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Importância da Oração

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Primeiro Dia 
Tratando com Deus e sendo tratado por ele 
 
 
Nesse primeiro dia do nosso jejum precisamos entender como a oração é importante para o 
nosso crescimento espiritual. A oração é um meio fundamental por meio do qual nós tratamos com 
Deus e somos tratados por ele. O conhecimento das escrituras é fundamental, mas o mero 
conhecimento da Bíblia não significa conhecimento de Deus. Evidentemente nós conhecemos a 
Deus por meio da sua Palavra, mas esse conhecimento só é impresso em nosso espírito quando 
temos uma experiência pessoal com o Senhor. O mero conhecimento intelectual é insuficiente. 
Precisamos conhecer a Deus e a maneira de termos essa experiência é por meio da oração. 
É possível conhecermos a Bíblia e mesmo assim não conhecermos a Deus. Em Mateus capítulo 2 os 
magos chegaram em Jerusalém perguntando aos escribas onde o Messias deveria nascer. Aqueles 
escribas tinham o conhecimento correto da Bíblia, eles apontaram Belém como o local do 
nascimento e ainda mencionaram o texto bíblico como prova, no entanto nenhum deles foi a 
 Belém com os magos para ver se realmente o Messias tinha nascido. Conheciam a Bíblia, mas não 
conheciam a Deus. 
Como podemos conhecer a Deus? O salmista apresenta duas maneiras básicas de o conhecermos: 
conhecendo os seus caminhos e também os seus feitos: “Manifestou os seus caminhos a Moisés, e 
os seus feitos, aos filhos de Israel” (Sl. 103.7). O Senhor Jesus mostrou essa mesma verdade 
quando respondeu aos fariseus dizendo: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de 
Deus.” (Mt 22:29). 
Conhecer as escrituras é o mesmo que conhecer os caminhos de Deus. Caminhos nos fala de 
princípios. Esses princípios nada mais são que o propósito, a vontade de Deus registrada em sua 
Palavra. Os feitos são a expressão do poder de Deus. Portanto, o conhecimento que temos de Deus 
é proporcional ao conhecimento que adquirimos dos princípios revelados na Palavra e de 
experimentarmos o seu poder em nossa experiência pessoal. Se você não tem percebido a ação de 
Deus em sua vida, provavelmente você não está crescendo espiritualmente. 
É possível conhecer os caminhos ou os princípios de Deus e mesmo assim ter muito pouca 
experiência de seu poder em nossa vida. Alguns irmãos querem conhecer somente as Escrituras; 
outros, só o poder de Deus. Na prática, aqueles que se restringem ao conhecimento das Escrituras 
se tornam frios e teóricos, enquanto os que buscam exclusivamente o poder se tornam 
completamente místicos. 
Precisamos de equilíbrio. Precisamos conhecer tanto os caminhos quanto o poder de Deus ou seja, 
tanto as Escrituras quanto o seu poder. E como é que conhecemos os feitos ou o poder de Deus? 
Através da oração. Nós conhecemos a Deus na medida em que tratamos e somos tratados por ele. 
Isso acontece através da oração. 
Como esse processo ocorre? Suponhamos que o irmão Ricardo precise muito de um carro para 
trabalhar. Então, ele começa a orar pedindo um carro e não desiste. Muitos infelizmente não 
conhecem o poder de Deus porque desistem de orar; interpretam a demora como uma resposta 
negativa. Mas o irmão Ricardo persevera em oração, pois quer a resposta. Ele não desanima, pois 
quer ver o poder de Deus em sua vida. 
Os dias transformam-se em semanas e as semanas em meses. E o irmão Ricardo continua orando 
pelo carro. 
– Senhor, o que está acontecendo? O que está impedindo a resposta à minha oração? 
– Há mágoas no seu coração, filho! Primeiro, resolva essa questão; depois, você terá o que me 
pede. 
O irmão Ricardo entra em contrição e quebrantamento diante de Deus. Por um momento, ele até 
se esquece do carro. A prioridade agora é resolver a questão da mágoa. Depois que ele decide 
perdoar o Senhor lhe concede o carro que ele pedia. 
Qual é a circunstância mais importante desse processo? A bênção material ou a revelação sobre o 
caráter de Deus? É óbvio que, ao ganhar o carro, o irmão Ricardo cresceu um pouco mais no 
conhecimento de Deus. Agora, ele sabe como é o Deus que ouve e responde à oração, como é o 
Deus provedor, abençoador, galardoador. 
Entretanto, ele precisava conhecer a Deus na área mais íntima e mais importante: no caráter. E 
como foi que ele se aprofundou no conhecimento do caráter de Deus? Ao lidar com seus 
sentimentos sombrios: mágoa, ressentimento, falta de perdão, hostilidade e amargura. 
O irmão Ricardo, finalmente, entendeu que Deus não aceita nem convive com essas atitudes 
malignas. Ele compreendeu que, ao resolvê-las e extirpá-las de si mesmo, suas orações se 
alinharam com a vontade de Deus. E isso significa que, a partir de agora, sempre que o irmão 
Ricardo apresentar a Deus qualquer súplica, antes de tudo, ele irá avaliar o próprio coração à 
procura desses sentimentos cuja presença bloqueiam o mover de Deus em sua vida. E quando os 
dias, novamente, transcorrerem como da vez anterior, ele não insistirá mais em sua teimosia. Ao 
contrário, se prostrará diante do Trono. 
Numa outra ocasião o irmão Ricardo começa novamente a orar por alguma outra necessidade 
específica. Ele precisa de um emprego com salário melhor. Ele agora já foi tratado por Deus na 
área do ressentimento e não permite que ele cresça no seu coração. 
Ele ora insistentemente, mas o Senhor parece não ouvir a sua oração. Ele então pergunta ao 
Senhor: 
– O que está errado na minha vida? O que está impedindo que o Senhor me responda? 
– Filho, dê mais atenção ao seu relacionamento conjugal. Quando há problemas entre você e sua 
esposa, a oração de ambos é obstruída – nem chega diante de mim. 
Então, ele fica apurado: corre para esposa; ajoelha-se ao lado dela, assume o próprio pecado e lhe 
pede perdão. 
– Querida, perdoa-me, em nome de Jesus. Estas palavras saram qualquer mágoa no coração da 
esposa, e desbloqueiam as orações do esposo. Depois disso ele rapidamente é promovido em seu 
trabalho. 
Deus certamente deseja ouvir nossas orações, mas ele deseja muito mais que cresçamos no 
conhecimento dele. O irmão Ricardo aprendeu mais uma importante lição: se ele estiver mal com a 
sua esposa, ele também estará mal com Deus. A resposta da oração fortaleceu a sua fé, mas ele 
próprio foi transformado, pois foi tratado por Deus. Todo esse crescimento não teria acontecido se 
o irmãos Ricardo não estivesse orando. 
O exemplo acima foi de alguém que estava orando por algo que ele desejava no seu coração, mas 
certamente todos nós precisamos de orar por causa de problemas e lutas que enfrentamos. A 
maioria dos crentes deixa que dificuldades ou problemas passem por sua vida sem o devido 
tratamento de Deus. Não sabem porque estão passando por aquilo. Ignoram o propósito de Deus. 
Isso acontece porque não oram. 
Imagine que um irmão que está lutando contra determinado pecado. Ele não ignora a questão do 
pecado displicentemente, mas vai buscar a Deus por livramento. Fazendo assim ele acumula 
conhecimento de Deus. No seu tempo de clamor o Espírito Santo lhe abre os olhos e ele descobre 
Romanos 6:14 onde lê que o pecado não terá domínio sobre ele porque agora ele está debaixo da 
graça de Deus e não debaixo da lei. 
Aquela revelação explode no seu coração e ele experimenta libertação. No entanto depois de algum 
tempo, para o seu espanto, ele volta a cair naquele pecado. Ele vai orar para receber luz do Senhor 
que lhe mostra que aquela queda foi para que ele aprendesse que na sua carne não habita bem 
nenhum e, que por isso deve aprender a depender de Deus e não confiar em si mesmo. 
Se você deseja crescer precisa de conhecimento da Palavra, mas apenas isso não será suficiente, 
você precisa também conhecer a Deus. A oração é a chave para aprendermos a nos relacionar com 
Deus e assim conhecê-lo. 
Infelizmente a vida de oração de muitos não envolve tal relacionamento porque não tratam com 
Deus e nem são tratados por ele. Simplesmente não oram até o fim, até obterem uma resposta do 
Senhor. Quando a resposta não vem, presumem quenão era a vontade de Deus e simplesmente 
esquecem o assunto. 
Porque muitos não crescem em seu relacionamento com Deus por meio da oração? 
 
1. Porque desconhecem a vontade de Deus 
Uma das condições mais importantes para orarmos é uma convicção clara de que é a vontade de 
Deus ouvir a nossa oração. Na verdade muitos duvidam que a vontade de Deus seja boa e 
agradável. Outro dia assistia a um filme sobre a queda de um avião. No decorrer de todo o filme as 
pessoas diziam que aquele desastre tinha sido a vontade de Deus. Mas a vontade de Deus é que 
todo avião decole e chegue ao aeroporto de destino a salvo. Se duvidamos que essa é a vontade de 
Deus como podemos orar para que o Senhor nos guarde em nossa viagem? Imagine alguém orando 
dentro de um avião dizendo: “Senhor faça a tua vontade nesse vôo!” Todos vão ficar bem 
assustados. 
Jesus nos ensinou a orar em Mateus 6 dizendo: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o 
teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu...” (Mt. 6:9-10). Se 
o Senhor nos mandou orar para que a vontade dele seja feita na terra é porque nem tudo o que 
acontece na terra é da vontade de Deus. Precisamos crer que a vontade de Deus é boa, perfeita e 
agradável para conosco os seus filhos. Se duvidamos disso jamais vamos orar: “faça-se a tua 
vontade!” 
Muitos não são curados porque acalentam o pensamento de que a enfermidade é a vontade de 
Deus para eles. Outros vivem conformados com uma vida de derrota e miséria porque acreditam 
que Deus quer que seja assim. 
Se nós que somos maus sabemos dar coisas boas a nossos filhos, quanto o mais o nosso Pai celeste 
dará toda sorte de bênção para aqueles que foram feitos filhos de Deus em Cristo Jesus. 
Somente podemos exercitar fé quando conhecemos a vontade de Deus. Toda a dúvida está baseada 
no fato de não sabermos se é a vontade de Deus nos dar aquilo que estamos pedindo. Por causa 
disso precisamos orar em linha com a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é a revelação da sua 
vontade para nós. 
Antes de orar precisamos saber se o motivo pelo qual oramos está de acordo com a revelação da 
Palavra. Nunca deveríamos desejar algo que a Bíblia nos proíbe. Mas se temos uma promessa 
bíblica para nos embasar então podemos orar com fé e ousadia. É a vontade de Deus que seus 
filhos desfrutem de todas as suas promessas na Nova Aliança. 
 
