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20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04427/index.html?brand=estacio# 1/82
A pesquisa e produção cientí�ca no Serviço Social
Prof.ª Nataly Pereira
Descrição A pesquisa científica em Serviço Social como ferramenta transformadora e política na produção
de conhecimentos.
20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04427/index.html?brand=estacio# 2/82
Propósito Compreender as implicações que envolvem a produção do conhecimento no Serviço Social exige
a construção de um domínio crítico a respeito das mais variadas abordagens de saberes e
direções que podem ser utilizadas na leitura da realidade em que os sujeitos se inserem. É
essencial para sua formação profissional desenvolver pesquisas científicas com compromisso
qualificado com a sociedade em geral.
Objetivos
Módulo 1
Conhecimento cientí�co
sobre o ser social
Analisar as implicações incidentes
sobre o sujeito da pesquisa no Serviço
Social.
Módulo 2
Construção do saber nas
Ciências Humanas
Examinar os aspectos/caminhos na
elaboração do saber para o Serviço
Social.
Módulo 3
Dimensão investigativa
do Serviço Social
Analisar a formulação da investigação
social no processo da produção do
conhecimento.
20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04427/index.html?brand=estacio# 3/82
Introdução
Ao pensarmos em pesquisa, podemos remetê-la à forma como corriqueiramente
construímos investigações e aprendemos sobre os mais variados assuntos, que
retratam as maneiras como organizamos e pensamos nossas tarefas. No entanto,
em seu caráter acadêmico-científico, a pesquisa requer algo que vai além de
leituras superficiais e a busca por respostas imediatas. Ela nos exige tempo,
cuidado, dedicação, curiosidade e bastante interesse, desde a construção de
nosso projeto de pesquisa até o momento de sua exposição final.
Aqui, vamos adentrar o mundo da pesquisa e problematizar junto a ela os
percursos a serem traçados, que, de agora em diante, ajudarão você em seu modo
de pensar e refletir consideravelmente sobre sua formação como assistente
social.
A ideia é que, ao conhecer mais sobre a arte de fazer pesquisa, você manifeste
habilidades na escrita atreladas a um sólido embasamento teórico, assumindo

20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
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compromissos éticos e políticos. Tudo isso não só agora, mas também pensando
em sua atuação futura como assistente social.
Por isso, entenderemos a importância da pesquisa e da produção científica no
Serviço Social, oferecendo análises que vão desde o olhar dado aos sujeitos
como seres sociais, o percurso do saber dirigido às Ciências Humanas, em
especial ao Serviço Social, até o sentido dado à dimensão investigativa,
revestidos de um compromisso crítico, e contribuindo para o desvendamento da
realidade social.
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1 - Conhecimento cientí�co sobre o ser social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as implicações incidentes sobre o sujeito da pesquisa no
Serviço Social.
20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
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Um olhar para o sujeito no Serviço Social
Historicamente, a sociedade percorreu diversas transformações sociais, políticas e
culturais impulsionadas por sua estrutura econômica. A produção do conhecimento
científico não ficou alheia a essas mudanças. Particularmente na área do Serviço
Social, seria impossível analisarmos o olhar sobre o ser social dentro de uma visão
estancada e isolada dessas alterações históricas sem fazermos, ainda que
brevemente, o devido registro de como esse sujeito foi percebido nos primeiros
momentos da profissão.
Mas, então, como o sujeito era analisado?
Nesse contexto, primeiramente, é preciso saber que o olhar para o sujeito na produção
da pesquisa social ocorreu a partir da criação das primeiras escolas de Serviço Social
no Brasil, na segunda metade dos anos 1930. Em 1936, inaugurou-se a primeira
escola de Serviço Social no país, vinculada à Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP), mas ainda em caráter de curso técnico (YAZBEK, 2009).
Tais escolas foram criadas por meio dos interesses da Igreja Católica que, junto ao
Estado, não via pretensões em colaborar com grandes mudanças que rompessem
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alguns quadros sociais, os quais eram movidos por ações de caridade e filantropia a
respeito das situações advindas da questão social.
Aula de “Organização Social da Comunidade” com a professora e diretora da Escola de Serviço Social da PUC,
Modesta Manuela Lopes.
A propósito, o principal objeto de trabalho do assistente social é a questão social, que,
na época, era vista como “problema moral”, pois não havia espaço para questionar as
expressões das condições de desigualdade social que desfavorecia os interesses e
direitos da classe trabalhadora.
O estudante de Serviço Social dessa época (ou melhor, a
estudante, já que a profissão aqui era predominantemente
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feminina) apresentava seus trabalhos de conclusão de curso
(TCCs) demonstrando em suas pesquisas análises que
compactuavam com tais imposições e que preservavam o status
quo (estado atual das coisas).
Em outras palavras, as pesquisas apresentavam o sujeito como um ser carente de sua
agência de responder por si, de certo modo culpado por sua condição social, visto
apenas pelo véu do assistencialismo, sem condições de promover sua voz a respeito
das possíveis condições de opressão e vulnerabilidades que vivenciava. Nos termos
de estudiosos do assunto:
A relação contida entre a formação e a prática pro�ssional na gênese do Serviço
Social, nas suas primeiras décadas, pode ser vista no material produzido pelos
pro�ssionais da época, nos relatórios produzidos pelo Centro de Estudos e Ação
Social, nos Anais dos Congressos – o primeiro Congresso Brasileiro de Serviço Social
foi promovido pelo CEAS em 1947 –, como também nos trabalhos de conclusão de
curso das alunas das Escolas de Serviço Social e, também, entre as décadas de 1930 e
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1940, na Revista Serviço Social. [...] materiais com o mero intuito de sensibilizar
instituições particulares e Estado à adoção de novas técnicas de assistência [...].
(BARROS; CARVALHO NETO, 2014, p. 18-19)
Até o ano de 1947, momento em que se realizava o I Congresso de Serviço Social no
Brasil, a profissão foi consagrada pelo cunho “doutrinário”, pela forte aliança com a
base religiosa, que fornecia o direcionamento de como o sujeito deveria ser visto na
sociedade. Já no decorrer dos anos seguintes, essa profissão conseguiu passar por
algumas mudanças. Com isso, a leitura sobre o sujeito também se alterou.
Moldes do pensamento positivista
Após termos analisado como o Serviço Social percebia o sujeito no momento inicial
da profissão, devemos saber que ali ainda não havia um debate teórico-metodológico
a respeito do Ser Social porque ainda estávamos nos referindo a uma análise
“doutrinária”, ou seja, uma visão de mundo fundada na fé e em dogmas religiosos.
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Auguste Comte, o principal teórico do positivismo.
Efetivamente, a reorientação da profissão
passou por transformações devido ao
desenvolvimento do capitalismo em
nossa sociedade, que fez com que o
Serviço Social fosse em busca de novas
técnicas e estratégias para conter as
expressões da questão social. A criação
e o desenvolvimento das primeiras
instituições assistenciais estatais foram
pensados a partir da importação das
técnicas positivistas, já bastante
espalhadas pela Europa e América do
Norte, na construção intelectual para
explicar as relações entre os sujeitos
como forma de acalmar possíveis
manifestações e revoltas daqueles que
exigissem algum tipo de melhoria de vida
(YAZBEK, 2009).
Nesse sentido, na intenção de ampliar seus referenciais investigativos e interventivos,
a profissão aliava seu discurso inicial, inspirado no humanismo cristão, com o suporte
técnico-científico da teoria social positivista, baseado em uma apreensão
manipuladora da realidade, analisando a questão social como algo pontual.
