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Percepção dos residentes sobre os impactos socioambientais causados pela implantação e operação de parques eólicos no município de Bodó RN

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i 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMANDA ASSUNÇÃO QUEIRÓS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Percepção dos Residentes sobre os Impactos Socioambientais 
Causados pela Implantação e Operação de Parques Eólicos no 
Município de Bodó/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macaíba 
 
2023 
ii 
 
 
Amanda Assunção Queirós 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Percepção dos Residentes sobre os Impactos Socioambientais 
Causados pela Implantação e Operação de Parques Eólicos no 
Município de Bodó/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao curso de graduação em 
Engenharia Florestal da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial para obtenção do título 
de Engenheiro Florestal. 
 
 
Nome do Orientador: Sérgio Marques 
Júnior 
 
 
 
 
 
 
 
Macaíba 
 
2023 
Queirós, Amanda Assunção.
 Percepção dos residentes sobre os impactos socioambientais
causados pela implantação e operação de parques eólicos no
município de Bodó/RN / Amanda Assunção Queirós. - 2023.
 53f.: il.
 Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias,
curso de Engenharia Florestal. Macaíba, RN, 2023.
 Orientador: Prof. Dr. Sérgio Marques Júnior.
 1. Energia eólica - Monografia. 2. Impactos socioambientais -
Monografia. 3. Percepção dos residentes - Monografia. I. Marques
Júnior, Sérgio. II. Título.
RN/UF/BSPRH CDU 621.472
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí -
EAJ - Macaiba
Elaborado por Elaine Paiva de Assunção - CRB-15/492
Amanda Assunção Queirós 
 
 
 
 
 
 
 
Percepção dos Residentes sobre os Impactos Socioambientais 
Causados pela Implantação e Operação de Parques Eólicos no 
Município de Bodó/RN 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao curso de graduação em 
Engenharia Florestal da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial para obtenção do título 
de Engenheiro Florestal. 
 
 
 
 
 
_______________________ 
Prof. Dr. Sérgio Marques Júnior 
UFRN 
 
 
 
 
_______________________ 
Profa. Dra. Karen Maria da Costa Mattos 
UFRN 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Paulo Rogério Soares de Oliveira 
UFRN 
 
 
 
30/11/2023 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais pelo 
incentivo e amor dedicado até aqui. 
 
vi 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me concebido muito mais do que eu 
poderia imaginar. Me deu força, sabedoria e determinação para enfrentar os desafios 
e superar as dificuldades ao longo deste caminho acadêmico. 
 Agradeço de todo meu coração aos meus pais Marcia e Valfredo, e minha 
família por todo amor, tempo e recursos dedicado a mim até aqui, esta graduação só 
foi possível por causa do incentivo deles, e é para eles que dedico este trabalho. 
Agradeço ao meu querido orientador Sérgio que aceitou me apoiar e orientar 
ao longo de todo o processo de pesquisa deste projeto. E a todo corpo docente do 
curso de Engenharia Florestal da Escola Agrícola de Jundiaí que me repassou os 
conhecimentos necessários para seguir a profissão. 
Agradeço ao meu companheiro de vida João Felipe que me incentiva 
diariamente e celebra minhas conquistas ao meu lado. Agradeço as minhas amigas 
de ensino médio que estão sempre comigo, em especial a Jully (em memória) que 
torce por mim de longe. 
Gostaria de agradecer também aos meus colegas de curso que me 
acompanharam desde o início desta jornada e me incentivaram durante o processo, 
em especial a Joyce, Lynnyker, Job, Júlio e Luiz. 
Além disso, expresso minha gratidão as pessoas que gentilmente participaram 
das entrevistas/pesquisa para esta monografia, compartilhando seus conhecimentos, 
experiências e opiniões comigo. 
Gostaria de expressar minha sincera gratidão a todos aqueles que contribuíram 
para a conclusão da minha graduação, não teria sido possível sem o apoio e a 
assistência de muitas pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Roda o hélice, faz energia 
com o som suave de acalanto 
sem custo, fumaça ou alergia 
mescla movimento, saúde e vida em sinergia 
como que por encanto. (Luiz Henrique 
Noronha) 
 
viii 
 
RESUMO GERAL 
__________________________________________________________________________ 
 
Percepção dos Residentes sobre os Impactos Socioambientais Causados Pela 
Implantação e Operação de Parques Eólicos no Município de Bodó/RN 
 
Diante o cenário de dependência do uso de combustíveis fósseis, principal 
responsável pela emissão de gases de efeito estufa (GEE), como matriz energética 
mundial, as fontes renováveis ou alternativas se tornaram uma das principais 
estratégias globais para reduzir os efeitos negativos futuros dos projetos de 
desenvolvimento das nações. Neste sentido, o uso da energia eólica tem aumentado 
consideravelmente nas últimas décadas no Brasil, com destaque para a região 
Nordeste. Entretanto, a atividade é considerada uma obra de relevante impacto 
socioambiental. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo analisar a 
percepção dos residentes do município de Bodó, estado do Rio Grande do Norte, 
importante região geradora de energia eólica, sobre os impactos socioambientais 
causados pela atividade. A metodologia utilizada fora por meio de pesquisa 
bibliográfica, qualitativa descritiva e de campo, adotando o questionário para obtenção 
de dados. Foram entrevistados 30 residentes, onde observou-se que a poeira e os 
ruídos sonoros foram os impactos mais citados. Como maior benefício citado, as 
melhorias em estradas de acesso aos parques eólicos, além da influência dos parques 
no crescimento do PIB local. Verificou-se que 90% dos entrevistados apoiam a 
implantação de novos parques eólicos na região, mas com a expectativa de haver 
“contrapartida” das empresas eólicas em forma de benefícios para a comunidade. 
 
Palavras-chave: Energia eólica. Impactos socioambientais. Percepção do Residente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
GENERAL ABSTRACT 
__________________________________________________________________________ 
 
Residents' Perception of the Socio-Environmental Impacts Caused by the 
Implementation and Operation of Wind Farms in the Municipality of Bodó/RN 
 
Given the scenario of dependence on the use of fossil fuels, the main responsible for the 
emission of greenhouse gases (GHG), as a global energy matrix, renewable or alternative 
sources have become one of the main global strategies to reduce the future negative effects 
of energy projects. development of nations. In this sense, the use of wind energy has increased 
considerably in recent decades in Brazil, with emphasis on the Northeast region. However, the 
activity is considered a project with a relevant socio-environmental impact. Therefore, the 
present work aimed to analyze the perception of residents of the municipality of Bodó, state of 
Rio Grande do Norte, an important wind energy generating region, about the socio-
environmental impacts caused by the activity. The methodology used was through 
bibliographical, descriptive qualitative and field research, adopting the questionnaire to obtain 
data. 30 residents were interviewed, where it was observed that dust and noise were the most 
cited impacts. The biggest benefit mentioned was the improvements in access roads to wind 
farms,in addition to the influence of the parks on local GDP growth. It was observed that 90% 
of those interviewed support the implementation of new wind farms in the region, but with the 
expectation that there will be “counterparts” from wind companies in the form of benefits for 
the community. 
Keywords: Wind energy. Socio-environmental impacts. Resident Perception 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Matriz Energética Mundial ....................................................................... 3 
Figura 2 - Número de Parques em Operação por Estado ...................................... 6 
Figura 3 - Mapa do Potencial Eólico em Alturas de 75 e 100 metros .................... 7 
Figura 4 - Mapa de Localização de Área de Estudo e Respectivos Limites 
Territoriais ................................................................................................................ 19 
Figura 5 - Parques Eólicos na Região de Bodó .................................................... 20 
Figura 6 - Estradas de Acesso para Parques Eólicos em Bodó .......................... 24 
Figura 7 - Placa de Aviso de Riscos aos Visitantes e Aerogerador em 
Propriedade ............................................................................................................. 25 
Figura 8 - Casa Desapropriada devida Passagem de Linhas de Transmissão .. 27 
Figura 9 - Avaliação dos Benefícios dos Parques Eólicos para Comunidade ... 29 
Figura 10 - Expectativas da Comunidade para Instalação de Novos Parques 
Eólicos ..................................................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. Total de empreendimentos em operação, construção e o potencial 
outorgado até setembro de 2023 ............................................................................. 7 
Tabela 2 - Quantidade de Empreendimentos Eólicos por Municipio em 
Operação e Construção ............................................................................................ 8 
Tabela 3 - Lista de Impactos Negativos Ambientais na Instalação de Parques 
Eólicos ....................................................................................................................... 9 
Tabela 4 - Instrumento de Pesquisa....................................................................... 21 
Tabela 5 - Metodologia para Coleta e Análise de dados ...................................... 22 
Tabela 6 - PIB dos Municípios em 2005, 2010, 2015 e 2019 ................................. 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
__________________________________________________________________________ 
 