2. Porque duvidamos da bondade de Deus 
Se alguém vai ao médico e ele diz: “agora só Deus pode agir!” Logo pensa que deve comprar o 
caixão. Afinal agora ele depende exclusivamente de Deus e isso é uma grande enrascada. Se 
ouvimos um missionário vindo de um pais muito pobre e distante dizer que ali ele vive apenas pela 
fé, logo imaginamos que ele vive na mais completa miséria. “Porque deixaram esse homem 
cometer essa loucura? Qual igreja faz missões deixando que os missionário vivam pela fé?” A 
expressão “pela fé” tornou-se em nossa mente sinônimo de necessidade e privação. 
Mas se vemos alguém chegando no estacionamento da Igreja com uma Mercedez zero quilômetro, 
usando um terno muito elegante, testemunhando que também é missionário e que também vive 
pela fé caímos na gargalhada. “Pela fé vivo eu com o meu salário! Vê lá se Deus dá Mercedez para 
alguém.” 
 
3. Não oramos até o fim 
Orar até o fim significa orar até que a resposta de Deus venha. Se queremos conhecer a Deus por 
meio da oração precisamos orar completamente. 
Em Mateus 26 lemos que por três vezes o Senhor orou ao Pai. 
Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, 
passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. E, voltando para 
os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar 
comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a 
carne é fraca. Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de 
mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez 
dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira 
vez, repetindo as mesmas palavras. Mt. 26:39-44 
O Senhor não orou três vezes por ser algum tipo de fórmula, ele orou três vezes simplesmente 
porque o Pai não tinha respondido na primeira vez e nem na segunda. Ele orou até conhecer a 
resposta de Deus Pai. 
O mesmo princípio pode ser observado na vida de Paulo. Por três vezes ele orou para que o Pai 
removesse o espinho em sua carne. 
E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na 
carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três 
vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o 
poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que 
sobre mim repouse o poder de Cristo. II Cor. 12:7-9 
Paulo orou até que o Senhor lhe respondesse. Infelizmente muitos oram, mas nunca se preocupam 
se a sua oração é respondida ou não. Se oramos, mas não vemos a resposta não vamos crescer no 
Senhor porque não teremos sido tratados por ele por meio da demanda de nossa oração. É preciso 
ir até o fim com o Senhor. 
 
4. Porque desconhecemos a graça de Deus 
Muitos não oram porque acreditam que não são bons o suficiente para receberem algo de Deus. 
Essa é a acusação constante que o diabo faz na mente dos filhos de Deus. Mas o Senhor não nos 
ouve porque somos bons, mas porque ele é bom. 
Se você pensa que precisa ser justo para ser ouvido pelo Pai, você está completamente certo. Deus 
só pode ouvir aquele que é justo. Mas as boas novas é que o Senhor Jesus se tornou a nossa justiça. 
Hoje quando chegamos diante de Deus o fazemos pela justiça que recebemos pela fé no sangue de 
Jesus. Nem no céu você será mais justo do que é hoje, pois a sua justiça é a Cristo. 
Muitos vivem debaixo de acusação e condenação e por isso não se acham dignos de ter a resposta 
de suas orações. Vivendo assim eles não têm fé para receberem algo de Deus. 
Muitos vivem debaixo da mentira de que Deus está zangado com eles. Por causa disso vivem uma 
vida cristã dividida e doentia. Num momento eles pregam que Deus cura, mas no outro declaram 
que Deus lhes mandou uma doença para ensinar-lhes uma lição. Num momento Deus os faz 
prosperar e no outro lhes dá pobreza para aprenderem a humildade. A verdade é que algumas 
vezes crêem que Ele os ama, mas quase sempre sentem que Deus esta zangado com eles. 
Simplesmente não dá para orar e obter respostas da nossa oração com pensamentos divididos a 
respeito do Senhor. 
Por causa da obra consumada de Jesus a ira de Deus não pode mais estar sobre nós. Toda a ira de 
Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Se toda a ira já caiu sobre Jesus, 
então ele não pode estar irado conosco. Não estamos mais debaixo da velha aliança segundo a qual 
Deus as vezes estava feliz com você e as vezes estava zangado. Hoje ele tem total prazer em você 
por causa de Jesus. 
 
 
 
Segundo Dia 
 
Você precisa orar 
 
 
A oração é uma disciplina espiritual. Quando falamos de disciplina espiritual corremos o risco de 
sermos mal interpretados. Precisamos dizer antes de tudo que a disciplina espiritual da oração não 
é uma lei, nem é algum tipo de legalismo místico. A oração é, na verdade, um grande privilégio 
espiritual. É a oportunidade dada pela graça de Deus de mergulharmos na sua presença santa. É 
poder comer do maná escondido e desfrutar do rio que flui do trono de Deus. 
Somos exortados a orar sem cessar, mas se acontecer de não conseguir, não fique pensando que 
Deus agora está irado com você. Você não acrescenta nada a Deus quando ora, mas certamente 
perde muito quando deixa de orar. Não transforme a oração em mais um fardo que você precisa 
carregar. Veja-a comoo mais saboroso privilégio do universo. 
Muitos crentes vivem angustiados porque pensam equivocadamente que precisam fazer boas obras 
para agradar a Deus e para aplacar a sua ira quando não fazem o que deveriam fazer. Mas a 
verdade é que não precisamos fazer coisa alguma para agradar a Deus. Ele já está feliz conosco. 
Agradamos ao Senhor não pelo que fazemos para Ele, mas por aquilo que Jesus já realizou na cruz 
por nós. Fomos reconciliados com o Pai, Ele nos olha agora com olhos de amor. 
 
A oração produz unção 
A oração é um dos fundamentos da vida cristã, pois sem oração não há crescimento espiritual. O 
crescimento espiritual se manifesta de muitas formas, mas de todas elas, as mais importantes estão 
relacionadas com a fé e a unção. Para crescer em fé o crente precisa de mergulhar na Palavra de 
Deus, pois a fé vem pelo ouvir a palavra da verdade. 
Em segundo lugar, o crente precisa crescer em unção. É a unção do Espírito que nos capacita e nos 
dá poder para fazer a vontade de Deus. A unção flui através da fé, mas ela cresce por meio da 
oração. 
É a unção que faz todas as coisas acontecer em nossa vida. Precisamos ter unção para fazer tudo 
para Deus. 
Se tudo o que temos na igreja é só uma boa organização, então, não temos nada diferente daquilo 
que o mundo também possui. Se tudo o que temos é apenas engenhosidade humana, então não há 
valor espiritual em nossa obra. 
Certa vez, um garoto perguntou para um homem de Deus: 
– O que é unção? 
O homem de Deus chamou a atenção do garoto para um boi que estava pastando adiante e 
indagou: 
– Você está vendo aquele boi pastando? 
– Sim. 
– Aquilo não é unção. 
Em seguida, olhou para um passarinho, que gorjeava, alegremente, no galho de uma árvore e 
disse: 
– Você está ouvindo aquele passarinho gorjeando? 
– Sim. 
– Aquilo também não é unção. 
O garoto, então, insistiu com o ancião: 
– Diga-me, então; o que é unção? 
Após uma breve pausa, o homem voltou-se para o garoto e concluiu, dizendo: 
– Quando você vir um boi, no galho de uma árvore, gorjeando feito passarinho, isso é unção. 
Unção é aquilo que não é natural. Se tudo o que temos é um boi pastando e um passarinho 
cantando no telhado, então não temos nada que o mundo não tenha. A diferença entre nós – a 
Igreja – e o mundo é o boi cantando no telhado, irmãos! 
A unção está para a Igreja assim como o combustível está para o carro. Pode ser um carro zero, 
importado e muito bem equipado, mas, se o tanque está vazio, não vai a lugar nenhum. O crente é 
como esse carro. Pode estar limpinho, lavado pelo sangue de Jesus, com tudo no seu devido lugar 
mas, se não tiver unção, não cumprirá o propósito de Deus. Mas se for cheio com a unção, aí Deus 
pode dirigi-Io. Mas a unção só vem quando há oração. 
Apesar de a vida cristã ser espontânea, precisamos cooperar com Deus para que haja crescimento. 
Na verdade, ninguém muda coisa alguma por si mesmo. É Deus quem muda você. E a verdadeira 
mudança é aquela que passa despercebida de você. O verdadeiro crescimento espiritual é aquele 
para o qual você nem atenta. O mesmo ocorreu com o seu crescimento físico: você cresceu, mas 
não sentiu. Foram as outras pessoas que perceberam e acompanharam o seu crescimento. Você 
apenas cooperou com esse crescimento. Como? Alimentando-se, dormindo, descansando e se 
exercitando. Espiritualmente, dá- se o mesmo. Não produzimos o crescimento em nós mesmos, 
mas cooperamos para que ele aconteça. 
Veja uma criança. Você não pode forçá-la a crescer. Pode até exortá-la dizendo: “Menino, você tem 
de crescer!” Não vai adiantar. No entanto, eu posso cooperar para que ela cresça, dando-lhe 
comida. 
 
