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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Adriana Penna
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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 CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO
15Fundamentos e Teorias ________________________________________
 CAPÍTULO 02
ENFERMAGEM COMO PROFISSÃO
Origem e Evolução _____________________________________________ 13
25O Ambiente Hospitalar _________________________________________
O Estresse Profissional _________________________________________ 27
 CAPÍTULO 03
HUMANIZAÇÃO
Conceitos e Importância ______________________________________ 32
A Arte de Cuidar _______________________________________________ 33
 CAPÍTULO 04
ÉTICA
Ética e Bioética _______________________________________________ 40
Conselho Federal de Enfermagem ______________________________ 46
Legislação _____________________________________________________ 48
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Comissões de Ética ______________________________________________ 50
Referências _____________________________________________________ 54
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Não há feriado, final de semana, férias coletivas! O hospital 
não fecha as portas para descanso ou balanço! É nesse ambiente e 
nesse contexto que atuam os(as) enfermeiros(as) e técnicos(as), dedi-
cando grande parte de suas vidas ao cuidado às pessoas/pacientes que 
deles necessitem.
Seja no pronto-socorro, administrando os primeiros atendimen-
tos, seja na enfermaria, seja nos apartamentos, no berçário, nas Uni-
dades de Tratamento Intensivo, lá estarão sempre altivos, carinhosos, 
praticando a “arte de cuidar” para amenizar o sofrimento de ambos, os 
pacientes e seus familiares.
Enquanto ciência humana que é, a Enfermagem, um campo de 
conhecimento que fundamenta sua prática no cuidado de seres humanos, 
que abrange do estado de saúde aos estados de doença, mediada por 
transações pessoais, profissionais, científicas, estéticas, éticas e políticas.
INTRODUÇÃO
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Criar condições para o cliente recuperar sua saúde; trabalho 
articulado no cotidiano de cuidar, tratamento humanizado, considerando 
as diferenças e igualdades são outras condições para o(a) enfermei-
ro(a) exercer com maestria sua profissão.
Veremos ao longo deste módulo, a origem e evolução dessa 
profissão, falaremos sobre o ambiente hospitalar, o estresse pelo qual 
passa esse profissional; o conceito e importância da humanização, bem 
como refletiremos sobre a arte de cuidar.
A ética, bioética, participação do Conselho Federal de Enfer-
magem, a legislação que rege a profissão e as comissões de ética tam-
bém serão temas contemplados no momento.
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmi-
ca tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões 
da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos 
de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e 
objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro 
que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, in-
cluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, 
de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não 
serão expressas opiniões pessoais.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en-
contram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, 
mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ven-
tura venham a surgir ao longo dos estudos.
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S A maneira mais didática para definirmos “Enfermagem” vem do 
Guia do estudante publicado pela Editora Abril (2009). Vejamos:
É a ciência que se dedica a promover, a manter e a restabelecer 
a saúde das pessoas. O enfermeiro atua na proteção, na promoção e na 
recuperação da saúde, bem como na prevenção de doenças. Em hospi-
tais, é indispensável em todos os setores, da UTI à psiquiatria. Ele coleta 
os dados sobre o estadode saúde do paciente por meio de exames físi-
cos e entrevistas e faz o diagnóstico de enfermagem para estabelecer a 
conduta a ser seguida. Trabalha em equipe multiprofissional (com médi-
cos, nutricionistas, psicólogos, entre outros). É responsável desde a hi-
giene e a alimentação até a administração de remédios e a prescrição de 
curativos. A enfermagem não se limita ao trabalho em hospitais e clínicas. 
Um campo importante é o da saúde coletiva, na qual o profissional atua 
ENFERMAGEM COMO PROFISSÃO
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na promoção da saúde e na prevenção de doenças, realizando também 
trabalhos educativos na comunidade. O licenciado está apto a ministrar 
aulas teóricas e práticas em cursos técnicos, sejam de nível médio, seja 
em escolas profissionalizantes, para formar auxiliares de enfermagem.
Mas como surgiu a profissão?
ORIGEM E EVOLUÇÃO
Foi no início do século XIX que o paradigma cientificista ganhou 
espaço tentando superar a concepção mágico-religiosa vigente até en-
tão. É nesse período que o nome de Nightingale ganha importância na 
área da enfermagem a partir da sistematização de um campo de conhe-
cimentos, instituindo-se “uma nova arte e uma nova ciência”, para a qual 
é preciso educação formal e organizada sobre bases científicas (DAHER, 
SANTO; ESCUDEIRO, 2002 apud OLIVEIRA; PAULA; FREITAS, 2007).
O trabalho da enfermeira britânica Floresce Nightingale cons-
tituiu um marco para a história da enfermagem moderna. Atuou como 
enfermeira civil e voluntária na Guerra da Criméia (1854-1856), e, antes 
de sua chegada à região do conflito, os soldados encontravam-se no 
maior abandono. Poucos detinham os conhecimentos básicos para agir 
diante das emergências impostas, tanto que, durante essa guerra, a 
mortalidade entre os soldados chegou a 40%.
Florence não conhecia o conceito de contato por microrga-
nismos, uma vez que este ainda não tinha sido descoberto, porém já 
acreditava em um meticuloso cuidado quanto à limpeza do ambiente 
e pessoal, ar fresco e boa iluminação, calor adequado, boa nutrição e 
repouso, com manutenção do vigor do paciente para a cura.
Ao longo de toda a Guerra da Criméia, Florence conseguiu re-
duzir as taxas de mortalidade entre os soldados britânicos, através de 
seus esforços como enfermeira e provou a eficiência das enfermeiras 
treinadas para a recuperação da saúde. Diga-se de passagem, que até 
aquele momento, só homens e mulheres religiosos podiam cuidar dos 
soldados no exército.
Florence ficou conhecida na história pelo apelido de “A dama 
da lâmpada”, pelo fato de servir-se deste instrumento para auxiliar na 
iluminação ao auxiliar os feridos durante a noite. Foi pioneira na utiliza-
ção do Modelo biomédico, baseando-se na medicina praticada pelos 
médicos. Também contribuiu no campo da Estatística, sendo pioneira 
na utilização de métodos de representação visual de informações.
As concepções teórico-filosóficas de enfermagem desenvolvidas 
por Nightingale tiveram como base observações sistematizadas e registros 
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estatísticos extraídos de sua experiência prática no atendimento diário a 
doentes. Dessa vivência, foram obtidos quatro conceitos fundamentais: 1) 
ser humano, 2) meio ambiente, 3) saúde e 4) enfermagem. Esses concei-
tos, considerados revolucionários para sua época, foram revistos e ainda 
hoje se identificam com as bases humanísticas da enfermagem, tendo sido 
revigorados pela teoria holística (OLIVEIRA, PAULA, FREITAS, 2007).
A história não para por aí... Segundo Oguisso (2005), as con-
dições sanitárias do hospital de Scutari na Turquia, eram as piores pos-
síveis, com excesso de feridos, muitos deitados no chão, poucos sani-
tários, falta de suprimentos para alimentação ou higiene e escassez de 
roupas, o que obrigava os pacientes a continuar com seus uniformes 
sujos de sangue e terra. Oguisso ressalta ainda que, em dois meses, 
Nightingale colocou ordem no hospital de campanha, o que lhe valeu a 
reputação de administradora e reformadora de hospitais; em seis me-
ses, ela havia reduzido a mortalidade entre os feridos a 2%.
No Brasil, encontramos em Edith de Magalhães Fraenkel, a or-
ganizadora e primeira diretora da Escola de Enfermagem da Universida-
de de São Paulo. Nascida no Rio de Janeiro (1889), neta de Benjamim 
Constant, e filha de cônsul, estudou na Alemanha, Suécia e Uruguai, 
dominando vários idiomas. Devido sua trajetória trazer muitos benefí-
cios para o Brasil e para a classe, vamos falar um pouco sobre ela.
Durante a primeira guerra, em 1918, fez o curso de Samaritana 
na Cruz Vermelha. Em 1920, fez o curso de visitadora na Inspetoria de 
Tuberculose do Departamento Nacional de Saúde Pública onde foi no-
meada enfermeira-chefe.
Edith Fraenkel candidatou-se e foi aceita em 1922 na Escola 
de Enfermagem do “Philadelphia General Hospital”, pela qual se diplo-
mou em outubro de 1925.
De volta ao Brasil, passou a lecionar na Escola Ana Néri, onde 
permaneceu de 1925 a 1927, como instrutora e coordenadora do en-
sino. Em 1926 influiu na criação da Associação Nacional de Enfermei-
ras Diplomadas Brasileiras, hoje Associação Brasileira de Enfermagem 
(ABEN) da qual foi a primeira presidente de 1927 a 1938.
Em 1927, foi nomeada enfermeira chefe do Departamento Na-
cional de Saúde Pública e no ano seguinte diretora da Divisão de Enfer-
meiras de Saúde Pública desse mesmo departamento.
Em 1936, fundou no Rio de Janeiro a primeira Escola de Servi-
ço Social a funcionar no Brasil.
No ano de 1939, foi convidada pela Fundação Rockefeller para 
organizar e dirigir a Escola de Enfermagem a ser criada em São Paulo.
Sua sábia e eficiente direção levou a Escola de Enfermagem 
de São Paulo a atingir, em poucos anos, padrão de ensino comparável 
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ao das melhores instituições congêneres dos EUA.
Ao longo do século XX, várias escolas de enfermagem foram 
fundadas no Brasil, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, as-
sim como a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN).
FUNDAMENTOS E TEORIAS
Segundo Cianciarullo (2001), a enfermagem sempre se fun-
damentou em princípios, crenças, valores e normas tradicionalmente 
aceitas. A evolução da ciência, que possibilitou a compreensão da im-
portância de pesquisar para constituir o saber, levou os enfermeiros a 
questionar esses preceitos tradicionais. No período de 1950, esse ques-
tionamento aumentou, fazendo surgir a necessidade de se desenvolver 
um corpo de conhecimento específico, o que seria possível somente 
pela elaboração de teorias próprias. Começando por alguns fundamen-
tos que consideramos essenciais, temos a questão filosófica e os fun-
damentos teóricos da Sociopoética.
Considerar o cuidado como a essência da profissão enferma-
gem conduz à reflexão sobre o compromisso dos profissionais de saúde 
com a orientação dos seus clientes centrada no autocuidado, o que 
pode se caracterizar como seu principal alvo no cotidiano de trabalho 
(GAUTHIER; HIRATA, 2001).
Assim, considera-se também que pensar em saúde e em en-
fermagem é pensar em promoção da vida, com qualidade para vivê-la. 
Entende-se, dessa maneira, o saber/fazer que condiciona as ações e 
intervenções do profissional dessa área do conhecimento. A questão da 
implementação do processo de trabalho do(a) enfermeiro(a) volta-se, 
então, para a identificação de diagnósticos que lhe permite estabelecer 
um sistema de classificação de cuidados, demonstrando a necessidade 
de intervenções de enfermagem para o atendimento aos clientes.
Defendemos, concordando com Santos et al. (2010), que a 
orientação principal para cuidar de pessoas considera a sua própria 
possibilidade de se tornar independente dos cuidados profissionais de 
baixa complexidade. Refere-se à responsabilidadepessoal de cada um 
na promoção de sua saúde, ou seja, no seu direito de bem viver a vida.
A teoria de Nola Pender sobre o deslocamento do modelo as-
sistencialista de saúde para uma perspectiva de comprometimento do 
cliente quanto ao seu bem-estar no decorrer de sua vida cabe muito 
bem neste momento. Portanto, a orientação de enfermagem para o au-
tocuidado institui o exercício da cidadania para o profissional e promo-
ção da independência do cliente (SANTOS et al., 2010).
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A exigência para esse comprometimento leva à reflexão de que 
é imprescindível à enfermagem reconstruir o seu modo de cuidar es-
pecífico e, principalmente, desvinculado de um modelo que privilegia a 
cura de doenças que afetam as pessoas. Fazer enfermagem aplicando 
seu conhecimento específico ressalta o exercício da autonomia de saber 
dos(as) enfermeiros(as), bem como fortalece sua identidade profissional.
Filosoficamente, podemos conjecturar que na enfermagem a 
prática é um saber tanto teórico como prático. A aplicação dos sentidos 
humanos, a intuição e a experiência no trato com a imprevisibilidade 
dos seres humanos ressaltam a cientificidade dos enfermeiros, ou seja, 
o reconhecimento de que suas habilidades contribuem para a constru-
ção de um novo paradigma científico (SANTOS, 1997).
A arte de cuidar consolida-se na parceria profissional/cliente, 
pois cuidando com intenções e ações a partir do compartilhamento de 
saberes entre enfermeiro e cliente descaracteriza um cuidar vendo as 
pessoas apenas como objeto de trabalho (SANTOS et al., 2006).
Cuidar em enfermagem é a busca de integração, espaço insti-
tucional e liberdade, desafiando o medo do desconhecido e enfrentando 
riscos inerentes ao crescimento. Os desafios do cuidar assumindo o 
verdadeiro papel profissional conduzem o enfermeiro e o cliente à sua 
autonomia (TAVARES, 1998).
