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02 envioAMk-TICAESUSTENTABILIDADE2022

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Ética e Sustentabilidade
Prof. Rodrigo Casagrande
rodrigo.casagrande@fgv.br
Rodrigo Casagrande é Doutor em Ciências Contábeis e
Administração, com Estágio Doutoral realizado na Université
de Montréal, no Canadá, e diploma emitido pela FURB –
Universidade Regional de Blumenau. Certificado pela
Fundação Getulio Vargas no Programa de Formação de
Conselheiros, atua como professor convidado no FGV
Management, desde 2016, e no FGV On-line, desde 2008. Além
do doutorado, possui os títulos de Mestre em Administração
de Empresas pela FURB, MBA em Gestão Empresarial pela
FGV, Especialista em Economia Empresarial pela UFRGS e
Bacharel em Ciências Econômicas pela UNISINOS. Autor do
livro Ética, Sustentabilidade e Diversidade, publicado pela
Editora FGV, participa como membro de conselhos consultivos
com um olhar especial para o ESG.
https://www.linkedin.com/in/rodrigo-casagrande-58245575/
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Ética e Sustentabilidade
Ementa
Ética, moral e valores. Ética nas organizações. Responsabilidade
Social Corporativa. Governança corporativa. Sustentabilidade
como vantagem competitiva.
96
Ética e Sustentabilidade
Imagens: Commons.com
¨O autointeresse deve ser moderado pela ética,
para que o comportamento puramente egoísta
ou exploratório seja a exceção e não a regra em
nossa sociedade¨. Adam Smith (1723-1790) 
Imagem: shutterstock_1076922281
“É claro que o executivo corporativo também é uma
pessoa por direito próprio. Como pessoa, ele pode
ter muitas outras responsabilidades que reconhece
ou assume voluntariamente — com sua família, sua
consciência, seus sentimentos de caridade, sua igreja,
seus clubes, sua cidade, seu país”.
Imagem: commons.wikimedia.org
1970 – Publicação do clássico artigo de Milton Friedman “A responsabilidade social dos
negócios é aumentar lucros” (tradução nossa), no The New York Times.
“Se essas são ‘responsabilidades sociais’, são 
as responsabilidades sociais dos indivíduos, 
não dos negócios”.
FRIEDMAN, M. The social responsibility of business is to increase its profits. The New York Times, setembro, 1970. Disponível em:
https://www.nytimes.com/1970/09/13/archives/a-friedman-doctrine-the-social-responsibility-of-business-is-to.html
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Ética e Sustentabilidade
Desde o surgimento dos primeiros agrupamentos sociais, cada um deles estabeleceu para si normas
de convivência, que assumiram a forma de valores, referentes ao bem e ao mal, aplicados à conduta de
indivíduos no meio social. Isso é o que se pode chamar de “moral”.
Naturalmente, todo conjunto de valores morais apresenta ampla variabilidade regional e temporal,
relativamente a cada cultura. É nesse sentido que dizemos que os valores variam dependendo de cada
sociedade (p. 18).
MACÊDO, I. I. de et al. Ética e sustentabilidade. Rio de Janeiro: FGV Ed., 2015.
A ética tem a ver com reflexão e discurso, estabelecendo o que se espera em termos do que seria bom e
justo. Nesse sentido, a ética é mais meditativa, pois requer atenção e aprofundamento, e procura
racionalizar sobre determinados comportamentos tendo a pretensão de ser universal na busca do bom e
do justo para a coletividade dos seres humanos.
SANTOS, A.R.dos; CASAGRANDE, R.M. Ética, Sustentabilidade e Diversidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2021.
A ética pode confrontar hábitos, costumes e cultura local, ou seja, as morais estabelecidas (p.75).
A moral é constituída por valores estabelecidos por uma determinada sociedade, sendo
transmitidos através:
 do processo educacional,
 pelas tradições e
 pelo convívio cotidiano.
A ética, por sua vez, tem a ver com o sentimento de bem-estar social (caráter universal)
e visa atender aos interesses e necessidades da coletividade (sociedade). Para ser ético tem
que ser bom e justo.
VÁZQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
Vázquez
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Ética e Sustentabilidade
“A principal causa do problema não são regulamentações e sistemas de 
compliance ineficientes. São as lideranças fracas e ineficientes da 
cultura corporativa.” 
“Em várias empresas empesteadas por crimes, os funcionários que 
entrevistamos sentiam-se frustrados com a falta de vontade da liderança de 
eliminar gestores seniores acusados de delitos.” 
“Para comunicar claramente a toda a empresa o que os líderes realmente querem dizer 
quando afirmam que comportamento ilícito não será tolerado, eles precisam 
responder aos crimes de forma decisiva, despedindo e tomando as medidas legais 
contra todos os perpetradores igualmente.” 
Fonte: HEALY, Paul; SERAFEIM, George. How to scandal-proof your company a rigorous compliance system is not enough. Harvard Business Review, v. 
97, n. 4, 05 jul. 2019, p. 42 .
Jeremy Bentham (1748-1832)
Imagem: commons.org
O mais elevado objetivo da moral é maximizar a felicidade, assegurando a hegemonia do prazer sobre a dor.
De acordo com Bentham, a coisa certa a fazer é aquela que maximizará a utilidade. Como utilidade ele
define qualquer coisa que produza prazer ou felicidade e que evite a dor e o sofrimento.
Se somarmos todos os benefícios dessas diretrizes e subtrairmos os 
custos, ela produzirá mais felicidade do que uma decisão alternativa?
 Bearbaiting
Fonte: DOS SANTOS, Antonio Raimundo; CASAGRANDE, Rodrigo Moreira. Ética, sustentabilidade e diversidade. Editora FGV, 2021.
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Ética e Sustentabilidade
Só porque algo proporciona prazer para muitas pessoas, isso não significa que possa ser considerada correto.
Immanuel Kant 1724 - 1804
Imagem: cardiff.ac.uk/
De acordo com Kant, o valor moral de uma ação não consiste em suas consequências, mas na intenção com
a qual a ação é realizada. O que importa é o motivo, que deve ser de uma determinada natureza. O que
importa é fazer a coisa certa, “por dever”, e não por algum outro motivo exterior a ela.
Kant faz uma comparação entre o imperativo hipotético, que é sempre condicionais, e um tipo de imperativo
incondicional: o imperativo categórico. ¨Se a ação for boa apenas como um meio para atingir determinada
coisa”, escreve Kant, “o imperativo será hipotético. Se a ação for boa em si, e, portanto, necessária para uma
vontade que, por si só, esteja em sintonia com a razão, o imperativo, nesse caso, será categórico.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
Herbert Simon,
Nobel de Economia,
em 1978.
Por que os resultados das decisões tomadas são 
apenas “satisfatórios”, e não ótimos? 
100
Ética e Sustentabilidade
Os tomadores de decisões são incapazes de operar em condições de racionalidade perfeita, 
em razão:
 da limitação de tempo e energia disponíveis para a tomada de decisão;
 das suas próprias limitações cognitivas;
 da complexidade das organizações modernas; 
 da falta de clareza das questões a serem decididas;
 da diversidade de interpretações;
 da possibilidade de informações incompletas ou inexistentes; e
 da incerteza na definição de critérios de avaliação de escolhas. 
É possível ser legal e, ao mesmo tempo, 
imoral e antiético?
Imagem: clip-art.library
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Ética e Sustentabilidade
Sócrates (470-399 a.C.) 
Dirigindo-se aos atenienses, Sócrates lhes perguntava qual o sentido dos 
costumes estabelecidos, transmitidos de geração para geração.
Imagem: essaywritingexpert
thauma => necessidade de se espantar
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
Aristóteles (384-322 a.C.) 
Saber Teorético => refere-se ao que existe ou acontece independente de nós.
Saber Prático (práxis) => aplica-se ao que se refere diretamente às nossas ações.
Teorético versus Práxis
Foto: MidoSemsem
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Ética e Sustentabilidade
Apegar-se às circunstâncias para justificar comportamentos pode ser um solo fértil para a prática do mal. Hannah
Arendt (1983) deixou uma grande reflexão para a humanidade com a experiência que teve no julgamento do nazista
Adolf Eichmann, em Jerusalém, em 1961. A escritora achou que se depararia com uma grandeza maléfica e encontrou,
na verdade, um homem desprovido de qualquer característica superlativa que o diferenciassedos demais, o que ela
definiu como um ¨vazio de pensamento”. O condenado acreditava que simplesmente cumpria o seu dever, atendendo a
ordens superiores e estimulado a subir na cadeia hierárquica.
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. Sônia Orieta Heinrich. São Paulo: Diagrama e Texto, 1983.
A gênese 
da
Governança Corporativa
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Ética e Sustentabilidade
Governança corporativa oferece diretrizes para a
harmonização de interesses, nas tomadas de decisão,
gestão de risco, práticas e modelos organizacionais.
Governança corporativa é “o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, 
monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, 
diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”
Imagem: Adaptada de Eliane LustosaCódigo das Melhores Práticas de Governança Corporativa (2015, p. 20)
Adicionalmente, a quinta edição do código, de 2015, destacou o bem comum como finalidade, a saber:
“boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas,
alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da
organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização,
sua longevidade e o bem comum”.
“Temos que construir o Estado não com as 
virtudes dos homens, que são escassas, 
mas com as paixões e vícios que são 
abundantes".
