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ENFERMAGEM NEONATAL E PEDIATRICA

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SUMÁRIO 
 
 
 
 
UNIDADE ASSUNTO 
01 Introdução a Enfermagem Pediátrica 
02 Cuidados de Enfermagem ao Recém Nascido 
03 Teste de PKU 
04 Programa Nacional de Imunização 
05 Assistência de Enfermagem no Crescimento e Desenvolvimento da Criança 
06 Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância -AIDIPI 
07 Infecções Respiratórias Agudas 
08 Diarréia Aguda 
09 Desnutrição 
10 Desidratação 
11 Necessidades Básicas da Criança 
12 Hospital Pediátrico 
13 Humanização da Assistência a Criança Hospitalizada 
14 Admissão e Alta da criança 
15 Cuidados de Enfermagem no Pré, trans e pós – operatório da criança 
16 Assistência de enfermagem a Criança Terminal 
17 Técnicas Pediátricas 
18 Anexos 
19 Referências Bibliográficas 
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UNIDADE 1 
 
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM PEDIÁTRICA 
 
O significado social e a existência de um grande número de crianças em qualquer 
população são marcas de enfermagem pediátrica. Esta se caracteriza pela atenção a um grupo 
de pessoas que está em constante crescimento e desenvolvimento e pela abordagem de ações 
preventivas em seu cotidiano de assistência. 
O aparecimento da Pediatria como especialidade ocorreu na Europa, quando alguns 
médicos começaram a observar e a estudar as diferenças das doenças ocorridas em adultos e 
em crianças. Antes disso, o fato não tinha o menor significado tanto para médicos quanto para 
enfermeiras. O aparecimento do primeiro departamento de Pediatria na Universidade de Havard 
se deu em 1888. 
Há algum tempo, a assistência de enfermagem à criança hospitalizada seguia condutas 
e procedimentos extremamente rígidos. A ausência de medicamentos antibióticos, os altíssimos 
índices de infecção, o grande número de crianças doentes e o próprio despreparo de profissionais 
levavam ao estabelecimento de regras de isolamento e repouso muitas vezes absurdas, como o 
uso de camisas - de - força. Preocupados com o risco de infecção cruzada e despreparados para 
atender as necessidades individuais da criança e dos pais, os profissionais de saúde as 
mantinham isoladas, tanto uma das outras como da mãe e do restante da família. Com os 
avanços na área de saúde, houve mudanças nos métodos de assistência à criança.O advento da 
Psicologia, os estudos de Freud e de outros sobre o comportamento humano deram início a uma 
abordagem mais integral à criança, possibilitando a compreensão das suas necessidades 
emocionais,em suas diversas fases de crescimento e desenvolvimento. 
 
1.0 – CONCEITOS BÁSICOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA: 
 
1.1- Enfermagem Pediátrica: É um campo de estudo e de prática da enfermagem dirigida 
à assistência à criança até a adolescência. Ou, ainda, é um campo da enfermagem que 
se dedica ao cuidado do ser humano em crescimento e desenvolvimento, desde o 
nascimento até a adolescência. 
1.2- Pediatria: É o campo da Medicina que se dedica à assistência ao ser humano em 
crescimento e desenvolvimento, desde a fecundação até a adolescência. 
1.3- Neonatologia: é o ramo da Pediatria que atende o recém-nascido, desde a data do 
nascimento até completar 28 dias; 
1.4- Puericultura: também denominada de Pediatria Preventiva, é o ramo da Pediatria que 
cuida da manutenção da saúde da criança e do acompanhamento de seu crescimento e 
desenvolvimento. 
1.5- Hebiatria: é o ramo da Pediatria que atende as necessidades de saúde do adolescente. 
 
1.6- Classificação da infância em grupos etários: 
LACTENTE: Neonatal: 0 – 28 dias / Lactente: 1-12 meses 
1ª INFÂNCIA: Todller : 2anos e 11 meses/ Pré-escolar: 3 – 5 anos e 11 meses 
 
2ª INFÂNCIA: Escolar: 6 anos e 11 meses a 11 anos e 11 meses 
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INFÂNCIA TARDIA: Adolescente: a partir dos 12 anos 
 
2.0. DIREITOS DA CRIANÇA: 
 
2.1- DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: Em 1924, os direitos da criança foram 
declarados pela ONU, mas o reconhecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos 
aconteceu em 1959. Objetivando afirmar que toda criança merece uma infância feliz e que possa 
gozar de direitos e liberdades, essa declaração enunciou os seguintes princípios: 
 
“ Toda criança gozará de todos os direitos enunciados na Declaração” : 
 
✓ A criança gozará de proteção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e 
facilidade, a fim de facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social 
de forma sadia e normal e em condições de dignidade. 
✓ Toda criança terá direito a nome e nacionalidade, desde o nascimento; 
✓ A criança gozará os benefícios da previdência social,a criança terá direito à 
alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas; 
✓ À criança incapacitada física ou mentalmente, serão proporcionados o tratamento, a 
educação e os cuidados especiais; 
✓ Para o desenvolvimento completo e harmonioso da sua personalidade, a criança 
precisa de amor e de compreensão. 
✓ A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e obrigatória, pelo menos 
no grau primário; 
✓ A criança figurará, em qualquer circunstância, entre os primeiros a receber proteção e 
socorro; 
✓ A criança deve ser protegida contra quaisquer formas de negligência, crueldade e 
exploração; 
✓ A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, 
religiosa ou de qualquer outra natureza ( ONU, 1959). 
 
3.0. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
 
O Estatuto da criança e do adolescente foi legalizado em 1990, pela Lei Federal nº 
8.069. Ao prestar sua assistência, os técnicos e os auxiliares de enfermagem, assim como os 
demais profissionais de saúde, deverão considerar os direitos prescritos por esse Estatuto, sob 
pena de serem acionados judicialmente. No Brasil, com relação à saúde, as crianças e os 
adolescentes têm os seguintes direitos: 
 
Art.7º. A criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e a saúde, mediante a efetivação 
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e 
harmonioso, em condições dignas de existência. 
 
Art. 8º. É assegurado à gestante, através do SUS, o atendimento pré e perinatal. 
 
Art 9º. O Poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao 
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. 
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Art 10º. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, são obrigados a: 
I- manter registro das atividades desenvolvidas pelo prazo de 18 anos; 
II- Identificar o recém-nascido; 
III- Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no 
metabolismo do recém-nascido, bem como, a orientação aos pais; 
IV- Fornecer declaração de nascimento onde constem as intercorrências do parto e do 
desenvolvimento de neonato. 
 
Art 11º. È assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do SUS, 
garantindo o acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde. 
 
Art 12º. Os estabelecimentos de atendimentos á saúde deverão proporcionar condições para a 
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de 
criança ou adolescente. 
 
Art 13º. Os casos de suspeita ou maus tratos contra criança ou adolescente serão 
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade. 
 
Art 14º. O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção 
das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação 
sanitária para pais, educadores e alunos. 
 
Parágrafo único: É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas 
autoridades sanitária. ( MS, 2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM - NASCIDO 
 
1. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO RN (RECÉM-NASCIDO) QUANTO:1.1. Idade Gestacional: 
 
➢ RN À TERMO OU NORMAL: é toda criança nascida de uma gestação entre 38 
a 42 semanas de gestação. (280 dias/ Dando margem de 15 dias antes ou após o 
parto). 
➢ RN PREMATURO: é toda criança nascida de uma gestação entre 28 a 37 
semanas de gestação. 
➢ RN POSMATURO: é toda criança nascida de uma gestação com mais de 42 
semanas de gestação. 
 
1.2. Peso Ao Nascer 
 
➢ A.I.G (Adequado para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso > 2,5 a 4 
kg – entre percentis 10 e 90. 
➢ P.I.G (Pequeno para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou 
inferior a 2,5 kg, abaixo do percentil 10. 
➢ G.I.G (Grande para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou 
superior a 4 kg – acima do percentil 10. 
➢ RN DE ALTO RISCO: é o produto de uma gestação de alto risco, onde as 
intercorrências patológicas e/ou sociais representam fatores de agressão ao binômio 
mãe-filho, determinando morbi-mortalidade perinatal, que pode perdurar até 28 dias 
pós-parto. 
 
RN PREMATURO 
 
1. CONCEITO: é toda criança nascida de uma gestação entre 28 a 37 semanas e 6 dias, com 
peso igual ou inferior a 2,5 kg e estatura igual ou inferior a 45 cm. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO: 
 
Prematuro Limítrofe: gestação entre 36 a 37 semanas e 6 dias. 
Moderadamente prematuro: gestação entre 31 a 35 semanas e 6 dias 
Extremamente prematuro: gestação entre 28 a 30 semanas e 6 dias. 
 
3. ETIOLOGIA: Gravidez precoce, fumo, álcool, doenças cardíacas, desnutrição materna, 
gravidez gemelar, placenta prévia (PP), descolamento prematuro da placenta(DPP), placenta 
normalmente inserida (DPPNI): doença auto-imune, onde a mãe sempre morre por hemorragia. 
 
4. INCIDÊNCIA: Classe social mais baixa. 
5.CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS 
Postura: Inativo/ flácido e relaxado, com as extremidades mantidas em extensão. Permanecem 
em qualquer posição que se coloca. 
 
Cabeça: grande, desproporcional, achatada nos lados e longa da frente para trás, desprovida de 
convexidade usual nas áreas temporais e parietais. 
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Face: senil, envelhecida. 
Cabelos: finos, ralos como lanugem. 
Olhos: fechados, grandes em relação a face e proeminentes. 
Pescoço: curtíssimo, o mento repousa sobre a caixa torácica. 
Cartilagem da orelha: mal desenvolvida, maleável, macia. 
Fontanelas: amplas 
PC: 25/32 cm 
PT: 23/30 cm 
 
Características Gerais: 
 
Peso: Depende do grau de imaturidade, varia de > 500 g à 2,5 kg. 
Extremamente baixo: 500 g a 1 kg 
Muito baixo: 1 kg a 1,5 kg 
Baixo: 1,5 kg a 2,5 kg 
Estatura: 45 cm 
Caixa torácica: deprimida / Abdômen: distendido 
Tônus Muscular: diminuído / Ausência de sulcos plantares 
Pele: tecido subcutâneo delgado, coloração pálida, coberta por lanugem. 
Mãos e pés: poucos sulcos, aspecto liso; Unha: não atinge a polpa digital 
Genitais: 
Masculino: Saco escrotal subdesenvolvido; podendo está retido na cavidade abdominal. 
Feminino: Grandes lábios pouco evidentes; clitóris proeminente. 
 
6. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS 
 
• APARELHO RESPIRATÓRIO: Imaturo, devido ao desenvolvimento incompleto 
dos alvéolos e capilares. Tecido pulmonar e centro regulador imaturos. Respiração: 
periódica; hipoventilação; episódios freqüentes de apnéia. 
 
• APARELHO TERMO REGULADOR: Precário e imaturo. Incapacidade da 
manutenção da temperatura corpórea, por não possuir gordura de isolamento térmico. 
 
• APARELHO DIGESTIVO: Deficiente. Dificuldade de absorção. Quanto mais intensa 
a prematuridade, mais ausentes estão os reflexos de sucção e deglutição. Há três tipos 
de prematuro: 
 
1.O que suga e deglute (uso de mamadeira) 
2.O que não suga e deglute (uso de conta-gotas) 
3.O que não suga e não deglute (gavagem/sonda) 
 
ATIVIDADE REFLEXA: Diminuída /Sinais neurológicos: ausentes. 
 
COMPLICAÇÕES: Hiperbilirrubinemia/ Hipoglicemia/ Distúrbios Hidroeletrolíticos. 
 
 
PÓS MATURO 
 
 
1.CONCEITO: É toda criança nascida de uma gestação com mais de 42 semanas. 
2.CAUSAS: A maioria desconhecida, porém se atribui a: 
Hereditariedade 
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Primiparidade com mais de 28 anos 
Repouso excessivo 
Distúrbio endócrino 
3.CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Peso: O RN pode nascer com perda de peso. A placenta ao envelhecer perde sua função, 
não conseguindo manter os nutrientes para o feto. 
Tecido adiposo diminuído, depleção da gordura subcutânea, aspecto físico comprometido, 
refletindo o desprovimento intrauterino, apresentando um aspecto delgado e alongado. 
Estatura: cerca de 3 a 4 cm maior que o normal. 
 
Pele: macerada, enrugada, sem lanugem, sem vernix caseoso, apresentando dobras, 
rachaduras, manchas enegridas, apergaminhada 
Unhas: ultrapassam a polpa digital, sujas de mecônio.Sulcos palmares profundos. 
 
Mãos: secas e descamadas. 
 
COMPLICAÇÕES: 
 
Aspiração de mecônio: provocada pela hipóxia intrauterina, associada com a acidose. O 
RN aspira o líquido amniótico que contém mecônio. (A hipóxia provoca relaxamento do 
esfíncter anal). 
Hipoglicemia: provocada pelo estoque de gordura. O glicogênio do fígado é logo 
escasseado, necessitando, portanto de reservas energéticas. 
Policitemia: aumento dos eritrócitos, elevando a viscosidade do sangue. A circulação se 
torna lenta e é obstruída sobretudo nos capilares, assim o sangue não chega a circulação 
periférica. 
 
RN DE ALTO RISCO 
 
1. CONCEITO: é o produto de uma gestação de alto risco, onde as intercorrências 
patológicas e/ou sociais representam fatores de agressão ao binômio mãe-filho, 
determinando morbi-mortalidade perinatal, que pode perdurar até 28 dias pós-parto. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO: De acordo com o peso do nascimento; Idade Gestacional; 
Problema fisiopatológico predominante. 
 
3. RN CONSIDERADOS DE ALTO RISCO: 
• Prematuro 
• Pós- maturo 
• Anóxia perinatal 
• Macrossomia 
• Gemelaridade 
• Rh negativo 
• Anomalias congênitas 
• Desnutrição 
• Diabetes materna 
• Mães com AIDS 
• Mães com DSTs 
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4. GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: 
• Idade materna menor de 16 anos ou maior de 35 anos 
• Insuficiência Placentária 
• Diabetes 
• Hemorragia 
• Hipertensão Crônica 
• Nefropatia 
• Cardiopatia 
• Placenta Prévia 
• Descolamento da Placenta Normalmente Inserida 
 
➢ Cuidados após o Nascimento: 
 
A transição bem-sucedida de um feto (imerso no líquido amniótico e totalmente dependente 
da placenta para obter nutrientes e oxigênio) até o seu nascimento, respirando e chorando 
vigorosamente, é algo sempre maravilhoso. Os recém-nascidos saudáveis necessitam de um 
bom cuidado para garantir seu desenvolvimento normal e uma boa saúde. 
Imediatamente após um nascimento normal, a equipe da sala de parto ajuda a mãe 
a segurar o seu filho. A amamentação geralmente pode ser iniciada neste momento caso a 
mãe assim o desejar. O pai é também encorajado a segurar o seu filho e a compartilhar esses 
momentos. Alguns especialistas acreditam que o contato físico imediato com a criança 
ajuda a estabelecer vínculos afetivos. Contudo, os pais podem estabelecer bons vínculos 
afetivos com seus filhos inclusive quando não passam as primeiras horas juntos. 
 
1. CUIDADOS IMEDIATOS AO RN: 
São aqueles prestados ainda na sala de parto. 
1.1. Desobstrução das VASS: 
Objetivos: 
• Promover limpeza das VASS e a instalação imediata e posterior manutenção da 
respiração. 
• Impedir tamponamento dos espaços bronco-alveolares. 
• Impedir anóxia. 
OBS: 1º se aspira a boca, depois o nariz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Avaliação das condições vitais do RN, através da Escala de Apgar. 
ESCALA DE APGAR 
 
SINAIS ESCORE O ESCORE 1 ESCORE 3 
Freqüência das 
pulsações 
Ausente Menos de 100 Acima de 100 
Esforço respiratório Ausente Superficial Choro forte 
Tônus muscular Atonia/Hipotonia Ligeira flexão Movimentos ativos 
Irritabilidade reflexa Ausente Careta Espirro/tosse 
Cor da pele Cianose/Palidez Cianose de 
extremidades 
Rósea 
1.3. Pinçamento e secção do cordão umbilical 
1.4. OBS:Realiza-se após a cessação dos batimentos 
 
 
1.3. Aspiração do suco gástrico 
1.4. Credeização /Método de Credé: Instila-se 1 gota de Nitrato de Prata a 1% nos olhos, na 
vagina e/ou pênis do RN a fim de evitar oftalmia gonocócica, transmitida verticalmente. 
1.5. Identificação do RN (Nome da gestante, data e hora do nascimento): Identificar o recém- 
nascido com pulseira própria ou feita com esparadrapo e colocada no antebraço e tornozelo. 
 
2. CUIDADOS MEDIATOS AO RN: 
 
São aqueles prestados na Unidade de Internação Pediátrica. 
 
2.1. Higiene: O Banho é realizado aproximadamente 6 horas ou mais após o nascimento. Tenta-
se não retirar o material gorduroso esbranquiçado (verniz caseoso) que recobre a maior parte da 
pele do recém-nascido, pois ele ajuda a protegê-lo contra a infecção. 
 
2.2. Administração de Vitamina K. Como todos os conceptos nascem com concentração baixa 
de vitamina K, o enfermeiro ou o técnico de enfermagem administra 1mg por via IM desta 
vitamina para evitar a ocorrência de sangramentos (doença hemorrágica do recém- nascido) 
Objetivo: Catalisar a síntese da protrombina no fígado. 
 
2.3. Curativo do Coto Umbilical: Higiene do Coto Umbilical é em geral, uma solução 
antisséptica ( álcool a 70%) aplicada no cordão umbilical recém-seccionado, para ajudar a evitar 
a infecção e o tétano neonatal. O clipe plástico do cordão umbilical é removido 24 horas após 
o nascimento. O coto remanescente deve ser umedecido diariamente com uma solução 
alcoólica. Este processo acelera a secagem e reduz a possibilidade de infecção do coto. O coto 
umbilical cairá por si mesmo, geralmente entre o 5º e o 12º dia. Um retardo maior na queda 
não deverá ser motivo de preocupação. 
 
2.4. Medidas Antropométricas: 
 
Peso: Balança adequada, protegida com fralda. 
 
Comprimento: Utilização da Mesa antropométrica. 
 
2.5. Aquecimento: Manter RN aquecido, no berço (conforme rotina do hospital) e manter 
observação rigorosa (cianose; vômito; tremores; respiração). É fundamental que o recém- 
nascido seja mantido aquecido. Assim que possível, ele deve ser enrolado em panos leves 
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(cueiros) e a sua cabeça é coberta, para reduzir a perda do calor corpóreo. 
 
À Enfermagem cabe: 
– Registrar, na ficha do recém-nascido, sua impressão plantar e digital do polegar direito da 
mãe; 
– Em partos múltiplos a ordem de nascimento deverá ser especificada nas pulseiras através de 
números (1, 2, 3, 4 etc.) após o nome da mãe; 
– Preencher a ficha do recém-nascido com os dados referentes às condições de nascimento, 
hora e data do parto. 
Primeiros Dias do RN 
 
Durante os primeiros dias após o nascimento, os pais aprendem a alimentar, a banhar e a 
vestir a criança, familiarizando-se com suas atividades e sons. 
A primeira urina produzida por um recém-nascido é concentrada e, freqüentemente, 
contém substâncias químicas denominadas uratos, que podem dar às fraldas uma coloração 
rosa,que não deve ser confundida com sangue 
A primeira evacuação consiste no mecônio (substância negro-esverdeada e viscosa), 
que é conteúdo do intestino formado durante a gestação por secreções digestivas do fígado, 
pâncreas e intestino fetal, líquido amniótico deglutido e células intestinais Todo recém- 
nascido deve eliminar o mecônio nas primeiras 24 horas após o nascimento. Após 2 a 3 dias 
do nascimento surgem as chamadas "fezes de transição". 
Durante os primeiros dias de vida, o recém-nascido normalmente perde 5 a 10% de seu 
peso ao nascimento. Este peso é rapidamente recuperado à medida que ele começa a se 
alimentar. 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO 
 
Nome da mãe, procedência, instrução, estado civil, residência. Registro materno e do 
recém-nascido quando usado a ficha de internação neonatal. 
O primeiro exame físico do recém-nascido tem como objetivo: 
– Detectar a presença de malformações congênitas 
– Avaliar a capacidade de adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina. 
– O exame físico deve ser realizado com a criança despida, mas em condições técnicas 
satisfatórias. 
 
EXAME NEUROLÓGICO: 
O exame neurológico compreende a observação da atitude, reatividade, choro, 
tônus,movimentos e reflexos do recém-nascidos. Deve-se pesquisar os reflexos de 
Moro,sucção, busca, preensão palmar e plantar, tônus do pescoço, extensão cruzada dos 
membros inferiores, endireitamento do tronco e marcha automática. 
 