Além dessas concepções, considera-se que, para implementar 
uma perspectiva que torne viável a parceria cliente/profissional na pro-
moção de suas vidas com bem-estar, é necessário pensar em outras 
concepções aplicáveis a uma ciência que, ao se reconstruir a cada dia, 
acrescenta mais sensibilidade ao seu desenvolvimento. Desse modo, 
reflete-se sobre a enfermagem no sentido de que sua cientificidade 
pode ser estabelecida através dessa sensibilidade impregnada no seu 
saber/fazer e em produzir conhecimentos.
Assim, encontramos na sociopoética uma abordagem no co-
nhecimento do homem como ser político e social, que tem como princí-
pios filosóficos: 1) a importância do corpo como fonte de conhecimento; 
2) a importância das culturas dominadas e de resistência e dos concei-
tos que elas produzem; 3) o papel dos sujeitos de investigação como 
corresponsáveis pelo conhecimento produzido; 4) o papel da criativida-
de no aprender, no conhecer e no investigar; 5) a importância do sentido 
espiritual, humano, das formas e conteúdos do processo da construção 
do conhecimento (SANTOS et al., 2005).
O criador da sociopoética, Jacques Gauthier, esclarece que essa 
abordagem é, também, um desenvolvimento da Pedagogia do Oprimido 
de Paulo Freire (2006), caracterizando um amadurecimento da filosofia 
dialógica desse grande educador brasileiro ao enfatizar que não deve-
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mos dizer ou impor ao povo nossa visão de mundo, mas sim, adotar uma 
postura de respeito mútuo e intercâmbio entre conhecimentos intelectu-
ais e populares. Observando-se como acontece a interação entre cliente 
e profissional, indispensável ao cuidar, reflete-se que, ideologicamente, 
na enfermagem existe concordância com essa postura dialógica.
Por ser a enfermagem uma profissão privilegiada devido à pro-
ximidade dos profissionais com as pessoas nos seus momentos de so-
frimento e/ou prazer, pode-se parodiar a assertiva de Augusto Boal: o 
cuidar em enfermagem é a arte de nos vermos humanos nos seres hu-
manos; é a arte de aprender a viver, vivendo com a nossa humanidade 
(SANTOS et al., 2010).
A Escuta Sensível, teorizada por René Barbier, é outra prática 
que vem sendo adotada como uma tecnologia de apoio para Sistema-
tização da Assistência de Enfermagem (SAE), proporcionando resulta-
dos caracterizados em diagnósticos de impossível obtenção quando se 
emprega apenas tecnologias duras-leves, através de equipamentos e 
aparelhos (CORRÊA, SANTOS, ALBUQUERQUE, 2008).
Portanto, a proposta de Barbier facilita a expressão de subjeti-
vidade que ajuda na reconstituição do equilíbrio físico, mental e espiri-
tual do cliente, sendo assim reconhecida na enfermagem como Escuta 
Terapêutica.
A Escuta Terapêutica pode ser definida como a capacidade de 
sentir o universo afetivo, imaginário e cognitivo do outro, possibilitan-
do-lhe a compreensão do que se expressa a partir do mais profundo e 
interior do ser humano, as atitudes e os comportamentos, o sistema de 
ideias, de valores, de símbolos e de mitos (BARBIER, 2002).
Enfim, essa modalidade de escuta torna-se uma tecnologia a 
ser empregada na ciência do sensível que é a enfermagem, quando de-
senvolvida em um paradigma estético, passando a orientar os princípios 
filosóficos que simultaneamente os sociopoetas seguem.
A utilização dessa tecnologia no cuidar recorda uma humanida-
de refletida e assumida, pois, segundo o autor da escuta sensível, uma 
pessoa só existe pela presença de um corpo, de uma imaginação, de 
uma razão, de uma afetividade em permanente interação.
Daí que os sentidos corporais humanos são desenvolvidos na 
pesquisa sociopoética quando se aplica a escuta sensível. Tais sen-
tidos, junto às emoções, sensibilidade, sentimentos, intuição e razão, 
corroboram um dos cinco princípios sociopoéticos que devem permear 
o universo do enfermeiro (SANTOS et al., 2010).
Rolim, Pagliuca e Cardoso (2005 apud OLIVEIRA; PAULA; FREI-
TAS, 2007) afirmam que a teoria no campo da enfermagem foi fundamen-
tada na prática profissional. Elas constituem um modo sistemático de olhar 
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o mundo para descrevê-lo, explicá-lo, prevê-lo ou controlá-lo. Dessa forma 
que a teoria de enfermagem é definida como uma conceitualização articu-
lada e comunicada da realidade, inventada ou descoberta, com a finalidade 
de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem.
Chinn e Kramer, Hickman, Carraro (s.d apud CARVALHO; DA-
MASCENO, 2003) defendem que as teorias de enfermagem promovem 
a identidade profissional, pois constituem a base na qual o profissional 
de enfermagem se apoia para explicar seu trabalho.
Igualmente para Almeida, Lopes e Damasceno (2005), o uso 
de teorias na Enfermagem reflete um movimento da profissão em busca 
da autonomia e da delimitação de suas ações. Torna-se, portanto, de 
extrema relevância que as teorias possam ser analisadas quanto à sua 
aplicabilidade na prática.
Para Cianciarullo (2001), as reflexões e a observação da prática 
conduziram à conclusão de que, no universo da enfermagem, os fenôme-
nos e os conceitos centrais eram os seres humanos, o ambiente, a saúde e 
a própria enfermagem, ou seja, a ação profissional. Todos os modelos con-
ceituais ou teorias foram construídos pelo relacionamento desses concei-
tos, e sua publicação data, majoritariamente, das décadas de 1960 e 1970.
De modo geral, a enfermagem tem utilizado teorias lançadas 
fora do âmbito da enfermagem como base de sustentação para o desen-
volvimento de suas próprias teorias. Entre as que foram elaboradas fora 
da enfermagem e que têm sido aplicadas a esse campo, a fim de oferecer 
explicações para as relações entre homem, ambiente, saúde e enferma-
gem e guiar o processo de enfermagem, estão: a teoria de sistemas; da 
tensão e adaptação; do crescimento e desenvolvimento e do ritmo.
No que tange à Teoria das Relações Interpessoais de Peplau, 
pode-se dizer que seus fundamentos são as do crescimentoe desen-
volvimento, como os estudos de Erick Fromm e, sobretudo, a Teoria 
Interpessoal de Harry Stack Sullivan (GEORGE, 2000).
De forma geral, essas teorias adotam como pressuposto bási-
co que o crescimento e o desenvolvimento humanos ocorrem de forma 
gradual até a realização do seu potencial máximo. O crescimento é en-
tendido como um aumento relacionado ao tamanho e formas físicas, 
ordenado e com tendências regulares em seu direcionamento, mas que 
acontece para cada pessoa em um padrão único influenciado por fato-
res intrínsecos e extrínsecos.
O desenvolvimento, por outro lado, refere-se a mudanças fun-
cionais no indivíduo, mais de caráter qualitativo, e que também recebem 
influências internas e externas (LEDDY; PEPPER, 1989 apud ALMEI-
DA, LOPES, DAMASCENO, 2005).
A importância desta teoria reside no fato de que o profissional 
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passa pelas fases de orientação, identificação, exploração e resolução 
do problema na qual a enfermagem desenvolve diferentes papéis para 
auxiliar o paciente no desenvolvimento de suas necessidades, até que 
esse esteja pronto a assumir uma atuação independente da enferma-
gem (ALMEIDA, LOPES, DAMASCENO, 2005).
A teoria de enfermagem do déficit de autocuidado (teoria geral 
de enfermagem de Dorothea Orem) é composta de três teorias inter-re-
lacionadas, ou seja, a teoria do autocuidado, a teoria do déficit de auto-
cuidado e a teoria dos sistemas de enfermagem. Incorporados a essas 
três teorias, Orem preconiza seis conceitos centrais e um periférico.
Os seis conceitos centrais são: i) autocuidado; ii) ação de auto-
cuidado; iii) déficit de autocuidado; iv) demanda terapêutica de autocui-
dado; v) serviço de enfermagem e vi) sistema de enfermagem (DIÓGE-
NES E PAGLIUCA, 2003).
O conceito periférico, a autora denominou de fatores condicio-
nantes básicos, que é relevante para a compreensão de sua teoria geral 
de enfermagem (GEORGE, 2000).
i) A Teoria do autocuidado:
Para se entender a teoria do autocuidado, é necessário definir os 
conceitos relacionados, como os de autocuidado, ação de autocuidado, 
fatores condicionantes básicos e demanda terapêutica de autocuidado. Au-
tocuidado é a atividade que os indivíduos praticam em seu benefício para 
manter a vida, a saúde e o bem-estar. Ação de autocuidado é a capacidade 
de o homem engajar-se no autocuidado. Os fatores condicionantes básicos 
seriam a idade, o sexo, o estado de desenvolvimento, o estado de saúde, a 
orientação sociocultural e os fatores do sistema de atendimento de saúde.
Na teoria do autocuidado incorpora-se o conceito dos requisi-
tos de autocuidado: universais, desenvolvimentais e desvio de saúde.
Os requisitos universais são comuns aos seres humanos, au-
xiliando-os em seu funcionamento, estão associados com os processos 
da vida e com a manutenção da integridade da estrutura e do funciona-
mento humano. Os requisitos desenvolvimentais ocorrem quando há a 
necessidade de adaptação às mudanças que surjam na vida do indiví-
duo. Os requisitos por desvio de saúde acontecem quando o indivíduo 
em estado patológico necessita adaptar-se a tal situação.
Os requisitos para o autocuidado por desvio de saúde são:
• busca e garantia de assistência médica adequada;
• conscientização e atenção aos efeitos e resultados de condi-
ções e estados patológicos;
• execução de medidas prescritas pelo médico e conscientiza-
ção de efeitos desagradáveis dessas medidas;
• modificação do autoconceito (e da autoimagem) na aceitação 
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de si como estando num estado especial de saúde;
• aprendizado da vida associado aos efeitos de condições e 
estados patológicos, bem como de efeitos de medidas de diagnósticos 
e tratamentos médicos, num estilo de vida que promova o desenvolvi-
mento contínuo do indivíduo.
Os requisitos de autocuidado são:
• manutenção e ingesta suficiente de ar, água e alimento;
• a provisão de cuidados com eliminação e excreção;
• manutenção de um equilíbrio entre atividade e descanso, en-
tre solidão e interação social;
• a prevenção de riscos à vida, ao funcionamento e ao bem-es-
tar humano;
• a promoção do funcionamento e desenvolvimento humano, 
em grupos sociais, conforme o potencial humano, limitações humanas 
conhecidas e o desejo de ser normal (GEORGE, 2000).
ii) A teoria do déficit do autocuidado:
O déficit de autocuidado ocorre quando o ser humano se acha 
limitado para prover autocuidado sistemático, necessitando de ajuda de 
enfermagem. Constitui a essência da teoria geral de enfermagem de 
Orem, pois possibilita apontar a necessidade de enfermagem. Justifi-
ca-se quando o indivíduo acha-se incapacitado ou limitado para prover 
autocuidado contínuo e eficaz.
Orem identifica cinco métodos de ajuda, no déficit de autocui-
dado: agir ou fazer para o outro, guiar o outro, apoiar o outro (física ou 
psicologicamente), proporcionar um ambiente que promova o desen-
volvimento pessoal, quanto a se tornar capaz de satisfazer demandas 
futuras ou atuais de ação, ensinar o outro.
iii) A teoria de sistemas de enfermagem:
A teoria de sistemas de enfermagem é dividida em sistema total-
mente compensatório, quando o ser humano está incapaz de cuidar de si 
mesmo, e a enfermagem o assiste, substituindo-o, sendo suficiente para 
ele. Sistema parcialmente compensatório, quando a enfermagem e o in-
divíduo participam na realização de ações terapêuticas de autocuidado.
iv) O sistema de apoio-educação é quando o indivíduo neces-
sita de assistência na forma de apoio, orientação e ensinamento (GE-
ORGE, 2000).
O enfermeiro é um profissional treinado e experiente que pode 
proporcionar cuidados de enfermagem para pessoas que necessitam 
de cuidados especiais, beneficiando-as.
Os quatro principais conceitos dessa teoria são: ser humano, 
saúde, sociedade e enfermagem em seu trabalho. O ser humano se dife-
rencia dos outros seres vivos porque tem a capacidade de refletir sobre si 
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mesmo e o ambiente que o cerca (DIÓGENES, PAGLIUCA, 2003). 
Quanto ao conceito de saúde, sustenta a definição da Organi-
zação Mundial de Saúde, “como estado mental e social e não apenas 
a ausência de doença ou da enfermidade” (FOSTER, BENETT, OREM, 
2000, p. 89). A saúde tem por base a prevenção da saúde, incluindo a 
promoção e manutenção da saúde, o tratamento da doença e preven-
ção de complicações. Ou seja, a prevenção primária, a secundária e 
terciária, respectivamente.
Em se tratando de sociedade, atualmente acredita-se que as 
pessoas adultas sejam responsáveis por si e pelo bem-estar de seus 
dependentes (GEORGE, 2000).
