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1 dia Bernoulli 01 - 2024 wagnernamed

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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a 
Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira:
a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, 
Códigos e suas Tecnologias;
b. Proposta de Redação;
c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências 
Humanas e suas Tecnologias.
2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões 
e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o 
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, 
comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com 
caneta esferográfica de tinta preta.
4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá 
ser substituído.
5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas 
com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente 
à questão.
6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira.
7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no 
CARTÃO-RESPOSTA.
8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao 
código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros 
espaços e deixe os demais em branco.
9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida 
para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo 
que uma das respostas esteja correta.
10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. 
Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não 
serão considerados na avaliação.
12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este 
CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO.
14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do 
início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em 
definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término 
das provas.
15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de:
a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata;
b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante 
ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas;
c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das 
provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização 
do Exame;
d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, 
por escrito ou por qualquer outra forma;
e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação 
durante a realização do Exame;
f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou 
de terceiros, em qualquer etapa do Exame;
g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame;
h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE 
QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA 
a qualquer tempo.
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
*de acordo com o horário de Brasília
2024
Código da Prova: 31
ESTA PROVA SOMENTE PODERÁ SER APLICADA
A PARTIR DO DIA 09/03/2024, ÀS 13H00*.
Simulado 1 – Prova I
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
GAULD, T. Disponível em: <www.tomgauld.com>. Acesso em: 25 out. 2023.
Na tirinha, a mensagem do balão é compartilhada por dois personagens diferentes e separa dois momentos distintos que 
evidenciam o
A. 	 empenho dos pais em melhorar as notas da filha.
B. 	 interesse da garota em participar dos afazeres escolares.
C. 	 tempo perdido pela observação minuciosa do espaço físico.
D. 	 reconhecimento diferente dado a um mesmo comportamento.
E. 	 cuidado do professor em garantir um futuro de sucesso da aluna.
QUESTÃO 02 
“Women are not physiologically capable of running a marathon.” Those nine words leapt off the paper like a slap 
to the face. The letter she held was the response to her request for an official entry to run the 1966 Boston Marathon – 
a flat-out refusal, but also a derogatory sideswipe of her capabilities as a woman, particularly given she was now running up 
to 40 miles at a stretch. In the mid-1960s, women’s long-distance running was still considered dangerously radical. Female 
runners had completed 26.2 miles many times, but groundless ideas lingered that a woman’s body was not built for such 
extreme exertion. It was feared that allowing women to take on the distance would lead to dangerous levels of indecency. 
GIBB, B. The Boston Marathon pioneer who raced a lie. Disponível em: <www.bbc.com>. Acesso em: 19 out. 2023 (Adaptação).
No texto, a resposta oficial da Maratona de Boston, nos Estados Unidos, em 1966, expõe um caráter discriminatório perante 
as mulheres. Nesse sentido, entre as razões dadas às mulheres como impeditivas para competir, destaca-se a
A. 	 inexistência de coletivos femininos organizados nas corridas.
B. 	 impossibilidade de elas disputarem o pódio com outros homens.
C. 	 falsa ideia de que elas não tinham o biotipo recomendado para correr.
D. 	 proibição da prática de atividades físicas pelo grau de periculosidade.
E. 	 inadequação moral dos trajes utilizados nas competições da época.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
i never asked my mom where the food came from, 
but she told me anyway: gracias a dios. 
gracias a dios del chisme, who heard all la migra’s plans 
& whispered them into the right ears 
to keep our families safe.
OLIVAREZ, J. Disponível em: <https://poets.org>. 
Acesso em: 21 set. 2023. [Fragmento]
O poema de José Olivarez estrutura-se a partir de um 
recurso linguístico que destaca o(a)
A. 	 efeito negativo da fome.
B. 	 falta de direitos nas fábricas.
C. 	 isolamento das trabalhadoras.
D. 	 vínculo entre desconhecidas.
E. 	 origem de uma comunidade.
QUESTÃO 05 
People’s beliefs and attitudes to work will have a 
big impact on their creative development. Some are 
“performance-oriented”: they are very concerned about 
how they compare to others. In general, they see their 
talents as fixed, and so prefer to stick to tasks that will 
consistently result in success. They tend to take feedback 
more personally. They think that if you are unable to perform 
well, it’s because of the lack of capability – and it’s not 
something you can develop.
Others are “learning-oriented”: they tend to be more 
focused on the opportunity to increase their skills and 
broaden their knowledge. They are also more resilient in 
the face of failure, since they analyse what went wrong and 
use those lessons as an opportunity for growth.
To see whether these mindsets could influence 
people’s creativity, employees of a large electro-optical 
manufacturer in Israel were examined. Overall, it was 
found that the learning-oriented employees showed greater 
improvement in the number and quality of ideas they 
contributed to the scheme, compared to those who were 
performance-oriented, who tended to give up and stop trying 
after they had faced a disappointment.
ROBSON, D. Disponível em: <www.bbc.com>. 
Acesso em: 12 jun. 2021. [Fragmento adaptado]
Ao comparar as características de pessoas learning-
oriented e performance-oriented, o texto sugere que, para 
desenvolver a criatividade, aqueles com o perfil voltado 
para o desempenho deveriam
A. 	 aprimorar a maneira de lidar com a frustração.
B. 	 realizar tarefas corriqueiras com mais precisão.
C. 	 combater a propensão a cometer os mesmos erros.
D. 	 explorar seus pontos fortes para lidar com suas 
limitações.
E. 	 investir na relação com os colegas de trabalho mais 
criativos.
QUESTÃO 03Disponível em: <https://www.dss.gov.au>. Acesso em: 25 out. 2023.
Na campanha sobre violência doméstica realizada pelo 
governo australiano, o uso da expressão reach out sugere 
a ideia de que o interlocutor do texto deve
A. 	 entrar em contato com os meios informados para 
pedir ajuda.
B. 	 oferecer auxílio imediato às vítimas de violência da 
vizinhança.
C. 	 deixar sua residência o mais rápido possível em caso 
de agressão.
D. 	 mobilizar a sociedade para impedir novos casos de 
violência doméstica.
E. 	 alcançar a rede de apoio local através dos pontos de 
encontro anunciados.
QUESTÃO 04 
poem where no one is deported
now i like to imagine la migra running 
into the sock factory where my mom 
& her friends worked. it was all women
who worked there. women who braided 
each other’s hair during breaks. 
women who wore rosaries, & never
had a hair out of place. women who were ready 
for cameras or for God, who ended all their sentences 
with si dios quiere. as in: the day before
this god was the god that woke me up 
at 7am every day for school to let me know 
there was food in the fridge for me & my brothers.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
Desde hace rato, cuando ustedes llegaron
Ya estaban las huellas de nuestros zapatos
Se robaron hasta la comida’e gato
Y todavía se están lamiendo el plato
Bien encabrona’o con estos ingratos
Hoy le doy duro a los tambores
Hasta que me acusen de maltrato
Si no entiendes el dato
Pues te lo tiro en cumbia
Bossa nova, tango o vallenato
Estos canallas se les olvidó que el calendario que usan
Se lo inventaron los Mayas
Con la Valdivia Precolombina desde hace tiempo, ah
Este continente camina
RESIDENTE. This is not America. Miami: Sony Music Latin, 2022. 
[Fragmento]
Na letra da canção, o eu lírico expressa que a América 
Latina é uma região
A. 	 questionada por sua identidade.
B. 	 influenciada pelos países ricos.
C. 	 depreciada no aspecto musical.
D. 	 desapropriada de sua história.
E. 	 aprisionada ao passado opressor.
QUESTÃO 02 
El militarismo de la sociedad de la cultura azteca se 
reflejaba con gran claridad en la esfera religiosa. Los mitos 
de creación, por ejemplo, sacralizaban la guerra al sostener 
que la única forma de evitar la destrucción de la humanidad, 
como había sucedido a las cuatro anteriores, consistía en 
alimentar al Sol con la sangre de los enemigos prisioneros 
de guerra para fortalecerle y evitar así su muerte.
Sin embargo, las creencias guerreras de los pipiltin 
mexicas no eran compartidas por la inmensa mayoría de 
los campesinos del México Central, sostén económico de 
Tenochtitlán, que seguían adorando a los viejos dioses de 
la vegetación y el agua. Esta oposición dio origen a una 
religión donde convivían en igualdad ambas tradiciones. 
La presencia de dos capillas gemelas en el Templo Mayor 
de Tenochtitlán, dedicada una a Tialoc, el dios acuático, 
y otra a Huitzilopochtli, la belicosa deidad de la cultura 
azteca, simbolizaba a la perfección el dualismo típico del 
pensamiento mexica.
Los sacrificios humanos, punto culminante del 
complejo sistema ceremonial mexica, reproducían también 
la dualidad, ya que las técnicas empleadas en algunos 
de ellos (decapitación, flechamiento, inmersión en agua 
o desollamiento) tenían un claro simbolismo agrario. 
Sin embargo, todos finalizaban de la misma manera, que 
el sacrificio realizado en honor de Tonatiuh, la deidad solar: 
los sacerdotes abrían el pecho del cautivo con una gran 
navaja de piedra, sacaban el corazón y lo ofrecían al Sol.
Disponível em: <http://lahistoriamexicana.mx>. Acesso em: 14 mar. 2017.
A intenção comunicativa de um texto pode ser inferida, entre 
outros aspectos, por meio do conhecimento da informação 
veiculada e da identificação do público ao qual se dirige. 
Considerando-se as informações apresentadas e o provável 
público-alvo, o texto foi construído principalmente com a 
intenção de
A. 	pormenorizar os sacrifícios humanos realizados pelos 
astecas em honra ao deus sol.