GEE – Gases de efeito estufa 
CO² – Dióxido de carbono 
CH4 – Metano 
N2O – Óxido nitroso 
GW – Gigawatt 
MW – Megawatt 
IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CONEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente 
TWh – Terawatt-hora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiii 
 
SUMÁRIO 
__________________________________________________________________________ 
 
Página 
1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................. 1 
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 3 
2.1. Matriz Energética e Elétrica Brasileira e do Rio Grande do Norte ....................... 3 
2.2. Impactos Ambientais de Usinas Eólicas e Marco Legal ....................................... 9 
2.3. Percepção dos Impactos Socioambientais em Projetos Eólicos ....................... 14 
3. OBJETIVOS............................................................................................................. 17 
3.1. Objetivo Geral ............................................................................................... 17 
3.2. Objetivos Específicos .................................................................................... 17 
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 18 
4.1. Tipologia de Pesquisa …………………………………………………………...………18 
4.2. Objeto de Estudo ………………………………………………………………………….18 
4.3. Procedimento de Coleta de Dados ……………………………………………..……. 20 
4.4. Procedimento de Análise de Dados ………………………………………………….. 21 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 23 
5.1. Perfil da Amostra ……………….…………………………………………………. 23 
5.2. Percepção dos Residentes Sobre os Impactos Socioambientais …………... 23 
5.3. Apoio para Lidar com os Problemas ………………………………………….... 26 
5.4. Empregabilidade na Indústria Eólica …………………………………………… 28 
5.5. Conflitos de Terra na Região ……………………………………………………. 28 
5.6. Avaliação dos Benefícios dos Parques Eólicos ………………………………. 28 
5.7. Compensação Ambiental ………………………………………………………... 29 
5.8. Apoio da Comunidade na Instalação de Novos Parques Eólicos …………... 30 
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................32 
6.1. Conclusões da Pesquisa ………………………………………………………… 32 
6.2. Imitações do Trabalho …………………………………………………………… 33 
6.3. Recomendações para Trabalhos Futuros ………………………………….….. 33 
7. LITERATURA CITADA ............................................................................................. 35 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
__________________________________________________________________________ 
 
 
 A matriz energética mundial continua altamente dependente do uso de 
combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo e gás natural, sendo um dos principais 
fatores que promovem as mudanças climáticas, por meio da alta incidência de gases 
de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO²), metano (CH4), óxido nitroso 
(N2O) (GOLDEMBERG, 2023). Segundo dados da FGV Energia (2020) o petróleo 
segue sendo a maior matriz energética mundial, seguido por carvão e gás. Para 
enfrentar esse problema, medidas têm sido discutidas pelos principais chefes de 
estado e outras autoridades mundiais para definir ações a serem adotadas e 
implantadas a fim de estabilizar a concentração desses gases na atmosfera, 
permitindo o desenvolvimento econômico de forma sustentável (GOLDEMBERG, 
2023). As fontes renováveis ganharam destaque como uma alternativa para reduzir 
esses efeitos. Mas ainda representam apenas 15% da matriz energética mundial. 
Quando filtrado às fontes solar, eólica e geotérmica juntas, correspondem a apenas 
2,5% (EPE, 2021). 
 Segundo Gehrke et. Al (2021), a matriz energética brasileira tem se destacado 
no âmbito mundial, com crescimento em torno de 12%, em suas energias renováveis, 
enquanto reduziu cerca de 8,4% de fontes não renováveis, no período de 2015 a 2019. 
A maior fonte geradora de eletricidade no Brasil é dominada pela energia hidrelétrica, 
correspondendo a cerca de 70% da produção total, mas também composta por outras 
fontes como a solar, eólica e de biomassa (Gehrke et. Al, 2021). A energia eólica é 
considerada uma alternativa promissora de energia renovável viável no Brasil, se 
tornando a fonte que mais cresceu no ano de 2021, representando 50,91% da nova 
capacidade instalada no ano (ABEEólica, 2021). 
 O Nordeste é a região mais procurada para implantações de parques eólicos 
devido as correntezas de ventos favoráveis. Contudo, mesmo não sendo uma fonte 
de energia ligada diretamente a degradação da atmosfera, com gases de efeito estufa, 
os parques eólicos também geram impactos socioambientais, como visual, sonoros e 
sobre a flora e a fauna. Sendo assim, são necessários de serem avaliados e mitigados 
por meio de um planejamento adequado (Pinto et. Al, 2017) requerendo licenciamento 
ambiental, que deve ser comunicado a população por meio de audiênciaspúblicas. 
 
2 
 
Com a expansão da implantação de parques eólicos, vem sendo necessário 
estudar e entender quais os impactos positivos e negativos gerados por esse tipo de 
empreendimento conhecidas como “Energias limpas”. É nesse contexto que a 
pesquisa se norteia, a preocupação com as questões socioambientais a partir da 
evolução dos parques eólicos e como isso reflete na sociedade pela compreensão 
ambiental e social (PAIVA, 2017). 
Segundo o Mapa das Energias Renováveis do Mais-RN, o cenário atual do Rio 
Grande do Norte apresenta 261 parques em operação com potência fiscalizada em 
8,38 gW (FIERN, 2023). No município de Bodó, Estado do Rio Grande do Norte, 
verifica-se a existência de 15 parques eólicos (em operação, em construção ou não 
iniciada). Baseando-se neste cenário, a questão de investigação que se coloca nesta 
pesquisa é a seguinte: Qual a percepção do residente sobre os impactos 
socioambientais positivos e negativos da implantação e operação de parques eólicos 
no município de Bodó/RN? 
Neste sentido, o presente estudo buscou analisar a percepção dos residentes 
do município de Bodó/RN, sobre os impactos socioambientais advindos da expansão 
da geração de energia eólica no Rio Grande do Norte, nas fases de implantação e 
operação do empreendimento, especificamente na serra de Santana, trazendo 
conceitos e analisando os impactos posteriores em famílias e comunidades 
tradicionais do interior. 
 
 
 
3 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
__________________________________________________________________________ 
 
 
2.1. Matriz Energética e Elétrica Brasileira e do Rio Grande do Norte 
 
 A alta demanda por energia que os hábitos da sociedade impõem ao sistema 
de geração é crescente gradativamente, gerando o aumento na discussão das 
matrizes energéticas. Essas matrizes irão compor o conjunto de fontes de energia 
utilizadas em um país para suprir sua demanda de energia (DUPONT, 2015). Hoje a 
matriz energética mundial é composta principalmente por fontes consideradas não 
renováveis como o petróleo, carvão e gás natural (FGV ENERGIA, 2019). 
A dependência do uso dos combustíveis fósseis é o principal fator 
condicionante ao aumento das mudanças climáticas, por ser o maior responsável pela 
emissão de gases de efeito estufa (GEE) (COSTA, 2015). O planejamento energético 
vem com o objetivo de permitir prever ou antecipar, as necessidades futuras cada vez 
mais crescentes de energia e quais ações serão realizadas para poder atendê-las. 
Nesse contexto, fontes de energia renováveis ou alternativas se tornou a principal 
estratégia global para a mitigação desses efeitos (EPE, 2021). Na Figura 1 apresenta-
se dados da FGV Energia sobre a matriz energética mundial 2019. 
 