Baruch de Espinosa (1632-1677)
a arquitetura de governança
Imagem: commons.org
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Ética e Sustentabilidade
A gênese da Governança
o gigantismo e o poder das organizações
diluição do 
capital de 
controle
divórcio, 
propriedade e 
gestão
ascensão dos gestores
Fonte: Adaptado de ROSSETI, José Paschoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2016.
anos vendas 
unitárias
preço médio do 
modelo básico (US$)
receitas operacionais
(US$)
1908-09 10.607 850 9.016
1911-12 78.440 690 54.124
1913-14 248.307 550 136.569
1916-17 730.041 360 262.815
Fonte: Adaptado de WREN, Daniel A.; CORRÊA, Hamilton Luiz; CUSTÓDIO, Isaias. Ideias de administração: o pensamento clássico. 
São Paulo: Editora Ática, 2007.
Imagem: shutterstock_1770356987
105
Ética e Sustentabilidade
Jensen e Meckling (1976) postulam que 
o contrato entre o acionista e o 
executivo é permeado por uma relação 
de agentes, em que o primeiro é visto 
como principal, e o segundo, como 
agente. Se ambas as partes agirem de 
forma a maximizar as suas riquezas, é 
coerente acreditar que o agente nem 
sempre agirá em razão do interesse do 
principal.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H.. Theory of the firm: managerial
behavior, agency costs and owner-ship structure. Journal of Financial
Economics, v. 4, p. 305-360, 1976.
EISENHARDT, Kathleen M. Teoria da agência: uma avaliação e
revisão. Revista de Governança Corporativa, v. 2, n. 1, 2015.
Imagem: shutterstock
Teoria da Agência
2001 – Explosão dos escândalos corporativos de maquiagem de balanço, nos EUA.
2002 – Sancionada a Lei Sarbanes-Oxley (SOX).
O principal executivo e o diretor financeiro são corresponsáveis 
pela confiabilidade das demonstrações financeiras.
Devolução de bônus e lucros distribuídos no caso de a companhia
retificar demonstrações financeiras.
Definição de penas com multas que podem chegar a US$ 5
milhões e prisão de 20 anos.
106
Ética e Sustentabilidade
Fonte: Adaptado de IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de Governança Corporativa. 2015
Assembleia Geral
Auditoria 
Independente
Conselho de 
Administração
Conselho Fiscal
Comitê de 
Auditoria
Comitês
Diretor-Presidente
Diretores
Auditoria 
Interna
Governança
Administradores
Gestão
Governança corporativa representa o
arcabouço que utilizamos para tomar e impor
decisões coletivas, regulando a divisão e o
exercício do poder nas companhias, mas
assegurando aos proprietários – acionistas – as
condições e os instrumentos que permitirão
garantir que os agentes vão agir no seu
benefício.
Joaquim Rubens Fontes Filho
Imagem: Valor Econômico
107
Ética e Sustentabilidade
Princípios 
da 
Governança Corporativa
Princípios básicos
 responsabilidade corporativa;
 prestação de contas (accountability);
 transparência;
 equidade.
Sir George Adrian Hayhurst Cadbury
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Ética e Sustentabilidade
 Responsabilidade Corporativa - Os agentes de governança devem
zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as
externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar
as positivas, levando em consideração, no seu modelo de negócios, os
diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social,
ambiental, reputacional) no curto, médio e longo prazos. Movimentos
organizacionais em direção ao carbono líquido zero é um bom exemplo
de responsabilidade corporativa, pois trata-se de pauta global para a
contenção do aumento médio da temperatura da Terra.
 Transparência - Consiste no desejo de disponibilizar para as partes
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas
aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve
restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando
também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação
gerencial e que condizem com preservação e a otimização do valor da
organização. A adoção do GRI – Global Reporting Initiative para a
elaboração de relatórios detalhados sobre as ações sociais e ambientais,
além de econômicas, pode ser uma boa ação de transparência. Outra boa
prática de transparência é a divulgação do ESG (Environmental, Social and
Governance) Report, atrelando-o aos ODS – Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, da ONU>
Fonte: IBGC. Código das melhores práticas de governança 
corporativa. 5 ed. Brasília: IBGC, 2015. Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx
?PubId=21138
Equidade - Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e
demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus direitos,
deveres, necessidades, interesses e expectativas. A concessão de tag along pode ser
uma ação considerada em prol da equidade. Políticas de Diversidade & Inclusão, como
igualdade de gênero em cargos de gestão, processos de seleção exclusivamente para
pessoas negras e oportunidades para pessoas trans, são enquadradas nesse princípio.
Fonte: IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 5 ed. 
Brasília: IBGC, 2015. Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138
Prestação de Contas (accountability) - O princípio da prestação de contas fixa que
cada agente de governança deve prestar contas de sua atuação de modo claro e
compreensível, assumindo integralmente as consequências de seus atos ou omissões,
atuando sempre com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
É importante não confundirmos o princípio da prestação de contas com o princípio
da transparência. Accountability é uma palavra de origem inglesa que foi traduzida
para o português por meio da expressão “prestação de contas”, porém, há de se ter
cautela com tal tradução. Na acepção inglesa ela tem um significado mais próximo de
responsabilização, ou seja, aponta que quem desempenha funções de comando na
empresa deve regularmente dar explicações sobre o que faz, como faz, por qual
motivo faz, a qual custo e o que pretende ou vai fazer a seguir. Não se trata, portanto,
apenas de prestar contas em termos de demonstrar números ou relatórios, mas de
responder por tudo o que fez, faz, fará e até deixar de fazer.. Quando uma
organização prepara um relatório que demonstra suas práticas em relação à Lei
Sarbanes-Oxley ela está prestando contas ao órgão regulamentador.
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Ética e Sustentabilidade
Tag along
Mecanismo de proteção a acionistas minoritários, garantindo-lhes o direitode vender a sua participação, caso o controle da companhia seja adquirido
por um investidor que até então não fazia parte da mesma. Se a empresa
garantir um tag along de 100%, significa que o acionista minoritário
receberá 100% por ação do valor recebido pelo controlador.
Se o tag along for de 80% (mínimo admitido na Lei das S.A.), o minoritário
receberá essa proporção do valor pago por ação do majoritário. Pela lei, o
tag along só é garantido aos acionistas que possuírem ações ordinárias
(com direito a voto), a não ser em casos em que a empresa decide
estender o direito aos acionistas preferenciais, o que deve constar no
estatuto da empresa.
Poison Pills - A utilização de poison pills (pílulas de veneno) é uma forma de dificultar a aquisição hostil
de uma companhia. As pílulas de veneno são inseridas no estatuto da organização com o objetivo de
dificultar a tomada de controle. Caso um acionista (ou grupo de acionistas vinculados com acordo de
voto) atinja um determinado percentual do capital a necessidade de uma OPA - oferta pública para a
aquisição das ações dos demais acionistas é necessária.
Na Embraer, o preço por ação numa OPA 
deve ser de, no mínimo, 50% acima do pico 
de cotação da ação da companhia nos 12 
meses anteriores à oferta
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Ética e Sustentabilidade
Fonte: Adaptado de ROSSETI, José Paschoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2016.
Arquitetura 
de
Governança Corporativa
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Ética e Sustentabilidade
Fonte: Adaptado de IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de Governança Corporativa. 2015
Assembleia Geral
Auditoria 
Independente
Conselho de 
Administração
Conselho Fiscal
Comitê de 
Auditoria
Comitês
Diretor-Presidente
Diretores
Auditoria 
Interna
Governança
Administradores
Gestão
Pedro e a 
banca 
de mestrado
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Ética e Sustentabilidade
O Conselho Consultivo é de caráter não deliberativo, ou seja, um órgão com caráter
de assessoramento.
Conselho Consultivo
Geralmente, o papel do conselheiro consultivo é de emitir parecer e recomendação. É uma
opção cada vez mais comum para empresas em estágio inicial de governança e familiares.
Empresas de constituição societária familiar podem ter no Conselho Consultivo um órgão
facilitador de instalação paulatina ou transitória de práticas de governança, um embrião.
As responsabilidades dos conselheiros são bem menores que as descritas para o conselho
de administração, justamente por sua característica de orientar a equipe gerencial e não tomar
decisões para a empresas. Pode ser formado por conselheiros internos, externos ou
independentes que, mesmo sem poderes deliberativos, poderão dar suporte técnico às
decisões.
Conselheiros Internos – conselheiros que ocupam posição de diretores ou que são empregados
da organização.
Conselheiros Externos - são os conselheiros sem vínculo atual comercial, empregatício ou de
direção com a organização, mas que não são independentes, tais como ex-diretores e ex-empregados,
advogados e consultores que prestam serviços à empresa, sócios ou empregados do grupo
controlador, de controladas ou de companhias do mesmo grupo econômico e seus parentes próximos
e gestores de fundos com participação relevante.
Conselheiros independentes - são conselheiros externos que não possuem relações familiares, de
negócio, ou de qualquer outro tipo com sócios com participação relevante, grupos controladores,
executivos, prestadores de serviços ou entidades sem fins lucrativos que influenciem ou possam
influenciar, de forma significativa, seus julgamentos, opiniões, decisões ou comprometer suas ações no
melhor interesse da organização¨. O IBGC preconiza que os conselheiros independentes devem
ocupar participação relevante em relação ao número total de conselheiros.