No processo de trabalho da enfermagem, o enfermeiro é o pro-
fissional que poderá ajudar o indivíduo, promovendo interação mútua 
através da consulta de enfermagem, abordagem com a família envol-
vendo-a no tratamento, reuniões de grupos, orientando-os e levando-os 
a aprenderem como realizar práticas de autocuidado.
A teoria geral de Orem proporciona a visão do fenômeno da 
enfermagem permitindo que o enfermeiro juntamente com o indivíduo 
implementem ações de autocuidado adaptadas de acordo com as suas 
necessidades, de maneira que a relação de ajuda se expresse no diálo-
go aberto e promova o exercício do autocuidado.
Já a Teoria de Martha Rogers, é uma teoria dedutiva, que parte 
do geral para o particular, substantiva, usa modelos de abrangência uni-
versal, e predicativa, descreve, especifica e prediz o fenômeno. Utiliza 
linguagem geral, científica e simbólica e o homem é visto como um todo 
– ser biológico, psicológico, sociocultural e espiritual.
Embora não apresente procedimentos ou o processo de enfer-
magem, utiliza como instrumentos e valores, a imaginação e a criatividade.
Para Rogers, a enfermagem é uma ciência e uma arte, tendo 
como objetivo o cuidar das pessoas para que atinjam seu potencial má-ximo de saúde, e busca o preenchimento das necessidades humanas.
O(a) enfermeiro(a) é um agente de mudanças; sendo que esse 
profissional de amanhã será diferente dos de hoje, o de hoje é diferente 
dos passados.
A Teoria do Cuidado Transcultural citada por Leininger (1985 
apud BRAGA, 1997) enfatiza que há diversidades no cuidado humano, 
com características que são identificáveis e que podem explicar e justi-
ficar a necessidade do cuidado transcultural de enfermagem, de forma 
que este se ajuste às crenças, valores e modos das culturas, para que 
um cuidado benéfico e significativo possa ser oferecido.
Os atos do cuidado cultural que são congruentes com as cren-
ças e valores do cliente são considerados como sendo o conceito mais 
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significativo, unificador e dominante para se conhecer, compreender e 
prever o cuidado terapêutico popular.
O cuidado baseado culturalmente é o fator principal e significa-
tivo na afirmação da Enfermagem como curso e como profissão, e no 
fornecimento e manutenção da qualidade do cuidado de enfermagem 
prestado aos indivíduos, às famílias e aos grupos comunitários. Leinin-
ger (1983 apud BRAGA, 1997) declara o cuidado como centro, único e 
dominante, foco característico da Enfermagem.
O cuidado cultural, ainda referendando a autora, significa ava-
liação consciente e um esforço deliberado para usar valores culturais, 
crenças, modo de vida de um indivíduo, família ou grupo comunitário, 
para fornecer auxílio significativo para estas necessidades de cuidado 
nos serviços de saúde.
Leininger (1984, p. 42), segundo Braga (1997), refere que 
culturalmente, as ações de cuidado de enfermagem e intervenções são pre-
visíveis para manter a saúde do cliente, fornecer satisfação e ajudá-lo a se 
recuperar de doenças ou incapacidades. O cuidado culturalmente congruen-
te pode também ajudar clientes face à morte de modo significativo e pacífico.
Desta forma, a Enfermagem tem como foco segundo Leininger, 
o estudo da análise comparativa de diferentes culturas ou subculturas no que 
diz respeito ao comportamento relativo ao cuidado em geral, ao cuidado de 
enfermagem, assim como aos valores, crenças e padrões de comportamento 
relacionados à saúde e doença (GUALDA; HOGA, 1992). 
Essa autora afirma ainda que o objetivo da enfermagem trans-
cultural vai além da apreciação de culturas diferentes, mas de tornar 
o conhecimento e a prática profissional culturalmente embasada, con-
ceituada, planejada e operacionalizada. Se aqueles que praticam a 
enfermagem não considerarem os aspectos culturais da necessidade 
humana, suas ações poderão ser ineficazes e trazer consequências 
desfavoráveis para os assistidos.
Os pressupostos básicos da Enfermagem Transcultural e que 
desafiam a Enfermagem a descobrir em profundidade o fenômeno do 
cuidado, são:
• o cuidado humano é um fenômeno universal, mas a expres-
são, o processo e o modelo variam entre as culturas;
• cada situação de cuidado de enfermagem tem comportamen-
to no cuidado transcultural, necessidades e implicações;
• o ato e processo de cuidar são essenciais para o desenvolvi-
mento humano, crescimento e sobrevivência;
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• o cuidado poderá ser considerado a essência e unificação 
intelectual e dimensão prática do profissional de enfermagem;
• o cuidado tem dimensões biofísicas, psicológicas, culturais, 
sociais e ambientais, as quais puderam ser estudadas, praticadas no 
sentido a prover cuidado holítisco para as pessoas;
• o comportamento de cuidado transcultural, formas e proces-
sos, tem ainda que ser verificado em diversas culturas, quando este 
corpo de conhecimento é obtido, tendo potencial para revolucionar a 
prática diária da enfermagem;
• para fornecer cuidado de enfermagem terapêutico, a enfer-
meira poderá ter conhecimento de valores culturais, crenças e práticas 
dos clientes;
• os comportamentos de cuidados e funções variam de acordo 
com características da estrutura social de determinada cultura;
• a identificação de comportamento universal e não universal, 
cuidado popular e cuidado profissional, crenças e práticas, serão impor-
tantes para o avanço do corpo de conhecimentos de Enfermagem;
• há diferenças entre a essência e as características essenciais 
de cuidado e comportamentos de cura e processos;
• não existe cura sem cuidado, mas pode existir cuidado sem 
cura (BRAGA, 1997).
Desde que escreveu seu primeiro livro, em 1979, a enfermeira 
Jean Watson, passou a ser considerada pioneira no estudo da enferma-
gem como uma disciplina científica que une a racionalidade e a sensibili-
dade. A teoria sobre o Cuidado Transpessoal faz de Jean Watson, a mãe 
de um novo paradigma em cuidados de saúde, pois conforme ela explica:
Em vez de um enfermeiro ministrar analiticamente um tratamento a um doen-
te, quer-se que o técnico de saúde saiba comunicar, interagir, conhecer para 
então depois proporcionar o cuidado necessário. O objetivo é a cura global 
do paciente e a satisfação do prestador de ajuda (BASTOS, 2009).
No fundo, o que se perspectiva neste novo paradigma, segundo 
ela “é saber responder às necessidades de cada doente, é ter de recorrer 
a um complexo altamente criativo para encontrar as melhores soluções”. 
Soluções que, tem levado departamentos e mesmo hospitais a adotarem 
novos comportamentos por parte do seu corpo de enfermeiros (as). Há 
preocupação com uma mudança de valores, unindo racionalidade e sen-
sibilidade e tornando a enfermagem um processo interativo entre quem 
cuida e quem é cuidado. Jean Watson afirma que não se pode dissociar 
a prática da enfermagem sem outras áreas de conhecimento como a filo-
sofia, a teologia, a educação, a psicologia ou a antropologia.
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A perspectiva humanística do cuidado quer abandonar o modelo 
do diagnóstico da doença e buscar a humanidade da cura, equacionando-
-se as suas dimensões psicológicas, espirituais e socioculturais. Encontrar 
o equilíbrio, “o centro”, como diz, entre corpo e mente deverá ser a meta de 
qualquer intervenção em saúde. Nesta importante profissão de cuidar-cu-
rar, a enfermagem assume um papel ainda mais importante: a enfermagem 
detém a única profissão em que acaba por ser o elo de ligação entre o 
hospital, os médicos e a família. É preciso interromper o atual padrão de 
funcionamento da enfermagem. É preciso encontrar novas formas de cui-
dar. É preciso criar um novo ambiente de cura, essa é a verdade!
Para Watson (1988 apud RIBEIRO, 2005), o cuidar é visto 
como um ideal moral da enfermagem. É, sobretudo, a essência da en-
fermagem, sendo característica fundamental a preservação da dignida-
de humana. Reflete também, que o cuidado manifesta-se no encontro 
das pessoas que estão envolvidas no ato de cuidar, ou seja, na recipro-
cidade entre a equipe de enfermagem e a pessoa cuidada. Assim, o cui-
dado está relacionado com a interação entre seres humanos através da 
intersubjetividade, permitindo um encontro real e autêntico entre quem 
cuida e é cuidado, transcendendo o mundo meramente físico e material, 
fazendo contato com o mundo emocional e subjetivo da pessoa.
Chistóforo e cols. (2006, p. 59 apud BASTOS, 2009) comple-
mentam que a relação de cuidado em enfermagem é uma relação hu-
mana, o que consequentemente implica a conjugação de dois seres 
humanos totalmente diferentes, uma vez que cada pessoa representa 
um universo inimaginável e irrepetível, que se rege por sentimentos, 
percepções, pensamentos, emoções e necessidades. 
Segundo Jean Watson, os fatores importantes no cuidar são:
• praticar o amor;
• praticar a amabilidade;
• praticar a coerência dentro de um contexto de cuidado cons-
ciente;
• ser autêntico;
• estar presente;
• ser capaz de praticar e manter um sistema profundo de cren-
ças e um mundo subjetivo de sua vida e do ser cuidado;• cultivar suas próprias práticas espirituais e transpessoais de 
ser, mas além de seu próprio ego, aberto a outros com sensibilidade e 
compaixão;
• desenvolver e manter uma autêntica relação de cuidado, de 
ajuda e confiança;
• estar presente e dar apoio na expressão de sentimentos posi-
tivos e negativos, como uma conexão profunda com o espírito do ser e 
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do ser que cuida do outro;
• uso criativo do ser, de todas as formas de conhecimento, 
como parte do processo de cuidado para comprometer-se artisticamen-
te com as práticas de cuidado e proteção;
• comprometer-se de maneira genuína em uma experiência de 
prática de ensino e aprendizagem;
• criar um ambiente protetor em todos os níveis, onde se está 
consciente do todo, da beleza, do conforto, da dignidade e da paz;
• assistir às necessidades humanas conscientemente, admi-
nistrando um cuidado humano essencial, o qual potencializa a aliança 
mente corpo, espírito;
• estar aberto e atento à espiritualidade e à dimensão existen-
cial de sua própria vida.
Falamos de algumas teorias, mas ressaltamos que existem mui-
tas outras e que estas, expostas até o momento, mereciam aprofundamen-
to, portanto, consultem as referências ao final da apostila e boas leituras.
O AMBIENTE HOSPITALAR
A origem da palavra “hospital” vem do latim hospitalis, que sig-
nifica hospitaleiro, acolhedor. Na realidade é um adjetivo de hospes, 
que significa hóspede, estrangeiro, viajante (BORBA; LISBOA, 2006).
Estes termos: hospital e ospedale surgiram do latim primitivo, 
mas nos primórdios da Era Cristã, quando se pretendia identificar o lu-
gar onde ficavam doentes era comumente chamado de nosocomium, e 
a recepção de doentes = nosodochium, palavras de origem grega.
Watanabe (2007) afirma que, desde a Antiguidade, o hospital 
mantinha uma forte ligação com a igreja, e, também, uma forte vocação 
altruísta de acolher pessoas, que naqueles tempos já eram margina-
lizadas pela sociedade vigente, podendo estes ser pobres, órfãos ou 
peregrinos. Com o passar dos séculos, foi tomando outro sentido, ou 
seja, assumiu a função de recepcionar e tratar doentes.
Atualmente, o hospital é parte integrante de uma organização 
Médica e Social, cuja função básica consiste em proporcionar à popula-
ção assistência médica sanitária completa, tanto curativa como preventi-
va, sob qualquer regime de atendimento, inclusive o domiciliar, cujos ser-
viços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também, em 
centro de educação, capacitação de Recursos Humanos e de Pesquisas 
em Saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe 
supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados 
tecnicamente. Podemos assim agrupar as funções hospitalares:
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• prestação de atendimento médico e complementares aos do-
entes em regime de internação; 
• desenvolvimento, sempre que possível, de atividades de na-
tureza preventiva;
• participação em programas de natureza comunitária, procu-
rando atingir o contexto Sócio Familiar dos pacientes, incluindo aqui a 
educação em saúde, que abrange a divulgação dos conceitos de pro-
moção, proteção e prevenção da saúde (GONÇALVES, 1983).
As regras que hoje ditam os rumos profissionais obrigaram o 
mercado a tomar inúmeras ações que vem modificando totalmente o 
sentido da atenção médica, especialmente nos últimos dez anos. Por 
um lado, a população tem se conscientizado dos seus direitos enquanto 
consumidores, ou seja, usuários de serviços, e por outro, alertou os 
hospitais, quer sejam públicos ou privados, de que precisavam reco-
nhecer a necessidade de melhorar os seus serviços, otimizar os seus 
recursos e buscar profissionais cada vez mais capacitados.
No segmento privado, estas alterações são ainda mais eviden-
tes, pois os resultados comerciais são diretamente afetados pela con-
corrência, cada vez mais acirrada.