Figura 1 - Matriz Energética Mundial 
 
Fonte: Adaptado da FGV ENERGIA, 2019 
33%
27%
24%
6%
4%
2%
1%
1%
1%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Petróleo
Carvão
Gás
Hidroelétrica
Nuclear
Eólica
Biocombustivel
Solar
Outras
MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
 
4 
 
O compromisso de equilibrar a incidência dos gases de efeito estufa foi 
concordado e assinado pelos principais países que compõe o G20, formados pelas 
maiores economias do mundo, com sua primeira edição chamada ECO-92, realizada 
pela ONU em 1992, no Rio de Janeiro (ONU, 2022). As fontes renováveis ganharam 
destaque como uma alternativa para reduzir esses efeitos, sendo uma fonte de 
energia considerada limpa. Mas ainda representam apenas 15% da matriz energética 
mundial. Quando filtrado às fontes solar, eólica e geotérmica juntas, correspondem a 
apenas 2,5% (EPE, 2021). 
No Brasil, a realidade é diferente da mundial. No país as energias renováveis 
quando somadas totalizam cerca de 44,8% de sua matriz energética, ou seja, quase 
metade da matriz energética são de fontes renováveis. Ao analisa-se a matriz elétrica, 
ou seja, o conjunto de fontes disponíveis apenas para a geração de energia elétrica, 
o Brasil novamente se destaca por possuir sua maior parte de energia oriunda de 
fontes renováveis, gerada principalmente através de usinas hidrelétricas (EPE, 2021). 
A energia eólica vem crescendo de forma acelerada nos últimos anos, ocupando 
o terceiro lugar, com 10,6% de toda matriz Brasileira, contribuindo para uma matriz 
mais renovável (EPE, 2021). Considerando todas as fontes de geração de energia 
elétrica, em 2021, foram instalados 7,5 GW de potência e a eólica foi a fonte que mais 
cresceu, representando 50,91% da nova capacidade instalada no ano. A segunda 
fonte que mais cresceu foi a solar fotovoltaica, com 17,95% da nova capacidade. 
(ABEEólica, 2021). 
 A energia eólica pode ser definida como “a energia oriunda das correntes de ar 
que circulam a atmosfera devido ao seu aquecimento desigual. É uma energia 
considerada limpa, renovável e disponível em todos os lugares”. Inicialmente foi 
utilizada para a realização de trabalho mecânico, por meio dos antigos moinhos de 
ventos (DANTAS, 2021). Energia eólica como fonte para geração de eletricidade só 
teve forte desenvolvimento a partir dos anos 1970 devido à crise do petróleo. 
Pode-se afirmar que a energia eólica é utilizada quase que exclusivamente para 
a geração de energia elétrica. Dentre os vários benefícios do uso da energia eólica 
para geração de energia elétrica pode-se citar que ela não apresenta riscos de 
radiação, apresenta fonte livre, além de produzir alguns dos menores riscos de 
poluição para a atmosfera ou para os recursos hídricos (RODRIGUES, 2017). Terciote 
 
5 
 
(2002) comenta sobre os diversos benefícios da Energia Eólica, sendo o principal, a 
baixa emissão de CO², entre os outros fatores estão: 
 
• Reduz a dependência de combustíveis fósseis, sendo o vento um recurso 
abundante e renovável; 
• As centrais eólicas ocupam um pequeno espaço físico e permitem a 
continuidade de atividades entre os aerogeradores (pastagens e agricultura); 
• Melhora a economia local e oferta de empregos. Estudos realizados na 
Escócia calculam ser entre 500 a 1500 empregos associados a cada 0,3 a 1 
GW de potência instalada; 
• A emissão de poluentes é mínima, não contribuindo para a mudança 
climática global, chuva ácida etc.; 
• É uma indústria em grande ascensão e com bom potencial no Brasil 
(principalmente em algumas regiões do litoral nordestino); 
• Contribui para a diversidade de suprimento de energia e pode ser conectada 
à rede; 
• A tecnologia está completamente dominada e ainda em grande 
desenvolvimento, com redução constante de custos de construção e geração. 
 
O Brasil possui grande potencial eólico a ser explorado e expandido devido a suas 
correntezas de ventos, atraindo investidores estrangeiros para a construção dos 
parques eólicos no país (DANTAS, 2017). 
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEeolica), o Brasil 
encerrou o ano de 2021 com um investimento no setor eólico de US$ 5,15 bilhões (R$ 
27,81 bilhões), o que representou 44% dos investimentos realizados em energias 
renováveis (solar, eólica, biocombustíveis, biomassa e resíduos, PCH e outros). 
Foram instalados 109 novos parques eólicos e 1 parque foi revogado, em um total de 
4,05 GW de nova capacidade e 10,9 MW de capacidade revogada. Foi considerado 
um ano recorde de instalações de nova capacidade eólica, que terminou com 904 
usinas e 25,63 GW de potência instalada (ABEEólica, 2022). Na Figura 2 apresenta-
se o número de parques em operação de cada estado do Brasil. 
 
 
6 
 
Figura 2 - Número de Parques em Operação por Estado 
 
Fonte: Adaptado de ABEEólica (2022) 
 
Dentre todas as regiões do país, a região Nordeste se destaca em relação ao 
potencial eólico, representando 88,7% da geração total nacional. Os cinco estados 
com maior geração no ano de 2021 foram, em primeiro o Rio Grande do Norte (21,23 
TWh), seguido de Bahia (21,15 TWh), Piauí (9,10 TWh), Ceará (7,91 TWh) e Rio 
Grande do Sul (5,63 TWh) (ABEEólica, 2021).Localizado no extremo nordeste do Brasil, o Estado do Rio Grande do Norte faz 
divisa com o Oceano Atlântico, a norte e a leste, com o Estado do Ceará, a oeste, e 
com o Estado da Paraíba, a sul. O estado ocupa uma área de 52.809,599km² e possui 
uma população de 3.560.903 pessoas (IBGE, 2022). O Rio Grande do Norte tem 
grande potencial eólico, segundo a iniciativa da COSERN - Companhia Energética do 
Rio Grande do Norte, em seu programa de Pesquisa e Desenvolvimento, com o 
suporte da IBENBRASIL - Iberdrola Empreendimentos do Brasil S.A, foi publicado em 
2003 o Atlas Eólico, apresentando resultados do potencial do estado para a energia 
eólica (COSERN, 2003). Nesse documento, foram ilustrados os principais parâmetros 
estatísticos de velocidade e direção dos ventos para todo o território potiguar, 
definindo as melhores microrregiões para a instalação de novos campos eólicos. Na 
figura 3, pode-se observar o potencial eólico no Rio Grande do norte em alturas de 75 
e 100 metros, respectivamente. 
 
292
267
112
99
81
42
36
18
16
1
0 50 100 150 200 250 300 350
BAHIA
RIO GRANDE DO NORTE
PIAUI
CEARÁ
RIO GRANDE DO SUL
PERNAMBUCO
PARAIBA
SANTA CATARINA
MARANHÃO
MINAS GERAIS
Número de Parques em Operação por UF
 
7 
 
Figura 3 - Mapa do Potencial Eólico em Alturas de 75 e 100 metros 
 
Fonte: Cosern, 2003. 
 
Desde então, conforme dados da ANEEL/ABEEólica, o Rio Grande do Norte 
continua ganhando destaque. No ano de 2021, foi considerado o estado que mais 
cresceu na construção de parque eólicos (ABEEólica, 2021). Na Tabela 1 apresenta-
se o total de empreendimentos em operação e construção no Rio Grande do Norte 
para o ano de 2023, segundo a ANEEL (ANEEL, 2023). 
 
Tabela 1. Total de empreendimentos em operação, construção e o potencial 
outorgado até setembro de 2023 
Empreendimento em Operação e Construção 
Tipo Quantidade 
Potência 
Outorgada (gW) 
% 
Operação 261 8,38 67,27 
Construção 127 5,14 32,73 
Total 388 13,52 100 
Fonte: Banco de Dados de Empreendimentos Outorgados – SIGA, ANEEL (2023) 
 
 Os principais municípios com parques em operação e em construção no Rio 
Grande do Norte são: Serra do Mel, Lajes, João Câmara, Jandaíra, Parazinho, São 
Miguel do Gostoso, Touros, São Bento do Norte, Pedra Grande, Pedra Preta, Bodó, 
Pedro Avelino, São Tomé, Areia Branca, Currais Novos, Caiçara do Rio do Vento, 
Parelhas, Guamaré, Macau, entre outros. Na tabela 2 apresenta-se a quantidade de 
empreendimentos eólicos por município. 
 
