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Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Química Equação de Nernst e a Eletroquímica João Silvestre Macamo: 708236178 Beira, 23 de Março de 2024 Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação à Distância Curso de Licenciatura em Ensino de Química Equação de Nernst e a Eletroquímica João Silvestre Macamo: 708236178 Beira, 23 de Março de 2024 Trabalho de Campo a ser submetido ao Departamento de Ciências Naturais e Exactas, para o efeito avaliativo O Tutor: Dário Mário Napoleão Armando Dos santos II Índice 1.0. Introdução ................................................................................................................................. 4 1.1. Objectivos ................................................................................................................................. 4 1.1.1. Objectivo Geral...................................................................................................................... 4 1.1.2. Objectivos Específicos .......................................................................................................... 4 1.2. Metodologia .............................................................................................................................. 4 2.0. Eletroquímica ........................................................................................................................... 5 2.1. Principais conceitos e fenômenos estudados na eletroquímica ................................................ 5 2.2. Equação de Nernst .................................................................................................................... 5 2.2.1. Aplicação da equação de Nernst na Eletroquímica ............................................................... 7 2.2.3. Aplicação da equação de Nernst no quotidiano..................................................................... 8 2.2.4. Exemplos práticos da equação do Nernst .............................................................................. 9 3.0. Conclusão ............................................................................................................................... 11 4.0. Referências Bibliográficas ...................................................................................................... 12 4 1.0. Introdução O presente trabalho tem como título “Equação de Nernst e a Eletroquímica”. Importa referir que, a equação de Nernst é uma equação importante na eletroquímica que relaciona o potencial de um elétrodo (ou de uma célula eletroquímica) com as concentrações dos reagentes e produtos envolvidos em uma reação de oxirredução. Essa equação, descoberta pelo químico alemão Walther Nernst, é fundamental para entender e prever o comportamento das reações eletroquímicas em diferentes condições. 1.1. Objectivos 1.1.1. Objectivo Geral Compreender a equação de Nernst e a Eletroquímica 1.1.2. Objectivos Específicos Deduzir a equação de Nernst que ocorre em cada elétrodo Descrever a aplicação da equação de Nernst na eletroquímica e no quotidiano Propor exemplos práticos da equação de Nernst 1.2. Metodologia Como propósito metodológico recorreu-se ao uso da revisão bibliográfica e de modo a atingir o objectivo recorreu-se também aos serviços electrónicos (internet). 5 2.0. Eletroquímica A eletroquímica é uma área da química que estuda as interações entre substâncias químicas e corrente elétrica. Envolve a combinação de princípios da química e da física para estudar e compreender as reações químicas que ocorrem em sistemas eletroquímicos. 2.1. Principais conceitos e fenômenos estudados na eletroquímica 1. Reações Eletroquímicas: são reações químicas que envolvem transferência de elétrons entre espécies químicas, tanto em sistemas de laboratório como em sistemas naturais. Essas reações podem ocorrer em células eletroquímicas, baterias, elétrodos e eletrólitos, entre outros. 2. Células Eletroquímicas: são dispositivos que utilizam reações de oxirredução para converter energia química em energia elétrica. As células eletroquímicas são compostas por elétrodos (ânodo e cátodo) e um eletrólito que permite o fluxo de íons. 3. Potencial de Elétrodo: refere-se à diferença de potencial elétrico entre um elétrodo e um eletrólito em equilíbrio, e é uma medida da energia livre disponível em uma reação de oxirredução. 