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No caso do Serviço Social, um primeiro suporte teórico‐metodológico necessário à
quali�cação técnica de sua prática e à sua modernização vai ser buscado na matriz
positivista e em sua apreensão manipuladora, instrumental e imediata do ser social.
Este horizonte analítico aborda as relações sociais dos indivíduos no plano de suas
vivências imediatas, como fatos, como dados, que se apresentam em sua
objetividade e imediaticidade.
(YAZBEK, 2009, p. 148)
A corrente positivista foi responsável por descrever a sociedade a partir de um
“método científico” que naturalizava as relações sociais no sistema social. Tal análise
servia para tomar a sociedade como um grande organismo formado por partes
integradas, em que, para atingir a “ordem e o progresso”, a “evolução social” deveria
funcionar em harmonia, esperando, então, alcançar certa objetividade e certo controle
dos fenômenos estudados.
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Com base no pensamento positivista, o pesquisador era marcado
como um agente neutro – para não questionar aquilo que se
defendia como “verdades sociais” –, e os sujeitos, como meros
objetos de investigação, que, quando não se “encaixassem” nas
regras do sistema, seriam apontados como seres que causavam a
“desordem” e o “atraso” da sociedade, marcados como
“degenerados” e “desajustados”, precisando de atenção apenas
para serem “regulados” e “corrigidos”, para que, assim, houvesse
um resultado de equilíbrio entre as normas vigentes.
O questionamento a esse referencial teórico teve início no contexto dos anos 1960,
especialmente no processo de reconceituação profissional que ocorreu no trânsito da
ditadura militar no Brasil, quando o Serviço Social passou por um processo de
amadurecimento intelectual e começou a desvendar a necessidade de assumir um
olhar crítico sobre o sujeito na sociedade.
É evidente que esse processo não ocorreu de uma hora para outra, e ainda passa por
vários debates e resistências. É um caminho bastante difícil, devido às barreiras da
contestação política, mas que, no fim, consegue se distanciar da visão pragmática do
sujeito como um ser passivo e alheio ao sistema, e passa a querer, de fato, percebê-lo
como um ser social a partir da perspectiva crítica dialética marxista, como veremos
um pouco mais adiante.
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Repensando o sujeito na pesquisa social
Sujeitos estigmatizados na sociedade
Neste vídeo, falaremos sobre o processo de estigmatização dos sujeitos na sociedade
e a relação desse processo com a pesquisa em Serviço Social.
Ao realizarmos uma pesquisa social que provoca o olhar sobre o indivíduo ou grupos
sociais, fazemos apontamentos e considerações sobre suas condições, necessidades,
características, relações e/ou demais situações a serem demonstradas e trabalhadas
na pretensão de nossa pesquisa científica.

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Produzimos um conhecimento a respeito das pessoas ali
mencionadas, cientes de que devemos considerar o contexto de
suas realidades.
Tal conhecimento vai servir não só à comunidade acadêmica – a exemplo daquilo que
será concretizado em um projeto de pesquisa, em um possível TCC –, mas à
sociedade em geral, pois é ela que nos fornece subsídios diretos e indiretos para que
nossos estudos sejam efetivados.
Diante disso, podemos questionar:
Como esse sujeito deve
aparecer em nossas
análises?
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Essas e tantas outras dúvidas podem surgir na construção do projeto de pesquisa e
são perfeitamente necessárias, pois estamos falando de um momento em que
estimular a busca por essas e outras respostas servirá como norte fundamental na
direção de como devemos conduzir criticamente nosso trabalho.
Que tipo de validação darei
à sua voz?
Devo tratar esse sujeito
como ser isolado ou um ser
social?
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Vamos imaginar a situação de temática
social em que os sujeitos da pesquisa
estão em “situação de rua”. A eles foram
atribuídos, ao longo da história, adjetivos
que os classificaram como sujeitos
errantes, perigosos, vagabundos,
degenerados, loucos, mendigos.
Esses adjetivos se tornaram marcas
estigmatizantes que fogem da norma,
daquilo que aponta os sujeitos como
“normais”, e que só corroboraram para
marginalizá-los e segregá-los
socialmente, reconhecidos pela
sociedade e o Estado, mas vistos como
um problema social: os “invisíveis”.
Nesse caso, há diversas complexidades a serem abordadas a respeito desses
sujeitos, pois são pessoas que sofrem com:
A vulnerabilidade A exclusão social A falta de direitos
Dificilmente tais sujeitos têm suas necessidades básicas atendidas, ou seja, vivem
seus dias com bastante dificuldade e ainda sofrem diversos outros tipos de danos
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com o apagamento e silenciamento de suas imagens e vozes, tanto pelo poder
público quanto pela maioria das pessoas que caminham entre eles no cotidiano de
seus dias.
A partir dessa análise, o trabalho da pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais deve
prezar por diversos requisitos éticos para seu desenvolvimento, como a autonomia
dos sujeitos – que diz respeito à sua livre escolha de participação e deve ser
respeitada –, inclusive se sua decisão for retirar-se da pesquisa, mesmo durante seu
andamento.
Os princípios dessa pesquisa devem ter consciência dos benefícios gerados à
humanidade e levar em conta os sentimentos de justiça e equidade, os quais propõem
que sejam evitadas eventuais circunstâncias capazes de colocar os participantes em
situações de risco e desigualdade diante do pesquisador.
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Nesse caminho, ao pensar no uso de diferentes técnicas de coletas de dados, como
entrevistas, questionários etc., devemos prezar sempre pela proteção desses
participantes, bem como pelo sigilo das informações fornecidas,e, não menos
importante, respeitar seus valores culturais, religiosos e morais, seus hábitos e
costumes.
O pesquisador deve saber que faz parte de seu compromisso profissional considerar o
sujeito de sua pesquisa como um cidadão. Por isso, deve evitar julgamentos que
menosprezem e violem a dignidade do sujeito e tratá-lo não como um “problema
social”, mas considerar o conjunto de dimensões sociais e históricas que o colocou na
posição em que se encontra.
Esse percurso é de extrema importância e necessidade, pois, ao
fazê-lo, evitamos possíveis generalizações e afirmações
duvidosas baseadas em uma visão superficial a respeito da vida
daqueles sujeitos pesquisados: os participantes da pesquisa.
Para além de simples dados, eles não são seres passivos ou isolados, mas seres
sociais, que nascem inseridos em um meio social, isto é, um meio coletivo,
atravessado por normas e valores decorrentes da interdependência entre os
indivíduos situados na realidade concreta. Enfim, os sujeitos de pesquisa são seres
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ativos que produzem, junto com o pesquisador, reflexões sobre as situações que
fazem parte do processo da investigação científica.
O sujeito na pesquisa sob a perspectiva
marxista
Ao lançarmos nosso olhar sobre o sujeito da pesquisa social, vimos que é necessário
tratá-lo como um ser cidadão, um ser social, considerando o conjunto de dimensões
sociais e históricas que o atravessam. Afinal, para além de um recorte isolado ou um
simples dado, esse ser a que nos referimos é um ser complexo que sofre e sente as
mais variadas transformações sociais, culturais, econômicas e políticas
impulsionadas pelas relações capitalistas em nossa sociedade. Consequentemente,
ele também é responsável pela produção das desigualdades e contradições no
sistema social.