As três classes de conselheiros
Fonte: IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 5 ed. Brasília: IBGC, 
2015. Disponível em: https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138
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Ética e Sustentabilidade
Conselho de Administração
Imagem: shutterstock_383860597
Benefícios versus Riscos
Assim como acontece com os sócios da empresa e seus gestores, os conselheiros têm
responsabilidade nas áreas civil e penal, societária, tributária, trabalhista, ambiental, falimentar e
concorrencial. Podem ser responsabilizados pela teoria da culpa (imprudência, negligência ou imperícia)
ou dolo (com intenção). Também são passíveis de julgamento pela teoria do risco (basta haver o dano e o
nexo de causalidade entre o agente e o dano).
Órgão colegiado, que toma decisões por
deliberação, encarregado do processo de decisão
de uma organização em relação ao seu
direcionamento estratégico, além de fazer o
monitoramento da atuação da alta administração.
Os conselhos ajudam no aumento da qualidade
das decisões, desenvolvimento estratégico,
compliance, mitigação de riscos e, como
consequência, melhoram o resultado
Fonte: DA SILVA, Sandra Regina. Para incluir o conselho em seu mapa. HSM 
Management 132, jan/fev 2019, p. 47
Fonte: GUERRA, Sandra. A caixa-preta da governança. Editora Best Seller, 2017.
Competências técnicas e experiência
Para começar, o ideal é que os integrantes de um conselho estejam todos alinhados à estratégia da
companhia para os próximos anos, mas mesclem domínios de conhecimento, cada um em uma área –
sobretudo, finanças, auditoria, sustentabilidade, pessoas, novas tecnologias, inovação, supply chain,
marketing e vendas, gestão de marcas e, claro, o mercado de atuação.
Competências pessoais e comportamentais
É fundamental que o conselheiro seja um curioso e estudioso, mantendo-se ¨antenado¨ com as mudanças
tecnológicas, sobre novos hábitos de consumo e tendências, movimentos da concorrência e mudanças na
legislação. Lidar com tomadas de decisão em ambientes incertos, assumindo riscos pelo bem da empresa
requer inteligência emocional, capacidade de cultivar e gerenciar relacionamentos, visão estratégica,
capacidade de estruturação para defesa de opiniões a partir de sua própria avaliação, competência para
comunicação, adequado envolvimento em trabalho em equipe e flexibilidade de tempo.
Imagem: shutterstock_280366622
O que se espera de uma boa conselheira?
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Ética e Sustentabilidade
Endividamento/alavancagem: observação do limite prudencial para endividamento. 
Gestão diária do fluxo de caixa: análise do projetado, realizado e desvios.
Lucro bruto, operacional e líquido: análise da meta estabelecida de valor absoluto e margem % de lucro.
EBITDA: Esse lucro operacional está realmente se transformando em entradas no ciclo de caixa da empresa?
EVA – Valor Econômico Agregado: Desempenho financeiro da empresa com base na riqueza que ela efetivamente
criou, após se deduzir o custo do capital investido do seu lucro operacional.
O que precisa estar no radar do bom 
conselheiro de administração?
Margem de contribuição por segmento de negócio ou por produtos: no caso de margem reduzida ou negativa, qual a 
providência tomada?
Ciclo operacional, econômico e de caixa: Atenção para erros de planejamento de compras, produção, vendas, 
recebimentos e descasamento de prazos.
Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro: Revisão da estrutura de custos/despesas fixas e formação de 
preços.
Orçamento: Qual área na empresa é responsável pelo controle orçamentário, desvios e adequação de metas e reporte 
ao CA?
Intangíveis (registro, mensuração e contabilização): fazer uma leitura sobre a nova Lei 11.638/07 e 11.941/09 e 
seus desdobramentos contábeis no balanço da empresa.
Market share e valor da empresa no mercado: Quem está fazendo essa avaliação e reportando ao CA?
Nível de inadimplência das Contas a Receber (boa sintonia entre as áreas de crédito e cobrança): Verificação da 
existência de rigoroso controle financeiro e de fluxo de informação.
O que precisa estar no radar do bom 
conselheiro de administração?
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Ética e SustentabilidadePlanejamento sucessório
 Geração de experiência para os sucessores
em outras organizações, antes de
assumirem cargos de gestão na empresa
familiar.
 Correto tratamento do dilema ¨negócio da
família e família no negócio¨.
 Instituir na arquitetura da governança um
conselho de família, com planejamento de
herança e participação societária, formação
de novos executivos e definição de papéis
dos familiares na organização.
STEINBERG, Herbert; BLUMENTHAL, Josenice. A família empresária: Organizando as relações 
de afeto, poder e dinheiro por meio da governança corporativa. Editora Gente Liv e Edit Ltd, 
2016.
Imagem: shutterstock_654920956
116
Ética e Sustentabilidade
Protocolo de Matriz de Risco da Cadeia de Fornecedores
Fatores externos
intensividade em mão de obra
alto grau de terceirização
presença majoritária de MPEs
uso de recursos da biodiversidade
uso de materiais não renováveis
geração de resíduos perigosos
concentração/dispersão geográfica
atividades relacionadas a dinâmicas 
da natureza
volume de compras/spend
número de fornecedores 
alternativos
proximidade/qualidade da relação 
com fornecedores
fornecimento estratégico
trabalho análogo ao escravo
acidentes de trabalho
riscos trabalhistas diversos
informalidade
terceirização irregular
dependência do cliente
instabilidade financeira/falência
exploração ilegal de madeira
uso de espécies ameaçadas de extinção
dificuldade de acesso à matéria-prima
intensividade de combustíveis fósseis e 
emissões de GEE
contaminação
disposição inadequada
riscos relacionados a características 
específicas de cada localidade
sazonalidade
sensibilidade às mudanças climáticas
impacto dos riscos tomados pelo fornecedor
dependência do fornecedor
interrupção das operações
Fatores internos
fa
to
re
s 
d
e 
ex
p
o
si
çã
o
 a
 r
is
co
R
is
co
s 
as
so
ci
ad
o
s Página 16
https://www.apple.com/supplier-responsibility/
117
Ética e Sustentabilidade
Os modelos desenvolvidos pela Sustainalytics, empresa com sede em
Amsterdã, classificam a sustentabilidade das empresas listadas segundo
seu desempenho nas áreas de proteção ambiental, social e de
governança corporativa.
A empresa foi fundada em 1992, e, em 2013, associou-se com a ONU no programa Pacto Global,
lançando o Global Compact 100, um índice de ações em tempo real que controla os signatários do
programa, utilizando a metodologia ESG da Sustainalytics. Em 2015, a Harvard Business Review passou a
incluir a classificação ESG da Sustainalytics como parte de sua avaliação dos cem CEOs com melhor
desempenho do mundo.
https://www.sustainalytics.com/esg-rating/
APPLE INC. : Shareholders Board Members Managers and Company Profile | US0378331005 | MarketScreener
118
Ética e Sustentabilidade
Imagem: tls.co.uk
“Quanto mais constantemente as pessoas a serem
inspecionadas estiverem sob a vista das pessoas que
devem inspecioná-las, mais perfeitamente o propósito
do estabelecimento terá sido alcançado. A perfeição
ideal, se esse fosse o objetivo, exigiria que cada pessoa
estivesse realmente nessa condição, durante cada
momento do tempo. Sendo isso impossível, a próxima
coisa a ser desejada é que, em todo momento, ao ver
razão para acreditar nisso e ao não ver a possibilidade
contrária, ele deveria pensar que está nessa condição.”
(2008, p. 20).
A imitação de Deus
Os dois princípios fundamentais da construção panóptica são 
a posição central da vigilância e sua invisibilidade. Cada um se 
justifica independentemente do outro.
Fonte: BENTHAM, Jeremy. O panóptico. Autêntica, 2019.
“Somos submetidos pelo poder à 
produção da verdade¨.
O poder institucionaliza a verdade, por meio de mecanismos de confissão e inquirição.
O poder está, ao mesmo tempo, em toda parte e em lugar nenhum. Ele é, a um só tempo, visível e 
invisível, presente e oculto. 
O poder disciplinar, que é invisível, tem como função maior adestrar; formar indivíduos úteis.
FOUCAULT, Michel. 1979. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal
Imagem: https://www.comunidadeculturaearte.com/
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Ética e Sustentabilidade
Fonte: Adaptado de IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das melhores práticas de Governança Corporativa. 2015
Assembleia Geral
Auditoria 
Independente
Conselho de 
Administração
Conselho Fiscal
Comitê de 
Auditoria
Comitês
Diretor-Presidente
Diretores
Auditoria 
Interna
Governança
Administradores
Gestão
Auditoria Interna
Pode interagir e colaborar com as áreas de controles internos, riscos e
conformidade (compliance) e, ainda, com a redução de custos e
eventual aumento das receitas. Esta capacidade de contribuir na
melhoria contínua de processos agrega valor.
Identificar riscos e atuar para minimizar a probabilidade da
ocorrência e impacto.
Identificar oportunidades de melhoria nos controles, processos
e sistemas.
Fonte: IBGC. Auditoria interna: aspectos essenciais para o conselho de administração. São Paulo: IBGC, 
[s.d.]. Disponível em: <https://conhecimento.ibgc.org.br/Lists/Publicacoes/Attachments/23980/Publicao-
IBGCOrienta-AuditoriaInterna%20-%202018.pdf>. Acesso em: 14 JUL. 2021.