B. 	estabelecer que a religiosidade para os astecas se 
restringia a aspectos militares. 
C. 	discorrer sobre a relação entre a religião e outros 
aspectos da vida dos astecas.
D. 	relatar a incorporação das crenças dos camponeses 
por parte dos guerreiros astecas.
E. 	descrever a existência de uma capela construída para 
o culto de duas divindades. 
QUESTÃO 03 
La sequía no es la única amenaza que acecha a los 
delfines del Amazonas
En su astucia e inteligencia, los delfines han aprendido 
cómo romper las mallas de los pescadores para quedarse 
con los peces, generando un conflicto con los humanos 
que se ha sumado a sus múltiples amenazas. No solo es 
que los maten. También está, claro, la sequía. Aquí, en el 
lado colombiano del río Amazonas, este y sus tributarios 
permanecen con aguas bajas a pesar de que, según la 
comunidad, los caudales ya deberían estar subiendo desde 
octubre. Pero hay otros factores que mantienen en vilo su 
supervivencia, como la contaminación por mercurio dejada 
atrás por la minería.
MONSALVE, M. M. Disponível em: <https://elpais.com>. 
Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento]
No contexto de ameaça aos botos, a expressão en vilo 
destaca que a
A. 	 multiplicidade de fatores causa dúvida quanto à vida 
dos animais.
B. 	 inteligência animal tem impedido a degradação das 
espécies.
C. 	 sobrevivência dos animais depende da ação objetiva 
humana.
D. 	 seca prejudica tanto os animais quanto o grupo de 
pescadores.
E. 	 contaminação por mercúrio é um fator menos 
preponderante.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 04 
Resulta evidente cuando un autor entra en edad avanzada y empieza a ver su vida y su obra con perspectiva. 
Un sentimiento recurrente es el arrepentimiento, a menudo por considerar que tiene todavía mucho que ofrecer al arte que 
le llena, pero cada vez menos tiempo que dedicarle.
Con la edad, Pedro Almodóvar ha ido desprendiéndose de excentricidades visuales, con colores ligeramente más 
neutrales (siguen siendo más vivos que los de la mayoría de las películas que se estrenan) y puesta en escena más austera, 
aunque elegante. Eso parece venir bien en su salto al cine en inglés, haciendo una transición más fluida aquí que en 
La voz humana, dando a este wéstern un aroma reposado exquisito.
GALLEGO, P. Disponível em: <www.espinof.com>. Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento]
No trecho da resenha anterior, o autor defende que a obra fílmica analisada
A. 	 atualiza o que o cineasta chama de excentricidade visual.
B. 	 reflete sobre a postura infantil assumida nos primeiros filmes.
C. 	 mostra a adoção do estilo fluido próprio do cinema em inglês.
D. 	 revela uma retomada cinematográfica de recursos tradicionais.
E. 	 apresenta uma evolução elegante na cinematografia do espanhol.
QUESTÃO 05 
Disponível em: <www.instagram.com>. Acesso em: 20 out. 2023.
O território das Ilhas Malvinas, há anos, está em disputa entre o Reino Unido e a Argentina. Nesse sentido, a função do 
post do governo argentino é
A. 	 reafirmar a posição de reivindicação pela localidade.
B. 	 apresentar as pautas do diálogo mediado pela ONU.
C. 	 questionar o projeto de resolução do Comitê Especial.
D. 	 parabenizar a ONU pela busca da resolução do conflito.
E. 	 divulgar informações sobre o Comitê e seu funcionamento.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
A CERTA PERSONAGEM DESVANECIDA...
Um soneto começo em vosso gabo
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nestavida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.
MATOS, G. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 166.
A comicidade é um elemento muitas vezes utilizado na 
construção de textos literários. Nesse soneto, o que provoca 
o riso é o(a)
A. 	 forma debochada como o sujeito lida com a construção 
do próprio poema.
B. 	 tom hostil desenvolvido ao longo dos versos que 
satirizam o fazer poético.
C. 	 arquitetura simplória de um manifesto proferido como 
um ato político.
D. 	 maneira perspicaz como o eu lírico valoriza os seus 
próprios atos.
E. 	 tratamento trivial dado às indagações filosóficas de 
um escritor.
QUESTÃO 07 
Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira 
no Colégio Lauro Farani Pedreira de Freitas, no município 
baiano de Iaçu, Elisabeth Amorim incentiva o hábito da 
leitura e sempre busca novas ideias para estimular os 
alunos a apreciarem a atividade. Assim, para combater a 
resistência dos estudantes em relação à leitura, ela resolveu 
promover oficinas, na sala de aula, para “desmontar” a 
literatura. “Isso significa dizer desconstruir o texto, mudando 
de uma série discursiva para outra”, explica Elisabeth.
Segundo ela, os alunos passaram a transformar 
contos ou romances em charges, bilhetes, cartas, cartazes, 
cartuns, histórias em quadrinhos ou grafites em tamanho 
gigante. Os registros tiveram início em 2007. “Vejo tanta 
riqueza na produção desses estudantes que não consigo 
desistir de investir em uma educação de qualidade”, afirma.
SCHENINI, F. “Desmonte” da literatura incentiva hábito da leitura em 
escola baiana. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. 
Acesso em: 20 out. 2023. [Fragmento]
A partir da exposição sobre o projeto desenvolvido pela 
professora, entende-se que a proposta de levar os alunos 
a “desconstruírem” os textos incentiva a leitura ao
A. 	 refletir sobre a atemporalidade das obras literárias.
B. 	 realizar adequação textual a gêneros do cotidiano.
C. 	 facilitar o conteúdo narrativo ao público infantil.
D. 	 requisitar a participação ativa da comunidade.
E. 	 valorizar as produções do ambiente escolar.
QUESTÃO 08 
A eletricidade é o que dá choque. No fio lá de casa é só 
o susto. Agora nos da rua muita gente morre a não ser os 
passarinhos que nem ligam. A eletricidade é também o que 
dá a luz elétrica que papai sempre diz que se esqueceu de 
pagar ela quando o homem vem cortar. A luz elétrica não é 
como a luz do Sol pois precisa de lâmpada pra acender e 
pra queimar. Fora isso eu não sei mais nada de eletricidade 
a não ser a televisão mas essa até mesmo o papai diz que 
ninguém entende.
FERNANDES, M. Disponível em: <http://www2.uol.com.br>. 
Acesso em: 19 abr. 2017.
A coesão é o processo que estabelece, linguisticamente, 
a ligação entre palavras, orações, períodos e parágrafos 
em um texto. Considerando os recursos empregados por 
Millôr Fernandes, contribui para a coesão do texto
A. 	 a elipse em “No fio lá de casa é só o susto”, que dá 
progressão textual ao trecho por meio da retomada do 
sujeito da oração anterior.
B. 	 a hiponímia em “muita gente”, que ocorre como forma 
de fazer referência à população em geral sem que 
haja repetição de termos.
C. 	 a locução concessiva em “Fora isso eu não sei mais 
nada de eletricidade a não ser a televisão”, que 
estabelece contradição.
D. 	 o advérbio “agora”, na terceira frase, que é responsável 
por estabelecer a relação de sequenciamento temporal 
entre as ações.
E. 	 o pronome demonstrativo “essa”, na última frase, 
que mantém a temática sobre a qual se discorre, 
retomando o termo “eletricidade”.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 09 
Thauane,
Em 4 de fevereiro, você postou o seguinte texto em 
sua página no Facebook: “Vou contar o que houve ontem, 
pra entenderem o porquê de eu estar brava com esse lance 
de apropriação cultural: eu estava na estação com o turbante 
toda linda, me sentindo diva. E eu comecei a reparar que 
tinha bastante mulheres negras, lindas aliás, que tavam 
me olhando torto, tipo ‘olha lá a branquinha se apropriando 
da nossa cultura’, enfim, veio uma falar comigo e dizer 
que eu não deveria usar turbante porque eu era branca. 
Tirei o turbante e falei ‘tá vendo essa careca, isso se chama 
câncer, então eu uso o que eu quero! Adeus’. Peguei e saí 
e ela ficou com cara de tacho. E, sinceramente, não vejo 
qual o PROBLEMA dessa nossa sociedade, meu Deus”.
Ao final, você fez a hashtag: #VaiTerTodosDeTurbanteSim.
Se esse episódio acontecesse alguns anos 
atrás, Thauane, eu talvez aderisse à sua hashtag 
#VaiTerTodosDeTurbanteSim. Porque acharia uma 
convocação mais igualitária. Até alguns anos atrás eu 
acreditava que era suficiente não ser racista. Eu me achava 
bacana por defender os direitos humanos e denunciar 
a violência contra as minorias. Eu me achava legal por 
não distinguir raça, mas enxergar pessoas. Eu teria 
convicção de que, ao usar um turbante, estaria fazendo 
um reconhecimento e uma homenagem à outra cultura. 
Até alguns anos atrás eu acreditava que era isso o que 
eu poderia fazer de melhor como branca num país racista.
BRUM, E. Disponível em: <http://brasil.elpais.com>. 
Acesso em: 04 abr. 2017. [Fragmento]
A articulista aborda o uso de turbantes por mulheres brancas 
direcionando seu texto a Thauane, jovem que alegou ter 
sofrido preconceito por usar o acessório. Para expor o que 
pensa, a autora utiliza
A. 	 nomes históricos, referindo-se a fatos relevantes na 
história do país.
B. 	 ideias hipotéticas, elencando possíveis reações 
pessoais ao ocorrido.
C. 	 verbos no pretérito, indicando atitudes tomadas em 
situação semelhante.
D. 	 circunstâncias de tempo, destacando a luta 
antirracismo dos brancos.