Reflexos do Recém-nascido 
 
Reflexo Descrição 
 
De Moro 
Quando o recém-nascido se assusta, seus membros 
superiores e inferiores balançam para fora e para frente, 
num movimento lento, com os dedos esticados 
 
De Busca 
Quando qualquer um dos extremos da boca de recém- 
nascido é tocado, ele vira a cabeça para esse lado. Este 
reflexo permite que o recém-nascido encontre o mamilo 
 
De sucção 
Quando um objeto é colocado na boca do recém- 
nascido, ele começa a sugar imediatamente 
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UNIDADE 3 
 
TESTE DE PKU ( TESTE DO PEZINHO) 
 
Nome popular para a Triagem Neonatal, o teste do pezinho é gratuito e deve ser feito a 
partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Por ser uma parte do corpo 
rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido em uma única punção, rápida e quase 
indolor para o bebê. No teste, o sangue da criança é coletado em papel filtro especial. As 
amostras de sangue obtidas são secas e posteriormente enviadas ao laboratório para o 
processamento dos exames. 
 
 
Em sua versão mais simples, o teste do pezinho foi introduzido no Brasil na década de 70 para 
identificar duas doenças (chamadas pelos especialistas de "anomalias congênitas", porque se 
apresentam no nascimento): a fenilcetonúria e o hipotireoidismo. Ambas, se não tratadas a 
tempo, podem levar à deficiência mental. 
A identificação precoce de qualquer dessas doenças permite evitar o aparecimento dos 
sintomas, através do tratamento apropriado. Por isso, recomenda-se realizar o teste idealmente 
no 5º dia de vida do bebê. Antes disso, os resultados não são muito precisos ou confiáveis. A 
partir desse dia, é importante que toda mãe leve seu filho para fazer o exame. Assim o 
tratamento, se for o caso, será mais eficaz. 
Por meio de lei federal, o teste se tornou obrigatório em todo o País, em 1992, embora 
ainda não alcance a totalidade dos recém-nascidos. A portaria de número 822, de 6 de junho 
de 2001, assinada pelo ex-ministro José Serra, criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal 
(PNTN) com o objetivo de atender a todos os recém-natos em território brasileiro. 
Atualmente, já existe uma versão ampliada, que permite identificar mais de 30 doenças 
antes que seus sintomas se manifestem. Trata-se, no entanto, de um recurso sofisticado e ainda 
bastante caro, não disponível na rede pública de saúde. 
 
 
 
DOENÇAS DIAGNOSTICADAS 
 
 
1. FENILCETONÚRIA: É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo decorrente 
da deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase. Em conseqüência a fenilalanina acumula-se 
no sangue do RN, com efeitos tóxicos do sistema nervoso central, podendo causar até a 
deficiência mental severa. 
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Conseqüências 
 
Deficiência mental irreversível. 
Convulsões, problemas de pele e cabelo. 
Problemas de urina e até invalidez permanente. 
 
Tratamento: Controle alimentar com dieta especial à base de leite e alimentos que não 
contenham fenilalanina, sob rigorosa orientação médica, para que o bebê fique bom e leve 
uma vida normal. 
 
2. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO 
 
É hereditário, causado pela falta de uma enzima, impossibilitando que o organismo forme 
o T4, hormônio tireoidiano, impedindo o crescimento e desenvolvimento de todo o organismo 
inclusive o cérebro, sendo a deficiência mental uma de suas manifestações mais importantes. 
 
Conseqüências 
 
Deficiência mental irreversível, convulsões, problemas de pele e cabelo, problemas de 
urina e até invalidez permanente. 
 
Tratamento 
 
Administraçãode hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico, para que o bebê 
fique bom e tenha uma vida normal. 
 
3. HEMOGLOBINOPATIAS: 
 
São doenças que acometem a estrutura ou/e a taxa de produção da molécula de 
hemoglobina, presente nos glóbulos vermelhos e responsável pelo transporte de oxigênio para 
os tecidos. A anemia falciforme (AF) é a hemoglobinopatia mais freqüente no nosso país, 
atingindo cerca de 0,1-0,3% da população de negros. 
 
4. FIBROSE CÍSTICA: 
 
É a doença autossômica recessiva de elevada prevalência nas populações de origem 
européia, caracterizada por uma disfunção crônica e grave dos pulmões e trato gastrointestinal 
devido a um distúrbio no transporte de cloreto pelas membranas epiteliais. A freqüência dessa 
patologia na população do sul do Brasil é de 1 para 2.500 nascidos vivos. 
 
MÉTODO DE COLETA: 
 
 Colher a partir de 72 h de vida ou entre o 3° e 30° dias de vida. 
 Preencher o cartão com os dados da criança e assinalar os exames a serem feitos. 
 Aquecer o local com bolsa de água morna, 44° por 5 min. 
 Assepsia com álcool 70% e deixar secar. 
 Usar uma lanceta fina e puncionar a face lateral do calcanhar, com movimento firme e 
único, seguido por movimento de rotação bilateral. 
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 Desprezar a primeira gota com gaze ou algodão seco. 
 Formar uma gota grande e encostar o papel filtro deixando saturar os círculos até 
enche-los e vazar no verso. 
 Secar em temperatura ambiente por 3 h na horizontal sem que o sangue encoste na 
superfície ou objetos 
 Enviar ao laboratório em envelope próprio ou papel alumínio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 
 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA NO PRIMEIRO ANO DE 
VIDA 
 
As vacinas (cujo nome advém de vaccinia, o agente infeccioso da varíola bovina, que, 
quando é injetado no organismo humano, proporciona imunidade à varíola no ser humano) 
são substâncias tóxicas, que ao serem introduzidas no organismo de um animal, suscitam uma 
reação do sistema imunológico semelhante à que ocorreria no caso de uma infecção por um 
determinado agente patogênico, por forma a tornar o organismo imune a esse agente (e às 
doenças por ele provocadas).São, geralmente, produzidas a partir de agentes patogênicos (vírus 
ou bactérias), ou ainda de venenos, previamente enfraquecidos. Por inserir no organismo esse 
tipo de substâncias, os efeitos colaterais podem ser adversos, correspondendo ao esforço que 
nosso corpo está fazendo para controlar as substâncias. 
 
A descoberta da vacina se deve às pesquisas de Louis Pasteur, que em seu leito de morte, 
disse: "O vírus não é nada, o terreno é tudo", com isso ele estava explicando que os vírus só se 
multiplicam sem controle (gerando doenças) em um organismo, se encontrarem terreno 
favorável para isso. Mas a vacina já era usada anteriormente, na forma de medicina popular, 
pelos chineses e povos do mediterrâneo. Pasteur, entretanto, formalizou seu uso com o rigor 
científico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Calendário Básico de Vacinação da Criança 
 
 
 
 
 
 
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BCG 
 
 
Composição: Bacilo Calmette-Guérin liofilizado, obtido por atenuação do M. bovis, cepa Mooron-Rio. 
Idade: a partir do nascimento e revacinação quando não houver cicatriz vacinal. 
Indicação: em especial nas crianças menores de 5 anos e preferencialmente nos menores de 1 ano. O mais 
precocemente em crianças HIV positivas assintonáticas. 
 
Dosagem e via de administração: 0,1ml ID na inserção inferior do deltóide. 
Agulha: 13x3,8 
Tempo de validade após aberto o frasco: 06 horas. 
 
Eventos adversos: formação de abscesso e/ou ulceração (axilar). 
 
Contra-indicação: imunodeficiência congênita ou adquirida; HIV sintomático; < 2000g, afecções dermatológicas 
extensas (escabiose, impetigo= adiamento). 
 
Conservação: +2 + 8ºC inativada quando exposta à luz artificial. 
 
HEPATITE B 
 
Composição: Há 2 tipos : 1 partícula viral tratada com formol (2 recombinação do RNA viral através de engenharia 
genética). 
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Idade: nas primeiras 12 horas de vida. 
 
Esquema: 0,1,6 meses – 1ª dose para 2ª dose intervalo de 30 dias e da 1ª dose para 3ª dose um intervalo de 6 
meses. 
 
Dosagem e via de administração: 0,5 ml ou de acordo com o fabricante, IM profunda no Vasto Lateral da Coxa 
(VLC) em crianças até 2 anos e deltóide em crianças maiores. 
 
Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 25x7 (maiores de 2 anos). 
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco. 
Eventos adversos: dor no local da injeção e febre baixa. 
 
Contra-indicação: reação anafilática sistêmica na dose anterior. 
Conservação: + 2º+ 8º, congelamento inativa. 
POLIOMIELITE ORAL ( VOP ) 
 
Composição: vírus vivo atenuado em cultura de células. 
Idade: a partir dos 2 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias. 
Esquema: 3 doses a partir dos 2 meses de idade, com intervalos de 60 dias e no mínimo 30 dias; dose de reforço 
aos 15 meses. 
 
Dosagem e via de administração: 2 gotas oral. 
Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias. 
Contra-indicação: crianças com imunodeficiência (congênita ou adquirida); pessoas submetidas a transplante de 
medula; crianças HIV+ sintomáticas (AIDS). 
 
Conservação:geladeira, +2+8ºC. 
 
Observação: Retornar ao refrigerador ou isopor imediatamente após a vacinação. 
 
TETRAVALENTE 
 
Composição: vacina que contém toxidóide diftérico, tetânico e Bordetella pertussis, além de polissacarídeo 
capsulares (Poliribosol-ribtol-fosfato- PRP) do Haemophilus influenza conjugada com uma proteína carreadora 
tetânica. 
 
Idade: até 11 meses e 29 dias. 
 
Via de administração: IM ou VLC. 
 
Esquema: 3 doses de 0,5ml a partir dos 2 meses de idade, com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 
30 dias. 
 
Agulha: 20x5,5. 
 
Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias. 
 
OBS: Não administrar em crianças maiores de 1 ano. Caso, o esquema não esteja completo, completar com DTP. 
Eventos adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar e irritabilidade nas 24-48h. 
Contra-indicação: crinaças que desencadeiam reação anafilática não administrar dose seguinte. 
20 
Conservação: +2 +8ºC. 
TRÍPLICE BACTERIANA – DTP 
 
Composição: a vacina tríplice DTP contém toxóide diftérico, toxóide tetânico e Bordetella pertussis inativada em 
suspensão, tendo como adjuvante hidóxido ou fosfato de alumínio. 
 
Idade: 1º primeiro reforço aos 15 meses e o 2º reforço entre 4-6 anos. Idade mínima aos 12 meses. 
Esquema: 2 doses de 0,5 mal a partir dos 15 meses de idade. 
Via de administração: IM profunda no VLC e em crianças maiores de 2 anos administrar no deltóide. 
Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 27x7 (maiores de 2 anos). 
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco. 
 
