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SEPSE NEONATAL CLASSIFICAÇÃO - PROVA • Precoce: se os sintomas ocorrem antes de 72 horas de vida (provável origem materna). • Tardia: se os sintomas ocorrem após 72 horas de vida (origem hospitalar). • Esse critério utilizado nas Unidade Neonatais para fins de manejo e tratamento da sepse, leva em conta a maioria dos estudos epidemiológicos. Na literatura científica esse ponto de corte varia de 48 horas a 7 dias (agente estreptococo B). DEFINIÇÃO • Síndrome clínica caracterizada por sinais sistêmicos de infecção acompanhados pela presença de bacteremia no primeiro mês de vida. • É necessário uma resposta multiorgânica do recém-nascido. • Não há teste diagnóstico definitivo precoce e a sensibilidade das culturas não ultrapassam 80%. SEPSE NEONATAL PRECOCE • A sepse neonatal precoce tem uma alta incidência e contribui com 16% da mortalidade neonatal. • No mundo, estima-se que a infecção seja responsável por 27,5% dos óbitos neonatais, atingindo taxas tão elevadas como 20/1000 nascidos vivos em países com alta taxa de mortalidade neonatal. • Corresponde à terceira causa de óbito neonatal, sendo precedida por prematuridade como maior causa. • Está intimamente ligada à fatores de risco materno e perinatais para infecção (OMS). • A sepse neonatal precoce tem incidência de 0,9 – 1,5 por 1000 nascidos vivos. Os germes mais comuns são: Streptococcus do grupo B (agalactiae), Escherichia coli e Listeria Monocytogenes, Staphylococcus coagulase negativo e Haemophylus influenzae. Em RN menores de 1500g, a E. coli prevalece sobre o Streptococcus. • Os fatores de risco para infecção bacteriana neonatal maternos são: o Febre materna (>37,5°C). o Infecção urinária no parto (< 48 – 72 horas de tratamento). o Colonização por Streptococcus agalactiae. o Ruptura das membranas (> 18 horas). o Infecção do tratao genital (corioamnionite, líquido fétido, leucorreia, herpes). • Os fatores de risco para infecção bacteriana neonatal são: o Taquicardia fetal (>180bpm). o Prematuridade. o Apgar de 5° minuto < 7. o Sexo masculino. o Primeiro gemelar? SEPSE NEONATAL TARDIA • A sepse neonatal tardia tem incidência de 3 – 3, 7 por 1000 nascidos vivos. • Está relacionada à fatores pós-natais e a múltiplos procedimentos invasivos na UTI. Quanto mais prematuro e menor o peso de nascimento, maior a chance de ocorrer. • Os fatores de risco para sepse tardia são: o Prematuridade, muito baixo peso. o Tempo de internação prolongada (maior que 1 semana). o Cirurgias, malformações do SNC, rins. o Jejum/nutrição parenteral prolongada. o Uso de dispositivos externos: acesso venoso central (PICC cateteres), sonda vesical de demora, tubo endotraqueal. o Falha de adesão aos protocolos de prevenção e controle de infecção hospitalar, como higienização das mãos e desinfecções adequadas dos ambientes, superlotação da Unidade Neonatal, entre outros. o Transmissão horizontal. • Os agentes etiológicos mais frequentes da sepse tardia estão relacionados à flora bacteriana da Unidade Neonatal e são: o Bactérias gram-positivas: Staphylococcus aureus, Estafilococcus coagulase-negativo, Enterococos. o Bactérias gram-negativas: Klebisiella pneumoniae, Enterobacter, Serratia, Pseudomonas. o Fungos: Cândida. IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS CLÍNICOS DE SEPSE • Intolerância alimentar, distensão abdominal, vômitos. • Desconforto respiratório (taquipneia, bradipneia ou apnéia) não justificável pela doença de base. • Temperatura axilar > 37,7°C ou < 35,5°C. • Convulsões. • Hipotonia, hipoatividade ou letargia (meningite). • Sucção débil. • Icterícia idiopática. • Palidez cutânea/cianose. • Hepatoesplenomegalia. • Instabilidade glicêmica. • Acidose metabólica. • Instabilidade hemodinâmica. • CIVD. • Sinal subjetivo: RN “parece não estar bem”. • Relacionados à doença perinatal pelo ECB: onfalite, artrite, celulite, impetigo e etmoidite. SIRS – SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA • Pelo menos 2 dos 4 critérios seguintes (1 