E. 	 trechos de outros autores, refletindo sobre possíveis 
reações à polêmica.
QUESTÃO 10 
A leitura, enquanto construção de sentido, apresenta-se 
como um fenômeno muito singular por ser um acontecimento 
somente concretizado quando há a reconstrução significativa 
de um dizer, situado em uma interação social.
Bakhtin, teórico russo, defende que a construção de 
significados depende da inserção da palavra em uma 
situação enunciativa, na qual um indivíduo assume a posição 
de enunciador. Isso significa que os signos que compõem um 
dado enunciado não significam por si só e nem a língua pode 
ser concebida apenas como um sistema de signos, mas como 
o lugar de constituição da subjetividade, lugar da interação.
SANTOS, V.; CAMPELO, S. Leitura e construção de sentido: uma 
experiência com o gênero frase. In: Anais do IV COGITE: 
Colóquio sobre gêneros e textos. 2014. Disponível em: 
<https://revistas.ufpi.br>. Acesso em: 18 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
A partir das ideias de Bakhtin, entende-se que o 
processamento de sentido da leitura é
A. 	 baseado nas relações linguísticas e sociais.
B. 	 revelado através das seleções vocabulares.
C. 	 inferido a partir das construções sintáticas.
D. 	 apoiado em uma situação enunciativa prévia.
E. 	 estruturado na construção objetiva do receptor.
QUESTÃO 11 
TEXTO I
A alfabetização é um pilar fundamental, ao longo da vida, 
para o desenvolvimento pleno das crianças. A alfabetização 
com qualidade é um direito de todas elas. Pessoas que têm 
um nível insuficiente de alfabetização ficam à margem da 
sociedade, possuem menos oportunidades profissionais 
ou pessoais e não têm acesso aos seus direitos. O 
analfabetismo exclui uma parcela da população do acesso 
às informações mais básicas.
FUTURA. Disponível em: <https://futura.frm.org.br>. 
Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento]
TEXTO II
A alfabetização de crianças e adultos pode mudar de 
maneira significativa os rumos de um país, uma vez que, 
quanto maior o acesso do indivíduo a tudo o que a leitura 
oferece, seja por via cultural, lazer ou até mesmo pela 
própria educação, maiores são as chances de conquistar 
melhores oportunidades no mercado de trabalhoe, 
consequentemente, uma melhor qualidade de vida e acesso 
a novos caminhos.
FUNDAÇÃO Abrinq. Disponível em: <www.fadc.org.br>. 
Acesso em: 19 out. 2023. [Fragmento]
O texto I compartilha da mesma ideia do texto II ao 
argumentar que a alfabetização
A. 	 possibilita a ampliação de contextos transformadores. 
B. 	 aumenta o distanciamento entre as camadas sociais.
C. 	 permite a participação popular nas decisões do país.
D. 	 coopera com a criação de uma sociedade justa.
E. 	 precisa ser inserida nos anos escolares iniciais.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 12 
Eram exatamente como a parentada da qual eu tinha 
fugido quando garota. Eu não os suportava e, no entanto, 
eles não me largavam, estavam todos dentro de mim. 
A existência às vezes tem uma geometria irônica. Desde os 
treze, quatorze anos, eu tinha aspirado um decoro burguês, 
a um bom italiano, a uma vida culta e reflexiva. Nápoles me 
parecera uma onda que me afogaria. Eu não acreditava que 
a cidade jamais pudesse conter formas de vida diferentes 
das que eu havia conhecido quando criança, violentas ou 
sensualmente indolentes, tingidas com uma vulgaridade 
sentimental ou obtusamente entrincheiradas na defesa da 
própria degradação miserável. Eu sequer procurava aquelas 
formas, nem no passado nem em um possível futuro. Tinha 
ido embora como uma pessoa queimada que, aos gritos, 
arranca do corpo a pele carbonizada acreditando estar 
arrancando do corpo a própria queimadura.
FERRANTE, E. A filha perdida. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. 
A símile que conclui o excerto do livro de Elena Ferrante 
procura retomar a ideia de que o(a)
A. 	 vulgaridade com a qual as pessoas se portam causa 
estranhamento à personagem.
B. 	 difícil relação familiar da narradora marcou 
dolorosamente sua trajetória de vida.
C. 	 intelectualidade da personagem reafirma seu 
desprezo nas relações familiares.
D. 	 desamparo experienciado na infância e adolescência 
desfez-se na vida adulta.
E. 	 violenta cidade de origem marcou negativamente a 
narradora-personagem.
QUESTÃO 13 
A juventude de Isabel foi marcada pela vulnerabilidade 
extrema durante os anos em que viveu em situação de 
rua na capital, após ser violentada dentro de casa pelo 
ex-marido, com quem se casou aos 10 anos de idade, 
depois de ser expulsa de casa pelo pai. “Como eu morei na 
rua e perdi duas filhas de fome e frio, quando meus netos 
me pedem algo de comer que eu não posso dar, isso me 
assusta e machuca muito”, desabafa ela, aos prantos. “Eles 
já falaram para mim que eu tinha que passar no posto de 
saúde por causa desses choros. O mais velho fala: ‘Vó, 
você tem tanta preocupação, a senhora tem que passar no 
psicólogo do posto’, mas eu falo: ‘Eu tô bem’. Nem comento 
muito com ele essas coisas.”
PEREIRA, M.; LOTH, L. Loucura como diagnóstico da fome? 
Como a insegurança alimentar afeta a saúde mental entre os mais 
vulneráveis no Brasil. Disponível em: <https://ojoioeotrigo.com.br>. 
Acesso em: 28 nov. 2023. [Fragmento adaptado]
A partir da análise do texto, entende-se o objetivo da 
reportagem de
A. 	 pautar a desigualdade social como elemento de 
adoecimento.
B. 	 reforçar a importância da oferta de tratamento psíquico 
no SUS.
C. 	 indicar os reflexos da violência contra a mulher para 
o psicológico.
D. 	 denunciar a omissão do Estado em casos de 
insegurança de moradia.
E. 	 evidenciar o casamento infantil como forma de 
violação de segurança.
QUESTÃO 14 
TEXTO I
Pesquisa inédita mostra que formados em escolas de 
tempo integral têm 63% de chance de entrar no ensino 
superior, enquanto os demais têm 46%.
Passar mais tempo na escola participando de atividades 
como teatro, dança e reforço escolar aumenta a chance de 
estudantes do Ensino Médio serem aprovados no vestibular. 
Além disso, eles terão, em média, um salário maior do que 
os demais ao ingressar no mercado de trabalho.
Educação em tempo integral garante diminuição das diferenças 
sociais. Disponível em: <https://eesp.fgv.br>. 
Acesso em: 22 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO II
Uma pesquisa de opinião intitulada “Percepções sobre 
a Educação Pública e o Ensino Médio no Brasil” apontou 
que 84% dos entrevistados avaliam o Ensino Médio Integral 
de forma positiva e associam esse modelo aos bons 
resultados educacionais.
Para o pesquisador e ex-secretário de Educação de 
São Paulo, Alexandre Schneider, essa modalidade de 
ensino é a melhor saída para a educação do país. “O tempo 
integral faz com que os alunos tenham o maior número de 
estímulos possível, não só pelo olhar educacional, mas 
também pelo profissionalizante”, avalia.
SALES, B.; CAMPOS, B. Ensino integral é a melhor alternativa para 
a educação do país, avalia pesquisador. Disponível em: 
<www.cnnbrasil.com.br>. Acesso em: 22 out. 2023. 
[Fragmento]
Os fragmentos apresentam um ponto de vista favorável ao 
modelo de educação em tempo integral, tendo em comum 
o argumento de que um dos benefícios é a
A. 	 indução à prática de habilidades sociais.
B. 	 preparação para o mercado de trabalho.
C. 	 ampliação do ingresso nas universidades.
D. 	 capacitação em múltiplas áreas do saber.
E. 	 aprovação popular do novo modelo escolar.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 15 
Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar,
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.
BALEIRO, Z. Flor da pele. In: ______. Por onde andará Stephen Fry. 
1997. [Fragmento]
Para construir a mensagem comunicativa da voz poética, 
na canção, foi utilizada uma expressão popular cujo sentido 
remete ao(à)
A. 	 anseio pelo encontro do ser amado.
B. 	 sofrimento pela perda de um amor.
C. 	 modo de viver sem apegos materiais.
D. 	 luta por uma paixão não correspondida.
E. 	 emoção incontrolável que afeta o sujeito.
QUESTÃO 16 
A dança e a alma
A dança? Não é movimento
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser
por sobre o mistério das fábulas.
ANDRADE, C. D. Obra completa. Rio de Janeiro: 
Editora Aguilar, 1964.
No poema de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico 
dedica sua reflexão para a
A. 	 imaginação de um movimento de formas ideais.
B. 	 desconstrução do aspecto metódico da dança.
C. 	 definição do dançar a partir de uma parábola.
D. 	 observação do bailar por imagens oníricas.
E. 	 descrição da intimidade entre dançarinos.
QUESTÃO 17 
O Rodrigo não entendia por que precisava aprender 
Matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as 
contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora 
resolveu contar uma história.
 Um dia, disse a professora, todos os computadores do 
mundo serão unificados num único sistema. Todas as casas 
do mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do 
Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador 
para compras, para recados, para reservas de avião, para 
consultas sentimentais. Para tudo.
Um dia, um garoto perguntará ao pai:
– Pai, quanto é dois mais dois?
– Não pergunte a mim – dirá o pai –, pergunte a Ele.
– Como é que sei que a resposta é certa?
– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.
– E se Ele estiver errado?
