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escatologia doutrina das ultimas coisas severino pedro da silva

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S m rito Pedro da Silva
Todos os Direitos Reservados. Copyright © 1988 para a língua portu- 
guesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus.
236 Silva, Severino Pedro da 
SILe Escatologia, doutrina das últimas coisas. 
Rio de Janeiro, CPAD, 1988.
1 v.
1. Escatologia. 2. O Anticristo.
I. Título.
Casa Publicadora das Assembléias de Deus
Caixa Postal 331
20001, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
11' Edição 1998
Índice
Apresentação............................................................................................ 6
Prefácio..................................................................................................... 7
Introdução................................................................................................. 9
1. O que Significa Escatologia........................................................... 11
2. Que Geração é Esta?....................................................................... 29
3. A Entrega dos Galardões............................................................... 35
4. A Celebração das Bodas................................................................ 45
5. A Invasão Russa«............................................................................. 51
6. O Período de D or............................................................................ 63
7. A Construção do Templo».............................................................. 75
8. A Manifestação do Anticristo....................................................... 83
9. A Batalha do Armagedom............................................................. 93
10. A Grande D estruição,.......................................................................105
11. A Grande Carnificina.......,..............................................................111
12. O Julgamento das N ações............................................................. 115
13. Tudo Sobre Dispensações................................................................ 121
14. As Alianças Existentes....................................................................127
15. Os Mil Anos........................................................................................ 133
16. A Morte e a Ressurreição................................................................147
17. Lugar de Suplício.............................................................................161
18. O Significado da Palavra Céu........................................................ 171
19. O Juízo Final...................................................................................... 177
20. A Vida E te rn a .................................................................................... 183
Bibliografia................................................................................................ 187
Apresentação
O Pastor Severino Pedro da Silva brinda-nos com este 
livro, Escatologia, doutrina das últimas coisâs, um exce- 
lente tratado que descreve os acontecimentos futuros, a 
partir do Arrebatamento da Igreja. Com muita proprieda- 
de, numa linguagem simples, de fácil compreensão, narra 
a entrega dos galardões aos que se empenharam pela salva- 
ção do mundo, a celebração das Bodas do Cordeiro, a 
Grande Tribulação, a manifestação do Anticristo, a cons- 
trução do novo Templo em Jerusalém, a invasão russa, a 
batalha do Armagedom, a destruição dos exércitos aliados,
0 julgamento das nações, 0 Milênio, a batalha final, a der- 
rota de Satanás e de todos os anjos maus, a última ressur- 
reição e 0 julgamento final, 0 fogo do Inferno, 0 novo Céu e 
a nova Terra, a vida eterna.
Tenho a certeza de que todos os que lerem este livro, 
gostarão de seu conteúdo. Por isso, 0 apresento e recomen- 
do.
Horácio da Silva Júnior, pr 
Diretor Executivo da CPAD
6
Prefácio
As profecias sempre me fascinaram. E este livro foi es- 
crito para satisfazer uma exigência generalizada entre os 
estudantes de Escatologia Bíblica.
Já havia muito que se esperava um tratado dinâmico, 
enriquecido e aprofundado sobre este assunto.
Seu autor, pastor Severino Pedro da Silva, é conheci- 
do de todos nós e vem sendo usado grandiosamente por 
Deus para uma tarefa de suma importância que é, sem dú-
l ida, escrever para 0 deleite espiritual do povo de Deus e 
até fora dele.
Este livro - a Doutrina das Ültimas Coisas - revela no- 
tável unidade de estilo e de linguagem. Isto se deve, em 
grande parte, à experiência e conhecimento do autor.
A mensagem nele contida tem uma consistência vital 
que se encaixa com 0 equilíbrio estrutural de seu argumen- 
to. O ponto central de seu conteúdo é nosso Senhor Jesus 
Cristo e suas manifestações com dissertações sobre as pro- 
fecias futurísticas.
São Paulo, 1987 
J®sé Wellington Bezerra da Costa
7
Introdução
A Escatologia = do grego “ Eschaton” é a doutrina que 
diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindou- 
ro. Dela se depreendem vaticínios cujos temas são de al- 
cance muito vasto.
Alguns deles ainda surgirão (em seu cumprimento) 
ao cenário de nossa história.
O cumprimento destas profecias, à luz de cada con- 
texto, não depende da vontade ou da imaginação humana, 
mas exclusivamente de Deus (*Jr 1.12).
Estas predições. em seu contexto geral, são denomina- 
das à guisa futurística de “A Palavra dos Profetas”, “ ...à 
qual (afirma o apóstolo Pedro) bem fazeis em estar aten- 
tos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o 
dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos cora- 
ções” (2 Pd 1.19).
Há, hoje em dia, grande interesse pelas profecias. Tal 
interesse deve-se aos grandes acontecimentos políticos e 
religiosos na vida de Israel e na das demais nações do mun- 
4m (Lc 21.29).
0 povo tem obsessão de conhecer o que vai acontecer 
no futuro. E assim tem sido desde o princípio do mundo. 
Os profetas de ambos os Testamentos predisseram com 
antecedência de séculos, no primeiro caso, e até de alguns 
meses, no segundo, todos os episódios futuros e, até com 
minúcias, em vários de seus elementos doutrinários e pro- 
fé ticos.
O próprio Jesus, desde que irrompeu e com Ele o 
“ Reino de Deus” , pregava uma escatologia natural, pre- 
sente e atual na vida do mundo e da Igreja.
São Paulo, 1987 
Severino Pedro da Silva
O que Significa Escatologia
1. Definição־ do termo
O termo “ escatologia” e seus cognatos correspondem à 
“ doutrina das últimas coisas” .
Escaton (que vem por último) designa a doutrina que 
diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindõu- 
ro.
Desde que Cristo irrompeu e com Ele o Reino de 
Deus, o domínio da escatologia já está presente misteriosa- 
mente entre nós, com o seu peso de promessas e, simulta- 
neamente, seu atual julgamento.(1)
2. Definição do argumento
Existem em o Novo Testamento alguns termos técni- 
cos que designam o domínio presente, atual e futuro, ao 
mesmo tempo, da escatologia na vida da Igreja e na vida 
do mundo.
Estes termos, segundo se diz, focalizam com exclusivi- 
dade este tempo futuro. Vejamos:
a. “ E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do 
meu Espírito derramarei sobre toda a carne...” (J1 2.28 e 
ss; At 2.17 e ss).
b. “ Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos 
dias apostatarão alguns da fé...” (1 Tm 4.1a).
c. “ Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão 
tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1).
d. “ Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e 
de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou- 
nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1).
e. “ Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão 
escarnecedores...” (2 Pd 3.3a), etc.
Portanto, a expressão “ os últimos dias” e seu equiva- 
lente apontam para: a descida do Espírito Santo em sua 
plenitude (J1 2.28; At 2.17 e ss); para a época do Evangelho 
de Cristo (Hb 1.1) e, concomitantemente, para osúltimos 
dias maus (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1; 2 Pd 3.3).
3. A vinda de Jesus
A vinda do Senhor Jesus tem uma tríplice relação: à 
Igreja (para o arrebatamento), a Israel (para seu preparo 
em receber o Messias sete anos depois) e, às Nações (para o 
Milênio). A tríplice divisão natural é depreendida de 1 
Tessalonicenses 4.16 que expressa o significado do argu- 
mento quando diz:
“ ...o alarido” (à Igreja);
“ ...a voz do arcanjo” (a Israel);
“ ...a trombeta de Deus” (às Nações).
a. Em relação à Igreja. Para com a Igreja, a descida do 
Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transfor- 
mar os crentes vivos é apresentada como constante expec- 
tação e esperança (1 Co 15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 
Tm 6.14; Tt 2,13; Ap 22.20).
b. Para Israel. Para o povo escolhido, a vinda do Se- 
nhor é predicada para cumprir as profecias que dizem res- 
peito ao seu ressurgimento nacional, a sua conversão, e es- 
tabelecimento em paz e(־) poder sob o Pacto Davídico (Am 
9.11,12; At 15.14-17).
c. Para as Nações. No caso das Nações, a Volta do Se- 
nhor é predicada para consumar a destruição do presente 
sistema político universal (Dn 2.44,45; Ap 19.11 e ss). Sen- 
do, porém, que os dois últimos acontecimentos relaciona- 
12
dos com Israel e as Nações só terão lugar sete anos depois 
do arrebatamento da Igreja por Jesus Cristo.
4. O desenvolvimento do argumento
A volta do Senhor, no que diz respeito à sua primeira 
vinda (ou fase), se destinará apenas à sua Igreja, e é cha- 
mada de “ encontro” em 1 Tessalonicenses 4.17. A palavra 
“ arrebatamento” não se encontra, graficamente falando, 
nas passagens que descrevem o momento do arrebatamen- 
to da Igreja, mas a idéia do termo está na frase inserida. 
Isto é, no contexto que diz: “ ...seremos arrebatados” (1 Ts 
4.17).
A presente expressão obedece à seguinte sentença: 
“ tirar” , “ arrancar” , “ levar” , “ afastar” , “ tirar por força ou 
por violência” , “ impelir” , “ suprimir” , “ elidir” , etc.( ) To- 
das estas expressões designam, fundamentalmente, 0 
traslado de uma coisa de um lado para outro ou de uma di- 
mensão inferior para uma outra superior.
Encontramos em o Novo Testamento cinco termos 
técnicos na língua grega que descrevem a manifestação de 
Cristo em suas duas fases futuras: Arrebatamento e Parou- 
sia e cada uma delas exemplificadas com passagens bíbli- 
cas:
a. Optomai (aparecer). “ Assim também Cristo, ofere- 
cendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, apare- 
cerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para sal- 
vação” (Hb 9.28).
b. Ercomai (vir). “ E, se eu for, e vos preparar lugar, 
virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que 
onde eu estiver estejai vós também” (Jo 14.3).
c. Epphanos (aparição). “ Que guardes este manda- 
mento sem mácula e repreensão, até a aparição de nosso 
Senhor Jesus Cristo” (1 Tm 6.14).
d. Apokalypsis (revelação, desvendamento). “ De ma- 
neira que nenhum dom vos falta, esperando a manifesta- 
ção de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7).
e. Parousia (presença ou vinda). “ E então será revela- 
do o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua 
boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8).
13
Aqui estudamos a ocasião da parousia de Cristo.(4) 
Será no fim da Grande Tribulação, e, efetivamente, termi- 
nará esse período de aflição.
O aparecimento do Rei será acompanhado de certos 
sinais que não deixarão ninguém em dúvida sobre o que 
vai acontecer (Mt 24.29). Isto significa que a volta do Se- 
nhor, portanto, terá efeitos opostos e resultados positivos 
(para os santos) e negativos (para os incrédulos). Os efeitos 
serão sentidos sobre: amigos (Mt 24.31) e inimigos (Mt 
24.30); tristeza e alegria, gemidos e adoração, medo e deli- 
cias.