 
8 
 
Tabela 2 - Quantidade de Empreendimentos Eólicos por Município em Operação e 
Construção 
Municípios Operação Construção Total 
Serra do Mel 36 3 39 
Lajes 17 13 30 
João Câmara 29 - 29 
Jandaíra 13 9 22 
Parazinho 22 - 22 
São Miguel do Gostoso 15 5 20 
Touros 12 7 19 
São Bento do Norte 18 - 18 
Pedra Grande 14 2 16 
Pedra Preta 1 15 16 
Bodó 9 6 15 
Pedro Avelino 9 5 14 
São Tomé 5 9 14 
Areia Branca 9 2 11 
Currais Novos 2 9 11 
Caiçara do Rio do Vento 5 4 9 
Parelhas - 9 9 
Guamaré 8 - 8 
Macau 7 - 7 
Pureza - 6 6 
Ceará-Mirim 5 - 5 
Lagoa Nova 5 - 5 
Santana do Matos 2 3 5 
Fernando Pedroza 1 3 4 
Angicos 3 - 3 
Cerro Corá 3 - 3 
Jardim de Angicos 2 1 3 
Bento Fernandes 2 - 2 
Caiçara no Norte 2 - 2 
Galinhos 2 2 
Monte das Gameleiras - 2 2 
Riachuelo 2 - 2 
Rio do Fogo 2 - 2 
Ruy Barbosa 2 - 2 
São José do Campestre - 2 2 
Afonso Bezerra 1 - 1 
Brejinho 1 - 1 
Campo Redondo - 1 1 
Equador - 1 1 
Santa Cruz - 1 1 
Tenente Laurentino 1 - 1 
Total 267 118 385 
Fonte: Mapa das Energias Renováveis (2023). Organizado pelo autor. 
 
 
9 
 
 Apesar de todo potencial econômico passível de ser percebido pela atividade, 
a implantação e operação de parques eólicos gera impactos socioambientais, 
requerendo licenciamento ambiental. Considerações sobre os impactos 
socioambientais gerados por esta atividade são apresentados a seguir: 
 
2.2. Impactos Ambientais de Usinas Eólicas e Marco Legal 
 
 Segundo o Atlas de energia elétrica do Brasil, além dos impactos positivos 
quanto ao uso de fontes renováveis, existem também riscos envolvidos nos parques 
eólicos, desde sua instalação à sua operação, que geram impactos que vão além do 
ambiente natural, visualmente o mais afetado, mas também interferindo no ambiente 
social, refletindo nas populações do interior que circundam os parques (BRASIL, 
2002). Segundo a resolução CONAMA nº1, de 23 de janeiro de 1986: 
 
“Art. 1º Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma 
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou 
indiretamente, afetam: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II – as atividades sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V – a qualidade dos recursos 
ambientais” (CONAMA, 1986) 
 
 
Os principais impactos socioambientais negativos decorrentes da implantação 
e operação dos parques eólicos estão relacionados a interferência na flora e fauna 
por alteração da cobertura vegetal, produção de ruído dos motores e alteração na 
paisagem (COSTA, 2019). Na tabela 3 observam-se alguns dos impactos 
socioambientais negativos que ocorrem durante a fase de implantação e operação de 
parques eólicos. 
 
Tabela 3 - Lista de Impactos Ambientais Negativos na Instalação de Parques Eólicos 
IMPACTOS CAUSA/EFEITO 
1 Degradação da área Afetada Processo de desmatamento, de 
terraplanagem provocando perda de habitat, 
soterramento de vegetação, 
 
10 
 
impermeabilização e compactação do solo, 
alteração da paisagem 
2 Degradação do solo e subsolo Impactos resultantes de obras de 
fundações, escavações, construção de 
estradas, erosões em áreas desmatadas, 
mau gerenciamento de entulhos e resíduos 
sólidos. Contaminação do solo 
3 Poluição Hídrica Entulhos de diversos tipos como: 
metais, concreto, pedras. Resíduos dos 
canteiros de obras 
4 Poluição atmosférica Por fumaça de escapamento, poeira 
e fuligem provocada, intensificação do tráfego 
de veículos 
5 Supressão da Vegetação Supressão da vegetação, remoção 
de terra, compactação do solo, perda de 
habitats de reprodução e alimentação, 
interferência da área de preservação 
ambiental 
6 Fauna Risco de colisão de aves e morcegos 
com aerogeradores, colisão com linhas de 
transmissão de energia, perturbação na 
migração, perda de habitat. 
7 Emissão de Ruído Dependendo do modelo de turbinas 
instaladas, relevo do terreno, velocidade e a 
direção do vento, podendo causar distúrbios 
do sono, dor de cabeça, zumbido nos 
ouvidos. 
8 Impacto Visual Instalação de estruturas físicas 
permanentes e temporários, com alteração da 
paisagem natural 
9 Interferências Locais Aumento de fluxo de veículos, 
poluição sonora, insegurança no trânsito, 
aumento temporário da densidade 
demográfica local, geração de emprego, 
aumento da especulação imobiliária. 
Fonte: Costa (2019). Adaptado pelo autor. 
 
 A fim de reduzir esses impactos, os projetos de parques eólicos devem atender 
as normas e padrões estabelecidos pela legislação visando regularizar as atividades 
 
11 
 
potencialmente poluidoras, durante todo o processo de instalação e operação, 
conforme os critérios básicos e diretrizes gerais definidos para a avaliação de impacto 
ambiental, como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
 
Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo 
relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do 
órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o 
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: XI - 
Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia 
primária, acima de 10MW;” (BRASIL, 1986) 
 
 
Segundo STUAT (2011), o licenciamento ambiental brasileiro é complexo e no 
caso de usinas de energia eólica, exigemum total de 19 etapas, considerando desde 
a etapa de avaliação da área até a implantação e manutenção do aerogerador. Assim, 
a resolução CONAMA nº 1, define que atividades de geração de eletricidade que 
gerem acima de 10MW dependem da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e 
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), podendo assim, os parques eólicos 
estarem sujeitos ao licenciamento. Nele irá constar um estudo aprofundado do 
diagnóstico do meio físico, meio biológico e meio socioeconômico, a análise dos 
possíveis impactos ambientais gerados, com previsão de magnitude, definição de 
suas respectivas medidas mitigadoras, quando couberem, e elaboração de um 
programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos considerados 
(BRASIL, 1986). 
Para o licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia 
elétrica a partir de fonte eólica segue-se a Resolução 462, de 24 de julho de 2014. 
Quanto ao enquadramento do licenciamento, tem-se no artigo 3º, da mesma 
resolução, que caberá ao órgão licenciador o enquadramento quanto ao impacto 
ambiental dos empreendimentos de geração de energia eólica, considerando o porte, 
a localização e o baixo potencial poluidor da atividade: 
 
§ 1º A existência de Zoneamento Ambiental e outros estudos que 
caracterizem a região, bacia hidrográfica ou bioma deverão ser considerados 
no processo de enquadramento do empreendimento. 
§ 2º O licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos 
considerados de baixo impacto ambiental será realizado mediante 
 
12 
 
procedimento simplificado, observado o Anexo II, dispensada a exigência do 
EIA/RIMA. 
§ 3º Não será considerado de baixo impacto, exigindo a apresentação 
de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental 
(EIA/RIMA), além de audiências públicas, nos termos da legislação vigente, 
os empreendimentos eólicos que estejam localizados: 
I – em formações dunares, planícies fluviais e de deflação, mangues 
e demais áreas úmidas; 
II – no bioma Mata Atlântica e implicar corte e supressão de 
vegetação primária e secundária no estágio avançado de regeneração, 
conforme dispõe a Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006; 
III – na Zona Costeira e implicar alterações significativas das suas 
características naturais, conforme dispõe a Lei nº 7.661, de 16 de maio de 
1988; 
IV – em zonas de amortecimento de unidades de conservação de 
proteção integral, adotando-se o limite de 3 km (três quilômetros) a partir do 
limite da unidade de conservação, cuja zona de amortecimento não esteja 
ainda estabelecida; 
V – em áreas regulares de rota, pousio, descanso, alimentação e 
reprodução de aves migratórias constantes de Relatório Anual de Rotas e 
Áreas de Concentração de Aves Migratórias no Brasil a ser emitido pelo 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, em até 
90 dias; 
VI – em locais em que venham a gerar impactos socioculturais diretos 
que impliquem inviabilização de comunidades ou sua completa remoção; 
VII – em áreas de ocorrência de espécies ameaçadas de extinção e 
áreas de endemismo restrito, conforme listas oficiais. 
§ 4º Caberá ao órgão licenciador estabelecer os critérios de porte 
aplicáveis para fins de enquadramento dos empreendimentos nos termos do 
caput deste artigo. (CONAMA, 2014). 
 