Entretanto, quando direcionamos nossa visão ao Serviço Social, percebemos que nem
sempre esse sujeito foi descrito a partir de uma dimensão crítica que respeitasse sua
postura como sujeito de direitos e o reconhecesse de forma humanizada eticamente
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como ser participante e ativo na colaboração direta e indireta das informações ali
prestadas.
Karl Marx.
Nesse sentido, o Serviço Social observou
a necessidade de passar por momento
de renovação profissional e
amadurecimento teórico-metodológico,
repensando suas bases conservadoras e
acríticas, e, predominantemente,
direcionando seu olhar a partir do uso da
perspectiva marxista para analisar o
sujeito como Ser Social. Tal perspectiva
vem do importante pensador
revolucionário Karl Marx (1818-1883),
responsável por dar uma interpretação
materialista, histórica e dialética ao ser
social. Sua relevância está direcionada
ao olhar sobre as relações entre os
sujeitos e as relações materiais que só
são possíveis pelo movimento histórico e
concreto da realidade.
Vejamos como esse pensador refletia sobre tais relações:
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Ao ter mostrado que a produção material não é uma produção em geral, abstrata, mas
é determinada socialmente, Marx delimita seu objeto de investigação, a saber, a
produção burguesa moderna, e defende o argumento de que, nela, os indivíduos não
podem ser tomados, como aparecem na economia política, atomisticamente, já que
eles são membros de um conjunto social, ou seja, encontram-se interligados por meio
das relações complexas que determinam seu ser social.
(CHAGAS, 2011, p. 66)
Marx critica, então, a percepção daqueles que veem o indivíduo como um ponto de
partida da história, fragmentado, isolado e livre de seus laços sociais. Ele considera
que entender o indivíduo desse modo gera resultados egoístas e o coloca como um
simples instrumento de pesquisa.
Marx toma o indivíduo não como um dado da natureza, mas como
um sujeito histórico, pensado a partir das relações sociais
estabelecidas, produtos de seu tempo.
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Marx analisa o ser social a partir de uma perspectiva ontológica (baseada na
ontologia, que é o ramo da Filosofia que estuda a realidade do ser) vinculada ao
trabalho e o percebe como um ser que, além de um “animal social”, é um animal
político com o poder de governar, impor, transformar as regras na sociedade, bem
como criar aproximações, distâncias e limites entre si no mundo capitalista que
conduz o movimento da realidade (CHAGAS, 2011).
O que isso signi�ca?
Em outras palavras, ao analisarmos o sujeito em nossas pesquisas, devemos ter em
mente que esse ser vive em mundo capitalista, operado por relações desiguais que
fornecem classes desiguais, logo, com posições privilegiadas e outras oprimidas (em
sua maioria). Esse pensamento nos ajuda a entender um ponto importante: devemos
descrever não só quem é esse sujeito, mas qual posição social ele ocupa em nossa
sociedade, e trabalhar isso junto a nosso problema de pesquisa.
Por exemplo, usarmos simplesmente o conceito de “população” ou “povo” sobre
algum grupo que nos afete seria vazio de conteúdo social, econômico e político; não
ficaria nítido ao leitor, no caso, a qual classe nos referimos. Vamos analisar a seguinte
sentença:
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“O povo foi reivindicar contra suas condições de trabalho”.
Quem representa o “povo” na pesquisa? Não fica claro. Agora, imagine que mudamos
a sentença para:
“As empregadas domésticas foram reivindicar contra suas condições de
trabalho”.
Nesse caso, fica muito mais compreensivo para entendermos a que grupo social a
pesquisa se refere.
Esses aspectos, dentro da abordagem crítica marxista sobre o ser social, servem para
nos mostrar que os sujeitos não são seres homogêneos, mas possuem diversas
características que os definem, como raça, gênero, geração etc., articuladas à
condição da classe social e percebidas dentro das relações de trabalho no mundo
capitalista.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A respeito do aporte teórico positivista na compreensão do sujeito para o Serviço
Social, assinale a alternativa correta:
A
O processo de criação e desenvolvimento das primeiras instituições
assistenciais ocorreu a partir da importação das técnicas
positivistas, que se baseavam em regras doutrinárias religiosas para
o “ajustamento” dos sujeitos na sociedade.
B
A corrente positivista, inicialmente, foi responsável por apontar o
pesquisador como um “agente neutro”, na intenção de preservar as
delimitações daquilo que já se tinha como “verdade” sobre os
sujeitos.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
O Serviço Social brasileiro expandiu seu pensamento doutrinário católico inicial e
passou a utilizar a importação da teoria positivista para analisar a questão social de
modo acrítico, superficial e imediato. Com isso, percebe o sujeito como “problema” e
se opõe à responsabilidade moral e social da pesquisa, colocando o pesquisador
comoum “agente neutro”.
Questão 2
C O pensamento positivista foi desenhado a partir de uma visão crítica
sobre o ser social, que conduzia a percepção do sujeito como
“problema social”.
D
A “questão social” foi duramente criticada pela teoria positivista, que
prezava pela defesa dos direitos dos sujeitos como cidadãos.
E
A criação e o desenvolvimento das técnicas positivistas no Brasil
serviram como modelo de importação para a Europa e a América do
Norte.
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A respeito do olhar sobre o ser social pela perspectiva crítica marxista, classifique as
afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A perspectiva marxista para o Serviço Social representa um momento de
fragilidade teórica na compreensão do sujeito como ser social.
( ) O Serviço Social, antes mesmo de passar pelo momento de renovação
profissional, já abraçava a perspectiva marxista na compreensão do ser social em
suas pesquisas.
( ) Na visão marxista, o sistema capitalista move as relações desiguais entre os
sujeitos na sociedade e é responsável por gerar a questão social.
( ) A abordagem marxista trouxe uma visão crítica sobre o sujeito como ser social,
pensado como ser homogêneo em suas condições políticas e sociais.
( ) A perspectiva marxista explica que as condições materiais de existência são
fatores determinantes para o modo de ser e pensar de cada um.
Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta de classificação das
afirmativas:
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Ao passar pelo momento de renovação profissional e amadurecimento teórico, o
Serviço Social direciona seu olhar para o ser social, considerando o conjunto de
dimensões sociais e históricas que envolve sua vida no seio das relações sociais
capitalistas. Essas relações produzem a heterogeneidade de suas condições sociais
A F – F – V – F – V
B F– V – V – F – V
C V– V – V – F – V
D F– F – F – F – V
E F– V – V – V – F
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e políticas, representando, assim, as diferenças que carregamos em nosso modo de
ser e pensar o mundo.
2 - Construção do saber nas Ciências Humanas
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de examinar os aspectos/caminhos na elaboração do saber para o Serviço
Social.
Conhecimento cientí�co e sua função social
Toda e qualquer construção de conhecimentos não parte de um ponto zero. Por isso,
deve ser percebida como uma construção, um processo, uma junção de saberes sobre
aquilo que se busca. E é só sabendo como foram construídos que podemos melhor
julgar seu valor.
A partir disso, podemos fazer as seguintes perguntas:
 Como validamos um conhecimento cientí�co?
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Para responder tais questões, devemos considerar inicialmente que o saber sempre
esteve presente na vida do ser humano, para sobreviver e facilitar sua existência.
Desde o começo da relação entre o homem e a natureza, foram
ocorrendo processos seletivos de saberes até chegar ao saber
científico. Entretanto, os antigos meios de conhecimento não
desapareceram e coexistem até hoje, preservando e adaptando
diversos interesses e necessidades.