Ele não virá como veio da primeira vez, em fraqueza 
(a fraqueza de Deus) e humildade, mas na glória e poder 
(Ap 1.7; 19.11-21).
5 .0 encontro
“ Em 1 Tessalonicenses 4.17, a palavra “ arrebatamen- 
to” tem o mesmo sentido no grego que “ nosso encontro” , 
em Atos 28.15 onde lemos: “ ...ouvindo os irmãos novas de 
nós, nos saíram ao encontro à praça de Ápio e às três Ven- 
das. E Paulo vendo-os deu graças a Deus, e tomou âni- Λ י י mo .
A palavra “ encontro” , neste sentido, significa portan- 
to literalmente “ sair” a fim de voltar com “ alguém” . So- 
mente duas passagens focalizam essas palavras com tal 
sentido, a saber: no trecho de Gênesis 24.63-67 e Mateus 
25.1,6.
Na passagem de Gênesis descreve-se o encontro de 
Rebeca com Isaque e na passagem de Mateus ilustra o en- 
contro da Igreja com Cristo.
a. Para Israel. A volta do Senhor no que diz respeito à 
sua segunda fase (Parousia) se destinará especificamente 
a Israel, mas as Nações, de um certo modo, estão envolvi- 
das no acontecimento.
Prenunciando a volta do Senhor nos ares, Israel é re- 
presentado na figueira que brota. “ Aprendei pois esta pa- 
rábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam ten- 
ros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão” (Mt 
24.32). As parábolas foram métodos de ensino muito usa- 
dos por Jesus. As parábolas são estórias que transmitem 
14
instrução, comunicando geralmente um ponto importan- 
te.( )
O ponto enfatizado na parábola da figueira contada 
por Jesus tem como objetivo ensinar-nos a identificar um 
"período de tempo geral” .
Quando as folhas da figueira começam a brotar, sabe- 
mos que o verão se aproxima. Ainda hoje em Israel a natu- 
reza da figueira continua a mesma. Tão-somente quando 
as árvores ali brotam, anunciam a vinda da primavera, as- 
sim estes sinais (disse Jesus) anunciarão a Volta do Rei em 
glória.
b. A figueira nesta passagem e em outras do mesmo 
gênero é Israel (Lc 13.6-9). “ A nação judaica é comparada 
a três árvores nas Escrituras Sagradas:
À vinha (Is 5.1-7), este foi o conceito de Isaías e de ou- 
tros profetas do Antigo Testamento.
A oliveira (Rm 11.17 e ss), este foi o conceito de Paulo 
por amor de seu argumento.
E à figueira (Mc 13.28), este foi o conceito de Jesus em 
relação a Israel. Antigamente a nação era como uma “ vi- 
nha frutífera” , depois uma “ figueira estéril” , e mais tarde 
na Vinda do grande Rei uma “ oliveira florescente” .
O Senhor Jesus já no entardecer de seu ministério ter- 
reno exorta-nos a observar os acontecimentos por virem 
na vida de Israel e depois acrescenta: “ Olhai para a figuei- 
ra, e para todas as árvores” (Lc 21.29).(6) Ora, a partir do 
ano 70 d.C., a figueira secou-se de acordo com as palavras 
proféticas de Jesus (Lc 13.8,9), e durante quase dois mil 
anos que se seguiram, a nação israelita se transformou pro- 
feticamente falando num “ montão de ossos secos” (cf. Ez 
37.1,2,11). Esses “ ossos” como diz o profeta do Senhor, se- 
riam espalhados na face de um grande vale (o mundo), e 
ali seriam absorvidos pelas sepulturas (as nações). (Cf 
37.12).
Mas apesar de tudo, a promessa de Deus é de restau- 
ração e. em 14 de maio de 1948, a figueira começa então a 
“ brotar” , e as sepulturas (as nações) devolvem a Israel não 
só seus filhos, mas também sua Terra e, de lá para cá, o 
grande progresso na vida deste povo são os brotos, preditos 
por nosso Senhor quando falou sobre o futuro (Mt 24.33).
15
(c) Mas segundo os ensinos de Jesus, não só a figueira 
(Israel) seria alvo das profecias, mas todas as árvores ha- 
viam também de “ brotar” Lc 21.29). As Escrituras são 
proféticas e se combinam entre si em cada detalhe! Todas 
as nações que margeiam Israel vêm, de uma maneira ou de 
outra, sentindo um certo progresso. Isto prenuncia a Vinda 
do Senhor, que continua dizendo: “ Não passará esta gera- 
ção...”
6. A posição de Cristo
No plano mais amplo de Seu ministério mediatorial, 
Cristo está agora assentado no Céu “ aguardando” . O grego 
êkõêxouai transmite o significado de alguém esperando o 
recebimento de alguma coisa vinda de outro. Isto mostra 
Cristo agora na atitude de alguém que está esperando; en- 
contra-se revelado em Hb 10.12,13. Ele está entronizado e 
pacientemente aguarda: o tempo certo e aordem do Pai. 
Mas enquanto isso não acontece, Ele está exercendo sua 
tríplice função:
Primeiro, como concessor de dons (Ef 4.7-16), e o dire- 
tor do seu exercício (1 Co 12.4-11), e conforme tipificado 
pelos sacerdotes do Antigo Testamento que consagravam 
os filhos de Levi (Êx 29.1-9), Cristo está incessantemente 
ativo no Céu. Em relação a isto, todo o campo de serviço 
fica adequadamente apresentado e a que deve ser notada 
está entre a atividade universal tríplice do crente como sa- 
cerdote e o seu exercício diário.
Segundo, como intercessor, Cristo continua o seu mi- 
nistério no Céu, o qual começou aqui na terra (Jo 17.1-26; 
Rm 8.34). Este empreendimento estende-se ao seu cuidado 
pastoral daqueles que Ele salvou. Ele vive para sempre 
para fazer intercessão por eles, e por causa disto Ele pode 
salvá-los quando se aproximam de Deus através dele (Hb 
7.25).
Ele não ora pelo mundo, ora, porém, por aqueles que o 
Pai lhe deu (Jo 17.9). A intercessão de Cristo relaciona-se 
com a fraqueza, imaturidade e limitações daqueles por 
quem Ele ora. Sua intercessão garante nossa segurança 
para sempre (Lc 22.31,32).
Terceiro, como advogado, e como aquele que nos re- 
presenta agora no Céu (Hb 9.24), Cristo lida com o pecado
16
atual do cristão. Ele é a propiciação pelos nossos pecados 
(1 Jo 2.2). Quando acontece um pecado na sua vida, o cris- 
tão tem um advogado junto ao Pai.
Um advogado é aquele que defende a causa de outra 
pessoa nos tribunais, e há motivos abundantes para Cristo 
advogar em benefício daqueles que tão constantemente ne- 
cessitam de sua ajuda.(7)
7. O retorno de Cristo exemplificado
Encontramos no Antigo Testamento, especialmente 
no livro de Levítico 23, o ritual de cada festa estabelecida 
por Deus e observada pelo povo de Israel na Terra Santa. 
Cada festa destas, de acordo com sua significação especial, 
aponta para um tempo futuro.(8)
a. A Páscoa (Lv 23.4). A primeira delas era a Páscoa 
do Senhor. Era celebrada “ no mês primeiro, aos 14 dias do 
mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor” . Esta festa é come- 
morável, e recorda a Redenção, feita por um grande Re- 
dentor. Em figura ela significa “ ...Cristo, nossa páscoa..., 
sacrificado por nós” (1 Co 5.7).
b. Os Asmos do Senhor (Lv 23.6). Esta era a segunda 
festa deste calendário. Esta simboliza comunhão com 
Cristo, e pão sem fermento, na plena bem-aventurança de 
sua redenção, e ensina um andar santo. A ordem divina 
aqui é linda: primeiro, redenção, depois um viver santo (1 
Co 5.6-8 etc).
c. As Primícias (Lv 23.10). A festa das primícias era 
uma figura da ressurreição, primeiro. Cristo, depois os que 
são de Cristo na sua vinda (1 Co 15.23; 1 Ts 4.14-16 etc).
d. O Pentecoste (Lv 23.15-22). Esta festa, que é a 
quarta do calendário, era chamada de “ pentecoste” . Se- 
gundo a interpretação dada pelo doutor C.I. Scofield, ela 
simbolizava a descida do Espírito para a Igreja, conforme 
aconteceu no Cenáculo em que os discípulos oravam no dia 
de Pentecoste (At 2.1 e ss). “ Desde seu início até o fim, 
esta festa é o antítipo da descida do Espírito Santo para 
formar a Igreja do Senhor. Por isso o fermento está presen- 
te (Lv 23.17), porque infelizmente, mesmo em contrário à 
vontade divina, o mal existe na Igreja (Mt 13.33; At 5.1 e 
ss; Ap 2.1 e ss).
17
Notemos que agora fala-se de pães, e não de um “ mo- 
lho” (feixe) de espigas soltas. Importa numa verdadeira 
união de partículas, formando um “ corpo homogêneo” . A 
descida do Espírito Santo no Pentecoste uniu os discípulos 
em um só organismo (1 Co 10.16,17; 12.13,20).
Os pães movidos eram oferecidos “ cinqüenta dias de- 
pois que se tinha oferecido o molho da oferta movida” (Lv 
23.15). Isto é precisamente o período entre a ressurreição 
de Cristo e a formação da Igreja no Pentecoste, pelo batis- 
mo no Espírito Santo (At 2.1-4), com o “ molho” não havia 
fermento, porque em Cristo não existe mal.
e. A das Trombetas (Lv 23.23-25). A quinta festa era 
chamada a “ ...das trombetas” . Chegamos aqui, ao tempo 
do fim, porque esta festa tem um valor completamente 
profético e se refere à futura restauração no sentido total 
da nação israelita Note que existe um longo período entre 
o Pentecoste e a festa das Trombetas. correspondendo ao 
período entre o Pentecoste e a introdução do Milênio. Este 
período, segundo se depreende, corresponde ao longo 
período do trabalho pentecostal do Espírito Santo sobre a 
Igreja aqui na terra, na atual dispensação (cf. Is 18.3; 
27.13; 58.1 e ss; J1 2.1 e ss; 3.21 etc).
Devemos observar que, em relação à festa das Trom- 
betas, algo especial a acompanha, que é um testemunho 
referente ao ajuntamento e arrependimento de Israel de- 
pois de terminar o período pentecostal, que é o da Igreja. 
Esta festa é seguida imediatamente pelo dia da Expiação. 
