Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRANSCRIÇÃO – CC1 25.10.21 APENDICITE (Prof. Renato) Embriologia Começa a tomar forma a partir da 7° semana, está “maduro” não 32° a 35° semana Derivado do intestino médio – vascularização derivada da mesentérica superior Anatomia Localização – QID, 60% das vezes está retrocecal, podendo gerar dificuldade na cirurgia, Ponto de McBurney: linha entre EIAS e umbigo, divide em 3 e na transição do 1° p/ 2° terço é onde se encontra o ponto (base do apêndice) Pode existir um apêndice pélvico – complicações na mulher em diagnósticos diferenciais Se encontra na confluência das tênias no ceco – 2 antimesentéricas e 1 mesentérica Órgão tubular e solto (boneco de posto), vascularização provida pelo mesocólon Vascularização – ramo ileocólico, cecal posterior (ramo apendicular/ileocecocólico) e cecal anterior (todos da mesentérica superior) Deslocamento do apêndice na gravidez – no final da gestação pode estar no HCD, podendo simular colecistite (apendicite é o quadro de AA mais comum da gestante) Histologia – similar ao do cólon: camada mucosa, submucosa (tem placas de Peyer), muscular e serosas Linfonodos (placas de Peyer) em conformação circular – pode hiperplasiar e fazer obstrução do apêndice após ou na vigência de inflamação no intestino ou infecção de vias aéreas superiores Mesoapêndice – linfáticos, veias e artéria apendicular Função linfoide secundária, reservatório natural p/ bactérias comensais do cólon (quando ocorre infecção serve p/ recolonizar esse cólon) Epidemiologia Sexo masculino 3:2 Segunda ou terceira décadas de vida 3x maior em pessoas com histórico familiar 80% dos casos abaixo dos 45 anos Brancos > afrodescendentes EUA: >1 milhão de dias de internação/ano Mortalidade: 0,2/100.00 (baixa) Extremos de idade – perfuração Perfuração: 19,2% Idosos: 50% de perfuração Etiologia Teoria de Burkitt (1971): dieta pobre em fibras e água e rica em açúcares (fezes pouco hidratadas) Fatores obstrutivos: fecalitos, helmintos, linfadenopatias e tumores (leucemias) Fisiopatologia Obstrução → acúmulo do muco → aumento da pressão na luz do apêndice → compressão vascular (+ estímulo nervoso = dor; sintoma mais importante) → isquemia → necrose → perfuração Fases da apendicite (macroscópica) o Fase I: catarral ou flegmonosa – apêndice intumescido, mas sem processo inflamatório bem estabelecido o Fase II: fibrino-purulenta – pontos de micronecrose e transudação, fazendo uma capa de fibrina ao redor do apêndice o Fase III: gangrenosa – parede isquêmica, se não for interrompida com a cirurgia, vai perfurar o Fase IV: supurativa Apresentação clínica Dores – visceral (fibra visceral fica dentro da parede, pobremente mielinizada – dor difícil de localizar) e parietal (fibras especializadas com bainha rica em mielina na serosa, dor localizada); geralmente inicia na região epigástrica, por ser mal definida e depois migra p/ região periumbilical e FID Febre Hiporexia Vômitos e náuseas Sintomas urinários – depende da proximidade do apêndice à bexiga e ureteres, podendo causar disúria ou estrangúria Diarreia ou constipação Cronologia de Murphy – mudança de topografia da dor (epigastro → região periumbilical → ponto de McBurney) Sinal de Blumberg – dor à descompressão súbita no ponto de McBurney Sinal de Rovsing – dor na FID quando se faz compressão e deslocamento dos gases na FIE (palpação) Sinal de Guéneau de Mussy – dor à descompressão brusca em outros pontos que não o de McBurney (irritação peritoneal difusa), comum em casos já perfurados Sinal do psoas – extensão forçada da coxa em decúbito lateral, se inflamação estiver presente, paciente sente dor na região do hipogástrio, também pode ser feito em decúbito dorsal, pedindo que o paciente eleve o membro contra a resistência aplicada pelo examinador Sinal do obturador (apêndice pélvico, interessante fazer em mulheres) – flexão do membro inferior D e rotação interna do quadril, se positivo, paciente refere dor no hipogastro, indica inflamação do assoalho pélvico Sinal de Dunphy – dor em FID quando paciente tosse Sinal de Chutro – cicatriz umbilical levemente desviada p/ lado direito na apendicite (se for do lado direito) Sinal de Aaron – dor em FID quando se faz palpação na região epigástrica Sinal de Lenander – diferença de 1°C entre o reto e axila Sinal de Lapinsky – dor na compressão da FID quando se eleva MMII do paciente Sinal de Levitan (radiológico) – níveis hidroaéreos na topografia do QID Diagnóstico Essencialmente clínico – suspeita diagnóstica Definitivo