Quando oramos a imagem de Deus é formada em nós 
A obra do Espírito Santo hoje em nós é levar-nos à estatura de Cristo, é nos transformar para 
sermos semelhantes a Ele. Essa obra de transformação depende da Palavra de Deus e da oração. 
Em primeiro lugar a nossa mudança depende da renovação da nossa mente por meio da sua 
Palavra. Em Romanos 12.1-2 Paulo disse: 
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício 
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, 
mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, 
agradável e perfeita vontade de Deus. 
A palavra-chave deste versículo é: transformai-vos. 
– E como é que somos transformados? 
– Pela renovação da nossa mente. 
– E como é que a nossa mente é renovada? 
– Por meio da Palavra. 
– Então as disciplinas espirituais estão ligadas à Palavra – conclui um irmão mais experiente. 
– Por que temos de praticá-las? Volta à carga o irmão novo convertido. 
– Para cooperar com Deus, na renovação da mente e assim sermos transformados na alma. 
A mente humana é renovada através da Palavra de Deus. Na medida em que renovamos nossa 
mente com a Palavra de Deus uma transformação metabólica vai acontecendo em nós. 
Mas existe um outro aspecto da transformação da nossa alma que depende de uma vida de oração. 
E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos 
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. II Cor. 
3:18 
Paulo diz que precisamos ser como espelhos contemplando e refletindo a glória do Senhor. Um 
espelho reflete tudo o que contempla. Quando estamos contemplando o Senhor nós o refletimos. 
O versículo poderia ser parafraseado da seguinte maneira: “todos nós com o rosto desvendado 
somos um espelho refletindo a glória do Senhor e, quanto mais o refletimos mais somos 
transformados na sua própria imagem refletida em nós.” 
Porque Paulo diz que precisamos ter o rosto desvendado? Se um véu for colocado sobre o espelho 
nada poderá ser refletido. Paulo diz que precisamos contemplar o Senhor com o rosto desvendado. 
O que vem a ser este véu a que Paulo se refere? Hebreus 10 fala de um véu, mas ali é o véu da parte 
interna do tabernáculo (Hb. 9:3), enquanto o véu de II Coríntios 3 é o véu posto sobre o rosto de 
Moisés, como é mencionado no verso 13. 
O véu aqui representa as tradições humanas. O véu cobrindo o coração dos filhos de Israel era a 
velha religião tradicional. Se a tradição estiver encobrindo o nosso coração não poderemos refletir 
a glória do Senhor e sermos por ele transformados de glória em glória. 
Além de estar desvendado, o espelho precisa também ser posicionado corretamente. O verso 16 
fala-nos que quando o coração “se converte ao Senhor, o véu lhe é tirado.” Nosso coração precisa 
estar voltado para o Senhor de modo a podermos contempla-lo com o rosto desvendado. 
Um espelho precisa estar voltado na direção do seu rosto para que possa refleti-lo. O mesmo 
princípio se aplica ao Senhor, podemos ter o véu retirado, mas isto não adiantará coisa alguma se o 
espelho está focalizado em outra direção. 
Contemplar o Senhor é gastar tempo com todos os tipos de oração: petição, súplica, louvor, 
adoração, consagração, entrega, intercessão, meditação, contemplação e tudo mais. Isto é o mesmo 
que direcionar apropriadamente o espelho de nossa alma. 
Nossa vida de oração é um processo gradual de transformação de glória em glória. Quanto mais 
contemplamos o Senhor mais a imagem dele é refletida em nós. E quando essa imagem é refletida 
durante muito tempo ela fica impressa no espelho. 
Paulo viveu quase dois mil anos antes da invenção da fotografia, mas o processo que ele descreve 
aqui é o mesmo da máquina fotográfica. A ilustração de um espelho que se transforma na imagem 
que está refletindo é o mesmo que uma fotografia. 
No processo de tirar uma foto quatro elementos são necessários: luz, lente, diafragma e filme. A luz 
é o meio pelo qual o cenário é trazido para dentro da câmara. Na esfera espiritual a luz é o 
desvendar do Espírito Santo explodindo em nosso interior. A máquina fotográfica só tirauma foto 
se houver luz suficiente para formar e fixar sobre o filme. Em outras palavras, sem luz não se pode 
tirar uma fotografia. Semelhantemente, você precisa estar debaixo do foco da luz de Deus. É ela 
que lhe permite refletir e fixar a imagem de Deus em sua alma. Quando a luz de Deus está sobre 
nós, o Espírito vem sobre a nossa alma, para formar e fixar a imagem de Cristo em nós. 
Uma vez que temos luz necessitamos da lente. A lente aponta para a nossa mente. Se a nossa mente 
não compreender, nada pode entrar dentro de nós. Para que a imagem não seja gravada com 
distorções, a máquina fotográfica é provida de um jogo de lentes, cuja função é formar uma 
imagem nítida e real. Uma imagem desfocada produz uma foto distorcida. A lente nos fala de nossa 
mente. Esta é que focaliza, compreende, traduz e clarifica a imagem que passa através dela. 
Além da lente ainda precisamos do diafragma. É ele que se abre e fecha fazendo o click. O 
diafragma aponta para o nosso coração. Se o coração não abrir a luz de Deus não entra, ainda que a 
 lente de nossa mente possa compreender. O coração é a porta de entrada e saída para o nosso ser. 
Tudo o que entra e que sai tem que passar por ele. 
O Antigo Testamento relata as circunstâncias em que Davi foi escolhido rei de Israel. Deus havia 
mandado Samuel ungir um dos filhos de Jessé como rei. Samuel, todavia, agiu pela ótica natural. 
Os olhos do profeta estavam à procura de detalhes, tais como força, beleza, estatura, postura... 
Quando entrou Eliabe, o primogênito, Samuel disse consigo: “Certamente está perante o Senhor o 
seu ungido.” Deus, porém, deu ao profeta uma palavra que, para nós, também deve ser um marco 
no nosso coração: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, [ ... ] o Senhor não vê 
como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.” 
Para Deus, não importa muito como você é por fora. O que importa mesmo é aqui dentro – o 
coração. Um coração que esteja faminto e sedento da justiça divina, um coração quebrantado e 
contrito diante do Espírito, um coração cheio de temor e obediência à Palavra jamais será 
desprezado por Deus. Este é o coração que Deus busca, pois, ao abrir-se – como um diafragma – 
permitirá a passagem da luz divina, e, então, ela se refletirá sobre a alma até que a imagem de 
Cristo seja formada. 
Meu irmão, a sua alma é um filme que precisa ser sensibilizado e gravado com a imagem de Deus. 
Foi isto o que o apóstolo Paulo quis dizer em 1 Coríntios 3.18. Somos um espelho, e sempre que 
voltamos esse espelho para Deus, a imagem Dele se reflete em nós até “sermos transformados na 
sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. 
Por fim temos o filme que é a nossa alma. É em nossa alma que a imagem de Deus fica impressa. 
Dia e noite precisamos contemplar o Senhor e, então, Cristo, a imagem celestial será impressa em 
nós repetidamente. 
Tudo isso somente acontece quando existe a oração, o ato de contemplar o Senhor. Sem oração 
simplesmente não há transformação. Nosso espírito foi criado para conter a Deus, mas a nossa 
alma foi criada para refleti-lo. 
 