É considerado as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras 
características da atividade ou empreendimento, para definir os critérios de 
exigibilidade e o detalhamento do estudo que caberá ao órgão ambiental competente 
licenciar, como diz o art. 2º da resolução CONAMA nº 237 (BRASIL, 1997). Mas para 
Fonseca e Figueiredo (2019) há possibilidade de lacuna e omissão dos reais impactos 
que essas atividades podem oferecer para a comunidade afetada, isso pelo motivo do 
próprio empreendimento ser também o financiador de tais estudos, além da fragilidade 
dos órgãos ambientais na fiscalização das obras. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95075/lei-11428-06
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109271/lei-7661-88
 
13 
 
No Rio Grande do Norte, o órgão ambiental licenciador das atividades das 
eólicas é o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA). Como 
forma de mitigar esses impactos, o Sistema Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande 
do Norte dispõe da Lei Complementar nº 272 de 03 de março de 2004, que específica 
no “Art. 22 - estão sujeitos a realização de compensação ambiental as atividades que 
forem identificadas em seus estudos um significativo impacto ambiental, tendo o 
empreendedor obrigado a adotar a compensação ambiental.” Também dispondo do 
“Art. 27-A. É obrigada à reposição florestal a pessoa física ou jurídica que: II- detenha 
a autorização de supressão de vegetação natural.” (RN, 2004). Detendo aos 
empreendedores dos parques eólicos a obrigatoriedade de adotarem tais medidas. 
Segundo a resolução nº 4 de 2009, do Conselho Estadual do Meio Ambiente 
do Rio Grande do Norte (CONEMA), atividades de potencial de geração eólica inferior 
ou igual a quinze megawatts é considerada de porte e potencial poluidor/degradador 
pequeno. Assim, o estudo exigido pelo IDEMA, será o Relatório Ambiental Simplificado 
(RAS) solicitado pela Resolução nº 279, de 27 de junho de 2001, do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Este documento deve conter a breve 
descrição do projeto, como diagnóstico ambiental e as medidas mitigadoras, 
apresentando os impactos presentes em uma área de 500 metros da instalação do 
parque eólico para meio biótico e físico, e 1.500 metros para o meio antrópico, assim 
especificado nas referências técnicas (BRASIL, 2009). 
A geração de empregos diretos e indiretos é um aspecto positivo na avaliação 
dos impactos dos parques eólicos. Simas e Pacca (2013) abordam sobre um novo 
conceito empregado no Desenvolvimento Sustentável. São os chamados empregos 
verdes ou “green Jobs”: 
Empregos verdes são aqueles que contribuem substancialmente para 
preservar ou recuperar a qualidade ambiental. Esses empregos estão localizados em 
diversos setores da economia, e incluem empregos em eficiência energética, 
tecnologias limpas, eficiência na utilização de recursos naturais, e em atividades de 
baixa emissão de GEE” (SIMAS e PACCA, 2013). São encontrados em diversos 
setores da economia, como os de fornecimento de energia, reciclagem, agrícola, 
construção civil e transportes, por meio de atividades que minimizam os impactos de 
resíduos e poluição, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (OIT, 2009) 
A presença de projetos de energias renováveis em áreas que carecem de 
desenvolvimento econômico, como em áreas rurais, que apresentam características 
 
14 
 
socioeconômicas como alto desemprego, falta de alternativas de desenvolvimento 
econômico, alta saídas da população economicamente ativa, faz com que seja 
vantajoso o investimento em tais projetos, gerando potencial para a capacitação e 
emprego de populações rurais (SIMAS, 2013). 
Os parques eólicos geram efeitos sociais e econômicos gerados no local de 
implantação. Em estudo realizado por Simas e Pacca (2013), os empregos gerados 
pela energia eólica foram divididos em categorias, com base em certos critérios, como: 
volume de empregos gerados, localização do empreendimento, natureza temporal e 
nível de especialização. A primeira categoria trata dos empregos gerados em 
desenvolvimento tecnológico, fabricação de equipamentos. A segunda categoria estão 
os empregados na instalação que incluem o planejamento e gestão de projetos e na 
terceira categoria estão os empregos gerados na operação e manutenção. 
Para Costa (2019) os parques instalados geram uma mobilização da população 
local, pela contratação de mão de obra local (pedreiros, vigilantes, técnicos, entre 
outros), pela prestação e ampliação de serviços comuns como hospedaria, 
restaurantes, postos de gasolina, mercearias, e ainda trata dos benefíciospermanentes para os proprietários das áreas arrendadas. Isso devido as terras 
servirem de base para as instalações das estruturas eólicas, tornando o terreno 
improdutivo para geração de renda agrícola. 
Assim, com o crescimento da energia eólicas como fonte de energia, deve-se 
aumentar a demandas de empregos no setor, que irão contribuir para o 
desenvolvimento regional sustentável, principalmente das localidades menos 
favorecidas, como é o caso dos interiores do Rio Grande do Norte (SIMAS E PACCA, 
2013). 
 
2.3. Percepção dos Impactos Socioambientais em Projetos Eólicos 
 
Freitas (2016) destaca que há alguns desconfortos temporários para a 
população ao entorno ocasionados pela implantação do parque eólico, fortificando a 
ideia de que a avaliação dos impactos sociais é algo que se deve observar com 
atenção. Cientificamente, o meio era estudado somente pelo ponto de vista “físico”, 
havendo a necessidade de se considerar os pontos “humanos”. Assim, abrangendo a 
visão política, administrativa, educacional e o senso comum (OLIVEIRA, 2017). 
 
15 
 
Segundo o Art. 225 da Constituição Federal, o direito a um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado deve ser assegurado a todas as pessoas. Sendo o mesmo 
universal, interdependente e indivisível aos direitos civis, políticos, culturais, 
econômicos e sociais (FRANÇA e SPAROVEL, 2005). Entretanto, o desenvolvimento 
econômico, o crescimento populacional e a revolução tecnológica vem sendo 
acompanhadas também pela alteração no estilo de vida dos indivíduos. Ocasionando 
em consequências tanto positivas como negativas (GOUVEIA, 2012). 
Santos (2004) afirma ser “Interessante avaliar o entendimento dos impactos 
pela população no início do processo de tomada de decisão junto à comunidade”. 
Sendo essa avaliação podendo ser aplicada por diversos tipos de metodologias como: 
reuniões, formulários e/ou questionários. Desta forma, é necessário que na 
construção do planejamento de qualquer atividade, tenha a participação pública como 
colaborador, para que problemas futuros sejam evitados. 
Segundo Santos (2007), o termo “Percepção” corresponde ao ato de adquirir 
conhecimentos por meio dos sentidos, ou seja, a capacidade de formar ideias, 
diferenciar, ver, ouvir e entender, ato este que é individual para cada ser humano. Ela 
é desenvolvida pela funcionalidade dos sentidos de cada pessoa, que estão 
associados às atividades cerebrais, assim, distingue a forma como cada indivíduo 
compreende sua própria realidade (MELAZO, 2005). Colaborando com o tema, 
Oliveira (2017) cita que “percepção ambiental não é de fácil definição, mais vale 
experienciá-la do que defini-la”. 
A evolução da percepção ambiental nos estudos se consolidou com a 
elaboração do Projeto 13, “A Percepção de Qualidade Ambiental”, da organização das 
Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1973, onde foi 
apresentado a importância das pesquisas nas observações do indivíduo social aos 
fatores ambientais, para assim ter um bom planejamento ambiental (RODRIGUES et 
al., 2012) Ao analisar as informações obtidas pela percepção da comunidade 
permitem evidenciar quais são os benefícios e/ou prejuízos que aquela atividade está 
ocasionando para o bem-estar da população em sua comunidade (FERNANDES et 
al., 2004). 
Em relação às instalações dos parques eólicos, pode-se ressaltar algumas 
pesquisas que foram realizadas em regiões consideradas com condições suficientes 
 
16 
 
à geração da energia eólica, com o objetivo de compreender a inter-relação entre o 
homem e meio ambiente. As pesquisas analisando a percepção ambiental dos 
impactos de usinas eólicas, geralmente, são mais comuns no litoral do Nordeste 
(MOREIRA, 2013; BEZERRA et al. 2017). 
 