120
Ética e Sustentabilidade
Modelo de Três Linhas de Defesa
Órgão de Governança/Conselho/Comitê de Auditoria
Alta Administração
1ª linha de defesa 2ª linha de defesa 3ª linha de defesa
Controles 
da 
Gerência
Medidas 
de 
Controle 
Interno
Controle Financeiro
Segurança 
Gerenciamento de Riscos
Qualidade 
Inspeção 
Conformidade 
Auditoria Interna
A
u
d
ito
ria Extern
a
R
egu
lad
o
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Adaptação da Guidance on the 8th EU Company Law Directive da ECIIA/FERMA, artigo 41.
Imagem: shutterstock_65821615
Cabe destacar que os conselheiros fiscais, apesar da característica
colegiada do órgão, atuam e se posicionam de modo individual.
Diferentemente das deliberações do Conselho de Administração, que
acontecem pelo voto da maioria, os conselheiros fiscais têm autonomia
para tomar decisões individualmente, como propor uma Assembleia
Extraordinária, por exemplo, caso desconfiem de alguma situação que
possa deixar a organização vulnerável no tocante à integridade das
demonstrações financeiras.
O Conselho Fiscal possui diversas atribuições, entre as quais estão as
seguintes:
 fiscalizar, por qualquer dos seus membros, os atos dos 
administradores e verificar o seu cumprimento;
 opinar sobre o relatório anual da administração e as propostas dos 
órgãos da administração e
 examinar as DF – Demonstrações Financeiras e opinar sobre elas.
Fonte: IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 5 ed. 
Brasília: IBGC, 2015. Disponível em: 
https://conhecimento.ibgc.org.br/Paginas/Publicacao.aspx?PubId=21138
Conselho Fiscal
121
Ética e Sustentabilidade
Em consonância com a SOX, as empresas precisam
estabelecer processos confiáveis de auditoria e
segurança. Aí é que entra o Comitê de Auditoria,
considerado um pilar de fiscalização e controle
em nome do CA.
Nesse sentido, o Comitê de Auditoria é
importante para assegurar o equilíbrio, a
integridade e a transparência das informações
financeiras publicadas aos investidores,
funcionando como um avalista da legitimidade e
integridade organizacional.
Imagem: shutterstock_1249021717
Comitê de Auditoria
Fonte: PwC (PricewaterhouseCoopers). Excelência em comitês de auditoria. 
[S.l.]: PwC, 2017. Disponível em: 
<https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/mais-
temas/2017/excelencia-comites-auditoria.html>. Acesso em: 12 mar. 2020.
Como descubro o nível de governança da minha organização?
Imagem: shutterstock_689193628
122
Ética e Sustentabilidade
 oferece uma autoavaliação gratuita a empresas de capital fechado;
 objetiva ajudar as empresas de capital fechado a avaliarem a sua governança corporativa, sendo baseadas em 
um instrumento de autoavaliação e
 visa estimular as empresas a realizarem uma constante reflexão sobre o seu estágio de maturidade 
em governança.
Métrica de governança corporativa (IBGC)
Fonte: IBGC - MÉTRICA de governançacorporativa. [S.d.]. Disponível em: https://www.ibgc.org.br/metrica. Acesso em: 7 jul. 2021.
O QUE REALMENTE É ISSO?
123
Ética e Sustentabilidade
Valor de Mercado da Vale era
R$ 296 bilhões, antes do
rompimento da Barragem
Córrego do Feijão.
Valor de Mercado da Vale no
primeiro pregão após o desastre
ocorrido, R$ 226 bilhões.
O que se viu a partir de então foi um movimento em que investidores
sedentos por ganhos portentosos começaram a comprar maciçamente
ações da Vale, as quais eram comercializadas antes do desastre a R$
52,50 e no pregão seguinte à tragédia podiam ser compradas a R$
38.90.
Decréscimo de R$ 60 bilhões
As ações ordinárias VALE3 derreteram 24% 
No horizonte de um ano, os papéis da Vale valorizaram 140,06%, saindo
de um valor unitário por ação de R$ 38,90 para R$ 93,36, conforme
fechamento do dia 21 de janeiro de 2021.
Segundo dados da Economática, no dia 20 de janeiro de 2021 o valor de
mercado da Vale era de R$ 474 bilhões, a mineradora mais que dobrou
de tamanho um ano após a tragédia.
“Nossos fornecedores precisarão ter programas de inclusão, diz Gustavo Werneck, CEO da Gerdau”.
Estadão, 11.07.2021
“A VW do Brasil anuncia operação que consiste na emissão de dívida com metas ESG. Para ter acesso
ao green loan, até 2024 a Volkswagen aumentará de 14% para 26% o número de mulheres em cargos
de liderança e de 9% para 25% o número de gerentes e gerentes-executivas do sexo feminino. No
mesmo período, a empresa se compromete a reduzir em 12% as suas emissões de CO2 de origem
fóssil para biogênica em seu processo produtivo e aumentar a participação do biometano para 20%
no total de gás consumido nas fábricas, em processos como o de pintura das carrocerias
Sítio institucional WW do Brasil
“Acredito que a descarbonização da
economia global vai criar a maior
oportunidade de investimento da
nossa vida e deixará para trás as
empresas que não se adaptarem”
Larry Fink
Imagem: Sítio institucional Black Rock
124
Ética e Sustentabilidade
1972 – Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo.
1987 – Publicação do Relatório Brundtland.
O Brasil teve a honra de ser o anfitrião de um
movimento de magnitude global para (re) pensar as
relações entre a conservação do meio ambiente e a
garantia de desenvolvimento social e econômico: a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida
como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra.
1992 – Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra, com a assinatura da Agenda 21.
Imagem: Michos Tzovaraz/UM – Foto oficial do evento
Esse evento constituiu-se como um marco para a
conservação do meio ambiente e deu origem à
Agenda 21, com a proposta de planejar o
desenvolvimento pelo ponto de vista da conservação
ambiental, da igualdade social e do desenvolvimento
econômico.
125
Ética e Sustentabilidade
O pacto trouxe diretrizes para que as companhias
contribuíssem para o enfrentamento dos problemas
da sociedade e ajudassem a encontrar soluções,
alinhando-se a dez princípios relacionados a direitos
humanos, trabalho, meio ambiente e práticas
anticorrupção. A adesão voluntária cresceu
gradativamente até se tornar a maior rede de
sustentabilidade corporativa do mundo.
2000 – Lançamento do Pacto Global da ONU, por Koffi Annan.
2015 - COP21 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, foi
realizada em Paris, quando nascia o Acordo de Paris, voltado para a mitigação das
emissões dos gases do efeito estufa e dos efeitos das mudanças climáticas.
17 objetivos desmembrados em 169 metas e 231 indicadores a serem atingidos no horizonte temporal de 15 anos, 
compondo um plano universal para o alcance de um futuro melhor, com paz e prosperidade.
126
Ética e Sustentabilidade
2021 - A COP26 – Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas, realizada em Glasgow no período de
31 de outubro a 12 de novembro de 2021, trouxe grandes
expectativas na medida em que se tratava de uma
oportunidade para revisão das ações que levariam o
mundo a concretizar o sonho de gerar aumento de no
máximo 1,5ºC na temperatura média da Terra até o final do
século XXI comparado ao período pré-industrial.
2015 – Nasce o Task Force on Climate-Related Financial
Disclosures (TCFD), dentro do Financial Stability Board (FSB),
com o grande objetivo de aprofundamento acerca do impacto
do aquecimento global sobre os negócios e o setor financeiro.
O Brasil assumiu um novo compromisso na COP26 de mitigar 50% das suas emissões de gases de efeito
estufa (GEE) usando como linha de base o ano de 2005 e como referência o Quarto Inventário Nacional
de Emissões.
O Brasil também aderiu ao Compromisso Global de Metano, que reúne um grupo de 103 países, liderados
pelos Estados Unidos e pela União Europeia, e tem como objetivo principal reduzir as emissões do gás
metano em 30%.
Alcançar a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz energética.
Até 2030... 
O Brasil também assumiu o compromisso com a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso
da Terra. A Declaração dos líderes sobre Florestas foi liderada pelo Reino Unido e conta com 110 países,
representando 85% das florestas do planeta, e tem como objetivo principal acabar com o desmatamento.
127
Ética e Sustentabilidade
TENDÊNCIAS
Novas tecnologias e políticas que devem surgir junto com a transição para a economia de baixo-carbono.
Aumento dos esforços em direção ao carbono líquido zero.
Novos padrões de consumo mais exigentes com relação aos impactos socioambientais associados à
produção de uma mercadoria ou serviço.
Investidores institucionais vão querer ter a compreensão dos requisitos e elementos ESG presentes nas
melhores práticas e padrões de arquitetura de processos de negócios, design e gestão da qualidade das
empresas que receberão os seus recursos.
1. Sua empresa possui uma equipe treinada, apoiada e comprometida em trabalhar nas melhorias ESG?
2. Como a equipe está acompanhando e documentando seu trabalho?
3. Qual é a qualidade dos relatórios ESG?
4. Existem questões ESG que podem prejudicar as operações de sua organização?
5. Quais questões ESG você geralmente considera no due diligence da cadeia de fornecedores?
Os investidores vão querer saber....