O saber científico surgiu pela necessidade de sistematizar e registrar o conhecimento
existente, tendo como base a organização, a criação de métodos, as técnicas, regras e
outras normas que garantissem certo tipo de direcionamento para sua exatidão.
Contudo, quando pensamos no saber científico, devemos compreender algumas
diferenças de sua abordagem, principalmente no que diz respeito às Ciências Exatas e
Naturais para as Ciências Humanas.
 Qual é a contribuição do saber nas Ciências Humanas em nossa sociedade?
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No século XIX, o domínio do
conhecimento científico triunfou: as
Ciências da Natureza saíram dos
laboratórios para ter aplicações práticas,
visando resolver problemas concretos
(LAVILLE; DIONNE, 1999).
Tais descobertas causaram
transformações profundas na
humanidade, graças aos avanços
tecnológicos que impulsionaram a
produção de máquinas, novas fontes de
energia (a eletricidade, principalmente), a
ampliação e a facilidade na distribuição
de bens via ferrovias e navegação a
vapor, a chegada do telégrafo e do
telefone, entre outras grandes mudanças
que fizeram o homem perceber a ciência
como fonte inesgotável de progresso.
Alexander Graham Bell, inaugurando a ligação
telefônica entre Nova York e Chicago, em 18 de outubro
de 1892.
Tais descobertas e avanços fizeram o indivíduo questionar o motivo de não usar os
princípios das Ciências da Natureza como base ao estudo das relações humanas,
conforme destaca o fragmento a seguir:
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O método empregado no campo da natureza parece tão e�caz que não se vê razão
pela qual também não se aplicaria ao ser humano. É com esse espírito e com essa
preocupação que se desenvolvem – serão inventadas, poder-se-ia dizer – as Ciências
Humanas na segunda metade do século XIX.
(LAVILLE; DIONNE, 1999, p. 26)
Ao lançarmos nosso olhar sobre a cientificidade nas Ciências da Natureza e
tentarmos compará-la com as Ciências Humanas/Sociais, veremos que a busca por
determinadas bases e procedimentos analíticos que procuram equalizar a relação do
natural com o social pode gerar equívocos e reduzir a capacidade de reflexão sobre
questões que dificilmente teriam respostas únicas e objetivas.
Afinal, o saber produzido nas Ciências Humanas é aproximativo e não lida com
verdades absolutas. Isso significa que é um saber de caráter processual, isto é, não
oferece conclusões sólidas e acabadas para a compreensão da realidade. Trata-se de
um processo de investigação constante e contínuo, carregado de intencionalidades,
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escolhas e certezas temporárias, já que a própria realidade está em constante
transformação.
Nesse caso, ao pensarmos na metodologia científica como exemplo aplicado às
Ciências Humanas, devemos notá-la como um instrumento que também permite
criticar a produção do conhecimento, superando as limitações das Ciências Exatas e
Naturais para o estudo dos fenômenos humanos e sociais. Aqui, estamos nos
referindo a um conjunto de procedimentos que, além da utilização de técnicas e
instrumentos necessários para a pesquisa, também inclui a necessidade de
encaminhar reflexões teóricas. Em outras palavras, é algo articulado e presente
durante todo o trabalho científico – situação que deve acontecer desde a fase da
construção do projeto de pesquisa.
No processo de produção do
conhecimento das Ciências
Humanas/Sociais, em que se encontra o
Serviço Social, o pesquisador deve ter em
mente que as discussões nesse campo
fazem uma referência maior às
orientações qualitativas, ou seja, não
podem ser reduzidas a operações
variáveis típicas de pesquisas
quantitativas. Afinal, trata-se de um
universo de significados, dos valores, das
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representações e das ações humanas no
contexto de suas relações.
Com isso, a função social do saber nas Ciências Humanas/Sociais deve se interessar
em buscar interpretações para além daquilo que lhe é aparente e compreender sua
complexidade histórica, política, social e cultural. Embora pareça óbvio, seu principal
compromisso deve ser firmado em sua relevância científica e social.
Caminhos do saber para o Serviço Social
Superando a orientação funcionalista-
positivista
Neste vídeo, falaremos sobre as razões que levaram o Serviço Social a superar a
orientação funcionalista-positivista e a buscar outra fonte teórica.

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Inicialmente, o Serviço Social surgiu vinculado a um saber doutrinário de base
conservadora, fundamentado no uso da fé e em dogmas. Logo, não se constituiu no
uso de teoria social. Esta, por sua vez, ocorre como uma construção intelectual que
proporciona explicações aproximadas da realidade e que dependem de um método.
Afinal:
Cada teoria social é um método de abordar o real.
                                                                                                                                                                    
                                     (YAZBEK, 2009, p. 147)
Ao pensarmos nos percursos teórico-metodológicos da profissão, estamos nos
referindo a um processo marcado por saberes que expressam diferentes campos de
conhecimento, permeados por diversas tensões e confrontos sobre a compreensão da
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realidade. Tais saberes tomaram corpo durante o movimento de reconceituação da
profissão, que se configurou como um processo de revisão global em:
Seus aspectos
políticos
Suas ações
interventivas
Suas direções
teórico-
metodológicas
Esse movimento foi marcado pela incorporação de três vertentes:
 Saber de orientação funcionalista-positivista
 Saber fenomenológico
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Vamos entender melhor essas vertentes.
Saber de orientação funcionalista-positivista
A incorporação de orientação
funcionalista-positivista, que tem no
sociólogo Émile Durkheim (1858-1917)
seu principal influente, é inspirada no
método de que as leis sociais deveriam
ser regidas pelas leis naturais – das
Ciências da Natureza –, e estuda a
sociedade a partir de fatos sociais que
devem ser tratados como “coisas”.
Émile Durkheim.
O Serviço Social buscava nesse horizonte de saber um instrumento científico para
solução dos “desvios” da vida social, em que os “problemas sociais” seriam de
natureza moral, e não econômicos. Nesse sentido, os indivíduos deveriam representar
 Saber marxista
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determinados tipos de comportamentos/papéis como resultado de um equilíbrio entre
as normas vigentes que compõem o sistema social.
Exemplo
Assim, o homem teria sua função específica como o responsável pelo trabalho; a mulher seria a responsável
pelo lar e os cuidados com o marido e os filhos etc. Isso seria basicamente o conceito de “função” na
unidade familiar, que comporia parte da estrutura social.
Tomando como análise esse exemplo, nosso interesse é chamar a atenção para o fato
de que:
Para esse sistema existir em harmonia, a classe trabalhadora,
ainda que sofresse com sua condição social, deveria cumprir sua
função como classe, exercendo aquilo que lhe foi determinado.
Com isso, a burguesia cumpriria aquilo que lhe era destinado: ser
a classe dominante e dona dos meios de produção.
A incorporação desse pensamento na profissão ocorreu entre nos anos 1940 e 1950,
mas só passou a ser problematizada de fato (como recorte teórico-metodológico) no
movimento de reconceituação, em sua primeira fase, chamada de modernização
conservadora.
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Saber fenomenológico
Edmund Husserl.
O campo fenomenológico, que teve
como fundador o filósofo Edmund
Husserl (1859-1938), foi trabalhado na
segunda fase do movimento de
reconceituação, chamada de
reatualização do conservadorismo.