 
 
17 
 
3. OBJETIVOS 
__________________________________________________________________________ 
 
3.1. Objetivo Geral 
O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção socioambiental dos residentes 
da cidade de Bodó/RN, causados pela implantação e operação de parques eólicos na 
localidade. 
 
3.2. Objetivos Específicos 
O trabalho tem como objetivos especificos: 
• Identificar as mudanças ocorridas no municipio, no âmbito Social, 
Econômico e Ambiental, em virtude da implantação e operação do parque 
eólico local. 
• Investigar na percepção dos residentes, as contribuições positivas e 
negativas da industria eólica para a comunidade 
• Investigar a percepção dos residentes dos impactos socioambientais 
causados no processo de implantação e operação das usinas eólicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
__________________________________________________________________________ 
 
4.1 Tipologia da Pesquisa 
Este estudo caracteriza-se como pesquisa qualitativa descritiva e de campo. 
Qualitativa descritiva porque visa descrever, a partir da percepção dos entrevistados, 
os impactos gerados pela implantação e operação dos parques eólicos na 
comunidade de Bodó. Como define Bodgdan e Biklen (1994), “na investigação 
qualitative, a fonte direta de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o 
instrumento principal” ou seja, a compreensão desse estudo se dá pelo observação 
do ambiente habitual de ocorrência. Os dados recolhidos são descritos por meio de 
palavras ou imagens, não de números. 
E considerada como uma pesquisa de campo porque o estudo foi realizado por 
meio de entrevistas na propria comunidade. O trabalho de campo refere-se a estar 
dentro do mundo do sujeito, aprendendo o modo de pensar dos individuos em função 
de suas percepções, crenças, sentimentos e valores diretamente (BOGDAN E 
BIKLEN, 1994). Como também afirma Minayo (2001), a pesquisa se preocupa com 
um nivel de realidade que não há maneira de ser quantificado, corresponde a um 
espaço mais profundo de processos, relações, indefinidas por meio de variáveis. 
 
4.2 Objeto de Estudo 
A cidade de Bodó localizada há aproximadamente 134,18 km da capital Natal, 
na microrregião da Serra de Santana, possui uma área de 253,5 Km² e população de 
2.306 pessoas, situado a 580 metros de altitude e com as seguintes coordenadas 
geográficas: Latitude: 5° 58' 58'' Sul, Longitude: 36° 24' 33'' Oeste (IBGE, 2022). 
Limita-se ao norte com o município de Santana do Matos, ao sul e leste com o 
município de Cerro Corá e a Oeste com município de Lagoa Nova. Na área da 
economia, Bodó possui um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 
0,629 com PIB per capita (2020) de R$ 119.380,48. É um município do semiárido 
Brasileiro coberto pelo bioma Caatinga. Na Figura 4 apresenta-se mapa de localização 
de área de estudo e seus respectivos limites territoriais. 
 
 
 
19 
 
Figura 4 - Mapa de Localização de Área de Estudo e Respectivos Limites Territoriais 
 
Fonte: Elaboração própria (2023). 
 É uma cidade que se desenvolveu com a atividade de mineração e tem como 
principais cultivos o Cajueiro (Anacardium Occidentale), Pinha (Annona squamosa L.), 
e também o plantio de mandioca (Manihot esculenta Crantz). Hoje é uma das cidades 
procuradas para a construção de Usinas Eólicas. Segundo o Mapa de Energia 
Renováveis, a cidade de Bodó possui atualmente 9 parques em operação e 6 
empreendimentos em construção, totalizando 15 parques, gerando uma potência 
fiscalizada de 0,26 gW. (RN Mais, 2023). Os empreendimentos em operação 
atualmente no município de Bodó são: 
 
• Calango 1 
• Calango 2 
• Calango 3 
• Calango 4 
• Calango 5 
• Calango 6 
• Santana I 
• Santana III 
• Pelado 
 
 
 
 
20 
 
Figura 5 - Parques Eólicos na Região de Bodó 
 
Fonte: Autora, 2023 
 
4.3 Procedimento de coleta de dados 
 
Para este estudo, foram utilizados dados de dominio público disponíveis 
no Mapa das Energias Renováveis do MAIS RN — núcleo de planejamento 
estratégico contínuo da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Nortee pelo boletim anual de 2023 disponibilizado no site da ABBEólica – Associação 
Brasileira de Energia Éolica e Novas Tecnologias, onde foram coletadas e analisadas 
as informações sobre o panorama eólico do Rio Grande do Norte em 2023. Também 
se buscou artigos científicos do mesmo tema, com base em dados nacionais e 
internacionais, a saber: Scielo e Google Acadêmico, dissertações e teses 
especializados, de 2013 até o ano presente, com palavras-chaves: Percepção 
Ambiental, Impactos Ambientais e Parques Eólicos. 
Como instrumento de pesquisa, foi aplicado um questionário, contendo 10 (dez) 
questões abertas com a comunidade residente no município, tendo como base o 
trabalho de Ferreira (2019), buscando comparar e analisar as percepções 
socioambientais dos Parques Eólicos na região. 
A pesquisa foi realizada em 30 domicílios da comunidade de Bodó, sendo 20 na 
zona rural e 10 na zona urbana, que de acordo com o censo do IBGE 2010, 
apresentou 695 domicílios particulares permanentes ocupados, sendo 418 em zona 
urbana e 277 em zona rural. 
Os domicílios foram selecionados de forma aleatória com preferência na zona 
rural por ser a área diretamente atingida. As entrevistas aconteceram em dois dias de 
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMjQ2YjNkNDYtMWVkZi00ZTAyLWI1OTEtMjRiMzIwMDJlNzMxIiwidCI6IjhmMDYyNWI4LTkzM2YtNDM3Yi1iNDE4LTA5NTcxZTY5YmZlNCJ9&pageName=ReportSection8fd1f6f47c2ba0e50e8d
 
21 
 
outubro de 2023. As questões utilizadas no instrumento de pesquisa são 
apresentadas na tabela 4: 
 
Tabela 4 - Instrumento de Pesquisa 
1. Quais os beneficios para a comunidade gerados pelas atividades do parque 
eólico? 
2. Quais problemas gerados pelas atividades do parque eólico? 
3. A comunidade foi informada sobra os beneficios e possiveis danos causados 
pelas atividades do parque eólico? 
4. A comunidade recebeu algum tipo de apoio para lidar com os problemas 
causados pelas atividades do parque eólico? 
5. A comunidade recebeu algum tipo de compensação (econômica, 
educacional, saúde) quanto a implantação do parque eólico? 
6. Algum familiar seu foi empregado no parque eólico? Se sim, em que fase? 
( ) Durante o licenciamento Ambiental 
( ) Implantação do parque 
( ) Operação das atividades eólicas 
7. Ocorreram conflitos na região em relação à posse das terras utilizadas para 
implantação do parque eólico? 
8. Você avalia que o parque eólico trouxe benefícios para a comunidade toda 
ou somente para os proprietários de terra que possuem aerogeradores? 
9. Você sabe onde estão sendo utilizados o dinheiro da compensação 
Ambiental das atividades do parque eólico? Se sim, aonde? 
10. Atualmente, conhecendo todos os beneficios e problemas causados pela 
implantação dos parques eólicos, você apoiaria a implantação de novos 
parques na região? Por que? 
 
