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Fisiologia Renal: FILTRAÇÃO, REABSORÇÃO E SECREÇÃO Faculdade CNEC de Rio das Ostras CURSO DE BIOMEDICINA Profª: Raysa da Silva Farias Mestre em Ciências Biomédicas – Ciências cardiovasculares – UFF Doutoranda em Ciências biológicas – Fisiologia - UFRJ Boa noite meu nome é Raysa da Silva Farias Na aula de hoje vamos aprender um pouco como funciona os processos de filtração, reabsorção e secreção no nefron 1 Papel do rim na manutenção do meio interno Volume extracelular / PA Osmolaridade Equilíbrio ácido-base Metabolismo energético Metabolismo ósseo Depuração de toxinas meio externo meio interno Manipulação de nutrientes essenciais INTRODUÇÃO A função de manutenção da homeostase do meio interno é resultante da organização morfofuncional deste tecido. (HALL; GUYTON, 2013). O rim tem um papel fundamental para a manutenção do meio interno, participando do controle do volume extracelular e pressão arterial, osmolaridade, equilíbrio ácido básico, e de ter papel importante no metabolismo ósseo e energético e da depuração de toxinas. Além disso, o rim manipula nutrientes essenciais como proteínas e glicose. A função de manutenção da homeostase do meio interno é resultante da organização morfofuncional deste tecido. Raysa () - Visão morfológica do rim e do néfron. A) Estrutura anatômica do rim; B) Representação da unidade funcional do rim, o néfron. 1 -glomérulo; 2 - túbulo proximal convoluto; 3 - túbulo proximal reto; 4 - segmento fino descendente da alça de Henle; 5 - segmento fino ascendente da alça de Henle; 6 – segmento grosso ascendente da alça de Henle; 7 – mácula densa; 8 – túbulo distal convoluto; 9 – segmento de conexão; 10 – ducto coletor cortical; 11- ducto coletor medular. Retirado de AIRES, 2018. Visão morfológica renal - néfron O nefron é unidade microscópica responsável funcionalidade renal. Ele é composto pelas arteríolas aferentes e eferentes, capsula de bowman, glomérulo, ponto de junção entre a circulação sistêmica e a microcirculação renal; e diferentes segmentos tubulares. Os segmentos tubulares são divididos em: túbulo proximal, porção S1, S2 e S3; alça de Henle, segmento descendente e ascendente; túbulo distal, contorcido e reto; e ducto coletor, cada componente tem sua função especifica que veremos agora. 3 Fluxo sanguíneo Capilares glomerulares Cápsula de Bowman FILTRAÇÃO Filtração parcialmente seletiva Filtração glomerular HALL; GUYTON, 2013; HOENIG; ZEIDEL, 2014. apresentam poros que permitem a passagem de água e algumas substâncias do sangue para o espaço de Bowman Não faz uma seleção total dos componentes que formaram a urina. É composta por 3 barreiras que ficam entre o lúmem dos capilares e o espaço de Bowman. O sangue chega a capsula de bowman pela arteríola aferente. Dentro da capsula de bowman, a arteríola se transforma em um emaranhado denominado capilares glomerulares é onde ocorre a filtração esses capilares apresentam poros que permitem a passagem de água e algumas substâncias do sangue para o espaço de bowman e segue para o próximo seguimento do nefron. Nessa primeira etapa ocorre a filtração do sangue e é uma filtração parcialmente seletiva. Não faz uma seleção total dos componentes que formaram a urina. é composta por 3 barreiras que ficam entre o lumem dos capilares e o espaço de bowman. 4 1ª Barreira Endotélio capilar Barreira mecânica passagem de íons mas barra macromoléculas como as proteínas do sangue. 2ª Barreira Membrana basal glomerular Composta por proteoglicanos que apresentam carga elétrica negativa para repelir as cargas das proteínas do sangue e hemácias. Barreira elétrica 3ª Barreira Fenda entre os podócitos Barreira mecânica PARA A PASSAGEM DE PTNS DO SANGUE SANGUE FILTRADO GLOMERULAR Filtração glomerular Retirado de AIRES, 2018. A primeira barreira é o endotélio capilar: forma uma barreira mecânica permite a passagem de íons mas barra macromoléculas como as proteínas do sangue. A segunda barreira é a membrana basal glomerular que esta entre os poros dos capilares internamente e os podocitos externamente, ela é composta por proteoglicanos que apresentam carga elétrica negativa para repelir as cargas das proteínas do sangue e hemácias. Constitui uma barreira elétrica. A terceira são os podocitos que abraçam externamente as células dos capilares glomerulares. Formando fendas que funcionam com barreira mecânica. O filtrado glomerular é bem semelhante ao sangue exceto por não conter macromoléculas. 5 Reabsorção no túbulo proximal 70% das substâncias do filtrado são reabsorvidas no túbulo proximal De forma passiva e outras de forma ativa. 70% das substâncias do filtrado são reabsorvidas no túbulo proximal de volta para o sangue, umas de forma passiva e outras de forma ativa. 