Evento adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar geral e irritabilidade nas primeiras 24 a 48 horas. 
 
Contra-indicações: a aplicação da vacina tríplice DTP é contra-indicada em crianças que tenham apresentado 
após a aplicação da dose anterior – reação anafilática. 
 
TRÍPLICE VIRAL 
 
Composição: vacina combinada do vírus vivo atenuado, liofilizado contra sarampo a rubéola e caxumba. 
Idade: a partir dos 12 meses de idade, recomenda-se aos 15 meses para coincidir com o reforço da DTP e pólio. 
Via de administração: SC. 
Esquema: 0,5 ml dose única e reforço entre 4 – 6 anos de idade. 
Agulha: 13x4,5 . 
Tempo de validade após aberto o frasco: 8 horas. 
 
Efeitos adversos: febre e erupções de curta duração, entre o 5º e o 10º dia de pós-vacina, artralgia e artrite, mais 
freqüentemente em mulheres adultas. 
Contra-indicação: reação sistêmica ao ovo de galinha (urticária, edema da glote, dificuldade respiratória, 
hipotensão ou choque), gravidez. 
 
Conservação: +2+8ºC.FEBRE AMARELA 
 
Composição: vacina derivada da cepa 17, vírus da febre amarela, Sacarose 8 mg e 3 mg de glutamato de sódio. 
Idade: a partir dos 9 meses. 
Indicação: contra a febre amarela. 
Via de administração: SC no deltóide. 
Esquema: 1ª dose aos 9 meses e reforço a cada 10 anos. 
Agulha: 13x 4,5. 
Tempo de validade após aberto o frasco: 4 horas. 
Eventos adversos: dor local, cefaléia e febre. 
21 
Contra-indicação: crianças menores de 6 meses; portadores de imunodeficiência (congênita ou adquirida), 
neoplasias malignas e pacientes HIV+ sintomáticos; uso de corticoesteróides em doses elevadas; pessoas com 
história de reação anafilática após consumo de ovo. 
 
Conservação: +2+8ºC, quando congelada inativa. 
 
ROTAVÍRUS 
 
Composição: é uma vacina elaborada com vírus isolados de humanos e atenuados para manter a capacidade 
imunogênica, porém não patogênica. 
 
Idade: mínima 1 m e 15 dias e idade máxima 5 meses 15 dias. 
Indicação: gastroenterite provocada pelo vírus rotavírus. 
Vias de administração: Cada dose corresponde a 1 ml (exclusivamente oral). 
Tempo de validade após aberto o frasco: 24 horas após a preparação da vacina. 
Esquema: 2 doses; 2 meses e 4 meses, com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. 
 
Eventos adversos: reação sistêmica grave até 2 h após a administração; presença de sangue nas fezes até 42 dias 
após vacinação; internação por abdome agudo até 42 após a dose da vacina. 
 
Justificativas para a sua inclusão no calendário vacinal infantil: 
 
1.Os rotavírus constituem a principal causa de gastroenterites em crianças, sendo responsável por mais de 
400.000 óbitos por ano em países em desenvolvimento. 
 
2.A maior incidência das infecções por rotavírus se concentra na faixa etária de 6 a 24 meses, com o quadro clínico 
clássico caracterizado-se por diarréia precedida de febre e vômitos, evoluindo rapidamente para desidratação. 
VACINA DUPLA BACTERIANA – dT 
 
Composição: toxóide diftérico+tetânica com hidróxido de alumínio ou fosfato de alumínio como adjuvante. 
Idade: dT administrar em crianças maiores de 7 anos e adultos. 
Dosagem e via de administração: 0,5 ml IM profunda no deltóide. 
 
Esquema: 3 doses com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. O reforço é aplicado a cada 10 
anos. 
 
Agulha: 25x6 ou 25x7. 
 
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco 
 
VACINA PENTAVALENTE 
 
Composição: são compostas por toxóides de difteria e tétano, suspensão celular inativada de Bordetella pertussis, antígeno de 
superfície de hepatite B (HBs-Ag), oligossacarídeos conjugados de Haemophilus influenzae do tipo b) 
 
Idade: é indicada para imunização ativa de crianças a partir de doismeses de idade contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite 
B e doenças causadas porHaemophilus influenzae tipo b. 
 
Esquema: A vacinação básica consiste na aplicação de 3 doses, com intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias), a partir de 2 
meses de idade.Os dois reforços necessários serão realizados com a vacina DTP (difteria, tétano e pertussis). O primeiro 
reforço aos de 15 meses de e o segundo reforço aos 4 anos. A idade máxima para aplicação da DTP é de 6 anos 11meses e 29 
dias.Ressalta-se também que fará parte deste esquema, para os recém-nascidos, a primeira dose nas primeiras 24 horas, 
preferencialmente nas primeiras 12 horas, com a vacina hepatite B(recombinante). 
22 
 
Dose e Via de Administração: Administrar dose de 0,5 mL da vacina DTP/HB/Hib por via intramuscular, no vasto lateral da 
coxa, em crianças menores de 2 anos de idade e na região deltóide nas crianças acima de dois anos de idade. 
 
VACINA MENINGOCÓCICA 
 
Composição: As vacinas meningocócicas disponíveis contra os diversos sorogrupos, incluindo o sorogrupo C podem ser 
divididas em duas categorias: as que contêm polissacarídeos e as conjugadas. As de polissacarídeos da cápsula da bactéria 
conferem proteção por tempo limitado (3-5 anos) e exclusivamente para os sorogrupos contidos na vacina, com reduzida 
 
eficácia em crianças de baixa idade (particularmente abaixo de 2 anos). 
 
Via de Administração : A vacina deve ser administrada exclusivamente pela via intramuscular profunda, de preferência na 
área ântero-lateral da coxa direita da criança 
 
Esquema vacinal : O esquema de vacinação primário consiste na aplicação de duas doses, em crianças menores de um ano de 
idade, com intervalo de 2 meses entre as doses (mínimo de 30 dias), aos 3 e 5 meses de idade. Um único reforço é 
recomendado aos 12 meses de idade, respeitando-se o intervalo mínimo de 2 meses, após a aplicação da última dose. 
 
 
POLIOMIELITE INATIVADA ( VIP) 
 
 
Composição : A vacina inativada poliomielite (VIP) foi desenvolvida em 1955 pelo Dr. Jonas Salk. Também chamado de 
"vacina Salk", a VIP é constituída por cepas inativadas (mortas) dos três tipos (1, 2 e 3) de poliovírus e produz anticorpos 
contra todos eles. 
 
Esquema Vacinal : O esquema vacinal será sequencial (VIP/VOP) de quatro doses para crianças menores de 1 ano de idade 
que estiverem iniciando o esquema vacinal. A VIP deverá ser administrada aos 2 meses (1ª dose) e 4 meses (2ª dose) de idade, 
e a VOP aos 6 meses (3ª dose) e 15 meses de idade (reforço). A preferência para a administração da VIP aos 2 e 4 meses de 
idade tem a finalidade de evitar o risco, que é raríssimo, de evento adverso pós-vacinação. 
 
Dose e via de administração: A via de administração preferencial da VIP é a intramuscular, entretanto, a via subcutânea 
também pode ser usada, mas em situações especiais (casos de discrasias sanguíneas). O local de aplicação preferencial para 
injeção intramuscular em bebês é o músculo vasto-lateral da coxa ou região ventroglútea e para crianças maiores o músculo 
deltóide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
UNIDADE 5 
 
 
A ENFERMAGEM, O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
O Crescimento ( C ) e o desenvolvimento ( D ) , são indicadores da saúde das crianças; 
por essa razão o acompanhamento desses processos se constitui na ação –eixo da assistência à 
saúde da criança.As equipes de enfermagem e de saúde devem estar alertas para intervir no 
processo de CD, quando necessário, da maneira mais precoce possível. No Brasil, o MS (1984) 
preconiza que a atenção à infância deve se estruturar a partir do acompanhamento do CD. 
O crescimento e desenvolvimento são o que caracteriza a criança, dessa forma , a 
atenção a criança existe para promover o C e o D. 
 
 
DEFINIÇÕES: 
 
► CRESCIMENTO: Constitui as alterações biológicas que implicam em aumento 
corporal da criança, manifestadas pelo aumento do tamanho das células (Hipertrofia), e pelo 
aumento do número de células (Hiperplasia). É um quantitativo. 
 
Referencia-se por: 
 
➢ Peso 
➢ Estatura 
➢ Perímetro cefálico 
➢ Perímetro torácico 
➢ Alteração das fontanelas 
➢ Dentição 
➢ Alterações na proporção corporal e tecidos corporais 
 
► DESENVOLVIMENTO: É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de 
funções cada vez mais complexas. A criança desenvolve controle neuro-muscular, destreza 
e traços de caráter, funções que só podem ser medidas por meio de provas funcionais. 
 
➢ Habilidades motoras grossas 
➢ Habilidades motoras finas 
➢ Desenvolvimento da linguagem 
➢ Desenvolvimento congnitivo 
➢ Desenvolvimento social e afetivo 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: 
O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho 
celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal.Todo indivíduo nasce com um potencial 
genético de crescimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a 
que esteja submetido desde a concepção até a idade adulta. Portanto, pode-se dizer que o 
crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, 
muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores 
extrínsecos,dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os 
cuidados gerais com a criança Como conseqüência, as condições em que ocorre o 
crescimento, em cada momento da vida da criança, incluindo o período intra-uterino, 
24 
determinam as suas possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento, 
dotado por sua carga genética. 
 
1.0 – AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO : 
 
O crescimento pode ser avaliado mediante o controle de peso, estatura e perímetro 
cefálico, com auxílio de parâmetros de normalidade definidos através de fórmulas e das curvas 
de peso. As medidas físicas refletem a taxa de crescimento da criança e qualquer alteração no 
padrão das mesmas, pode indicar problemas sérios.A técnica deve ser rigorosa, os dados 
corretos e o registro e interpretações exatos; mais importante que os valores deve ser a 
observação das tendências, diferenças súbitas e os graves desvios do padrão normal. 
. 
1.1 – PESO ( P ): 
 
O peso é um excelente indicador das condições de saúde e da nutrição da criança,suas 
variações na infância são rápidas e importantes.As maiores informações não são obtidas, porém, 
com o peso de um momento preciso, mas na sua evolução no tempo (curva de peso),na 
variação entre duas pesagens sucessivas.O método de pesagem, por sua vez, deve ser preciso 
para não oferecer dados incorretos. 
A criança dobra de peso aos 5 meses e triplica aos 12 meses. No primeiro ano, a criança 
cresce, em estatura, cerca de 50% da estatura do nascimento. 
 