4.4. Procedimentos de Análise de Dados 
 A análise dos dados foi realizada através das respostas dos entrevistados, de 
forma descritiva, foram apresentados em porcentagem de acordo com a média 
respondida para cada questão realizada. Em seguida conforme leitura de estudos com 
mesma temática, as respostas foram comparadas com os dados obtidos neste 
 
22 
 
presente estudo. Na Tabela 5 apresenta-se a metodologia para coleta e análise de 
dados: 
Tabela 5 - Metodologia para Coleta e Análise de dados 
 
Fonte: Autora, 2023. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Definição do 
objetivo do 
estudo
Escolha do 
tipo de dados 
que serão 
analisados
Coleta de 
Dados
Análise de 
Dados
Interpretação dos 
Resultados
 
23 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
__________________________________________________________________________ 
 
 
5.1. Perfil da Amostra 
 
Dentre os entrevistados, obteve-se 30 respondentes, sendo 18 
correspondendo ao sexo masculino e 12 ao sexo feminino. A faixa etária entre os 
moradores, foi de 53% acima de 35 anos, 37% entre 25 a 35 anos e 10% entre 18 a 
25 anos. O grau de escolaridade foi variável, tendo 70% com ensino médio 
fundamental incompleto, 23% com ensino médio completo e 7% possuíam graduação. 
Dentro desses dados pode-se observar uma população bem distribuída em suas 
faixas etárias e uma predominância do grau de escolaridade em geral, baixo. 
 
5.2. Percepção dos Residentes Sobre os Impactos Socioambientais 
 
A percepção sobre os impactos socioambientais fora observada pela aplicação 
do questionário. De acordo com os dados obtidos foi possível traçar alguns padrões 
nas respostas. Quando perguntados por quais benefícios fora gerado a comunidade 
pelas atividades do parque eólico, 70% disseram que não houve benefícios para a 
comunidade em geral e 30% disseram que houve benefícios para a comunidade de 
forma indireta, entre os benefícios citados, ocorreram por meio de: melhorias de 
estradas, empregos, cursos de horta, cursos para manejo de cajueiro. Melhorias de 
estradas podem ser observadas na figura 6: 
 
 
24 
 
Figura 6 - Estradas de Acesso para Parques Eólicos em Bodó 
 
Fonte: Autora, 2023. 
 
Quanto aos problemas ocasionados pelas atividades eólicas, observou-se que 
70% dos entrevistados, ou seja, 21 pessoas, identificaram a poeira como o maior 
problema. Segundos relatos de alguns entrevistados, houve casos de equipamentos 
eletrônicos danificados e doenças respiratórias relacionadas a passagem de 
caminhões de carga pesada nas estradas de barro. Foi possível observar trechos que 
foram asfaltadas na proximidade de casas, em tentativa de conter o problema. Outros 
problemas identificados foram ruídos (poluição sonora), redução na área para plantio 
agrícola e desaparecimento dos pássaros. Problemas estes também mencionados em 
trabalhos como de Nascimento (2020) e Cunha (2022). 
Outro relato de um dos entrevistados, diz respeito a insegurança para aqueles 
que moram próximos as torres, tendo relatado ter visto “explosões” e “fogo” nas 
turbinas dos aerogeradores, além de “quedas” das pás, causando medo e 
preocupação. Durante as estradas que dão acesso aos parques foi possível notar 
placas de avisos para segurança dos visitantes, conforme pode ser observado na 
figura 7: 
 
25 
 
Figura 7 - Placa de Aviso de Riscos aos Visitantes e Aerogerador em Propriedade 
 
Fonte: Autora, 2023. 
 
Costa (2019) cita em seu estudo, que há o risco de colisão de aves e morcegos 
com os aerogeradores, gerando alterações nos padrões de movimentação e utilização 
do habitat, devido às perturbações ocasionados pela presença das turbinas. 
Quanto aos ruídos sonoros, Terciote (2002) em seu estudo, menciona que o 
impacto ambiental dos ruídos gerado pelas pás das torres eólicas foi um dos temas 
de discussão e até bloqueio da disseminação da energia eólica durante a década de 
80 e início da década de 90. Mas cita que com as exigências de um mercado crescente 
e promissor, juntamente com o desenvolvimento tecnológico dos últimos anos, o setor 
tem promovido significativos avanços para a diminuição dos níveis de ruído produzido 
pelas turbinas eólicas. 
Segundo European Wind Energy Association AWEA (2000), a área ocupada 
pelos aerogeradores, embora ainda passiveis de utilização, apresenta certas 
limitações ao uso agrícola, devido à realização de serviços de terraplanagem, 
supressão vegetal, ocasionando na compactação do solo, tornando o solo 
impermeável e inadequado para cultivo. Ainda para Stuat (2011) projetos de parques 
eólicos impactam de forma direta e indiretamente propriedades que antes eram 
 
26 
 
utilizadas para produção de cultivares, muitos para subsistência dos proprietários. 
Pode-se perceber pela fala do entrevistado: 
 
“Eles vieram aqui para colocar a torre, mas eu não quis não, perder 
minha terra para ganhar 2 e pouco por mês? Não aceitei, preferi minha terra 
para plantar.” 
 
Quando perguntados se a comunidade foi informada sobre os danos e 
benefícios, 27 entrevistados informaram que houve assembleias para a população 
realizados pelosempreendimentos, mas indagaram que estas ocorriam na cidade 
vizinha Lagoa Nova, pois “eles afirmavam que não havia estrutura no município de 
Bodó para tais reuniões, tendo que haver assim, o deslocamento da população para 
Lagoa Nova para participar”. Os outros 3 entrevistados disseram que não foram 
informados. Um dos entrevistados ainda indagou: 
 
“sim nós fomos nas reuniões lá em Lagoa Nova, mas por que não 
fazem aqui? Não tem o ginásio? Muitos não puderam ir [..] o que eles 
mostraram foram vídeos de fora, tudo lindo, as torres e cidades lindas.” 
 
5.3 Apoio para Lidar com os Problemas 
 
Com relação a questão se a comunidade recebeu algum tipo de apoio para lidar 
com os problemas causados pelas atividades, 26 respondentes citaram que não 
houve qualquer tipo de apoio e 4 responderam que não haviam como opinar. Deve-se 
mencionar que os que não opinaram, foram todos do centro da cidade, onde os 
problemas não afetaram diretamente. Também comunicaram que para que a melhoria 
das estradas ocorresse, foi necessário a comunidade se juntar e denunciar ao 
Ministério Público. Como mencionado na fala de um dos entrevistados: 
 
“era caminhão passando e a poeira toda em cima das nossas casas, 
não adiantava nem varrer [..] a gente se reuniu e fechamos a estrada, bateu 
até a polícia aqui, mas eu disse, não passam aqui enquanto não fizerem algo 
[...] a gente reclamava, mas eles diziam que já pagava a prefeitura, não 
tivemos apoio nenhum.” 
 
 
27 
 
 Ainda a respeito de apoio para lidar com o problema, presenciou-se o caso de 
uma das moradoras que teve sua casa demolida e deslocada cerca de 50m devido a 
passagem de linhas de transmissão, conforme pode ser observada na figura 8. 
 
Figura 8 - Casa Desapropriada devida Passagem de Linhas de Transmissão 
 
Fonte: Autora, 2023. 
 
Amorim (2021) em seu trabalho sobre as políticas de incentivos à energia 
eólica, cita que o financiamento de projetos de geração eólica promove o 
desenvolvimento econômico e social da região. Nascimento (2014) e Ferreira (2019) 
ainda mencionam que na política de financiamento e liberação de crédito do Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDS, é estabelecido que até 
1% do valor para projetos de parques eólicos, devem ser destinados a projetos que 
irão promover a preservação, conservação e recuperação das condições essenciais 
para a humanidade. 
Quando foi perguntando aos entrevistados, se a comunidade que mora próximo 
aos parques eólicos recebem algum tipo de compensação (econômica, educacional, 
saúde), 86,67% responderam que não recebem, apenas os donos de terras, através 
de arrendamento de terras e 13,33% dizem não conhecer tal assunto, demostrando 
 
28 
 
que a comunidade não reconhece qualquer tipo de compensação que favoreceu os 
moradores. 
 
5.4 Empregabilidade na Indústria Eólica 
 
Quando perguntados se algum familiar fora empregado em alguma fase de 
licenciamento, instalação e/ou operação dos parques eólicos, nenhum entrevistado 
teve familiar trabalhando no setor. Apenas 3 pessoas relataram o conhecimento de 
pessoas da região que trabalham como vigilante dentro dos parques. Muitos estudos, 
como o de Nascimento (2020), mostram que a maior expectativa das comunidades 
antes da instalação dos parques, é em relação à geração de empregos na região, 
ocasionando uma insatisfação na população em geral. 
 