Evidentemente, em um país em desenvolvimento, como o Bra-
sil, nem sempre os projetos andam linearmente, dentro dos esquemas 
previstos. Porém, nota-se cada vez mais que as entidades buscam de 
todas as formas não apenas se atualizar em termos de tecnologia, mas 
também aprimorar ao máximo sua equipe profissional, de tal forma que 
o serviço oferecido à população seja o melhor possível.
Para Teixeira (1983), o Administrador no hospital tem menos 
autoridade e poder que em outras organizações, porque o hospital não 
pode ser organizado com base em uma linha única de autoridade. A co-
existência de linhas de autoridade legal, profissional e mista gera muitos 
problemas administrativos. Ele tem quatro centros de poder, a diretoria 
superior, os médicos, a administração e os demais profissionais, entre 
os quais destaca-se a enfermagem.
Entretanto, numa contradição, a organização formal dos hospi-
tais, de modo geral, mostra que a direção superior tem toda a autoridade 
e a responsabilidade pela instituição. A diretoria delega ao administra-
dor a gerência do dia-a-dia da instituição, o qual delega às chefias dos 
serviços sua autoridade de comando. O corpo clínico do hospital pode 
estar subordinado ao diretor e/ou administrador e o médico tem grande 
autonomia no seu trabalho e também autoridade profissional sobre ou-
tros na organização. Tal processo varia entre os tipos de hospitais.
Também é fato que o hospital tem pouco controle sobre seus pú-
blicos, principalmente os médicos e os pacientes. O trabalho hospitalar é 
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diversificado e com pouca padronização. São pessoas cuidando de pes-
soas, participando ativamente do processo produtivo (TEIXEIRA, 1983).
Os serviços de atenção e tratamento são personalizados a cada 
paciente. Nas situações de emergência, a instituição tem pouca tolerância 
aos erros. O valor econômico do produto organizacional é secundário ao 
valor social humanitário. É uma organização especializada, departamen-
talizada e profissionalizada, que não pode funcionar efetivamente sem 
uma coordenação interna, motivação, autodisciplina e ajustes informais 
e voluntários de seus membros. A coordenação de esforços e atividades 
é importante pela interdependência do trabalho que deve ser realizado.
Esse é, em linhas gerais, o ambiente hospitalar em termos de 
estrutura macro, o básico que precisamos saber para atuar enquanto 
corpo de enfermagem.
O ESTRESSE PROFISSIONAL
Vários autores consideram, com razão, a Enfermagem como 
uma profissão estressante, devido à vivência direta e ininterrupta do 
processo de dor, morte, sofrimento, desespero, incompreensão, irritabi-
lidade e tantos outros sentimentos e reações desencadeadas pelo pro-
cesso doença (BATISTA; BIANCHI, 2006).
Se pensarmos nas unidades de emergência, é exigido do en-
fermeiro, aumento da carga de trabalho e maior especificidade nas suas 
ações na prestação de suas tarefas. Os maiores estressores citados 
nesta área são:
• número reduzido de funcionários;
• falta de respaldo institucional e profissional;
• carga de trabalho;
• necessidade de realização de tarefas em tempo reduzido;
• indefinição do papel do profissional;
• descontentamento com o trabalho;
• falta de experiência por parte dos supervisores;
• falta de comunicação e compreensão por parte da supervisão 
de serviço;
• relacionamento com os familiares;
• ambiente físico das unidades;
• tecnologia de equipamentos;
• assistência ao paciente e situação de alerta constante, devido 
a dinâmica do setor (BATISTA; BIANCHI, 2006).
Ainda existe, mesmo que entrelinhas, a dupla jornada de traba-
lho, os profissionais da enfermagem se obrigam a trabalhar em mais de 
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uma instituição para aumento da renda familiar, além disso, o trabalho 
em turnos é uma característica da enfermagem, uma vez que a assis-
tênciaé prestada 24 horas.
A verdade é que todas essas condições obrigam que o profis-
sional trabalhe a noite, nos fins de semana e feriados, limitando assim, 
sua vida social (PAFARO; MARTINO, 2004).
Já ao pensarmos nas Unidades de Terapia Intensiva, a atenção 
deve ser redobrada; as habilidades, assim como a responsabilidade re-
querida são específicas; o senso de ajuda, a concentração, a habilidade 
em tomar decisões, somam-se para construir o corpo de profissionais 
que ali atuam.
Os profissionais que trabalham na área de saúde apresentam 
acentuado risco ocupacional, considerando o estresse, por conviver 
constantemente com situações de sofrimento, depressão, dor, tragédia, 
etc. A enfermagem vive uma realidade de trabalho cansativo e desgas-
tante gerada pela diversidade, intensidade e simultaneidade de exposi-
ção a cargas físicas, químicas, mecânicas, fisiológicas e psíquicas. Este 
ambiente de trabalho turbulento e conflitante colabora para o apareci-
mento do estresse que geralmente o profissional demora em perceber 
seu adoecimento. Por vezes, envolvido pela rotina do setor, a qualidade 
do atendimento acaba por tornar-se insatisfatório pelo paciente (HAR-
BS; RODRIGUES; QUADROS, 2007).
O estresse caracteriza-se por uma resposta adaptativa do orga-
nismo frente a novas situações, especialmente àquelas entendidas como 
ameaçadoras. É considerado um processo individual, com variações so-
bre a percepção de tensão e manifestações psicopatológicas diversas.
No âmbito laboral, pode produzir uma diversidade de sintomas 
físicos, psíquicos e cognitivos, por requerer respostas adaptativas pro-
longadas para tolerar, superar ou se adaptar a agentes estressores, os 
quais podem comprometer o indivíduo e as organizações (PASCHOA-
LINI et al., 2008).
De acordo com Stacciarini e Troccoli (2001), a palavra estresse 
tem sido muito recorrida, associada a sensações de desconforto, sendo 
cada vez maior o número de pessoas que se definem como estressadas 
ou relacionam a outros indivíduos na mesma situação. O estresse é quase 
sempre visualizado como algo negativo que ocasiona prejuízo no desem-
penho global do indivíduo. Estressor é uma situação ou experiência que 
gera sentimentos de tensão, ansiedade, medo ou ameaça que pode ser de 
origem interna ou externa. O estresse não deve ser entendido como uma 
condição estática, pois é um fenômeno bastante complexo e dinâmico.
Para Clarke (1984 apud STACCIARINI; TROCCOLI, 2001), o es-
tresse é difícil de conceituar e pode ser entendido de três formas distintas:
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a) como estímulo;
b) como resposta; ou,
c) como interação ou transação entre ambiente interno e exter-
no do indivíduo.
Admite-se estas três questões envolvidas na conceituação, se-
gundo distintas abordagens:
a) como estímulo, com o enfoque no impacto dos estressores;
b) como resposta, quando examina a tensão produzida pelos 
estressores; e,
c) como processo, quando entendido a partir da interação entre 
pessoa e ambiente.
O estresse é um processo psicológico e a compreensão dos 
eventos estressantes é afetada por variáveis cognitivas; não é a situa-
ção nem a resposta da pessoa que define o estresse, mas a percepção 
do indivíduo sobre a situação (MONAT; LAZARU, 1977 apud STACCIA-
RINI; TROCCOLI, 2001).
De acordo com Isaacs (1998), estresse pode ser definido como: 
• sobrecarga a uma pessoa que requer ajustes ou adaptações; 
• estímulo ou situação que produz desconforto; 
• síndrome que consiste em respostas inespecíficas induzidas 
no organismo, denominada síndrome geral da adaptação, apresentando 
três estágios: (a) reação de alarme: as defesas corporais são mobiliza-
das quando o sistema nervoso simpático e o sistema endócrino reagem 
ao estresse ativando uma grande quantidade de adrenalina e cortisona; 
(b) estágio de resistência: as respostas adaptativas tentam limitar os 
danos causados pelo agente estressor; (c) estágio de exaustão: isso 
pode ocorrer se a tentativa de adaptação do corpo não é bem sucedida; 
• relação entre pessoa e ambiente avaliada pela pessoa como 
superando seus recursos e colocando em risco seu bem-estar. 
Já Montanholi, Tavares e Oliveira (2006) consideram estresse 
como sendo resultante da percepção entre a discordância das exigên-
cias de determinadas tarefas e os recursos pessoais para cumpri-las. 
Uma pessoa pode sentir tal discordância como desafio e, em conse-
quência, reagir dedicando-se à tarefa. Ao contrário, se a discordância 
é percebida como ameaçadora, o trabalhador enfrentará uma situação 
estressante negativa, que poderá conduzi-lo a evitar a tarefa.
De acordo com Coronnetti et aI (2006), o estresse não é uma 
doença, é o estado do organismo quando submetido à tensão. Numa 
situação estressante, o corpo sofre reações químicas. Em excesso, isso 
pode prejudicar o organismo. 
O estresse pode atuar sobre várias partes do corpo: 
• cérebro – o cérebro produz uma família de substâncias conheci-
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das como opiaceos, responsável pela sensação de bem-estar, e serotoni-
na, que faz o corpo relaxar. Submetido ao estresse, o cérebro diminui a pro-
dução das duas. Com isso, a pessoa torna-se irritável e, às vezes, insone;
• maxilares – a pessoa estressada costuma ranger os dentes, o 
que pode desgastá-los e deslocar a mandíbula a ponto de pressionar os 
nervos da face. Isso produz zunidos nos ouvidos e até tontura;
• glândulas – fabricam adrenalina, que mantém o corpo alerta, 
e cortisol, que energiza os músculos;
• suprarrenais – fabricam adrenalina, que mantém o corpo aler-
ta, e cortisol, que energiza os músculos. Em excesso, o cortisol reduz 
a resistência às infecções. Pode causar morte de neurônios, envelheci-
mento cerebral e perda de memória;
• coração – a noradrenalina, produzida nas suprarrenais, acelera 
os batimentos cardíacos, provoca uma alta de pressão arterial e, quando 
produzida durante longos períodos, sobrecarrega o músculo cardíaco; 
• pulmões – a tensão acelera a respiração. Para quem sofre de 
asma, pode desencadear crises;
• pele – sob estresse, os vasos sanguíneos periféricos - mais 
próximos da pele contraem-se e são menos irrigados. Se o estresse é 
constante, o envelhecimento é mais rápido;
• estômago – o cérebro ordena ao estômago que produza os 
ácidos do suco gástrico. O excesso de acidez, unido à queda de resis-
tência a infecções, pode provocar úlceras e gastrite;
• mãos – um dos maiores indicadores de tensão é suar frio nas 
mãos e nos pés;
• órgãos sexuais – nas mulheres, o estresse diminui os níveis 
de progesterona, podendo causar queda da libido e distúrbios que cau-
sam cólicas horríveis no período menstrual. Nos homens, os efeitos do 
estresse podem prejudicar o desempenho sexual;
• articulações – situações de estresse podem desencadear cri-
ses em pessoas que sofrem de artrite e reumatismo. O mecanismo que 
as causa, porém, ainda não está totalmente esclarecido (BOTTO, 2009). 
Os principais sintomas de estresse, destacados por Montanho-
li, Tavares e Oliveira (2006), são: suor, calores, dor de cabeça, tensão 
muscular, alteração no batimento cardíaco, dores de estômago, colite e 
irritação. O estresse pode também se refletir em atrasos, insatisfação, 
sabotagem e baixos níveis de desempenho no trabalho. Com isso, ha-
verá uma diminuição da qualidade de vida da pessoa.
Com relação à enfermagem, o estresse está presente no seu 
cotidiano desde tempos remotos. Vimos que o trabalho de enfermagem 
apresenta várias vicissitudes do viver humano, pois esses profissionais li-
dam, de modo constante, com a vida, a saúde, a doença e a morte. Isso é 
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vivenciado de modo intenso em setores de urgência, emergência e terapia 
intensiva, onde as atividades envolvem atenção, habilidade e agilidade.
Para Paschoalini et al. (2008), a atividade laboral hospitalaré ca-
racterizada por excessiva carga de trabalho, contato com situações limite, 
alto nível de tensão e de riscos para si e para outros. Inclui problemas de 
relacionamento interpessoal entre indivíduos que prestam assistência dire-
ta aos pacientes e preocupações com demandas institucionais. Contudo, 
não se tem conhecimento de estudos que investiguem, de forma integra-
da, indicadores de alterações cognitivas e emocionais frente aos agentes 
estressores que afetam o exercício profissional na área da enfermagem.
Os trabalhadores de enfermagem, além de enfrentarem no seu 
dia a dia, situações limites, e em especial o cuidado de pacientes críticos, 
convivem em um ambiente de trabalho com riscos resultantes de agen-
tes químicos, físicos, biológicos e psíquicos, capazes de causar danos à 
saúde em função de uma natureza, concentração ou intensidade e tempo 
de exposição. Desse modo, ao estabelecer a relação entre estresse e 
fatores de risco presentes no ambiente de trabalho, entende-se o fator de 
risco como uma característica ou circunstância detestável em indivíduos 
ou em grupos, associada à probabilidade de experimentar um dano à 
saúde e suas consequências (SANTOS, OLIVEIRA, MOREIRA, 2006). 