4. Eletrólise: é o processo de decomposição de uma substância através da passagem de corrente elétrica. Isso é utilizado, por exemplo, na produção de metais a partir de seus minérios. 5. Corrosão: é um processo eletroquímico no qual metais são corroídos devido à exposição a agentes oxidantes, resultando em deterioração e perda de material. A eletroquímica possui diversas aplicações práticas em diversos campos, como na produção de energia em baterias e pilhas, em processos de galvanização e eletrodeposição, na produção de gases industriais, na síntese orgânica e no tratamento de efluentes industriais. 2.2. Equação de Nernst A equação de Nernst é uma equação fundamental na eletroquímica que relaciona o potencial de eletrodo (E) de uma célula eletroquímica ao potencial de eletrodo padrão (E°) e às concentrações (ou atividades) dos reagentes e produtos químicos envolvidos na reação de oxirredução. A equação de Nernst pode ser deduzida utilizando conceitos básicos da termodinâmica e da eletroquímica. Vamos considerar uma reação de oxirredução genérica da forma: 6 𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷 Onde, a, b, c e d são os coeficientes estequiométricos da reação balanceada e A, B, C, D são as espécies químicas envolvidas. Vamos supor que estamos interessados no potencial de elétrodo do elétrodo envolvendo a espécie A. Nesse caso, a reação de oxirredução será: 𝑎𝐴 → 𝑐𝐶 Podemos escrever a equação de redução deste elétrodo como: 𝐴 + 𝑛𝑒⁻ → 𝐶 Onde n é o número de elétrons transferidos na reação. A energia livre padrão de reação (ΔG°) para essa reação de oxirredução é relacionada ao potencial de elétrodo padrão (E°) da seguinte forma: 𝛥𝐺° = −𝑛𝐹 𝐸° Onde Fé a constante de Faraday (96.485 C/mol). A energia livre padrão de reação também pode ser relacionada à constante dos gases ideais (R), temperatura (T) e ao quociente de reação(Q): 𝛥𝐺° = 𝛥𝐺º′ + 𝑅𝑇 𝑙𝑛(𝑄) Onde ΔGº′ é a energia livre padrão de reação no equilíbrio (correspondente a um Q igual a 1) e R é a constante dos gases ideais. Igualando as duas expressões obtidas paraΔG°, temos: −𝑛𝐹 𝐸° = 𝛥𝐺º′ + 𝑅𝑇 𝑙𝑛(𝑄) Rearranjando essa equação, obtemos a equação de Nernst: 𝐸 = 𝐸° − (𝑅𝑇/𝑛𝐹) 𝑙𝑛(𝑄) Onde: E é o potencial de elétrodo da célula (ou do elétrodo em estudo) em volts(V). 7 E° é o potencial de elétrodo padrão da reação, que representa a diferença de potencial quando todas as espécies químicas estão em condições padrão, ou seja, com concentrações de 1 mol/L e pressão de1 atm. É um valor tabelado e depende da reação específica. R é a constante dos gases ideais, que tem um valor de aproximadamente8,314 J/(mol · K). T é a temperatura absoluta em kelvin(K). n é o número de elétrons transferidos na reação de oxirredução. F é a constante de Faraday, que é a carga de 1 mol de elétrons e tem um valor de 96.485 C/mol. Q é o quociente de reação, que é a razão das concentrações (ou atividades) dos produtos químicos dividido pelas concentrações (ou atividades) dos reagentes elevadas aos seus coeficientes estequiométricos. 2.2.1. Aplicação da equação de Nernst na Eletroquímica Alguns exemplos incluem: Pilhas eletroquímicas: A equação de Nernst é fundamental para determinar o potencial de uma célula eletroquímica quando as concentraçõesdos reagentes e produtos não estão em condições padrão. Isso é especialmente útil em pilhas de combustível, onde a produção de eletricidade ocorre em condições não padrão. A equação de Nernst permite prever como as mudanças nas concentrações dos reagentes afetam o potencial da célula. Células de eletrólise: A equação de Nernst também é aplicada na eletrolise, que é uma técnica usada para produzir reações químicas por meio da aplicação de uma corrente elétrica. A equação de Nernst permite calcular como as mudanças nas concentrações dos reagentes, a temperatura e a corrente elétrica afetam o potencial de uma célula de eletrólise. Sensor de íons: A equação de Nernst é usada em sensores eletroquímicos para medir a concentração de íons específicos em uma solução. Os elétrodos seletivos de íons são projetados para gerar um potencial que é diretamente proporcional à concentração do íon de interesse. A equação de Nernst é usada para relacionar o potencial de eléctrodo do sensor com a concentração do íon alvo. 8 Corrosão: A equação de Nernst também é relevante para o estudo da corrosão de metais. Ela descreve a relação entre o potencial de eléctrodo e a taxa de corrosão, permitindo avaliar as condições em que a corrosão ocorre e propor medidas para sua prevenção. Esses são apenas alguns exemplos das várias aplicações da equação de Nernst na eletroquímica. A equação é uma ferramenta essencial para o entendimento e a previsão do comportamento eletroquímico. 