O propósito de Deus ao criar o homem 
Deus criou o homem para que este fosse sua imagem e semelhança. Mas o pecado distorceu essa 
imagem. Hoje, Cristo está restaurando a imagem de Deus em nossas vidas. Por isso, para que essa 
imagem se tome uma realidade, precisamos contemplar o Senhor. 
Contemplar o Senhor é orar, interceder, louvar, adorar, ouvir e estudar a Palavra, a fim de buscar e 
receber a unção e ser cheio do Espírito. Quando isso acontece, você é transformado e se toma 
semelhante Àquele que você adora. Esta é a razão pela qual Deus abomina as imagens de idolatria: 
elas tomam o lugar de Deus, e as pessoas que as adoram tomam-se abomináveis e semelhantes a 
elas. Davi disse a respeito dos que adoram ídolos: “Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e 
quantos neles confiam.” (Sl. 115:8). 
Quando adoramos a Deus, algo de Deus é impresso em nós. Mas, ao contrário da fotografia, cuja 
imagem é gravada imediatamente, a imagem de Deus vai sendo gravada em nós pouco a pouco. A 
mesma coisa acontecia com a tela dos monitores dos computadores antigos. As telas desses 
monitores eram muito sensíveis. E quando uma imagem ficava exposta por muito tempo numa 
tela, aquela imagem era gravada nela. Por causa disso os fabricantes criaram o descanso de tela, 
que impede que esse problema ocorra. Mas, se você encontrar vídeos de computadores antigos, 
perceberá que as telas estão marcadas. Essas marcas não surgiram de um dia para o outro. Foi 
depois de um período de tempo (meses e anos) e da contínua repetição e exposição que a imagem 
ficou gravada definitivamente. 
Assim também acontece conosco: cada dia um pouquinho, de glória em glória, até que a imagem se 
impregne inteiramente em nós. É claro que isso demanda tempo; não acontece em dois dias. Isso é 
obra de Deus, mas exige a nossa cooperação. 
Cooperação é uma palavra-chave e, portanto, não pode ser esquecida nesse processo de 
transformação da alma e renovação da mente. Precisamos cooperar com Deus se quisermos 
realmente que essa mudança aconteça em nós. Essa cooperação não é outra coisa senão a 
disciplina da oração. 
Para entendermos melhor essa questão basta sabermos que a Palavra aponta para a comida, e o 
espírito aponta para bebida. Alias, é assim na Bíblia, sabia? O Espírito quase sempre é ilustrado 
como algo liquido para se beber: é a água que brota do interior. A palavra, normalmente, é 
ilustrada como sendo comida ou pão. Dizem os nutricionistas que somos aquilo que comemos. 
Qualquer alteração no nosso corpo físico tende a passar primeiramente pela comida, através de 
uma dieta. Se você come a comida do céu, vai tomar-se o quê? Celestial. 
Na Bíblia, comer e beber é muito mais do que ingerir; é colocar dentro, é introjetar. A palavra 
comer foi mencionada pela primeira vez, lá em Gênesis, quando o homem comeu da árvore do 
conhecimento do bem e do mal. Mas lá, além da árvore, havia também o rio da vida. O homem 
pecou porque comeu a comida errada mas hoje ele é salvo se comer a comida verdadeira: Jesus 
Cristo – o pão da vida. 
Em Êxodo vemos que o cordeiro tinha que ser comido.” Depois, no capítulo 16.4, Deus mandou o 
maná, que caiu do céu, para que o homem entendesse que não vive só de pão terreno, mas também 
do pão que sai da boca de Deus: ou seja, a Palavra de Deus. No capítulo 17.6, a rocha foi ferida por 
Moisés, e dela jorrou água para dessedentar o povo de Israel. Essa rocha é o Senhor Jesus, mas a 
água que jorrou dEle veio do rio de água viva – o Espírito de Deus. No Novo Testamento, Jesus se 
identificou como o verdadeiro maná – o pão da vida que desceu do céu” Em seguida, Ele se 
identifica como a fonte de água viva quando afirma: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. 
Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.37-28). E 
em Apocalipse 22.1-2 são mostrados o rio da água da vida, que sai do trono de Deus, e a árvore da 
vida que cresce em suas duas margens e produz 12 tipos de frutos. Pela eternidade afora o Senhor 
será a nossa comida. 
Deus, então, espera que você coopere com ele nesse processo de mudança e transformação. Você 
não será transformado compulsoriamente. Deus jamais coagirá você a fazer qualquer coisa. Mas o 
que Ele espera de você é apenas sua cooperação. E você se pergunta: “como”? E eu lhe respondo: 
“Comendo a comida verdadeira”. 
Esta não é uma questão de usar a lei e determinar: “É proibido comer a comida errada”. Não é uma 
questão de saber se algo é proibido ou não. A questão é cooperar com Deus, e comer a comida que 
nos proporciona um crescimento saudável. Infelizmente muitos têm comido apenas o alimento do 
Egito, enquanto poderiam ser nutridos do maná celestial. 
Voltemos aos velhos questionamentos: 
– Pastor, ouvir FM é pecado? 
– Quem lhe disse que ouvir músicaé pecado? Você pode ouvir o que quiser. Você é livre! 
– Pastor, ver televisão é pecado? 
– Claro que não! 
– Ir ao cinema, também é pecado? 
– Muito menos. 
A questão não é saber se o que eu faço ou deixo de fazer é pecado ou não. A verdadeira questão é 
esta: É uma “comida” apropriada? Comendo este tipo de comida eu estarei cooperando com Deus? 
Depois de ter assistido a um programa de televisão durante todo o dia ainda terei vontade de orar, 
jejuar e ler a Bíblia? 
Quanto a mim, eu quero cooperar com o Senhor, pois desejo ser transformado a cada dia. Sabe por 
que deixo de fazer certas coisas? Não é porque alguém me proibiu de fazê-las. É porque eu entendi 
que, ao invés de me ajudarem a cooperar com Deus, certos tipos de “comida” prejudicam o meu 
relacionamento com Ele. Na verdade, somos aquilo que comemos. Assim como o nosso organismo 
absorve os nutrientes do alimento que ingerimos, a nossa alma também absorve toda a impureza, 
lascívia e maldade daquilo que vemos e ouvimos. O importante é saber: de onde você está 
buscando os valores que compõem o seu caráter? 
Uma das coisas boas da vida é comer. Se não há prazer em comer uma determinada iguaria, logo 
ela é deixada de lado. Qualquer que seja a comida só nos sentamos diante dela se nos causar 
prazer. Imagine-se agora assando uma carne em sua casa. Sinta o cheiro. Hum! Pense numa 
picanha bem suculenta ou num cupim bem caprichado ... Deu água na boca? 
Saiba que tudo o que você assiste na TV é assimilado por você. Se o programa não lhe agrada, você 
troca imediatamente de canal. Raramente as pessoas assistem a um programa por acaso ou sem 
que Ihes cause nenhum tipo de prazer. Se não houver prazer não tem graça nenhuma: ou você 
muda de canal ou desliga a TV. Só gastamos o nosso tempo naquilo que é prazeroso. E sabe de uma 
coisa? Aquilo se torna um alimento para nós, e muda os nossos valores. Observe a trama de uma 
novela. É sempre a mesma coisa: mulheres traindo seus maridos, mulheres solteiras apaixonando-
se por homens casados ou mais velhos do que elas, maridos mantendo casos extraconjugais, 
triângulos amorosos, relações incestuosas, consumo de bebidas e drogas, traições de todos os tipos. 
É daí para pior. E você ali, diante da telinha, torce para que o marido da fulana não descubra a 
traição dela, ou que a outra heroína conquiste sua paixão ilícita. 
“Todos têm o direito de ser felizes à sua maneira” – racionalizam, inteligentemente, os defensores 
da permissividade. É como se a felicidade dependesse de satisfazermos impulsos carnais. Somos 
felizes quando praticamos a Palavra de Deus. Somos felizes quando a imagem de Deus vai cobrindo 
a imagem do pecado e somos transformados na própria imagem do Senhor. 
Lembre-se porém, que tudo o que Deus faz; Ele faz pela Palavra e pelo Espírito. Todo o seu 
crescimento e transformação dependem da sua disposição de contemplar o Senhor pela oração. 
Ouso dizer que não há transformação sem oração. O frente que não ora simplesmente não tem a 
imagem de Deus sendo formada em sua vida. 
 
 
Terceiro Dia 
 
Deus somente ouve o justo 
 
 
Uma vez que entendemos que a oração é a maneira de crescermos em nosso conhecimento do 
Senhor, podemos agora avançar para entendermos quais são as chaves espirituais que desvendam 
a glória da oração respondida. A primeira chave fundamental é entendermos que fomos 
justificados em Cristo Jesus. 
Como poderemos ter a certeza de que nossas orações sempre serão ouvidas e atendidas por Deus? 
Você certamente já deve ter ouvido que Deus somente ouve as orações do justo. As pessoas estão 
sempre procurando alguém que esteja mais perto de Deus para que eles orem por elas. E as 
pessoas intuitivamente estão completamente corretas. Mas o que elas não sabem é que em Cristo 
nós somos declarados justos e por causa do sangue de Jesus já estamos tão perto do Pai quanto é 
possível estar. 
“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê...”Rm 10.4 
Se as mentiras do diabo convencerem-no que você não é suficientemente bom para receber uma 
resposta da parte de Deus à sua oração, ou que você não merece uma resposta, ele já o derrotou. Se 
chegarmos diante de Deus com esse sentimento de condenação e de acusação nunca 
conseguiremos ter fé para apresentar nosso pedido diante de Deus. Então não podemos orar 
apropriadamente se não compreendemos que fomos justificados pela obra do Senhor Jesus na 
Cruz. 
 
O que é a justificação? 
Em Romanos 3:24 Paulo diz que fomos “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a 
redenção que há em Cristo Jesus”. Isso significa que você foi declarado justo por causa da redenção 
de Jesus na cruz. 
A Palavra de Deus diz que todo homem é pecador, no entanto a humanidade não sabia disso. 
Assim Deus mandou o seu prumo para a terra. O prumo de Deus é a lei. Pela lei ficamos sabendo 
que estamos fora do padrão da justiça de Deus. 
Mas não era a intenção de Deus justificar o homem pela lei, pela lei apenas vem o pleno 
conhecimento do pecado. Assim veio Cristo Jesus e morreu e ressuscitou para ser a nossa justiça. 
Desta forma podemos compreender o que é justificação: justificação é o ato de Deus aprovar as 
pessoas de acordo com o seu padrão de justiça. Embora pensemos que somos justos, nossa justiça 
não é nada quando colocada no prumo da justiça de Deus. Deus mesmo é o padrão. 
Sendo Deus o padrão, a sua exigência de justiça é absurdamente alta. Por isso nenhum homem 
poderia se justificar diante de Deus, o padrão é inatingivelmente alto. Precisamos da justificação 
pela fé e não por obras da lei. 
Muitos dizem que justificação pode ser definida em termos de “como se você nunca tivesse 
pecado”. Essa definição, porém, é incompleta. Se nunca tivéssemos pecado isso nos faria neutros, 
mas não justos. Ser justificado significa que Deus tomou os meus pecados e colocou sobre Cristo e 
pegou a justiça de Cristo e a colocou em mim. 
Deus tomou a lei e a substituiu pela fé. Crer é a única lei que Deus exige do homem pecador. Se o 
homem crê em Cristo esta fé lhe é imputada por justiça. Não que o homem possa crer por si 
mesmo, a sua fé é apenas um eco do voz de Cristo o chamando. Cristo é o autor da minha fé e a 
minha própria justiça. 
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça 
de Deus. II Cor. 5:21 
Em Cristo Jesus nós fomos feitos justiça de Deus. Você não foi apenas perdoado, você foi declarado 
justo. Ser justificado é muito mais que ser perdoado. Ser perdoado significa que o pecador pode ser 
liberado de ter que pagar a penalidade que ele merece. Mas ser justificado significa que posso 
entrar na comunhão com Deus pois sou justo, jamais cometi pecado. 
O perdão é negativo, é o cancelamento de um débito, enquanto a justificação é positiva, é receber 
um novo status de justo diante de Deus. É o caso de um assassino. Um assassino perdoado 
continua sendo um assassino, ainda que um assassino perdoado. Mas se de uma forma miraculosa 
ele pudesse nascer de novo ele poderia ser declarado justo em sua nova vida. Isto é justificação. 
Quando Cristo morreu eu morri com ele e quando ele ressuscitou eu renasci para uma nova vida. 
Isso tudo se torna uma realidade no momento em que confesso a Jesus. 
O fundamento do evangelho é que a salvação começa e termina com Deus. Na salvação não há 
lugar para a obra humana. Somente a graça de Deus é a fonte de nossa salvação. 
A justificação é pela fé apenas. Hoje somos declarados justos quando cremos na redenção de 
Cristo, na sua obra consumada na cruz. 
 
