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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b. Proposta de Redação; c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com caneta esferográfica de tinta preta. 4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. 5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente à questão. 6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira. 7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no CARTÃO-RESPOSTA. 8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros espaços e deixe os demais em branco. 9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO. 14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término das provas. 15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas; c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação durante a realização do Exame; f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame; g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame; h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO *de acordo com o horário de Brasília 2024 Código da Prova: 31 ESTA PROVA SOMENTE PODERÁ SER APLICADA A PARTIR DO DIA 09/03/2024, ÀS 13H00*. Simulado 1 – Prova I LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 GAULD, T. Disponível em: <www.tomgauld.com>. Acesso em: 25 out. 2023. Na tirinha, a mensagem do balão é compartilhada por dois personagens diferentes e separa dois momentos distintos que evidenciam o A. empenho dos pais em melhorar as notas da filha. B. interesse da garota em participar dos afazeres escolares. C. tempo perdido pela observação minuciosa do espaço físico. D. reconhecimento diferente dado a um mesmo comportamento. E. cuidado do professor em garantir um futuro de sucesso da aluna. QUESTÃO 02 “Women are not physiologically capable of running a marathon.” Those nine words leapt off the paper like a slap to the face. The letter she held was the response to her request for an official entry to run the 1966 Boston Marathon – a flat-out refusal, but also a derogatory sideswipe of her capabilities as a woman, particularly given she was now running up to 40 miles at a stretch. In the mid-1960s, women’s long-distance running was still considered dangerously radical. Female runners had completed 26.2 miles many times, but groundless ideas lingered that a woman’s body was not built for such extreme exertion. It was feared that allowing women to take on the distance would lead to dangerous levels of indecency. GIBB, B. The Boston Marathon pioneer who raced a lie. Disponível em: <www.bbc.com>. Acesso em: 19 out. 2023 (Adaptação). No texto, a resposta oficial da Maratona de Boston, nos Estados Unidos, em 1966, expõe um caráter discriminatório perante as mulheres. Nesse sentido, entre as razões dadas às mulheres como impeditivas para competir, destaca-se a A. inexistência de coletivos femininos organizados nas corridas. B. impossibilidade de elas disputarem o pódio com outros homens. C. falsa ideia de que elas não tinham o biotipo recomendado para correr. D. proibição da prática de atividades físicas pelo grau de periculosidade. E. inadequação moral dos trajes utilizados nas competições da época. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO i never asked my mom where the food came from, but she told me anyway: gracias a dios. gracias a dios del chisme, who heard all la migra’s plans & whispered them into the right ears to keep our families safe. OLIVAREZ, J. Disponível em: <https://poets.org>. Acesso em: 21 set. 2023. [Fragmento] O poema de José Olivarez estrutura-se a partir de um recurso linguístico que destaca o(a) A. efeito negativo da fome. B. falta de direitos nas fábricas. C. isolamento das trabalhadoras. D. vínculo entre desconhecidas. E. origem de uma comunidade. QUESTÃO 05 People’s beliefs and attitudes to work will have a big impact on their creative development. Some are “performance-oriented”: they are very concerned about how they compare to others. In general, they see their talents as fixed, and so prefer to stick to tasks that will consistently result in success. They tend to take feedback more personally. They think that if you are unable to perform well, it’s because of the lack of capability – and it’s not something you can develop. Others are “learning-oriented”: they tend to be more focused on the opportunity to increase their skills and broaden their knowledge. They are also more resilient in the face of failure, since they analyse what went wrong and use those lessons as an opportunity for growth. To see whether these mindsets could influence people’s creativity, employees of a large electro-optical manufacturer in Israel were examined. Overall, it was found that the learning-oriented employees showed greater improvement in the number and quality of ideas they contributed to the scheme, compared to those who were performance-oriented, who tended to give up and stop trying after they had faced a disappointment. ROBSON, D. Disponível em: <www.bbc.com>. Acesso em: 12 jun. 2021. [Fragmento adaptado] Ao comparar as características de pessoas learning- oriented e performance-oriented, o texto sugere que, para desenvolver a criatividade, aqueles com o perfil voltado para o desempenho deveriam A. aprimorar a maneira de lidar com a frustração. B. realizar tarefas corriqueiras com mais precisão. C. combater a propensão a cometer os mesmos erros. D. explorar seus pontos fortes para lidar com suas limitações. E. investir na relação com os colegas de trabalho mais criativos. QUESTÃO 03Disponível em: <https://www.dss.gov.au>. Acesso em: 25 out. 2023. Na campanha sobre violência doméstica realizada pelo governo australiano, o uso da expressão reach out sugere a ideia de que o interlocutor do texto deve A. entrar em contato com os meios informados para pedir ajuda. B. oferecer auxílio imediato às vítimas de violência da vizinhança. C. deixar sua residência o mais rápido possível em caso de agressão. D. mobilizar a sociedade para impedir novos casos de violência doméstica. E. alcançar a rede de apoio local através dos pontos de encontro anunciados. QUESTÃO 04 poem where no one is deported now i like to imagine la migra running into the sock factory where my mom & her friends worked. it was all women who worked there. women who braided each other’s hair during breaks. women who wore rosaries, & never had a hair out of place. women who were ready for cameras or for God, who ended all their sentences with si dios quiere. as in: the day before this god was the god that woke me up at 7am every day for school to let me know there was food in the fridge for me & my brothers. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 Desde hace rato, cuando ustedes llegaron Ya estaban las huellas de nuestros zapatos Se robaron hasta la comida’e gato Y todavía se están lamiendo el plato Bien encabrona’o con estos ingratos Hoy le doy duro a los tambores Hasta que me acusen de maltrato Si no entiendes el dato Pues te lo tiro en cumbia Bossa nova, tango o vallenato Estos canallas se les olvidó que el calendario que usan Se lo inventaron los Mayas Con la Valdivia Precolombina desde hace tiempo, ah Este continente camina RESIDENTE. This is not America. Miami: Sony Music Latin, 2022. [Fragmento] Na letra da canção, o eu lírico expressa que a América Latina é uma região A. questionada por sua identidade. B. influenciada pelos países ricos. C. depreciada no aspecto musical. D. desapropriada de sua história. E. aprisionada ao passado opressor. QUESTÃO 02 El militarismo de la sociedad de la cultura azteca se reflejaba con gran claridad en la esfera religiosa. Los mitos de creación, por ejemplo, sacralizaban la guerra al sostener que la única forma de evitar la destrucción de la humanidad, como había sucedido a las cuatro anteriores, consistía en alimentar al Sol con la sangre de los enemigos prisioneros de guerra para fortalecerle y evitar así su muerte. Sin embargo, las creencias guerreras de los pipiltin mexicas no eran compartidas por la inmensa mayoría de los campesinos del México Central, sostén económico de Tenochtitlán, que seguían adorando a los viejos dioses de la vegetación y el agua. Esta oposición dio origen a una religión donde convivían en igualdad ambas tradiciones. La presencia de dos capillas gemelas en el Templo Mayor de Tenochtitlán, dedicada una a Tialoc, el dios acuático, y otra a Huitzilopochtli, la belicosa deidad de la cultura azteca, simbolizaba a la perfección el dualismo típico del pensamiento mexica. Los sacrificios humanos, punto culminante del complejo sistema ceremonial mexica, reproducían también la dualidad, ya que las técnicas empleadas en algunos de ellos (decapitación, flechamiento, inmersión en agua o desollamiento) tenían un claro simbolismo agrario. Sin embargo, todos finalizaban de la misma manera, que el sacrificio realizado en honor de Tonatiuh, la deidad solar: los sacerdotes abrían el pecho del cautivo con una gran navaja de piedra, sacaban el corazón y lo ofrecían