BLOKDYK, G. ESG investing: a complete guide. 2020 edition. Toronto: Kobo Editions, 2020.
GERAÇÃO DE ELETRICIDADE
Link para Balanço Energético Nacional
128
Ética e Sustentabilidade
GERAÇÃO DE ENERGIA
Repartição da oferta interna de energia (OIE) no Brasil (base 2020)
Conforme o relatório da International Energy Agency (IEA,2021), a expectativa é de que o uso de energia
renovável no Brasil aumente em quase 45 GW, ou 30%, durante 2021-2026, com a energia solar
fotovoltaica (PV) e eólica compreendendo quase 95% das adições. A nova capacidade hidrelétrica
representa apenas 3% de todas as adições pelas projeções da IEA, um declínio acentuado com relação ao
histórico brasileiro.
Considerando todo aumento da capacidade de energia nos próximos cinco anos, as energias renováveis
devem responder por quase 95%. Na projeção da IEA (2021) dez países responderão por quase 80% de
todo o crescimento da capacidade renovável durante o período 2021-2026, sendo que a China, sozinha,
fornecerá quase 45% de toda a expansão das energias renováveis. Na sequência, vêm Estados Unidos,
Índia e Alemanha. Convém ainda destacar que a energia solar responderá por mais da metade de tudo o
que o mundo ganhará de capacidade de geração de energia (IEA, 2021).
IEA – International Energy Agency. Renawables 2021: Analysis and forecast to 2026. Dezembro, 2021. Disponível em:
https://iea.blob.core.windows.net/assets/5ae32253-7409-4f9a-a91d-1493ffb9777a/Renewables2021-Analysisandforecastto2026.pdf. 
129
Ética e Sustentabilidade
UD ITAIPU, Posto de Biometano localizado no complexo da
ITAIPU em Foz do Iguaçu – PR, contempla o tratamento local de
resíduos orgânicos produzidos nos restaurantes da usina e que
são convertidos em biocombustível para a frota de veículose
biofertilizantes para a recuperação de áreas degradadas.
O biometano é obtido no refinamento e processamento do
biogás. Esse biogás é originado a partir da digestão anaeróbia
(sem oxigênio) de matéria orgânica. Ao purificar o biogás, é
retirado o gás sulfídrico, dióxido de carbono e a umidade,
aumentando a pressão e comprimindo-o, resultando no gás
natural/biometano. Desta forma, o biocombustível poderá ser
utilizado em substituição aos combustíveis fósseis.
Qual a diferença entre 
BIOMA e ECOSSISTEMA?
Imagem: clip-art.library
rodrigo.casagrande@fgv.br
130
Ética e Sustentabilidade
Ecossistema
Ecossistema na essência. Indígena do Povo Guajás, no Maranhão,
amamenta filhote de porco do mato adotado após uma caçada.
Imagem: Pisco del Gaiso/ Folhapress.
Ecossistemas garantem a proteção dos recursos hídricos e
desempenham o papel de regador gigante da agricultura
brasileira. Além disso, o agronegócio depende também de outros
fatores climáticos além da chuva, como temperatura e umidade.
Um ecossistema é uma comunidade formada pela interação de
organismos vivos e seus ambientes físicos, desde os minerais do
solo até formações topográficas e padrões climáticos.
Bioma
O bioma é a maior unidade biótica geográfica,
constituída pelo agrupamento de tipos de
vegetação semelhantes em níveis regionais.
Embora os componentes abióticos (água, solo,
ar, calor) estejam implícitos como fatores
modeladores de um bioma, eles não são
explicitamente mencionados do mesmo modo
como ocorre no ecossistema.
rodrigo.casagrande@fgv.br
131
Ética e Sustentabilidade
Ocupação de terras no Brasil
Fonte: SFB, Embrapa, IBGE, MMA, FUNAI, DNIT, ANA, MPOG
Emissões de GEE no Brasil de 2019 a 2020
SEEG. Análise das emissões brasileiras de gases de efeito estufa e suas implicações para as
metas climáticas do Brasil. 2021. Disponível em: http://seeg.eco.br/documentos-analiticos.
132
Ética e Sustentabilidade
COALIZÃO BRASIL. Visão 2030-2050: o futuro das florestas e da agricultura no Brasil. 2020. Disponível em: 
http://www.coalizaobr.com.br/home/phocadownload/documentos/Visao-2030-2050-O-Futuro-das-Florestas-e-da-Agricultura-no-Brasil.pdf
COALIZÃO BRASIL. Visão 2030-2050: o futuro das florestas e da agricultura no Brasil. 2020. Disponível em: 
http://www.coalizaobr.com.br/home/phocadownload/documentos/Visao-2030-2050-O-Futuro-das-Florestas-e-da-Agricultura-no-Brasil.pdf
133
Ética e Sustentabilidade
COALIZÃO BRASIL. Visão 2030-2050: o futuro das florestas e da agricultura no Brasil. 2020. Disponível em: 
http://www.coalizaobr.com.br/home/phocadownload/documentos/Visao-2030-2050-O-Futuro-das-Florestas-e-da-Agricultura-no-Brasil.pdf
COALIZÃO BRASIL. Visão 2030-2050: o futuro das florestas e da agricultura no Brasil. 2020. Disponível em: 
http://www.coalizaobr.com.br/home/phocadownload/documentos/Visao-2030-2050-O-Futuro-das-Florestas-e-da-Agricultura-no-Brasil.pdf
134
Ética e Sustentabilidade
COALIZÃO BRASIL. Visão 2030-2050: o futuro das florestas e da agricultura no 
Brasil. 2020. Disponível em: 
http://www.coalizaobr.com.br/home/phocadownload/documentos/Visao-
2030-2050-O-Futuro-das-Florestas-e-da-Agricultura-no-Brasil.pdf
Como financiar a agricultura de baixo carbono
Cota de Reserva Ambiental (CRA) - trata-se de um mecanismo pelo qual é possível negociar excedentes
de Reserva Legal: proprietários de terra que conservam mais do que a lei obriga podem, respeitando
determinados critérios, vender o excedente a quem não cumpriu a área mínima exigida. a lógica é similar
à de negociações de crédito de carbono no mercado europeu: definido um limite (um cap), negociam-se
os excedentes (trade) entre as partes. O desenvolvimento de mecanismos financeiros que viabilizem a
atividade produtiva em meio à conservação ambiental pode ser uma das saídas.
CPR Verde - A cédula verde é como um pagamento pelos serviços ambientais prestados pelo produtor,
que deixa de abrir novos espaços de vegetação para expandir a sua produção agropecuária. A Cédula de
Produto Rural (CPR) Verde poderá ser emitida pelos produtores para atividades de serviços ambientais
relacionadas à conservação de florestas e recuperação da vegetação nativa.
Para isso, há que se ter mais clareza:
 reduzir (por quanto tempo?) o desmatamento ou a degradação (como seria aferido?) da vegetação
nativa de determinada área; e,
 dar conservação (como aferir?) à biodiversidade, a recursos hídricos ou ao solo de uma determinada
área.
VAZ, J. C. Breves considerações sobre a CPR verde. Outubro 2021. Disponível em: https://jcvaz.adv.br/2021/10/08/1151/
135
Ética e Sustentabilidade
Imagens: Commons.com
136
Ética e Sustentabilidade
Patrick Cescau, executivo-chefe do grupo da Unilever
“A agenda de sustentabilidade e responsabilidade corporativa não é apenas central para
a estratégia de negócios, mas se tornará cada vez mais um fator crítico para o
crescimento dos negócios... quão bem e com que rapidez as empresas respondem a esta
agenda determinará quais empresas terão sucesso e quais falharão nas próximas
décadas”.
Imagens: Commons.com
Quando alguém compra um produto no
supermercado, será que tem a noção da
origem da matéria-prima empregada, da mão
de obra necessária para a produção, da origem
do financiamento e, principalmente, dos
recursos naturais utilizados e dos impactos
causados pela produção?
Parafraseando Ortega y Gasset (1987):
¨(...) não é todo consumidor, de certa forma, 
responsável por aquilo que produz e 
consome?”. “Eu sou eu e minhas 
consequências”
Consumo consciente 
137
Ética e Sustentabilidade
Economia circular
Originado dos primeiros trabalhos de Stahel e Reday (1981) o conceito de economia circular
propõe uma economia regenerativa e planejada ab initio (desde o início) para eliminar resíduos e
devolver nutrientes e água para os ecossistemas. Trata-se de uma abordagem que abandona
radicalmente nosso modelo linear dominante de “extrair, fabricar, gerar resíduos” de produção e
consumo. É inspirada no mundo natural onde o resíduo de uma espécie se torna alimento de
outra, e assim por diante, em uma autossuficiência sistêmica cíclica.
E se, em vez do modelo em que se descartam os materiais não biodegradáveis, como máquinas de
lavar, smartphones, notebooks, micro-ondas, existissem outros modelos em que esses materiais
retornassem ao ciclo produtivo? Se eles fossem levados de volta a suas respectivas fábricas,
desmontados, otimizados e trazidos de volta para nós na forma de outros produtos?
STAHEL, W. R.; REDAY, G. Jobs for Tomorrow: the potential for substituting manpower for energy vantage. Press New York, N.Y. 1981.