Você deve orar como um justo 
Quando você é perdoado pelos seus pecados, você tem tanto direito de receber uma resposta à 
oração quanto Jesus tinha. Você crê que se morresse hoje entraria no céu? Pois a mesma 
qualificação que lhe garante entrar no céu lhe garante que o céu pode baixar até você. 
A justiça que você recebeu é a mesma justiça de Cristo. Isso significaque quando você se achega 
diante de Deus ele não pode rejeitá-lo por que você tem a justiça de Cristo. 
Tiago 5:16 diz que “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” No entanto sempre pensamos 
que justo é aquele que possui um comportamento mais santo que os demais e que por causa disso 
está mais perto de Deus. Mas não é esse o conceito de justo na Nova Aliança. Justo hoje é aquele 
que teve todos os seus pecados perdoados pelo sangue de Jesus e que recebeu a justiça de Cristo 
pela fé. Ele é nova criatura e essa nova criatura não tem passado. É justo. 
Você não pode se tornar justo pelo seu esforço. Você jamais pode se tornar justo pelas suas boas 
obras. A justiça é um dom, um presente de Deus. 
 
O dom da justiça 
A nossa justiça é um dom de Deus. Você foi feito tão justo como Jesus, não por meio do seu 
comportamento, mas pela fé nele e em sua obra consumada na cruz. 
Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a 
abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. 
Rm. 5:17 
Mas a verdade é que o diabo fica constantemente lembrando-o o quanto você é pecador. Você deve 
rejeitar toda acusação maligna. Não há nada que você possa fazer para Deus amá-lo mais e não há 
nada que você faça que o leve a amá-lo menos. 
Seu direito de ser justo foi comprado pelo sangue de Jesus. Mas muitos crentes ainda vivem 
debaixo de condenação e acusação. Nunca poderemos ter uma vida de oração prevalecente debaixo 
de culpa. Simplesmente não temos fé quando estamos debaixo de condenação. 
A razão porque muitos crentes vivem uma vida de derrota é porque acreditam na mentira de que 
Deus está zangado com eles. Estão sempre com a sensação de que não fizeram o suficiente e se 
sentem sempre em falta. Por causa disso vivem uma vida cristã dividida e doentia. Num momento 
eles pregam que Deus cura, mas no outro declaram que Deus lhes mandou uma doença para 
ensinar-lhes uma lição. Num momento Deus os faz prosperar e no outro lhes dá pobreza para 
aprenderem a humildade. Num momento ele perdoa os seus pecados, mas depois se sente 
condenado e indigno por causa de todos eles. A verdade é que algumas vezes crêem que Ele os ama, 
mas quase sempre sentem que Deus esta zangado com eles. Como poderemos orar se presumimos 
sempre que Deus está insatisfeito conosco? Temos sempre a sensação de que ele está zangado por 
causa de nossa inconstância. Simplesmente não dá para orar e ver os milagres de Deus com 
pensamentos divididos a respeito do Senhor. 
Por causa da obra consumada de Jesus a ira de Deus não pode mais estar sobre nós. Toda a ira de 
Deus por causa do pecado caiu sobre o Senhor Jesus na cruz. Se toda a ira já caiu sobre Jesus, 
então ele não pode estar irado conosco. Não estamos mais debaixo da velha aliança segundo a qual 
Deus as vezes estava feliz com você e as vezes estava zangado. Hoje ele tem total prazer em você 
por causa de Jesus. 
Sei que, na tentativa de ser zeloso, você está sempre olhando para si mesmo a procura de alguma 
coisa errada. Existe um grande perigo na introspecção. Ficar o tempo todo se analisando e se 
vasculhando para ver se há algo errado vai levá-lo ao abismo. Pode parecer zelo e santidade, mas 
na verdade é a carne tentando se justificar diante de Deus sem depender do sangue de Jesus. 
Reconheça que você já foi justificado. Hoje somos justos por causa da obra consumada na cruz. 
Não precisamos ficar nos analisando porque essa é a função do Espírito. Se houver algo errado em 
você ele vai trazer luz e você poderá se arrepender e mudar de conduta. Já fomos perdoados de 
todo pecado e de toda iniquidade. 
Muitos confundem a introspecção com o convencimento do Espírito Santo a respeito do pecado. 
Hoje não precisamos mais ser convencidos do pecado, pois já fomos convencidos do pecado 
quando nos convertemos. Hoje o trabalho do Espírito Santo é nos convencer da justiça (Jo. 16:8). 
Você precisa receber a revelação de que já é justo em Cristo Jesus. Ajoelhe agora mesmo e ore 
pedindo luz sobre essa verdade. Sem esse conhecimento a sua vida de oração ficará sempre 
bloqueada. 
O problema é que muitos vivem debaixo de acusação e condenação do diabo, mas pensam que se 
trata do convencimento do Espírito Santo. Quando o Espírito opera ele nos convence que, mesmo 
quando falhamos, somos justiça de Deus em Cristo. Ele nos convence de que já fomos perdoados. 
O pensamento de que Deus está algumas vezes zangado e outras está feliz com você de acordo com 
o seu desempenho, fará de você um crente doente. Esse pensamento não é bíblico. Você já é justo 
por causa de Cristo Jesus. Quanto mais revelação você tem da graça de Deus e do seu perdão, mais 
você tem ousadia para orar e pedir grandes coisas para o Pai. 
Mas o diabo tem martelado acusações na cabeça dos crentes de modo que eles se sintam o tempo 
todo condenados e culpados. O diabo é o mestre do legalismo que procura lembrar-lhe o tempo 
todo o quanto indigno você é. Ele é o acusador dos irmãos. Certamente você já teve pensamentos 
do tipo: 
“Como você ainda consegue chamar a si mesmo de cristão?” 
“Você é um hipócrita!” 
“Pare de orar! Deus nunca vai ouvir sua oração!” 
“Olhe para a sua vida. Você ainda ousa liderar na igreja?” 
Meu irmão, isso é tudo mentira do diabo. Ele está usando a lei para acusá-lo e fazê-lo consciente de 
toda a sua inferioridade. Mas a verdade é que você está em Cristo e por causa do seu sangue não há 
mais nenhuma condenação sobre você. Por meio do sacrifício de Jesus você foi feito justo sem que 
as suas boas obras contassem para isso. Você foi feito justiça de Deus em Cristo Jesus. Vamos lá! 
Levante a sua cabeça! Você foi chamado para reinar em vida. Repita ousadamente essa verdade: 
“Eu sou justiça de Deus por intermédio de Cristo Jesus! Eu sou destinado para reinar em vida! Eu 
recebo hoje a abundância da graça e o dom da justiça e determino que reinarei sobre as 
circunstâncias da minha vida. 
 
A resposta é pela graça 
Deus somente pode responder a sua oração por causa da sua graça. Ele jamais vai ouvi-lo porque 
você merece. Se esperar merecer algo para só então pedi-lo a Deus, você morrerá sem receber coisa 
alguma do Senhor, pelo simples motivo que nenhum homem é suficientemente justo para merecer 
a bênção de Deus. 
Deus o abençoa não porque você é bom, mas porque ele é bom. A graça é baseada na bondade de 
Deus para com você e não no seu próprio desempenho. A graça é o favor imerecido de Deus. Ela 
não é um prêmio pelo quanto você é fiel. Se a graça fosse um prêmio ela seria um favor merecido. 
Essa, na verdade, é a grande diferença entre a velha e a nova aliança. A velha aliança é baseada na 
lei. A lei é favor MERECIDO – quando você obedece perfeitamente aos mandamentos então você é 
abençoado. Mas a graça é favor IMERECIDO – o Senhor Jesus obedeceu perfeitamente, então você 
é abençoado quando crê nele. 
Em Deuteronômio 28 o Senhor disse: “Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo 
cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno... Se ouvires a voz do 
SENHOR, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas bênçãos” (Dt. 28:1-2). Veja bem que 
somente seriam abençoados e teriam o favor de Deus se obedecessem primeiro. O favor era 
merecido. Se obedecessem teriam o favor. Esse era o padrão da Velha Aliança. 
Mas na Nova Aliança o padrão é a graça de Deus, o favor imerecido. Para aquele que trabalha o 
salário é um favor merecido. Mas para aquele que não trabalhou e mesmo assim veio receber o 
pagamento, isso é graça, um favor que ele não merece. 
Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não 
trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. Rm. 4:4-5 
Nós somos esse tremendo cara-de-pau que veio receber sem ter trabalhado. Cristo Jesus trabalhou, 
ele fez todo o trabalho e nós viemose participamos do seu salário. Essa é a base da nossa oração. 
Somente podemos orar por causa da graça de Deus e da justiça de Cristo que nos foi atribuída. 
Você está debaixo de qual aliança? A antiga aliança do favor merecido ou a nova aliança do favor 
imerecido? Favor merecido ou imerecido? Se você acredita que a sua bênção depende de cumprir 
as condições da lei então você ainda está debaixo da antiga aliança e as boas novas do evangelho 
ainda não chegaram a você. 
Todas as vezes que falo sobre o perdão dos pecados as pessoas dizem que é uma mensagem muito 
simples. Mas isso é um engano pois se fosse assim tão simples as pessoas teriam o entendimento 
de que seus pecados foram perdoados e que, portanto, não precisam mais viver debaixo de culpa e 
condenação. 
Quanto mais revelação você tiver da obra consumada de Jesus, mais receberá fé para orar a cada 
dia. Só tem fé para orar aquele que sabe que sua oração não pode ser rejeitada. Nós sabemos que 
somos aceitos por Deus porque fomos justificados pela fé na sua graça maravilhosa. 
Não tente orar confiado em sua justiça própria. O esforço próprio vai roubar de você a bênção de 
reinar em vida por meio da graça de Deus. O maior milagre que recebemos foi o perdão dos 
pecados. Se ele nos deu esse milagre pela graça, então podemos estar certos que sua graça também 
nos dará todos os milagres menores como cura, prosperidade, casamentos restaurados e muito 
mais. 
 