 
PESANDO A CRIANÇA 
1.2. ESTATURA : 
A estatura é uma medida fiel do crescimento de uma criança.Sua curva espelha a vida 
anterior e torna visível toda a história do crescimento.Com efeito, a desnutrição só se retrata 
tardiamente sobre a altura do corpo da criança;uma lentidão no crescimento da estatura indica 
o começo de uma desnutrição dois a três meses antes.Ao contrário do peso que pode variar 
muito e rapidamente; a estatura é uma medida estável e regular.porém é mais difícil de medir 
do que o peso.Até a idade de dois anos, a criança é medida deitada e são necessárias duas 
pessoas para tomar essa medida. A criança deve ser medida uma vez ao mês ou a cada consulta 
de puericultura. 
Ganho ponderal mensal nos dois 
primeiros anos de vida 
Até 3 meses 750 a 900 gramas 
por mês 
De 3 a 6 meses 600 gramas por 
mês 
De 5 meses a 1 
ano 
300 a 400 gramas 
por mês 
De 1 a 2 anos 200 a 300 gramas 
por mês 
 
25 
 
 
 
MEDINDO A CRIANÇA 
 
 
Parâmetros normais: 
➢ Nascimento: +_ 50 cm; 
➢ 1º trimestre: 9 cm; 
➢ 2ª trimestre: 7 cm; 
➢ 3º trimestre: 5 cm; 
➢ 4º trimestre: 3 cm 
➢ Aos 23 meses: +_ 74 cm. 
Para crianças acima de dois anos, teremos a seguinte fórmula: 
 
ESTATURA = IDADE X 5 + 80. 
 
 
 
 
 
1.3. PERÍMETRO CEFÁLICO (PC): 
 
É a circunferência do crânio. A circunferência da cabeça aumenta rapidamente no 
primeiro ano de vida, a fim de adaptar-se ao crescimento do cérebro. 
Essa medida permite identificar “alterações”. 
Essa medida deverá ser verificada a cada consulta ambulatorial, mensalmente.Se há 
indicações de anormalidades, deverá ser verificada diariamente. 
Valores normais: 
 
 
26 
IDADE PC/ Cm 
Nascimento 35,0 
3 meses 40,4 
6 meses 43,4 
9 meses 45,5 
1 ano 46,6 
1 ano e 6 meses 47,9 
2 anos 48,9 
3 anos 49,2 
4 anos 50,4 
5 anos 50,8 
 
1.4. PERÍMETRO TORÁCICO (PT): 
 
Medida da circunferência do tórax, importante para detectar algumas doenças. 
A característica dessa medida consiste na mudança de sua relação com o perímetro 
craniano (PC). 
A relação entre Pc e Pt 
 
- Até 6 meses: Pc é superior a Pt 
- Cerca de 6 meses: Pc é igual a Pt 
- Cerca de 9 meses: Pc é inferior a PT 
- 
 
1.5 – DENTIÇÃO: 
A idade média normal para o nascimento dos primeiros dentes de leite é por volta de 6 
meses de idade. Um atraso pode ser considerado normal em torno de mais de 6 ou 8 meses. 
Pode acontecer de dentes de leite que erupcionan (nascem) antes do prazo normal, ou seja, logo 
após o nascimento, são chamados de "dente natal", ou por volta de 2 a 3 meses de idade, "dente 
neonatal ". Se isso ocorrer, procure imediatamente um odontopediatra, pois isso atrapalha a 
amamentação. A mãe é muito prejudicada durante o aleitamento materno, com ferimentos no 
"bico do seio", induzindo a mãe a intervir com mamadeira, o que não é adequado para um 
bom crescimento e desenvolvimento da criança. Durante o nascimento dos dentes 
do bebê, poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e abaulamento da gengiva, com 
aumento da salivação, estado febril, e até as fezes podem ficar mais
 líquidas. 
 
Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, devemos oferecer ao 
bebê, alimentos mais duros e mordedores de borracha para massagear a gengiva. 
 
 
 
ERUPÇÃO(nascimento) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES 
Incisivos Centrais 8 meses 6 meses 
Incisivos Laterais 10 meses 9 meses 
Caninos 20 meses 18 meses 
1º Molar 16 meses 16 meses 
2º Molar 29 meses 27 meses 
27 
 
 
Importância dos da dentição: 
 
- Importante para a saúde geral, crescimento e desenvolvimento; 
 
- Atuam na mastigação, facilitando a digestão; 
- São elementos fundamentais para a pronúncia das palavras (fonação); 
 
- Grande influência na estética. 
 
2.0- AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO: 
 
O desenvolvimento depende da maturação – mielinização – do sistema nervoso. A 
seqüência de desenvolvimento é igual para todas as crianças, mas a velocidade varia de criança 
para criança. A direção do desenvolvimento é céfalo- caudal e proximal distal ou seja da cabeça 
para os pés e dos ombros para as mãos. O primeiro passo para a locomoção é a aquisição do 
controle da cabeça, envolvendo a musculatura do pescoço. Mais tarde os músculos espinhais 
desenvolvem coordenação permitindo que a criança fique apta para sentar com as costas retas, 
engatinhar, ficar em pé e andar .O desenvolvimento integral da criança pode representar uma 
oportunidade importante para aproximação de uma concepção positiva da saúde, que se efetiva 
através do acompanhamento da criança sadia.Os profissionais de saúde devem conversar com 
as mães sobre as aquisições da criança,valorizando suas conquistas, potencializando sua 
capacidade em reconhecer o valor da relação com seus filhos. Observar o comportamento 
espontâneo da criança, escutar as dúvidas e apreensões das mães, procurar estabelecer uma 
relação de confiança com as mesmas e destas com seus filhos são caminhos para aprofundar as 
relações, conhecê-las melhor e poder apoiar,orientar e intervir, caso necessário. 
Avalia-se o desenvolvimento, testando as aquisições neuro – psicomotoras e através de 
testes ou provas, sob quatro aspectos interdependentes que se processam, normalmente, no 
mesmo ritmo: 
 
❖ Desenvolvimento motor: Para que um organismo se desenvolva, ele precisa 
funcionar 
 
A criança brinca de repetir sem cessar os mesmos gestos e ações que lhes 
permitem as aquisições que as amadurecem progressivamente. 
 
 No nascimento, os movimentos do bebê não são coordenados. 
 
 Do nascimento aos dois anos a criança adquire duas possibilidades motoras 
importantes: caminhar e pegar objetos entre o polegar e indicador e, o 
controle neuro motor: coordenação da visão e da preensão. 
 
❖ Linguagem: As crianças nascem com o mecanismo e a capacidade de desenvolver a 
fala e as habilidades de linguagem. Entretanto elas falarão de forma expontânea. 
 
 A fala requer a estrutura e a função fisiológica íntegras, incluindo a 
respiratória, a auditiva e a cerebral, além da inteligência e da necessidade de 
ESFOLIAÇÃO (queda) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES 
Incisivos Centrais 7 a 8 anos 6 a 7 anos 
Incisivos Laterais 8 a 9 anos 7 a 8 anos 
Caninos 11 a 12 anos 9 a 10 anos 
1º Molar 10 a 11 anos 10 a 11 anos 
2º Molar 11 a 12 anos 11 a 12 anos 
 
28 
estimulação. 
 O gesto procede a fala, e dessamaneira uma pequena criança comunica-se de 
modo satisfatório. 
 Em todos os estágios do desenvolvimento da linguagem, a compreensão do 
vocabulário por parte das crianças é maior do que a expressão. 
 
❖ Desenvolvimento cognitivo: A criança tem necessidade de agir para aprender, como 
não possui experiência do adulto, para ela tudo está para descobrir. 
 
 É brincando que a criança elabora os esquemas mentais, isto é, as imagens 
mentais conduzirão aos conceitos. 
 As imagens de objetos percebidas, muitas vezes se fixam na memória – é a 
conceituação. 
 A inteligência da criança é a primeira prática: a criança elabora esquemas 
de ação, de espaço e de casualidade. 
 O bebê é incapaz de representar mentalmente os objetos. É preciso que ele os 
veja e os apalpe. Quando os objetos desaparecem do campo de visão, e da 
preensão, eles deixam de existir para ele. 
 O pensamento da criança se estrutura a partir de experiências que ela 
interioriza, pela repetição frequente e por suas semelhanças. A criança 
modifica seu comportamento face aos novos objetos e a novas situações 
 
❖ Desenvolvimento social e afetivo: 
 
 No começo da vida, a criança brinca com os MMSS e MMII, boca e com todo 
o corpo. 
 No decurso das experiências cotidianas, a criança descobre o prazer de se 
comunicar com os outros. 
 
Para o desenvolvimento adequado, é necessário que a criança tenha oportunidade de 
fazer sozinha tudo que é capaz. E a cada idade, tem um comportamento esperado 
 
 
 Características das crianças em suas diferentes etapas de vida: 
 
1.0 - Recém – nascido ( 0 a 28 dias) e lactente ( 29 dias a 2 anos): 
 
▪ O RN não tem sua personalidade organizada e interage com o meio apenas em função 
de suas necessidades fisiológicas como fome, sede, frio, etc. 
▪ O id (inconsciente) refere-se às reações instintivas que podem ser percebidas por atos 
reflexos diante das sensações de prazer ou de desprazer. 
▪ As emoções da criança são expressas através do choro, grito ( desprazer) ou sono 
tranqüilo e fácies de bem – estar ( prazer). 
▪ No recém – nascido o reflexo de sucção, a sensibilidade para movimentos, para o som 
e o tato são bem desenvolvidas.A sucção é basicamente a principal forma dele 
relacionar-se com o meio que o cerca. 
▪ A criança que não tem atendidas essas necessidades pode vir a desenvolver a chamada 
Carência Afetiva. A criança com carência afetiva apresenta e agarra-se a quem cuida 
dela. 
# Inicialmente torna-se chorona, exigente e agarra-se a quem cuida dela;Mais tarde os 
choros transformam-se em gritos, ela perde peso e seu desenvolvimento motor estaciona. 
# A seguir, passa a maior parte do tempo deitada de bruços, tem insônia, continua a perda 
de peso, tem facilidade para adoecer, a atraso do desenvolvimento motor se generaliza; 
# se não for tratada, o choro transforma-se em gemidos, o retardo aumenta e se converte 
em letargia. 
29 
▪ A idade em que a criança é mais sensível a separação da mãe é entre os 6 meses e 
dois anos de vida. 
 