– Ele nunca erra.
– Mas se estiver?
– Sempre podemos contar nos dedos.
– O quê?
– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante 
dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três, quatro. 
O computador está certo.
– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos 
dedos. A não ser reunindo muitagente e usando os dedos 
das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele está 
certa? Aí o pai suspirou e disse:
– Jamais saberemos...
VERISSIMO, L. F. Dois mais dois. In: Verissimo antológico: 
Meio século de crônicas, ou coisa parecida. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2020.
Na crônica de Luis Fernando Verissimo, a escolha da 
história contada pela professora serve ao propósito de
A. 	 justificar o ensino de ciências exatas.
B. 	 criticar o posicionamento do estudante.
C. 	 ilustrar o futuro do aluno desinteressado.
D. 	 pautar o problema da alienação estudantil.
E. 	 transmitir lição moralizante típica do gênero.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 18 
Então, adeus!
Isto aconteceu na Bahia, numa tarde em que eu visitava 
a mais antiga e arruinada igreja que encontrei por lá, perdida 
na última rua do último bairro. Aproximou-se de mim um 
padre velhinho, mas tão velhinho, tão velhinho que mais 
parecia feito de cinza, de teia, de bruma, de sopro do que 
de carne e osso. Aproximou-se e tocou o meu ombro:
– Vejo que aprecia essas imagens antigas – sussurrou-me 
com sua voz débil. E descerrando os lábios murchos num 
sorriso amável: – Tenho na sacristia algumas preciosidades. 
Quer vê-las?
Solícito e trêmulo, foi-me mostrando os pequenos 
tesouros da sua igreja: um mural de cores remotas e tênues 
como as de um pobre véu esgarçado na distância; uma 
Nossa Senhora de mãos carunchadas e grandes olhos 
cheios de lágrimas; dois anjos tocheiros que teriam sido 
esculpidos por Aleijadinho, pois dele tinham a inconfundível 
marca nos traços dos rostos severos e nobres, de narizes 
já carcomidos… Mostrou-me todas as raridades, tão velhas 
e tão gastas quanto ele próprio. Em seguida, desvanecido 
com o interesse que demonstrei por tudo, acompanhou-me 
cheio de gratidão até a porta.
– Volte sempre – pediu-me.
– Impossível – eu disse. – Não moro aqui, mas, em todo 
o caso, quem sabe um dia… – acrescentei sem nenhuma 
esperança.
– E então, até logo! – ele murmurou descerrando os 
lábios num sorriso que me pareceu melancólico como o 
destroço de um naufrágio.
Olhei-o. Sob a luz azulada do crepúsculo, aquela face 
branca e transparente era de tamanha fragilidade, que 
cheguei a me comover. Até logo?… “Então, adeus!”, ele 
deveria ter dito. Eu ia embarcar para o Rio no dia seguinte 
e não tinha nenhuma ideia de voltar tão cedo à Bahia.
TELLES, L. F. Então, adeus! Disponível em: 
<https://literaturaemcontagotas.wordpress.com>. 
Acesso em: 29 abr. 2021. [Fragmento]
No fragmento da crônica, a narradora expressa seu olhar 
subjetivo sobre a experiência, o qual é demarcado pelos(as)
A. 	 comparações para a construção da descrição.
B. 	 diálogos, com a valorização do discurso direto.
C. 	 termos de exagero para apresentar a narrativa.
D. 	 menções religiosas sobre os detalhes percebidos.
E. 	 interrogações que ilustram as dúvidas levantadas.
QUESTÃO 19 
ATO PRIMEIRO
Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de 
vidro, jarras com flores, cortinas, etc., etc. No fundo, porta 
de saída, uma janela, etc., etc.
CENA I
AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre – No mundo 
a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... 
Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência 
para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, 
se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade 
forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. 
Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, 
não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. 
Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, 
e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado 
está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo 
eu? Se em algum tempo tiver que responder pelos meus 
atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa.
PENA, M. O noviço. Porto Alegre: L&PM, 1999. 
No excerto da peça de Martins Pena, a cobiça do 
personagem Ambrósio é reforçada, em seu discurso, pelo(a)
A. 	 tratamento do ouro como libertador de condutas 
repreensíveis dos homens.
B. 	 concepção da fortuna como representação 
metonímica da alma humana.
C. 	 jogo entre ideias antagônicas, polarizadas entre 
ganância e perseverança.
D. 	 tom irônico que visa descredibilizar o pensamento 
materialista.
E. 	 comparação da usura com uma espécie de pecado.
QUESTÃO 20 
Pintura
Eu sei que se tocasse
com as mãos aquele canto do quadro
onde um amarelo arde
me queimaria nele
ou teria manchado para sempre de delírio
a ponta dos meus dedos
GULLAR, F. Pintura. In: Toda Poesia. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2021.
No poema de Ferreira Gullar, há uma dualidade apresentada 
pelo eu lírico, de forma que materializar o desejo do toque 
na pintura significaria, para ele,
A. 	 entender as ilusões que norteiam seu cotidiano.
B. 	 definir a matéria-prima da composição da obra.
C. 	 reconhecer as dimensões de sua percepção.
D. 	 delimitar a legítima significação do quadro.
E. 	 realizar a intenção inconsciente de pintar.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 21 
O esporte radical é a prática de atividade física em que 
prevalece o risco e, apesar de existir há muito tempo, foi no 
início do século XXI que essa prática se consolidou, sendo 
estudado pela Educação Física. [...] Como metodologia, 
usamos o método filosófico dedutivo de pesquisa. Assumimos 
o conceito de esporte baseado nas suas dimensões sociais 
como: esporte de rendimento, participação e educação.
[...] como acreditamos em um pensamento complexo para 
explicar os fenômenos sociais estudados, fomos encontrar 
as diversas características dessas atividades, o que nos 
levou a classificá-las em esportes radicais de ação, que são 
aqueles em que predominam a busca da manobra perfeita, 
ou esportes radicais de aventura, em que o predomínio é a 
superação de determinados desafios geográficos.
Disponível em: <http://artigocientifico.com.br/uploads/
artc_1295543154_10.pdf>. Acesso em: 14 maio 2014.
Segundo o texto, a definição de “esporte radical” se constrói 
por meio de métodos filosóficos dedutivos. Segundo ele, 
o esporte radical tem como elemento principal a
 A consciência acerca do limite a ser alcançado pelo atleta.
 B efetividade da conquista do sucesso a qualquer preço. 
 C obrigatoriedade de ser praticado em grupo.
 D possibilidade de risco iminente.
 E presença de superação de obstáculos criados pelo 
atleta.
QUESTÃO 22 
MORAIS, S. Leitura: uma janela para o mundo. Disponível em: 
<www.facebook.com>. Acesso em: 18 out. 2023.
Na publicação anterior, o ato de ler é apresentado pela 
cordelista Susana Morais como um(a)
A. 	 elemento de construção de relacionamentos.
B. 	 instrumento para desenvolver a erudição.
C. 	 meio de diminuir a separação de classes.
D. 	 ferramenta para ampliar a visão social.
E. 	 alternativa para difundir uma cultura.
QUESTÃO 23 
A sociedade vive o “tempo” em que a tecnologia se 
tornou praticamente essencial para o desenvolvimento de 
grande parte das atividades cotidianas. 
As redes sociais permitiram uma maior conexão entre 
as pessoas, visto que é possível conversar com quem 
está a quilômetros de distância em questão de instantes. 
Contudo, essas redes sociais que aproximam quem está 
longe são as mesmas responsáveis por trazerem grandes 
malefícios, principalmente entre a população mais jovem.
Um estudo da Royal Society for Public Health (RSPH) 
apontou que as redes sociais podem provocar efeitos 
positivos ou nocivos à saúde humana. O resultado dos 
estudos indicou que o Instagram fez com que cerca de 
70% dos jovens se sentissem pior em relação à própria 
autoimagem. O estudo também apontou que as taxas de 
ansiedade e sintomas de depressão aumentaram em 70% 
entre o público jovem nos últimos 25 anos.
A internet trouxe, sim, muitos benefícios, no entanto, 
quando mal utilizada, pode gerar traumas, fobias, ódio e 
desunião. A realidade, às vezes, não é fácil, mas como 
diz oescritor Machado de Assis: “é melhor, muito melhor, 
contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante 
como os sonhos, tem, pelo menos, a vantagem de existir”.
VIEIRA, K. A tecnologia na sociedade contemporânea. 
Disponível em: <https://faesadigital.com>. Acesso em: 22 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
A partir da análise dos impactos da tecnologia nos jovens, 
compreende-se que os malefícios do uso das redes sociais 
estão vinculados à
A. 	 exclusão social daqueles sem meios de integrarem as 
redes.
B. 	 compreensão das dificuldades existentes nas 
camadas sociais.
C. 	 tendência de avaliar a realidade individual a partir de 
comparações.
D. 	 inocência em relação aos vieses inconscientes 
presentes na internet.
E. 	 facilidade de acesso a informações que contestam 
crenças estabelecidas.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 24 
Popular no Rio Grande do Sul, a chula é uma dança típica de Portugal. Desde sua origem, movimenta milhares de 
apaixonados que buscam acompanhar, nos festivais, passos aparentemente difíceis.
Recorrendo ao Manual de Danças Gaúchas, de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, a chula foi introduzida pelos tropeiros, 
é dançada em desafios e praticada, preferencialmente, por homens. Ela tem bastante semelhança com o lundu sapateado, 
encontrada em outros estados brasileiros, pois é caracterizada pelas batidas dos pés. Durante a dança, um peão desafia o 
outro a realizar uma sequência de movimentos como floreios de taco, bico, joelho e pulos ao redor de uma lança no chão, 
com acompanhamento musical.
