo ou o paciente “não aparente” ter alterações desse tipo. ● Sempre perguntar sobre sono, apetite e outras funções biológicas que se alteram em quadros psiquiátricos! ● SEMPRE QUE POSSÍVEL, obtenha a história objetiva do paciente com o seu acompanhante (verificar a confiabilidade das informações)! Se pct vier desacompanhado, oriente-o a trazer um acompanhante para a próxima consulta!! ● Perguntas genéricas sobre a vida pessoal do pct devem ser feitas após antecedentes pessoais e familiares! ● Cuidado para não acatar a interpretação que o pct faz do sintoma, ao invés disso, atente-se ao sintoma em si! ● Ao longo da anamnese, observe a linguagem verbal e não verbal do paciente e já faça o exame psíquico! ● Ao final, faça a história objetiva com um familiar ou o cônjuge! IDENTIFICAÇÃO: ● Nome ● Idade ● Sexo ● Etnia/ raça ● Naturalidade e procedência ● Estado civil e filhos ● Orientação sexual ● Escolaridade ● Profissão ● Religião ● Com que mora? QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO: ● Como posso ajudar? O que te trouxe aqui? ● Há quanto tempo você vem sentindo isso? HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: ● Quando iniciou? (quando você sentiu que estava bem e depois não ficou mais?) ● Como iniciou? (fator desencadeante) ● Com que frequência você tem esse sintoma? ● Duração do sintoma? ● Já ocorreu antes? ● Há algo que melhore ou piore? ● Sintomas associados ● Evolução (Foi piorando? Surgiram outros sintomas? O sintoma inicial se modificou?) ● Piora em algum momento do dia? (verificar flutuações) ● Como está se sentindo hoje? ● Como isso impacta na sua vida? 🎉Sempre descrever sintomas em ordem cronológica! INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO: ● Alterações no peso ● Alterações no apetite ○ Aumentou? Diminuiu? Tem seletividade alimentar? Há algum alimento que você sente necessidade de comer todos os dias? ● Sono ○ Demora a dormir, não consegue manter o sono, acorda muito cedo, tem pesadelos, acorda cansado, sente muito sono ao longo do dia, interfere nas atividades diárias) ● Funcionamento intestinal ● Atividades sexuais ○ Realiza? teve alteração? perda de libido?) ● Alucinações ○ Acompanhante pode ajudar a responder essa ● Delírios→ acompanhante tem que responder essa ● Falta de energia ● Perda de prazer e interesse em atividades 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ANTECEDENTES PESSOAIS: Fisiológicos ● Tipo de parto ● Houve alguma intercorrência? ● Tem irmãos ○ Determinar se é o primeiro, segundo… ● Crescimento e desenvolvimento ○ Ex.: andou e falou no tempo normal? ● Passado escolar ● Como foi a infância e a puberdade ● Vida sexual ● Menarca, menopausa, gravidez Patológicos ● Doenças psiquiátricas, DM, HAS, hepatopatias, nefropatias ● Histórico de cirurgias ● Histórico de traumas ● Histórico de autoagressão ● Histórico de heteroagressão ● Histórico de internações ● Histórico de tentativas de suicídio ● Medicamentos em uso ● Alergias ● Perdas recentes ● Transtornos de adaptação → angústia, desconforto emocional, depressão e estresse reativos à necessidade de adaptação por mudanças importantes e impactantes de vida (divórcio, separação dos filhos, mudança de emprego…) → perguntar se ocorreu algum evento na vida ● Traumas atuais e pregressos ANTECEDENTES FAMILIARES ● Doenças psiquiátricas ● Sonambulismo ● Convulsões ● Histórico de suicídio ● Alcoolismo e uso de drogas (vícios) ● Outras doenças HÁBITOS DE VIDA: ● Alcoolismo ○ Que tipo de bebida? quantas vezes por semana? quantidade ingerida? ● Tabagismo (que tipo de cigarro? quantos maços por dia? quantas vezes por semana? Há quanto tempo?) ● Uso de drogas ilícitas ● Atividades físicas ● Hobbies, lazer e atividades sociais ● O que está fazendo (trabalho, estudos) ● Como está a rotina? ● Relacionamentos pessoais e profissionais CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E DE MORADIA: ● Condições de moradia ○ Tipo de casa, saneamento, coleta regular de lixo, energia elétrica ● Perguntar contextos familiares (família funcional?) → equilíbrio, conflitos frequentes, rede de apoio ● Acesso a eventos culturais ● Religião Exame Psíquico ● Só nas perguntas iniciais da anamnese, você já verifica orientação, memória, atenção, linguagem, etc. ● Vivências, estados mentais e padrões comportamentais descritos sob a forma de sintomas, divididos em categorias e funções psíquicas! ● Prestar atenção na linguagem verbal e não verbal do paciente ● Não há sinais e sintomas patognomônicos de transtornos mentais! Quais as principais funções psíquicas? ● Orientação ● Consciência ● Atenção ● Pensamento ● Sensopercepção ● Psicomotricidade ● Volição/vontade ● Inteligência ● Linguagem ● Memória ● Humor/Afetividade/condições emocionais ● Crítica e noção de doença 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA APARÊNCIA/IMPRESSÃO GERAL Aparência → modode andar, o tipo das roupas, adornos, maquiagem utilizados, higiene pessoal, cabelos alinhados ou em desalinho ● Maneira como se apresenta ● Como se senta na cadeira ● Mudanças na postura ao longo da entrevista Posturas e atitudes na situação do exame→ relação e a atitude perante o entrevistador ● Ex.: cooperante, indiferente, passivo, fóbico, agressivo, petulante, cabisbaixo, dissimulado, inseguro, histriônico, sedutor, dentre outros. 🤔 Observer mímica facial → sinal do ômega, ou ômega melancholicum, sinal típico das descrições clássicas da melancolia (depressão) grave Proxêmica→ note o espaço que o paciente estabelece entre si e as outras pessoas, bem como sua ocupação do espaço, posicionamento na sala, distância de conversação estabelecida com interlocutores. Movimentos do corpo: ● Gestos relacionados à fala → gestos que acompanham a linguagem verbal - “gestos ilustradores”. ● Gestos independentes da fala → repare e anote se emite os “gestos adaptativos”, como os de autotoque ou de manuseamento de objetos, que podem revelar o estado de tensão e ansiedade. ● Postura → repare na postura, que indica o nível de atenção ou envolvimento na interação com outras pessoas, o grau de empatia que desenvolve na entrevista; se revela postura tensa, rígida, associada à raiva, postura curvada associada à tristeza ou de outro tipo. ● Comportamento tátil → note o modo, a frequência e a intensidade com que o paciente toca nos outros, o modo como dá seu aperto de mão (firme, forte, delicado, muito fraco e “largado”, apertado em demasia, etc.). ● Expressões faciais → procure descrever com particular atenção o rosto e as expressões faciais principais. ● Comportamento ocular → repare na direção, quando e por quanto tempo o paciente olha na interação com as pessoas, o tempo e o modo como fixa seu olhar nos interlocutores. Paralinguagem → descreva as principais qualidades vocais e vocalizações do paciente, repare a maneira como faz seu relato, como desenvolve sua narrativa. Possíveis atitudes globais do paciente ● Afetada → modo de falar, gesticular e andar muito teatral e artificial. ● Amaneirada → comportamento caricatural, curva-se diante do entrevistador, diz “vossa excelência”. ● Arrogante → coloca-se como superior, acima do entrevistador, ironiza e critica constantemente. ● Confusa → parece não entender nada, não estar na situação de entrevista. ● Deprimida → paciente triste e desanimado de modo geral. ● Desconfiada ou suspicaz → pelo olhar, postura, pelo modo de ouvir e responder, revela desconfiança, medo. ● Desinibida → contato extremamente fácil, próximo fisicamente, trata como se conhecesse o entrevistador há anos, fala e pergunta sobre intimidades, sem inibição. ● Dissimuladora → tenta ocultar sintomas ou fatos de sua vida com algum intuito. ● Dramática ou teatral → hiperemocional, quer chamar atenção, dá grande expressão a coisas corriqueiras. ● Esquiva→ não deseja o contato social e foge dele. ● Evasiva → evita responder a perguntas, dá respostas muito gerais e inespecíficas. ● Excitada→ fala e gesticula muito e de forma acelerada. ● Expansiva → fala alto, é o “dono do pedaço”, comporta-se como se fosse muito importante. ● Gliscróide ou “grudenta” → difícil de encerrar a conversa, quer atenção na sua prolixidade. ● Hostil ou beligerante → provoca, irrita, parece querer confronto. ● Indiferente → não parece estar na entrevista, não gosta, nem se sente incomodado por estar na entrevista. ● Inibida ou contida → não encara o examinador, demonstra estar pouco à vontade, se segura para não falar. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Irônica → faz comentários críticos a toda hora, mas não revela superioridade como o arrogante. ● Lamuriosa ou queixosa → queixa-se o tempo todo de seus problemas, demonstra autopiedade. ● Manipuladora → tenta obrigar o entrevistador a fazer o que ele quer, com chantagens, indiretas, ameaças. ● Não cooperante → não colabora com solicitações básicas na entrevista. ● Oposicionista ou negativista → recusa-se a participar da entrevista, se opõe a tudo que solicitam. ● Perplexa → assustado, parece não entender nada do que está acontecendo na entrevista. ● Querelante → discute ou briga com o entrevistador por se sentir ofendido ou prejudicado. ● Reivindicativa → exige, de forma insistente, aquilo que julga ser seu direito, mesmo se inadequado. ● Sedutora → elogia e tenta agradar o examinador, às vezes sexualmente. ● Simuladora → tenta parecer que tem um sintoma ou problema que realmente não tem. ● Submissa → atende passiva e imediatamente, sem questionar, a todas as solicitações do entrevistador. CONSCIÊNCIA: ● Estado de vigília e de clareza de sensório ○ Ação do SRAA ○ Cpacidade de estar desperto e agir conscientemente depende da atividade do tronco cerebral e do diencéfalo. Essas estruturas exercem poderosa influência sobre os hemisférios cerebrais, ativando-os e mantendo o tônus necessário para seu funcionamento normal. ● Nível de consciência e vigilância ● Verificar se paciente está acordado, vigil e esperto ● Estado de vigilância: vigil > obnubilado > sonolento > confusão mental > torpor > comatoso ○ Principais alterações → o sono é uma alteração normal da consciência. ○ Alterações quantitativas → rebaixamento no nível de consciência (obnubilação, torpor e coma). ○ Alterações qualitativas → estados oníricos, estados segundos, dissociação, transe, estado hipnótico ORIENTAÇÃO: ● Capacidade de se orientar quanto a si mesmo (auto-orientação) e quanto ao ambiente -alopsíquica (tempo e espaço) ● Orientação autopsíquica → Pergunte a respeito de seus dados pessoais e investigue se reconhece familiares e as pessoas com as quais está em contato ● Em relação ao tempo e ao espaço→ perguntar que dia é hoje e onde ela está → de onde veio e como chegou nesse local! ● Orientação envolve consciência, memória, inteligência e pensamento ● Principais alterações → pode estar orientado ou desorientado tanto globalmente como apenas em relação a si e em relação ao tempo e ao espaço ATENÇÃO: ● Direção da consciência, do foco e da concentração da atividade mental! ● Vigilância (atenção mais focal e temporária) X tenacidade (atenção de longo prazo → atenção sustentada) ● Alterações → ambas podem estar aumentadas ou diminuídas, hipervigil ou hipovigil, e hipertenaz ou hipotenaz ● Normoprosexia→funcionamento normal da atenção ● Hipoprosexia→ redução global da atenção ● Aprosexia→ situação extrema em que há abolição total da atenção ● Hiperprosexia→ atenção exacerbada PENSAMENTO: ● Consiste no fluxo e no conteúdo das ideias → o que o pct pensa, o que se passa na sua cabeça ● Juízos, conceitos e raciocínio ● Criam-se atos volitivos e ações motoras 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Curso, forma e conteúdo ● Curso → velocidade de pensamento, o ritmo, como ele flui ● Forma → como as ideias se organizam, como elas encadeiam-se, sua arquitetura ● Conteúdo → o que se pensa, as ideias em si, a substância desse pensamento Principais alterações: ● Pensamento acelerado ● Pensamento inibido ● Pensamento paralógico → pensamento ilógico ou pouco lógico = nada com nada ● Descarrilamento → intercepção ou bloqueio do pensamento ( há uma interrupção súbita do curso do pensamento); ● Ambivalência → coexistência de dois pensamentos contraditórios e inclusive antagônicos ● Pensamento prolixo → exagero de dados desnecessários e acessórios ● Pueril→pensamento infantil ● Concreto → quando tem pouca flexibilidade ● Tangencial → pensamentos conectados, mas afastados do tópico principal ● Circunstancial → excesso de detalhes e informações acerca de um tema dentro de uma conversa ○ Curso → pensamento pode estar acelerado (taquipsiquismo), lentificado (bradi, ser bloqueado, ser roubado ○ Forma → pensamento com idéias que não se conectam → graus leves (frouxidão de laços associativos ou com fuga de ideias) a graus mais graves (descarrilamento de ideiasou desagregação do pensamento) ○ Conteúdo → principal alteração é o delírio (pct com ideia fixa, irremovível, impossível e não passível de argumentação lógica) → podem ser persecutórios, de ciúme, de poder, místico e religiosos, de ruína …, avaliar obsessões, idéias suicidas ou homicidas ● Circunstancialidade → alteração na qual há expressão do pensamento por meio de detalhes irrelevantes e redundantes, porém paciente consegue chegar ao objetivo ● Tangencialidade→ o objetivo nunca é alcançado, ou não é claramente definido; embora o paciente fique sempre próximo ao que seria sua meta; ● Fuga de idéias→ associações tênues ou livres ● Juízo de realidade → associação de ideias → supervalorizada SENSOPERCEPÇÃO: ● Maneira como se captam sensações e se toma consciência (percepção do ambiente) ● Sensação → sentidos (audição, gustação, olfato, visão, tato e propriocepção) ● Alterações auditivas são as mais comuns nos quadros psiquiátricos ● Principais alterações → alucinações, ilusões, pseudoalucinações e alucinoses ○ Alucinação e ilusão são alterações qualitativas da sensopercepção ■ Na alucinação, não há objeto real no ambiente ■ Na ilusão, há o objeto real, mas ele é percebido de maneira distorcida pelo pct ■ Ambas podem ser de qualquer tipo (alucinação auditiva e ilusão auditiva) ○ Alterações quantitativas ■ Hipoestesia ou hiperestesia → sentir de menos ou sentir de mais ■ Mais comuns em doenças neurológicas, mas pode ocorrer em doenças psiquiátricas → nas somatizações VOLIÇÃO: ● É a vontade ou motivação de uma pessoa para a ação a partir de uma escolha sua Principais alterações: ● Vontade pode estar diminuída ou abolida (hipobulia ou abulia)→ pacientes depressivos ● Aumentada (hiperbulia). ● Atos impulsivos e compulsivos tbm têm relação com as questões volitivas ○ Ato impulsivo → vontade/interesse, mas exageram não conseguem controlar → ignora as etapas da volição, de modo que a intenção já é seguida pela realização ○ Ato compulsivo → a pessoa não quer/não gosta, mas sente que tem que fazer ○ Negativismo → resistência automática aos pedidos e contatos 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Obediência automática →paciente aceita todos os pedidos como ordens ○ Automatismos → sintomas psicomotores pouco controlados pela atenção voluntária do indivíduo → comum em pacientes esquizofrênicos ○ Ecolalia → repete todas as palavras que lhes são dirigidas ○ Ecopraxia→ imitação em relação aos gestos PSICOMOTRICIDADE: ● Ações motoras ou o ato final motor (em geral secundária às questões da vontade e do pensamento) ● Costuma estar alterada quando pensamento e volição estão! Principais alterações: ● Psicomotricidade muito diminuída→ catatonia ● Um pouco diminuída→ lentificação psicomotora ● Um pouco aumentada→ inquietação; ● Muito aumentada → agitação psicomotora e agressividade ● Tiques e estereotipias costumam ser alterações da psicomotricidade Observar gesticulações, maneirismos (movimentos involuntários estereotipados), tiques (movimentos involuntários espasmódicos) ● Presença de sinais de catatonia → obediência automática, flexibilidade cérea (pct fica na posição que vc o coloca) INTELIGÊNCIA: ● Normalmente, não é avaliada ● Escreva → não avalio inteligência ou inteligência aparentemente preservada LINGUAGEM: ● Escrita, gesticulada ou lida ● Afasia de expressão (área de Broca) ● Afasia de compreensão (área deWernicke) Alterações: questões neurológicas, motoras, anatômicas ou psiquiátricas ● Psiquiatria→ velocidade dessa linguagem ○ Aumentada (loquacidade, pressão para falar ou taquilalia), diminuída (bradifasia) ou abolida (mutismo) ● Tiques verbais, mussitação (movimento dos lábios com emissão de sons inarticulados), neologismos e pararrespostas ● Logorreia, loquacidade, bradifasia, mutismo, ecolalia (repetir mecanicamente palavras que ouve), palilalia, mussitação, glossolalia… ● Quantidade → pode demonstrar um indivíduo em mutismo, monossilábico, prolixo, não espontâneo, etc ● Velocidade → pode ser rápida, lenta, hesitante, latência para iniciar respostas ● Qualidade → conteúdo do discurso (pobre, elaborado), alterações na articulação das palavras, neologismo (criação de novas palavras), ecolalia (repetição da última ou das últimas palavras dirigidas ao paciente) ● Volume→ alto ou baixo MEMÓRIA: Alterações → quantitativas (hipermnésias ou amnésias) e qualitativas (ilusões mnemônicas, alucinações mnêmicas e confabulações) ● Imediata (cobre os 5 últimos min) ● Recente (últimas horas e dias) ● Tardia (desde os primeiros anos) Avaliar se houver queixas → MEEM, MoCA (pcts com maior grau de escolaridade - acima de 7 anos→ fzr o MoCA) ● Lei de Ribot → memórias mais antigas são mais resistentes a sequelas ● Avaliar se retrógrada ou anterógrada ● Avaliar se perda de memória ocorreu das mais estranhas para as mais familiares ● Avaliar se perda foi das mais simples às mais complexas ● Perda de conteúdos neutros para mais afetivos HUMOR E AFETO: ● Afeto → emoção e sensação incluída em cada momento e ideia → são as emoções mesmo! ( emoção é algo agudo) ● Humor → estado basal e difuso dessa afetividade ⇒ é a tonalidade afetiva básica ( o estado afetivo predominante) Alterações: ● Humor normal ou neutro (eutímico) → não exibem variações afetivas persistentes e polarizadas! ● Humor um polo abaixo (humor hipotímico, deprimido ou triste) 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Humor hipertímico ou exaltado) → euforia imotivada e sem razão ( excessivamente alegre, otimista, com profunda sensação de bem-estar, mas alegria é imotivada e sem razão aparente) ● Irritação ou disforia são, em geral, classificados como humor exaltado ● Ansiedade, depressão, euforia, indiferença, labilidade afetiva, incongruência afetiva e a incontinência afetiva ● O afeto pode estar lábil (oscila rapidamente entre os polos) ou distante, frio ou indiferente (afeto embotado ou apático) Qualidade do afeto→tristeza, culpa, alegria, vergonha, etc Modulação do afeto → hipermodulação, hipomodulação, embotamento, rigidez; Tonalidade afetiva → hipotimia (sintomas depressivos), hipertimia (euforia), disforia (tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada) Labilidade emocional → mudanças rápidas de um estado afetivo para outro Incongruência afetiva → resposta inadequada a um relato ou situação ( ri enquanto fala de algo trágico) Incontinência afetiva→ paciente ri ou chora por longos períodos por longos períodos sem controle diante de um pequeno, ou nenhum, estímulo. Puerilidade/moria CRÍTICA E NOÇÃO DE DOENÇA: ● Grau de percepção do pct quanto à sua doença ou alteração de comportamento ● Quando presente, é considerada normal, mas pode ser parcial ou ausente (pouco insight) IMPRESSÕES SOBRE FIDELIDADE DAS INFORMAÇÕES: ● Confiabilidade das informações ● Simulação→ referir sintomas que não ocorrem ● Dissimulação→ mascarar sintomas que ocorrem EXEMPLO DE SÚMULA PSICOPATOLÓGICA: ● Aparência cuidada, com atitude cooperativa; consciência clara; globalmente orientado; euprosexico; sem alteração da memória de fixação e de evocação; sensopercepção sem alterações; normobúlico e hipopragmático; forma e curso do pensamento sem alterações, conteúdo com ideias obsessivas; linguagem sem alterações; consciência do eu preservada, apenas com vivências momentâneas de despersonalização e desrealização; inteligência aparentemente dentro da média; afetividade, humor ansioso e afeto modulável, mas com ligeiro distanciamento; psicomotricidade sem alterações; noção de morbidade presente e mímica tensa, apresentando fácies de sofrimento intenso. 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 9
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