Quarto Dia 
 
Deus não está zangado com você 
 
 
 
A segunda chave espiritual da oração que prevalece é a revelação de que Deus nos ama e não está 
zangado conosco. Quando confiamos no amor de Deus, então temos o céu aberto para a nossa 
oração. 
No dia do seu batismo no rio Jordão, o Senhor ouviu Deus Pai bradar dos céus: “Esse é meu filho 
amado em quem tenho todo o meu prazer!” (Mt. 3:17). Essa declaração foi registrada no evangelho 
por causa de nós. Nós somos amados pelo Pai da mesma maneira que o Senhor Jesus. Você é filho 
de Deus gerado pelo Espírito assim como o Senhor Jesus. Ele é o primogênito, mas nós somos os 
muitos filhos. O Senhor Jesus orou para que tivéssemos revelação que somos amados pelo Pai do 
mesmo modo que ele é amado. 
Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça 
que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Jo. 17:23 
Nós fomos aceitos no amado. Deus Pai está feliz e satisfeito com você porque você está em Cristo. 
Você foi escolhido por Deus antes da fundação do mundo. Todos os dias quando me levanto pela 
manhã gosto de declarar olhando para os céus que Ele me ama. Eu sou amado de Deus. A cada dia 
ele tem preparado coisas maravilhosas para mim. 
Quando você sabe que é amado por Deus, não importa o que o diabo possa fazer, você sempre irá 
prevalecer sobre ele. Mas se paira alguma dúvida sobre isso, não teremos ousadia e nem firmeza 
em nossa fé. 
Sei que poucos ousam concordar que eventualmente sentem-se como se Deus não os amasse, mas 
a verdade é que muitos filhos de Deus vivem dessa maneira. 
Garotos que não se sentem amados se entregam a todo tipo de pecado, drogas e destruição, mas 
aquele garoto que se sente profundamente amado consegue superar todas essas tentações. A 
mesma verdade se aplica aos filhos de Deus, quanto mais sabemos que somos amados, mas 
queremos agradar o Pai. 
Depois que o Senhor Jesus ouviu o Pai dizer que ele era o seu filho amado, ele foi levado ao deserto 
para ser tentado pelo diabo. A primeira coisa que o diabo lhe disse foi: “Se você é filho de Deus... 
Parece que eu ouvi dizer que você é filho de Deus, mas você não se parece com um filho, parece 
apenas um 
 comum.” Observe que toda a tentação é colocar dúvida sobre aquilo que Deus disse. 
Depois disso ele disse: “Se você é filho manda que essas pedras se transformem em pães”. Não 
existe nada de errado em transformar pedras em pães, o problema é quando fazemos algo para 
termos uma prova da palavra de Deus. O Senhor respondeu: “Não só de pão viverá o homem, mas 
de toda a palavra que procede da boca de Deus.” O que o Senhor quis dizer com isso? Quando o 
Senhor mencionou a palavra que sai da boca de Deus ele estava se referindo ao rhema de Deus, a 
sua palavra viva e imediata. Que palavra era essa? “Esse é meu filho amado no qual tenho todo o 
meu prazer!” Essa é a palavra que o Pai havia dito. Essa é a palavra que deve ser o nosso alimento 
hoje também. 
Deus vê você em Cristo. Você foi revestido de Cristo. Lá no Édem Deus fez uma roupa para o 
homem depois que ele pecou. Eu creio que era uma roupa de lã de cordeiro. Quando Deus nos olha 
ele vê a Cristo. Ele nos ama como ama a Cristo. Não é possível ser mais amado por Deus que isso. 
“Para louvor da glória da sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado...” Ef 1.6. 
 
Deus não está zangado com você 
A ira de Deus está reservada para os Seus inimigos, não para os Seus filhos! Nós estamos na Sua 
família “amada”. 
“Logo, muito mais agora, sendo justificado pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira...” Rm 
5:9. 
Quando eu era adolescente me convenceram que Deus estava zangado comigo cada vez que eu 
pecava. Assim eu me fechava no quarto sempre que pecava porque tinha certeza que se saísse de 
casa um raio vindo de Deus me destruiria e eu não queria que inocentes morressem comigo. O meu 
conhecimento de Deus era muito pequeno, mas o pior é que me sentia constantemente em falta. 
Não conseguia confiar na bondade de Deus. Pensava que não devia orar muito, pois se orasse 
muito ele me chamaria para o ministério e depois me enviaria para alguma aldeia indígena no 
interior da Amazônia e, eu não queria aquilo. Pensava até que se orasse muito ele poderia me 
mandar casar com uma moça de quem eu não gostasse só para me quebrantar. 
Não consigo entender como cheguei a isso. Um pastor amigo meu me confidenciou que ele não se 
permitia ficar muito feliz pois se ficasse muito feliz isso seria soberba e Deus logo viria tratar com 
ele. Quanta estupidez! 
Tenha cuidado com os ensinamentos a respeito de Deus. No passado ouvimos que quanto mais 
conhecemos a Deus mais severo será o nosso castigo se pecarmos. A conclusão imediata é que não 
vale a pena conhecer a Deus, é melhor ficar na ignorância e não receber uma punição maior. 
Também ouvimos dizer que quanto mais intimidade alguém possui com Deus mais provas e 
tribulações ele vai passar. Nem precisa dizer o quanto um ensino como esse afasta as pessoas da 
intimidade com Deus. 
Precisamos entender que a intimidade com Deus é a maior glória nessa terra e quanto mais 
próximo estamos dele mais abençoados seremos e não o contrário. É claro que aquele que tem 
maior luz tem maior responsabilidade, assim como o adulto deve ter maior responsabilidade do 
que a criança, mas não devemos pensar que é melhor ser criança por toda a vida. 
O Senhor disse que se conhecermos a verdade ela nos libertará. O próprio Senhor é a verdade e 
quanto mais o conhecemos mais livres somos do pecado e de toda amarra do maligno. 
O pensamento de que Deus está algumas vezes zangado e outras está feliz com você de acordo com 
o seu desempenho, fará de você um crente doente. Todos esses conceitos errados tomam conta de 
nossa mente por causa do ensino de que Deus está zangado ou irado com o seu povo. Mas isso não 
é verdade. 
Certa ocasião o Senhor foi pregar numa cidade, mas os habitantes dali não o aceitaram. Revoltados 
com a incredulidade daquele povo, Tiago e João perguntaram para Jesus se ele queria que eles 
mandassem cair fogo do céu para destrui-los. A resposta do Senhor deve ser uma revelação para 
nós. 
Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do 
céu para os consumir? Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que 
espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-
las. Lc. 9:54-56 
O espírito deJesus é o Espírito da Nova Aliança, o espírito da graça. O Senhor quer que você tenha 
certeza hoje que ele não veio para destruir ou condenar você. O diabo veio para roubar, matar e 
destruir; mas o Senhor Jesus veio para que tenhamos vida, e vida em abundância. 
Gosto de me lembrar do que o anjo disse para Ló quando estava para destruir Sodoma e Gomorra: 
“Apressa-te, refugia-te nela; pois nada posso fazer, enquanto não tiveres chegado lá.” (Gn. 19:22). 
Veja bem que o anjo teve de esperar Ló sair, pois enquanto ele não saísse anjo não poderia fazer 
coisa alguma. A presença de Ló impedia que o juízo viesse sobre Sodoma e Gomorra. Só choveu 
enxofre sobre a cidade depois que Ló entrou numa outra cidade e ali se refugiou. 
Isso não enche o seu coração de alegria? A ira de Deus virá sobre esse mundo, mas não sobre 
aqueles que são justos, justificados pelo sangue de Jesus. Nós somos aqueles que impedem que o 
juízo de Deus venha sobre esse mundo. 
 
Deus é por nós 
Todos nós passamos por situações adversas nesse mundo. Isso faz parte da nossa condição 
humana nesse mundo caído. Sei que há muitas situações que não conseguimos explicar 
apropriadamente. Não temos todas as respostas, mas podemos ter certeza que muitas coisas que 
experimentamos não são obra de Deus para nós, nem são disciplinas pelos nossos pecados. 
Quando cremos que Deus é por nós e não contra nós, podemos ter certeza que ele ouvirá as nossas 
orações. 
Deus tem pensamentos bons a nosso respeito. Quando passarmos pelo vale da aflição precisamos 
ter convicção de que Deus é por nós. Ele luta a nosso favor. Seus pecados já foram punidos na cruz. 
Deus está do seu lado. 
Essa deve ser a nossa posição quando nos achegarmos diante de Deus para orar. Você não obterá 
coisa alguma do Senhor a menos que creia que não está mais debaixo da sua ira. Essa é a base da 
nossa oração, o fato de que ele nos amou ao ponto de nos fazer seus filhos. 
Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de 
fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a 
ele mesmo. I Jo. 3:1 
 