Simbolicamente falando, a festa das Trombetas fala do 
ajuntamento de Israel; profeticamente, porém, fala do ar- 
rebatamento da Igreja (“ ···A Grande Colheita” ), e logo a 
seguir, vem a penúltima festa.
f. A festa da Expiação (Lv 23.26-32). Segundo os rabi- 
nos, o dia da Expiação é o mesmo descrito em Levítico 
16.29-34, mas aqui a ênfase está sobre a tristeza e arrepen- 
dimento de Israel. Em outras palavras, seu valor profético 
é saliente, e isto antecipa o arrependimento de Israel, de- 
pois do seu julgamento, quando de Sião vier o Libertador, 
e expiar a iniqüidade de seu povo (Is 9.14; Rm 11.26).
g. A festa dos Tabernáculos (Lv 23.34 e ss). A festa dos 
Tabernáculos simboliza o estabelecimento do reino mile-
18
nial de Cristo com poder e grande glória. “ A festa era tanto 
memorial como profética, memorial porque lembrava o 
tempo de peregrinação no Egito (Lv 23.43); e profética 
pelo descanso milenar de Israel depois da restauração, 
quando a festa dos Tabernáculos virá a ser outra vez um 
memorial; e, desta vez, não será só para Israel mas para to- 
das as nações durante o Reino Milenar de Cristo (Ez cap. 
40 a 48; Zc 14.16-21). Esta festa era memorial para Israel 
como a Santa Ceia do Senhor é para sua Igreja: “ Fazei isto 
em memória de mim” .(9)
8 . Para os primeiros cristãos
Para os cristãos da Igreja Primitiva a maior e mais 
sublime expectação era o retorno de Cristo para seus San- 
tos. Eles não se conformavam ausentes da “ presença do 
Senhor” e ardentemente almejavam por ela. Paulo, por 
exemplo, conserva em si uma expectação imediata da pre- 
sença de Cristo em sua vida. Ouça o que Paulo diz: “ Mas, 
se o viver na carne (no corpo) me der fruto da minha óbra, 
não sei então o que deva escolher. - Mas de ambos os lados 
estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, 
porque isto é ainda muito melhor” (F1 1.22,23).
Nesta sua expectativa, Paulo deseja estar com Cristo 
de qualquer maneira: tanto “ partir” como esperar na “car- 
ne” o retorno de Cristo. Esse deve ser, portanto, o sentido 
de “ viver na carne” para Paulo (F11.22). E, evidentemen- 
te, ele é inspirado a fazer esta oração aramaiquizada, que 
é: “ MARANATA!” (1 Co 16.22). Tal locução proverbial, 
como produto da cristologia do Filho de Deus na comuni- 
dade primitiva, encontra seu correspondente em Apocalip- 
se 22.20: “Amém. VemT Senhor Jesus!” No mais, a expec- 
tativa imediata do retorno de Cristo para os seus santos es- 
tá ancorada numa palavra falada por Jesus e escrita por 
Paulo, em 1 Tessalonicenses 4.15: “Dizemo-vos, pois, isto, 
pela palavra do Senhor: que nós (ele atualiza), os que fi- 
carmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os 
que dormem". E na seção seguinte ele exclama: “ Porque o 
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de 
arcanjo, e com a trombeta de Deus...”
19
Na passagem de Romanos 16.20, encontramos a ar- 
dente expectação de Paulo pelo retorno de Cristo, quando 
diz: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo 
dos vossos pés...” Esta ansiedade de Paulo e dos demais 
cristãos no primeiro século vem à tona em vários elemen- 
tos doutrinários, tais como:
a. Em 1 Coríntios 7.29, lemos: “ Isto, porém, vos digo,irmãos, que o tempo se abrevia-, o que resta é que também 
os que têm mulheres sejam como se as não tivessem” .
b. Em 1 Coríntios 10.11, Paulo diz: “ Ora tudo isto lhes 
sobreveio como figuras, e estas estão escritas para aviso 
nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” . Em 
outras formulações referentes à expectativa imediata dos 
escritores do Novo Testamento quanto ao retorno de Cris- 
to, são os verbos e advérbios que deixam bem claro a ur- 
gência para tal acontecimento! Veja:
1) “ E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de 
despertarmos do sono; porque a nossa salvação (plena re- 
denção do corpo) está agora mais perto de nós do que 
quando aceitamos a fé” (Rm 13.11).
2) “ Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. 
Perto está o Senhor!” (F1 4.5).
3) “ Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos 
corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 
5.8).
4) “ O Senhor não retarda a sua promessa (da sua vin- 
da), ainda que alguns a têm por tardia...” (2 Pd 3.9a, etc).
9. O conceito errôneo
Para muitos a segunda vinda de Cristo a este mundo é 
apenas um processo de acontecimentos. Para outros, po- 
rém, isso significa um estado de morte. Mas, segundo se 
depreende, não é uma coisa nem outra. Razão porque a 
morte é a penalidade imposta pelo pecado, mas o retorno 
de Cristo livra do pecado e da penalidade (Rm 6.23). “ Os 
pensamentos e as experiências relativas à morte são dolo- 
rosos; os pensamentos relativos à vinda de Cristo nos são 
muito caros (Jo 11.31; Tt 2.13).
No primeiro caso, olhamos para baixo e choramos; no 
segundo, para cima e nos regozijamos (Jo 11.35; F1 2.16).
20
No primeiro caso (a morte), o corpo é semeado em cor- 
rupção e desonra; no segundo caso será ressuscitado em in- 
corrupção e glória (1 Co 15.42,43; 1 Ts 4.16,17). No primeiro 
caso, somos despidos; no outro, revestidos (2 Co 5.4). No 
primeiro caso, há triste separação entre amigos; no outro, 
alegre reunião (Ez 24.16; 1 Ts 4.16 e ss). Na morte entra- 
mos no descanso, mas na vinda de Cristo seremos coroados 
(1 Ts 4.13; Ap 14.13).
A morte vem como nosso grande inimigo; Cristo, como 
nosso grande amigo (Pv 14.27; 1 Co 15.26). A morte é 0 rei 
dos terrores (Jó 18.14); Cristo é o Rei da glória (SI 24.7). 
Satanás tem o poder da morte; Cristo é o príncipe da vida 
(At 3.15; Hb 2.14). Por ocasião da morte partimos para es- 
tar com Cristo; por ocasião da sua vinda Ele virá até nós 
(Jo 14.3; F11.23). Jesus faz distinção entre a sua vinda e a 
morte do crente. Cristo e os apóstolos nunca ordenaram 
aos santos que aguardassem a morte, mas, repetidamente, 
exortaram-nos a esperar a vinda do Senhor (1 Co 15.51,52).
a. A “ Nova Teologia” ensina que Jesus Cristo nunca 
voltará a este mundo em forma literal para os seus santos: 
que Cristo está retornando tão rapidamente quanto lhe é 
possível entrar neste mundo; que Ele veio no Pentecoste, 
na presença do Espírito Santo; que Ele veio por ocasião da 
destruição de Jerusalém, no julgamento contra aquela ci- 
dade, e que Ele vem por ocasião da morte das pessoas, 
como já falamos acima.
Com efeito, a vinda de Cristo não deve ser identifica- 
da com a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., conforme a 
interpretação de alguns. O julgamento de Deus contra Je- 
rusalém não é o acontecimento referido na maioria das 
passagens em que a segunda vinda de Cristo é menciona- 
da. Isto. por vários motivos:
Primeiro, por ocasião da destruição de Jerusalém, 
aqueles que dormiam em Jesus não foram ressuscitados.
Segundo, os crentes vivos não foram arrebatados ao 
encontro do Senhor nos ares, nem seus corpos foram trans- 
formados.
Terceiro, anos depois dessa ocorrência, encontramos 
João ainda aguardando a vinda do Senhor (Ap 22.20).
21
Quarto, segundo os ensinamentos dos profetas, dos 
apóstolos e do próprio Senhor, um reino de jus tiça e paz 
deve seguir-se im ed ia tam en te à volta de Cristo. Isso. toda- 
via. não ocorreu, nem por ocasião nem depois da destrui- 
ção de Jerusalém . Portanto , ela a inda está por vir!
b. Outro ponto de vista da “ Nova Teologia” é que 
Cristo veio na pessoa do Espírito Santo. Em sentido muito 
real e im portan te , de fato, a vinda do Espírito Santo foi 
um a vinda de Cristo para os seus (Jo 14.15-18,21-23). Essa, 
porém, não foi a vinda de Cristo referida nas passagens que 
afirm am que Ele voltará.
Evidentem ente , sua vinda é claram ente estabelecida 
e d is t in ta pelo testem unho conjunto dos profetas, de João 
Batista , dos anjos, dos apóstolos, e do próprio Cristo! Dele. 
disseram os anjos: "Esse Jesus, que dentre vós foi recebido 
em cima no céu. há de vir assim como para 0 céu o vistes 
ir” (At 1.11b).
10. O tempo de Deus
As Escrituras deixam bem claro que, do ponto de vista 
divino. Deus jam ais se a trasa . Se parece haver demora no 
retorno de Cristo, é porque devem existir boas e convenien- 
tes razões para isso. É verdade que são já decorridos mais 
de 1900 anos da época em que a promessa do a rrebatam en- 
to foi feita pela própria boca do Senhor (Jo 14.3).
E n tre tan to , os membros da Igreja P rim itiva em Tes- 
salônica creram que Cristo viria enquanto estivessem vivos 
e foram consolados pela expectativa de se reunirem aos 
seus entes queridos já falecidos. Isso porém, não contradiz, 
nem enfraquece a promessa de Cristo para seus santos, 
pois, todos aqueles santos sabiam que Cristo, como Deus, 
tem a eternidade na sua mão e pode ligar o hoje do tempo, 
como se fosse o am an h ã da e ternidade (2 Pd 3.8,9).
O m undo tem passado de um a crise a outra, mesmo 
quando parecia oportuno para 0 regresso de Cristo. M as o 
significativo acontecimento não ocorreu.
a .A razão divina. Por que Cristo ainda não cum priu 
sua promessa de vir e receber seu povo para levá-lo consi- 
go? Do ponto de vista da profecia bíblica, ta l dem ora não é 
inesperada. Há, portanto , razão para tal. Q uando Cristo 
22
veio pela primeira vez, era um episódio que havia sido pre- 
visto há milhares de anos. Séculos de história haviam pre- 
parado o cenário para a primeira vinda de Cristo à Terra.
A língua grega se desenvolvera e era de uso comum em 
todo o mundo ocidental. Isso preparou o caminho para que 
o Novo Testamento fosse escrito em um idioma preciso e 
amplamente utilizado.
Paulo afirma que, quando tudo, porém, estava pronto: 
“ ...Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob 
a lei” (G1 4.4b).
O Império Romano conseguira estabelecer relativa 
paz no Oriente Médio. A vida e culto judaicos na Palestina 
estavam prontos para a vinda do Messias. Apareceu João 
Batista para anunciar a vinda do Rei e conclamar a nação 
ao arrependimento (Mt 3). A Paz Romana havia franquea- 
do o comércio internacional e as comunicações, possibili- 
tando que os cristãos do Século I propagassem a mensa- 
gem do Evangelho pelo Império Romano inteiro e final- 
mente por todo o mundo. As profecias sobre a primeira 
vinda de Cristo foram cumpridas num dia cuidadosamen- 
te preparado por um Deus soberano. Ele estava “ velando” 
sobre este tempo (Jr 1.12). Assim também, as profecias 
concernentes ao retorno de Cristo para buscar os crentes e 
a sua segunda vinda (Parousia) à terra serão cumpridas 
dessa forma, num perfeito sincronismo de Deus.
b. A demora. Do ponto de vista humano pode parecer 
que Cristo esteja retardando sua vinda. Mas em épocas 
passadas, o cumprimento das profecias bíblicas foi sempre 
precedido por séculos de história que transformaram os 
acontecimentos com suprema precisão, a fim de permitir 
que os fatos preditos ocorressem conforme a promessa, per- 
feitos até os últimos detalhes. Todavia, há também uma 
razão pessoal e afetuosa para justificar por que Cristo ain- 
da não voltou.