Para a realização da chula, os homens vestem a pilcha, tradicional vestimenta gaúcha. A indumentária completa inclui 
botas de cano mole e grandes esporas, bombacha, guaiaca, camisa de cor única, lenço de seda no pescoço e chapéu, 
além de acessórios que podem variar, como colete e faixa na cintura. As cores escolhidas para os lenços representam os 
ideais políticos e sociais do gaúcho na época da Revolução Farroupilha. A cor preta, por exemplo, significa, tradicionalmente, 
o sentimento de luto por algo que o peão está enfrentando. Recentemente, Izidoro perdeu seu pai por conta da covid-19 e, 
em sua homenagem, mudou o lenço.
– Estou em luto pelo falecimento de meu pai. Por isso, pretendo usar o preto durante um ano, sempre que me pilchar – 
destaca Izidoro.
Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br>. 
Acesso em: 1 nov. 2023. [Fragmento adaptado]
O texto sobre a chula traz informações com a função de
A. 	 precisar as regras que devem ser seguidas pelos dançarinos.
B. 	 educar os dançarinos que precisam ajustar suas indumentárias.
C. 	 apresentar as origens e os fundamentos norteadores dessa prática.
D. 	 contrastar as danças de outras regiões do Brasil com essa coreografia.
E. 	 caracterizar as adaptações da tradição em relação à dança portuguesa.
QUESTÃO 25 
Disponível em: <https://labpasteur.com.br>. Acesso em: 18 out. 2023.
Essa campanha de conscientização busca apontar para o público leitor que o(a)
A. 	 criança está protegida de doenças pela vacina.
B. 	 imunização protege o indivíduo da ação viral.
C. 	 barreira vacinal garante uma vida saudável.
D. 	 imunizante impede o ataque bacteriano.
E. 	 organismo infantil é resistente à doença.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 26 
Era uma vez dois pobres lenhadores, que voltavam 
para casa através de um grande pinheiral. Era inverno, 
e a noite estava extremamente fria. A neve jazia espessa no 
solo e sobre os galhos das árvores: a geada fazia estalar os 
tenros ramos por onde eles passavam; e quando chegaram 
à Cachoeira da Montanha, viram-na suspensa, imóvel no 
ar, pois o Rei Gelo a beijara.
O frio era tamanho que nem mesmo os animais e os 
pássaros sabiam como se arranjar.
– Ufa! – rosnou o lobo, ao passar vacilante, pelo 
mato, com a cauda entre as pernas. – Este tempo é 
terrivelmente monstruoso. Por que o governo não toma 
alguma providência?
– Piu, piu, piu! – pipilaram os pintarroxos verdes. – 
A velha terra está morta, e cobriram-na com sua mortalha 
branca.
– A terra vai se casar, e este é o seu vestido de noiva – 
murmuraram as rolas entre si. Seus pezinhos cor-de-rosa 
estavam inteiramente gelados pela neve, mas elas achavam 
que deveriam dar à situação uma nota romântica.
WILDE, O. O menino e a estrela. In: Contos e novelas de Oscar 
Wilde. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. p. 143.
A expressão que abre o conto marca, na cultura eurocêntrica, 
o modo de construção temporal de muitos gêneros narrativos. 
No fragmento do autor irlandês Oscar Wilde, o tempo é 
apresentado como momento impreciso, vinculando-se 
a uma representação
A. 	 fantástica e transgressora dos contos populares.
B. 	 mágica e longínqua da paisagem e dos animais.
C. 	 objetiva e moralizante das relações pessoais.
D. 	 inverossímil e infantilizada da natureza.
E. 	 bem-humorada e irônica da vida rural.
QUESTÃO 27 
Após o percurso teórico construído pela Linguística 
Textual nas décadas de 1980 e 1990, ela foi definida, de 
acordo com Luiz Antônio Marcuschi, como “o estudo das 
operações linguísticas, discursivas e cognitivas reguladoras 
e controladoras da produção, construção e processamento 
de textos escritos ou orais em contextos naturais de uso.” 
Ou seja, a língua começou a ser analisada em unidades 
de sentido chamadas texto e não mais em frases soltas, 
observando, assim, aspectos mais internos e construtivos. 
Dessa maneira, nota-se que o texto é um sistema de 
combinação e ligação entre enunciados, palavras, contextos 
com o intuito de construir sentido. Por isso, afirma-se que 
o texto é um evento que envolve diversos elementos que, 
unidos, pretendem construir relações de sentido de modo 
a formar a tessitura textual.
O fator da textualidade corresponde a um conjunto 
de características que nos possibilita conhecer um texto e 
distingui-lo de um amontoado de frases. Dito de outro modo, 
a textualidade faz de um texto, um texto.
PIOVESAN, V.; TOLDO, C. Os fatores de textualidade e a construção 
de sentidos no texto. Entretextos, Londrina, v. 23, n. 2, p. 83-103, 2023. 
[Fragmento adaptado]
Ao definir o que são as unidades linguísticas denominadas 
“texto”, o fragmento ressalta que os fatores de textualidade
A. 	 apresentam um sistema para regulação de ideias.
B. 	 garantem a construção e a transmissão de sentido.
C. 	 adequam contextos orais às características escritas.
D. 	 descrevem a elaboração de construções linguísticas.
E. 	 dependem da capacidade de comunicação individual.
QUESTÃO 28 
Quem quer fazer boa música
Sabe a importância da pausa
Traído ou bem-amado
Tem que forjar ferro-gusa
Quem quer fazer boa música
Tem que entender quando cruza
Tem que ter muito cuidado
Tentar cigarra e saúva
Quem quer fazer boa música
Tem que pisar ovos e uvas
Tem que obrigar o diabo
Sair debaixo da chuva
Quem quer fazer boa música
Dispensa coisa confusa
Além de tocar dobrado
Tem que ter uma ou mais musas
ASSUMPÇÃO, I. Variações. Petrobrás III - Devia ser Proibido. 
SESC-SP, 2010. CD. [Fragmento adaptado]
A canção de Itamar Assumpção sugere ideias para 
a elaboração de uma boa música. Para isso, mescla 
elementos do gênero canção a características textuais 
advindas de um gênero
A. 	 épico, enfatizando o heroísmo do compositor.
B. 	 noticioso, destacando o tempo para divulgá-la.
C. 	 cordelístico, pautando a sonoridade como fundamento. 
D. 	 instrutivo, indicando a justa medida entre método e 
dom.
E. 	 documental, demonstrando apreço pela objetividade 
dos fatos.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 29 
WORLD Health Organization. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br>. Acesso em: 23 out. 2023.
Para a transmissão de informações do infográfico, optou-se pela utilização de
A. 	 elementos designativos das situações e consequências.
B. 	 representações caricatas dos cidadãos e ambientes.
C. 	 linguagemcientífica que sustenta os argumentos.
D. 	 abordagem alarmista para convencer os leitores.
E. 	 fatos que levam à culpabilização do indivíduo.
QUESTÃO 30 
Meu pai citou É isto um homem? na primeira briga séria que tivemos. Foi no segundo semestre do ano em que fiz 
Bar Mitzvah, quando disse a ele que queria deixar a escola. Naquela época as coisas já eram diferentes, eu não andava 
mais com os amigos de antes, não falava mais com eles e já havia me acostumado quando eles passaram também a me 
hostilizar: de um dia para o outro as pessoas começam a virar as costas, e param de telefonar e se dirigir a você para pedir 
um lápis emprestado que seja, e em uma semana você já não se sente confiante para conversar sobre isso com ninguém, 
a condenação que pode muito bem durar a sua vida dentro da escola porque não há nada mais difícil aos treze anos do 
que mudar um rótulo.
LAUB, M. Diário da queda. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 
No fragmento, o drama do narrador-personagem está baseado no(a)
A. 	 indiferença paterna às solicitações do filho.
B. 	 frustração juvenil com os deveres estudantis.
C. 	 receio do narrador em expor sua autenticidade.
D. 	 despreparo do pai para lidar com o adolescente.
E. 	 angústia do rapaz com as adversidades escolares.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
No desfecho do romance Quincas Borba, o narrador 
machadiano revela seu conhecido pessimismo quanto à 
interpretação da realidade. Na concepção do narrador, os 
dramas humanos
A. 	 são suavizados e camuflados pela possibilidade do 
riso.
B. 	 precisam ser compreendidos em uma perspectiva 
sinestésica.
C. 	 devem, ironicamente, ser percebidos como armadilhas 
do destino.
D. 	 são consolidados e reforçados pela imensidão cósmica 
que cerca o planeta Terra.
E. 	 trazem uma dimensão reflexiva, marcada pela dualidade 
de emoções a respeito da existência.
QUESTÃO 33 
Eu estava estonteada, e assim recebi o livro [Reinações 
de Narizinho] na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei 
o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando 
bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas 
mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei 
até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito 
estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, 
não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois 
ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas 
maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei 
ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não 
sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns 
instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela 
coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre 
iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. 
Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em 
mim. Eu era uma rainha delicada.
LISPECTOR, C. Felicidade clandestina. Disponível em: 
<https://edisciplinas.usp.br>. Acesso em: 23 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
Entre os recursos estilísticos utilizados no texto, destaca-se 
a presença do paradoxo de
A. 	 evitar a leitura como meio de aproveitar o mundo a 
sua volta.
B. 	 retardar a alegria como estratégia de aumentar sua 
durabilidade.
C. 	 fugir da euforia como método de punir-se pela culpa 
que ela traz.
D. 	 criar obstáculos para a leitura como forma de torná-la 
mais lúdica.
E. 	 impedir o prazer que sente com a obra como forma 
de preservá-la.