Vença toda acusação 
Estou convencido de que o maior problema que enfrentamos em nossas orações é a acusação. 
Quando nos ajoelhamos para orar debaixo de acusação e condenação não temos fé de que 
obteremos do Senhor aquilo que buscamos. 
Todo aquele que se dispõe a ser instrumento útil nas mãos do Senhor invariavelmente vai orar. 
Muitos porém, resistem a idéia de orar e buscar a Deus por um determinado milagre. Eles se 
sentem incapazes e desqualificados e presumem que esse sentimento seja um sinal de Deus de que 
eles não receberam o dom da oração. Mas esse é um grande equívoco. Esse sentimento de 
desqualificação não procede de Deus. 
Apocalipse 12:11 diz: 
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que 
deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. 
Todos esses sentimentos que nos bloqueiam e nos deixam paralisados não passam de ataques do 
 maligno. O texto de Apocalipse nos diz que vencemos o maligno por causa de três coisas: 
• Por causa do sangue do Cordeiro 
• Por causa da palavra do testemunho 
• Porque, mesmo em face da morte, não amamos a própria vida. 
Primeiro, eles venceram por causa do sangue do Cordeiro. Toda a nossa vitória no mundo 
espiritual é baseada no sangue do Cordeiro. O sangue não é apenas para o perdão e a salvação, mas 
é a base pela qual vencemos a satanás. 
Satanás é tentador, assassino e mentiroso, mas a sua maior atividade contra os cristãos é a 
acusação. Satanás nos acusa de dia e de noite não somente diante de Deus, mas também em nossa 
consciência. 
O objetivo da acusação é nos tornar fracos e completamente impotentes. Ele nos acusa até ao ponto 
de nos considerarmos inúteis e assim percamos a base para prevalecer contra ele e oração. 
Não estou dizendo que não devemos ser sensíveis ao pecado, o que estou dizendo é que não 
devemos aceitar as acusações do maligno. 
Como é a pessoa que está debaixo de condenação e acusação? 1 Durante todo o tempo ele sente que 
está errado. Quando se ajoelha para orar ele pensa que está errado e que Deus não ouvirá suas 
orações. Durante todo o tempo ele pondera quão mau e indigno ele é. Vive consumido pelo 
sentimento de incapacidade. Não existe nem um momento em que não se lembre de sua 
indignidade. 
Tudo isso é acusação de satanás. Quem está nessa situação é impotente diante do maligno. 
Ninguém que aceite acusações pode permanecer na posição do vencedor. Ninguém pode ter uma 
vida de oração nessa situação. Se queremos orar e obter resposta precisamos nos achegar diante de 
Deus livre de toda acusação. 
O diabo procura disfarçar a acusação com o sentimento de humildade cristã e por isso muitos 
vivem impotentes debaixo de acusação. Ficar se diminuindo e falando quão miserável é não é 
humildade, mas espírito de condenação. Humildade é reconhecer que a nossa justiça procede do 
Senhor. É saber que em nós mesmos não há mérito algum, mas nos achegamos diante de Deus 
confiado no sangue de Jesus. 
É verdade que muitas vezes pecamos. Mas mesmo tendo pecado não podemos aceitar as acusações 
do maligno, pois o sangue já nos purificou. Se já confessamos devemos esquecer e ficar em paz. 
Quem vive no pecado é inútil para Deus, mas aquele que vive debaixo de acusação também não 
desfruta do melhor de Deus. Se lhes perguntamos que pecado cometeram não sabem dizer, mas 
insistem que se sentem errados. Ninguém pode ter fé debaixo de acusação. 
Mas nós temos uma arma para vencer as acusações de satanás: o sangue de Jesus. Eles o venceram 
por causa do sangue do Cordeiro. O sangue é a base de nossa vitória. Mas isso não significa que 
temos de clamar o sangue sobre satanás como fazem alguns de forma mística. Significa que quando 
o inimigo nos acusar precisamos declarar que sobre nós não há culpa ou condenação por causa do 
sangue de Jesus. 
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o 
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. I Jo. 1:7 
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de 
toda injustiça. I Jo. 1:9 
Não há pecado tão grande e nem tão sujo que o sangue não possa perdoar. Quando o inimigo nos 
acusar precisamos somente nos colocar debaixo da ação do sangue do Cordeiro. 
Você deve rejeitar as acusações infundadas e também aquelas que possuem uma causa. Se você 
errou você precisa apenas do sangue de Jesus e não de acusações. 
Alguns presumem que se eles ficarem pensando no quanto são pecadores então serão mais santos. 
Isso nada mais é que carne e incredulidade disfarçada de zelo e humildade. 
João diz que o sangue nos purifica de todo pecado. Não importa o tamanho e nem a quantidade de 
vezes que o cometi. Não importa se é pecado lembrado ou esquecido. Não importa se é um pecado 
que pensamos que não pode ser perdoado. João diz que o sangue nos lava de “todo” pecado. 
Não creia nas acusações mais do que você crê no sangue. Quando pecamos desonramos a Deus, 
mas quando aceitamos acusações desonramos muito mais. É vergonhoso pecar, mas não crer no 
sangue é mais vergonhoso ainda. 
O sangue precioso de Jesus é a base da nossa oração. Se não sabemos o valor do sangue não 
podemos orar porque não teremos fé de que seremos ouvidos. Não podemos vencer se estamos 
cheios de culpa. Quem aceita as acusações de satanás está negando o poder do Sangue da cruz. 
Nós não vencemos por causa de nosso mérito e nem porque temos crescido ou tido experiências; 
mas nós vencemos por causa do sangue. Uma vez que você aceita o sangue o poder de satanás está 
anulado. 
O segundo ponto importante em Apocalipse 12:11 é que nós vencemos o maligno por causa da 
palavra do testemunho que damos. O significado do testemunho aqui é testemunhar aos outros e 
não a si mesmo.Quando temos a base do sangue podemos testemunhar com ousadia diante de 
Deus e diante dos homens. 
Testemunhar é dizer aos outros o que há em Cristo. É proclamar bem alto a vitória de Cristo. 
Satanás teme quando confessamos a verdade da palavra bem alto. Confesse que o valente está 
amarrado e que Cristo é o Senhor e Rei para sempre. Confesse a vitória da cruz. Confesse que 
Cristo veio e destruiu as obras de satanás. Não tente argumentar apenas confesse proclamando a 
verdade da palavra de Deus. Fale bem alto para que o inferno ouça. 
Antes de orar você precisa aprender a confessar a palavra de Deus. Em Marcos 11:23 o Senhor 
disse: 
Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e 
não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. 
O Senhor não diz aqui que se uma pessoa orar acontecerá, mas ele diz que o que ela disser 
acontecerá. Somente quando falamos por fé algo pode se cumprir. E somente podemos ter fé se 
rejeitamos toda acusação do diabo. 
A sua força para orar depende da sua fé de que o Senhor não está irado com você, de que você não 
está mais debaixo de condenação alguma. O Senhor nos deu o sangue para vencer a satanás, mas 
ele nos deu também a Palavra do testemunho por meio da qual manifestamos a vitória do Senhor. 
Por fim nós vencemos o acusador quando em face da morte não amamos a própria vida. Não amar 
a própria vida é não valorizar a própria habilidade ou força. É não confiar em si mesmo. É perceber 
que somos frágeis e impotentes em nós mesmos. É não confiar em nossa justiça própria. Quando 
dependemos completamente da justiça de Cristo que nos foi dada gratuitamente, nós rejeitamos 
todo esforço próprio para tentar agradar a Deus. 
A base de nossa vitória é o sangue de Jesus e a Palavra de nosso testemunho. E a atitude que 
precisamos ter ao usar essas duas armas é confiar inteiramente no poder de Deus e não em nós 
mesmos. 
 
 
Quinto Dia 
 
O poder de um desejo profundo 
 
 
 
O primeiro princípio para a oração respondida certamente é um desejo profundo. Esse desejo que 
procede do mais profundo do nosso coração normalmente é fruto de uma grande paixão ou de uma 
grande necessidade. 
Sonhos e paixões do coração produzem desejos e anseio profundos em nosso coração. Tais anseios 
eventualmente explodem na forma de orações intensas e poderosas. Esse é o motivo pelo qual 
algumas vezes Deus parece demorar a responder nossas orações, ele quer nos testar para saber até 
aonde iremos com ele, até aonde realmente desejamos aquilo que estamos buscando. Pedidos que 
são apresentados diante de Deus, mas que são esquecidos dias depois não serão ouvidos. Mas 
quando realmente queremos algo, nós não desistiremos. Esse desejo profundo é o poder por detrás 
de orações intensas e poderosas que prevalecem até que os céus se abram. Isso acontece porque 
tais desejos profundos produzem pressão espiritual. 
Mas não é apenas os desejos profundos da alma que produzem pressão, as necessidades reais são 
uma grande fonte de pressão. Quando realmente necessitamos de algo nossa oração será diferente 
daquela que fazemos quando não temos nenhuma pressão sobre nós. Tanto a paixão quanto a 
necessidade produzem uma enorme pressão sobre nós. 
Você já percebeu que o princípio subjacente a uma oração poderosa é a pressão que a impulsiona. 
A pressão da necessidade ou da paixão do coração é o segredo de uma oração poderosa. 
 