5.5. Conflitos de Terra na Região 
 
Quando questionados a respeito de conflitos na região em relação a posse de 
terras utilizadas para implantação dos parques eólicos, todos responderam que não 
houve conflitos na região. Relataram ainda que os assentamentos já foram 
implantados desde o ano de 1998 em projetos de Reforma Agrária desenvolvidos pelo 
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. 
 
5.6. Avaliação dos benefícios dos Parques Eólicos 
 
Na avaliação se os parques eólicos trouxeram benefícios para a comunidade 
toda ou apenas para os proprietários de terra, 25 entrevistados responderam que 
apenas aqueles que tinham terra com aerogeradores foram beneficiados pela 
implantação de parques. 5 entrevistados responderam que a comunidade como todo 
foi beneficiado. 
 
 
29 
 
Figura 9 - Avaliação dos Benefícios dos Parques Eólicos para Comunidade 
 
Fonte: Autora, 2023. 
 
5.7. Compensação Ambiental 
 
Quando questionados onde estão sendo utilizados o dinheiro da compensação 
ambiental das atividades do parque eólico, 19 entrevistados disseram saber que a 
prefeitura recebe compensação e 11 entrevistados responderam desconhecer sobre 
o assunto. 
Segundo estudo realizado pela ABEEólica (2022), os dados revelam que o 
Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas geradas na economia, cresceu 
uma média de 70% em áreas com implantação de parques eólicos, dado este que 
ficou acima da média do estado, estimada em 54%. Na tabela 6, apresenta-se o PIB 
de municípios que possuem parques eólicos em comparativo dos anos 2005, 2010, 
2015 e 2019, demonstrando a evidência no crescimento do PIB em regiões com 
presença das atividades eólicas. 
 
Tabela 6 - PIB dos Municípios em 2005, 2010, 2015 e 2019 
 2005 2010 2015 2019 
Serra do Mel 21.954,00 74.673,00 108.622,00 380.637,00 
João Câmara 101.903,00 208.545,00 820.754,00 1.045.933,00 
Bodó 9.533,00 16.762,00 38.695,00 251.731,00 
17%
83%
Para comunidade toda Somente para os proprietários
 
30 
 
Areia Branca 641.524,00 688.026,00 668.048,00 736.833,00 
Fonte: IBGE, 2023 (Adaptado pelo autor). 
 
Mas segundo o prefeito do município em reportagem para o Jornal Tribuna do 
Norte em dezembro de 2019, mesmo com grandes ganhos para o município, 
principalmente em relação à arrecadação de ICMS – Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços e o ISS (Imposto sobre Serviços), quem recebeu melhores 
benefícios, fora o município de Lagoa Nova, porque os parques mesmo estando no 
município de Bodó, as empresas se instalaram em Lagoa Nova, que possui estrutura 
a oferecer. Ainda mencionou “[..] temos as contas em dia, funcionalismo em dia, 
pagamos 100% do décimo dia 12. Climatizamos as escolas da zona rural, reformamos 
escolas, então tem melhorado o benefício para a cidade. É um ganho de forma 
indireta.” 
Segundo a reportagem, a geração de energia no local não gera imposto, mas 
o ganho de ICMS, referentes a subestações e linhas de transmissão, é de R$ 400 a 
500 mil mensais. Segundo a análise do MAIS RN (2023), os benefícios econômicos 
advindos das atividades eólicas em números são evidentes, conforme que os socias 
dependem de políticas públicas 
 
5.8 Apoio da Comunidade na Instalação de Novos Parques Eólicos 
 
Quando perguntados se apoiariam a implantação de novos parques eólicos, 27 
entrevistados responderam que sim, 2 entrevistados responderam que não apoiaria 
mais e 1 entrevistado fora indiferente. Mas relataram que o apoio ocorre se houver 
“contrapartida” das empresas eólicas em forma de benefícios para a comunidade. Ao 
serem questionados quais expectativas esperadas na implantação de novos parques, 
a geração de empregos e melhorias de infraestrutura das estradas foram os mais 
citados (Figura 10) 
 
 
31 
 
Figura 10 - Expectativas da Comunidade para Instalação de Novos Parques Eólicos 
 
Fonte: Autoria própria (2023). 
 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Desenvolvimento da região
Oportunidades de emprego
Melhorias em estradas de Acesso
Porcentagem %
 
32 
 
6. CONCLUSÃO 
__________________________________________________________________________ 
 
6.1. Conclusões da Pesquisa de Campo 
Sabendo que a queima de combustíveis fósseis para geração de energia é o 
principal fator causador da emissão de gases de efeito estufa GEE, gerando graves 
impactos ambientais, buscar fontes alternativas para geração de energia tem sido a 
melhor escolha para alcançar a sustentabilidade. Assim, a energia eólica tem ganhado 
cada vez maisespaço na sociedade, com destaque para o Rio Grande do Norte que 
se mostrou um dos estados favoráveis para esta atividade. Embora a energia eólica 
seja considerada uma fonte “limpa”, também pode provocar impactos sociais, 
econômicos e ambientais. 
Neste estudo foi possível observar que a percepção ambiental é de fato uma 
ferramenta útil e capaz de contribuir de forma significativa para o diagnóstico dos 
impactos na área afetada e serve de auxílio para subsidiar as propostas de ações 
mitigadoras relacionadas aos mesmos. 
Com relação ao objetivo específico 1 (Identificar as mudanças ocorridas no 
municipio, no âmbito social, econômico e ambiental, em virtude da implantação e 
operação do parque eólico local), verificou-se ações mais ligadas à infraestrutura 
local, como a construção de vias de acesso ao parque eólico. 
Com relação ao objetivo específico 2 (Investigar na percepção dos residentes, as 
contribuições positivas e negativas da industria eólica para a comunidade), é notória 
a insatisfação dos moradores do município de Bodó em parte, quanto aos resultados 
da implantação do parque eólico, pois expectativas centradas na questão de 
empregabilidade e benefícios não foram atendidas nem sentidas nessa comunidade 
como todo. 
Com relação ao objetivo específico 3 (Investigar a percepção dos residentes dos 
impactos socioambientais causados no processo de implantação e operação das 
usinas eólicas), foi possível perceber e diagnosticar a insatisfação dos entrevistados 
com a instalação do empreendimento na comunidade, tendo a “poeira” sido citada 
como o impacto mais prejudicial às famílias residentes. Os ruídos sonoros também 
 
33 
 
foram citados dentre os impactos, sendo um dos principais impactos observados por 
vários autores que trabalham com essa temática. 
 Em geral a atividade de geração de energia pelos parques eólicos promoveu 
como maior benefício citado neste trabalho, as melhorias em estradas de acesso aos 
parques eólicos, além da influência dos parques no crescimento do PIB local. 
Mas falta sentir por parte da comunidade uma transformação desses benefícios 
econômicos em verdadeiros benefícios sociais. Como citado na análise do MAIS RN 
(2023) “aqueles municípios capazes de se planejar e aproveitar o impulsionamento 
vivenciado em suas localidades terão capacidade de realizar uma transformação 
social”. 
Desta maneira, espera-se que esse trabalho contribua para a construção de 
políticas públicas que ajudem no desenvolvimento do município de Bodó, onde devem 
ser considerados todos os impactos causados pela implantação dos parques eólicos, 
para que de fato essa energia seja qualificada como, ambientalmente sustentável e 
socialmente justa. 
 
6.2. Limitações do Trabalho 
Como limitações para este estudo, encontrou-se o baixo interesse na reflexão 
dos possíveis impactos socioambientais sofridos pela comunidade para alguns dos 
entrevistados, notando-se um interesse e desenvoltura maior por parte daqueles com 
grau de estudo mais elevado. Observou-se também, falta de entendimento quando 
tratados sobre a compensação ambiental. 
 
6.3. Recomendações para Trabalhos Futuros 
 
Recomenda-se para trabalhos futuros um questionário de fácil entendimento para 
todos os níveis de escolaridade e realizar o estudo em período de implantação dos 
parques eólicos, visto ser período com maiores impactos na comunidade. 
 
34 
 
Recomenda-se também a realização de estudos longitudinais, ou seja, ao longo 
do tempo, para verificar se ocorre modificação nas opiniões dos entrevistados ao 
longo do tempo. 
 
 
 
35 
 
7. LITERATURA CITADA 
__________________________________________________________________________ 
 
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