Veja o que escreve o apóstolo Pedro em sua segunda 
Carta (3.8,9): “ Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que 
um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um 
dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que al- 
guns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco,23
não querendo que alguns se percam, senão que todos ve- 
nham a arrepender-se.”
Eis aí, portanto, a demora do retorno de Cristo para 
encontrar-se com os seus santos provém de um coração 
amoroso. Um Deus compassivo ainda está esperando que 
muitos ouçam o Evangelho e atendam à mensagem cren- 
do!
11. Sua Parousia também será necessária
Não só a vinda de Cristo (para seus santos) será neces- 
sária, mas também seu retorno com poder e grande glória 
(sete anos depois), também já era esperado pelos primiti- 
vos cristãos. Pois, segundo o conceito dos profetas e dos 
apóstolos, isso significaria a implantação de seu governo 
na terra por mil anos, conforme era esperado. “ Porque con- 
vém que reine até que haja posto a todos os inimigos debai- 
xo de seus pés” (1 Co 15.25).
E não somente isto, mas também pelo fato de que a 
segunda vinda de Cristo traria aos judeus a solução de to- 
dos os seus problemas e o estabelecimento de seu futuro 
governo sob o Pacto Davídico. Seu aparecimento trará fim 
também à grande guerra do Armagedom e à onda de des- 
truição que estará a ponto de aniquilar a terra.
Seu retorno em glória será necessário para o encerra- 
mento dos “ tempos dos gentios” (Lc 21.24). Esta expres- 
são, “ tempos dos gentios” ou seu equivalente, tem na 
Bíblia duas aplicações:
a. Na primeira, refere-se “ à oportunidade” que Deus 
concedeu a eles para salvação. Paulo comenta isso em Ro- 
manos 11 e Efésios 2. Paulo fala deles no seguinte tema: 
“ ...naquele tempo estáveis sem Cristo” (Ef 2.12). Refere-se 
ao tempo passado, antes de Cristo ter vindo ao mundo.
Conforme este conceito, os gentios estavam sem a 
“ promessa messiânica” , isto é, sem as vantagens do Pacto 
com Israel, o que é mencionado e comentado em Romanos 
9.4,5.
“ Chamados incircuncisão” (Ef 2.11); sim, os judeus 
chamavam os gentios de “ incircuncisão” , por desprezo. 
Em sentido geral, os gentios estavam sem a redenção que 
nos vem por intermédio de Cristo inteiramente à parte de
24
qualquer idéia de redenção mediada pelas promessas ju- 
daicas
“ ...Mas agora” (Ef 2.13a). Diz Paulo: “ ...em Cristo 
Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cris- 
to chegastes perto” .
Portanto, “ os tempos dos gentios” nesta primeira se- 
ção, referem-se a “ um tempo para salvação” (Jo 1.12).
b. Na segunda, o termo refere-se “ ao domínio gentíli- 
co” que, como sabemos, começou com Nabucodonosor e se 
estenderá até o Armagedom (Dn 2.44,45; Ap 19.19-21). 
Durante este período as nações gentílicas têm ditado o des- 
tino de Jerusalém e oprimido o povo de Israel. Nosso Se- 
nhor predisse isso, em Lucas 21.24: “ ...E Jerusalém será 
pisada pelos gentios, até (esse “ até” vai até o Armagedom) 
que os tempos dos gentios se completem” .
Temos aqui uma elaboração editorial, preparada por 
Lucas, conforme Cristo predisse sobre os eventos que 
sobreviriam à cidade de Jerusalém e ao povo judeu, quan- 
do de sua destruição. A passagem, de maneira geral, refle- 
te tanto um conhecimento histórico como profético da- 
queles acontecimentos; e isto mostra que do ano 70 d.C., 
até a presente era, de fato, Jerusalém tem sido pisada por 
esta gente.
“ Tempos dos gentios” , como já tivemos ocasião de 
ver, é primeiramente usado para indicar o tempo durante o 
qual os gentios terão a oportunidade de se arrependerem e 
de acharem a salvação. “ ...Deus visitou os gentios, para to- 
mar deles um povo para o seu nome” (At 15.14b). Este 
tempo começou com a morte e ressurreição de nosso Se- 
nhor Jesus Cristo e terminará em plenitude com o arreba- 
tamento da Igreja.
Porém, como já falamos, no sentido de domínio, refe- 
re-se ao tempo que Deus estabeleceu para castigar Israel 
como nação, o que terá características daqueles tempos 
(Dn 8.13,14; .12.7,11.12 etc).
Nas palavras de Jesus em Lucas 23.28,29, podemos 
deduzir o que isto significa. Isto é, o que queria dizer “ Je- 
rusalém” ser pisada pelos gentios. Ouça: “ Porém Jesus, 
voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não cho- 
reis por mim, chorai antes por vós mesmas, e por vossos fi­
25
lhos. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem- 
aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os 
peitos que não amamentaram!” Esta passagem trata-se de 
uma declaração profética a respeito da destruição da cida- 
de de Jerusalém, pelo poderio gentílico, o que teve cumpri- 
mento no ano 70 d.C.
A descrição foi tão horrorosa porque a maternidade, 
naqueles dias, tomou-se uma verdadeira maldição, e não 
uma bênção, segundo usualmente considerada.
As mães foram forçadas a ver os seus filhos inocentes 
serem brutalmente assassinados, ou mortos por inanição. 
(Ver notas expositivas sobre isso, “ A fuga predita” .) Le- 
mos nos escritos de Josefo que certas mulheres, por causa 
da fome causada pela muralha com que Flávio Tito Vespa- 
siano cercou a cidade, chegaram a comer os seus próprios 
filhos, e até mesmo soldados tão endurecidos como os mili- 
tares romanos sentiam asco de ver a cena de corpos infan- 
tis meio comidos ou meio cozinhados. Acrescenta-se a isso 
o fato de que a mãe com seus filhos seria impedida de fugir 
da cidade. Portanto, isso significa, domínio cruel dos gen- 
tios, até que seu tempo termine. O que só acontecerá com o 
retorno de Cristo. As profecias, tanto do Antigo como do 
Novo Testamento, indicam que no retorno de Cristo à Ter- 
ra com poder e grande glória, Jesus será visto fisicamente 
na Palestina (Ap 1.7).
O mesmo Jesus Cristo que nasceu de uma virgem, que 
morreu na cruz, que ressuscitou e subiu ao Céu, brevemen- 
te voltará: primeiro para os seus santos (o arrebatamento) 
e segundo, com os seus santos (sua Parousia). Ele voltará 
em pessoa à esfera terrestre para exercer seu governo sobre 
o mundo. Está perfeitamente claro que este regresso de 
nosso Senhor será literal e não somente sua oresença espi- 
ritual como tem sido afirmado por alguns estudiosos da 
Bíblia.
12. Seu retorno em glória
Esta descrição aqui do arrebatamento e Parousia de 
Cristo faz-se necessária para que o estudioso das profe- 
cias tenha maior clareza na cronologia profética.
Os acontecimentos que se seguirão em sua vinda pes- 
soai a este mundo são mais ou menos estes:
26
a . 0 regresso de Cristo será um regresso visível e glorio- 
so. De acordo com as Escrituras, todos verão Jesus (Mt 
24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu primeiro toque a este m undo se- 
rá no m onte das Oliveiras como está descrito pelo profeta 
Zacarias 14.4: “ E naquele dia estarão os seus pés sobre o 
monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém , para 
0 o riente .. .” Durante esse período, a m archa do cortejo e a 
rotação contínua da terra permitirão que o m undo inteiro 
presencie 0 acontecimento. O destino final do cortejo será 
o centro do Oriente Médio, ao encam inhar-se para 0 ani- 
quilam ento dos exércitos reunidos para a b a ta lha do Ar- 
magedom e para a chegada definitiva de Cristo ao Monte 
Sião (SI 2).
b. Segundo as Escrituras. Cristo será acom panhado, 
em sua segunda vinda, por um imenso corpo de hostes ce- 
lestiais, descrito como os exércitos do céu (Jd v 14; Ap 
19.14). Os crentes que foram arrebatados antes da Tribula- 
ção, bem como aqueles que estiverem no Céu com o Senhor 
conforme a promessa dele em João 14.1-4, retornarão à 
Terra como parte desse vasto acom panham ento . Tam bém 
os anjos se jun tarão a Cristo nesse grande cortejo do Céu à 
Terra (Mt 25.31, etc).
c. Ü Salmo 2 descreve o retorno de Cristo do Céu à 
Terra e seguindo em direção do monte Sião. “ S ião” é men- 
cionada por 110 vezes na Bíblia. 90 delas são em termos do 
grande amor e afeição do Senhor por ela, de modo que o lu- 
gar tem grande significação. Para m ostrar a majestosa so- 
berania de Deus na história da hum anidade , o Salmo 2, já 
citado nesta seção, fornece um a descrição da situação 
m undial na época da segunda vinda de Cristo: “ Porque se 
am otinam as gentes, e os povos im aginam coisas vãs? Os 
reis da terra se levantam , e os príncipesjuntos se manco- 
m unam contra 0 Senhor (Deus) e contra 0 seu Ungido 
(Cristo)...” , (vv 1.2). Mas, esta rebelião das nações provo- 
cará no Senhor um riso de desprezo. “Aquele que hab ita 
nos céus se rirá; o Senhor zombará deles” (v 4).
Portanto, Deus prom eteu enviar seu Filho no tempo 
determ inado para destruir as forças do mal e depois reinar 
sobre a terra. Seu governo, como teremos ocasião de ver no
27
capítulo que trata do Milênio, será um governo absoluto de 
paz e justiça jamais visto neste mundo!
(') J . J . V. Allmen. Voc. Bibl. 1972
Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible) (־)
( י ) Peq. Die. da Ling. Port. p. 113, 11♦ Ed. 1979
(') A. E. B. Ant. da Ült. Bat. Armag. 1981
( ) Cont. Regres. P / O Juízo Fin. 1981
(s) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)
(:) Teol. Sist. L. S. C. Vol. I. 1986
(8) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)
{ ) Op. Cit. C. I. Scofield
28
Que Geração é Esta?
I. Não passará esta geração
“E m verdade vos digo que não passará esta geração 
sem que todas estas coisas acon teçam ” .