deve ser a alteração de temperatura ou a contagem de leucócitos). o Temperatura > 38,5°C ou < 36°C. o Leucócitos aumentados ou diminuídos ou > 10% de neutrófilos imaturos ou proteína C reativa (PCR) > 10mg/ml. o Taquicardia (FC> 180bpm*) na ausência de estímulo externo, drogas crônicas e dor OU bradicardia (FC < 100bpm) na ausência de estímulo vagal externo, fármacos beta-bloqueadores ou doença cardíaca congênita. Avaliar temperatura da incubadora*. o Frequência respiratória > 60 irpm ou uso de ventilação mecânica (VM) para um processo agudo não relacionado com doença neuromuscular ou anestesia geral. SEPSE • SIRS na presença de infecção suspeita ou confirmada, valorizando-se ao menos 1 dos seguintes sinais de gravidade: o Alteração do estado de consciência (irritabilidade, choro ou torpor, hiporreatividade). o Tempo de enchimento capilar > 3 segundos. o Oligúria (débito urinário < 1ml/kg/hora). o Acidose metabólica (PH < 7,25 e BE < -5) ou aumento do lactato (> 2mmol/L). SEPSE CONFIRMADA X CLÍNICA • Sepse confirmada: há identificação do agente etiológico em fluídos estéreis, especialmente no sangue. • Sepse clínica: ausência de identificação do agente, sinais e sintomas clínicos. DIAGNÓSTICO • Baseado na avaliação dos fatores de risco, quadro clínico, coleta de exames laboratoriais específicos e inespecíficos. É complexo devido ausência de sinais específicos, por isso temos que associar as particularidades do RN + variáveis clínicas + variáveis laboratoriais. • As variáveis clínicas são: instabilidade térmica, apnéia, bradicardia, intolerância alimentar, piora do desconforto respiratório, intolerância à glicose, instabilidade hemodinâmica, hipoatividade e letargia. • As variáveis laboratoriais são: hemocultura, hemograma, PCR, análise do líquor e urina. Raio-x é solicitado para avaliar algum foco infeccioso pulmonar. HEMOCULTURA • É o padrão-ouro, o valor preditivo negativo é de 97,9% em 36 horas após a coleta e 99,4% em 48 horas devendo ser acompanhado regularmente. O crescimento bacteriano após 72 horas de incubação ou de bactérias diferentes sugere contaminação. • Punção vascular, com antissepsia rigorosa e uso de clorexidina solução alcoólica ou coleta através de cateter venoso umbilical logo após a inserção dele. • Colher sangue imediatamente após a suspeita de sepse, antes do início da antibioticoterapia, e antes da troca do esquema, anteriormente iniciado se for o caso. • Escore de RODWELL: 1 ponto para cada alteração. o Leucocitose ou leucopenia (considerar >/= 25000 ao nascimento ou >/= 30000 entre 12 e 24 horas ou acima de 21000 >/= 48 horas e leucopenia é </= 5000). o Neutrofilia. o Neutropenia. o Elevação de neutrófilos imaturos (bastonetes). o Índice neutrofílico aumentado > 0,16 ao nascimento e > 0,12 até 30 dias de vida. o Razão dos neutrófilos imaturos sobre os segmentados >/= a 0,3. o Alterações degenerativas nos neutrófilos com vacuolização e granulação tóxica. o Plaquetopenia ( < 150.000). o OBS: escore >/= 3 oferece sensibilidade de 96% e especificidade de 78%. Escore de 0,1 ou 2 fornece valor preditivo negativo de 99%. PROTEÍNA C REATIVA (PCR) • Coleta seriadas 24 – 48 horas após o início dos sintomas aumentam a sensibilidade de 74% para 89% e especificidade de 74% para 95%. • Dois exames negativos apresentam alto valor preditivo negativo para sepse. • PCR pode aumentar pelo stress do parto e adaptação a vida extrauterina. LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR) • Na sepse tardia, a coleta de líquor para exame de rotina e cultura é OBRIGATÓRIA, devendo ser realizada antes do início ou troca dos ATB, se RN estável. Na sepse precoce, deve-se coletar quando tiver clínica suspeita. • Se o RN estiver instável, deve-se realizar o procedimento tão logo seja possível. • Plaquetopenia (plaquetas < 50.000/mm3) contraindica o procedimento. EXAME DE URINA E CULTURAS DEOUTROS FLUÍDOS E SECREÇÕES • Na sepse tardia, coletar amostras de urina para exames de rotina e cultura, antes do início ou troca do ATB. Outras culturas