QUESTÃO 31 
FIDELINO
A amargura do povo é difusa e mal orientada, quase 
cômica na sua desinformação? Cabe a nós colocá-la 
nos trilhos, é da nossa responsabilidade. Eles pensam 
que a causa da desgraça geral somos nós? Temos que 
contradizê-los com coragem e lhes explicar que a verdade 
pela televisão, na hora da janta, quando as famílias estão 
reunidas e são mais receptivas. Contratar locutores bem-
-apessoados, de voz grave, do tipo que inspira confiança, 
para que expliquem aos idiotas que a vítima da exploração 
na Brazulândia são os empresários, e não os trabalhadores, 
que aliás têm pouco a perder (quase nada, uma miséria). 
Como salta aos olhos das pessoas de boa-fé, o grosso do 
prejuízo quem sofre somos nós, as classes proprietárias, 
de cujo capital a roubalheira de Sua Majestade arranca o 
filé-mignon, derrubando nosso ânimo de criar emprego. 
É por isso que pobres e proprietários devemos marchar 
juntos, fazer causa comum contra a rainha ladra. Enfim, 
tudo isso não passa de um esboço improvisado, mas acho 
que no geral tem que ser por aí.
SCHWARZ, R. Rainha Lira. São Paulo: Editora 34, 2022. 
A peça teatral Rainha Lira, de Roberto Schwarz, transforma 
o cenário político brasileiro em uma grande alegoria, 
construindo-a a partir do reino da Brazulândia e seus 
personagens. O caráter alegórico do trecho é observado 
a partir da
A. 	 concepção da ideia de “roubalheira” como metáfora 
para a corrupção.
B. 	 responsabilização do desemprego das massas aos 
empresários do reino.
C. 	 utilização de adjetivos pejorativos para caracterizar a 
classe trabalhadora.
D. 	 união das classes proprietárias e trabalhadoras em 
prol do bem-estar social.
E. 	 representação simbólica de um jogo de poder 
reconhecível na realidade nacional.
QUESTÃO 32 
Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu 
também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca 
do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. 
Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, 
é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto 
homônimo é que dá o título ao livro, e por que antes um 
que outro, – questão prenhe de questões, que nos levariam 
longe... Eia! chora os dois recentes mortos, se tens lágrimas. 
Se só tens riso, ri-te! É a mesma coisa. O Cruzeiro, que a 
linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz 
alto para não discernir os risos e as lágrimas dos homens. 
ASSIS, M. Quincas Borba. Belo Horizonte: Itatiaia, 2023. 
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 34 
ITO, P. Painel na região do bairro Pompeia, em São Paulo. 2014. Disponível em: <www.vivadecora.com.br>. Acesso em: 25 out. 2023.
O grafite de Paulo Ito foi realizado no contexto da Copa do Mundo de 2014, que foi sediada no Brasil. Os elementos inseridos 
pelo artista em sua obra compõem uma mensagem que busca demonstrar que a
A. 	 sociedade exige sacrifício dos jovens atletas.
B. 	 inclusão desportiva é essencial para o país.
C. 	 necessidade real da população é ignorada.
D. 	 prática esportiva nutre a formação infantil.
E. 	 ascensão social pelo esporte é uma ilusão.
QUESTÃO 35 
Montenegro e Veloso formaram-se no mesmo dia, na Faculdade de Direito de São Paulo. Depois da cerimônia 
da colação do grau, foram ambos enterrar a vida acadêmica num restaurante, em companhia de outros colegas, 
e era noite fechada quando se recolheram ao quarto que, havia dois anos, ocupavam juntos em casa de umas velhotas 
na Rua de São José. Aí se entregaram à recordação da sua vida escolástica, e se enterneceram defronte um do 
outro, vendo aproximar-se a hora em que deviam separar-se, talvez para sempre. Montenegro era de Santa Catarina 
e Veloso do Rio de Janeiro; no dia seguinte aquele partiria para Santos e este para a capital do Império. As malas estavam feitas.
AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 27 nov. 2023.
Para entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. 
Nesse texto, a coesão é construída, entre outros recursos, pelo uso da elipse, que, no fragmento, é observada no trecho:
A. 	 “talvez para sempre”.
B. 	 “e este para a capital do Império”.
C. 	 “Montenegro era de Santa Catarina”.
D. 	 “na Faculdade de Direito de São Paulo”.
E. 	 “no dia seguinte aquele partiria para Santos”.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 36 
No dia em que o Collor ganhou as eleições, todo mundo 
da vizinhançacomemorou, dizendo que agora finalmente o 
Brasil ia pra frente. Na TV, o Collor fazia o pronunciamento 
de vencedor. Eu juro que fazia um grande esforço para 
entender o que ele dizia. Mas tinha impressão de que 
ninguém entendia muito bem o que ele falava, porque 
ele costumava utilizar palavras difíceis e esquisitas, mas 
podia ouvir a madrinha observar que ele falava bonito, era 
inteligente e tinha classe. A TV gritando Collor, Collor, como 
se fosse um grito de gol em copas do mundo. O fim do ano 
se aproximava e a nossa mãe viria passar o Natal com a 
gente, como ela havia prometido, e aquela foi a notícia mais 
feliz que eu e Augusto tivemos desde que viemos para o 
Rio. Dali em diante passamos a contar os dias para que ela 
chegasse. E sempre que havia indícios de que eu estava 
esquecendo o seu rosto, eu olhava para uma foto dela.
TENÓRIO, J. Estela sem Deus. Porto Alegre: Editora Zouk, 2018. 
No fragmento, o andamento da narrativa é apresentado 
a partir da
A. 	 mescla entre acontecimentos públicos e alegrias 
pessoais.
B. 	 narração de tom inocente em relação a um marco 
político.
C. 	 coloquialidade que revela um contexto de 
vulnerabilidade.
D. 	 lembrança de sentimentos contraditórios sobre a 
felicidade.
E. 	 memória sobre o rancor provocado pelo abandono 
materno.
QUESTÃO 37 
A mata inteira ri dele, a mata toda grita aquelas 
palavras, a mata toda aperta seu coração, dança na sua 
cabeça. Na frente dona Teresa, não é ela toda, é só o rosto. 
Isso é bruxaria, é praga que rogaram no negro. Damião 
sabe bem o que eles querem. Querem que ele não mate 
Firmo... Dona Teresa está pedindo, o que ele pode fazer? 
Sinhô Badaró é um homem direito, dona Teresa tem o rosto 
branco. Está chorando... Mas quem é? É dona Teresa com 
seu rosto no chão ou é o negro Damião? Está chorando... 
Dói mais que talho de facão, que brasa chiando na carne 
do negro...
Prenderam seus braços, não pode matar. Prenderam 
seu coração, ele tem que matar... Pelo rosto negro de 
Damião choram os olhos azuis de dona Teresa... A mata 
se sacode em riso, se sacode em pranto, a bruxaria da 
noite rodeia o negro Damião. Ele sentou no chão e chora 
mansamente como uma criança castigada.
AMADO, J. Terras do sem-fim. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2008.
Para a caracterização da cena narrada, Jorge Amado faz 
uso da figura de linguagem
A. 	 hipérbole, exagerando a significação real dos atos de 
Damião.
B. 	 prosopopeia, transformando o ambiente em um 
personagem.
C. 	 pleonasmo, repetindo a angústia do cenário de forma 
enfática.
D. 	 metáfora, caracterizando o personagem enquanto 
uma criança.
E. 	 paradoxo, estabelecendo a dualidade entre vontade 
e obrigação.
QUESTÃO 38 
Vi por mandado da santa & geral inquisição estes dez 
Cantos dos Lusiadas de Luis de Camões, dos valerosos feitos 
em armas que os Portugueses fizerão em Asia & Europa, 
e não achey nelles cousa algűa escandalosa nem contrária 
â fe & bõs custumes, somente me pareceo que era 
necessario aduertir os Lectores que o Autor pera encarecer 
a difficuldade da nauegação & entrada dos Portugueses na 
India, usa de hűa fição dos Deoses dos Gentios. E ainda 
que sancto Augustinho nas sas Retractações se retracte de 
ter chamado nos liuros que compos de Ordine, aas Musas 
Deosas. Toda via como isto he Poesia & fingimento, & o 
Autor como poeta, não pretende mais que ornar o estilo 
Poetico não tiuemos por inconueniente yr esta fabula dos 
Deoses na obra, conhecendoa por tal, & ficando sempre 
salua a verdade de nossa sancta fe, que todos os Deoses 
dos Gentios sam Demonios. E por isso me pareceo o liuro 
digno de se imprimir, & o Autor mostra nelle muito engenho 
& muita erudição nas sciencias humanas. Em fe do qual 
assiney aqui.
Frey Bertholameu Ferreira
FERREIRA, F. B. Prefácio. In: CAMÕES, L. Os Lusíadas. 
São Paulo: Abril Cultural, 1979. [Fragmento]
Frey Bertholameu foi um censor do Santo Ofício, cuja função 
era apontar o posicionamento da Igreja Católica sobre o 
lançamento, no século XVI, do poema épico Os Lusíadas, 
de Luís de Camões. Apesar de seu posicionamento positivo, 
há um alerta aos leitores que recai sobre a característica 
do gênero épico de
A. 	 apresentar menção aos deuses e heróis clássicos.
B. 	 utilizar alegorias dos ensinos de Santo Agostinho.
C. 	 criticar a ocultação de informações pela Igreja.
D. 	 valorizar o poeta e a estética de suas obras.
E. 	 realçar na poesia relatos heroicos lusitanos.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 39 
Disponível em: <www.willtirando.com.br>. Acesso em: 31 out. 2023.
