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SAUDADE DE UM “VELHO REI” Jéssica Teixeira Silva Santos O curta-metragem O Velho Rei lançado no ano de 2013 e dirigido pela cineasta baiana Ceci Alves uma reconhecida curta-metragista com premiações no Brasil e no exterior. Gravado em Salvador e no Rio de Janeiro esse curta com duração de dez minutos conta com elenco de atores negros que narra a historia de amor e saudade entre um pai solitário Climério (Antônio Pitanga) e sua filha amorosa Cleonice (Jussara Mathias) que vive fora do país e tenta diminuir essa saudade entre os dois . Separados por um oceano e uma câmera de filmar, a saudade faz com que Cleonice faça um pedido inusitado ao pai que passa a gravar sua rotina diária e tudo o que vê à sua volta, com uma câmera filmadora enviada por ela. O pai cuida da casa, passeia pelas ruas do Rio de Janeiro e encontra os amigos da filha, tudo registrado nas imagens em vídeo. A afetividade e saudade da relação entre pai e filha é visivelmente notada através da bela atuação interpretada feita por Antônio Pitanga que soube tornar cada cena significativa e se entregar de corpo e alma, a estética simples desse curta que traz uma delicadeza as cenas dos bons momentos vividos por Climério longe da filha, cada gravação feita por ele de coisas que a faria rir e à trouxe um momento nostálgico a ausência sentida por Cleonice mostrada em uma linda cena que se emociona ao ver o vídeo através da tela de seu computador em que o seu pai dança alegremente na sala de seu apartamento ao som de Tony Tornado que canta a canção “BR-3”. Esse sentimento provocado pela distância e essa ligação amorosa entre os personagens, mostra que essa separação nos reflete a uma situação comum na vida de muitas pessoas que de certo modo faz uma interlocução com a nossa época, retratada aos dias atuais em que vivemos a pandemia de Covid-19 e nos forçou o afastamento de muitos familiares que busca a tecnologia uma forma de aproximação e de manter os laços afetuosos. Ao criar personagens de tais maneiras Ceci Alves nos mostrou o valor da relação familiar o quanto o afeto é indispensável mesmo que distante, e assim promovendo tamanha produção áudio visual brasileira. Nesta lógica, O Velho Rei é filme que irá despertar uma certa familiaridade com muitos que o assistirem devido ao atual cenário de hoje separados pelo isolamento social. Esse curta nos convida a refletir a importância da afetividade entre as pessoas que mesmo separas estão dispostas a manter o laço amoroso que as une buscando maneiras de manter o contato para suprir a saudade.
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