As condições de trabalho, principalmente no que se refere aos 
parcos recursos materiais e humanos, desencadeiam um grau significati-
vo de estresse, uma vez que a inexistência de condições dignas de traba-
lho promove o sofrimento, quando a organização não atende aos padrões 
mínimos de higiene, saúde e segurança (LIMA; TEIXEIRA, 2007).
Portanto, é imprescindível atentar para os riscos aos quais os 
profissionais de enfermagem estão expostos no seu exercício do cuidar 
de pessoas doentes, com vistas à melhoria da qualidade do cuidado 
que presta à sua clientela e à sua própria saúde. As chefias precisam 
estar abertas às queixas dos trabalhadores e em constante relação dia-
lógica, de forma a intervir mais prontamente sobre os estressores ge-
rados no trabalho, minimizando seus efeitos sobre a saúde individual e 
coletiva (DE MARTINO; MISKO, 2004).
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S CONCEITOS E IMPORTÂNCIA
Humanizar na maioria dos dicionários se reporta a ‘adocicar’, 
‘suavizar’, ‘civilizar’.
Embora façamos relações mais pertinentes adiante entre hu-
manização e ética, no campo das políticas públicas de saúde, ‘huma-
nização’ diz respeito à transformação dos modelos de atenção e de 
gestão nos serviços e sistemas de saúde, indicando a necessária cons-
trução de novas relações entre usuários e trabalhadores e destes entre 
si (PEREIRA; BARROS, 2009).
A ‘humanização’ em saúde volta-se para as práticas concre-
tas comprometidas com a produção de saúde e produção de sujeitos 
(CAMPOS, 2000), de tal modo que atender melhor o usuário se dá em 
HUMANIZAÇÃO
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sintonia com melhores condições de trabalho e de participação dos dife-
rentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde (princípio 
da indissociabilidade entre atenção e gestão). Este voltar-se para as 
experiências concretas se dá por considerar o humano em sua capaci-
dade criadora e singular inseparável, entretanto, dos movimentos cole-
tivos que o constituem. 
Orientada pelos princípios da transversalidade e da indissocia-
bilidade entre atenção e gestão, a ‘humanização’ se expressa a partir de 
2003 como Política Nacional de Humanização (PNH) (BRASIL, 2004). 
Como tal, compromete-se com a construção de uma nova relação seja 
entre as demais políticas e programas de saúde, seja entre as instân-
cias de efetuação do Sistema Único de Saúde (SUS), seja entre os 
diferentes atores que constituem o processo de trabalho em saúde. O 
aumento do grau de comunicação em cada grupo e entre os grupos 
(princípio da transversalidade) e o aumento do grau de democracia ins-
titucional por meio de processos cogestivos da produção de saúde e do 
grau de corresponsabilidade no cuidado são decisivos para a mudança 
que se pretende (PEREIRA; BARROS, 2009).
No contexto da saúde, mais precisamente na Enfermagem, seria 
valorizar a qualidade do cuidado do ponto de vista técnico, ou seja, nos co-
locar no lugar do paciente e enxergá-lo como um ser biopsicossocial com 
necessidades diferentes, e entender que apesar do paciente estar com to-
dos os equipamentos necessários para sua sobrevivência, ele está em um 
local estranho, sendo cuidado por pessoas estranhas, perdendo suas inti-
midades e principalmente com dor. A humanização visa justamente trazer 
o máximo de conforto e cuidado para o paciente como pessoa.
Uma vez que a enfermagem é uma disciplina que lida com o 
ser humano, que é um ser em evolução, tem que haver humanização. 
Uma pessoa está doente e vai procurar um profissional da saúde com o 
desejo que alivie seus sintomas e livre-o de seu sofrimento. Ele deseja 
ser cuidado. O cuidado humano é exercitado, vivido e sentido no interior 
de cada um, envolvendo atos, princípios, valores, ética que devem fazer 
parte do nosso cotidiano (ALMEIDA, 1986).
A ARTE DE CUIDAR
Embora tenhamos discorrido sobre o cuidado na perspectiva 
de diversas teorias, vamos refletir um pouco mais sobre a arte de cuidar, 
tamanha sua dimensão e importância para o binômio cliente-paciente.
Pois bem, a palavra cuidar é derivada do latim cogitare, que tem 
como significado pensar, julgar, tomar conta, e cuidado deriva de cogita-
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tus, que traduz preocupação, carinho, diligência e atuação. Dessa forma, 
para cuidar de pessoas é preciso dispensar atenção e interesse sobre 
as necessidades dela, refletir sobre todos os elementos relacionados ao 
ambiente de cuidado e então agir a favor do indivíduo (SOUZA, 2000).
Segundo Silva (2007), o cuidado de enfermagem tem sido com-
preendido comumente como técnicas e procedimentos realizados pelos 
profissionais, uma vez que a Enfermagem é uma área perfilada por seu as-
pecto prático. No entanto, ao se deparar com o ser cuidado, o profissional 
de enfermagem reconhece que é impossível cuidar sem abarcar os dife-
rentes aspectos de sua natureza física, social, psicológica e espiritual. Para 
isso, sua relação com o ambiente necessita ser considerada para que re-
sulte em condições propícias para que o cuidado ocorra de forma interativa 
entre os elementos: cuidador – ambiente – ser cuidado (WALDOW, 2005).
O cuidado ultrapassa a compreensão comum e vai além da 
atenção à saúde desenvolvida por procedimentos técnicos. Reporta-se 
a ações de integralidade com significados e sentidos voltados para a 
promoção da saúde, como o direito do ser humano, expresso pelo res-
peito, acolhimento, atendendo ao indivíduo no momento de fragilidade 
social e/ou de sofrimento, em que a interação entre pessoas se torna 
característica desse contexto (PINHEIRO; MATOS, 2004).
Para que a interação se efetive, há necessidade de compreender 
que ela se faz pela troca de experiências e não unidirecionalmente (STE-
FANELLI, 2005 apud SILVA, 2007). No modelo biomédico hegemônico 
existem poucos espaços para a escuta dos pacientes e de seus anseios, 
tensões e sofrimentos. Esses sentimentos estão presentes de modo in-
tenso e contínuo no processo de adoecimento, principalmente nos casos 
em que os pacientes se deparam com a ausência de prognóstico de cura.
Destarte, o cuidado profissional auxilia o indivíduo no enfren-
tamento de situações relativas à doença, na redução do impacto e so-
frimento causados por ela, bem como dá oportunidade às pessoas de 
expressar e compartilhar seus sentimentos (LACERDA; VALLA, 2005).
O cuidado se traduz no ato de reciprocidade prestado a nós 
mesmos e que nos torna capazes e autônomos para prestá-lo a outros 
que apresentam definitiva ou temporariamente necessidade de ajuda 
(COLLIÈRE, 1999 apud SILVA, 2007).A natureza do cuidado se torna 
imprescindível à Enfermagem como disciplina e profissão, pois ele não 
se desenvolve no vazio, mas no contexto em que está inserido, levando 
em conta as experiências humanas, a subjetividade, a consciência e 
a vida, sentindo primeiramente em si próprio, para então buscá-las no 
outro (SILVA, 2000 apud SILVA, 2007).
O cuidado é o resultado do processo de cuidar, que se distingue 
pelo encontro entre o ser cuidado e o cuidador em ambiente propício, 
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envolto por comportamentos e atitudes que se destacam pelo respei-
to, gentileza, responsabilidade, interesse, segurança e oferta de apoio, 
confiança, conforto e solidariedade. Entretanto, é importante destacar 
que esses fatores só são efetivados em ambiente interacional e comu-
nicacional, uma vez que ao faltarem interação e comunicação o cuidado 
se torna simples procedimento técnico (WALDOW, 2005).
Os profissionais de enfermagem ao assumir seus papéis com 
responsabilidade, tendem a sentir-se integrados ao seu meio e, assim, 
aprimorar sua percepção. Nesse sentido, passa a existir a oportunidade 
de experimentar sentimentos de motivação com elevação da autoesti-
ma ao se perceber como profissional competente, capaz de contribuir 
com a sociedade ao cuidar do outro em suas necessidades básicas 
humanas (BISON, 2003).
Entretanto, de forma geral, a academia tem discutido pouco 
sobre o cuidado com foco na integralidade do ser humano, o que acaba 
resultando no despreparo dos profissionais de saúde para lidar com as 
situações que se apresentam no cotidiano da prática profissional (LA-
CERDA; VALLA, 2005).
A preocupação de ser reconhecido como profissional com atri-
buições e competências para o cuidado não se deve centrar unicamen-
te em aplicação de técnicas e procedimentos. A percepção do cuidado 
deve ser ampliada ao levar em consideração igualmente a percepção 
daquele que recebe o cuidado por intermédio dos processos comunica-
cional e interacional (WALDOW, 2007).
O cuidado humano de enfermagem é imbuído de sentimentos 
e valores que podem fortalecer ou enfraquecer as oportunidades de 
criar vínculo e interação entre cuidador e ser cuidado. Para isso, as 
pessoas que estão envolvidas nesse cuidado necessitam perceber o 
outro e suas necessidades, o ambiente e os fatores a eles relacionados 
e, não menos importante, a percepção de si mesmas (BISON, 2003).
A percepção é entendida como processo interativo do indiví-
duo com o meio ambiente, em que se adquire conhecimento por meio 
dos sentidos. Seu conceito, de modo mais amplo, é caracterizado pelo 
processo de cognição em que os procedimentos mentais se realizam 
mediante o interesse ou a necessidade de estruturar nossa interface 
com a realidade e o mundo e selecionar as informações percebidas, 
armazenando-as e conferindo-lhes significado. Ela pode ser conside-
rada um dos principais comportamentos recorrentes, através dos quais 
construímos nossa realidade (OLIVEIRA; DEL RIO, 1999).
O termo percepção designa o ato que nos proporciona con-
dições para conhecermos um objeto do meio exterior. A maior parte 
de nossas percepções conscientes provém do meio externo, pois as 
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sensações dos órgãos internos não são conscientes na maioria das ve-
zes e desempenham papel limitado na elaboração do conhecimento do 
mundo. Trata-se a percepção como uma situação subjetiva baseada 
em sensações, acompanhada de avaliação e frequentemente de juízos.
Assim, é possível perceber o ambiente de várias maneiras, em 
que indivíduos diferentes percebem um mesmo espaço de forma distin-
ta (OLIVEIRA; DEL RIO, 1999).
A percepção das ações de enfermagem se torna referência 
para se ter consciência dos elementos que norteiam e fortalecem a re-
lação entre o profissional de enfermagem e a pessoa cuidada no am-
biente e no instante do cuidado.
Confirma-se que a percepção é subjetiva e importante para nu-
trir a essência do momento do cuidado, dignificando a condição de ser 
humano, dando-lhe oportunidade de fortalecer sua autonomia (RIVERA 
ÁLVAREZ; TRIANA, 2007 apud SILVA, 2007).
A arte de cuidar também passa por atender às necessidades e 
desejos dos pacientes, igualmente dos seus familiares!
Figueiredo et al. (2003) vêm algum tempo se propondo a am-
pliar esse entendimento da enfermagem para além desse cuidado, par-
tindo do discurso ecológico, ou seja, todos nós vivemos em um grande 
sistema aberto, em que faz trocas ao se relacionar com os outros, ao 
procriar seus filhos, ao estudar, ao ensinar e ao trabalhar.
Esse entendimento se fundamenta num registro de Guattari 
(1995) chamado de Ecosofia – uma filosofia ecológica –, que exige uma 
compreensão sobre o ambiente em que tudo acontece, sobre as relações 
pessoais (ninguém vive sem se relacionar com o outro de modo concre-
to) e sobre a subjetividade humana (tudo aquilo que envolve o subjetivo, 
nosso modo de ser e de pensar, nem sempre expressado de forma clara).
Assim, o ambiente do cuidado pode estar no hospital, no posto 
de saúde, nas instituições sociais e religiosas, nas ruas, nas praças, nos 
clubes, nas saunas, nos presídios, nos espaços de prostituição. Isso 
significa que é preciso pensar um macroambiente (o próprio mundo) 
e um microambiente (um pedaço do todo: hospital, nossa casa, nosso 
trabalho). Nada é isolado do todo, o todo não é isolado de sua parte.
Os mesmos autores nos cobram estar atentos a tudo que 
acontece ao nosso redor, principalmente no ambiente de trabalho, pois 
de alguma maneira somos nós quem fazemos a ponte entre os demais 
profissionais, o cliente/paciente, sua família, que buscamos equilibrar o 
sistema institucional de saúde.
Pois bem, os cuidados envolvem a circulação do ar não so-
mente de forma adequada, mas para deixar o ambiente sadio e agradá-
vel; envolvem uma iluminação que não incomode o cliente; manter os 
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ruídos num nível suavizado; manter igualmente limpos os ambientes, o 
leito, os sanitários, os materiais usados pelo cliente, de maneira higiêni-
ca e esterilizada, até mesmo móveis em boa aparência.
Evidente que deveria partir da administração a atenção para es-
ses cuidados provendo com recursos e mobiliários, utensílios necessá-
rios, mas o cuidar deles, o zelo pode partir de nós mesmos no cotidiano.