6 Existe uma alta restrição a filtração de albumina nos glomérulos Menos que 1% da albumina filtrada é eliminada na urina Glicose é livremente filtrada nos glomérulos Menos que 1% da glicose filtrada é eliminada na urina 99% < 1% Túbulo proximal (0.01-0.05 mg/mL) 3-7g albumina 99% < 1% Túbulo proximal (5.5 mM ou 100 mg/dL) glicose Reabsorção no túbulo proximal E como ocorre a manipulação desses nutrientes no rim ? Existe uma alta restrição a filtração de albumina nos glomérulos, pequenas quantidades atingem o segmento seguinte do néfron e sendo 99% dessa albumina reabsorvida pelo túbulo proximal, assim menos de 1% da albumina é filtrada e eliminada na urina. Os rins filtram continuamente grandes quantidades de glicose. A glicose é um valioso substrato energético e túbulo proximal, reabsorver e reter basicamente toda a glicose filtrada. E menos de 1% da glicose é filtrada e eliminada na urina. 7 Reabsorção de proteínas no TP MOLITORIS et. al., JASN, 2014. A reabsorção de albumina ocorre no túbulo proximal através de endocitose mediada por receptor e dependente de clatina, após a interação ligante-receptor, ocorre a internalização do complexo, este por sua vez é direcionado ao endossomo tardio, há a dissociação do complexo, o receptor é direcionado para o endossoma de reciclagem em direção a membrana luminal, quando a albumina foi direcionada para o lisossoma e sobre hidrolise e é liberada em forma de aa através da membrana basolateral. Reabsorção de glicose no TP SGLT 2: Alta capacidade e baixo afinidade SGLT1: Baixa capacidade e alta afinidade. Processo ativo secundário – utiliza gradiente eletroquimico de Na+ Saída da glicose por difusão facilitada via GLUT na membrana basolateral. Adaptado de Vallon et al., 2011 Modificações na concentração plasmática da glicose, característico da diabetes, altera diretamente na sua reabsorção no TP e como ocorre a reabsorção de glicose no TP? A glicose é reabsorvida através de transporte ativo secundário, pois utiliza o gradiente eletroquímico de sódio. Os cotransportadores sódio-glicose localizados na borda luminal. Grande parte da glicose é reabsorvida pelo SGLT2 presente no túbulo proximal. O sglt2 tem alta capacidade e baixa afinidade enquanto o sglt1 tem baixa capacidade e alta afinidade. E a saída da glicose ocorre via difusão facilitada via GLUT na membrana basolateral. Secreção no túbulo proximal Na parte final do túbulo proximal contorcido SECREÇÃO: De diversas substâncias Toxinas Farmácos H+ Regulação do pH sanguíneo No túbulo proximal são secretados substâncias como toxinas , fármacos e ions de hidrogênio por isso essa região tem papel importante na regulação do pH sanguíneo, no equilíbrio acido básico. 10 Secreção no túbulo proximal Alça de Henle REABSORÇÃO: Sódio e água Cotransportador 1NA+-1K+-2Cl- Alvo dos diuréticos de alça MECANISMO CONTRACORRENTE A alça de henle é o local especializado na reabsorção de sódio e água. Nessa região que se encontra o cotransportador 1 sódio, 1 potássio, 2 cloretos, que auxiliam a reabsorção desses elementos e é alvodos diuréticos de alça. Aqui tbm ocorre o famoso mecanismo contracorrente. 11 MECANISMO CONTRACORRENTE Alça descendente – permeável a água Alça ascendente – pouca permeável à água – reabsorção de solutos Nessa região o fluxo dos capilares correm em sentido oposto ou seja contracorrente do fluxo da alça, assim o sangue fica mais concentrado ao reabsorver os solutos em seguida reabsorve mais água por osmose MANUTENÇÃO DA HIPEROSMOLARIDADE DA MEDULA RENAL REABSORÇÃO DE ÁGUA CONCENTRAÇÃO Capilar peritubular Reabsorção na Alça de Henle Onde a alça descendente é muito permeável a agua enquanto a alça ascendente, especialmente na parte distal é pouco permeável e onde ocorre grande reabsorção de solutos. As redor dos nefrons ficam os capilres peritubulares, nessa região o fluxo dos capilares correm em sentido oposto ou seja contracorrente do fluxo da alça, assim o sangue fica mais concentrado ao reabsorver os solutos em seguida reabsorve mais agua por osmose 12 Túbulo contorcido distal Secreção de H+, K+ Reabsorção de Na+ Bomba de Na+-K+ ATPase Expressão controlada pela ALDOSTERONA Reabsorção e secreção no túbulo distal Sterns RH. Renal function and disorders of water and sodium balance. ACP Medicine. 2009;1-22. Em seguida o liquido tubular chega ao túbulo distal. Esse local ocorre mais secreção de hidrogênio e potássio, reabsorção de sódio e outros ions. Aqui devemos ressaltar o papel da bomba de sódio e potássio, visto que a expressão da mesma é controlado pela aldosterona 13 Vários íons e substâncias são reabsorvidos e secretados nos diferentes segmentos do néfron e cada um dos segmentos tem seu papel em destaque. Esse foi um breve resumo dos processos de filtração, reabsorção e secreção renal. Mas a realidade é bem maior que isso... image1.png image2.jpg image3.png image4.png image5.png image6.png image7.jpeg image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png
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