 
2.0 – Pré – Escolar ( 2 a 7 anos): 
 
▪ Desenvolve a linguagem, é observador e faz perguntas. Fica inseguro quando seus 
hábitos e rotinas sofrem alguma modificação; 
▪ Movimenta-se muito ( anda, corre, sobe, desce,pula). Seu pensamento orienta-se 
pela imaginação e pela fantasia. 
▪ Para o pré-escolar, a mãe é a fonte de segurança, proteção e ajuda, frente às 
situações que possam causar angústia ou qualquer tipo de sofrimento. 
3.0 – Escolar ( 7 a 10 anos) : 
 
▪ Nesta etapa, a criança adquire grande independência física e psicológica. Criatividade 
e aprendizagem são características marcantes. 
▪ Tem noção de tempo e espaço.Gosta de correr, pular, perseguir, fugir, participar das 
tarefas dos adultos. 
▪ Embora apresente um grau avançado de independência em todos os aspectos, ainda 
necessita de carícias físicas e afeto. Necessita de respeito à sua individualidade, 
privacidade e sexualidade. 
4.0- Adolescente ( de 10 a 20 anos) : 
 
▪ Fase de autodefinição e identificação de seu papel.imita as pessoas ou ídolos que 
admira; 
▪ Embora esteja em fase de amadurecimento emocional, apresenta, muitas vezes, grande 
instabilidade. É ansioso e deprime-se com facilidade; 
▪ Gosta de quebrar regras sociais e de contrariara opiniões; 
▪ Valoriza , de forma mais acentuada, a imagem corporal, a sexualidade, a privacidade e 
a autonomia. 
 
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE UM MÊS A CINCO 
ANOS 
 
Quadro I – As etapas do desenvolvimento da criança de um mês a cinco anos: 
 
Idade 
Desenvolvimento 
Motor 
Desenvolvimento 
Cognitivo 
Desenvolvimento 
Social 
 
 
 
 
 
 
1 mês a 
3 
meses 
 Dorme quase todo o 
tempo. Aprende a 
levantar a cabeça e 
depois a mantê-la 
direita. Afina e 
adapta seus reflexos 
primários, tais 
como a preensão; 
guarda dentro da 
mão, 
involuntariamente, 
o objeto que ali se 
colocar. 
 Reflexo de sucção; 
 Chupa seu polegar ou 
seus dedos; brinca 
com sua língua; 
 Reproduz sons por 
prazer; 
 Olha suas mãos; 
 Segue com os olhos 
uma pessoa ou um 
objeto que se desloca; 
 Leva objetos à boca 
(A boca é um meio de 
conhecimento 
importante para a 
criança lactente); 
 Morde um pedaço de 
 Cessa de chorar à 
chegada de sua mãe 
ou ao escutá-lo; 
 Pequenos ruídos 
guturais; 
 Sorri ao ouvir a voz 
humana; 
 Se imobiliza ao ouvir 
uma voz familiar que 
fala; 
 Reconhece sua mãe e 
seu pai, pela vista, 
mas, sobretudo, pelo 
olfato, pelo ouvido e 
talvez por suas 
outras percepções 
30 
 
 
 
 pão. difíceis de definir; 
 Balbucia 
espontaneamente e 
como resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 a 6 
meses 
 Procura alargar o 
campo de sua visão, 
apoiando-se, por ex. 
sobre o antebraço se 
estiver de bruços, 
levantando a cabeça 
e as espáduas se 
estiver de costas; 
 Mantém a cabeça 
erguida e pode ficar 
uns instantes 
sentado com apoio; 
 Começa a pegar 
voluntariamente um 
objeto ao alcance da 
mão e estender a 
mão para um objeto 
que se lhe oferce; 
 Leva objetos à 
boca; 
 Segura pequenos 
objetos com a palma 
e os quatro dedos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ver item anterior. 
 Sorri a toda pessoa que 
se aproxime dela 
sorrindo; 
 Comunicação com a 
mão baseada no 
olhar; 
 Começa a 
diferenciar dia e 
noite; 
 Canta com a ajuda de 
outra pessoa mais 
fica passiva; 
 Ri às gargalhadas; 
 Reage ao chamado 
por seu nome, 
virando a cabeça. 
 Grande riqueza de 
emissões vocais 
(balbucios, 
vocalizações 
prolongadas); 
 Ri e vocaliza 
brincando; 
 Começa a utilizar os 
contatos físicos 
(apalpar) para se 
comunicar com as 
outras. 
 
 
 
 
 
 
 
6 a 9 
meses 
 Deitado de costas se 
vira para se colocar 
sobre o ventre; 
 Começa a ficar de pé 
com apoio; 
 Pega objetos entre o 
polegar e o 
indicador; 
 Mantém-se 
assentado só, 
durante um 
momento; 
 Começa a 
engatinhar. 
 Toca-se um espelho e 
sorri; 
 Age sobre objetos, bate 
sobre eles, contra a 
borda de um leito; 
 Passa um objeto de uma 
a outra mão; 
 Segura um objeto 
dentro de cada mão; 
 Descobre um objeto 
escondido, se uma 
parte dele fica visível; 
 Se diverte a lançar 
objetos; 
 Chama atençao sobre 
si, por exemplo: 
desperto só chra ou 
 É capaz de rastejar 
para aproximar-se de 
um objeto ou de uma 
pessoa; 
 Começo da 
socialização; 
 Vocaliza várias 
sílabas que tendem a 
limitar-se aos sons 
que ouve na língua 
materna; 
 Reconhece os rostos 
familiares e pode ter 
medo de rostos 
estranhos; 
 Começa a participar 
de jogos de relação 
31 
 
 
 
 grita quando ouve à 
sua mãe levantar-se. 
social (bater palmas, 
jogo de esconder); 
 Gosta de morder; 
 Reconhece quando se 
dirigem a ela; 
 Imita gestos e 
brincadeiras; 
 Faz gestos com a mão 
e a cabeça (tchau, 
não, bate 
palmas).9 a 12 
meses 
 É capaz de pôr-se a 
de pé sozinha 
apoiando-se em 
alguma coisa ou em 
alguém, e de 
caminhar segurando 
com as duas mãos ou 
apoiando-se em 
algum móvel; 
 Rasteja-se ou 
engatinha; 
 Começo do andar; 
 Sabe largar um objeto 
sob pedido; 
 Consegue segurar os 
objetos entre o 
polegar e o 
indicador. 
 Age intencionalmente: 
retira o cobertor para 
pegar o brinquedo que 
se enfiou por baixo; 
 Imita um ruído, por 
exemplo: batendo um 
objeto contra o outro; 
 Começo do jogo de 
embutir. 
 Repete o som que 
ouviu. Aprende a 
pronunciar duas ou 
três palavras; 
 Compreende uma 
proibição ou ordem 
simples; 
 Manifesta grande 
interesse em 
explorar o mundo, 
ver tudo, tocar em 
tudo e levar tudo à 
boca; 
 Colabora em 
brinquedos com 
adultos. 
 
 
 
12 a 18 
meses 
 Caminha sozinha e 
explora casas e 
arredores; 
 Ajoelha-se sozinho; 
 Sobe as escadarias 
usando as mãos. 
 Empilha-se dois a três 
cubos; 
 Enche um recipiente; 
 É capaz de amassar. 
 Era de 
sociabilização; 
 Manifesta ciúme 
(gestos de raiva e 
choro) reações de 
rivalidade nas 
brincadeiras com os 
irmãos maiores ou 
pessoas de 
convivência. 
 
 
 
18 
meses 
a 2 
anos 
 Sobe e desce uma 
escada agarrando-se 
num corrimão; 
 Aprende a comer 
sozinho; 
 Começa a ter 
controle dos 
esfíncteres durante o 
dia (fezes e depois 
urina); 
 Inicio do dançar ao 
 Empilha cubos; 
 Mostra seus olhos e 
nariz; 
 Imita um traço sobre o 
papel ou na areia; 
 Faz caretas de forma 
espontânea; 
 Coordenação mais 
complexa: pode agir a 
distância, ex: 
utilizando um pau para 
 Associa duas 
palavras e enriquece 
seu vocabulário; 
 Manifesta muito 
interesse por outras 
crianças e procura 
brincar com elas, mas 
de modo muito 
pessoal (pegando 
objetos, por 
exemplo). 
32 
 
 
 
 som de música. aproximar um objeto 
ou puxando o cobertor 
sobre o qual está 
brincando; 
 Estuda os efeitos 
produzidos ao longo 
de sua atividade: varia 
a maneira de deixar 
cair os objetos “pra 
ver” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 a 3 
anos 
 Aprende a pular 
sobre uma perna; 
 Corre e chuta na bola 
sem perder o 
equilibrio; 
 Pode levar um copo 
cheio de água sem 
derramar; 
 Começo do controle 
do esfincter vesical 
noturno; 
 Participa 
ativamente no 
vestir-se; 
 Dança ao som da 
música. 
 Amontoa objetos em 
equilíbrio; 
 Pode reproduzir um 
círculo sobre o papel ou 
na areia; 
 Começa a brincar 
realmente com outras 
crianças e a 
compreender que há 
gente fora do meio 
familiar; 
 Se reconhece no 
espelho. 
 Desenvolve 
consideravelmente a 
línguagem, utiliza 
“eu”, “mim”, 
começa a perguntar, 
compreende a maior 
parte das palavras e 
frases que lhe são 
dirigidas (cerca de 
300 palavras); 
 Participa na 
arrumação de suas 
coisas; 
 Começo da 
utilização 
sistemática do não 
(maneira de afirmar- 
se, opondo-se ao 
meio); 
 Comunica-se com 
gestos, posturas, 
mímicas, sobretudo 
com outras crianças 
até cinco anos; 
 Teatraliza rituais de 
cozinha, de 
arrumação de cama e 
de banho (brinquedos 
como a 
boneca, com cozinha 
em miniaturas, etc.). 
 