Sendo a duração da vida hum ana , “geração” serve 
p ara expressar o tem po como segue: os tem pos passados 
(At 14.16; 15.21); o tem po do castigo de Deus, que atinge 
a té a q u a rta geração (Êx 20.5; D t 5.9); o tem po da sua mi- 
sericórdia, in fin itam ente m aior que sua cólera (Êx 20.6; D t 
5.10; 1 Cr 16.15; SI 105.8). “De geração em geração” , que 
tam bém se traduz conforme 0 sentido do pensam ento; 
“ de idade em id ad e” - significa para sempre, em perpetui- 
dade, e se relaciona com a fidelidade de Deus a seu reino, 
a seu am or e ss (Êx 3.15; SI 33.11; 90.1; Is 60.15; Dn 4.3; Lc 
1.50).
a. Por outro lado, “ geração” significa os homens de 
u m a época (Êx 1.6; N m 32.13; Ec 1.4); os homens do pas- 
sado (Jó 8.8); os homens do futuro (Dt 29.22; Jó 18.20; SI 
22.21; 48.14; 78.4,6; Lc 1.48); os contemporâneos (Is 53.8; 
Lc 16.8).
Neste sentido “geração” é o objeto dos ju lgam entos 
severos que os profetas trazem sobre seus contemporâneos
29
2
e sobre todo 0 povo de Israel: “ ...geração perversa” (Dt 
32.5); “ ...geração pecadora” (Is 1.4); “ ...semente adulteri- 
n a ” (Is 57.3); “ ...semente da fa ls idade” (Is 57.4. etc). O 
Senhor Jesus re tom a estes ju lgam entos proféticos e os apli- 
ca a seus contemporâneos em vários de seus elementos 
doutrinários:
“ ...geração m á e ad ú lte ra” (M t 12.39); “ ...geração 
adú lte ra e pecadora” (Mc 8.38); “ ...geração incrédu la!” 
(Mc 9.19); “ ...geração incrédula e perversa” (Mt 17.17). 
etc.
b. “ ...esta geração” . A palavra “ geração” na presente 
passagem tem um sentido escatológico. É a palavra grega 
“genea” , e segundo o doutor C. I. Scofield ela traz em si a 
idéia de “ raça, família, espécie, e tc ” .(10) É certo que a pa- 
lavra se em pregada apenas como um a geração familiar 
(um filho sucedendo a um pai), não se coaduna com a 
tese principal, porque nenhum a destas “ coisas” , a saber: a 
pregação do Evangelho do Reino em todo o m undo; a volta 
de Jesus em glória; o a jun tam en to dos escolhidos pelos an- 
jos, não aconteceu antes da destruição de Jerusalém , que 
todos sabem , deu-se no ano 70 d.C. A promessa é, portan- 
to, que a Geração - a Nação de Israel ou família israelita - 
será conservada até o fim como nação: ninguém a destrui-
2. Jesus como uma “ geração”
N a passagem de Apocalipse 22.16, Jesus se identifica
como sendo “ ...a geração de D avi” . Esse fato, portanto,
nos leva a en tender porque M ateus inicia seu Evangelho
dizendo: “ Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi,
filho de A braão” (M t 1.1).
As duas genealogias (M ateus e Lucas) que diferem en-
tre si em alguns detalhes, podem ser um a só (pelo menos é 
de um a só pessoa): e não se originam de duas linhagens;
um a sendo de José e a outra de M ar ia .(11) Essa idéia foi 
universalm ente aceita na Igreja Prim itiva e continuou até 
0 século XV, quando Annius de Viterbo, que morreu em 
1502 (d.C.), achou um a diferença.
30
Segundo ele entre a linhagem de José (em M ateus) e a 
linhagem de M aria (em Lucas) havia "pontos difíceis” de 
serem conciliados entre si por várias razões:
Primeiro: M ateus, apresenta ·Jacó como “ p a i” de José 
(1.16), e segue em direção a Jesus.
Segundo: Lucas, apresenta Heli como “p a i” de José 
(3.23), e segue em direção a Adão. Para o doutor R.N. 
Cham plin, Ph. D., diversas interpretações procuram expli- 
car a diferença:
a. Pa ra os que pensam que a genealogia de Lucas dá a 
linhagem de M aria, e a de M ateus dá a de José. Jacó seria 
o pai de José, e Heli seria o sogro (compare-se 1 Sm 
24.11,16). O uso da palavra “p a i” no hebraico e no grego, 
perm itia que a palavra “p a i” fosse usada livremente no lu- 
gar de sogro, apesar de sogro não ser 0 parentesco verdadei- 
ro e sim, por afinidade.
b. P a ra os que pensam que am bas as genealogias dão a 
linhagem só de José, Jacó seria irm ão de Heli; segundo o 
costume hebreu, quando Heli morreu, Jacó teria tom ado 
sua viúva como esposa (compare-se Gn 38.1 e ss; D t 25.5 e 
ss; R t 4.5), e José seria filho de Jacó no sentido literal e de 
Heli, no sentido legal.
c. É possível que José tenha sido filho de Jacó por nas- 
cimento, e filho de Heli por adoção, ou 0 inverso.(12) E s ta 
questão não é b as tan te solúvel, m as qualquer destas três 
interpretações é possível.
Nos versículos 3 a 6 da genealogia de M ateus, apare- 
cem quatro nomes de mulheres estrangeiras, a saber: Ta- 
m ar (Gn 38.1 e ss); R aabe (Js 2.1 e ss; H b 11.31), R ute (ver 
livro de Rute para sua história); e aquela que foi m ulher de 
Urias, isto é, Bate-Seba, que o Espírito Santo omitiu o seu 
nome (2 Sm 12.10,24).
1) A genealogia do Salvador abrange 42 gerações, 
num período de dois mil anos. E s tá dividida em três partes 
de catorze gerações cada.
O primeiro grupo, de Abraão ao rei Davi (M ateus), 
abrange mil anos aproxim adam ente.
Na de Lucas abrange três mil anos (pois continua a té 
Adão). E la tem caráter descendente.
31
0 segundo grupo, do rei Davi ao exílio babilônico, 
abrange um período de quatrocentos anos.
O terceiro grupo, do exílio a Cristo, tem treze gera- 
ções, sendo que a 14? geração, obviamente inclui Maria ou 
Jesus, abrange um período de seiscentos anos. Examinan- 
do com cuidado, observamos que existem certas “ lacunas” 
de nomes·nas duas tábuas genealógicas de Mateus e Lu- 
cas. Podemos encontrar algo similar, em Esdras 6, onde se 
vê uma genealogia com o mesmo número de “ lacunas” , 
nada menos de seis gerações de sacerdotes são omitidas, 
como transparece pela comparação em 1 Crônicas 6.3-15.
2) “ Ao examinar a genealogia de Mateus, para ver 
quando se rompeu a linhagem real de Judá (visto que as 
duas genealogias seguem de Abraão a Davi numa só árvore 
genealógica e a partir daí, há uma “ bifurcação” - Não se- 
gue com Salomão e sim, com Natã), fica claro que foi em 
Jeconias.
Note-se, também, como o Senhor usou a Jeremias di- 
zendo: “ Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem (Je- 
conias) está privado de seus filhos, e ...nem prosperará al- 
gum da sua geração, para se assentar no trono de Davi, e 
reinar mais em Judá” (Jr 22.30). Os dois nomes que seguem 
o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel estão realmente trans- 
feridos da outra genealogia (de Lucas), na qual consta que 
o pai de Salatiel foi Neri, da família de Natã.
Torna-se certo, portanto, que Salatiel, da família de 
Natã, irmão de Salomão, se tornou herdeiro ao trono de 
Davi, quando falhou a linhagem de Salomão na pessoa de 
Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram trans- 
feridos, como “ filhos de Jeconias” para a tábua genealógi- 
ca segundo o costume da lei judaica” .(1 )
Em Mateus 1.6, “ ...Jessé gerou ao rei Davi; e o rei 
Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias; e Saio- 
mão gerou a Roboão...” etc.
Em Lucas 3.31, “ ...Matatá de Natã, e Natã de Davi, e 
Davi de Jessé...” etc. Tanto Salomão como Natã eram fi- 
lhos de Bate-Seba (2 Sm12.24; 1 Cr 3.5). Então aparecem 
seis nomes em Mateus, que não aparecem em Lucas.(14) 
Seja como for, há somente duas genealogias no Novo Tes- 
32
lamento - e as duas são de uma só pessoa: O Senhor Jesus 
Cristo que, através das quais, se identifica como sendo 
“ ...a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” 
(Ap 22.16b).
Evidentemente, quando uma “ geração” traz em si o 
sentido genealógico, refere-se à sucessão de um pai por seu 
filho primogênito (primogenitura aqui é por direito nato ou 
adquirido). De Abraão a Cristo as gerações sobem (Mt 1.1- 
7); de Cristo até Adão, as gerações descem (Lc 3.23-38). De 
Adão até Abraão uma “ geração” é calculada pelo decorrer 
de 100 anos; enquanto que, de Abraão até Cristo é de 40 
anos aproximadamente (cf. Mt 24.34 etc).
3. Uma geração escatológica
O sentido aqui invocado, deve ser o mesmo de “ raça” , 
“ espécie” , “ família” . Tal expressão de Jesus assegura a 
continuidade de Israel, como nação, até a volta de Cristo 
com poder e grande glória, mas sua identidade como raça e 
como nação continuará até aquele acontecimento. Paulo 
declara exatamente isso em Romanos 11.25 e ss. Outros, 
porém, tem em mente que Jesus ao se referir a “ esta gera- 
ção” (hê genea hautê), queria dizer “ esta geração de ho- 
mens” , e assim, segundo este critério de interpretação, 
aquela “ geração” , durou exatamente 40 anos, pois no ano 
de 70 d.C. todos que ouviram isto, com exceção dos discí- 
pulos, pereceram.
Porém, é evidente que, na passagem de Apocalipse 
1.7, esta forma de interpretação não se harmoniza com a 
tese e argumento principal e, sim, diz respeito claramente 
a Israel na presente era, pois os que crucificaram Jesus no 
sentido literal^.estão mortos há quase dois mil anos.
No início deste capítulo, falamos que em certo sentido 
“ geração” se aplica também aos “ homens de uma época” 
ou a um grupo específico em qualquer tempo ou época, tais 
como:
a. Os gentios. “ Depois disse o Senhor a Noé: Entra tu 
e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante 
de mim nesta geração” (Gn 7.1). Os gentios, quanto à sua 
wigem, vieram de Adão e a sua liderança natural está ne­
33
le. Quanto ao seu estado no período de Adão a Cristo, fica- 
ram sob a multiforme acusação: “ ...estáveis sem Cristo, 
separados da comunidade de Israel, e estranhos aos con- 
certos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no 
mundo” (Ef 2.12b). Portanto, os gentios eram uma “ gera- 
ção” sem Deus e sem esperança.(15)
b. Os judeus. “ Em verdade vos digo que não passará 
esta geração sem que todas estas coisas aconteçam” (Mt 
24.34). Com a chamada de Abraão e tudo o que o Senhor 
operou nele, deu-se início a uma nova raça ou nova gera- 
ção, a qual sob alianças e promessas divinas inalteráveis, 
continuará para sempre. Portanto, Israel é uma geração a 
parte dos demais povos ou nações. Isto é, trata-se de um 
povo escolhido como alvo das promessas e conceitos de 
Deus até a consumação.
c. Os cristãos. “ Mas vós sois a geração eleita, o sacer- 
dócio real, a nação santa...” (1 Pd 2.9a). Um grande con- 
junto das Escrituras declaram direta ou indiretamente que 
a atual disposição foi predita e intercalada, e nela uma 
nova humanidade aparece sobre a terra como a cerca de 
2000 anos a.C. aparece na nova ordem do tempo a nação de 
Israel, tendo como ponto de partida o patriarca Abraão 
(Gn 12.1 e ss).