Surgiu como uma vertente de confronto
com a matriz funcionalista/positivista
por considerá-la um saber limitado, que
abordaria os sujeitos apenas como
coisas, objetos, abandonando a
subjetividade como principal ponto da
experiência pessoal.
De acordo com uma especialista no assunto:
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É nesse contexto de busca de alternativas que se insere a fenomenologia, como
ciência do vivido, ou fenomenologia existencial.
(CAPALBO, 1991, p.24)
Defendia-se, então, uma metodologia baseada no diálogo, que guiasse o sujeito na
busca de sua própria transformação social, em que, por meio de seu esforço
consciente, sua realidade viria a se transformar em uma vida melhor. Essa vertente
não passava de um saber motivacional.
Podemos falar até mesmo em um tipo de “positividade tóxica”, na qual se impulsiona
a mudança e a transformação da condição do indivíduo sem considerar os fatores
objetivos que o colocaram no desconforto em que se encontra.
Saber marxista
O saber marxista é a perspectiva do materialismo histórico-dialético defendida pelo
filósofo Karl Marx. Trata-se de um saber que penetra no Serviço Social na fase
chamada de intenção de ruptura, que é justamente uma “intenção” de romper com o
viés conservador que ainda se fazia presente na profissão.
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Diferentemente das vertentes anteriores,
considera o movimento histórico e
dinâmico da sociedade; ou seja, a partir
dela não temos como fazer análises
estancadas sobre a realidade. Não há
como produzir um conhecimento como
“funções pontuais” e, muito menos, que
desconsidere o caráter material da vida
do sujeito. Contudo, tal leitura chegou
inicialmente de forma enviesada, pois
não fazia referência direta aos escritos
de Marx; logo, ainda administrava alguns
equívocos em sua interpretação.
Friedrich Engels e Karl Marx, dois teóricos
fundamentais para a fase de intenção de ruptura do
viés conservador no Serviço Social.
Mas, foi graças a esse momento que a profissão finalmente caminhou em busca de
um saber crítico de interpretação da realidade.
Maioridade intelectual no Serviço Social
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Ao longo dos anos, o Serviço Social abraçou algumas vertentes de saberes para a
compreensão da realidade. Após diversas transformações no seio das relações
sociais, passou a se comprometer com o saber baseado no materialismo histórico-
dialético, defendido por Karl Marx como saber hegemônico para profissão. Esse saber
prevaleceu como a principal vertente de análise social em relação a outras
perspectivas teóricas.
Inicialmente, tal corrente de pensamento foi absorvida pela profissão nos anos 1970,
mas ainda sem muito domínio, principalmente devido ao contexto histórico de
ditadura militar que o Brasil vivenciava.
III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, em setembro de 1979.20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
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Foi um momento em que toda e qualquer absorção de conhecimentos críticos da
realidade social, sobretudo de conteúdos ideológicos revolucionários, como era o
caso do marxismo, resultava em duros enfrentamentos e silenciamentos impostos
pelos setores dominantes no país.
Entretanto, o caminho do reestabelecimento da democracia e a conquista de direitos
sociais e políticos fizeram com que a profissão pudesse de fato se apropriar desse
saber e passar a olhar criticamente para as expressões da questão social: sua
principal ferramenta de trabalho e, portanto, onde se maturam as pesquisas e
produções de conteúdos acadêmicos.
Mas como de fato essa corrente teórica contribuiu com
o Serviço Social para a leitura crítica da realidade?
Antes de se tornarem referência para o Serviço Social, as contribuições de Karl Marx já
circulavam pelas Ciências Sociais como um todo. Discutia-se, então, a análise dos
movimentos e da própria dinâmica da sociedade, levando em conta seu ponto de vista
histórico, observando os eventos como construções, e não situações isoladas. Isso
seria lido por meio da metodologia do materialismo dialético, que tinha como foco os
conflitos e as desigualdades sociais no período da consolidação do capitalismo.
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Karl Marx.
Marx dizia que o principal ponto das
transformações sentidas e vivenciadas
pelos seres sociais é oriundo da forma
como ocorre a produção de bens por
meio do mundo do trabalho, pois se trata
de relações contraditórias entre
burguesia e classe trabalhadora. A
noção de conflito e desigualdade social
é originada da luta entre essas duas
classes, que serve como análise do
movimento histórico-dialético da
sociedade.
A influência desse pensamento de Marx fez com que os setores mais representativos
da classe trabalhadora se identificassem politicamente com tal abordagem. Do
mesmo modo, percebendo-se também como pertencente a essa classe, o Serviço
Social pôde, assim, renovar seu olhar criticamente para as expressões da questão
social.
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Do mesmo modo, percebendo-se
também como pertencente a essa
classe, o Serviço Social pôde, assim,
renovar seu olhar criticamente para as
expressões da questão social. A partir
disso, no contexto da década de 1980,
quando importantes intelectuais do
Serviço Social passaram a se apropriar
pela primeira vez dos escritos originais
de Karl Marx, a exemplo de Marilda Vilela
Iamamoto, a profissão atingiu sua
maturidade intelectual.
Marilda Vilela Iamamoto.
Com isso, o ramo da pesquisa vem assegurar a maioridade intelectual ao Serviço
Social:
A pesquisa assume, assim, um papel decisivo na conquista de um estatuto acadêmico
que possibilita aliar formação com capacitação, condições indispensáveis tanto a
uma intervenção pro�ssional quali�cada quanto à ampliação do patrimônio
intelectual e bibliográ�co da pro�ssão. [...] Nota-se uma signi�cativa expansão dela
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nos últimos anos e um também signi�cativo avanço na sua qualidade, a partir da
adoção do referencial teórico-metodológico extraído da tradição marxista.
(GUERRA, 2009, p. 701-702)
O investimento no âmbito da pesquisa na década de 1980 resultou na garantia ao
debate na expansão do conhecimento, que proporcionou o reconhecimento do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) “como área
de produção do conhecimento no campo das Ciências Sociais Aplicadas” (ABEPSS,
2009, p. 152).
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES).
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Portanto, realmente, foi só após o movimento de reconceituação que a produção de
conhecimento com caráter crítico se iniciou, devido à absorção desse referencial
teórico-metodológico. Esse processo teve uma força singular na criação dos
primeiros cursos de Pós-graduação na área – fato que expressa a jovialidade da
profissão com o saber utilizado como ferramenta política.
O Serviço Social não é uma teoria: elementar e basicamente, é uma profissão que usa
concepções teórico-metodológicas como bússola para analisar as relações sociais.
Nesse sentido, a corrente marxista, ao contrário de correntes teóricas vinculadas ao
interesse do capital e ao pensamento conservador, veio estabelecer um claro
rompimento com a concepção burguesa de ciência, perdendo a expectativa de
produzir conhecimento neutro que mantenha o mundo tal como ele é.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A respeito da compreensão do saber científico e seus desdobramentos nas Ciências
Humanas/Sociais, assinale a alternativa correta.
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A
O conhecimento científico sempre esteve presente na vida do ser
humano. Seu olhar voltado para as Ciências Humanas/Sociais veio
garantir a compreensão social.
B
A imposição científica no estudo das Ciências Humanas/Sociais
deve guiar a busca por ações e resultados eficazes.
C
O saber produzido pelas Ciências Humanas é aquele que busca
conclusões sólidas da realidade, ainda que tenha um caráter
aproximativo.
D
A função social do saber nas Ciências Humanas/Sociais funciona
apenas como uma apreensão do aparente, voltada ao levantamento
de dados.