Fica cada vez mais evidenciado que os
consumidores conscientes, a partir das suas
decisões sobre o que se dispõem a adquirir, dão o
tom para as preocupações organizacionais que
envolvem desde a extração da matéria-prima até a
disposição final do produto.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) auxilia
tomadores de decisão que buscam informações
sobre onde se dão os impactos de suas aquisições,
optando por uma alternativa que esteja em
consonância com a preservação ambiental.
Fonte: UNEP/SETAC apud KISS; DINATO; FERNANDES (2017, p. 12) 
KISS, B.; DINATO, R.; FERNANDES, M. Experiências e reflexões
sobre a gestão do ciclo de vida de produtos nas empresas
brasileiras: Ciclos 2015 e 2016. 1a edição - São Paulo – 2017.
Disponível em:
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/30490.
138
Ética e Sustentabilidade
¨Sua agonia foi lenta e irreversível. A água invadiu as
grutas, onde os morcegos habitavam e, como
consequência, invadiu a cidade. Havia milhares de
morcegos por toda parte, nas casas, nas escolas... Um
dia, no teto da varanda de minha casa, amanheceram
mais de duzentos. A água continuava subindo como um
carrasco frio e impiedoso. Os cascudos, peixes de couro
que têm por hábito se prender nas pedras, não tinham
mais onde ficar. O volume e a pressão da água
aumentavam e eles subiram até a superfície, milhões de
cascudos desorientados abriam e fechavam a boca numdesespero mudo. Parecia que todo o lago borbulhava,
um espetáculo que, quando me lembro, me entristece.
Do lado do Paraguai podiam- -se pegar os peixes, do
lado brasileiro não. A água continuava sua missão
destruidora, afogando animais ou matando-os de fome,
destruindo a mata; até nossa esperança foi destruída¨.
Muntoreanu, H. Z. Guahyrá: Guaíra. São Paulo: Arte Impressa N, 1992
139
Ética e Sustentabilidade
O QUE REALMENTE É ISSO?
Em sua edição mais recente, de 2020, a Global Sustainable Investment Review estima que, nos cinco
grandes mercados cobertos pela pesquisa (Europa, Estados Unidos, Canadá, Japão e Australásia —
Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e ilhas próximas), 35,3 trilhões de dólares de ativos sob gestão
estão alocados segundo políticas que incluem critérios de sustentabilidade.
Esse montante representa 35,9% do total de ativos sob gestão nesses mercados. Entre as várias
estratégias de investimento sustentável adotadas, a “Integração ESG” é a mais disseminada, abrangendo
o valor de 25,2 trilhões de dólares de ativos sob gestão em 2020, o que representa 143% de crescimento
desde 2016. Isso faz com que os investidores valorizem cada vez mais a clareza das iniciativas ESG das
empresas e demandam relatórios mais holísticos, comparáveis e confiáveis que os apoiem em suas
decisões de negócio.
ESG – Environmental, Social and Corporate Governance
140
Ética e Sustentabilidade
Engenheiros e cientistas estão trabalhando 24 horas por dia em como descarbonizar cimento, aço e
plásticos; transporte, caminhões e aviação; agricultura, energia e construção. Assim como algumas
empresas correm o risco de ficarem pelo caminho, o mesmo deve acontecer com as cidades e países que
não planejarem o futuro. Eles correm o risco de perder empregos, mesmo quando outros lugares ganham. A
descarbonização da economia será acompanhada de uma enorme criação de empregos para aqueles que se
engajarem no necessário planejamento de longo prazo (FINK, 2022, tradução nossa).
FINK, L. D. Carta de Larry Fink aos CEOs em 2022: o poder do capitalismo. BlackRock. Disponível em: https://www.blackrock.com/br/2022-larry-fink-ceo-letter.
Quando uma empresa divulga o que está fazendo para reparar ou compensar alguma externalidade
negativa associada à sua atividade isso está muito atrelado ao ESG, mas e aquilo que a organização
pode fazer para melhorar o mundo e que não está atrelado diretamente à sua operação?
BELINKY, A. Seu ESG é sustentável? GV-EXECUTIVO, v. 20, n. 4, 2021.
“Acreditar que a ampla disseminação da perspectiva ESG
esgota a contribuição do setor empresarial no que diz
respeito ao desenvolvimento sustentável é uma perigosa
ilusão, por dois principais motivos: primeiro, porque gera
uma sensação de ´dever cumprido´, enquanto o
problema real da crise planetária criada pela falta de
sustentabilidade de nosso modelo de produção e
consumo continua longe de ser resolvido; segundo,
porque ainda é muito grande a imprecisão do que seja
um bom desempenho ESG”. (BELINKY, (2021, p. 39-40):
141
Ética e Sustentabilidade
Frameworks e standards
Os frameworks fornecem orientações baseadas em princípios sobre como as informações são estruturadas, como
elas são preparadas e quais tópicos amplos são abordados.
Enquanto isso, os standards fornecem requisitos específicos, detalhados e replicáveis para o que deve ser relatado
para cada tópico, incluindo métricas.
Os standards tornam os frameworks acionáveis, garantindo uma divulgação comparável, consistente e confiável.
Dessa forma, os frameworks e os standards são complementares e são projetados para serem usados em conjunto
(SASB, 2022).
LINK PARA O SDG - B-Lab e Global Compact
A ferramenta SDG Action Manager é uma
plataforma gratuita desenvolvida em conjunto
entre o B Lab e o Global Compact, que reúne a
Avaliação de Impacto B e os Dez Princípios do
Global Compact e permite saber para qual ODS –
Objetivo do Desenvolvimento Sustentável você
contribui com sua organização.
142
Ética e Sustentabilidade
No sítio da SASB, é possível acessar os standards
por setor e obter informações sobre como solicitar
o licenciamento para os insumos necessários para
o desdobramento das materialidades. Os padrões
SASB abordam divulgações para 77 setores e
permitem que empresas em todo o mundo
identifiquem, gerenciem e comuniquem
informações de sustentabilidade financeiramente
relevantes aos investidores, consideradas mais de
1000 métricas. https://www.sasb.org/
O que seria mais importante para a análise ESG de uma petrolífera ou
de uma produtora de alumínio. A sua performance financeira ou a
materialidade do impacto social ou ambiental gerado pela sua pegada
de carbono (a emissão de CO2)? Para ter uma avaliação ESG relevante,
é fundamental medir os fatores realmente materiais para uma
empresa. Para isso, é preciso combater os chamados "cherry-picking" e
"SDG-washing".
Cherry-picking é selecionar os objetivos e metas que são mais fáceis
para a empresa, em vez daqueles que lidam com as prioridades mais
urgentes. ODS washing significa divulgar as contribuições positivas
com os Objetivos Globais e ignorar impactos negativos importantes.
Embora vitórias fáceis e lucro façam parte de uma estratégia
coerente, é essencial que as empresas também identifiquem e ajam
sobre um espectro completo de metas do ODS prioritárias que se
correlacionem com suas operações e cadeias de valor.
143
Ética e Sustentabilidade
144
Ética e Sustentabilidade
O Financial Stability Board (FSB) criou a Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD). A
força tarefa se voltou para a análise dos impactos da mudança climática sobre o setor financeiro e sobre
como os riscos associados a esse problema deveriam ser reportados. Seu objetivo foi estabelecer uma
estrutura para que as companhias elenquem os riscos a que estão sujeitas em função do aquecimento
global, permitindo que bancos, seguradoras e investidores avaliem o impacto desse fenômeno sobre os
negócios e seus resultados.
TCFD - Task Force on Climate-Related Financial Disclosures - 2015 
ESG – Ainda há muito espaço ao contraditório
Pesquisa feita pela PwC com 325 investidores em todo o mundo 
Expectativas dos investidores quanto ao ESG
PWC. The economic realities of ESG. Outubro, 2021. Disponível em: www.pwc.com/economic-realities-of-ESG. Acesso em: 29.12.2021.
145
Ética e Sustentabilidade
PWC. The economic realities of ESG. Outubro, 2021. Disponível em: www.pwc.com/economic-realities-of-ESG. Acesso em: 29.12.2021.
Investidores dispostos a aceitar retorno mais baixo em prol do ESG
Pesquisa feita pela PwC com 325 investidores em todo o mundo 
John Hill, a partir de achados de trabalhos científicos de alto impacto (+ 200 fontes), concluiu que 
estratégias de investimentos em portfólios ESG precisam obter retornos financeiros que não fiquem 
muito abaixo da média do mercado para continuarem atrativas. 
HILL, J. Environmental, social, and governance (ESG) investing: a balanced analysis of the theory and practice of environmental, social, and governance.
Cambridge: Academic Press, 2020.
 90% dos estudos mostram que padrões sólidos de sustentabilidade reduzem o custo de capital.
 88% das fontes analisadas acham que empresas com sustentabilidade robusta práticas demonstram melhor
desempenho operacional, o que acaba se traduzindo em fluxo de caixa.
 80% dos estudos revisados apoiam a conclusão de que empresas com forte desempenho ESG também têm alta
pontuação nas métricas financeiras tradicionais.
 89% dos estudos mostram que as empresas com altas classificações ESG apresentam desempenho superior
baseado em valor de mercado, enquanto 85% dos estudos mostram que essas empresas apresentam desempenho
superior pela perspectiva do resultado contábil.
146
Ética e Sustentabilidade
“O desempenho superior das estratégias ESG está fora de dúvida”
KYNGE, J. The ethical investment boom. Financial Times. Setembro, 2017. Disponível em:
www.ft.com/content/9254dfd2-8e4e-11e7-a352-46f43c5825d.