Os gentios partindo de Adão, formavam uma nova ge- 
ração, pois Deus havia também criado outros seres racio- 
nais (os anjos) no Universo.
Os judeus, partindo de Abraão, davam agora início a 
uma nova geração que, foi denominada por Deus como 
sendo “ santa” (Êx 19.6).
Os cristãos partindo de Cristo, formam agora a “ nação 
santa” (1 Pd 2.9 etc).
״) ) Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reference Bible)
(") O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.
(I!) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.
״) ) L. Hervey. op. cit. p. Mat. o Evang. do Rei.
(") O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.
(' ) Teol. Sist. L. S. C. Vol. I. 1986.
34
A Entrega dos Galardões
1. O tribunal de Cristo
Após o arrebatamento da Igreja por Cristo, haverá 
uma “ reunião com Ele” num lugar chamado “ tribunal” . 
Paulo fala disso em vários de seus ensinos mas, especifica- 
mente, em três referências exclusivas:
Primeira: ‘ ‘Mas tu. por que julgas teu irmão? Ou tu, 
também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos 
de comparecer ante o tribunal de Cristo” (Rm 14.10).
Segunda: “ Porque todos devemos comparecer ante o 
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 0 que 
tiver feito por meio do corpo, ou bem. ou mal” (2 Co 5.10).
Terceira: “ A obra de cada um se manifestará: na ver- 
dade 0 dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e 
o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que 
alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá ga- 
lardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimen- 
to; mas 0 tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 
3.13-15). Existem outras possíveis passagens sobre o Tri- 
bunal de Cristo em 0 Novo Testamento, mas essas são to- 
madas para exemplificar 0 sentido do argumento.
a. 0 que é tribunal? Nos antigos estádios gregos, a as- 
sembléia se reunia defronte de uma “ plataforma” chama- 
da BÊMA de onde as questões oficiais eram conduzi- 
das.(16)
Esse vocábulo “ bêma” originalmente significava ape- 
nas um “ degrau” ; desta idéia passou a indicar uma “ pia- 
taforma elevada” , como aquela usada pelos oradores, pe- 
los juizes das competições esportivas, ou mesmo pelos ma- 
gistrados romanos em seus julgamentos formais. Porém, 
já o apóstolo Paulo toma o vocábulo “ bêma” para denotar 
0 “ Tribunal de Cristo” . Essa expressão “ tribunal’ é empre- 
gada por onze vezes no Novo Testamento, e nas passagens 
onde ela figura está sempre ligada a julgamento espe- 
ciai.(17)
1) O tribunal de Pilatos ( l 9). “ E, estando ele (Pilatos) 
assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não 
entres na questão desse justo, porque num sonho muito so- 
fri por causa dele” (Mt 27.19).
2) O tribunal de Herodes. “ E num dia designado, ves- 
tindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribu- 
nal, e lhes fez uma prática” (At 12.21).
3) O tribunal de Pilatos (2?). “ Ouvindo pois Pilatos 
este dito, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, 
no lugar chamado Litostrotos, e em hebraico Gabatá” (Jo
19.13).
4) O tribunal de Gálio. (I9). “ Mas, sendo Gálio pro- 
cônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente 
contra Paulo, e o levaram ao tribunal, dizendo: Este per- 
suade os homens a servir a Deus contra a lei” (At
18.12.13).
5) O tribunal de César ( l 9). “ E, não se demorando en- 
tre eles mais de dez dias, desceu a Cesaréia; e no dia se- 
guinte assentando-se no tribunal, mandou que trouxes- 
sem a Paulo” (At 25.6).
6) O tribunal de Gálio (29). “ E expulsou-os do tribu- 
nal. Então todos agarrando Sóstenes, principal da Sinago- 
ga, o feriram...” (At 18.16,17a).
7) O tribunal de César (29). “ Mas Paulo disse: Estou 
perante o tribunal He César, onde convém que seja julga­
36
do: não fiz agravo algum aos judeus,.como tu bem sabes” 
(At 25.10).
8) O tribunal de Gálio (39). “ Então todos agarraram 
Sóstenes, principal da Sinagoga, e o feriram diante do tri- 
burial; e a Gálio nada destas coisas o incomodava” (At 
18.17).
9) O tribunal de César (39). “ De sorte que, chegando 
eles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilação algu- 
ma, assentado no tribunal, mandei que trouxessem o ho- 
mem” (At 25.17)'.
10) O tribunal de Cristo “ Porque todos devemos com- 
parecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba 
segundo 0 que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou 
mal” (2 Co 5.10).
11) O tribunal de Deus (Edição Revista e Atualizada). 
“ Tu, porém, por que julgas a teu irmão? e tu, por que des- 
prezas o teu irmão? pois todos compareceremos perante o 
tribunal de Deus” (Rm 14.10).
Para uma melhor compreensão do pensamento, o lei- 
tor deve observar que as duasreferências nos evangelhos 
indicam o “ tribunal de Pilatos” (Mt 27.19; Jo 19.13); otre- 
cho de Atos 12.21, fala do “ tribunal de Herodes” ; as refe- 
rências do décimo oitavo capítulo de Atos indicam por três 
vezes o “ tribunal de Gálio” ; em Atos 25.6,10,17, por três 
vezes, refere-se ao “ tribunal de César” . Enquanto que Ro- 
manos 14.10 e 2 Coríntios 5.10, indicam o “ tribunal de 
Cristo e de Deus” .
b. Nas últimas citações (Rm 14.10 e 2 Co 5.10), Paulo 
alude ao que acontecerá quando o Redentor congregar os 
remidos em torno de si, diante do seu tribunal. Haverá ali 
uma avaliação do que fizemos e não fizemos; mas isso não 
indica que será um momento de temor, mas de confiança; 
mais ninguém estará ali presente, a não ser os salvos: ali 
todos amarão 0 Redentor e confiarão nele.
Os textos e contextos afirmam que, diante do tribunal 
do Senhor, cada “ um” receberá 0 louvor ou a censura que 
merecer. As referências mais explícitas sobre isso são:(18)
Primeiro: Em 2 Coríntios 5.10, onde o que temos “ fei- 
to por meio do corpo” será manifestado perante os olhos de 
todos diante do Tribunal (cf. Hb 4.13, etc).
37
Segundo: Em Romanos 14.10, onde nossas relações 
com nossos irmãos serão examinadas perante o nosso Sal- 
vador (cf. Mt 18.10, etc).
Terceiro: Em 1 Coríntios 3.10-15, onde nosso serviço a 
Deus é provado como pelo fogo (cf. Ap 22.12, etc).
2. Onde será o Tribunal?
Existem muitas divergências entre os comentaristas 
quanto ao local exato do Tribunal de Cristo. Alguns têm 
sugerido que será aqui mesmo na terra. O homem pecou 
aqui (dizem eles); aqui foi salvo; aqui trabalhou - então 
aqui deve ser avaliado o seu trabalho (cf. Mt 25.19 e ss). 
Outros, porém, asseguram que esse julgamento deve ter lu- 
gar no Céu e confrontam o Tribunal de Cristo com o julga- 
mento do grande Trono Branco; apenas o dividem por eta- 
pas: 1? o Tribunal; 29 o Juízo das Nações e 3? o Grande Tro- 
no Branco (cf. Mt 25.32 e ss; 2 Co 5.10; Ap 20.11 e ss). Po- 
rém, é evidente que essa forma de interpretação deve ser 
rejeitada de todo. Visto que esses três julgamentos obede- 
cem a uma ordem cronológica bem clara: o Tribunal de 
Cristo se dará por ocasião do arrebatamento; o juízo das 
nações vivas, por ocasião do retorno de Cristo na sua Pa- 
rousia (sete anos depois do arrebatamento); e o juízo final, 
mil anos depois. Um outro grupo diz que terá lugar nos 
ares, mas não especifica o lugar (cf. 1 Ts 4.17; Ap 22.12).
As passagens de Mateus 9.15 e Apocalipse 22.12 nos 
levam a entender que o Tribunal não será “ dentro do 
Céu” . Razão por que, na primeira citação Jesus declara 
que os filhos das bodas (que se dará no Céu: Ap 19.7) não 
podem andar tristes e, em 1 Coríntios 3.15, lemos que 
diante do Tribunal isso pode acontecer; na segunda, Jesus 
declara: “ E eis que cedo venho, e o meu galardão está co- 
migo (no original virá comigo), para dar a cada um - no 
tribunal - segundo a sua obra” .
Ora, se essa recompensa fosse feita no Céu, não seria 
necessário Jesus trazer consigo este galardão. Na antigui- 
dade, os juizes e anciãos de uma nação costumavam julgar 
seus súditos e suas causas na “ porta da cidade” (Gn 
19.1,9; 1 Sm 4.13,18; 2 Sm 15.2). Boaz, chamando o remi- 
dor, e mais dez testemunhas da cidade de Belém, julgaram 
38
a causa de Rute a moabita na “ porta da cidade” de Belém 
(Rt 4,1,2). E ali, diante desse tribunal, ela recebeu “ . . . 0 ga- 
lardão do Senhor Deus de Israel” (Rt 2.12).
Muitas coisas nas Escrituras foram escritas “ ...para 
nosso ensino” (Rm 15.4), pois algumas delas são 
“ ...sombras das coisas celestiais” (Hb 8.5), e outras são 
“ ...figuras das coisas que estão no céu” (Hb 9.23). Se o nos- 
so pensamento é acertado nesta interpretação, é evidente, 
embora pouco provável que o Tribunal de Cristo terá lu- 
gar ainda nos ares, especialmente na “ porta formosa do 
Céu” (cf. Ct 2.4; 1 Ts 4.17 etc).
a. Diante do Tribunal de Cristo, serão reprovadas as 
obras e não o obreiro (1 Co 3.13 e ss), pois todo o seu traba- 
lho que tiver feito “ por meio do corpo” será ali avaliado pe- 
rante a justiça divina.
Porém,' se fará necessário que a caridade de Deus este- 
ja ali! A justiça exige que o “ bem” seja recompensado e o 
"mal" punido.(19) Ora, isto não pode realizar-se senão pela 
sanção (sanção aqui não é condenação) da vida futura; so- 
mente esta pode ser rigorosamente justa, uma vez que de- 
pende de Deus, que “ sonda os rins e os corações” . Real- 
mente eficaz, porque ninguém pode escapar-lhe. Nenhum 
subterfúgio daquele que é culpado (culpado aqui é descui- 
dado).