Uma vez que vivemos em um ambiente amplo, a partir do mo-
mento que necessitamos ficar “presos” a uma cama de hospital, a vida nos 
mostra aquela pequena parcela que muitas vezes é, digamos, ‘feia’ e po-
demos perder um tanto da autoestima, somando-se a ela, sentimentos de 
tristeza, de desprezo podem contribuir de maneira negativa e ao contrário 
de nos fortalecermos, podemos somatizar e arrastar o estado de ‘doente’.
Então, é chegado o momento de amenizar esses sentimentos 
e buscar atender para além das necessidades básicas, irmos de encon-
tro aos desejos dos nossos clientes.
Criar um ambiente agradável exige uma investigação detalha-
da sobre os hábitos e estilos do cliente. Por exemplo, onde mora, como 
é sua residência e o que há dentro dela, se gosta de música e que tipo 
gosta de ouvir, se gosta de ler e que leitura faz, se gosta de ver TV e 
qual é o programa de sua preferência, que religião pratica, a que horas 
se alimenta, como faz sua higiene corporal, qual é o seu lazer preferido. 
Isso é o mínimo que deveríamos saber sobre aqueles de quem cuida-
mos e com quem passamos parte do nosso tempo.
Conhecendo esses fatos, poderemos fazer um diagnóstico de 
suas necessidades e de seus desejos, que ultrapassam as suas dimen-
sões biológicas, afinal de contas sabemos que as pessoas, com ou sem 
saúde, têm necessidades humanas básicas a serem atendidas. A maioria 
é de ordem biológica, mais concreta e ligada à sobrevivência humana.
A teoria das necessidades humanas básicas de Maslow (1968) 
e sua apropriaçãopor Horta (1995) – autores que ainda hoje são atuais 
para apoio teórico no cuidado –, classifica essas necessidades da se-
guinte maneira:
1. Necessidade de oxigenação - respirar, viver.
2. Necessidade de eliminação - tudo que entra no organismo 
e não é absorvido, além dos resíduos provenientes da nutrição e das 
trocas químicas celulares, deve ser eliminado.
3. Necessidade de alimentação - não é possível viver sem se 
alimentar.
Essas três primeiras necessidades são fundamentais para a 
manutenção da vida. O não-atendimento delas provoca doenças e até 
a morte.
4. Necessidade de pertencer - todo ser humano deve ter uma 
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ligação com alguém, geralmente sua família.
5. Necessidade de segurança - fundamental para manter o 
equilíbrio na vida, no trabalho, na doença.
6. Necessidade de amor - todos nós precisamos ser amados e 
isso envolve vários tipos de amor, inclusive o da enfermagem pelo ser 
humano.
Vejamos a ilustração abaixo:
Elementos que compõem desejos e necessidades humanas
Em qualquer que seja a situação, todo ser humano tem neces-
sidades (clientes, equipe de saúde, funcionários técnicos, família, etc.), 
e todas elas devem ser consideradas.
As necessidades básicas não são as únicas responsáveis pela 
vida e pela alegria de viver. O desejo é fundamental como dimensão 
subjetiva que move o corpo a desejar, querer, sonhar, imaginar, lutar, 
ser livre, criar, escolher. Embora essa palavra esteja marcada por um 
processo histórico e religioso no qual sempre esteve ligada à carne e ao 
ato sexual, com um forte sentido erótico, a nossa visão teórica apoia-se 
em outros autores que falam sobre o desejo (FIGUEIREDO, 2003).
Teixeira e Figueiredo (2001) publicaram um livro em que, entre 
várias conclusões, afirmam que a enfermagem tradicional, apoiada na 
pedagogia de um sujeito passivo (cliente), entende a necessidade do su-
jeito como sobrevivência, alguém que precisa de nós para ser educado e 
cuidado, uma vez que somos técnicos de saúde que detêm o saber e o 
poder sobre os seus corpos, descritos pela cultura biomédica. Portanto, 
necessidade é sobrevivência biológica: os órgãos e sistemas do corpo 
precisam respirar, alimentar, eliminar, amar (sobrevivência objetiva).
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O desejo, por sua vez, é motivado por impulsos que estimulam 
o sujeito para vida, para superar problemas, adquirir coisas; é de ordem 
subjetiva. Hoje entendemos que é necessário considerar essas duas 
dimensões no cuidado.
No entanto, a necessidade não é apenas aquela da concepção 
humana de Maslow, nem o desejo é apenas demanda psicológica com 
origem na necessidade. O desejo tem autonomia: quando o sujeito tem 
sede, ele necessita de água, mas pode desejar beber água com gás, na 
garrafa, na lata, etc.
Assim, o homem desejante de quem a enfermagem cuida é 
um sujeito singular, único (não existe outro igual a ele), e deve receber 
um ambiente em que possa viver os dias de internação sem muito so-
frimento. Podem existir doenças iguais (diabetes, por exemplo), mas as 
pessoas são outras, com outras origens, outros estilos, outras histórias, 
outras vivências e experiências, inclusive a de ser diabético. Enfim, o 
cliente é um ser único que quer se realizar, que não pode ser generali-
zado e que tem dimensão inconsciente.
Quando a enfermagem focaliza as necessidades para cuidar, 
ela está usando uma base instrumental-funcional como profissional do 
saber-fazer. Porém, quando inclui o desejo no cuidado, ela utiliza uma 
base sensível como profissional que aparentemente sabe e pode por-
que essa base sugere uma estética da vida. Se cuidarmos tendo em 
conta essas duas bases, estaremos criando uma ruptura com aquilo 
que fizemos e ensinamos ao longo de nossas vidas de enfermeiros e 
docentes de enfermagem. Estaremos incluindo mudanças e transfor-
mações, quem sabe até criando outras necessidades e desejos não só 
para os clientes, mas também para a enfermagem.
Por fim, ao adoecer e internar-se, o sujeito muda de seu habitat 
natural (sua casa) para um outro habitat (o hospital). Uma vez interna-
do, a enfermagem deve criar condições para que o cliente mantenha 
suas necessidades e desejos aguçados e assim mantenha a vontade e 
o impulso de voltar para o fluxo da vida.
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S ÉTICA E BIOÉTICA
Apesar de toda a evolução do conhecimento e da tecnologia 
na área da saúde, o instrumental mais importante para cuidar do ser 
humano continua sendo o cuidado.
Paralelamente, o simples fato da disponibilidade de um deter-
minado conhecimento ou tecnologia não é argumento válido o bastante 
para aplicá-lo em toda e qualquer situação da prática profissional. Sempre 
será necessário analisar os aspectos positivos e negativos de qualquer 
ação, tendo por referência os valores que dão origem à mesma, seja para 
a pessoa assistida, seja para grupos da população. O estudo e análise 
desses aspectos, ou seja, do valor de uma ação, é o que se denomina, no 
seu sentido amplo, ética (TOCANTINS; SILVA; PASSOS, 2003).
ÉTICA
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A ética pode ser entendida como o “estudo dos juízos de apre-
ciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto 
de visto do bem e do mal, seja relativamente a determinada socieda-
de, seja de modo absoluto”. (FERREIRA, 2004). Nesse sentido, a ética 
sempre irá referir-se ao valor da ação humana, à ação de um ser cons-
ciente, racional e com liberdade para optar por este ou aquele valor para 
fundamentar o seu agir em determinadas situações da vida. A pessoa, o 
ser humano, é o valor central de tudo quanto nos rodeia.
Contudo, mesmo com essa liberdade de agir de cada ser hu-
mano, o valor deste agir é constituído concretamente mediante relações 
com outros seres humanos. Assim, os orientadores da validade dos va-
lores do agir de cada ser humano são o convívio e o aprendizado das 
regras e valores de diferentes grupos humanos.
Falar em ética nos reporta quase que automaticamente para a 
moral! Esta palavra moral tem sua origem no latim (more) e remete aos 
usos e costumes. O conjunto de regras de conduta consideradas como 
válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para 
grupos ou pessoa determinada, é denominado moral. Como conjunto 
de normas e costumes, ao mesmo tempo em que tende a regulamentar 
o agir das pessoas, a moral oportuniza refletir sobre o valor do agir hu-
mano. Com esse entendimento, a ética é o estudo, a análise, a discus-
são da moral do agir humano em determinada realidade.
Enquanto a regra moral é ideal e se fundamenta no respeito 
a essas regras a partir de convicções próprias de cada ser humano, a 
regra legal é uma norma prática, de aplicação compulsória e faz agir por 
obrigação externa, por conformidade à lei.
Nesse sentido, o questionamento quanto à eticidade de deter-
minada ação ocorre quando existem dúvidas quanto à adequação moral 
de cada escolha, quando a escolha envolve proposições opostas ou 
uma situação com apenas duas possibilidades de ação difíceis ou pe-
nosas, ou seja, um dilema ético (TOCANTINS; SILVA; PASSOS, 2003).
A ética, de forma geral, ocupa-se da análise do que é bom (ou 
correto) e do que é mau (ou incorreto) no agir humano. A ética aplica-
da, nessa mesma linha de pensamento, trata de questões relevantes à 
pessoa e à humanidade.
A partir de 1960, a preocupação mundial com as questões mo-
rais em diferentes setores da sociedade fez emergir, segundo Clotet 
(1997), entre outras:
• ética dos negócios, em que a questão da corrupção e abusos 
econômico-financeiros passaram a ser objeto de discussão;
• ética ambiental, envolvendo principalmente os valores a fun-
damentar a defesa da preservaçãoe proteção do meio ambiente;
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• bioética, cujo objeto de estudo ético tem como realidade a 
vida dos seres humanos em geral, significando um diálogo para formu-
lar, articular e resolver dilemas que emergem das propostas de pesqui-
sa e intervenção sobre a vida, a saúde, o meio ambiente.
Ao focalizar a reflexão ética no fenômeno da vida, e conside-
rando o dinamismo dos eventos vitais, as temáticas tratadas pela Bioé-
tica podem ser subdivididas em: aquelas que emergem dos conflitos en-
tre o progresso das ciências e os direitos humanos, como a fecundação 
artificial, a clonagem; e aquelas presentes no cotidiano das pessoas, 
como a eutanásia, o aborto, a violência.
A Bioética é o estudo sistemático das dimensões morais – in-
cluindo visão moral, decisões, condutas e políticas – das ciências da 
vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de metodologias éti-
cas em um cenário interdisciplinar. (REICH, 1995 apud TOCANTINS; 
SILVA; PASSOS, 2003). Com esse entendimento, a Bioética envolve o 
estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e 
da atenção à saúde, conduta esta examinada à luz dos valores e princí-
pios morais (GONÇALVES, 1994).
No que se refere aos cuidados e à atenção à saúde, e tendo 
por base a sua diretriz central, os valores que fundamentam o agir no 
setor saúde podem ser agrupados em:
• orientados por recursos – na situação em que a diretriz cen-
tral são os recursos, predomina o valor do custo-benefício, isto é, a rela-
ção entre o custo de investimentos em recursos financeiros, materiais e 
recursos humanos e o benefício de alcançar o máximo de saúde;
• orientados por doenças – quando a diretriz central é a doença, 
o valor presente é de que qualquer problema de saúde pode ser elimina-
do pela aplicação de tecnologias médicas e de saúde. Nesse contexto, 
ela é entendida como a ausência de qualquer doença, entendida por sua 
vez como apresentando um fundamento fisio-biológico particular, passí-
vel de ser diagnosticado pelo profissional de saúde. Assim, o valor po-
sitivo da assistência de saúde é o adequado tratamento dos indivíduos 
que apresentam uma doença, contribuindo para a eliminação de sinais e 
sintomas fisiobiológicos, caracterizados como situação de anormalidade;
• orientados por decisões políticas – o agrupamento das ações 
que envolvem decisões políticas trazem em destaque os valores e interes-
ses das lideranças políticas, que em princípio expressam os problemas de 
saúde da população de uma região ou país, envolvendo implicitamente a 
questão do direito como cidadão, a saúde e equidade no acesso a serviços;
• orientados por valores de clientes e familiares – o agir no 
setor saúde que tem como diretriz central os clientes e seus familiares 
apresenta como valor central os valores daqueles que se beneficiam da 
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assistência à saúde.
Nessa situação, as necessidades concretas de assistência de 
saúde da pessoa ou de grupos da população são concebidas não como 
uma concepção abstrata, mas, tendo por referência problemas viven-
ciados, como a única forma possível de garantir o preenchimento do 
seu direito à saúde e ao bem-estar.
Os valores da atenção à saúde podem ser refletidos e anali-
sados, no sentido ético, tendo por fundamento princípios morais. Os 
princípios que orientam a análise de dilemas éticos, tanto aqueles que 
emergem da vida em geral quanto aqueles que envolvem o setor saúde 
(como os valores da prática profissional), são o respeito à autonomia, 
à beneficência, à não-maleficência e à justiça (BEAUCHAMP; CHIL-
DRESS, 1994 apud TOCANTINS; SILVA; PASSOS, 2003).