E
O conhecimento científico produzido pelas Ciências Exatas ocorre no
campo das objetividades, na validação de respostas. Já as Ciências
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Parabéns! A alternativa E está correta.
O conhecimento como processo de aprendizagem sempre se fez presente na vida
humana, mas o saber científico basicamente só veio após a necessidade de
sistematizar aquilo que já se sabia por meio do uso de procedimentos que
garantissem determinados resultados. Para as Ciências Exatas, a linguagem direta e
a busca por objetividades aparecem como eventos comuns, mas, quando o assunto
são as Ciências Humanas/Sociais, trata-se de um caminho que não busca verdades
absolutas, nem provoca resultados sólidos e eficazes, justamente porque lida com o
movimento. As transformações sociais e seus resultados são baseados em
investigações contínuas e aproximativas daquilo que se busca.
Questão 2
Considerando as transformações teórico-metodológicas no Serviço Social como
campos de conhecimento, assinale a alternativa correta.
Humanas/Sociais buscam conhecimentos aproximativos, sem se
preocupar com verdades absolutas.
A
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O primeiro recurso teórico-metodológico utilizado pelo Serviço Social
em busca de desvendar as expressões da questão social veio do
saber doutrinário católico.
B
A abordagem da perspectiva marxista surgiu no início do movimentode reconceituação, na intenção de romper com o caráter
conservador e assistencialista da profissão.
C
A perspectiva funcionalista-positivista foi responsável por propor
reflexões subjetivas a respeito das questões sociais, percebendo o
compromisso via diálogo como a principal ferramenta de
transformação social.
D
A vertente marxista surgiu como um confronto à perspectiva
funcionalista-positivista por defender que a questão social seria de
natureza moral, e não econômica.
E
A perspectiva marxista defendia o materialismo histórico-dialético
como base crítica de interpretação da realidade.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
As direções teórico-metodológicas utilizadas pelo Serviço Social caminham sobre
três vertentes: o funcionalismo-positivista, a fenomenologia e o marxismo. O debate
sobre elas ocorreu no movimento de reconceituação da profissão, no qual se
questionou, primeiramente, a vertente funcionalista-positivista, que pensava a
desigualdade social como um problema moral, permeada por “desvios” de conduta
entre os sujeitos. Já a fenomenologia veio para criticar a falta de comprometimento
com o campo da subjetividade, impondo soluções por meio do diálogo com sujeitos
que sofressem com sua condição social. Por fim, o marxismo apareceu primeiro de
forma enviesada, mas trouxe a necessidade de analisar a sociedade e as questões
sociais por meio de seu movimento histórico, ressaltando a dimensão material
como fundamental para se pensar a desigualdade social.
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3 - Dimensão investigativa do Serviço Social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a formulação da investigação social no processo da produção
do conhecimento.
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Compromisso investigativo como
responsabilidade social
Do mesmo modo que o saber sempre esteve presente na vida do ser humano, a
investigação também se fez presente. Afinal, para conhecer qualquer coisa, primeiro
temos de investigar e buscar respostas para as indagações e inquietações que vão
surgindo.
Quanto mais se aprende, mais se quer conhecer.
Toda investigação deve ser percebida como uma construção, um processo, uma
junção de saberes sobre aquilo que se busca. Dentre os diversos tipos de saberes,
além do conhecimento científico, há aqueles que partem de uma compreensão
imediata a respeito de um assunto, os que caminham na articulação do “senso
comum”, que, com frequência, é manipulador e enganador.
No universo do campo social, podemos citar alguns exemplos de senso comum
bastante prejudiciais à interpretação da realidade:
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Quando feitas as devidas verificações e investigações apropriadas, sabemos que não
é nada disso. Esses exemplos de senso comum apenas são “criados” e repassados,
gerando explicações rasas e cômodas, sem nenhum critério de validação e
“Os auxílios dos governos
deixam as pessoas
preguiçosas.”
“Só não tem emprego quem
não tem estudo.”
“Os homens têm mais
capacidade de governar do
que as mulheres.”
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legitimidade crítica. Logo, ao nos posicionarmos como pesquisadores acadêmico-
científicos, visando produzir desde um projeto de conclusão de curso, que virá a se
tornar um TCC ou outro tipo de publicação, devemos ter cuidado com o
direcionamento dado a nossas análises, justamente para evitar posições que
corroborem análises rasas e sem fundamentos críticos.
Fazer investigações criteriosas e com
embasamentos teóricos devidos exige
disposição, interesse, leituras, foco e
atenção, principalmente nas fontes
pesquisadas, na contramão de se basear
em fontes duvidosas veiculadas ? pela
Internet, como algumas que
frequentemente são passadas em
grupos de WhatsApp e encontradas em
outras redes sociais, e que, diariamente,
produzem fake news (as famosas
notícias falsas).
Devemos estar cientes do contexto histórico em que vivemos, da facilidade em
propagar diversos tipos de informações e conteúdo sem tanto rigor em sua validação,
da velocidade das informações que nos chegam a todo minuto, alcançando um
público muito maior e, muitas vezes, fomentando um desserviço social. Diante disso,
é preciso ter cautela sobre como vamos investigar, que ferramentas e instrumentos
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utilizaremos em nossas pesquisas acadêmico-científicas, e qual caminho teórico-
metodológico percorreremos para compartilhar nossos estudos, visando ao
compromisso ético e social.
Os assistentes sociais estão lidando constantemente com temas
imbricados à vida de seres sociais. Por isso, suas investigações
não devem ser fruto de especulações, achismos e senso comum,
nem partir de fontes duvidosas.
Os desdobramentos da produção de conhecimentos no Serviço Social precisam
dialogar com os valores profissionais relativos ao projeto de sociedade e que
interferem na vida desses sujeitos.
Em outras palavras, devemos dirigir nossos trabalhos prezando pela função de:
 Despertar consciências
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Nesse sentido, a postura investigativa do pesquisador está fundamentada no respeito
às diferenças e no fortalecimento das potencialidades dos sujeitos com os quais
 Ressigni�car discursos dominantes das elites
 Lutar contra a indiferença
 Questionar conceitos
 Politizar a realidade social
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trabalha, sem discriminação de qualquer natureza. Para isso, sua percepção deve
estar ancorada nos princípios de defesa dos direitos humanos e da justiça social
como elementos fundamentais expressos no Código de Ética do Assistente Social.
Dimensão investigativa na formação
pro�ssional
Frequentemente, têm-se uma visão pragmática de que o Serviço Social é uma
profissão essencialmente interventiva. O assistente social seria, então, aquele
profissional habilitado apenas para “agir” nos enfrentamentos das questões sociais.
Essa situação assume uma postura praticamente “técnica-operativa” que despreza a
importância da dimensão investigativa.
De certo modo, na gênese da profissão, era exatamente assim que acontecia, pois os
direcionamentos dados às ações profissionais eram meramente assistencialistas e
não contavam com nenhuma direção teórico-metodológica nem ético-política para
guiar o curso desse trabalho.
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É por meio de uma postura investigativa
que o profissional pode conhecer a
realidade, o contexto de seu local de
trabalho, as demandas que chegam até a
profissão, e produzir junto a essas
questões possibilidades para uma
intervenção profissional qualificada.
Além disso, é por meio dessa postura
que se produz conhecimentos
acadêmico-científicos, fornecendo
caminhos e reflexões sobre aquilo que se
estuda. Em outros termos, a postura
investigativa é necessária à profissão e
deve transitar dentro e fora dos
ambientesacadêmicos.