É necessário uma recompensa baseada na justiça e ca- 
ridade de Deus. Esta prova se baseia na justiça de Deus, 
que exige que a virtude e 0 vício (aqui já neste mundo) re- 
cebam as sanções que lhes são devidas: recompensa ou pu- 
nição. Aqui no mundo, as sanções da virtude e do vício são 
evidentenjente insuficientes; muitas vezes mesmo, é 0 
vício que triunfa, e a virtude que fica humilhada. Portan- 
to, é necessária uma recompensa futura através da justiça 
divina que quer. que cada um seja tratado segundo suas 
obras, e isso não pode ser feito a não ser com a vida futura.
Mas, se fará necessário, diante do tribunal de Cristo 
que a caridade triunfe! E triunfará mesmo! A justiça deve 
ser tempçrada pela caridade. É preciso distinguir cuidado- 
samente a legalidade e a eqüidade (diante do Tribunal de 
Cristo isso n,ão é necessário; mas apenas aqui para ser en- 
tendido pela mente natural).
39
b. A prova pelo “ fogo” . No que tange a este fogo, mui- 
tas interpretações têm surgido! Mas uma coisa é certa: a 
onisciência de Deus ali deve estar presente. Todo nosso 
trabalho passará “ diante dos olhos” da Trindade Divina 
(cf. Êx 13.21; At 2.3; Hb 12.29; Ap 1.14; 2.18; 3.2, etc). A 
passagem de Apocalipse 4.8 descreve seres viventes como 
tendo a inteireza da inteligência; são cheios de “ olhos por 
diante e por detrás” (4.6). Podem tanto ver para a frente 
como para trás.(20)
O passado e 0 futuro estão abertos a eles como um li- 
vro. Visão interna (olhos por dentro), visão externa (olhos 
por diante) também lhes pertence. A absoluta visão cir- 
cundante corresponde a uma infinita visão interior, que 
expressa a concentração contemplativa, a unidade da onis- 
ciência divina. Vigilância! Ora, se estes seres viventes pos- 
suem tal visão, que diremos nós diante daquele perante 
quem “ ...todas as coisas estão nuas e patentes aos 
olhos...?” (Hb 4.13).
Ali, pois, diante da perscrutação desses olhos infinitos 
que tudo contemplam (Pv 15.3), surgirão duas palavras so- 
Ienes: “Aprovados e Reprovados” . “ Este ‘fogo’ diz Spea- 
ker,(־') dura apenas ‘um dia’ ; é futuro, não presente; é des- 
trutivo, não purificador; destrói apenas obras, não pes- 
soas; causa perda e não lucro; destrói apenas o que for falso 
e não o que for verdadeiro; causa apenas reprovação da 
obra e não do obreiro” (1 Co 3.13-23).
c. A interpretação errônea. Alguns eruditos ensinam 
que mesmo os mais fiéis precisam dum processo de purifi- 
cação antes de se tornarem aptos para entrar na imediata 
presença de Deus. Também alguns (não são todos) teólo- 
gos protestantes que crêem na doutrina de “ uma vez sal- 
vo, salvo para sempre” , embora reconhecendo a palavra 
divina que diz: “ Segui a paz com todos, e a santificação, 
sem a qual ninguém verá o Senhor” , concluem que o Tri- 
bunal de Cristo seja uma espécie de “ purgatório” onde os 
crentes carnais imperfeitos se purifiquem da escória. Esse 
processo, segundo essa maneira de interpretar 0 Tribunal, 
dar-se-á ali. Todavia, não existem nas Escrituras evidên- 
cias para tal doutrina, e existem muitas evidências contrá- 
rias a ela.(22)
40
3. A recompensa
“ ...cada um recebe... ou bem, ou mal” (2 Co 5.10). 
Muitos comentadores renomados têm tido dificuldades 
nesta passagem, quando se defrontam com a palavra 
“ mal” . Porém, é evidente que, a palavra MAL no presente 
texto não significa “ pecado” . Diante deste Tribunal não 
haverá nem pecado nem pecador (cf. Lc 20.35,36).Quando se invoca o sentido profundo da palavra “ pe- 
cado” no original hebraico é “ hattã’th” que traduzida para 
o grego clássico é “ Hamartia” . Porém, na passagem cita- 
da, a palavra “ mal” # deve ser depreendida do uso que dela 
faz o profeta Isaías. O uso de “ RA” em Isaías 45.7, onde se 
diz que Deus cria o “ mal” , fica esclarecido o seu uso no 
tempo e no espaço quando vemos que em mais de 450 vezes 
que esta palavra se encontra no Antigo Testamento, muito 
poucas vezes ela se refere a Deus como a causa da coisa 
realizada, e também veremos que em cada um desses casos 
o “ mal” mencionado não indica pecado, e, sim, consiste no 
castigo justo que Deus impõe sobre aqueles que pecaram.
Não se diz que Deus criou o pecado deles, mâs se diz 
que Ele trouxe a calamidade e o castigo sobre eles. Esta 
correção divinamente imposta foi a palavra “ RA” distinta- 
mente declarada como uma experiência do mal vinda de 
Deus como penalidade, em contraste com o bem que ele 
concederia em outra situação.(־ )
a. O apóstolo Paulo retoma isso em seus elementos 
doutrinários, quando diz: “ Agora folgo, não porque fostes 
contristados, mas porque fostes contristados para 0 arre- 
pendimento; pois fostes contristados segundo Deus... Por- 
que a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a 
salvação, da qual ninguém se arrepende...” (2 Co 7.9,10; 
Hb 12.11). Acreditamos, pois, que o “ mal” (rá) em referên- 
cia seja apenas uma repreensão da parte do Senhor para 
aqueles que usaram material ou doutrina “ espúria” na sua 
obra (1 Co 3.13 e ss; 9.17 e ss). Jó entendeu isso muito bem 
quando disse para sua esposa: “ ...receberemos o bem de 
Deus, e não receberíamos 0 mal? (rá)” (Jó 2.10).
b. O galardão. A palavra “ galardão” tem nas Escritu- 
ias diversos sentidos e métodos de aplicação: Para Abraão,
41
o próprio Deus era o “ ...seu grandíssimo galardão” (Gn 
15.1). Rute, a moabita, recebeu “ . . . 0 galardão do Senhor 
Deus de Israel” (Rt 2.12). No estudo em foco, devemos tra- 
duzir a palavra “ galardão” (misthapodosia) por “ recom- 
pensa” (misthos). Este termo nasceu da vida comercial, e 
originalmente denotava o pagamento feito a um trabalha- 
dor, mas desde os tempos helenísticos também se usava 
em contextos religiosos.(4־) Havia, por outro lado, um ou- 
tro verbo que expressava 0 significado do pensamento: 
“ opsõnion” , que era tirado dos círculos militares, e signifi- 
cava as rações do soldado e, depois, 0 pagamento pelo ser- 
viço militar e, finalmente, o salário de um oficial do gover- 
no. Porém, como o grego é bastante rico nesse sentido, usa- 
va-se também outra palavra com sentido mais lato: “ ker- 
dos” ; “ kerdos” trazia a idéia de “ lucro” , “ vantagem” , 
“ ganho” , etc.
Para alguns esse “ galardão” ou “ recompensa” , trata- 
se de “ coroas” que receberemos da parte do Senhor. Os 
atletas do passado recebiam após as competições, suas 
“ coroas de louro” ou “ coroas da vitória” . Como sinal de 
haverem alcançado o “ prêmio” . Paulo fala disso em 1 
Coríntios 9.24 e, depois, faz uma exortação: “ ...Correi de 
tal maneira que o alcanceis” .
c. 0 argumento de Paulo parte do menor para o maior. 
Se os homens dão tão elevado valor às honrarias e coroas, 
que por si mesmas se revestem de tão pouca importância e 
valor, quanto mais devem os cristãos se esforçar e prezar 
aquelas coroas espirituais que nunca haverão de perecer, 
dotadas de valor infinito, que transcedem a tudo quanto é 
terreno e físico!
Se um homem é capaz de treinar tão diligentemente, 
de sofrer tantas privações, de agonizar física e mentalmen- 
te para um acontecimento que ocupará um único dia, sa- 
bendo que a competição será intensa e que as chances de 
ele sair vencedor não são grandes, quanto mais (diz Paulo) 
os cristãos devem dispor-se, deixando de lado todos os pra- 
zeres e ocupações inúteis, a fim de alcançarem a “ incor- 
ruptível coroa de glória” .
Na posição de corredor, ele corria com um alvo defini- 
do. Na qualidade de lutador, tinha um oponente. Em ou- 
42
tras palavras, ele tinha um alvo, uma vitória a conquistar. 
Então ele passa agora seu exemplo para seus leitores: “ Se- 
de meus imitadores, como também eu de Cristo” .
1) A coroa de glória. “ E, quando aparecer (na sua vin- 
da) 0 Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de 
glória” (1 Pd 5.4).
2) A coroa incorruptível. “ E todo aquele que luta de 
tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa cor- 
ruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Co 9.25).
3) A coroa de alegria. “ Portanto, meus amados e mui 
queridos irmãos, minha alegria e coroa...” (F1 4.1; 1 Ts 
2.19,20).
4) A coroa da justiça: “ Desde agora, a coroa da justiça 
me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará na- 
quele dia (diante do tribunal); e não somente a mim, mas 
também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).
5) A coroa da vida. “ Bem-aventurado o varão que so- 
fre a tentação; porque, quando for provado, receberá a co- 
roa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o 
amam” (Tg 1.12; Ap 2.10). Cumpre-se aqui, portanto, o 
que diz o profeta Isaías acerca de Jesus: “ ...o castigo que 
nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fo- 
ram sarados” (Is 53.5b). Isto, aponta claramente para o 
Calvário, onde Jesus suportou por nós “ uma coroa de espi- 
nhos” (Jo 19.2) para nos dar o direito de sermos partici- 
pantes de “ uma coroa de glória” . Isso é supremo sacrifício!
Jesus, nosso Senhor, morreu com apenas 33 anos de 
idade! Depois de ter sofrido “ uma eternidade de dores!” 
Seus inimigos aqui na terra o julgaram digno de “ uma co- 
roa de espinhos” . No Céu, porém, o quadro se inverte. E 
Ele está presentemente “ coroado de glória!” (Hb 2.9), etc.
״) ) Apoc. V. p. v. S. P. S. 1987
״) ) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D. 1982
״) ) op. cit. Apoc. v. p. v. 1987
R (יי) J. Cuts, de Fil. 1984
(") Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987
op. cit, p. S. E. Mc Nair. 1956 (יי)
(") M. P. Conta. As Dout. da Bíbl. 1977
(” ) Teol. Sist. L. P. C. Vol. I. 1986
״) ) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph, D. 1982
A Celebração das Bodas
1. As Bodas do Cordeiro
Após a avaliação de Cristo das obras de seus servos 
diante do Tribunal, Ele, então, conduzirá sua Noiva para o 
Palácio Real, onde se encontra “ a sala do Banquete” (Ct 
2.4), quando então terão início as Bodas do Cordeiro.