A coesão é um mecanismo de textualidade decisivo para a construção do texto. Nesse sentido, o questionamento do 
estudante mostra-se
A. 	 adequado, tendo em vista o duplo sentido do verbo “derrubou”.
B. 	 genérico, tendo em vista a falta de clareza da pergunta realizada.
C. 	 equivocado, tendo em vista que a chuva forte derrubou a dona aranha.
D. 	 pertinente, tendo em vista a imprecisão do termo “a” em “e a derrubou...”.
E. 	 apropriado, tendo em vista que a dúvida dele é comum aos demais colegas.
QUESTÃO 40 
Certa ocasião andava pelas ruas, era o início da noite, quando viu um homem deitado no chão, sob a marquise 
de uma agência bancária. Os desabrigados pareciam preferir como refúgio noturno as marquises das agências 
bancárias, talvez porque, por algum motivo, os gerentes dos bancos não se sentissem à vontade para expulsá-los. 
Os transeuntes normalmente fingiam não tomar conhecimento de um adulto ou uma criança naquela situação, mas nessa 
noite duas pessoas, um homem e uma mulher, estavam diligentemente curvadas sobre o corpo abandonado, como se 
tentassem reanimá-lo.
FONSECA, R. Anjos das marquises. In: A confraria das espadas. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
As ideias veiculadas no texto dependem, para a efetiva construção de sentido, de estratégias coesivas voltadas à retomada de 
certos elementos. Com esse objetivo, resgata-se a referência aos desabrigados, feita no começo da narrativa, por meio do(a)
A. 	 omissão do sujeito do verbo “fingiam”.
B. 	 pronome agregado ao verbo “expulsar”.
C. 	 uso intencional de recursos de redundância.
D. 	 alusão a pessoas apresentadas posteriormente.
E. 	 menção do termo “transeuntes”, de igual valor semântico.
QUESTÃO 41 
Amanheci um dia pensando em casar. Foi uma ideia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse. 
Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é bicho esquisito, difícil de governar.
A que eu conhecia era a Rosa do Marciano, muito ordinária. Havia conhecido também a Germana e outras dessa laia. 
Por elas eu julgava todas. Não me sentia, pois, inclinado para nenhuma: o que sentia era desejo de preparar um herdeiro 
para as terras de São Bernardo.
RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 2020.
No excerto do livro São Bernardo, de Graciliano Ramos, observa-se um narrador que, ao mesmo tempo que degrada as 
mulheres, revela seu desejo de casar-se. Assim, entende-se que esse desejo está vinculado à
A. 	 formalidade necessária para manter o regime de propriedade privada.
B. 	 idealização de uma mulher submissa para ocupar a posição de esposa.
C. 	 noção de que o pleno pertencimento social depende da união conjugal.
D. 	 ideia calculista de percepção da mulher apenas como agente reprodutor.
E. 	 apuração econômica e política das vantagens de se estar em um casamento.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 42 
CIÊNCIA, P. Disponível em: <www.instagram.com>. 
Acesso em: 23 out. 2023.
A charge adota elementos do gênero cartaz de lançamento 
para criar uma reflexão sobre o(a)
A. 	 abundância de publicações sobre temas irrelevantes.
B. 	 incoerência entre o título e o volume da suposta obra.
C. 	 deboche do espaço dedicado às lamentações públicas.
D. 	 comparação entre o cartaz e a postagem dos “textões”.
E. 	 desatualização do livro físico como fonte de informação.
QUESTÃO 43 
– Não lerei esse livro.Sei que está cheio de injustiças 
e de mentiras perversas. Os senhores romancistas não 
perdoam às mulheres; fazem-nas responsáveis por tudo – 
como se não pagássemos caro a felicidade que fruímos! 
Nesses livros tenho sempre medo do fim; revolto-me 
contra os castigos que eles infligem às nossas culpas, 
e desespero-me por não poder gritar-lhes: hipócritas! 
hipócritas! Leve o seu livro; não me torne a trazer desses 
romances. Basta-me o nosso, para eu ter medo do fim.
ALMEIDA, J. L. A falência. Jandira: Principis, 2019. 
[Fragmento adaptado] 
Lançado em 1901, o livro de Júlia Lopes de Almeida foi 
muito importante para transpor a voz feminina num meio 
majoritariamente masculino. No trecho, isso se dá em 
forma de 
A. 	 crítica aos leitores de romancistas consagrados e 
excludentes.
B. 	 denúncia da misoginia intrínseca à literatura publicada 
na época.
C. 	 protesto da normalização da violência de gênero entre 
escritores.
D. 	 queixa do propósito pedagógico da prosa 
contemporânea a seu tempo.
E. 	 censura do meio editorial que não analisa criticamente 
suas publicações.
QUESTÃO 44 
A vida é esta, descer Bahia e subir Floresta. Quem 
não morou em Belo Horizonte, ao ouvir o mineiro suspirar 
num momento de cansaço e bobice – a vida é esta, descer 
Bahia e subir Floresta – não há de entender, perdendo-se 
em noções de selva e estado. Nada disso. A vida é descer a 
Rua da Bahia, que tinha dois ou três quarteirões de cidade 
grande, de prazer; depois que se atravessava o estirão da 
Avenida Afonso Pena, a Rua da Bahia caía em um declive 
desagradável para o vale das estações de estrada de ferro, 
ficava desolada, cumprida, estéril, acabando por subir sem 
fôlego e sem esperança o bairro da Floresta. Era a vida.
CAMPOS, P. M. Rua da Bahia. In: Cisne de feltro – crônicas 
autobiográficas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 
A narrat iva concentra sua força expressiva no 
desenvolvimento da afirmação contida na primeira frase 
do fragmento. Essa estratégia acaba por revelar o(a)
A. 	 caráter coloquial do cotidiano nos centros urbanos. 
B. 	 traço subjetivo da identidade cultural dos brasileiros.
C. 	 tom crítico ao descaso público com as regiões centrais.
D. 	 atmosfera reflexiva a partir do cotidiano belo-horizontino.
E. 	 aspecto detalhado dos itinerários mais famosos da 
capital.
QUESTÃO 45 
para o Carlinhos 
vou moer teu cérebro. vou retalhar tuas
 coxas imberbes & brancas.
 vou dilapidar a riqueza de tua
 adolescência. vou queimar teus
 olhos com ferro em brasa.
 vou incinerar teu coração de carne &
 de tuas cinzas vou fabricar a
 substância enlouquecida das
 cartas de amor.
(música de 
Bach ao fundo)
PIVA, R. XIV. In: Morda meu coração na esquina: Poesia reunida. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2023.
No poema de Roberto Piva, o eu lírico apresenta sua visão 
do amor de forma
A. 	 hiperbólica, pautando a violência ensandecida do 
sentimento.
B. 	 metafórica, abordando o absurdo através de imagens 
de rancor.
C. 	 anafórica, reforçando a brutalidade da expressão do 
ato de amar.
D. 	 alegórica, desenvolvendo uma representação grotesca 
da paixão.
E. 	 paradoxal, construindo a poesia por meio de ideias 
contraditórias.
LCTJC – PROVA I – PÁGINA 20 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TEXTO I
A construção de uma sociedade justa e resiliente em 
meio às mudanças no clima passa pela justiça climática, 
como forma de enfrentamento à distribuição desigual de 
ônus e bônus ambientais entre pessoas ou comunidades a 
partir de suas dimensões de raça, gênero, etnia e origem, 
por exemplo. Esses são direitos humanos e fundamentais 
inter-relacionados, previstos na Constituição Federal, em 
tratados internacionais, bem como na legislação ambiental 
específica.
Disponível em: <www.conectas.org>. 
Acesso em: 20 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO II
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) 
desenvolveu dois cenários de Mudanças Climáticas para o 
Brasil, projetando o que poderá ocorrer até o ano de 2100, 
um com maiores emissões e, portanto, mais pessimista, 
e outro menos pessimista. Nesse cenário, o quadro mais 
pessimista prevê uma tendência ao desaparecimento de 
20% a 50% da Floresta Amazônica. Na Região Sul, o clima 
chuvoso pode afetar o balanço hídrico e os extremos de 
chuva e temperatura teriam impactos na agricultura, na 
geração de energia e na saúde da população. Na Região 
Centro-Oeste, mesmo a previsão de impacto menos 
pessimista provocaria a redução da biodiversidade do 
Pantanal e do Cerrado. Além disso, o aumento de 2 °C a 
4 °C poderia impactar a agricultura. Já no Sudeste, a versão 
menos pessimista da análise prevê aumento da ocorrência 
de extremos de chuva, seca e temperatura.
BRASIL. INPE. Mudanças climáticas: o clima está diferente. 
O que muda na nossa vida. Cartilha. Disponível em: 
<https://issuu.com>. Acesso em: 20 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO III
Em julho de 2022, uma resolução da Assembleia Geral 
das Nações Unidas (ONU) declarou que todas as pessoas no 
planeta têm direito a um meio ambiente saudável e disse que 
a mudança climática e a degradação ambiental são algumas 
das ameaças mais urgentes ao futuro da humanidade. 
A resolução chega no momento em que o mundo enfrenta 
a tripla crise planetária da mudança climática, da perda da 
natureza e da biodiversidade, da poluição e dos resíduos. 
A nova resolução diz que, se não forem controlados, esses 
problemas podem ter consequências desastrosas para as 
pessoas em todo o mundo, especialmente para os pobres, 
as mulheres e as meninas. Espera-se que os 193 Estados- 
-membros da ONU consolidem o direito a um meio 
ambiente saudável nas constituições nacionais e em 
tratados regionais, implementando essas leis. O Supremo 
Tribunal Federal (STF) do Brasil já declarou o Acordo 
de Paris sobre mudança climática um tratado de direitos 
humanos, lembrando que o pacto deveria prevalecer sobre 
a lei nacional. Os apoiadores estão esperançosos de que 
a última resolução da Assembleia Geral acabará levando 
a mais decisões como essas.