A postura da investigação reveste-se, então, de importância e responsabilidade, não
somente pelo modo como se reconstrói o real, mas, principalmente, por quais
fundamentos teóricos vão iluminar a análise e a interpretação dessa realidade. Dessa
forma, é preciso haver diálogo com a teoria: um suporte de como a pesquisa se
desenvolverá. Afinal, sem ela, o pesquisador fica sem “chão”, não sabe exatamente
como nem onde quer chegar. Nas palavras de especialistas no assunto:
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Este procedimento exige do pesquisador cuidados e atenção permanentes com o
aporte teórico, para não o confundir com metodologia ou técnicas de investigação.
[...] No processo de conhecimento, as teorias desempenham determinadas
atribuições: esclarecem melhor o objeto de estudo; propiciam problematizações mais
consistentes, com maior propriedade de conhecimento; permitem maior
transparência na organização dos dados; e, ainda, iluminam a análise dos mesmos já
organizados.
(CASSAB, 2007, p. 60-61)
Ao pensarmos nos caminhos teórico-metodológicos utilizados no Serviço Social,
vimos que, ao longo dos anos, ele percorreu algumas vertentes, como foi o caso do
positivismo-funcionalista, da vertente da fenomenologia e do marxismo, tendo este
último se tornado a corrente hegemônica para a profissão, que fomentou o alcance de
sua maturidade intelectual.
A interlocução com as produções marxianas – escritos originais de Marx –
oxigenaram o Serviço Social ao longo das décadas de 1980 e 1990 até os dias atuais.
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Com isso, a profissão conseguiu avanços extremamente importantes, como:
Essa mudança de conteúdos foi demonstrada no currículo de 1982, que, mais à frente,
em 1996, afirmou-se nas atuais Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de
Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), consagrando a postura investigativa
como elemento central na formação profissional e na relação entre teoria e prática.
 A revisão do Código de Ética Pro�ssional (1986) e, posteriormente, do atual
Código de Ética Pro�ssional (1993).
 A construção de um projeto ético-político.
 A mudança dos conteúdos de sua formação pro�ssional.
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Mas como de fato a dimensão investigativa chega ao
Serviço Social?
Podemos dizer que foi a partir do direcionamento crítico-dialético marxista.
Precisamente, o contato com a obra marxiana fez com que o Serviço Social pudesse
inserir a dimensão investigativa por meio da pesquisa como um pré-requisito à
formação do assistente social, assumindo, assim, um protagonismo decisivo na
conquista de um estatuto acadêmico que aliou formação com capacitação e
consolidou a profissão como produtora do conhecimento, tornando-a responsável pela
leitura crítica do profissional frente à questão social.
A produção de conhecimentos no interior do Serviço Social exige
que a dimensão investigativa tenha como parâmetro a sintonia
com análises teórico-críticas da realidade. De acordo com o
projeto ético-político, não cabem posturas teóricas
conservadoras. A ideia é ir para além da aparência, visualizando
criticamente o real. Com isso, sistematizam-se propostas para
transformações sociais.
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A ação investigativa situada na arte de se fazer pesquisa não deve caminhar sozinha.
Se está diretamente relacionada ao trabalho do assistente social, essa ação
investigativa precisa ser vinculada às dimensões:
Teórico-
metodológicas
Ético-políticas Técnico-operativas
A con�guração investigativa da pro�ssão
Neste vídeo, falaremos sobre os motivos que fazem as décadas de 1980 e 1990 tão
fundamentais para a configuração investigativa da profissão, destacando a
importância desse processo para a pesquisa em Serviço Social.

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Caminhos e obstáculos das rotas
investigativas
Não existe conhecimento científico sem caminho investigativo, pois a atividade básica
da ciência está materializada na pesquisa. Ao pensarmos na relação entre Serviço
Social e pesquisa, pode surgir uma inquietação:
Serviço Social é ciência?
É importante reforçarmos que, embora não tenha se institucionalizado como “ciência”
no quadro da divisão do trabalho, o Serviço Social se constitui como área produtora
de conhecimentos, pertencente à grande área das Ciências Sociais Aplicadas. Logo:
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[...] não exclui a possibilidade e a necessidade de dedicar-se a investigações e
pesquisas no amplo campo das ciências sociais e da teoria social.
(IAMAMOTO, 2007, p. 239)
A dimensão investigativa presente na grade curricular do curso existe ainda para
corroborar a relação da teoria com a prática. Esse exercício estimula a capacidade
investigativa do pesquisador e permite uma análise dialética da realidade, em que o
fazer crítico aponta para o saber crítico, e vice-versa.
Ao construirmos um projeto de pesquisa,
nosso olhar dedicado, contínuo e crítico
deve estar presente em todos os
momentos, desde quando decidimos
sobre o problema a ser abordado, os
motivos de sua realização, os conceitos
que pretendemos investigar, os objetivos
que desejamos alcançar, a metodologia
adotada para a coleta de dados até a
apresentação dos resultados.
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A perspectiva dialética surge como um constante diálogo entre aquilo que se conhece
e a maneira como se apresenta. Por isso, a importância de um bom planejamento é
indispensável. A posição do método crítico dialético na investigação social tem como
propósito revelar a dinâmica do movimento entre a aparência e a essência do objeto
de estudo. Logo, devemos buscar a apreensão desse objeto na totalidade das
relações que o determinam, estabelecendo seus vínculos, buscando mediações, e
percorrendo as ricas e múltiplas contradições, típicas da historicidade que se
desenvolve com o protagonismo dos sujeitos sociais.
Assim, busca-se romper com padrões limitados de pesquisa e propõe-se a
investigação dos desafios que atravessam o cotidiano dos indivíduos, incluindo
dedicação não só às relações econômicas, mas às experiências, aos modos de viver
ou resistir em suas lutas diárias, mostrando que a realidade não se dá a conhecer
imediatamente. É necessária uma reflexão demorada para que os diversos aspectos
possam ser visíveis e analisados.
Em todo caminho investigativo, o surgimento de obstáculos é
inevitável, até porque produzir um caminho único e direto, por si
só, já representaria algum tipo de problema em termos de
pesquisa social. Contudo, devemos refletir sobre como enfrentá-
los no desenvolvimento de nossas pesquisas.
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Nesse sentido, podemos apontar algumas questões objetivas, como escassez de
fontes de financiamento, de recursos materiais, de tempo etc. Mas, ainda podem
surgir complicações subjetivas, como: pouco preparo teórico, falta de clareza sobre os
tipos de investigação que se busca fazer, falta de norte sobre os objetivos que se
pretendealcançar etc.
Além desses pontos, há outros sobre como o modo de considerar a investigação
social também pode decorrer de algumas distorções, como, por exemplo (GUERRA,
1998):
 Separar os “pro�ssionais da prática” dos pesquisadores.
 Investigações que se limitam ao dado coletado, como se ele falasse por si
mesmo.
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Ecletismo é o oposto do pluralismo (quando se concentra no aprimoramento de uma
mesma linha de pensamento) no âmbito de como se fazer uma pesquisa. O ecletismo
ocorre quando se utilizam várias expressões teóricas para investigar determinado
objeto, que só conduz a um processo de confusão, produzindo uma verdadeira “colcha
de retalhos”, resultando na falta de comprometimento crítico com o detalhamento das
informações divulgadas. Exemplo: unir teorias positivistas a teorias marxistas e tentar
chegar ao mesmo resultado.