As Bodas do Cordeiro são uma preciosa revelação para 
os corações de todos os filhos de Deus. Os anjos, e os santos 
do Antigo Pacto ali estarão a cantar: “ Regozijemo-nos, e 
alegremo-nos e demos-lhe glória, porque vindas são as bo- 
das do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7).
a. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Tes- 
tamento, utilizam-se do casamento, ou mesmo de outra 
ocasião festiva para simbolizar a glória espiritual finai e a 
alegria dos fiéis servos de Deus. Vejamos como as Escritu- 
ras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe! 
Somente depois que 0 Senhor julgar a grande prostituta, 
Babilônia, que vem descrita mística e literalmente nos 
capítulos 17 e 18 do Apocalipse, é que o Senhor apresenta 
sua esposa, uma virgem pura (2 Co 11.2). No Novo Testa-
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mento, isso simboliza, especialmente no Apocalipse, que a 
Noiva do Cordeiro não deve ser confundida, por uma mu- 
lher poliandra.
A interpretação alegórica de Cantares de Salomão re- 
trata Deus como sendo o Noivo e Marido da nação israeli- 
ta; e isso tem sido usado pelos intérpretes cristãos para 
contemplar a Igreja como a “ Noiva de Cristo” na sua gló- 
ria futura. O livro de Cantares lembra-nos, sobretudo, do 
verdadeiro retomo aos primeiros tempos, à juventude da 
humanidade.(25) Ali aparecem dois nomes que, segundo se 
diz não expressam a idéia comum apenas de um homem, 
“ Ish” e aquela que leva seu nome (Isha - Gn 2.23) e sim por 
Salomão (Shelomo) e Sulamita (Shulamith). O nome que 
eles trazem prova a necessidade da paz (Shalom) e do per- 
dão divino, para que não haja “ dureza de coração” .
b. As religiões helenistas como as romanastambém 
empregavam esse simbolismo (o simbolismo das Escritu- 
ras), considerando a união entre seus adeptos e o salvador- 
deus como uma espécie de matrimônio sagrado.
“ Os cultos de fertilidade também empregam tal sim- 
bolismo” .(26) A parábola das virgens loucas e prudentes 
pinta o reino dos céus como uma espécie de festa de casa- 
mento (Mt 25.1-13). Enquanto que em Marcos 2.19,20, Je- 
sus alude a si mesmo como sendo o “ noivo” , e seus discípu- 
los seriam os convidados. Em João 3.29, João Batista refe- 
re-se a Jesus como o noivo. Paulo fez uma aplicação místi- 
ca e escatológica sobre esse simbolismo, dizendo que ele 
apresenta os crentes de Coríntios, como uma “ noiva” , a 
Cristo (2 Co 11.2). Por ocasião do arrebatamento da Igreja 
por Cristo, essa “ noiva” será pura e preparada para o Noi- 
vo (Ap 19.7). Assim na presente era, a Igreja é retratada 
como “ noiva” de Cristo; no período das bodas, porém, 
como “ a esposa, a mulher do Cordeiro” .
c. Entre os judeus, as bodas eram celebradas durante 
sete dias com grande alegria (Jz 14.12,15,17,18). As bodas 
de Jacó duraram sete dias (Gn 29.27,28). Na simbologia 
profética das Escrituras Sagradas, isso aponta para as bo- 
das do Cordeiro durante “ sete anos” : Jesus também é ju-
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deu e em termos proféticos um dia é que vale um ano (Nm 
14.34; Ez 4.6; Jo 4.9).
0 Apocalipse descreve o tempo em que a “ noiva se 
aprontou” . Seu vestido é todo bordado e branqueado no 
sangue do Cordeiro (SI 45.14; Ap 22.14), pois ninguém 
pode entrar naquela festa com “ vestidura estranha” (Sf 
1.8; Mt 22.11).
Tem sido alegado, diz 0 doutor Geo Goodman,(27) que 
não existia 0 costume de dar vestes nupciais nos banquetes 
orientais, como bodas, aniversários, etc. Mas alguns textos 
escriturísticos apoiam que sim; às vezes, se fazia isso cons- 
tantemente. José apresentou mudas de roupa a seus ir- 
mãos (Gn 45.22 e ss); Sansão, no seu casamento, deu trinta 
mudas de vestidos aos seus companheiros (Jz 14.12), e 
Geazi pediu a Naamã mudas de roupas para os jovens que 
vieram da montanha de Efraim, alegando que tinham vin- 
do visitar seu senhor (2 Rs 5.22).
Devemos ter em mente que apenas um homem que 
entrou no banquete do rei sem as vestes nupciais foi expul- 
so sem misericórdia (Mt 22.11-13). O profeta Sofonias ad- 
verte que ninguém deve comparecer naquele dia (por infe- 
rência) sem as vestes reais: “ E acontecerá que no dia do 
sacrifício do Senhor, hei de castigar os príncipes, e os filhos 
do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha” (Sf 
1.8). Evidentemente, essa passagem aponta para o grande 
dia do Senhor, mas, de certo modo, deve ser aplicada aqui 
também.
Portanto, prezado leitor, somente as vestes da justiça 
de Cristo prevalecerão naquele dia; o mais tudo será rejei- 
tado (Ap 3.18).
2. A Ceia das Bodas
A ceia das bodas do Cordeiro, serão para cumprimen- 
to das palavras de nosso Senhor quando se encontrava no 
“ cenáculo mobiliado e preparado” . Numa expressão e gestc 
de quem estava dando um “A té breve” a seus discípulos, 
Ele disse: “ ...até aquele (nas bodas) dia em que o beba de 
novo convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).
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Esta celebração da ceia terá lugar somente no final 
das bodas (sete anos depois do arrebatamento). Esta ceia 
será para lembrar a morte de Cristo! Ela deve ser lembra- 
da aqui e na eternidade. Ela (a ceia) teve lugar “ num ce- 
náculo mobilado e preparado” . Seu início marcou a última 
noite do ministério terreno do Filho de Deus (Mt 26.28,29).
Foi a única coisa que o Senhor Jesus “ desejou” fazer 
nesta vida (Lc 22.15). A páscoa no antigo Pacto e a Ceia no 
Novo, apontam para uma mesma coisa: a morte de Cristo! 
A primeira, estava distante da outra cerca de 1500 anos, e 
tinha um caráter prospectivo - apontava para a cruz de 
nosso Senhor; a segunda, a Santa Ceia, tem um caráter re- 
trospectivo - apontando também para a morte do Salva- 
dor.
a. A Páscoa judaica encontra seu cumprimento e seu 
fim na vida, morte e ressurreição de Cristo. O Cordeiro de 
Deus substituiu o Cordeiro pascal, o livramento do jugo 
egípcio corresponde à libertação da escravidão do pecado. 
Doravante o corpo de Cristo nos será dado por nutrição e 
seu sangue nos guardará contra o malho destruidor do anjo 
da morte.
Assim Cristo retorna ao passado e o vivifica através de 
sua morte a memória da Páscoa. O Passado da morte é de- 
dicado à vida, e a memória é arrebatada pela esperança, 
nas palavras solenes: “ ...Cristo, nossa páscoa, foi sacrifica- 
do por nós” (1 Co 5.7).
b. A Ceia do Senhor inicia uma nova era e aponta para 
uma obra já consumada. Podemos observar que “ duas fes- 
tas uniram-se na celebração do Senhor” .(28) E, nossa 
lembrança nos levará agora para a tarde sombria que ante- 
cipava o “dia da morte” de Cristo; nesse cenáculo deu-se 
um acontecimento notável; a festa pascoal foi solenemente 
encerrada (Lc 22.16-18), e a Santa Ceia instituída com 
igual solenidade (Compare-se Lucas 22.19-21).
Sobre essa mesa terminou um período e começou ou- 
tro; Cristo era o cumprimento de uma ordenança e a con- 
sumação da outra. A Páscoa agora tinha servido a seu pro- 
pósito, porque o Cordeiro que o sacrifício simbolizava ia 
ser morto no dia seguinte. Por isso foi substituída por uma 
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nova instituição, apresentando a verdadeira realidade do 
Cristianismo, como a páscoa tinha apresentado a do ju- 
daísmo. Mas nosso Senhor falou também de “uma ceia fu- 
tura” , e agora, seu cumprimento está em foco!
c. O livro do Apocalipse encerra “ sete bem- 
aventuranças” , e cada uma delas, com significação espe- 
ciai:
1) “ Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as 
palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão 
escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1.3).
2) “ Bem-aventurados os mortos que desde agora mor- 
rem no Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem 
dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Ap 14.13).
3) “ Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os 
seus vestidos, para que não ande nu, e não se vejam as suas 
vergonhas” (Ap 16.15).
4) “ Bem-aventurados aqueles que são chamados à 
ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as ver- 
dadeiras palavras de Deus” (Ap 19.9).
5) “ Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na 
primeira ressurreição: sobre estes não tem poder a segunda 
morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão 
com ele mil anos” (Ap 20.6).
6) “ Bem-aventurado aquele que guarda as palavras 
da profecia deste livro” (Ap 22.7).
7) “ Bem-aventurados aqueles que lavam suas vesti- 
duras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à ár- 
vore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap 
22.14). Todas estas “ bem-aventuranças” recairão sobre 
aqueles que foram arrebatados por Jesus e a quarta, é es- 
pecífica: para aqueles - os chamados à ceia das bodas do 
Cordeiro.
d. Ao encerrar a Santa Ceia naquele cenáculo, nosso 
Senhor falou de uma outra com caráter escatológico, quan- 
do disse: “ digo-vos que, desde agora, não bebereis deste 
fruto da vide até aquele dia (nas bodas) em que o beba de 
novo convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).
A ceia do cenáculo marcou o término da missão terre- 
na de Jesus (terrena aqui significa na esfera terrena) e deu
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início à sua missão celestial (Jo 17.4,11,13). Após a ce- 
lebração daquela ceia, Jesus “ desceu” para 0 sombrio vale 
da batalha; de igual modo, também, após a celebração da 
ceia das Bodas, ele “ descerá” para o sombrio vale do Ar- 
magedom (Ap 19.11 e ss), a fim de terminar com aquela 
grande guerra e a seguir, estabelecer seu reino milenar. Por 
isso se faz necessário que esta 4? “ bem-aventurança” re- 
caia sobre aqueles que levaram o vitupêrio de Cristo em 
qualquer tempo ou lugar.(29)
('■) O Horn, Corp, Aim, e Esp. S. P. S. 1988
(“ ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987
(") Dr. G. Goodman. Not. Diárias
(") op. cit. G. Goodman. Idem
(” ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987
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A Invasão Russa
1. A invasão de Gogue
As Escrituras predizem que no tempo do fim,

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