devem ser realizadas quando pertinente e em suspeita de infecções atípicas. RAIO-X DE TÓRAX E OUTROS EXAMES • Quando pertinente (normalmente já disponível pelo protocolo de prematuridade). Afasta piora de doença de base ou pneumonia. • Outros exames podem auxiliar como lactato, glicemia, ionograma, bilirrubinas, provas de função hepática e renal. • Atenção: as imagens radiológicas da pneumonia por EGB são indistinguíveis daquelas da doença de membrana hialina. • FUTURO: biomarcadores preditivos e evolutivos → citocinas (interleucinas), procalcitonina (eleva precoce – 6 horas), antígenos de superfície células dos leucócitos CD11B, CD64 e CD69. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Doença da membrana hialina ou síndrome do desconforto respiratório. • Taquipneia transitória do recém-nascido. • Apneia do prematuro. • Síndrome da aspiração meconial. • Hemorragia peri intraventricular. • Obstrução intestinal. MANEJO DA SEPSE PRECOCE - PROVA • Abordagem da mãe – prevenção EGB. • RN com sinais clínicos de sepse até 72 horas de vida: o Coletar HC, HG, PCR, LCR (rotina e cultura) se clínica sugestiva. o Iniciar AMPICILINA + GENTAMICINA. o Reavaliar clínica + HG e PCR em 48 a 72 horas. o Se exames em melhora: PCR descendente, HC negativa e RN clinicamente bem, deve-se suspender ATB em 5 dias. o Se exames alterados e/ou clínica desfavorável: ajustar ATB conforme HC, substituir o aminoglicosídeo por CEFOTAXIMA em caso de meningite, discutir o caso com equipe multidisciplinar incluindo CCIH, considerando prolongar o tratamento. IMPORTANTE • Para RN assintomático, que permanece bem clinicamente durante todo período de observação proposto NÃO HÁ NECESSIDADE DE SOLICITAR EXAMES. • A clínica é o mais importante. Caso haja suspeita clínica de sepse, em qualquer momento, deve-se completar a propedêutica e iniciar ATB. RN SEM SINAIS CLÍNICOS DE SEPSE E MÃE COM CORIOAMNIONITE • Coletar hemocultura e observar por 48 – 72 horas. Se HC positiva, mas RN continua bem, descartar contaminação (coletar nova HC). • Considerar antibioticoterapia SE DÚVIDA CLÍNCIA. Neste caso avaliar necessidade de hemograma e PCR. o Se HC negativa e RN continua bem, manter apenas observação pelo período proposto. MANEJO DA SEPSE TARDIA - PROVA • Na suspeita de sepse tardia, coletar HC, HG, PCR, LÍQUOR, EAS, UROCULTURA, RX DE TÓRAX. • Para RN sem instabilidade clínica: o Iniciar OXACILINA E AMICACINA (ou GENTAMICINA se não houve uso prévio da mesma). • Realizar punção lombar (PL): o Se LCR normal: manter antibióticos. o Se LCR alterado: substituir aminoglicosídeo por CEFOTAXIMA. o Se LCR hemorrágico: repetir PL em 48 horas. • Cateter: o cateter venoso central é o principal fator de risco para infecção da corrente sanguínea em neonatologia e, por essa razão, a sua inserção a manutenção devem seguir criteriosamente as boas práticas descritas pelo CDC e ANVISA. Staphylococcus coagulase negativo corresponde até 50% das infecções relacionadas a cateter (tardias). Outros são: Candida sp, Enterococcus sp e gram negativos. o Se apresentar sinais flogísticos: devemos retirar o cateter imediatamente, coletar uma amostra de hemocultura periférica e solicitar cultura de ponta de cateter e iniciar o tratamento empírico de sepse. • É importante avaliar criteriosamente os sinais de sepse para evitar excesso de diagnósticos desnecessários. Não devemos considerar os distúrbios respiratórios com boa evolução e atribuíveis a outras causas isoladamente, como sinal de sepse. • O uso criterioso de ATB contribui para redução dos casos de resistência bacteriana. OBS: Devido à alta mortalidade de RN não tratados em tempo oportuno, existe um exagero no diagnóstico e tratamento desnecessários que podem contribuir para a emergência de bactérias multirresistentes. Estima-se que entre 11 e 23 RN não infectados são tratados em UTIs neonatais para cada RN com infecção documentada. DURAÇÃO DO TRATAMENTO • Sepse precoce sem foco, HC negativa, exames normais e boa evolução clínica: tratar durante 5 dias. • Sepse tardia