 
 
3 a 4 
anos 
 É capaz de andar 
sobre a ponta dos 
pés; 
 Aprende a vestir-se 
e despir-se sozinho; 
 Adquire o controle do
 esfinceter 
vesical noturno; 
 É capaz de realizar 
 Imita uma cruz; 
 Desenha uma pessoa 
com cabeça, tronco e 
às vezes com outras 
partes do corpo; 
 Reconhece três cores; 
 Reconhece o alto e o 
baixo, atrás e diante; 
 Se interessa pelo 
 Passeia sozinha, 
visita vizinhos; 
 Fala de modo 
inteligível mas 
guarda um linguajar 
infantil; 
 Compreende cerca 
de 1000 palavras; 
 Diz seu nome, sexo, 
33 
 
 
 
 tarefas simples; 
 Anda de bicicleta de 
três rodas; 
 Agarra uma bola a 
um metro de 
distância. 
nome dos objetos. idade; 
 Interessa-se por 
atividades de casa; 
 Pergunta muito; 
 Escuta as histórias e 
pede para repetir as 
que gosta; 
 Brinca com outras 
crianças e começa a 
partilhar; 
 Manifesta afeição por 
seus irmãos e irmãs; 
 Crise de 
personalidade: opõe- 
se vigorosamente a 
outrem para afirmar- 
se; 
 Pergunta pelo nome 
dos objetos; 
 Começo da 
utilização do 
pronome pessoal e 
do advérbio de 
lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
4 a 5 
anos 
 Salta-se; 
 Balança-se; 
 Desce as escadarias, 
pondo de um pé só 
em cada degrau. 
 Desenha um homem 
com os principais 
membros do corpo; 
 Copia um quadrado, um 
triângulo; 
 Sabe contar nos dedos; 
 Pode reconhecer 
quatro cores; 
 Pode apreciar o 
tamanho e a forma, 
distinguir o grosso e o 
fino; 
 Sabe dizer sua idade. 
 Fala de modo 
inteligível; 
 Escuta uma história e 
pode repetir os fatos; 
 Protesta 
energicamente 
quando impedido de 
fazer o que quer; 
 Mostra interesse pelas 
atividades dos 
adultos; 
 Aparecem os medos 
infantis; 
 Conhece uma 
quinzena de verbos 
de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
UNIDADE 6 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO INTEGRADA ÀS 
DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA - AIDPI 
 
Objetivos: 
 
 Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade associada às principais causas de 
doença na criança 
 Introduzir medidas de promoção e prevenção na rotina de atendimento das crianças 
 Acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança 
Principais componentes: 
 Acolhimento 
 Melhoria no manejo e tratamento de casos 
–Identificação de sinais clínicos que permitem a avaliação e classificação adequada do 
quadro, triando rapidamente a situação de risco: 
 
Manejo da criança doente: 
Avaliar a criança 
 Verificar sinais de perigo 
 Tosse / dificuldade para respirar 
 Diarréia 
 Febre 
 Problema de ouvido 
 Anemia e desnutrição 
 Estado de vacinação 
Aconselhar a mãe ou acompanhante 
 
 Alimentação da criança 
 Administração de líquidos 
 Cuidados gerais com a criança 
 Quando retornar imediatamente 
 Quando retornar para seguimento 
 Cuidados sobre sua própria saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
UNIDADE 7 
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS – IRA 
 
As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho respiratório que afetam 
o nariz, a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os pulmões, causando inflamação, 
sinusite, bronquite, asma e pneumonia. A criança com infecção respiratória aguda pode ter 
tosse, nariz escorrendo, dor de ouvido, dor de garganta, chiado no peito, 
dificuldade para respirar, febre ou temperatura muito baixa. Além disso, a criança perde o 
apetite, pode ficar muito irritada e chorosa. Algumas ficam com os olhos vermelhos e 
lacrimejando. As crianças maiores reclamam de dor de cabeça e dores no corpo. 
As infecções respiratórias agudas, principalmente a pneumonia, podem trazer risco de 
vida quando não tratadas. 
 
Toda a criança que apresenta um destes sinais, por até 7 dias sem melhorar, deve ser levada 
ao serviço de saúde 
 
Cuidados para crianças com IRA - Infecção Respiratória Aguda 
 
 
 
NARIZ ENTUPIDO 
• Lavar com soro fisiológico cada narina, sempre que 
necessário. Este soro pode ser preparado em casa, 
misturando 1 colher pequena de sal com um litro de água 
fervida e deve ser preparado todos os dias. 
 
 
 
TOSSE 
• Dar bastante líquido (chás caseiros ou água). 
Evitar dar xaropes contra a tosse. A tosse ajuda a 
eliminar o catarro. Quando a criança está com 
dificuldade de eliminar o catarro, fazer 
tapotagem: deitar a criança de bruços, no colo, e 
bater com as mãos em concha nas suas costas. 
 
 
FEBRE 
• Dar banho morno e aplicar compressas úmidas só com 
água na testa, nuca e virilha. 
• Na febre alta, usar anti-térmico e procurar atendimento 
médico. 
 
✓ Deitar a criança com a cabeça e os ombros mais altos do que o resto do corpo. 
✓ Fazer vaporização na criança,usando um vaporizador ou uma chaleira ou bule com 
água fervendo, apenas nos casos de tosse rouca. 
✓ Onde o clima é seco, colocar uma vasilha com água e panos molhados perto da 
criança. 
✓ Mantenha a alimentação normal da criança, em pequenas quantidades e intervalos 
menores – oferecendo várias vezes durante o dia, sem forçar, evitando assim que a 
criança engasgue ou vomite. 
✓ Lembrar que durante o período de doenças infecciosas a criança precisa de mais 
calorias através dos alimentos 
✓ As vacinas que protegem contra a coqueluche e a difteria (DPT), contra as 
formas graves de tuberculose (BCG) e contra o sarampo, ajudam a prevenir as 
doenças respiratórias. Por isso, todas as crianças da família precisam estar 
vacinadas 
 
 
36 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM DISTÚRBIOS 
RESPIRATÓRIOS 
 
 
1. OTITE MÉDIA: Classifica-se em Otite Média Aguda,Otite Média Supurativa,Otite Média 
Supurativa Crônica 
ETIOLOGIA: Streptococus pneumoniae; Haemophilus influenza. 
Não infecciosa, em conseqüência do bloqueio por edema das trompas de Eustárquio. 
Rinite alérgica. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Otalgia, febre, secreção auditiva de característica purulenta. 
 
TRATAMENTO: Antibioticoterapia, analgésico, antitérmico, cirúrgico (casos graves). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
OBJETIVO: Diminuir a dor e orientar para evitar recidivas 
 
*Aplicar calor com compressa morna no local; 
*Manter os cuidados com a higiene do ouvido; 
*Orientar sobre perdas temporárias da audição; 
*Cuidado com água no canal auditivo; 
*Observar sinais de hipertermia 
 
2. AMIGDALITE: É uma inflamação das amígdalas, que geralmente ocorre associada à 
faringite. 
 
ETIOLOGIA: Agentes virais;Agentes bacterinaos (Streptococus). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Hipertermia, anorexia, halitose, respiração pela boca com 
sensação de irritação da mucosa, orofaringe hiperemiada, exsudato. 
 
TRATAMENTO: Analgésico, antitérmico, antibioticoterapia, cirurgias (amidalectomia) 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
*Cuidados visam o conforto do paciente; 
*Minimizar as manifestações clínicas; 
*Administrar NBZ; 
*Manutenção hídrica adequada; 
*Uso de analgésicos e antitérmicos 
 
3. FARINGITE:É a inflamação da faringe, e tem seu agente etiológico como um dos 
causadores de seqüelas graves. 
 
 
ETIOLOGIA: Espretococcus beta-hemolítico do grupo A e seqüelas; Febre reumática; 
Glomerulonefrite aguda 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, mal-estar, anorexia, rouquidão, tosse, dor 
abdominal, vômito, inflamação com exsudato. 
 
TRATAMENTO: Antibioticoterapia (penicilina), analgésico, antitérmico. 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
✓ Aliviar sintomas 
37 
✓ Aplicar compressas mornas 
✓ Manter ingesta hídrica adequada 
✓ Dieta branda e líquida 
 
4. LARINGITE: Infecção da laringe causada por agentes virais. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Odinofagia, indisposição, febre, congestão nasal, rouquidão, 
cefaléia, coriza. 
 
TRATAMENTO: Líquidos e ar umidificado 
 
5. GRIPE: Infecção causada geralmente por vírus de diferentes tipos, que sofrem 
alteraçõessignificativas no tempo. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Mucosa e faringe seca, rouquidão, febre, mialgia, calafrios, 
fotofobia, prstração. 
 
TRATAMENTO: Sintomático 
 
6. BRONQUITE: Inflamação das grandes vias aéreas, estando invariavelmente associado a 
uma IRA. 
 
ETIOLOGIA: Agentes virais, sendo muito comum o Mycoplasma pneumoniae. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:Tosse seca, metálica e improdutiva, respiração ruidosa, dor 
torácica, falta de ar, vômito e febre. 
 
TRATAMENTO:Diminuir temperatura, dor e umidificar secreções. 
 
 
7. BRONQUIOLITE: Infecção viral aguda dos bronquíolos, que ocorre principalmente no 
inverno. 
 
ETIOLOGIA: Adenovírus,Influenza 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução das VA, faringite, tosse, sibilância, febre, 
taquipnéia, cianose, agitação, dispnéia, fome de ar intensa, batimento da aleta nasal. 
 
TRATAMENTO:Tratar com ar umidificado,Aumentar a ingesta hídrica, Graves: 
oxigenioterapia e terapia venosa 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
✓ Observar oxigenioterapia e terapia endovenosa 
✓ Verificar SSVV 
✓ Elevar decúbito 
✓ Observar permeabilidade das VA 
✓ Estimular espirometria de incentivo 
 
8. PNEUMONIA: É a inflamação do parênquima pulmonar, dificultando as trocas gasosas. 
38 
 
 
 
 
FATORES DE RISCO: 
 
Idade < 6 anos 
Estado imunológico 
Situação econômica precária 
Poluição ambiental 
Pais fumantes 
Baixo peso 
Desmame 
 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA: 
 
Pneumonia viral: tosse, febre, taquipnéia, cianose, fadiga, prostração, presença de ruídos 
respiratórios e estridores. 
 