al Sol. Disponível em: <http://lahistoriamexicana.mx>. Acesso em: 14 mar. 2017. A intenção comunicativa de um texto pode ser inferida, entre outros aspectos, por meio do conhecimento da informação veiculada e da identificação do público ao qual se dirige. Considerando-se as informações apresentadas e o provável público-alvo, o texto foi construído principalmente com a intenção de A. pormenorizar os sacrifícios humanos realizados pelos astecas em honra ao deus sol. B. estabelecer que a religiosidade para os astecas se restringia a aspectos militares. C. discorrer sobre a relação entre a religião e outros aspectos da vida dos astecas. D. relatar a incorporação das crenças dos camponeses por parte dos guerreiros astecas. E. descrever a existência de uma capela construída para o culto de duas divindades. QUESTÃO 03 La sequía no es la única amenaza que acecha a los delfines del Amazonas En su astucia e inteligencia, los delfines han aprendido cómo romper las mallas de los pescadores para quedarse con los peces, generando un conflicto con los humanos que se ha sumado a sus múltiples amenazas. No solo es que los maten. También está, claro, la sequía. Aquí, en el lado colombiano del río Amazonas, este y sus tributarios permanecen con aguas bajas a pesar de que, según la comunidad, los caudales ya deberían estar subiendo desde octubre. Pero hay otros factores que mantienen en vilo su supervivencia, como la contaminación por mercurio dejada atrás por la minería. MONSALVE, M. M. Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento] No contexto de ameaça aos botos, a expressão en vilo destaca que a A. multiplicidade de fatores causa dúvida quanto à vida dos animais. B. inteligência animal tem impedido a degradação das espécies. C. sobrevivência dos animais depende da ação objetiva humana. D. seca prejudica tanto os animais quanto o grupo de pescadores. E. contaminação por mercúrio é um fator menos preponderante. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 04 Resulta evidente cuando un autor entra en edad avanzada y empieza a ver su vida y su obra con perspectiva. Un sentimiento recurrente es el arrepentimiento, a menudo por considerar que tiene todavía mucho que ofrecer al arte que le llena, pero cada vez menos tiempo que dedicarle. Con la edad, Pedro Almodóvar ha ido desprendiéndose de excentricidades visuales, con colores ligeramente más neutrales (siguen siendo más vivos que los de la mayoría de las películas que se estrenan) y puesta en escena más austera, aunque elegante. Eso parece venir bien en su salto al cine en inglés, haciendo una transición más fluida aquí que en La voz humana, dando a este wéstern un aroma reposado exquisito. GALLEGO, P. Disponível em: <www.espinof.com>. Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento] No trecho da resenha anterior, o autor defende que a obra fílmica analisada A. atualiza o que o cineasta chama de excentricidade visual. B. reflete sobre a postura infantil assumida nos primeiros filmes. C. mostra a adoção do estilo fluido próprio do cinema em inglês. D. revela uma retomada cinematográfica de recursos tradicionais. E. apresenta uma evolução elegante na cinematografia do espanhol. QUESTÃO 05 Disponível em: <www.instagram.com>. Acesso em: 20 out. 2023. O território das Ilhas Malvinas, há anos, está em disputa entre o Reino Unido e a Argentina. Nesse sentido, a função do post do governo argentino é A. reafirmar a posição de reivindicação pela localidade. B. apresentar as pautas do diálogo mediado pela ONU. C. questionar o projeto de resolução do Comitê Especial. D. parabenizar a ONU pela busca da resolução do conflito. E. divulgar informações sobre o Comitê e seu funcionamento. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 A CERTA PERSONAGEM DESVANECIDA... Um soneto começo em vosso gabo Contemos esta regra por primeira, Já lá vão duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho está no cabo. Na quinta torce agora a porca o rabo: A sexta vá também desta maneira, Na sétima entro já com grã canseira, E saio dos quartetos muito brabo. Agora nos tercetos que direi? Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. Nestavida um soneto já ditei, Se desta agora escapo, nunca mais; Louvado seja Deus, que o acabei. MATOS, G. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 166. A comicidade é um elemento muitas vezes utilizado na construção de textos literários. Nesse soneto, o que provoca o riso é o(a) A. forma debochada como o sujeito lida com a construção do próprio poema. B. tom hostil desenvolvido ao longo dos versos que satirizam o fazer poético. C. arquitetura simplória de um manifesto proferido como um ato político. D. maneira perspicaz como o eu lírico valoriza os seus próprios atos. E. tratamento trivial dado às indagações filosóficas de um escritor. QUESTÃO 07 Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no Colégio Lauro Farani Pedreira de Freitas, no município baiano de Iaçu, Elisabeth Amorim incentiva o hábito da leitura e sempre busca novas ideias para estimular os alunos a apreciarem a atividade. Assim, para combater a resistência dos estudantes em relação à leitura, ela resolveu promover oficinas, na sala de aula, para “desmontar” a literatura. “Isso significa dizer desconstruir o texto, mudando de uma série discursiva para outra”, explica Elisabeth. Segundo ela, os alunos passaram a transformar contos ou romances em charges, bilhetes, cartas, cartazes, cartuns, histórias em quadrinhos ou grafites em tamanho gigante. Os registros tiveram início em 2007. “Vejo tanta riqueza na produção desses estudantes que não consigo desistir de investir em uma educação de qualidade”, afirma. SCHENINI, F. “Desmonte” da literatura incentiva hábito da leitura em escola baiana. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento] A partir da exposição sobre o projeto desenvolvido pela professora, entende-se que a proposta de levar os alunos a “desconstruírem” os textos incentiva a leitura ao A. refletir sobre a atemporalidade das obras literárias. B. realizar adequação textual a gêneros do cotidiano. C. facilitar o conteúdo narrativo ao público infantil. D. requisitar a participação ativa da comunidade. E. valorizar as produções do ambiente escolar. QUESTÃO 08 A eletricidade é o que dá choque. No fio lá de casa é só o susto. Agora nos da rua muita gente morre a não ser os passarinhos que nem ligam. A eletricidade é também o que dá a luz elétrica que papai sempre diz que se esqueceu de pagar ela quando o homem vem cortar. A luz elétrica não é como a luz do Sol pois precisa de lâmpada pra acender e pra queimar. Fora isso eu não sei mais nada de eletricidade a não ser a televisão mas essa até mesmo o papai diz que ninguém entende. FERNANDES, M. Disponível em: <http://www2.uol.com.br>. Acesso em: 19 abr. 2017. A coesão é o processo que estabelece, linguisticamente, a ligação entre palavras, orações, períodos e parágrafos em um texto. Considerando os recursos empregados por Millôr Fernandes, contribui para a coesão do texto A. a elipse em “No fio lá de casa é só o susto”, que dá progressão textual ao trecho por meio da retomada do sujeito da oração anterior. B. a hiponímia em “muita gente”, que ocorre como forma de fazer referência à população em geral sem que haja repetição de termos. C. a locução concessiva em “Fora isso eu não sei mais nada de eletricidade a não ser a televisão”, que estabelece contradição. D. o advérbio “agora”, na terceira frase, que é responsável por estabelecer a relação de sequenciamento temporal entre as ações. E. o pronome demonstrativo “essa”, na última frase, que mantém a temática sobre a qual se discorre, retomando o termo “eletricidade”. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 09 Thauane, Em 4 de fevereiro, você postou o seguinte texto em sua página no Facebook: “Vou contar o que houve ontem, pra entenderem o porquê de eu estar brava com esse lance de apropriação cultural: eu estava na estação com o turbante toda linda, me sentindo diva. E eu comecei a reparar que tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam me olhando torto, tipo ‘olha lá a branquinha se apropriando da nossa cultura’, enfim, veio uma falar comigo e dizer que eu não deveria usar turbante porque eu era branca. Tirei o turbante e falei ‘tá vendo essa careca, isso se chama câncer, então eu uso o que eu quero! Adeus’. Peguei e saí e ela ficou com cara de tacho. E, sinceramente, não vejo qual o PROBLEMA dessa nossa sociedade, meu Deus”. Ao final, você fez a hashtag: #VaiTerTodosDeTurbanteSim. Se esse episódio acontecesse alguns anos atrás, Thauane, eu talvez aderisse à sua hashtag #VaiTerTodosDeTurbanteSim. Porque acharia uma convocação mais igualitária. Até alguns anos atrás eu acreditava que era suficiente não ser racista. Eu me achava bacana por defender os direitos humanos e denunciar a violência contra as minorias. Eu me achava legal por não distinguir raça, mas enxergar pessoas. Eu teria convicção de que, ao usar um turbante, estaria fazendo um reconhecimento e uma homenagem à outra cultura. Até alguns anos atrás eu acreditava que era isso o que eu poderia fazer de melhor como branca num país racista. BRUM, E. Disponível em: <http://brasil.elpais.com>. Acesso em: 04 abr. 2017. [Fragmento] A articulista aborda o uso de turbantes por mulheres brancas direcionando seu texto a Thauane, jovem que alegou ter sofrido preconceito por usar o acessório. Para expor o que pensa, a autora utiliza A. nomes históricos, referindo-se a fatos relevantes na história do país. B. ideias hipotéticas, elencando possíveis reações pessoais ao ocorrido. C. verbos no pretérito, indicando atitudes tomadas em situação semelhante. D. circunstâncias de tempo, destacando a luta antirracismo dos brancos. E. trechos de outros autores, refletindo sobre possíveis reações à polêmica. QUESTÃO 10 A leitura, enquanto construção de sentido, apresenta-se como um fenômeno muito singular por ser um acontecimento somente concretizado quando há a reconstrução significativa de um dizer, situado em uma interação social. Bakhtin, teórico russo, defende que a construção de significados depende da inserção da palavra em uma situação enunciativa, na qual um indivíduo assume a posição de enunciador. Isso significa que os signos que compõem um dado enunciado não significam por si só e nem a língua pode ser concebida apenas como um sistema de signos, mas como o lugar de constituição da subjetividade, lugar da interação. SANTOS, V.; CAMPELO, S. Leitura e construção de sentido: uma experiência com o gênero frase. In: Anais do IV COGITE: Colóquio sobre gêneros e textos. 2014. Disponível em: <https://revistas.ufpi.br>. Acesso em: 18 out. 2023. [Fragmento adaptado] A partir das ideias de Bakhtin, entende-se que o processamento de sentido da leitura é A. baseado nas relações linguísticas e sociais. B. revelado através das seleções vocabulares. C. inferido a partir das construções sintáticas. D. apoiado em uma situação enunciativa prévia. E. estruturado na construção objetiva do receptor. QUESTÃO 11 TEXTO I A alfabetização é um pilar fundamental, ao longo da vida, para o desenvolvimento pleno das crianças. A alfabetização com qualidade é um direito de todas elas. Pessoas que têm um nível insuficiente de alfabetização ficam à margem da sociedade, possuem menos oportunidades profissionais ou pessoais e não têm acesso aos seus direitos. O analfabetismo exclui uma parcela da população do acesso às informações mais básicas. FUTURA. Disponível em: <https://futura.frm.org.br>. Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento] TEXTO II A alfabetização de crianças e adultos pode mudar de maneira significativa os rumos de um país, uma vez que, quanto maior o acesso do indivíduo a tudo o que a leitura oferece, seja por via cultural, lazer ou até mesmo pela própria educação, maiores são as chances de conquistar melhores oportunidades no mercado de trabalhoe, consequentemente, uma melhor qualidade de vida e acesso a novos caminhos. FUNDAÇÃO Abrinq. Disponível em: <www.fadc.org.br>. Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento] O texto I compartilha da mesma ideia do texto II ao argumentar que a alfabetização A. possibilita a ampliação de contextos transformadores. B. aumenta o distanciamento entre as camadas sociais. C. permite a participação popular nas decisões do país. D. coopera com a criação de uma sociedade justa. E. precisa ser inserida nos anos escolares iniciais. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 12 Eram exatamente como a parentada da qual eu tinha fugido quando garota. Eu não os suportava e, no entanto, eles não me largavam, estavam todos dentro de mim. A existência às vezes tem uma geometria irônica. Desde os treze, quatorze anos, eu tinha aspirado um decoro burguês, a um bom italiano, a uma vida culta e reflexiva. Nápoles me parecera uma onda que me afogaria. Eu não acreditava que a cidade jamais pudesse conter formas de vida diferentes das que eu havia conhecido quando criança, violentas ou sensualmente indolentes, tingidas com uma vulgaridade sentimental ou obtusamente entrincheiradas na defesa da própria degradação miserável. Eu sequer procurava aquelas formas, nem no passado nem em um possível futuro. Tinha ido embora como uma pessoa queimada que, aos gritos, arranca do corpo a pele carbonizada acreditando estar arrancando do corpo a própria queimadura. FERRANTE, E. A filha perdida. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. A símile que conclui o excerto do livro de Elena Ferrante procura retomar a ideia de que o(a) A. vulgaridade com a qual as pessoas se portam causa estranhamento à personagem. B. difícil relação familiar da narradora marcou dolorosamente sua trajetória de vida. C. intelectualidade da personagem reafirma seu desprezo nas relações familiares. D. desamparo experienciado na infância e adolescência desfez-se na vida adulta. E. violenta cidade de origem marcou negativamente a narradora-personagem. QUESTÃO 13 A juventude de Isabel foi marcada pela vulnerabilidade extrema durante os anos em que viveu em situação de rua na capital, após ser violentada dentro de casa pelo ex-marido, com quem se casou aos 10 anos de idade, depois de ser expulsa de casa pelo pai. “Como eu morei na rua e perdi duas filhas de fome e frio, quando meus netos me pedem algo de comer que eu não posso dar, isso me assusta e machuca muito”, desabafa ela, aos prantos. “Eles já falaram para mim que eu tinha que passar no posto de saúde por causa desses choros. O mais velho fala: ‘Vó, você tem tanta preocupação, a senhora tem que passar no psicólogo do posto’, mas eu falo: ‘Eu tô bem’. Nem comento muito com ele essas coisas.” PEREIRA, M.; LOTH, L. Loucura como diagnóstico da fome? Como a insegurança alimentar afeta a saúde mental entre os mais vulneráveis no Brasil. Disponível em: <https://ojoioeotrigo.com.br>. Acesso em: 28 nov. 2023. [Fragmento adaptado] A partir da análise do texto, entende-se o objetivo da reportagem de A. pautar a desigualdade social como elemento de adoecimento. B. reforçar a importância da oferta de tratamento psíquico no SUS. C. indicar os reflexos da violência contra a mulher para o psicológico. D. denunciar a omissão do Estado em casos de insegurança de moradia. E. evidenciar o casamento infantil como forma de violação de segurança. QUESTÃO 14 TEXTO I Pesquisa inédita mostra que formados em escolas de tempo integral têm 63% de chance de entrar no ensino superior, enquanto os demais têm 46%. Passar mais tempo na escola participando de atividades como teatro, dança e reforço escolar aumenta a chance de estudantes do Ensino Médio serem aprovados no vestibular. Além disso, eles terão, em média, um salário maior do que os demais ao ingressar no mercado de trabalho. Educação em tempo integral garante diminuição das diferenças sociais. Disponível em: <https://eesp.fgv.br>. Acesso em: 22 out. 2023. [Fragmento adaptado] TEXTO II Uma pesquisa de opinião intitulada “Percepções sobre a Educação Pública e o Ensino Médio no Brasil” apontou que 84% dos entrevistados avaliam o Ensino Médio Integral de forma positiva e associam esse modelo aos bons resultados educacionais. Para o pesquisador e ex-secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, essa modalidade de ensino é a melhor saída para a educação do país. “O tempo integral faz com que os alunos tenham o maior número de estímulos possível, não só pelo olhar educacional, mas também pelo profissionalizante”, avalia. SALES, B.; CAMPOS, B. Ensino integral é a melhor alternativa para a educação do país, avalia pesquisador. Disponível em: <www.cnnbrasil.com.br>. Acesso em: 22 out. 2023. [Fragmento] Os fragmentos apresentam um ponto de vista favorável ao modelo de educação em tempo integral, tendo em comum o argumento de que um dos benefícios é a A. indução à prática de habilidades sociais. B. preparação para o mercado de trabalho. C. ampliação do ingresso nas universidades. D. capacitação em múltiplas áreas do saber. E. aprovação popular do novo modelo escolar. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 15 Ando tão à flor da pele, Que qualquer beijo de novela me faz chorar, Ando tão à flor da pele, Que teu olhar flor na janela me faz morrer, Ando tão à flor da pele, Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser, Ando tão à flor da pele, Que a minha pele tem o fogo do juízo final. BALEIRO, Z. Flor da pele. In: ______. Por onde andará Stephen Fry. 1997. [Fragmento] Para construir a mensagem comunicativa da voz poética, na canção, foi utilizada uma expressão popular cujo sentido remete ao(à) A. anseio pelo encontro do ser amado. B. sofrimento pela perda de um amor. C. modo de viver sem apegos materiais. D. luta por uma paixão não correspondida. E. emoção incontrolável que afeta o sujeito. QUESTÃO 16 A dança e a alma A dança? Não é movimento súbito gesto musical É concentração, num momento, da humana graça natural No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança – não vento nos ramos: seiva, força, perene estar Um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado... Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir a forma do ser por sobre o mistério das fábulas. ANDRADE, C. D. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Aguilar, 1964. No poema de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico dedica sua reflexão para a A. imaginação de um movimento de formas ideais. B. desconstrução do aspecto metódico da dança. C. definição do dançar a partir de uma parábola. D. observação do bailar por imagens oníricas. E. descrição da intimidade entre dançarinos. QUESTÃO 17 O Rodrigo não entendia por que precisava aprender Matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora resolveu contar uma história. Um dia, disse a professora, todos os computadores do mundo serão unificados num único sistema. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo. Um dia, um garoto perguntará ao pai: – Pai, quanto é dois mais dois? – Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte a Ele. – Como é que sei que a resposta é certa? – Porque Ele disse que é certa – responderá o pai. – E se Ele estiver errado? – Ele nunca erra. – Mas se estiver? – Sempre podemos contar nos dedos. – O quê? – Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo. – Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo muitagente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele está certa? Aí o pai suspirou e disse: – Jamais saberemos... VERISSIMO, L. F. Dois mais dois. In: Verissimo antológico: Meio século de crônicas, ou coisa parecida. Rio de Janeiro: Objetiva, 2020. Na crônica de Luis Fernando Verissimo, a escolha da história contada pela professora serve ao propósito de A. justificar o ensino de ciências exatas. B. criticar o posicionamento do estudante. C. ilustrar o futuro do aluno desinteressado. D. pautar o problema da alienação estudantil. E. transmitir lição moralizante típica do gênero. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 18 Então, adeus! Isto aconteceu na Bahia, numa tarde em que eu visitava a mais antiga e arruinada igreja que encontrei por lá, perdida na última rua do último bairro. Aproximou-se de mim um padre velhinho, mas tão velhinho, tão velhinho que mais parecia feito de cinza, de teia, de bruma, de sopro do que de carne e osso. Aproximou-se e tocou o meu ombro: – Vejo que aprecia essas imagens antigas – sussurrou-me com sua voz débil. E descerrando os lábios murchos num sorriso amável: – Tenho na sacristia algumas preciosidades. Quer vê-las? Solícito e trêmulo, foi-me mostrando os pequenos tesouros da sua igreja: um mural de cores remotas e tênues como as de um pobre véu esgarçado na distância; uma Nossa Senhora de mãos carunchadas e grandes olhos cheios de lágrimas; dois anjos tocheiros que teriam sido esculpidos por Aleijadinho, pois dele tinham a inconfundível marca nos traços dos rostos severos e nobres, de narizes já carcomidos… Mostrou-me todas as raridades, tão velhas e tão gastas quanto ele próprio. Em seguida, desvanecido com o interesse que demonstrei por tudo, acompanhou-me cheio de gratidão até a porta. – Volte sempre – pediu-me. – Impossível – eu disse. – Não moro aqui, mas, em todo o caso, quem sabe um dia… – acrescentei sem nenhuma esperança. – E então, até logo! – ele murmurou descerrando os lábios num sorriso que me pareceu melancólico como o destroço de um naufrágio. Olhei-o. Sob a luz azulada do crepúsculo, aquela face branca e transparente era de tamanha fragilidade, que cheguei a me comover. Até logo?… “Então, adeus!”, ele deveria ter dito. Eu ia embarcar para o Rio no dia seguinte e não tinha nenhuma ideia de voltar tão cedo à Bahia. TELLES, L. F. Então, adeus! Disponível em: <https://literaturaemcontagotas.wordpress.com>. Acesso em: 29 abr. 2021. [Fragmento] No fragmento da crônica, a narradora expressa seu olhar subjetivo sobre a experiência, o qual é demarcado pelos(as) A. comparações para a construção da descrição. B. diálogos, com a valorização do discurso direto. C. termos de exagero para apresentar a narrativa. D. menções religiosas sobre os detalhes percebidos. E. interrogações que ilustram as dúvidas levantadas. QUESTÃO 19 ATO PRIMEIRO Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No fundo, porta de saída, uma janela, etc., etc. CENA I AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre – No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. PENA, M. O noviço. Porto Alegre: L&PM, 1999. No excerto da peça de Martins Pena, a cobiça do personagem Ambrósio é reforçada, em seu discurso, pelo(a) A. tratamento do ouro como libertador de condutas repreensíveis dos homens. B. concepção da fortuna como representação metonímica da alma humana. C. jogo entre ideias antagônicas, polarizadas entre ganância e perseverança. D. tom irônico que visa descredibilizar o pensamento materialista. E. comparação da usura com uma espécie de pecado. QUESTÃO 20 Pintura Eu sei que se tocasse com as mãos aquele canto do quadro onde um amarelo arde me queimaria nele ou teria manchado para sempre de delírio a ponta dos meus dedos GULLAR, F. Pintura. In: Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2021. No poema de Ferreira Gullar, há uma dualidade apresentada pelo eu lírico, de forma que materializar o desejo do toque na pintura significaria, para ele, A. entender as ilusões que norteiam seu cotidiano. B. definir a matéria-prima da composição da obra. C. reconhecer as dimensões de sua percepção. D. delimitar a legítima significação do quadro. E. realizar a intenção inconsciente de pintar. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 21 O esporte radical é a prática de atividade física em que prevalece o risco e, apesar de existir há muito tempo, foi no início do século XXI que essa prática se consolidou, sendo estudado pela Educação Física. [...] Como metodologia, usamos o método filosófico dedutivo de pesquisa. Assumimos o conceito de esporte baseado nas suas dimensões sociais como: esporte de rendimento, participação e educação. [...] como acreditamos em um pensamento complexo para explicar os fenômenos sociais estudados, fomos encontrar as diversas características dessas atividades, o que nos levou a classificá-las em esportes radicais de ação, que são aqueles em que predominam a busca da manobra perfeita, ou esportes radicais de aventura, em que o predomínio é a superação de determinados desafios geográficos. Disponível em: <http://artigocientifico.com.br/uploads/ artc_1295543154_10.pdf>. Acesso em: 14 maio 2014. Segundo o texto, a definição de “esporte radical” se constrói por meio de métodos filosóficos dedutivos. Segundo ele, o esporte radical tem como elemento principal a A consciência acerca do limite a ser alcançado pelo atleta. B efetividade da conquista do sucesso a qualquer preço. C obrigatoriedade de ser praticado em grupo. D possibilidade de risco iminente. E presença de superação de obstáculos criados pelo atleta. QUESTÃO 22 MORAIS, S. Leitura: uma janela para o mundo. Disponível em: <www.facebook.com>. Acesso em: 18 out. 2023. Na publicação anterior, o ato de ler é apresentado pela cordelista Susana Morais como um(a) A. elemento de construção de relacionamentos. B. instrumento para desenvolver a erudição. C. meio de diminuir a separação de classes. D. ferramenta para ampliar a visão social. E. alternativa para difundir uma cultura. QUESTÃO 23 A sociedade vive o “tempo” em que a tecnologia se tornou praticamente essencial para o desenvolvimento de grande parte das atividades cotidianas. As redes sociais permitiram uma maior conexão entre as pessoas, visto que é possível conversar com quem está a quilômetros de distância em questão de instantes. Contudo, essas redes sociais que aproximam quem está longe são as mesmas responsáveis por trazerem grandes malefícios, principalmente entre a população mais jovem. Um estudo da Royal Society for Public Health (RSPH) apontou que as redes sociais podem provocar efeitos positivos ou nocivos à saúde humana. O resultado dos estudos indicou que o Instagram fez com que cerca de 70% dos jovens se sentissem pior em relação à própria autoimagem. O estudo também apontou que as taxas de ansiedade e sintomas de depressão aumentaram em 70% entre o público jovem nos últimos 25 anos. A internet trouxe, sim, muitos benefícios, no entanto, quando mal utilizada, pode gerar traumas, fobias, ódio e desunião. A realidade, às vezes, não é fácil, mas como diz oescritor Machado de Assis: “é melhor, muito melhor, contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante como os sonhos, tem, pelo menos, a vantagem de existir”. VIEIRA, K. A tecnologia na sociedade contemporânea. Disponível em: <https://faesadigital.com>. Acesso em: 22 out. 2023. [Fragmento adaptado] A partir da análise dos impactos da tecnologia nos jovens, compreende-se que os malefícios do uso das redes sociais estão vinculados à A. exclusão social daqueles sem meios de integrarem as redes. B. compreensão das dificuldades existentes nas camadas sociais. C. tendência de avaliar a realidade individual a partir de comparações. D. inocência em relação aos vieses inconscientes presentes na internet. E. facilidade de acesso a informações que contestam crenças estabelecidas. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 24 Popular no Rio Grande do Sul, a chula é uma dança típica de Portugal. Desde sua origem, movimenta milhares de apaixonados que buscam acompanhar, nos festivais, passos aparentemente difíceis. Recorrendo ao Manual de Danças Gaúchas, de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, a chula foi introduzida pelos tropeiros, é dançada em desafios e praticada, preferencialmente, por homens. Ela tem bastante semelhança com o lundu sapateado, encontrada em outros estados brasileiros, pois é caracterizada pelas batidas dos pés. Durante a dança, um peão desafia o outro a realizar uma sequência de movimentos como floreios de taco, bico, joelho e pulos ao redor de uma lança no chão, com acompanhamento musical. Para a realização da chula, os homens vestem a pilcha, tradicional vestimenta gaúcha. A indumentária completa inclui botas de cano mole e grandes esporas, bombacha, guaiaca, camisa de cor única, lenço de seda no pescoço e chapéu, além de acessórios que podem variar, como colete e faixa na cintura. As cores escolhidas para os lenços representam os ideais políticos e sociais do gaúcho na época da Revolução Farroupilha. A cor preta, por exemplo, significa, tradicionalmente, o sentimento de luto por algo que o peão está enfrentando. Recentemente, Izidoro perdeu seu pai por conta da covid-19 e, em sua homenagem, mudou o lenço. – Estou em luto pelo falecimento de meu pai. Por isso, pretendo usar o preto durante um ano, sempre que me pilchar – destaca Izidoro. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br>. Acesso em: 1 nov. 2023. [Fragmento adaptado] O texto sobre a chula traz informações com a função de A. precisar as regras que devem ser seguidas pelos dançarinos. B. educar os dançarinos que precisam ajustar suas indumentárias. C. apresentar as origens e os fundamentos norteadores dessa prática. D. contrastar as danças de outras regiões do Brasil com essa coreografia. E. caracterizar as adaptações da tradição em relação à dança portuguesa. QUESTÃO 25 Disponível em: <https://labpasteur.com.br>. Acesso em: 18 out. 2023. Essa campanha de conscientização busca apontar para o público leitor que o(a) A. criança está protegida de doenças pela vacina. B. imunização protege o indivíduo da ação viral. C. barreira vacinal garante uma vida saudável. D. imunizante impede o ataque bacteriano. E. organismo infantil é resistente à doença. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 26 Era uma vez dois pobres lenhadores, que voltavam para casa através de um grande pinheiral. Era inverno, e a noite estava extremamente fria. A neve jazia espessa no solo e sobre os galhos das árvores: a geada fazia estalar os tenros ramos por onde eles passavam; e quando chegaram à Cachoeira da Montanha, viram-na suspensa, imóvel no ar, pois o Rei Gelo a beijara. O frio era tamanho que nem mesmo os animais e os pássaros sabiam como se arranjar. – Ufa! – rosnou o lobo, ao passar vacilante, pelo mato, com a cauda entre as pernas. – Este tempo é terrivelmente monstruoso. Por que o governo não toma alguma providência? – Piu, piu, piu! – pipilaram os pintarroxos verdes. – A velha terra está morta, e cobriram-na com sua mortalha branca. – A terra vai se casar, e este é o seu vestido de noiva – murmuraram as rolas entre si. Seus pezinhos cor-de-rosa estavam inteiramente gelados pela neve, mas elas achavam que deveriam dar à situação uma nota romântica. WILDE, O. O menino e a estrela. In: Contos e novelas de Oscar Wilde. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. p. 143. A expressão que abre o conto marca, na cultura eurocêntrica, o modo de construção temporal de muitos gêneros narrativos. No fragmento do autor irlandês Oscar Wilde, o tempo é apresentado como momento impreciso, vinculando-se a uma representação A. fantástica e transgressora dos contos populares. B. mágica e longínqua da paisagem e dos animais. C. objetiva e moralizante das relações pessoais. D. inverossímil e infantilizada da natureza. E. bem-humorada e irônica da vida rural. QUESTÃO 27 Após o percurso teórico construído pela Linguística Textual nas décadas de 1980 e 1990, ela foi definida, de acordo com Luiz Antônio Marcuschi, como “o estudo das operações linguísticas, discursivas e cognitivas reguladoras e controladoras da produção, construção e processamento de textos escritos ou orais em contextos naturais de uso.” Ou seja, a língua começou a ser analisada em unidades de sentido chamadas texto e não mais em frases soltas, observando, assim, aspectos mais internos e construtivos. Dessa maneira, nota-se que o texto é um sistema de combinação e ligação entre enunciados, palavras, contextos com o intuito de construir sentido. Por isso, afirma-se que o texto é um evento que envolve diversos elementos que, unidos, pretendem construir relações de sentido de modo a formar a tessitura textual. O fator da textualidade corresponde a um conjunto de características que nos possibilita conhecer um texto e distingui-lo de um amontoado de frases. Dito de outro modo, a textualidade faz de um texto, um texto. PIOVESAN, V.; TOLDO, C. Os fatores de textualidade e a construção de sentidos no texto. Entretextos, Londrina, v. 23, n. 2, p. 83-103, 2023. [Fragmento adaptado] Ao definir o que são as unidades linguísticas denominadas “texto”, o fragmento ressalta que os fatores de textualidade A. apresentam um sistema para regulação de ideias. B. garantem a construção e a transmissão de sentido. C. adequam contextos orais às características escritas. D. descrevem a elaboração de construções linguísticas. E. dependem da capacidade de comunicação individual. QUESTÃO 28 Quem quer fazer boa música Sabe a importância da pausa Traído ou bem-amado Tem que forjar ferro-gusa Quem quer fazer boa música Tem que entender quando cruza Tem que ter muito cuidado Tentar cigarra e saúva Quem quer fazer boa música Tem que pisar ovos e uvas Tem que obrigar o diabo Sair debaixo da chuva Quem quer fazer boa música Dispensa coisa confusa Além de tocar dobrado Tem que ter uma ou mais musas ASSUMPÇÃO, I. Variações. Petrobrás III - Devia ser Proibido. SESC-SP, 2010. CD. [Fragmento adaptado] A canção de Itamar Assumpção sugere ideias para a elaboração de uma boa música. Para isso, mescla elementos do gênero canção a características textuais advindas de um gênero A. épico, enfatizando o heroísmo do compositor. B. noticioso, destacando o tempo para divulgá-la. C. cordelístico, pautando a sonoridade como fundamento. D. instrutivo, indicando a justa medida entre método e dom. E. documental, demonstrando apreço pela objetividade dos fatos. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 29 WORLD Health Organization. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br>. Acesso em: 23 out. 2023. Para a transmissão de informações do infográfico, optou-se pela utilização de A. elementos designativos das situações e consequências. B. representações caricatas dos cidadãos e ambientes. C. linguagemcientífica que sustenta os argumentos. D. abordagem alarmista para convencer os leitores. E. fatos que levam à culpabilização do indivíduo. QUESTÃO 30 Meu pai citou É isto um homem? na primeira briga séria que tivemos. Foi no segundo semestre do ano em que fiz Bar Mitzvah, quando disse a ele que queria deixar a escola. Naquela época as coisas já eram diferentes, eu não andava mais com os amigos de antes, não falava mais com eles e já havia me acostumado quando eles passaram também a me hostilizar: de um dia para o outro as pessoas começam a virar as costas, e param de telefonar e se dirigir a você para pedir um lápis emprestado que seja, e em uma semana você já não se sente confiante para conversar sobre isso com ninguém, a condenação que pode muito bem durar a sua vida dentro da escola porque não há nada mais difícil aos treze anos do que mudar um rótulo. LAUB, M. Diário da queda. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. No fragmento, o drama do narrador-personagem está baseado no(a) A. indiferença paterna às solicitações do filho. B. frustração juvenil com os deveres estudantis. C. receio do narrador em expor sua autenticidade. D. despreparo do pai para lidar com o adolescente. E. angústia do rapaz com as adversidades escolares. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO No desfecho do romance Quincas Borba, o narrador machadiano revela seu conhecido pessimismo quanto à interpretação da realidade. Na concepção do narrador, os dramas humanos A. são suavizados e camuflados pela possibilidade do riso. B. precisam ser compreendidos em uma perspectiva sinestésica. C. devem, ironicamente, ser percebidos como armadilhas do destino. D. são consolidados e reforçados pela imensidão cósmica que cerca o planeta Terra. E. trazem uma dimensão reflexiva, marcada pela dualidade de emoções a respeito da existência. QUESTÃO 33 Eu estava estonteada, e assim recebi o livro [Reinações de Narizinho] na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. LISPECTOR, C. Felicidade clandestina. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 23 out. 2023. [Fragmento adaptado] Entre os recursos estilísticos utilizados no texto, destaca-se a presença do paradoxo de A. evitar a leitura como meio de aproveitar o mundo a sua volta. B. retardar a alegria como estratégia de aumentar sua durabilidade. C. fugir da euforia como método de punir-se pela culpa que ela traz. D. criar obstáculos para a leitura como forma de torná-la mais lúdica. E. impedir o prazer que sente com a obra como forma de preservá-la. QUESTÃO 31 FIDELINO A amargura do povo é difusa e mal orientada, quase cômica na sua desinformação? Cabe a nós colocá-la nos trilhos, é da nossa responsabilidade. Eles pensam que a causa da desgraça geral somos nós? Temos que contradizê-los com coragem e lhes explicar que a verdade pela televisão, na hora da janta, quando as famílias estão reunidas e são mais receptivas. Contratar locutores bem- -apessoados, de voz grave, do tipo que inspira confiança, para que expliquem aos idiotas que a vítima da exploração na Brazulândia são os empresários, e não os trabalhadores, que aliás têm pouco a perder (quase nada, uma miséria). Como salta aos olhos das pessoas de boa-fé, o grosso do prejuízo quem sofre somos nós, as classes proprietárias, de cujo capital a roubalheira de Sua Majestade arranca o filé-mignon, derrubando nosso ânimo de criar emprego. É por isso que pobres e proprietários devemos marchar juntos, fazer causa comum contra a rainha ladra. Enfim, tudo isso não passa de um esboço improvisado, mas acho que no geral tem que ser por aí. SCHWARZ, R. Rainha Lira. São Paulo: Editora 34, 2022. A peça teatral Rainha Lira, de Roberto Schwarz, transforma o cenário político brasileiro em uma grande alegoria, construindo-a a partir do reino da Brazulândia e seus personagens. O caráter alegórico do trecho é observado a partir da A. concepção da ideia de “roubalheira” como metáfora para a corrupção. B. responsabilização do desemprego das massas aos empresários do reino. C. utilização de adjetivos pejorativos para caracterizar a classe trabalhadora. D. união das classes proprietárias e trabalhadoras em prol do bem-estar social. E. representação simbólica de um jogo de poder reconhecível na realidade nacional. QUESTÃO 32 Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá o título ao livro, e por que antes um que outro, – questão prenhe de questões, que nos levariam longe... Eia! chora os dois recentes mortos, se tens lágrimas. Se só tens riso, ri-te! É a mesma coisa. O Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens. ASSIS, M. Quincas Borba. Belo Horizonte: Itatiaia, 2023. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 34 ITO, P. Painel na região do bairro Pompeia, em São Paulo. 2014. Disponível em: <www.vivadecora.com.br>. Acesso em: 25 out. 2023. O grafite de Paulo Ito foi realizado no contexto da Copa do Mundo de 2014, que foi sediada no Brasil. Os elementos inseridos pelo artista em sua obra compõem uma mensagem que busca demonstrar que a A. sociedade exige sacrifício dos jovens atletas. B. inclusão desportiva é essencial para o país. C. necessidade real da população é ignorada. D. prática esportiva nutre a formação infantil. E. ascensão social pelo esporte é uma ilusão. QUESTÃO 35 Montenegro e Veloso formaram-se no mesmo dia, na Faculdade de Direito de São Paulo. Depois da cerimônia da colação do grau, foram ambos enterrar a vida acadêmica num restaurante, em companhia de outros colegas, e era noite fechada quando se recolheram ao quarto que, havia dois anos, ocupavam juntos em casa de umas velhotas na Rua de São José. Aí se entregaram à recordação da sua vida escolástica, e se enterneceram defronte um do outro, vendo aproximar-se a hora em que deviam separar-se, talvez para sempre. Montenegro era de Santa Catarina e Veloso do Rio de Janeiro; no dia seguinte aquele partiria para Santos e este para a capital do Império. As malas estavam feitas. AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 27 nov. 2023. Para entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída, entre outros recursos, pelo uso da elipse, que, no fragmento, é observada no trecho: A. “talvez para sempre”. B. “e este para a capital do Império”. C. “Montenegro era de Santa Catarina”. D. “na Faculdade de Direito de São Paulo”. E. “no dia seguinte aquele partiria para Santos”. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 36 No dia em que o Collor ganhou as eleições, todo mundo da vizinhançacomemorou, dizendo que agora finalmente o Brasil ia pra frente. Na TV, o Collor fazia o pronunciamento de vencedor. Eu juro que fazia um grande esforço para entender o que ele dizia. Mas tinha impressão de que ninguém entendia muito bem o que ele falava, porque ele costumava utilizar palavras difíceis e esquisitas, mas podia ouvir a madrinha observar que ele falava bonito, era inteligente e tinha classe. A TV gritando Collor, Collor, como se fosse um grito de gol em copas do mundo. O fim do ano se aproximava e a nossa mãe viria passar o Natal com a gente, como ela havia prometido, e aquela foi a notícia mais feliz que eu e Augusto tivemos desde que viemos para o Rio. Dali em diante passamos a contar os dias para que ela chegasse. E sempre que havia indícios de que eu estava esquecendo o seu rosto, eu olhava para uma foto dela. TENÓRIO, J. Estela sem Deus. Porto Alegre: Editora Zouk, 2018. No fragmento, o andamento da narrativa é apresentado a partir da A. mescla entre acontecimentos públicos e alegrias pessoais. B. narração de tom inocente em relação a um marco político. C. coloquialidade que revela um contexto de vulnerabilidade. D. lembrança de sentimentos contraditórios sobre a felicidade. E. memória sobre o rancor provocado pelo abandono materno. QUESTÃO 37 A mata inteira ri dele, a mata toda grita aquelas palavras, a mata toda aperta seu coração, dança na sua cabeça. Na frente dona Teresa, não é ela toda, é só o rosto. Isso é bruxaria, é praga que rogaram no negro. Damião sabe bem o que eles querem. Querem que ele não mate Firmo... Dona Teresa está pedindo, o que ele pode fazer? Sinhô Badaró é um homem direito, dona Teresa tem o rosto branco. Está chorando... Mas quem é? É dona Teresa com seu rosto no chão ou é o negro Damião? Está chorando... Dói mais que talho de facão, que brasa chiando na carne do negro... Prenderam seus braços, não pode matar. Prenderam seu coração, ele tem que matar... Pelo rosto negro de Damião choram os olhos azuis de dona Teresa... A mata se sacode em riso, se sacode em pranto, a bruxaria da noite rodeia o negro Damião. Ele sentou no chão e chora mansamente como uma criança castigada. AMADO, J. Terras do sem-fim. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. Para a caracterização da cena narrada, Jorge Amado faz uso da figura de linguagem A. hipérbole, exagerando a significação real dos atos de Damião. B. prosopopeia, transformando o ambiente em um personagem. C. pleonasmo, repetindo a angústia do cenário de forma enfática. D. metáfora, caracterizando o personagem enquanto uma criança. E. paradoxo, estabelecendo a dualidade entre vontade e obrigação. QUESTÃO 38 Vi por mandado da santa & geral inquisição estes dez Cantos dos Lusiadas de Luis de Camões, dos valerosos feitos em armas que os Portugueses fizerão em Asia & Europa, e não achey nelles cousa algűa escandalosa nem contrária â fe & bõs custumes, somente me pareceo que era necessario aduertir os Lectores que o Autor pera encarecer a difficuldade da nauegação & entrada dos Portugueses na India, usa de hűa fição dos Deoses dos Gentios. E ainda que sancto Augustinho nas sas Retractações se retracte de ter chamado nos liuros que compos de Ordine, aas Musas Deosas. Toda via como isto he Poesia & fingimento, & o Autor como poeta, não pretende mais que ornar o estilo Poetico não tiuemos por inconueniente yr esta fabula dos Deoses na obra, conhecendoa por tal, & ficando sempre salua a verdade de nossa sancta fe, que todos os Deoses dos Gentios sam Demonios. E por isso me pareceo o liuro digno de se imprimir, & o Autor mostra nelle muito engenho & muita erudição nas sciencias humanas. Em fe do qual assiney aqui. Frey Bertholameu Ferreira FERREIRA, F. B. Prefácio. In: CAMÕES, L. Os Lusíadas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. [Fragmento] Frey Bertholameu foi um censor do Santo Ofício, cuja função era apontar o posicionamento da Igreja Católica sobre o lançamento, no século XVI, do poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões. Apesar de seu posicionamento positivo, há um alerta aos leitores que recai sobre a característica do gênero épico de A. apresentar menção aos deuses e heróis clássicos. B. utilizar alegorias dos ensinos de Santo Agostinho. C. criticar a ocultação de informações pela Igreja. D. valorizar o poeta e a estética de suas obras. E. realçar na poesia relatos heroicos lusitanos. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 39 Disponível em: <www.willtirando.com.br>. Acesso em: 31 out. 2023. A coesão é um mecanismo de textualidade decisivo para a construção do texto. Nesse sentido, o questionamento do estudante mostra-se A. adequado, tendo em vista o duplo sentido do verbo “derrubou”. B. genérico, tendo em vista a falta de clareza da pergunta realizada. C. equivocado, tendo em vista que a chuva forte derrubou a dona aranha. D. pertinente, tendo em vista a imprecisão do termo “a” em “e a derrubou...”. E. apropriado, tendo em vista que a dúvida dele é comum aos demais colegas. QUESTÃO 40 Certa ocasião andava pelas ruas, era o início da noite, quando viu um homem deitado no chão, sob a marquise de uma agência bancária. Os desabrigados pareciam preferir como refúgio noturno as marquises das agências bancárias, talvez porque, por algum motivo, os gerentes dos bancos não se sentissem à vontade para expulsá-los. Os transeuntes normalmente fingiam não tomar conhecimento de um adulto ou uma criança naquela situação, mas nessa noite duas pessoas, um homem e uma mulher, estavam diligentemente curvadas sobre o corpo abandonado, como se tentassem reanimá-lo. FONSECA, R. Anjos das marquises. In: A confraria das espadas. São Paulo: Cia das Letras, 1998. As ideias veiculadas no texto dependem, para a efetiva construção de sentido, de estratégias coesivas voltadas à retomada de certos elementos. Com esse objetivo, resgata-se a referência aos desabrigados, feita no começo da narrativa, por meio do(a) A. omissão do sujeito do verbo “fingiam”. B. pronome agregado ao verbo “expulsar”. C. uso intencional de recursos de redundância. D. alusão a pessoas apresentadas posteriormente. E. menção do termo “transeuntes”, de igual valor semântico. QUESTÃO 41 Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse. Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é bicho esquisito, difícil de governar. A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia conhecido também a Germana e outras dessa laia. Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado para nenhuma: o que sentia era desejo de preparar um herdeiro para as terras de São Bernardo. RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2020. No excerto do livro São Bernardo, de Graciliano Ramos, observa-se um narrador que, ao mesmo tempo que degrada as mulheres, revela seu desejo de casar-se. Assim, entende-se que esse desejo está vinculado à A. formalidade necessária para manter o regime de propriedade privada. B. idealização de uma mulher submissa para ocupar a posição de esposa. C. noção de que o pleno pertencimento social depende da união conjugal. D. ideia calculista de percepção da mulher apenas como agente reprodutor. E. apuração econômica e política das vantagens de se estar em um casamento. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 42 CIÊNCIA, P. Disponível em: <www.instagram.com>. Acesso em: 23 out. 2023. A charge adota elementos do gênero cartaz de lançamento para criar uma reflexão sobre o(a) A. abundância de publicações sobre temas irrelevantes. B. incoerência entre o título e o volume da suposta obra. C. deboche do espaço dedicado às lamentações públicas. D. comparação entre o cartaz e a postagem dos “textões”. E. desatualização do livro físico como fonte de informação. QUESTÃO 43 – Não lerei esse livro.Sei que está cheio de injustiças e de mentiras perversas. Os senhores romancistas não perdoam às mulheres; fazem-nas responsáveis por tudo – como se não pagássemos caro a felicidade que fruímos! Nesses livros tenho sempre medo do fim; revolto-me contra os castigos que eles infligem às nossas culpas, e desespero-me por não poder gritar-lhes: hipócritas! hipócritas! Leve o seu livro; não me torne a trazer desses romances. Basta-me o nosso, para eu ter medo do fim. ALMEIDA, J. L. A falência. Jandira: Principis, 2019. [Fragmento adaptado] Lançado em 1901, o livro de Júlia Lopes de Almeida foi muito importante para transpor a voz feminina num meio majoritariamente masculino. No trecho, isso se dá em forma de A. crítica aos leitores de romancistas consagrados e excludentes. B. denúncia da misoginia intrínseca à literatura publicada na época. C. protesto da normalização da violência de gênero entre escritores. D. queixa do propósito pedagógico da prosa contemporânea a seu tempo. E. censura do meio editorial que não analisa criticamente suas publicações. QUESTÃO 44 A vida é esta, descer Bahia e subir Floresta. Quem não morou em Belo Horizonte, ao ouvir o mineiro suspirar num momento de cansaço e bobice – a vida é esta, descer Bahia e subir Floresta – não há de entender, perdendo-se em noções de selva e estado. Nada disso. A vida é descer a Rua da Bahia, que tinha dois ou três quarteirões de cidade grande, de prazer; depois que se atravessava o estirão da Avenida Afonso Pena, a Rua da Bahia caía em um declive desagradável para o vale das estações de estrada de ferro, ficava desolada, cumprida, estéril, acabando por subir sem fôlego e sem esperança o bairro da Floresta. Era a vida. CAMPOS, P. M. Rua da Bahia. In: Cisne de feltro – crônicas autobiográficas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. A narrat iva concentra sua força expressiva no desenvolvimento da afirmação contida na primeira frase do fragmento. Essa estratégia acaba por revelar o(a) A. caráter coloquial do cotidiano nos centros urbanos. B. traço subjetivo da identidade cultural dos brasileiros. C. tom crítico ao descaso público com as regiões centrais. D. atmosfera reflexiva a partir do cotidiano belo-horizontino. E. aspecto detalhado dos itinerários mais famosos da capital. QUESTÃO 45 para o Carlinhos vou moer teu cérebro. vou retalhar tuas coxas imberbes & brancas. vou dilapidar a riqueza de tua adolescência. vou queimar teus olhos com ferro em brasa. vou incinerar teu coração de carne & de tuas cinzas vou fabricar a substância enlouquecida das cartas de amor. (música de Bach ao fundo) PIVA, R. XIV. In: Morda meu coração na esquina: Poesia reunida. São Paulo: Companhia das Letras, 2023. No poema de Roberto Piva, o eu lírico apresenta sua visão do amor de forma A. hiperbólica, pautando a violência ensandecida do sentimento. B. metafórica, abordando o absurdo através de imagens de rancor. C. anafórica, reforçando a brutalidade da expressão do ato de amar. D. alegórica, desenvolvendo uma representação grotesca da paixão. E. paradoxal, construindo a poesia por meio de ideias contraditórias. LCTJC – PROVA I – PÁGINA 20 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO TEXTO I A construção de uma sociedade justa e resiliente em meio às mudanças no clima passa pela justiça climática, como forma de enfrentamento à distribuição desigual de ônus e bônus ambientais entre pessoas ou comunidades a partir de suas dimensões de raça, gênero, etnia e origem, por exemplo. Esses são direitos humanos e fundamentais inter-relacionados, previstos na Constituição Federal, em tratados internacionais, bem como na legislação ambiental específica. Disponível em: <www.conectas.org>. Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento adaptado] TEXTO II O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desenvolveu dois cenários de Mudanças Climáticas para o Brasil, projetando o que poderá ocorrer até o ano de 2100, um com maiores emissões e, portanto, mais pessimista, e outro menos pessimista. Nesse cenário, o quadro mais pessimista prevê uma tendência ao desaparecimento de 20% a 50% da Floresta Amazônica. Na Região Sul, o clima chuvoso pode afetar o balanço hídrico e os extremos de chuva e temperatura teriam impactos na agricultura, na geração de energia e na saúde da população. Na Região Centro-Oeste, mesmo a previsão de impacto menos pessimista provocaria a redução da biodiversidade do Pantanal e do Cerrado. Além disso, o aumento de 2 °C a 4 °C poderia impactar a agricultura. Já no Sudeste, a versão menos pessimista da análise prevê aumento da ocorrência de extremos de chuva, seca e temperatura. BRASIL. INPE. Mudanças climáticas: o clima está diferente. O que muda na nossa vida. Cartilha. Disponível em: <https://issuu.com>. Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento adaptado] TEXTO III Em julho de 2022, uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) declarou que todas as pessoas no planeta têm direito a um meio ambiente saudável e disse que a mudança climática e a degradação ambiental são algumas das ameaças mais urgentes ao futuro da humanidade. A resolução chega no momento em que o mundo enfrenta a tripla crise planetária da mudança climática, da perda da natureza e da biodiversidade, da poluição e dos resíduos. A nova resolução diz que, se não forem controlados, esses problemas podem ter consequências desastrosas para as pessoas em todo o mundo, especialmente para os pobres, as mulheres e as meninas. Espera-se que os 193 Estados- -membros da ONU consolidem o direito a um meio ambiente saudável nas constituições nacionais e em tratados regionais, implementando essas leis. O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil já declarou o Acordo de Paris sobre mudança climática um tratado de direitos humanos, lembrando que o pacto deveria prevalecer sobre a lei nacional. Os apoiadores estão esperançosos de que a última resolução da Assembleia Geral acabará levando a mais decisões como essas. Disponível em: <https://brasil.un.org>. Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento adaptado] TEXTO IV MUDANÇAS CLIMÁTICAS fonte: FGV/Guilherme Fasolin, Juliana Camargo e Matias Spektor ACREDITAM QUE ESTÃO OCORRENDO 94% ATIVIDADE HUMANA É RESPONSÁVEL 91% CONSEQUÊNCIAS SÃO GRAVES 56% Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 20 nov. 2023. INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”; 4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto; 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “A manutenção dos direitos humanos diante das mudanças climáticas no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questõesde 46 a 90 QUESTÃO 46 Na democracia ateniense, todos os cidadãos podiam participar da assembleia do povo (Eclésia), que tomava as decisões relativas aos assuntos políticos em praça pública. Em Atenas, eram considerados cidadãos apenas os homens adultos (com mais de 18 anos de idade) nascidos de pai e mãe atenienses. O povo, definido como o conjunto dos cidadãos, era considerado soberano e suas decisões só estariam submetidas às leis resultantes de suas próprias deliberações. As leis, uma vez aprovadas, deveriam aplicar-se a todos; os que haviam votado contra ainda podiam deixar a cidade, mas ficando, deveriam obedecer à decisão tomada pela maioria. FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. p. 38-39 (Adaptação). De acordo com o texto, a sociedade ateniense caracterizava-se pela A. existência de uma participação política limitada. B. presença de um sistema político representativo. C. igualdade de gênero nas relações sociopolíticas. D. fragilidade das instituições políticas estabelecidas. E. interferência na política de outras cidades da região. QUESTÃO 47 A humanidade entrou em um período da História em que se configurou uma nova e complexa Geografia do mundo. Enquanto muros e símbolos de uma época se dissolveram, muitos outros se materializaram no espaço planetário. O muro leste-oeste sucumbiu, ao mesmo tempo que novos muros norte-sul se levantam; o World Trade Center nova-iorquino desabou, ao passo que o projeto de torres e edifícios “maiores do mundo” na China afirmava o novo poder do Oriente. HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Editora UNESP, 2006 (Adaptação). O texto sinaliza algumas mudanças ocorridas a partir da emergência de uma Nova Ordem Mundial, no contexto histórico após o final da Guerra Fria, como o(a) A. declínio das desigualdades quanto ao nível de desenvolvimento. B. surgimento de novas potências econômicas no cenário global. C. superação da regionalização mundial de caráter econômico. D. predominância do alinhamento ideológico entre os países. E. redução da interdependência econômica no mercado mundial. QUESTÃO 48 Entre as características do conhecimento popular, também denominado de senso comum, está um aspecto valorativo resultante do ânimo e das emoções do observador, dificultando a isenção de opinião do objeto de estudo. O senso comum é um tipo de conhecimento que permite a reflexão, em decorrência de se apresentar com um nível de familiaridade com o objeto estudado, não instigando a consolidação de padrões e fórmulas gerais. COSTA, M. R. P.; SILVA JÚNIOR, J. A. J. As especificidades e as diferenças entre os diversos tipos de conhecimento. Disponível em: <https://educapes.capes.gov.br>. Acesso em: 27 nov. 2023. A partir da descrição no trecho sobre as crenças do senso comum, a atitude filosófica diante desse tipo de conhecimento é caracterizada pela A. investigação crítica que objetiva ajuizar sobre a validade de cada crença. B. adoção parcial que fornece pontos de partida irrefutáveis para a atividade intelectual. C. negação integral que permite o abandono de interpretações falsas para o método filosófico. D. superação total que consolida a Filosofia como um método superior para conhecer a realidade natural. E. apropriação positiva que orienta o sábio no questionamento das crenças baseadas nos sentidos humanos. QUESTÃO 49 Os sistemas de pensamento europeus foram integrados de forma crítica e seletiva, segundo os interesses políticos e culturais das camadas letradas, preocupadas em articular os ideários estrangeiros à realidade local. O racismo científico assumiu uma função interna, não coincidente com os interesses imperialistas, e se transformou em instrumento conservador e autoritário de definição da identidade social da classe senhorial e dos grupos dirigentes, perante uma população considerada étnica e culturalmente inferior. VENTURA, R. Estilo Tropical. História cultural e polêmicas literárias no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. [Fragmento adaptado] Considerando o texto, as teorias raciais que ganharam relevância durante o século XIX serviram ao propósito de A. justificar a desigualdade de tratamento de grupos sociais. B. reduzir o direito de manifestação de movimentos políticos. C. desobrigar o Estado do fornecimento de políticas públicas. D. romantizar a história da construção da República brasileira. E. perpetuar a promoção do crescimento de classes produtivas. CHJC – PROVA I – PÁGINA 22 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 50 A pólis espartana permaneceu separada em vilarejos, sem uma muralha unificadora. Esparta foi um caso de ideal aristocrático levado ao conjunto dos cidadãos por uma suposta plena igualdade. Após a dominação de outras populações, como os habitantes do vale do Eurotas, ou o conjunto dos messênios, nos séculos VII e VI a.C. (habitualmente conhecidos como hilotas), os habitantes de Esparta reorganizaram-se de modo a repartir a exploração das populações conquistadas e dominá-las através de um treino específico para a guerra permanente. Em certo sentido, a pólis espartana incluía todos os dominados: messênios e hilotas trabalhavam a terra, periecos comerciavam e produziam objetos, espartanos guerreavam. GUARINELLO, N. L. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2020. p. 86-87 (Adaptação). A organização da pólis espartana, tal como descrita no texto, era marcada pela A. disposição em um núcleo urbano. B. proteção do regime democrático. C. equiparação entre os indivíduos. D. participação política ampliada. E. hierarquização social rígida. QUESTÃO 51 Os muçulmanos que vivem na Argentina e no Chile são os que menos horas do dia terão que jejuar pelo Ramadã neste ano, enquanto os de Noruega, Suécia e Finlândia, por outro lado, cumprirão o ritual por 20 horas. Disponível em: <https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ brasil/2016/06/09/localizacao-geografica-altera-duracao-do-jejum-do- ramada-ao-redor-do-mundo.htm>. Acesso em: 25 maio 2018. O Ramadã é o mês sagrado do Islã em que os muçulmanos jejuam diariamente entre o nascer e o pôr do Sol. Considerando-se que as datas do Ramadã são móveis e em 2016 – quando a notícia anterior foi publicada – o mês sagrado foi entre junho e julho, os muçulmanos dos países do Hemisfério Norte, citados no texto, tiveram mais horas de jejum porque A. o Hemisfério Sul passa pelo equinócio de inverno nessa mesma época do ano. B. as regiões próximas dos círculos polares têm os dias mais longos do ano no verão. C. os polos norte e sul passam o inverno no escuro devido à inclinação da Terra. D. os países do Hemisfério Norte têm o solstício de verão mais extenso no fim do ano. E. as regiões intertropicais têm a maior variação de incidência solar no decorrer do ano. QUESTÃO 52 A busca pelo conhecimento é, certamente, uma busca sem limites. O homem, desde tempos imemoriais, busca conhecer o ambiente, os objetos (materiais e imateriais), os fenômenos, as estruturas, as pessoas. O conhecimento das causas essenciais, dos pressupostos fundamentais é, certamente, um dos móveis do saber filosófico desde Tales até os filósofos mais contemporâneos e, nesse processo de busca, há que se salientar, não se pode falar em refutação, mas em pluralismo de discursos que aspiram à totalidade. O conhecimento se produz, se reproduz e assim infindavelmente. CONTERATO, L. S. V.; SILVESTRE, A. C. F. A busca pelo conhecimento: A certeza no ser e a impossibilidade de aceder à coisa em si. Um diálogo entre o pensamento pré-socrático e o criticismo kantiano. Disponível em: <www.fai-mg.br>. Acesso em: 27 nov. 2023. A reflexão presente no texto sobre a relação dos indivíduos com o mundo caracteriza o conhecer como um A. impulso necessário, já que criticar é instintivo para a humanidade. B. objetivo infrutífero, pois a verdade
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