sem foco, HC negativa, exames normais e boa evolução clínica: tratar de 5 a 7 dias. • Sepse tardia com foco definido, sem bacteremia: tratar de 7 a 14 dias, conforme evolução clínica/laboratorial. • Pneumonia sem agente definido: tratar por 7 a 10 dias, conforme evolução clínica. • Infecção urinária sem agente definido: tratar por 7 dias, desde que urocultura de controle esteja negativa. Se urocultura positiva, tratar de 10 a 14 dias, conforme o agente isolado. • Em caso de HC positiva (na ausência de cateter central): o GBS → 10 dias (se meningite – 14 dias). o S. epidermidis → 5 – 7 dias (se meningite – 14 dias). o S. aureus → 14 dias (se meningite – 14 a 21 dias). o Gram negativos → 10 a 14 dias (se meningite – 21 dias). o Enterococcus → 10 a 14 dias (se meningite – 21 dias). EVOLUÇÃO DE SEPSE NEONATAL • Em caso de culturas positivas, orientar-se por elas e repetir HC após 48 – 72 horas do tratamento inicial. • Em caso de HC persistentemente positivas: discutir com SCIH. • Em caso de suspeita clínica inicial, mas RN evolui bem, tem hemoculturas negativas e PCR seriadas negativas: considerar descontinuar o ATB. CONSIDERAÇÕES SOBRE SEPSE FÚNGICA • Realizar pesquisa de foco para determinar tempo de tratamento: ecocardiograma, USG abdominal e fundoscopia, 7 dias após os sintomas. Exames realizados muito precocemente podem ser falsamente negativos. • Urocultura e hemocultura para fungos. Mais comum é a Candida sp. • A droga de escolha é a ANFOTERICINA B. Anfotericina Lipossomal está indicada para pacientes com disfunção renal. • Se ausência de foco, tratar por 14 dias após a primeira HC negativa que deve ser repetida a cada 72 horas. Em caso de identificação de foco tratar por 4 semanas e acompanhar resolução do foco. ESTREPTOCOCO GRUPO B (AGALACTIAE) – FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DE COLONIZAÇÃO DA GESTANTE • Idade. • Número de gestações. • Raça. • Diabetes mellitus. • Uso de DIU. • Procedimentos fetais. • Contraceptivos orais. • Quanto menor a idade e o número de gestações, maior a chance de a mãe ser colonizada pelo EGB, e as negras são mais susceptíveis à colonização. FATORES DE RISCO INFECÇÃO NEONATAL • Filho anterior com doença invasiva pelo EGB. • Colonização materna intensa (e/ou virulência da cepa – III). • Baixo IgG materna específicos. • Gravidez múltipla. • Cerclagem. • ITU por EGB. • TPP. • RPM por tempo prolongado > 18 horas. • Corioamnionite e febre intraparto. • Mais de 5 toques vaginais no TP. • Prematuridade/baixo peso. • Óbito fetal ou natimorto em gestação anterior sem causa aparente. FORMA DE TRANSMISSÃO – SEPSE PRECOCE - EBG • Principalmente durante o TP e o parto. • Intrauterina – óbito fetal, natimorto, pneumonia congênita ou sepse muito precoce. • Na ausência de AIP (gestante colonizada) – 50% dos RNs podem ser contaminar – 2% desenvolvem a doença grave. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INFECÇÃO POR EGB • Mãe: o ITU ou bacteriúria assintomática. o Corioamnionite. o Infecção sítio cirúrgico. o Endometrite (bacteremia). o Sepse puerperal. o Endocardite. o Tromboflebite pélvica. o Meningite. • Recém-nascido: o Precoce: até 7 dias (mais frequentes 80%): ▪ Bacteremia, sepse (25 – 40%), pneumonia (35 – 55% desconforto respiratório = SDR) e meningite (até 15%). ▪ Outros sintomas: onfalite, artrite, celulite, impetigo, etmoidite. o Tardia: 7d – 12semana: ▪ Meningite (40%), febre a/e (40%), artrite séptica (5 – 10%) e osteomielite. o Muito tardia: >89 dias RNPT MBP internado UTIN. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA DOENÇA PERINATAL PELO EGB • Dependem muito mais da conduta obstétrica do que dos cuidados neonatais específicos. • Anamnese cuidadosa da gestante. •Perguntar/investigar de colonização pelo EGB, ITU, corioamnionite, na admissão da maternidade. • Dados do TP e parto. • Suspeita clínica precoce. • Investigação e tratamento adequados. • Imunização: promissora pesquisa avançada não disponível. • Antissepsia do canal de parto: digluconato de clorexidina aquosa a 0,2% a cada 6 horas ou toques vaginais durante o TP em gestante colonizadas. • Quimioprofilaxia com antibióticos intraparto (não antes do parto ou no pré-natal): administração de ATB logo após o início do TP ou ruptura das membranas, pelo menos duas doses com intervalo de 4 horas antes da resolução do parto. PROFILAXIA ANTIMICROBIANA INTRAPARTO – PREVENÇÃO DA DOENÇA POR EGB - PROVA • Recomendado: Penicilina G cristalina 5 milhões UI, EV seguida de 2,5 – 3 milhões de UI a cada 4 horas até o parto. • Alternativa: Ampicilina 2g, EV seguida de 1g a cada 4 horas até o parto. Ou Cefazolina 2g, EV seguida de 1g a cada 8 horas até o parto. • Com alto risco de anafilaxia: Clindamicina 900mg, EV a cada 8 horas ou Eritromicina 500mg, EV a cada 6 horas até o parto. • EGB resistente: Vancomicina 1g, EV a cada 12 horas até o parto. RECOMENDAÇÕES PREVENÇÃO EGB - PROVA • Todas as gestantes devem ser rastreadas com IG entre 35 – 37 semanas para colonização vaginal e retal pelo EGB. • Se o resultado do rastreamento não é conhecido, a paciente deverá receber quimioprofilaxia nos seguintes casos: o Trabalho de parto em idade gestacional inferior a 37 semanas. o Tempo de rotura de membranas superior a 18 horas. o Apresentar febre durante o trabalho de parto (>/= 38°C). • Realizar AIP todas as gestantes com cultura positiva para o EGB, com exceção de parto cesáreo eletivo sem TP com bolsa íntegra. • AIP adequado: penicilina ampicilina ou cefalozina EV a cada 4 horas (todos os outros esquemas são considerados inadequados). • A colonização em gestação anterior não é indicação de AIP, exceto se a colonização persistir. • Indicar AIP toda gestante que tiver tido um filho com infecção neonatal por EGB e bacteriúria (ITU) pelo EGB, não sendo necessário a pesquisa de colonização na gestação. • Pesquisar no pré-natal alergia à penicilina. • Não prescrever ATB profilático de rotina para o RN quando for realizada a profilaxia com AIP na mãe. PREVENÇÃO DE INFECÇÃO NEONATAL PRECOCE PELO EGB • Sinais clínicos de sepse neonatal: avaliação diagnóstica completa (hemograma, hemocultura, LCR, raio-x de tórax) e antibioticoterapia empírica = Penicilina ou Ampicilina + Gentamicina. • Corioamnionite: avaliação diagnóstica limitada (hemograma, hemocultura) e se sinais clínicos: antibioticoterapia empírica = Penicilina ou Ampicilina + Gentamicina. • AIP indicada para a mãe: mãe recebeu > 4 horas de penicilina, ampicilina ou cefazolina EV. Cuidados clínicos de rotina e observação por 48 horas. • IG < 37 sem e bolsa rota > 18 horas: colher hemograma e hemocultura, observar por 48 horas. CONSIDERAÇÕES FINAIS • A sepse neonatal deve ser suspeitada em todo neonato com quadro infeccioso. • Os critérios de Síndrome de Resposta Inflamatória (SIRS) são muito frequentes em neonatos e lactentes jovens, mesmo em pacientes de pouca gravidade e em outras comorbidades de origem não infecciosa. • Atenção especial deve ser dada a pacientes que apresentem infecção grave, com alteração do nível de consciência (irritabilidade, choro inconsolável, pouca interação com o meio) e/ou alteração da perfusão tecidual. • Atenção aos sinais e procurar disfunções orgânicas que definem o diagnóstico de sepse grave e risco de choque séptico. • Sepse grave e risco de choque séptico potencialmente fatal. • É fundamental que o choque séptico seja reconhecido antes da hipotensão, considerando um sinal tardio, quando o choque já está instalado. • Abordagem precoce, suporte hemodinâmico eficaz, antibioticoterapia na 1ª hora do diagnóstico, controle de foco infeccioso, adesão aos protocolos de tratamento, são importantes pilares da abordagem dessa síndrome grave. IMPORTANTE • Avaliar criteriosamente os sinais de sepse para evitar excesso de diagnósticos desnecessários. • Não considerar os distúrbios respiratórios com boa evolução e atribuíveis a outras causas isoladamente, como sinal de sepse. • O uso criterioso de ATB contribui para redução dos casos de resistência bacteriana.
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