“Fazdois anos que escrevi que o risco climático é o risco de investimento. E nesse
curto período, vimos os investimentos sustentáveis atingindo US$ 4 trilhões”.
FINK, L. D. Carta de Larry Fink aos CEOs em 2022: o poder do capitalismo. BlackRock. Disponível em:
https://www.blackrock.com/br/2022-larry-fink-ceo-letter.
Em outubro de 2002, o International Financial Corporation
(IFC), membro do Grupo Banco Mundial, e o banco holandês
ABN Amro promoveram, em Londres, um encontro de altos
executivos para discutir experiências com investimentos em
projetos envolvendo questões sociais e ambientais em
mercados emergentes, nos quais nem sempre existe
legislação rígida de proteção do ambiente.
Gestão de risco ambiental, proteção à 
biodiversidade e adoção de mecanismos de 
prevenção e controle de poluição.
Proteção à saúde, à diversidade cultural e 
étnica e adoção de Sistemas de Segurança e 
Saúde Operacional.
Avaliação de impactos socioeconômicos, 
incluindo as comunidades e povos 
indígenas, proteção a habitats naturais com 
exigência de alguma forma de compensação 
para populações afetadas por um projeto.
Eficiência na produção, distribuição e 
consumo de recursos hídricos e energia e 
uso de energias renováveis.
Respeito aos direitos humanos e combate à 
mão-de-obra infantil.
Estava alicerçado o caminho para o surgimento dos
Princípios do Equador, lançado em 2003 pelos 10 dos
maiores bancos no financiamento internacional de projetos
(ABN Amro, Barclays, Citigroup, Crédit Lyonnais, Crédit
Suisse, HypoVereinsbank (HVB), Rabobank, Royal Bank of
Scotland, WestLB e Westpac), responsáveis por mais de
30% do total de investimentos em todo o mundo.
147
Ética e Sustentabilidade
Green bonds, por essa perspectiva, estão conectados com os preceitos da Economia Verde: por meio desses títulos,
organizações, bancos ou governos conseguem captar recursos para projetos necessariamente voltados para a
sustentabilidade, tais como energia renovável, eficiência energética, gestão de resíduos, transporte de baixo
carbono, projetos florestais. Os títulos também podem ser usados para financiar projetos com benefício social, como
a melhora da saúde e dos serviços sociais.
Green loans, caracterizados como qualquer tipo de instrumento de empréstimo disponibilizado exclusivamente para
financiar ou refinanciar, no todo ou em parte, novos e/ou projetos verdes elegíveis existentes. Os Green Loan
Principles (GLP) (Princípios do Empréstimo Verde, traduzido do inglês) têm por objetivo a criação de uma estrutura
de mercado com alto nível de normas e diretrizes, fornecendo uma metodologia consistente para uso em todo o
mercado de green loan.
O determinante fundamental de um green loan é a utilização dos recursos do empréstimo para Projetos Verdes
(incluindo outros e despesas de apoio, incluindo pesquisa & desenvolvimento – P&D), que devem ser
adequadamente descritos nos documentos financeiros e, se aplicável, materiais de marketing.
De acordo com o Global Impact Investing Network (GIIN, na sigla em inglês) (2019), investimentos de impacto são
aqueles que têm como principal objetivo gerar alguns efeitos positivos mensuráveis em fatores socioambientais, ao
mesmo em que buscam preservar o retorno financeiro. Nesse contexto, do chamado green bond market, os green
bonds se apresentam como alternativa às fontes tradicionais de captação de recursos.
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial
No processo seletivo as empresas passam por verificações de materialidade de práticas ESG.
Exemplos disso são:
 a verificação de scores nota mínima no Score CDP-Clima, que mensura o desempenho dos papéis de
empresas com práticas diferenciadas em gestão climática, alinhado às tendências globais e
recomendações de acordos internacionais como TCFD – Task-Force for Climate-Related Financial
Disclosure, força-tarefa criada pela Financial Stability Board e que facilita a divulgação de
informações financeiras relacionadas ao clima por companhias de todo o mundo; e
 atingimento de nota inferior ao teto no RepRisk Index – Peak RRI, que mensura risco reputacional em
aspectos ESG
148
Ética e Sustentabilidade
Há, ainda, a etapa de preenchimento do questionário ISE B3 o qual está estruturado em quatro níveis: 
dimensões, temas, tópicos e perguntas. A tabela abaixo apresenta um panorama dos dois primeiros níveis:
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial
https://www.b3.com.br/pt_br/noticias/ise-b3-2022.htm
ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial
149
Ética e Sustentabilidade
ISE – Carteira vigência a partir de 03.01.2022
O índice conta com um Exchange
Trade Fund (ETF), o ETF ISUS11
(fundo de índice), listado em
30.10.2011 e outros 14 fundos de
investimento que o referenciam,
somando mais de R$ 527 milhões
em patrimônio líquido em
28.12.2021.
Índice Carbono Eficiente – (ICO2 B3)
Criado em 2010, o Índice Carbono
Eficiente da B3 (ICO2 B3) tem como
propósito ser um instrumento indutor
das discussões sobre mudança do
clima no Brasil. A adesão das
companhias ao ICO2 demonstra o
comprometimento com a
transparência de suas emissões e
antecipa a visão de como estão se
preparando para uma economia de
baixo carbono.
O índice conta com um Exchange Traded Fund
(ETF), o ECOO11 (fundo de índice) gerido pela
BlackRock, que detém um patrimônio líquido de
R$37.754.348,00 (30/12/2021).
Link Metodologia ICO2
150
Ética e Sustentabilidade
IGTW B3 – Índice Great Place to Work
Este novo índice, lançado em parceria pela B3 e
pela GPTW, busca capturar a geração de
resultados positivos das empresas que investem
no ambiente de trabalho, ou seja, que estão
embarcadas num processo constante de
transformação cultural que privilegia as relações
entre as pessoas e o desenvolvimento dos
funcionários. A primeira carteira do recém-
lançado IGPTW B3 reúne ações de 45 empresas.
Onze delas fazem parte do ranking das 150
melhores empresas para trabalhar e possuem
peso dobrado no índice em relação às outras 34
empresas que são certificadas pela Great Place to
Work (GPTW).
Índice Carbono Eficiente – (ICO2 B3)
Criado em 2010, o Índice Carbono
Eficiente da B3 (ICO2 B3) tem como
propósito ser um instrumento indutor
das discussões sobre mudança do
clima no Brasil. A adesão das
companhias ao ICO2 demonstra o
comprometimento com a
transparência de suas emissões e
antecipa a visão de como estão se
preparando para uma economia de
baixo carbono.
O índice conta com um Exchange Traded Fund
(ETF), o ECOO11 (fundo de índice) gerido pela
BlackRock, que detém um patrimônio líquido de
R$37.754.348,00 (30/12/2021).
Link Metodologia ICO2
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Ética e Sustentabilidade
Lançado no ano 2000, o Novo Mercado estabeleceu desde sua criação um padrão de
governança corporativa altamente diferenciado. A partir da primeira listagem, em 2002, ele se
tornou o padrão de transparência e governança exigido pelos investidores para as novas
aberturas de capital.
Novo Mercado
A premissa básica é a seguinte:
A valorização e a liquidez das ações são influenciadas
positivamente pelo grau de segurança oferecido pelos
direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade
das informações prestadas pelas companhias.
Fonte: ROSSETI, José Paschoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2016.
Novo Mercado: alguns critérios para habilitação
O capital deve ser composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a voto.
No caso de alienação do controle, todos os acionistas têm direito a 100% de tag along.
O conselho de administração deve contemplar, no mínimo, 2 ou 20% de conselheiros independentes, o que 
for maior, com mandato unificado de, no máximo, dois anos.
A empresa se compromete a manter, no mínimo, 25% das ações em free float.
Fonte: ROSSETI, José Paschoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2016.
152
Ética e Sustentabilidade
ENFORCEMENT
A Lei Federal 12.846 de 01/08/13, que 
entrou em vigor em 29.01.2015, 
estabelece ResponsabilidadeObjetiva 
das Pessoas Jurídicas pelos atos 
lesivos praticados contra a 
Administração Pública, mais os 
requisitos para um Programa de 
Integridade Empresarial
No que tange à pessoa jurídica, em que consiste
o Compliance Anticorrupção ou Programa de Integridade:
Dispõe sobre a responsabilidade civil e administrativa objetiva da pessoa
jurídica. No que tange à punição da pessoa jurídica, pela prática do ato
lesivo à Administração Pública, vem permitindo ao Judiciário exercer seu
poder judicante, com sentenças pesadas, que podem chegar a até 20% do
faturamento bruto da organização no semestre anterior.
Imagem: https://kli-ks.org
153
Ética e Sustentabilidade
Resoluções com pegada socioambiental
Desde 2008, com a publicação da Resolução CMN 3.545, que trouxe requisitos ambientais para a
concessão de crédito rural no bioma Amazônia, fatores socioambientais entraram na agenda da
regulação bancária no Brasil.
Em 2010, a Resolução CMN 3.876 proibiu a concessão de crédito rural para empregadores, inscritos no 
cadastro de empregadores que utilizam mão de obra em condições similares à escravidão (que ficou 
conhecida como “lista suja do trabalho escravo”), elaborado pelos órgãos de fiscalização do trabalho 
após a conclusão de processos administrativos em matéria de saúde e segurança do trabalho, nos quais 
o conjunto de infrações caracteriza o crime em questão.