A concepção central que fundamenta o princípio da autonomia 
é a autogovernabilidade, a de que cada pessoa é soberana para decidir 
tudo o que se refere ao seu corpo, ao seu pensar e ao seu agir. Está 
implícita a perspectiva social de respeito a outro ser humano, ou seja, o 
respeito à autonomia de modo recíproco.
O princípio do respeito à autonomia tem como valor fundamen-
tal que cada ser humano é capaz de decidir sobre o que é melhor para si 
mesmo e para seu grupo. Assim, não considerar essa capacidade, seja 
negando a liberdade pessoal e social de agir, seja omitindo informações 
disponíveis que subsidiam o julgamento do seu agir, significa faltar com 
respeito a essa autonomia. Alguns trechos do Juramento Profissional do 
Enfermeiro – “respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, 
exercendo a enfermagem com consciência e fidelidade”; “respeitar o ser 
humano desde a concepção até depois da morte” – focaliza como valor 
central o respeito pela autonomia daquele que é assistido e a responsa-
bilidade pelo seu agir profissional.
Paralelamente, faz-se importante destacar que o reconheci-
mento, total ou parcial, da capacidade de julgamento e decisão de uma 
pessoa pode variar de acordo com a cultura do grupo ou sociedade que 
integra. Dessa forma, aqueles que na nossa sociedade são considerados 
legalmente imaturos (menores de idade), aqueles considerados incompe-
tentes para fazerem julgamentos ou se autogovernarem (doentes men-
tais) ou aqueles institucionalmente impedidos de exercerem a sua liber-
dade de ação (presidiários) requerem proteção da sua autonomia para, 
em última instância, não serem desrespeitados como seres humanos.
O princípio da beneficência tem o bem como fundamento bási-
co de toda e qualquer ação profissional de saúde, isto é, o valor moral 
de agir em benefício de outros. Com esse entendimento, a assistência à 
saúde visa sempre os interesses do cliente, da família e da comunidade.
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A beneficência distingue-se da benevolência; enquanto a pri-
meira refere-se à característica da ação que visa o bem, a segunda 
caracteriza a atitude de boa vontade de uma pessoa em relação a outra. 
O bem visado pela ação do enfermeiro – e explicitamente detalhada 
no seu juramento profissional – é a vida, tanto na dimensão individual 
como coletiva (“respeitar o ser humano desde a concepção até depois 
da morte”; “atuar junto à equipe de saúde para o alcance da melhoria 
do nível de vida da população”) (TOCANTINS; SILVA; PASSOS, 2003).
O princípio da não-maleficência tem como valor máximo que 
qualquer ação deve, em primeira instância, não infligir dano intencional 
(primum non nocere). Esse princípio também está explícito no juramen-
to profissional do enfermeiro – “não praticar atos que coloquem em risco 
a integridade física ou psíquica do ser humano”.
Muitos autores entendem que o valor da ação profissional “não 
causar dano” é complementar ao valor do princípio da beneficência, 
especificando que uma ação benéfica deve priorizar em primeiro lugar 
“não colocar em risco a saúde e a vida” e em segundo lugar “maximizar 
os benefícios”. Essa priorização, denominada “dever prima facie”, justi-
fica-se pelo fato de, ao prevenir um dano intencional, o profissional está 
concretamente tendo em vista um bem.
A distribuição justa, equitativa, apropriada e universal no que se 
refere aos benefícios dos serviços e das ações dos agentes de saúde é 
o valor que compõe o princípio da justiça aplicado ao setor da saúde e à 
prática profissional, também chamado Justiça Distributiva. É um dos valo-
res implícitos no juramento do profissional enfermeiro: “atuar junto à equi-
pe de saúde para o alcance da melhoria do nível de vida da população”.
O Princípio da justiça distributiva inclui o entendimento de que 
o Estado, nos seus diferentes níveis, tem como dever promover o direito 
à saúde universal, isto é, o bem-estar coletivo. Apesar de todos os va-
lores sociais deverem ser distribuídos igualmente – critério da equidade 
–, uma distribuição desigual tem valor moral positivo desde que redunde 
em vantagem para todos, especialmente os mais necessitados.
Nesse contexto, é importante nãoconfundir os termos justiça e 
direito; a justiça refere-se a um critério moral, enquanto o direito é con-
cretizado no convívio em sociedade.
Uma das áreas na qual a Ética sempre ocupou um lugar de desta-
que é a da saúde, particularmente em questões que envolvem vida e mor-
te. Com a evolução e a diversificação das práticas no setor saúde, emerge 
a particularidade de diferentes ações profissionais, entre as quais, os de 
Enfermagem, que por sua vez fundamenta-se em valores distintos.
O conteúdo nuclear da enfermagem pode ser descrito por meio 
de três conceitos centrais:
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• ser humano – aquele que é assistido e recebe cuidados de 
enfermagem, podendo estar representado por uma pessoa, uma famí-
lia, uma comunidade ou grupos da sociedade;
• meio ambiente – representado pelos arredores institucionais 
imediatos, a comunidade ou o entorno social, que se relaciona de modo 
direto e/ou indireto com o ser humano;
• saúde – expresso pelo bem-estar, individual e/ou coletivo, de-
cidido mutuamente pelo ser humano assistido e o enfermeiro.
A articulação da especificidade destes conceitos aponta para 
os valores e a direção de seus fatos e eventos, valores estes expressos 
no Código de Ética desses profissionais que veremos mais adiante.
Voltando então à questão da humanização, Baraúna (2007) a 
entende como um processo de construção gradual, realizada através do 
compartilhamento de conhecimentos e de sentimentos.
As ações de humanização englobam muitas e diversificadas 
práticas profissionais que vêm sendo introduzidas no tratamento de 
pessoas hospitalizadas, como, por exemplo: a psicologia, a terapia ocu-
pacional, a arteterapia, a contação de histórias, a arte do palhaço, as 
artes plásticas, o toque terapêutico, a massoterapia, etc.
Nas ações da humanização, procura-se resgatar o respeito à 
vida humana, a nossa e a do paciente. Mais do que isso, humanizar é 
adotar uma prática na qual o enfermeiro, o profissional que cuida da saú-
de do próximo, enfim, toda a equipe multiprofissional do hospital, encon-
tre a possibilidade de assumir uma posição ética de respeito ao outro, de 
acolhimento do desconhecido, do imprevisível, do incontrolável, do dife-
rente e singular, reconhecendo os seus limites (CEMBRANELLI, 2007).
Quando falamos, portanto, em “humanização do atendimento”, 
não falamos apenas em resgatar o mais bonito do humano ou o quanto 
somos “maravilhosos”, mas resgatar-nos de uma forma mais inteira, mais 
coerente em todas essas nossas dimensões da comunicação. Temos que 
ser capazes de não ficar imaginando que “em algum lugar do planeta” nos 
comunicaríamos muito bem, mas sim entendermos que a nossa habilidade 
de comunicação passa pela verdade de sermos capazes de nos relacionar 
com quem existe à nossa volta; que as pessoas que nos rodeiam são os 
nossos professores de comunicação, e que melhorar a nossa comunica-
ção significa conquistar o melhor de nós mesmos, significa colocarmos a 
atenção em dimensões que, muitas vezes, não a pomos (SILVA, 2007).
Relembrando, a definição do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) 
à humanização em hospitais envolve essencialmente o trabalho conjun-
to de diferentes profissionais, de toda a equipe. O trabalho interdisciplinar 
pode favorecer a uma multiplicidade de enfoques e alternativas para a com-
preensão de aspectos que estão envolvidos no atendimento ao paciente. 
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Isto tudo pode colaborar para o estabelecimento de uma nova cultura de 
respeito e valorização da vida humana no atendimento ao paciente.
É necessário mudar a forma como os hospitais se posicionam 
frente ao seu principal objeto de trabalho – a vida, o sofrimento e a dor 
de um indivíduo fragilizado pela doença. De nada valerão os esforços 
para o aperfeiçoamento gerencial, financeiro e tecnológico das organi-
zações de saúde, pois a mais extraordinária tecnologia, sem ética, sem 
delicadeza, sem respeito, não produz bem-estar. Muitas vezes, deserti-
fica o homem (BRASIL, 2004).
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), entidade que 
fiscaliza o exercício profissional de enfermagem em nível federal e es-
tadual, através dos seus Conselhos Regionais, foi criado em 12 de julho 
de 1973, por meio da Lei nº 5.905.
Conforme preceituava essa lei, o Conselho Federal de Enfer-
magem (COFEN) organizou três quadros distintos para fins de inscri-
ção: quadro I (enfermeiros), quadro II (técnicos), quadro III (auxiliares 
de enfermagem, práticos de enfermagem e parteiras práticas).
A Lei nº 5.905/73 determinava que fosse adotado como critério 
da categorização de enfermagem o disposto na Lei nº 2.604/55, a qual 
regulamentava o exercício da enfermagem antes de ser substituída pela 
Lei nº 7.498/86. O técnico de enfermagem, categoria surgida em 1966, 
não estava incluído nessa lei, que é de 1955. O COFEN, fundamentan-
do-se na legislação de ensino, decidiu criar o quadro II para incluir essa 
categoria (OGUISSO; SCHMIDT, 1999).
A filiação ao sistema COFEN/COREN é obrigatória e abrange 
todas as categorias profissionais de enfermagem. A votação nas elei-
ções para compor a diretoria é compulsória, sob pena de pagamento de 
multa, correspondente a uma anuidade. Cada categoria vota em candi-
datos de seu quadro. O conselho é a única entidade de classe de vincu-
lação obrigatória para o exercício profissional. Com respaldo na Lei nº 
5.905/73, os conselhos regionais e o Conselho Federal de Enfermagem 
são órgãos com poder de fiscalização e regulamentação das atividades 
de enfermagem nas áreas de sua jurisdição territorial (no caso dos con-
selhos regionais) e em nível nacional, em se tratando de provimentos ou 
resoluções emanadas do COFEN.
Cabe lembrar que nem todas as profissões demandam um 
controle ou regulamentação, mas tão somente aqueles que no seu 
exercício, envolvam a preservação de certos valores elementares como 
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a vida, a integridade, a segurança física e social das pessoas.
O exercício do poder de disciplinar se verifica frequentemente, 
em nosso Direito, através de entidades especiais, criadas por autoriza-
ção legislativa do Congresso Nacional por lei específica, que estabele-
cem as diretrizes gerais sobre a disciplina e fiscalização das categorias 
técnico-profissionais jurisdicionadas.
Por sua natureza e as funções relevantes que desempenham, 
essas entidades representam um sistema especificamente destinado a 
verificar as condições de capacidade para o exercício profissional ten-
do, inclusive, autoexcecutoriedade para aplicar sanções disciplinares e 
administrativas à Pessoas Físicas e Jurídicas que sejam consideradas 
faltosas aos zelosos deveres da atividade profissional, após conclusão 
de um processo específico. Este é o caso do COFEN e dos CORENs.
Tanto que é da competência legal dos conselhos regionais e 
do Conselho Federal de Enfermagem a aplicação de penas aos profis-
sionais de enfermagem que cometam infrações ao Código de Ética de 
Enfermagem. Assim, o art. 18 da Lei nº 5.905/73 preceitua o seguinte:
Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem po-
derão ser aplicadas as seguintes penas:
I. Advertência verbal;
II. Multa;
III. Censura;
IV. Suspensão do exercício profissional;
V. Cassação do direito ao exercício profissional.
A referida lei, em seu § 10 do art. 18, destaca que as penas 
previstas nos incisos I, II, III e IV são da alçada dos Conselhos Regio-
nais, enquanto a pena do inc. V é de competência exclusiva do Conse-
lho Federal, ouvido o COREN interessado.
Além destas e de outras inúmeras atribuições legais do CO-
REN, podemos destacar as seguintes: deliberar sobre inscrições e seu 
cancelamento; disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observa-
das as diretrizes gerais do Conselho Federal; executar as instruções e 
provimentos doConselho Federal; manter o registro dos profissionais 
com exercício na respectiva jurisdição; conhecer e decidir os assuntos 
atinentes à ética profissional, impondo as penalidades cabíveis; elaborar 
a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento inter-
no e submetê-los à aprovação do Conselho Federal; expedir a carteira 
profissional indispensável ao exercício da profissão, que tem validade 
como registro de identidade ex vi Lei 6.206, de 07 de maio de 1975; 
zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam; propor ao 
Conselho Federal medidas visando à melhoria do exercício profissional; 
eleger sua Diretoria e seus Delegados Regionais e etc.
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O Conselho Federal, por seu turno, caracteriza-se como instân-
cia superior, uma vez que a sua missão precípua é ordenar e coordenar, 
através de seu poder normativo, não só as atividades dos profissionais 
como também de todo o SISTEMA COFEN/CORENs.