O fato de buscarmos interpretações para além daquilo que está explícito em
determinado objeto implica que pensamos, sentimos e agimos de acordo com nossas
 Desprezo e desconhecimento das matrizes clássicas do pensamento
social.
 Recorrência a teorias e métodos diferenciados, que são inconciliáveis
teórica, política e eticamente, reproduzindo o ecletismo.
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concepções de mundo e ideologias, evidentemente, sem perder o rigor metodológico.
Logo, isso significa que não produzimos conhecimento neutro. Existem saberes
dirigidos tanto a preservar a manutenção de certas imposições, a serviço de
opressões, quanto aqueles que estão a serviço da transformação, da libertação. Cabe
a nós pesquisadores escolhermos de que lado estamos.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia a reflexão a seguir sobre a dimensão investigativa e a pesquisa científica no
âmbito da atuação do assistente social:
“Consideram-se a investigação e a intervenção elementos que, embora de naturezas
distintas, compreendem a dialética do modo de ser da profissão, claramente
expresso nas competências/atribuições profissionais. Do mesmo modo, afirmam-se
a atitude investigativa e a pesquisa como parte constitutiva do exercício do
assistente social, vislumbram-se os requisitos para o desenvolvimento da pesquisa
científica, e, finalmente, o papel da investigação da realidade na formulação do
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projeto de intervenção e da intervenção propriamente dita.” (GUERRA, 2009, p. 702).
Com base nesse fragmento associado às reflexões propostas no conteúdo, por
dimensão investigativa entende-se que:
A
É a partir da aprovação do conjunto das Diretrizes Curriculares da
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social, em
1996, que a profissão vê a necessidade de inserir a dimensão
investigativa como um caminho sobre o modo de pensar e agir do
profissional.
B
Por exigir a articulação com a dimensão interventiva, a dimensão
investigativa deve ser restrita ao uso de seus instrumentos e
técnicas.
C
Desde a gênese da profissão, o Serviço Social se debruçou sobre a
dimensão investigativa, pensando em como agir em suas ações
assistencialistas.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Graças à aprovação das Diretrizes Curriculares de 1996, a dimensão investigativa
oferece subsídios tanto aos pesquisadores acadêmicos quanto àqueles que estão
atuando na “prática profissional”. Ela caminha junto à dimensão interventiva,
funcionando como requisito obrigatório a esses profissionais, pela necessidade de
romper com posturas imediatas e conservadoras de analisar o real.
Questão 2
Leia o fragmento a seguir sobre a pesquisa científica no campo humano-social:
“O vínculo entre trabalho, pesquisa e ciência tem sido uma tônica do discurso
contemporâneo, ressaltando que todos os profissionais que constroem suas
D O processo investigativo do assistente social só ganha relevância
quando está associado a análises conservadoras sobre o social.
E
Como as demandas que chegam ao assistente social muitas vezes
exigem necessidades imediatas, a dimensão investigativa aparece
como opcional.
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atividades, a partir de uma prática social, que lida diretamente com a interpretação
da realidade pelos seus interlocutores, devem ter noções de procedimentos de
investigação”. (CASSAB, 2007, p. 56).
A respeito dos caminhos que devem ser seguidos durante o processo de
investigação social, assinale a alternativa correta.
A
O fato de o Serviço Social não ter legitimidade científica faz com que
suas ações investigativas sejam limitadas à produção de conteúdos
científico-acadêmicos.
B
A direção do ecletismo na análise dos dados coletados durante o
processo investigativo deve fornecer riquezas na compreensão da
realidade pelo conjunto de olhares diversos e múltiplas formas de
lidar com o real.
C
Tornam-se imprescindíveis a aquisição e a compreensão de uma
corrente teórica crítica-dialética e coerente que propicie
problematizações mais consistentes sobre o objeto estudado.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Embora não tenha atingido o patamar de “ciência”, a profissão do Serviço Social está
inscrita na grande área das Ciências Sociais Aplicadas, isto é, encontra-se habilitada
a construir conhecimento científico. Contudo, o sentido da dimensão investigativa
não se restringe aos muros acadêmicos e deve se fazer presente durante sua
“prática”. É um movimento que, apesar dos inúmeros obstáculos que podem ser
encontrados, exige do pesquisador uma sólida direção teórico-metodológica,
articulada a um pluralismo de ideias, que conduzirá, de forma consciente e crítica, os
dados coletados. Independentemente de nossas ideologias, devemos seguir
rigorosamente as orientações metodológicas necessárias.
D
O fato de pensarmos o mundo e as relações nele presentes de
acordo com nossas próprias ideologias induz a um caminho
investigativo compatível com as percepções individuais dos sujeitos
pesquisadores, independentemente das orientações metodológicas.
E
O surgimento de obstáculos durante o processo investigativo nos
mostra que a pesquisa apresentará desafios complexos que, por si
só, traduzem a barreira de seu avanço.
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Considerações �nais
Ter acesso ao conhecimento crítico é um dos caminhos para a liberdade, a
competência e o compromisso político, pois não se combatem formas conservadoras
e opressoras de pensamento sem o alcance de uma legitimidade profissional,
baseada em princípios e valores teóricos, éticos e políticos profundamente
necessários ao direcionamento de uma boa pesquisa acadêmico-científica em Serviço
Social.
É importante e necessário reconhecer que a pesquisa científica social não tem
intenção em solucionar os problemas apresentados, como se fossem simples dados
ou pontuações isoladas, justamente por lidar com questões que atravessam a vida de
seres humanos.Com isso, a pesquisa exige um cuidado redobrado. Suas respostas
sempre servirão para fundamentar e orientar outros pesquisadores, fornecendo
análise e reflexão do problema e do contexto inseridos.
Aqui tivemos a intenção de contribuir para o alargamento de seu conhecimento,
credibilizando os levantamentos da análise crítico-dialética marxista e dando-lhes
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qualidade, desde o planejamento de seu projeto de pesquisa até sua futura atuação
qualificada.
Panorama da pesquisa em Serviço Social
Ouça o podcast. Nele, falaremos sobre o porquê da complexidade da pesquisa no
âmbito do Serviço Social ganhar nuances ainda mais explicitas.
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
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Discutimos o conhecimento científico sobre o ser social. Caso tenha interesse em
se aprofundar um pouco mais, leia o artigo A ontologia de Lukács e a restauração
da crítica ontológica em Marx, de Mario Duayer, Andrea Vieira Siqueira e María
Fernanda Escurra, publicado na Revista Katályses, em 2013.
Sobre os aspectos teórico-metodológicos da profissão, e para entender melhor as
contradições socio-históricas que marcam o caráter científico do Serviço Social,
leia o artigo Serviço Social brasileiro: profissão e área do conhecimento, de Ana
Elizabete Mota, publicado na Revista Katályses, em 2013.
Para compreender um pouco mais o desafio de se fazer pesquisa social, leia o
livro Pesquisa Social: teoria, método e criatividade, publicado em 2002 e
organizado por Maria Cecília de Souza Minayo – uma importante referência no
assunto
A respeito da perspectiva dialética de se compreender o real, leia o artigo A
dialética das possibilidades: a face interventiva do Serviço Social, de Idilia
Fernandes, publicado na revista virtual Textos & Contextos, em 2005.
Referências
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20/04/2024, 19:42 A pesquisa e produção científica no Serviço Social
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