Em 2011, a Circular BCB 3.847 passou a exigir que os bancos que utilizam um processo de avaliação
interna da adequação de capital (ICAAP, na sigla em inglês) levassem em conta os riscos socioambientais
de suas carteiras de crédito. A avaliação de adequação de capital define o montante que os bancos
precisam manter de capital em comparação ao montante que têm disponível para operar concedendo
crédito – isso influencia diretamente no custo do crédito.
Resoluções 4.327 e 4.945
A Resolução CMN nº 4327, que entrou em vigência em 2015, pode ser considerada um marco no
relacionamento das instituições de créditos com os seus tomadores, na medida que criou uma
corresponsabilização no caso de danos à sociedade ou ao meio ambiente. Para estar em conformidade,
as instituições financeiras devem manter estrutura de governança compatível com seu porte, a natureza
de seu negócio, a complexidade de serviços e produtos oferecidos, bem como com as atividades,
processos e sistemas adotados, para assegurar o cumprimento das diretrizes e dos objetivos da Política
de Responsabilidade Socioambiental (PRSA). A estrutura de governança mencionada deve prover
condições para o exercício das seguintes atividades:
 implementar as ações no âmbito da PRSA;
 monitorar o cumprimento das ações estabelecidas na PRSA;
 avaliar a efetividade das ações implementadas;
 verificar a adequação do gerenciamento do risco socioambiental estabelecido na PRSA;
 identificar eventuais deficiências na implementação das ações.
154
Ética e Sustentabilidade
Resoluções 4.327 e 4.945
A Resolução CMN nº 4.945, com vigência postergada gradualmente para 1º de julho de 2022 e 1º de
dezembro de 2022, passou a dispor sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática
(PRSAC) e revoga expressamente a Resolução CMN nº 4.327, de 25 de abril de 2014, que trata da Política
de Responsabilidade Socioambiental (PRSA).
Para que a Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) atenda minimamente às
exigências regulatórias, deve estar contemplado o conjunto de princípios e diretrizes de natureza social,
ambiental e climática, que devem guiar a instituição em todos os aspectos de suas operações e na
relação com as partes interessadas. Além de enumerar algumas definições e referências, todas próprias
para o fim que especifica, também determina a consideração dos impactos sociais, ambientais e
climáticos das atividades e dos processos da instituição, seus produtos e serviços, além dos objetivos
estratégicos da instituição, oportunidades de negócios, as condições de competitividade e o ambiente
regulatório em que atua (RASLAN, 2022).
RASLAN, A. L. Tríade ESG, agenda BC#sustentabilidade e regulação do mercado financeiro no Brasil: Resoluções CMN nº 4.557/2017, 4.606/2017 e 4.945/2021 e Resoluções 
BCB nº 139/2021 e 140/2021. In: Finanças Sustentáveis: ESG, Compliance, Gestão de Riscos e ODS, organizado por Projeto Conexão Água do MPF e ABRAMPA. 2022, p. 141-
177. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/publicacoes/14960-financas-sustentaveis-esg-compliance-gestao-de-riscos-e-ods.
A partir do estudo da sessão 4.1 do formulário de referência de 241 empresas de capital aberto
no Brasil que o ACI Institute, em parceria com o Board Leadership Center da KPMG no Brasil,
publicou o estudo “Gerenciamento de Riscos: os principais fatores de risco divulgados pelas
empresas abertas brasileiras”, o qual visa traçar um panorama dos fatores de risco mais
reportados por essas organizações. Vejamos os 10 principais fatores de risco mencionados pelas
empresas brasileiras (KPMG, 2021):
 Riscos regulatórios: 95%
 Condições econômicas e de mercado: 92%
 Riscos aos acionistas: 91%
 Riscos operacionais: 87%
 Riscos financeiros e de caixa: 86%
 Riscos jurídicos: 85%
 Concorrência: 85%
 Riscos associados à execução da estratégia de negócios e/ou 
plano de investimentos: 83%
 Riscos associados à atuação do acionista controlador: 75%
 Risco de mudança nas políticas governamentais sobre o 
setor: 68%
KPMG. Os principais fatores de risco para as 
empresas abertas brasileiras. 2021 – 6ª edição. 
Disponível em: 
https://home.kpmg/br/pt/home/insights/2021/05/ge
renciamento-riscos-empresas-brasileiras.html. 
155
Ética e Sustentabilidade
Esse relatório é apresentado nas reuniões do Fórum Econômico Mundial (WEF,
sigla em inglês) e examina os riscos em cinco categorias: econômico, ambiental,
geopolítico, social e tecnológico. O GRPS 2021-2022 (17ª edição) trouxe novidades
em questões sobre esforços internacionais de mitigação de riscos quanto a
inteligência artificial, exploração espacial, ciberataques transfronteiriços e
desinformação e mitigação de refugiados (WEF, 2022).
Na 16ª edição, foi possível observar que a perda de biodiversidade, o clima extremo, os danos ambientais causados
pelo ser humano e a deficiência nas respostas climáticas figuram entre os cincos maiores riscos em termos de
probabilidade. Também causa espécie que dentre os 10 riscos apontados como mais significativos em termos de
probabilidade de ocorrência e de magnitude de impacto, sete estão relacionados aos aspectos ambientais nos resultados
divulgados desde em 2021, enquanto na edição de 2007, dentre os 10 riscos apontados à época como mais significativos,
também em termos de probabilidade de ocorrência e de magnitude de impacto, não havia nenhum relacionado às
questões ambientais (ITO, 2021).
“Empresas enfrentam dificuldades, não por causa da estrutura como um todo, mas
porque os responsáveis não endereçam os problemas que são identificados.”
Sir George Adrian Cadbury
156
Ética e Sustentabilidade
O gerenciamento de riscos
corporativos é um processo
conduzido em uma organização
pelo conselho de administração,
diretoria e demais empregados,
aplicado no estabelecimento de
estratégias, formuladas para
identificar em toda a organização
eventos em potencial, capazes de
afetá-la, e administrar os riscos de
modo a mantê-los compatível
com o apetite a risco da
organização e possibilitar garantia
razoável do cumprimento dos
seus objetivos.
Fonte: COSO – Gerenciamento de riscos corporativos, p. 3
Gerenciamento de 
Riscos Corporativos –
Estrutura Integrada
Imagem: coso.org
157
Ética e Sustentabilidade
158
Ética e Sustentabilidade
Goodwill ou ágio por expectativa de rentabilidade futura.
Ativo consiste nos “[...] recursos controlados por uma entidade capazes de gerar fluxos de caixa, que podem ser
negociados separadamente.
Em síntese, a literatura contábil define o ativo como benefícios econômicos (potenciais fluxos de caixa) controladospela entidade. E tais benefícios podem ser gerados por recursos tangíveis ou intangíveis.
Martins, E., Almeida, D. L. D., Martins, E. A., & Costa, P. D. S. (2010). Goodwill: uma análise dos conceitos utilizados em trabalhos 
científicos. Revista Contabilidade & Finanças, 21(52).
Ativos intangíveis mensuráveis x Ativos intangíveis não mensuráveis
Link para artigo
Segundo Glautier e Underdown (2001, p. 167), Goodwill pode ser descrito como a soma daqueles atributos
intangíveis e não mensuráveis para contabilização e que contribuem para o sucesso de um negócio, tais como: uma
boa reputação, cultura para a integridade organizacional, a habilidade e perícia dos seus empregados e gestores e
sua relação duradoura com credores, fornecedores e clientes.
159
Ética e Sustentabilidade
Reconhecimento inicial do investimento da compra de 40% das ações da Empresa B 
Débito Crédito
Investimentos na coligada B
a Bancos
72.000.000,00 72.000.000
Foi levantado o Balanço Patrimonial e o patrimônio líquido contábil nesse balanço era de R$ 150.000.000,00
Empresa B Aquisição de 40%
Valor justo dos ativos líquidos 170.000.000,00 68.000.000,00
Valor patrimonial 150.000.000,00 60.000.000,00
Mais-valia nos ativos líquidos 20.000.000,00 8.000.000,00
O ágio por mais-valia de ativos líquidos contido no custo inicial do investimento (R$ 72 milhões) seria de R$ 8 milhões.
Por sua vez, o ágio por rentabilidade futura (goodwill) seria de R$ 4 milhões (72.000.000 – 68.000.000).
Débito Crédito
INVESTIMENTO NA COLIGADA B - Valor Patrimonial
MAIS-VALIA DE ATIVOS LÍQUIDOS – Coligada B
ÁGIO POR RENTABILIDADE FUTURA (Goodwill) – Coligada B
Bancos
60.000.000,00
8.000.000,00
4.000.000,00
72.000.000,00
(+) Ágio por Rentabilidade Futura (Goodwill) (-) Ganho por compra vantajosa
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Ética e Sustentabilidade
Imagens: Commons.com
Imagem: Inspirada em MAZZALI, Rubens; ERCOLIN, Carlos Alberto. Governança corporativa. Editora FGV, 2018.
Imagem: Inspirada em MAZZALI, Rubens; ERCOLIN, Carlos Alberto. Governança corporativa. Editora FGV, 2018.
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Ética e Sustentabilidade

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