2.2.3. Aplicação da equação de Nernst no quotidiano A equação de Nernst tem várias aplicações práticas no nosso quotidiano. Algumas delas incluem: Medição de pH: a equação de Nernst é usada para determinar o potencial de eléctrodo de uma célula de pH, que é um dispositivo utilizado para medir a acidez ou alcalinidade de uma solução. O potencial de eléctrodo da célula de pH é relacionado ao pH da solução de acordo com a equação de Nernst, permitindo que o valor do pH seja obtido a partir da medição do potencial. Medição de íons: a equação de Nernst também é usada para determinar o potencial de eléctrodo de células eletroquímicas utilizadas na medição de íons específicos, como íons de sódio, potássio e cálcio. Essas células se baseiam em eletrodos seletivos de íons, que geram um potencial que está relacionado à concentração do íon de interesse de acordo com a equação de Nernst. Baterias: a equação de Nernst é aplicada no estudo e no projeto de baterias, tanto de íons de lítio quanto de outros tipos. Ela permite prever o potencial de eletrodo e a tensão gerada pela reação de oxirredução nas baterias, levando em consideração a concentração das espécies químicas envolvidas e as condições eletroquímicas. Corrosão: a equação de Nernst também é relevante para o estudo da corrosão de metais. Ela descreve a relação entre o potencial de eléctrodo e a taxa de corrosão, permitindo avaliar as condições em que a corrosão ocorre e propor medidas para sua prevenção. Essas são apenas algumas das muitas aplicações da equação de Nernst no nosso dia a dia. Ela desempenha um papel fundamental no entendimento e na previsão do comportamento eletroquímico em uma ampla variedade de sistemas. 9 2.2.4. Exemplos práticos da equação do Nernst 1. Exercício Calcule o potencial para uma célula eletroquímica formada por uma placa de cobre (Cu) em contato com uma solução 0,1 M de Cu²⁺ e uma placa de zinco (Zn) em contato com uma solução 1,0 M de Zn²⁺. O potencial padrão da reação Cu2+ + 2e− → Cu é + 0,34 V e o potencial padrão da reação Zn²⁺ + 2e⁻ → Zn é − 0,76 V. Considere a temperatura de 25℃. Solução: Vamos utilizar a equação de Nernst para cada eletrodo e depois calcular o potencial da célula. Para o elétrodo de cobre (Cu): 𝐸°𝐶𝑢 = +0,34 𝑉 [𝐶𝑢²⁺] = 0,1 𝑀 𝐸 = 𝐸°𝐶𝑢 − (0,0592 / 2) ∗ 𝑙𝑜𝑔([𝐶𝑢²⁺]) 𝐸 𝐶𝑢 = +0,34 𝑉 − (0,0296) ∗ 𝑙𝑜𝑔(0,1) 𝐸 𝐶𝑢 = +0,34 𝑉 − 0,0296 ∗ 1 𝐸 𝐶𝑢 = +0,3104 𝑉 Para o elétrodo de zinco (Zn): 𝐸°𝑍𝑛 = −0,76 𝑉 [Zn²⁺] = 1,0 M 𝐸 = 𝐸°𝑍𝑛 − (0,0592 / 2) ∗ 𝑙𝑜𝑔([𝑍𝑛²⁺]) 𝐸 𝑍𝑛 = −0,76 𝑉 − (0,0296) ∗ 𝑙𝑜𝑔(1) 𝐸 𝑍𝑛 = −0,76 𝑉 – 0 𝐸 𝑍𝑛 = −0,76 𝑉 Agora, calculamos o potencial da célula: 10 𝐸 𝑐𝑒𝑙𝑑𝑎 = 𝐸 𝐶𝑢 − 𝐸 𝑍𝑛 𝐸 𝑐𝑒𝑙𝑑𝑎 = +0,3104 𝑉 − (−0,76 𝑉) 𝐸 𝑐𝑒𝑙𝑑𝑎 = +1,0704 𝑉 Portanto, o potencial para a célula eletroquímica é de +1,0704 V. 11 3.0. Conclusão A equação de Nernst é uma ferramenta poderosa e fundamental na eletroquímica, permitindo entender e prever o comportamento das reações eletroquímicas em condições não padrão. Ela desempenha um papel crucial em várias aplicações práticas, como no desenvolvimento de pilhas de combustível, sensores eletroquímicos, controle de corrosão e muito mais. Ao compreender e aplicar a equação de Nernst, os cientistas e engenheiros podem otimizar processos eletroquímicos, melhorar a eficiência e a precisão de dispositivos eletroquímicos e contribuir para avanços significativos em diversas. 12 4.0. Referências Bibliográficas Professor Paulo César. (03 de 04 de 2019). Portal de estudos em Química. Obtido em 17 de 03 de 2024, de www.profpc.com.br/: https://www.profpc.com.br/Equa%C3%A7%C3%A3o_Nernst.htm Serra, A. A., & Barboza, J. C. (s.d). Obtido em 19 de 03 de 2024, de https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5652863/mod_resource/content/1/An%C3%A1li se%20Instrumental%20III%20-%20M%C3%B3dulo%20IIA.pdf Viegas, L. (s.d.). NOIC. Obtido em 17 de 03 de 2024, de www.noic.com.br/: https://noic.com.br/materiais-quimica/curso/curso-noic-de-fisico-quimica/aula-6-equacao- de-nernst/ White, D. P. (2005). Química. Pearson Education. Obtido em 20 de 03 de 2024, de https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fisicaequimica/relacaodedocentes973/elet roquimica.pdf
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