Dentre as inúmeras atribuições do COFEN, podemos destacar: 
aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais; instalar 
os Conselhos Regionais; elaborar o Código de Deontologia de Enferma-
gem e alterá-lo quando necessário, ouvidos os Conselhos Regionais; 
baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedi-
mento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais; dirimir dúvidas 
suscitadas pelos Conselhos Regionais; apreciar, em grau de recursos, 
as decisões Profissionais de identidade e as insígnias da profissão; ho-
mologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais; aprovar anual-
mente suas contas e a proposta orçamentária, remetendo-as aos órgãos 
competentes; publicar relatórios anuais de seus trabalhos; convocar e 
realizar eleições para sua diretoria e exercer as demais atribuições que 
lhe forem conferidas por lei (PINHEIRO; PARREIRAS,
Conforme o dizer de Meirelles (1990), o COFEN e os CORENs 
são entidades “sui generis”, porque além das funções administrativas co-
muns a quaisquer entidades, dispõem do poder normativo, para regula-
mentar e suprir a legislação federal no que concerne às atividades técni-
cas das profissões compreendidas nos serviços de enfermagem, sujeitas 
ao seu controle, sejam em instituições/entidades públicas ou privadas.
LEGISLAÇÃO
Focando na área de Unidades de Terapia Intensiva, vale assi-
nalar a Resolução nº 7 de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe sobre os 
requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensi-
va e na Instrução Normativa nº 4, da mesma data, que dispõe sobre os 
indicadores para avaliação de UTIs.
Sem entrarmos no mérito da questão, em defesas ou ataques, 
sugerimos a leitura do artigo publicado no site portal da enfermagem, de 
autoria de Sérgio Luz (2012).
Ele comenta que um dos pontos mais polêmicos nas negociações 
foi a relação enfermeiro/paciente. A reivindicação era da proporção de 1 
enfermeiro para 5 pacientes, apesar das evidências técnicas e científica e 
concordância da maioria dos membros da mesa de negociação (...)
[...] Entretanto, de maneira unilateral e sem qualquer participa-
ção das entidades acima elencadas, a ANVISA, por meio da RESOLU-
ÇÃO – RDC Nº 26 DE 11 DE MAIO DE 2012, altera a Resolução RDC 
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nº 07, aumentando a relação de no mínimo um enfermeiro a cada dez 
leitos ou fração, em cada turno, além de suprimir a exigência de um 
técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio assistencial em 
cada turno. Trata-se de um odioso retrocesso, evidente resultado da 
pressão que as instituições hospitalares têm exercido sobre o governo 
para reduzir os seus custos. O artigo na íntegra encontra-se no site: 
http://www.portaldaenfermagem.com.br/plantao_read.asp?id=2952
Quanto aos indicadores (Instrução Normativa nº 4/10), os quais 
serão vistos ao longo do curso, abaixo encontra-se sua íntegra.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 
no uso da atribuição que lhe confere o inciso II, § 2°, do art. 55 do Regi-
mento Interno da ANVISA, aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 
354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de 
agosto de 2006, em reunião realizada em 22 de fevereiro de 2010, resolve:
Art. 1º - Em relação aos registros de avaliação de desempenho 
e do padrão de funcionamento global da UTI, assim como de eventos 
que possam indicar necessidade de melhoria da qualidade da assis-
tência, exigidos no Capítulo II, Seção IX - Avaliação, Artigo 48 da RDC/
ANVISA Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010, devem ser monitorados 
mensalmente, no mínimo, os seguintes indicadores:
I - Taxa de mortalidade absoluta e estimada;
II - Tempo de permanência na Unidade de Terapia Intensiva;
III - Taxa de reinternação em 24 horas;
IV - Densidade de Incidência de Pneumonia Associada à Ven-
tilação Mecânica (PAV);
V - Taxa de utilização de ventilação mecânica (VM);
VI - Densidade de Incidência de Infecção Primária da Corrente 
Sanguínea (IPCS) relacionada ao Acesso Vascular Central;
VII - Taxa de utilização de cateter venoso central (CVC);
VIII - Densidade de Incidência de Infecções do Trato Urinário 
(ITU) relacionada a cateter vesical.
Art. 2º Os indicadores relacionados nos incisos IV a VIII do Art. 
1º desta Instrução Normativa devem ser de acordo com o preconizado 
nos Critérios Nacionais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saú-
de, publicados pela ANVISA e disponibilizados no sítio eletrônico www.
anvisa.gov.br:
I - Neonatologia: Critérios Nacionais de Infecções Relaciona-
das à Assistência à Saúde;
II - Trato Respiratório: Critérios Nacionais de Infecções Rela-
cionadas à Assistência à Saúde;
III - Infecção do Trato Urinário: Critérios Nacionais de Infecções 
Relacionadas à Assistência à Saúde;
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IV - Corrente Sanguínea: Critérios Nacionais de Infecções Re-
lacionadas à Assistência à Saúde.
Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua 
publicação.
COMISSÕES DE ÉTICA
A Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, ao criar os conselhos 
de fiscalização do exercício profissional de enfermagem, estabeleceu 
suas competências. Com o correr dos anos, aumentou o contingente de 
profissionais de enfermagem, e hoje a enfermagem é o grupo numeri-
camente mais expressivo da área da saúde.
O COFEN (2001) normalizou a criação da Comissão de Ética de 
Enfermagem nas instituições de saúde em 1994, e o COREN-SP baixou 
um Regimento para criação, formação e funcionamento das Comissões de 
Ética de Enfermagem (CEE), que foi oficializado, incentivando-se a criação 
delas nos hospitais. Esse Regimento estabelece que o órgão represen-
ta o COREN, em caráter permanente junto às instituições de saúde, com 
funções educativas, fiscalizadoras e consultivas do exercício profissional e 
ético dos profissionais de enfermagem nas referidas instituições.
São finalidades da CEE as que constam do art. 30 do referido 
Regimento, que englobam as explicitadas na Resolução nº 172/94 do 
COFEN:
• garantir a conduta ética dos profissionais de enfermagem da 
instituição de saúde, pela análise das intercorrências notificadas por 
meio de denúncia formal e auditoria;
• zelar pelo exercício ético dos profissionais de enfermagem da 
instituição;
• colaborar com o COREN no combate ao exercício ilegal da 
profissão e na tarefa de educar, discutir, orientar e divulgar temas relati-
vos à ética dos profissionais de enfermagem.
A Resolução do COFEN e o Regimento do COREN são instru-
mentos legais importantes, mas insuficientes para a existência de uma 
CEE eficiente que atenda às necessidades de assessoria, consultoria e 
orientação dos profissionais de enfermagem nas instituições de saúde.
Por isso, é necessário que o COREN e as instituições de saúde 
invistam na formação de profissionais que irão atuar na CEE, prepa-
rando-os adequadamente. Convém lembrar que a formaçãocurricular 
na graduação não propicia esse preparo para enfermeiros, e a maioria 
deles nunca trabalhou em uma instância como essa. A falta de investi-
mentos nessa formação poderá comprometer a intenção de fortalecer a 
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atuação dos órgãos de fiscalização nas instituições de saúde. Por essa 
razão, o COREN precisa assessorar de forma permanente os membros 
da CEE, envolvendo também as chefias de enfermagem, em especial 
as de escalão mais elevado.
É imprescindível o apoio da gerência, diretoria ou chefia do serviço 
de enfermagem para que a CEE possa desempenhar seu papel, provendo 
local adequado para reuniões, orientações, consultas e acompanhamentos 
dos casos comunicados, pois não basta a existência de profissionais moti-
vados para desenvolver as atividades desse órgão. É mister também apoio 
do COREN para orientar os membros da CEE, as gerências de enferma-
gem e os profissionais, desde o momento da instauração do processo elei-
toral até a posse e o desenvolvimento de suas atividades.
Dentre vários estudos nessa linha de ação, existem alguns in-
teressantes citados por Freitas (2007) que valem ser expostos:
Ao tratar das infrações éticas envolvendo pessoal de enferma-
gem, em um hospital público, de grande porte, destinado ao ensino, ve-
rificou-se que, de um total de 62 denúncias, 90% partiram dos próprios 
funcionários do hospital e que os enfermeiros foram responsáveis pela 
maioria delas (72,5%) (MENDES; CALDAS JUNIOR, 1999). Esses dados 
foram corroborados por outro autor que constatou que, de um total de 
114 ocorrências ou infrações éticas, no período de 1995 a 2002, 97,37% 
delas haviam sido comunicadas pelos enfermeiros da instituição. Acre-
dita-se que tal fato se deva à maior autonomia e tomada de decisão do 
enfermeiro para encaminhar as ocorrências para a apreciação da CEE.
Em relação aos estudos mencionados, convém ressaltar as 
seguintes denúncias: maus-tratos aos pacientes (ofender, humilhar, 
não alimentar, agredir fisicamente e assediar sexualmente), indisciplina 
(agressões físicas entre membros da equipe, não cumprimento de ordens 
superiores, desrespeito a colegas, dormir durante o serviço, algazarra, jo-
gos, arrombamento de porta), negligência (descuido de material coletado 
de paciente, quebra de material hospitalar, não-atendimento às solicita-
ções do paciente, ausência da vigilância necessária do paciente), falsida-
de ideológica (registro no prontuário de ações não realizadas), imperícia 
(erros cometidos por incapacidade técnica do denunciado), ineficiência 
(desempenho incompleto de grande parte das tarefas solicitadas), impru-
dência (adoção de procedimento inadequado com conhecimento de suas 
possíveis implicações no que se refere a danos para o paciente), etc.
Daquele total de 114 ocorrências encaminhadas à CEE, 47,2% 
foram caracterizadas como tendo sido causadas por negligência dos pro-
fissionais envolvidos, 28,4% decorreram de imprudência, 11,8% foram 
causadas por imperícia, 8,3% estavam relacionadas à indução ao erro do 
profissional de enfermagem (prescrição médica inelegível, por exemplo) 
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e 4,2 % referiram-se à omissão propriamente dita, ou seja, não realização 
de um procedimento prescrito ou solicitado pelo médico ou pelo enfermei-
ro (não fazer mudança de decúbito, por exemplo). Esse estudo revelou 
também que a categoria mais envolvida com as ocorrências éticas foi a 
do auxiliar de enfermagem, independentemente de fatores como: negli-
gência, imperícia ou imprudência dos profissionais envolvidos. Tal fato se 
justifica pelo aumento crescente de auxiliares de enfermagem na presta-
ção de cuidados diretos de enfermagem, em substituição aos atendentes 
de enfermagem, que somente poderiam exercer atividades elementares 
de enfermagem, conforme Resolução COFEN nº 185/1995 por não terem 
formação específica regulada em lei (FREITAS, 2007).
Com relação aos direitos e deveres do paciente, Gauderer (1991) 
destaca o direito do paciente de obter informações sobre seu caso, por 
meio de cópias do seu prontuário, cujos registros devem estar em letra 
legível, incluindo exames, bem como o conteúdo desses documentos, tais 
como: anotações, evoluções, prescrições, laudos, avaliações, etc. Esse 
mesmo autor aponta que o paciente, o cônjuge ou os filhos têm o direito 
de gravar ou filmar atos médicos realizados, requerer que profissionais se 
reúnam para discutir a patologia para a tomada de decisão mais adequada, 
morrer dignamente, escolher o local e a maneira que julgar melhor para 
morrer, recusar tratamentos dispendiosos e de resultado imprevisível.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem é um pa-
râmetro para avaliar direitos e deveres dos profissionais dessa área, 
sejam em relação ao paciente, ao colega, às entidades de classe e à 
sociedade em geral. Além dos deveres dos profissionais, há também os 
deveres dos usuários dos serviços e das ações de saúde.
Kfouri Neto (2001) ressalta alguns deveres do paciente como 
seguir orientações ou prescrições técnicas, pois o descumprimento de-
sobriga o profissional de continuar lhe prestando cuidados. Entretanto, 
o paciente não pode ser abandonado em meio à assistência; por isso, 
deve-se assegurar o acompanhamento por outro profissional, igual-
mente capacitado para tal, evitando, assim, a alegação de que houve 
abandono ou quebra da continuidade da assistência e, por conseguinte, 
infração ética do profissional no que tange ao dever de não expor o pa-
ciente à situação de risco ou causar-lhe dano.
Cooperar com a assistência ou o tratamento constitui obrigação 
do paciente, o qual deve informar todos os dados que sejam de interesse 
para esse fim e que forem necessários para a elucidação de diagnóstico e 
implementação de condutas técnicas. Dessa forma, ele estará contribuin-
do para que o processo assistencial ocorra de maneira eficaz. No que se 
refere ao enfermeiro, exige-se que este profissional seja capaz de ouvir o 
paciente, investigar cuidadosamente suas queixas, respeitar suas crenças 
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e convicções, tratá-lo com respeito em sua dignidade, aplicando todos os 
esforços, meios e recursos disponíveis, a fim de aliviar o sofrimento, e aju-
dar nas medidas terapêuticas, sem riscos desnecessários ou previsíveis.
Orientar os profissionais de enfermagem, por meio de um pro-
cesso educativo-reflexivo permanente, é missão precípua da CEE, vi-
sando à prevenção de ocorrências éticas danosas ao paciente no exer-
cício da profissão. Desse modo, ao lembrar alguns desses direitos e 
deveres dos profissionais de saúde, e da enfermagem, convém frisar 
que tais obrigações devem ser sopesadas diante de cada caso concre-
to, seja pela chefia imediata, seja pela CEE, seja por outras instâncias 
internas ou externas nas instituições de saúde.
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