só é dado com exames de imagem Laboratorial o Hemograma: leucocitose com neutrofilia o Urina tipo I: é inespecífico (pode ter piúria) *no local de leucocitose é neutrofilia *a escala de Alvarado é usada principalmente nos extremos de idade Escore de resposta inflamatória do apêndice Escore de Alvarado o Até 3 pontos: 96,2% apêndice normal o 4 a 6 pontos: 35% de sensibilidade o Acima de 7 pontos 78% mulher 94% homem Radiografia simples – tem que ser feita em ortostase e decúbito dorsal o Alça sentinela (sinal de Levitan) o Apagamento do m. psoas o Apagamento da gordura peritoneal o Pneumoapêndice o Pneumoperitônio *gangresa gasosa da parede do apêndice (processo inflamatório) “sinal do cheetos” *sinal de Levitan *gordura peritoneal borrada à esquerda e mais escura (normal) à direita *apagamento do m. psoas *nível hidroaéreo nas alças, talvez por íleo paralítico Ultrassonografia – paciente tem que estar muito bem preparado e o fator examinador; ruim p/ víscera oca; obesidade também afeta o exame o Sensibilidade de 86% o Especificidade 81% *apêndice com aumento de volume e parede espessada *aumento do fluxo do processo inflamatório do apêndice *luz do apêndice aumentada e não compressível; pode-se fazer um Blumberg com o transdutor Tomografia – melhor exame; com contraste venoso (oral interfere no diagnóstico) o Sensibilidade de 94% o Especificidade de 95% *pneumoapêndice; o “sinal do cheetos” Diagnósticos diferenciais Diverticulite Diverticulite de Meckel (imagens) Adenite mesentérica Apendagite – inflamação dos apêndices epiplóicos; pode confundir com apendicite dependendo da proximidade ao apêndice; por torção se faz tto cirúrgico Tiflite – inflamação do íleo terminal, às vezes com envolvimento do ceco Doença de Crohn – clínica semelhante pois tem predileção à inflamar o íleo terminal Úlcera duodenal perfurada Colecistite aguda Pancreatite Gastroenterite/gastroenterocolite Colite por citomegalovírus Nefrolitíase Pielonefrite ITU Pneumonia lobar Cisto ovariano Torção de ovário Endometriose Doença inflamatória pélvica o Sinal de Chandelier – mobilização do colo uterino no toque é dolorosa Abscesso tubo ovariano Gravidez ectópica Complicações Peritonite (purulenta difusa) – perfuração Pelve-peritonite Abscesso Fístulas – parede abdominal, bexiga, cólon, sigmóide Pileflebite – trombose da veia porta (drenagem do cólon acaba na porta, pode existir embolia por bactérias); começa a urinar escuro pela hipertensão hepática Tratamento Não cirúrgico – em fase flegmonosa, antibióticos de amplo espectro, 30% necessitam de tto cirúrgico em 1 ano (cancela essa merda aí, tem que ir pra faca, não tem jeito) Cirúrgico – apendicectomia (McBurney, 1889); preferencialmente por vídeo Classificação da Apendicite Aguda (p/ tto cirúrgico) Não complicada Complicada – perfuração, formação de fístula ou abscesso, pacientes podem ter complicações intra ou pós-operatórias *existe apendicectomia profilática p/ pessoas como astronautas :0 *incisão de McBurney (oblíqua) *incisão de Davis-Rockfeller/Rocky-Davis(transversa) *incisão mediana infraumbilical, também pode ser paramediana 1. Ligadura da vascularização no mesoapêndice 2. Fazer dissecção do apêndice 3. Fazer ligadura na base do apêndice 4. Fazer invaginação ou não do coto não é mandatória, principalmente na de vídeo *vídeo se tornou mais usada pela possibilidade de melhor visualização da cavidade como um todo (o que não ocorre fazendo incisões na convencional) *ele mostrou um vídeo de uma vídeoapendicectomia :) Complicações pós-operatórias Hemorragia Abscesso de parede – infecção da ferida (se tira o apêndice por um saco p/ não contaminar a incisão); complicação mais comum de apendicite Fístula de coto – ligadura não correta Apendicite de coto – quando deixado um coto muito longo Abscesso intra-cavitário Aderências (inerentes a qualquer cirurgia) Íleo paralítico – geralmente em apendicites complicadas Apendicite Crônica Apendicite estacionada na fase flegmonosa Dor tipo cólica em QID de longa data Quadro inicial de apendicite aguda Indicação de laparoscopia diagnóstica – se confirmar apendicite crônica, tem que realizar apendicectomia (sempre fazer a apendicectomia incidental) Neoplasias do Apêndice Presente em 1% das apendicectomias Neoplasias císticas Tumor carcinoide – mais comum no apêndice Adenocarcinomas – mais comum nos cólons Metástases – implante de células tumorais nas placas de Peyer *nota da autora: se alguém entender as ultrassonografias e quiser me dar uma luz eu agradeço enormemente T-T
Compartilhar