TRATAMENTO: Sintomático, oxigênio, fisioterapia respiratória e líquidos 
 
Pneumonia Bacteriana (pneumococos): tosse, indisposição, respiração rápida e superficial, 
dor torácica, batimento da aleta nasal, cianose, palidez agitação e letargia. 
CRIANÇAS MAIORES: antibióticos, antitérmicos, sedativos para tosse, repouso e líquidos. 
CRIANÇAS MENORES: mesmo das crianças maiores, com líquido endovenoso e 
oxigenioterapia. 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
✓ Avaliar respiração 
✓ Administar oxigenioterapia 
✓ Controlar SSVV 
✓ Elevar decúbito 
✓ Estimular drenagem postural 
✓ Aspirar secreções quando necessária 
✓ Aliviar desconforto 
 
Pneumonia Aspirativa: Aspiração de líquidos ou alimentos, provocado pela dificuldade de 
deglutir em função de paralisias, debilidade, ausência do reflexo da tosse. 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
Os mesmos da pneumonia bacteriana. 
Orientação aos pais quanto a prevenção desse tipo de pneumonia 
 
 
9. ASMA :Obstrução das VA por edema e/ou muco, desencadeada por diversos estímulos. 
 
ETIOLOGIA: Duvidosa, pode ter relação com fatores bioquímicos, imunológicos, alérgicos, 
climático, psicológico, físicos. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, irritabilidade, falta de ar, sibilância audível, rubor, 
lábios avermelhados escuro, progredindo para cianose, sudorese, diafragma deprimido. 
TRATAMENTO: Uso de corticoesteróide, antiinflamatório, broncodilatores.Realização de 
exercícios através da fisioterapia respiratória. 
39 
 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
✓ Identificar e eliminar fatores irritantes e alérgicos. 
✓ Orientar os pais sobre a doença e no reconhecimento de sinais agudos. 
✓ Controle rigoroso da terapia endovenosa. 
✓ Administrar oxigenioterapia. 
✓ Oferecer líquidos(controle). 
✓ Elevar decúbito. 
✓ Controlar SSVV 
✓ Estimular participação dos pais nos cuidados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
UNIDADE 8 
 
DIARRÉIA AGUDA 
 
A diarréia aguda é uma doença caracterizada pela perda de água e outros componentes 
químicos fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Resulta do aumento do 
volume e freqüência da evacuação e da diminuição da consistência das fezes, que podem se 
apresentar líquidas e, algumas vezes, conter muco e sangue, como acontece nas disenterias. 
 
A maioria das diarréias agudas é provocada por um agente infeccioso - vírus ou bactéria 
, e geralmente dura menos de duas semanas. Mais de cinco evacuações diárias, líquidas ou 
pastosas caracterizam esta doença, que na maior parte das vezes é causada pela contaminação 
da água ou dos alimentos. Embora se possa ter diarréia em qualquer idade, as crianças são suas 
maiores vítimas. Tanto é assim que a diarréia aguda é a maior causa da internação de crianças 
de até cinco anos e a desidratação, sua pior conseqüência, é uma das principais responsáveis 
pelas altas taxas de mortalidade infantil em nosso país. 
 
Principais causas da diarréia aguda 
 
1. Falta de higiene tanto pessoal como no ambiente domiciliar e sua proximidade; 
 
2. Ingestão de alimentos contaminados: mal lavados, mal conservados ou lavados ou 
cozidos em água contaminada; 
 
3. Desmame precoce: pelo risco de a mamadeira ser mal lavada ou feita com água 
contaminada; 
 
4. Falta de saneamento básico:moradias sem rede de esgoto, com córregos ou rios 
contaminados, próximas a esgotos correndo a céu aberto 
 
 1.0-Diagnóstico: 
 
Nos serviços de saúde, os profissionais ficam atentos aos sintomas que se referem à 
diarréia e à desidratação, preocupando-se igualmente com alguma outra doença que possa estar 
associada. 
Em geral, o quadro clínico de uma diarréia aguda, principalmente na infância, apresenta 
maior ou menor importância dependendo da gravidade da perda de água e de outros elementos 
químicos importantes, pelas fezes, vômito ou febre. Noutras palavras, uma diarréia aguda é tão 
mais grave quanto maior a desidratação que vier a causar. 
 
Por outro lado, nas diarréias crônicas predominam os sinais de desnutrição - cujo sintoma 
mais evidente é o emagrecimento.A partir desses conhecimentos, pode-se concluir que as 
diarréias podem vir a afetar o estado geral do paciente - principalmente se crianças - de modo 
mais ou menos severo, dependendo da intensidade do quadro. Devemos, portanto, estar atentos 
aos sinais e sintomas da desidratação: 
 
1 – Depressão na fontanela ou moleira dos bebês 
2 – Olhos encovados e sem brilho 
3 – Expressão lânguida no rosto 
4 – Lábios ressequidos 
41 
5 – Língua esbranquiçada e grossa 
6 – Pulso fraco 
7 – Pouca urina 
 
8 – Prostração ou torpor 
 
9 – Ocorrência ou não de febre 
 
 2.0 - Tratamento da diarréia aguda 
 
O tratamento será determinado em função do quadro apresentado. Como as crianças são 
os pacientes preferenciais dessa doença, veremos a seguir as possibilidades mais freqüentes: 
 
I - A criança com diarréia, mas sem sinais de desidratação:Os familiares devem ser 
orientados sobre a doença, o risco de complicações e a adotar seguinte conduta: 
 
1. Procurar o serviço de saúde; 
 
2. Dar mais líquidos à criança, preparados com ingredientes disponíveis em casa, como o 
soro caseiro, chás, água de cozimento de cereais como o arroz e o milho, sopas e sucos; 
 
3. Dar líquidos após cada evacuação; 
 
4. Manter a alimentação habitual, em especial o leite materno, aumentando a freqüência 
das mamadas; 
 
5. Não mudar o tipo e quantidade dos alimentos que a criança come. 
 
II - A criança com diarréia e sinais de desidratação (mesmo grave) 
A reidratação oral com soro é o tratamento ideal. A quantidade de solução a ser ingerida 
variará em função da perda de líquidos apresentada pela criança. Suas principais recomendações 
são: 
 
1. Continuar a oferecer o leite materno, junto com o soro, aos bebês. Com relação às crianças 
maiores, enquanto mantiverem os sinais de desidratação deverão receber apenas o soro, com 
freqüência. 
 
2. Se o paciente vomitar, o volume administrado de soro deve ser reduzido; e a freqüência da 
administração, aumentada (menos quantidade de soro, oferecido mais vexes durante o dia). 
 
3. Na medida em que a criança se reidrata a febre causada pela desidratação geralmente cede. 
O uso de antitérmicos, nesta fase, deve ser evitado. 
 
4. A família deve estar atenta aos sinais de piora e, caso ocorram, proceder a administração do 
soro de reidratação oral e levar a criança imediatamente ao serviço de saúde. 
 
Principais sinais de piora: sede intensa, vômitos freqüentes,piora da diarréia , irritabilidade 
, prostração , choque. 
 
 3.0 - Prevenção da diarréia aguda 
 
As seguintes e simples medidas podem ser adotadas para evitar a ocorrência das diarréias 
agudas: 
42 
 
1. Manter uma boa higiene pessoal, tanto corporal como da moradia; 
 
2. Lavar as mãos com sabão após limpar uma criança que acaba de evacuar; após a própria 
evacuação; antes de preparar a comida; antes de comer e antes de alimentar as crianças. 
 
3. Na falta de água tratada, ferver a água e filtrar, tanto para o cozimento quanto para a 
ingestão; 
 
4. Lavar, com água fervida, os utensílios utilizados no preparo dos alimentos; 
 
5. Não ingerir alimentos contaminados, mal conservados ou mal acondicionados; dar 
preferência aos alimentos saudáveis e preparados na hora; 
 
6. Guardar, limpas, secas e em sacos plásticos, as verduras, legumes e frutas na parte de 
baixo da geladeira ou em local fresco, utilizando-as logo que possível; 
 
7. Verificar o prazo de fabricação e validade dos produtos adquiridos em supermercados. 
Caso estejam vencidos, pressionar para que sejam retirados das prateleiras; 
 
8. Manter o aleitamento materno exclusivo recomendado para bebês até 6 meses de vida; 
 
9. Seguir o esquema básico de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, uma vez 
que as doenças infecciosas agridem o organismo, diminuindo a resistência da criança e, assim, 
tornando-a mais vulnerável à diarréia. A imunização contra o sarampo, por exemplo, reduz a 
mortalidade por diarréia e deverá ser feita a partir dos 9 meses; 
 
10. A disponibilidade de água encanada nas moradias é o fator mais eficaz para o controle 
das diarréias infecciosas. Onde não houver saneamento básico, as pessoas devem acondicionar 
a água - tanto para uso doméstico como para ingestão - em depósito limpo e tampado; 
 
11. Dar destinação correta ao lixo doméstico e construir fossas domiciliares, evitando, 
desse modo, a contaminação ambiental e alimentar pelo lixo e/ou fezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
UNIDADE 9 
DESNUTRIÇÃO 
 
A alimentação constitui requisitos básicos para a promoção, proteção e recuperação da 
saúde, e o controle das principais deficiências nutricionais. 
 
A erradicação completa das defciências nutricionais depende da própria erradicação dos 
contrastes econômicos e sociais, gerados e mantidos pelo processo de produção e distribuição 
de bens e serviços. 
 
Dentre os problemas inerentes à alimentação e a nutrição no nosso país em termos de saúde 
coletiva, destaca-se a desnutrição energética –protéica (DEP) e as anemias. Releva-se essas 
deficiências nutricionais por alcançar importância epidemiológica na infância, em função da 
velocidade do processo de crescimento e desenvolvimento e na associação com o processo 
saúde-doença. 
 
2. Definição: 
 
Trata-se de um grupo de condições patológicas, resultante da falta concomitante de 
calorias e proteínas em proporções variáveis, que acomete, com maior freqüência os lactentes 
e pré-escolares e, freqüentemente associada a carência de vitaminas e minerais. 
 
3. Epidemiologia: 
 
A DEP constitui um dos problemas que mais afetam a criança, seja de uma forma aguda 
ou lenta e silenciosa, com efeitos negativos a longo prazo sobre o seu crescimento e 
desenvolvimento neurológico. 
 
Suas raízes se encontram na pobreza e tem como causa as condições sócio-econômicas 
precárias. 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço das crianças do mundo 
sofrem de desnutrição e que a metade de todas as mortes está relacionada à desnutrição. 
 
A desigualdade social é o principal fator na diferença entre a mortalidade infantil em 
países desenvolvidos e em desenvolvimento. 
 
4. Etilogia: A desnutrição pode ser considerada primária ou secundária: 
 
Primária (Nutricional): conseqüente à ingestão insuficiente, inadequada, desequilibrada 
ou incompleta de nutrientes. 
 
Secundária (Infecções repetidas): conseqüente de alterações fisiopatológicas 
pré-existentes que interferem em qualquer ponto do processo de nutrição (anorexia, aceleração 
o metabolismo e/ou aumento de perdas nutricionais). 
A desnutrição pode ser classificada em LEVE, MODERADA E GRAVE. A classificação da 
intensidade está baseada no déficit de peso em relação à idade, e a altura assim como na altura 
em relação a idade – adotando-se como base uma curva do crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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QUADRO I: Classificação da desnutrição segundo a tabela de crescimento do NCHS: 
 
 LEVE MODERADA GRAVE 
Peso/Idade Déficit de 10 a 25% Déficit de 26 a 40% Déficit > 40% 
Peso/Altura Déficit de 10 a 20% Déficit de 21 a 30% Déficit > 30% 
Altura/Idade Déficit

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