Disponível em: <https://brasil.un.org>. 
Acesso em: 20 out. 2023. 
[Fragmento adaptado]
TEXTO IV
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
fonte: FGV/Guilherme Fasolin, Juliana Camargo e Matias Spektor
ACREDITAM QUE 
ESTÃO OCORRENDO
94%
ATIVIDADE HUMANA 
É RESPONSÁVEL
91%
CONSEQUÊNCIAS 
SÃO GRAVES
56%
Disponível em: <https://g1.globo.com>. 
Acesso em: 20 nov. 2023.
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número 
de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema 
“A manutenção dos direitos humanos diante das mudanças climáticas no Brasil”, apresentando proposta de intervenção 
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para 
defesa de seu ponto de vista.
ENEM – VOL. 1 – 2024 LCTJC – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questõesde 46 a 90
QUESTÃO 46 
Na democracia ateniense, todos os cidadãos podiam 
participar da assembleia do povo (Eclésia), que tomava as 
decisões relativas aos assuntos políticos em praça pública. 
Em Atenas, eram considerados cidadãos apenas os homens 
adultos (com mais de 18 anos de idade) nascidos de pai 
e mãe atenienses. O povo, definido como o conjunto dos 
cidadãos, era considerado soberano e suas decisões só 
estariam submetidas às leis resultantes de suas próprias 
deliberações. As leis, uma vez aprovadas, deveriam 
aplicar-se a todos; os que haviam votado contra ainda 
podiam deixar a cidade, mas ficando, deveriam obedecer 
à decisão tomada pela maioria.
FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2020. p. 38-39 
(Adaptação).
De acordo com o texto, a sociedade ateniense caracterizava-se 
pela 
A. 	 existência de uma participação política limitada.
B. 	 presença de um sistema político representativo.
C. 	 igualdade de gênero nas relações sociopolíticas.
D. 	 fragilidade das instituições políticas estabelecidas.
E. 	 interferência na política de outras cidades da região.
QUESTÃO 47 
A humanidade entrou em um período da História em que 
se configurou uma nova e complexa Geografia do mundo. 
Enquanto muros e símbolos de uma época se dissolveram, 
muitos outros se materializaram no espaço planetário. 
O muro leste-oeste sucumbiu, ao mesmo tempo que 
novos muros norte-sul se levantam; o World Trade Center 
nova-iorquino desabou, ao passo que o projeto de torres 
e edifícios “maiores do mundo” na China afirmava o novo 
poder do Oriente.
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. A nova des-ordem 
mundial. São Paulo: Editora UNESP, 2006 (Adaptação).
O texto sinaliza algumas mudanças ocorridas a partir da 
emergência de uma Nova Ordem Mundial, no contexto 
histórico após o final da Guerra Fria, como o(a)
A. 	 declínio das desigualdades quanto ao nível de 
desenvolvimento.
B. 	 surgimento de novas potências econômicas no 
cenário global.
C. 	 superação da regionalização mundial de caráter 
econômico.
D. 	 predominância do alinhamento ideológico entre os 
países.
E. 	 redução da interdependência econômica no mercado 
mundial.
QUESTÃO 48 
Entre as características do conhecimento popular, 
também denominado de senso comum, está um aspecto 
valorativo resultante do ânimo e das emoções do 
observador, dificultando a isenção de opinião do objeto 
de estudo. O senso comum é um tipo de conhecimento 
que permite a reflexão, em decorrência de se apresentar 
com um nível de familiaridade com o objeto estudado, não 
instigando a consolidação de padrões e fórmulas gerais.
COSTA, M. R. P.; SILVA JÚNIOR, J. A. J. As especificidades e as 
diferenças entre os diversos tipos de conhecimento. Disponível em: 
<https://educapes.capes.gov.br>. Acesso em: 27 nov. 2023.
A partir da descrição no trecho sobre as crenças do 
senso comum, a atitude filosófica diante desse tipo de 
conhecimento é caracterizada pela
A. 	 investigação crítica que objetiva ajuizar sobre a 
validade de cada crença.
B. 	 adoção parcial que fornece pontos de partida irrefutáveis 
para a atividade intelectual.
C. 	 negação integral que permite o abandono de 
interpretações falsas para o método filosófico.
D. 	 superação total que consolida a Filosofia como um 
método superior para conhecer a realidade natural.
E. 	 apropriação positiva que orienta o sábio no 
questionamento das crenças baseadas nos sentidos 
humanos.
QUESTÃO 49 
Os sistemas de pensamento europeus foram 
integrados de forma crítica e seletiva, segundo os 
interesses políticos e culturais das camadas letradas, 
preocupadas em articular os ideários estrangeiros à 
realidade local. O racismo científico assumiu uma função 
interna, não coincidente com os interesses imperialistas, 
e se transformou em instrumento conservador e autoritário 
de definição da identidade social da classe senhorial e dos 
grupos dirigentes, perante uma população considerada 
étnica e culturalmente inferior.
VENTURA, R. Estilo Tropical. História cultural e polêmicas literárias no 
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. [Fragmento adaptado]
Considerando o texto, as teorias raciais que ganharam 
relevância durante o século XIX serviram ao propósito de
A. 	 justificar a desigualdade de tratamento de grupos 
sociais.
B. 	 reduzir o direito de manifestação de movimentos 
políticos.
C. 	 desobrigar o Estado do fornecimento de políticas 
públicas.
D. 	 romantizar a história da construção da República 
brasileira.
E. 	 perpetuar a promoção do crescimento de classes 
produtivas.
CHJC – PROVA I – PÁGINA 22 ENEM – VOL. 1 – 2024 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 50 
A pólis espartana permaneceu separada em vilarejos, 
sem uma muralha unificadora. Esparta foi um caso de 
ideal aristocrático levado ao conjunto dos cidadãos por 
uma suposta plena igualdade. Após a dominação de 
outras populações, como os habitantes do vale do Eurotas, 
ou o conjunto dos messênios, nos séculos VII e VI a.C. 
(habitualmente conhecidos como hilotas), os habitantes de 
Esparta reorganizaram-se de modo a repartir a exploração 
das populações conquistadas e dominá-las através de 
um treino específico para a guerra permanente. Em certo 
sentido, a pólis espartana incluía todos os dominados: 
messênios e hilotas trabalhavam a terra, periecos 
comerciavam e produziam objetos, espartanos guerreavam.
GUARINELLO, N. L. História Antiga. São Paulo: 
Contexto, 2020. p. 86-87 (Adaptação).
A organização da pólis espartana, tal como descrita no 
texto, era marcada pela
A. 	 disposição em um núcleo urbano. 
B. 	 proteção do regime democrático.
C. 	 equiparação entre os indivíduos.
D. 	 participação política ampliada.
E. 	 hierarquização social rígida.
QUESTÃO 51 
Os muçulmanos que vivem na Argentina e no Chile são 
os que menos horas do dia terão que jejuar pelo Ramadã 
neste ano, enquanto os de Noruega, Suécia e Finlândia, 
por outro lado, cumprirão o ritual por 20 horas.
Disponível em: <https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/
brasil/2016/06/09/localizacao-geografica-altera-duracao-do-jejum-do-
ramada-ao-redor-do-mundo.htm>. 
Acesso em: 25 maio 2018.
O Ramadã é o mês sagrado do Islã em que os muçulmanos 
jejuam diariamente entre o nascer e o pôr do Sol. 
Considerando-se que as datas do Ramadã são móveis e 
em 2016 – quando a notícia anterior foi publicada – o mês 
sagrado foi entre junho e julho, os muçulmanos dos países 
do Hemisfério Norte, citados no texto, tiveram mais horas 
de jejum porque
A. 	 o Hemisfério Sul passa pelo equinócio de inverno 
nessa mesma época do ano.
B. 	 as regiões próximas dos círculos polares têm os dias 
mais longos do ano no verão.
C. 	 os polos norte e sul passam o inverno no escuro 
devido à inclinação da Terra.
D. 	 os países do Hemisfério Norte têm o solstício de verão 
mais extenso no fim do ano.
E. 	 as regiões intertropicais têm a maior variação de 
incidência solar no decorrer do ano.
QUESTÃO 52 
A busca pelo conhecimento é, certamente, uma busca 
sem limites. O homem, desde tempos imemoriais, busca 
conhecer o ambiente, os objetos (materiais e imateriais), 
os fenômenos, as estruturas, as pessoas. O conhecimento 
das causas essenciais, dos pressupostos fundamentais é, 
certamente, um dos móveis do saber filosófico desde Tales 
até os filósofos mais contemporâneos e, nesse processo 
de busca, há que se salientar, não se pode falar em 
refutação, mas em pluralismo de discursos que aspiram à 
totalidade. O conhecimento se produz, se reproduz e assim 
infindavelmente.
CONTERATO, L. S. V.; SILVESTRE, A. C. F. A busca pelo 
conhecimento: A certeza no ser e a impossibilidade de aceder à coisa 
em si. Um diálogo entre o pensamento pré-socrático e o criticismo 
kantiano. Disponível em: <www.fai-mg.br>. 
Acesso em: 27 nov. 2023.
A reflexão presente no texto sobre a relação dos indivíduos 
com o mundo caracteriza o conhecer como um
A. 	 impulso necessário, já que criticar é instintivo para a 
humanidade.
B. 	 objetivo infrutífero, pois a verdade

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