A pressão produz poder 
Existe uma íntima relação entre pressão e poder. Muitos de nós temos buscado o poder de Deus, 
mas não entendemos que o poder é o resultado da pressão. Muitos têm pedido poder a Deus, mas 
não sabem o que realmente estão pedindo. Em resposta, Deus lhes enviará mais pressão para 
produzir poder. 
Mas como exatamente a pressão produzirá poder quando um crente orar? Vamos tomar um 
exemplo para compreendermos isso, o exemplo do crente panela aberta e do crente panela 
fechada. 
Como você sabe, se levarmos uma panela com água ao fogo, no final, produzirá vapor. Se a panela 
estiver destampada, o vapor escapará – não terá para nós utilidade alguma. Entretanto, se 
tamparmos a panela, o vapor será contido e, depois de algum tempo, produzirá uma grande 
pressão. Finalmente, a pressão libera o poder que cozinha qualquer ingrediente dentro da panela. 
Esse mesmo princípio produz a energia ou poder que move quase todos os tipos de motores 
utilizados em carros, trens e navios. Todos eles são movidos pelo poder que vem de uma forma de 
pressão. Podemos dizer, então, que o poder é proporcional à pressão. Quanto mais pressão, mais 
poder; quanto menos pressão, menos poder. 
Deus quer que conheçamos seu poder; por isso, Ele permite que sejamos expostos às pressões. O 
problema é que muitos de nós somos como a panela sem tampa sobre o fogo, é o crente panela 
aberta. Esse tipo de crente simplesmente não canaliza pressão alguma. Ele aprendeu a conviver 
com as lutas e tribulações de tal forma, que não sente a força da pressão sobre ele. Esse é o motivo 
por que muitos não têm provado do poder de Deus em suas vidas. 
Como isso acontece na prática. Suponha que um crente panela aberta fique desempregado. Essa é 
uma situação difícil que deveria produzir nele uma enorme pressão. Mas como ele é um crente 
panela aberta a primeira coisa que faz é tirar férias na praia. Ele vai deixar para pensar nisso 
depois de um mês. 
No final do mês a situação já está difícil, as contas já estão vencendo, mas ele simplesmente não 
liga, sua única atitude é pedir ajuda para amigos e familiares. Ele vai levando e no mês seguinte ele 
pede ajuda para a igreja. Ele até pede oração aos irmãos, mas ele mesmo não ora com intensidade, 
afinal, pensa ele, “para quê tanto stress? O país está em crise e eu não posso fazer nada nessa 
situação.” Ele se acomoda porque aprendeu a viver naquela situação. A pressão veio sobre ele, mas 
ela se dissipou como o vapor que sai de uma panela aberta. A pressão veio, mas não produziu 
poder. 
Para que haja poder é preciso tampar a panela. E como fazemos isso? Quando nos recusamos a 
conviver com determinadas circunstâncias. As pressões vêm de muitas fontes: do inimigo, das 
circunstâncias, do pecado, das enfermidades e mesmo da obra de Deus. Em todas elas, Deus quer 
que conheçamos o poder de sua ressurreição. 
Suponha agora que um irmão panela tampada também fique desempregado. Se você é como uma 
panela destampada, simplesmente se prostrará e se resignará diante das circunstâncias. O fogo 
veio, mas não produziu pressão alguma. Todas as vezes que nos resignamos e deixamos de orar, 
estamos sendo tal qual uma panela destampada. Mas nessa mesma situação aquele que tem a 
panela tampada se levanta e diz: “Eu não vou aceitar ficar desempregado. Deus prometeu que eu 
comerei do trabalho de minhas mãos. Eu vou encontrar um emprego.” Nessa situação, você ora 
uma vez, e nada parece acontecer. 
Depois de um mês a resposta ainda não veio e as contas começam a vencer. Nessa situação a 
pressão aumenta, você ora uma segunda vez, mas dessa vez com uma pressão interior maior, mas 
ainda nada acontece. Na terceira vez, você nem ora; ao contrário, berra e grita com um clamor de 
alma. Veja: a pressão está aumentando e o poder da oração também. Na quarta vez, você 
simplesmente geme diante de Deus assim como fez Ana, embriagada nas próprias lágrimas ( I Sm 
1). Quanto mais o tempo passar, maior será a pressão interior e também mais poderosa será a sua 
oração. 
Você entendeu agora por que a oração de muitas pessoas é completamente ineficaz? Porque são 
destituídas de poder. Não foram geradas por uma pressão interior. O primeiro princípio da oração 
respondida é exatamente este: necessidade. Se realmente necessitamos de algo e nos recusamos a 
viver sem aquilo, então oramos. Nesse nível, só nos resta esta alternativa: ser uma panela tampada 
que produz pressão e poder. 
Há uma relação proporcionalentre o poder e a pressão. Se desejarmos o poder, é necessário que 
saibamos lidar com a pressão. Não há poder sem uma pressão equivalente. 
Hebreus diz que o Senhor Jesus foi ouvido por causa do forte clamor diante de Deus. A força desse 
clamor certamente foi proporcional à pressão que estava sobre ele. 
Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a 
quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade Hb. 5:7 
O tempo de fogo varia, mas não desista. Não abra a tampa. Não busque alternativas. Você verá que 
Deus irá com você até o fim da sua vida. Não adianta ensinar princípios de oração para você, 
porque não existe fórmula mágica de oração. Se você é alguém que tem poder na oração, algo vai 
acontecer. 
Existem irmãos que pedem para eu orar porque acreditam que minha oração tem mais poder. A 
oração que tem poder não é aquela do pastor ou de A ou B. A oração que tem poder é aquela que 
tem encargo e pressão interior para aquilo. Tem muitas mães que me procuram para eu orar para 
os seus filhos. Qual o dia em que algum pastor vai orar com mais poder do que uma mãe? Oração 
de mãe, quando é panela fechada, arrebenta tudo, meus irmãos! É um negócio poderoso. Eu 
aconselho a todas as mães a orarem e não tirar a tampa, mesmo que não haja mais lágrimas para 
chorar, jamais devem desistir, porque há muito poder envolvido. Quando eu vou orar para alguém, 
eu procuro ouvir a história primeiro para eu sentir compaixão. A história tem que tocar em mim, 
porque se ela não tocar em mim, não tocará o Senhor também. Se eu não sou tocado como posso 
esperar que o céu seja tocado? O milagre depende do poder de como a oração é feita. 
Algum tempo atrás, eu conheci uma mulher que tinha um filho pequeno. Surgiu um tumor na 
região do ouvido desta criança, não sei como surgiu, mas apareceram ali vermes que estavam 
devorando algumas partes, e a criança gritava agoniada com uma dor intensa. A mulher foi à igreja 
e ali compartilhou o seu problema. Sabe como a igreja reagiu? A igreja foi tomada de uma pressão 
por aquilo. Eles estavam indignados. É engraçado. Nós toleramos algumas coisas às vezes, mas 
outras não. Deveríamos ser mais indignados, mais intolerantes com o diabo. Naquele dia todos 
viram que houve poder na oração. Então, eu declarei que aquela criança tinha sido curada. O poder 
de Deus tinha sido liberado aqui. E, de fato, na semana seguinte, a mãe voltou para testemunhar e 
disse que tinha acontecido mais do que a cura – a parte que aos vermes tinham danificado havia 
sido regenerada, restaurada. O milagre aconteceu porque houve uma oração de poder. 
Mas o mesmo não acontece quando oramos por um pedido de alguém que está gravemente 
enfermo. Eu digo aos irmãos: “Vamos orar, meus irmãos.” Alguns continuam conversando. Um 
outro cutuca o irmão do lado e fala do trabalho de amanhã; o pastor ora e todos concordam 
dizendo amém. Só que nada aconteceu, porque não havia poder liberado. Não havia pressão por 
aquilo. Não havia compaixão envolvida. Antes de orar, temos que ter pressão interior. O problema 
é que brincamos de orar e, por isso, não crescemos nem avançamos. As pessoas começam a pedir 
hoje, e amanhã esquecem tudo. Nem se lembram do que pediram, pois estão brincando com Deus 
e, dessa forma, não recebem nada Dele. Irmãos, a única maneira de você receber é falando assim: 
“Senhor, eu não arredo o pé daqui e não fico sem, ou o Senhor faz ou eu morro. Mas eu não vou 
ficar sem esta bênção.” Isso é uma atitude de fé. Ser panela fechada é ter fé e dizer: “Não vou dar 
escape à pressão.” A maioria de nós corre da pressão. Quando vier a pressão, você deve se alegrar, 
meu irmão! É neste momento que você terá sua chance de ver o poder de Deus agindo. Quando 
vier a pressão, não saia correndo. Ore e jejue porque, assim, sua oração terá muito poder. 
 
A pressão faz com que a oração seja poderosa 
Você certamente está pensando que alguém que fica desempregado e não sente pressão alguma 
certamente é muito irresponsável. Talvez pense que você seria uma panela fechada naquela 
circunstância. Mas há outras situação onde precisamos liberar uma oração cheia de poder, mas não 
fazemos isso porque nos falta o poder da pressão. Um exemplo disso é o pecado. Muitos 
infelizmente aprenderam a conviver com o pecado em suas vidas. Somente experimentaremos 
libertação, se o desejo de libertação produzir uma pressão tal que o poder da oração seja liberado. 
Alguém que tem problemas com a ira, por exemplo, depois de definir que não vai mais aceitar esse 
pecado em sua vida, começa então a orar. No início, as orações serão em um tom moderado, mas 
depois de algum tempo, em forte clamor, com lágrimas e, então, o poder se manifestará. 
Precisamos ter uma atitude semelhante em relação a cada pecado. Muitos irmãos não 
experimentaram ainda uma vitória completa, porque não chegaram a esse nível de insatisfação e 
de pressão interior por mudança. Quando se trata de vencer o pecado muitos são panelas abertas. 
Você tem orado a respeito do pecado que o assedia? Que tipo de oração tem feito, uma oração 
panela aberta ou panela fechada? Todos nós sabemos quando uma oração não passa do teto. 
Existe uma experiência na Bíblia, chamada de o poder da ressurreição (Fl 3.10). O que vem a ser 
esse poder? Uma ilustração nos permitirá entendê-lo melhor. Suponhamos que você, antes de 
tornar-se cristã, era uma pessoa conhecida e elogiada pela paciência com que enfrentava as 
vicissitudes da vida. De repente, então, você se converteu e, justamente agora, a sua paciência se 
esgotou. Você começa a orar para obter paciência. Em resposta à sua oração, Deus permite que 
venham situações adversas sobre você, justamente nas áreas onde a sua paciência se esgota, para 
capacitá-lo a tornar-se paciente. A paciência que você demonstrava anteriormente, era natural. 
Tudo aquilo que trazemos de nossa vida antes da conversão pertencem a velha criação. Não 
podemos supor que a paciência de um ímpio seja fruto do Espírito. Deus vai acabar com a 
paciência da velha criação e nos dará aquela que vem do Espírito. Depois de perdermos toda 
aquela paciência antiga nós vamos orar e o Senhor virá sobre nós com a sua paciência. Esta, agora, 
é espiritual. Veio da ressurreição. É fruto de uma crise entre você e Deus, regada com lágrimas e 
clamor. 
A pressão é importante, para podermos experimentar o poder da ressurreição do Senhor. Muitos 
de nós trazemos coisas naturais para a vida com Deus. O Senhor, então, permitirá que nos 
sobrevenham muitas pressões para que essas virtudes naturais cessem e alcancemos aquelas que 
vêm do Espírito. 
A pressão faz com que a oração seja poderosa. Quando buscamos algo com muito empenho, não 
descansamos até receber a resposta. Isto é poder canalizado. O primeiro princípio da oração não é 
a fé, nem em alguma promessa da Palavra, mas na necessidade (Êx 32.32 e Rm 9.3). Não se 
conforme com a sua condição de vida, se Deus tem prometido algo melhor para você. Mas lembre-
se de que Deus somente lhe dará aquilo que você realmente desejar. Esse querer, gerado pela 
 necessidade, gera uma grande pressão e poder na oração. Não se conforme com menos do que o 
melhor de Deus. Lembre-se de que Deus tem permitido essa tribulação, para que você possa 
conhecê-lo como Jeová Jiré, o Senhor provedor. 
Muitos obreiros não são bem sucedidos na obra de Deus, porque não conhecem o poder das 
lágrimas que fluem da pressão. A obra de Deus é regada com muitas lágrimas. Paulo serviu a Deus 
com lágrimas, e esta é também a forma como devemos servir ao Senhor hoje. Se a pressão interior 
por unção, revelação ou poder na vida da Igreja forem suficientemente grandes, isso vai produzir 
uma pressão em alta escala. As orações que fluirão dessa pressão serão carregadas de poder e 
detonarão o mover de Deus. 
Você percebe que o nosso grande problema é que somos panelas abertas quando se

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